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Implementação de uma estufa para produção de

tomate em hidroponia na Póvoa de Varzim

Projeto em engenharia agronómica

Mestrado em Engenharia Agronómica

Ana Luísa Oliveira Lino nº 62750

Ricardo Jorge Nunes Santos nº 69259

Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro

Vila Real, 2019

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INDÍCE

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................6

1.1....................................... BREVE APRESENTAÇÃO DO PROJETO E DA EMPRESA


.................................................................................................................................................. 6

1.2...................................................................................MORFOLOGIA DO TOMATEIRO
.................................................................................................................................................. 7

1.3........................................................................PRODUÇÃO DO TOMATE EM ESTUFA


.................................................................................................................................................. 7
1.3.1. SELEÇÃO DA VARIEDADE ............................................................................................. 7
1.3.2. CULTURA EM SOLO VS. CULTURA EM SUBSTRATO ............................................... 8
1.3.3. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS ............................................................................................. 9
1.3.4. NUTRIÇÃO E NECESSIDADES DE REGA ...................................................................... 9
1.3.5. CALIBRE E ESTADO DE MATURAÇÃO ...................................................................... 11

1.4............ ESTUDO DE MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL DO TOMATE


................................................................................................................................................ 11

2. INSTALAÇÕES ....................................................................................................12

2.1. LOCALIZAÇÃO DO TERRENO ................................................................................ 12

2.2. ARMAZÉM DE APOIO ............................................................................................... 12

2.3. ESTUFA .......................................................................................................................... 13


2.3.1. SISTEMA SEMI-HIDROPÓNICO ........................................................................................ 14

3. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DA CULTURA EM ESTUFA .....................16

3.1. CALENDÁRIO DE PRODUÇÃO ................................................................................ 16

3.2. TRANSPLANTAÇÃO ................................................................................................... 17

3.3. TUTORAGEM E DESFOLHA .................................................................................... 18

3.4. POLINIZAÇÃO ............................................................................................................. 19

3.5. FERTIRREGA ............................................................................................................... 19

3.6. TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS..................................................................... 20

3.7. COLHEITA E TRANSPORTE .................................................................................... 21

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4. ANÁLISE ECONÓMICA .........................................................................................22

4.1. QUADRO DE RECEITAS .......................................................................................... 24

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................25

6. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................26

ANEXOS .........................................................................................................................27

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INDÍCE DE FIGURAS

Figura 1 - Imagem do terreno obtida por satélite. ..........................................................12

Figura 2 - Exemplificação da disposição da estufa (m)..................................................13

Figura 3 - Esquema do sistema de irrigação por cada saco de fibra de coco. ................15

Figura 4 - Calendário de plantação e colheita. P-Plantação; C-colheita ........................16

Figura 5 - A – Tabuleiro de tomateiros enxertados; B - Tabuleiro de tomateiros simples.

.........................................................................................................................................17

Figura 6 - Distância das nossas instalações à organização de produtores ......................21

INDÍCE DE TABELAS

Tabela 1 - Características inerentes a cada campanha. ...................................................17

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo a apresentação de um projeto agrícola e o que


envolve a sua realização no âmbito da unidade curricular Projeto em Engenharia
Agronómica. A zona da Póvoa de Varzim é reconhecida pela sua produção de produtos
hortícolas, dos quais se destaca o tomate para consumo em fresco. Dada a forte
dinamização deste setor na região e a consequente existência de organizações de
produtores e estabelecimentos de venda de fitofármacos nas proximidades, esta região
apresenta-se como uma oportunidade interessante para a instalação de uma estufa de
produção de tomate para consumo em fresco. Esta cultura tem uma expressão
significativa, não só a nível nacional, como a nível mundial, pelo que existem vários
canais de escoamento possíveis. Este projeto consistirá na instalação de uma estufa com
plástico duplo e pé-direito de quatro metros de forma a permitir uma menor amplitude
térmica que garanta condições para produção ao longo de todo o ano. Serão usadas plantas
enxertadas durante a época de outono-inverno (apresentam maior vigor) e plantas simples
em épocas de primavera/verão. Com a plantação de 36 600 plantas anualmente nos 1,5 ha
de estufa, estima-se um lucro anual de 140 400 €. O investimento inicial de 441 255 €
será totalmente amortizado no espaço de 6 anos contando com o apoio PDR2020 (Ação
3.1 Jovem Agricultor). Procura-se que este projeto se destaque pela alta produtividade e
qualidade, com recurso a técnicas de produção sustentáveis, nomeadamente proteção
integrada e reaproveitamento da água de rega. Este projeto dividir-se-á numa parte
introdutória onde serão discutidos aspetos importantes relativos ao tomate e à sua
produção em estufa, e uma segunda parte mais prática onde serão discutidas as
instalações, fatores de produção e por fim uma análise económica do projeto.

Palavras-chave: tomate; hidroponia; eficiência; rentabilidade; proteção integrada;

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1. INTRODUÇÃO

1.1. BREVE APRESENTAÇÃO DO PROJETO E DA EMPRESA


Sendo a Póvoa de Varzim indubitavelmente ligada à agricultura, principalmente,
horticultura, escolhemos instalar a nossa empresa nesta região. Daqui vêm bastantes
vantagens como a proximidade de viveiros hortícolas, casas de produtos fitofarmacêuticos
e organizações de produtores. Para além disso, como é localizada perto da cidade do Porto,
a proximidade de mercados abastecedores relevantes a nível nacional também é bastante
vantajosa. Para além destas vantagens, temos também o clima da região que por ser
localizado na zona litoral é tipicamente ameno1 e consequentemente adequado à produção
de hortícolas.
A empresa TomateNatur será resultado de um projeto de dois membros, Ricardo
e Ana Luísa. A empresa pretende instalar uma estufa para produção anual de tomate de
cacho em sistema semi-hidropónico recorrendo a proteção integrada. Desta forma,
pretende-se promover a sustentabilidade do projeto garantindo um produto com qualidade
e com um menor input de químicos. A produção estará ligada à organização de produtores
Hortaibérica (localizada a 2.6 km das nossas estufas). Por razões de maior cotação, o
produto será maioritariamente destinado ao mercado de Espanha. Serão feitas duas
plantações, uma em janeiro e outra em junho de maneira a colher em maio – junho e
setembro - dezembro, respetivamente. Desta forma garante-se escoamento do produto,
aproveitando uma janela de mercado interessante em setembro – outubro para exportação
para Espanha e em maio, mais direcionado ao mercado nacional.
A estufa terá quatro metros de pé-direito com plástico duplo na parte superior
garantindo um melhor controlo ambiental. Porque se irá trabalhar para o mercado de
produtos frescos, a plantação em sistemas hidropónicos garante uma maior
homogeneidade e qualidade dos frutos em todas as plantas. O sistema de rega será em
circuito semifechado, onde irá ocorrer o reaproveitamento da água de rega.
Adicionalmente, serão utilizados métodos de proteção integrada, permitindo um uso
muito baixo de substâncias químicas, contribuindo para uma maior valorização do nosso
produto.

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1.2. MORFOLOGIA DO TOMATEIRO
O tomateiro caracteriza-se por ser uma planta herbácea de porte arbustivo e
perene, tipicamente cultivada como planta anual. A produção ao ar livre está tipicamente
associada ao setor horto-industrial e utiliza cultivares de porte determinado.
Contrariamente, o tomate produzido em estufa tem como objetivo o mercado de
produtos frescos, sendo utilizadas cultivares de porte indeterminado, em que a planta
produz inflorescências durante toda a sua vida. A planta apresenta ramificação simpodial,
em que as inflorescências surgem lateralmente entre as folhas do caule. Cada cacho floral
apresenta cerca de 5 a 12 flores hermafroditas com corola amarela. A polinização é
predominantemente autogâmica, sendo favorecida por abelhões. O peso e forma do fruto
difere significativamente entre variedades, podendo variar entre os 5 e 500 g e ser
arredondada, piriforme, alongada ou outra. O fruto maduro pode apresentar cores entre o
amarelado e o vermelho.

1.3. PRODUÇÃO DO TOMATE EM ESTUFA

1.3.1. SELEÇÃO DA VARIEDADE


Todos os anos são lançadas novas variedades de tomateiro no mercado com maior
produtividade e resistência a diversas doenças e pragas. Dado o contexto hortícola da
Póvoa de Varzim, existem variedades que detêm vantagem sobre outras e que são mais
usadas pelos agricultores locais. A escolha da variedade a produzir deve ter em conta a
adaptação da mesma às condições de produção (estufa, solo, hidroponia, etc.); a sua
aceitação no mercado e a resistência a doenças. Nesta região são produzidas várias
variedades como o tomate de cacho, tomate coração de boi, tomate redondo, tomate cereja
amarelo e vermelho e tomate chucha (Anexo: Quadro 1.)
A variedade que decidimos usar é bigram sw pois possui alto vigor e entrenós
curtos que facilitarão a colheita e a maturação. Esta variedade apresenta bom vingamento
tanto a temperaturas mais baixas como mais altas o que é conveniente para produções
durante o ano inteiro, tal como se pretende neste projeto. Este tomate tem uma cor
vermelha viva e um tamanho médio ou grande de 66 – 81 mm e 81 – 102 mm,
respetivamente. Os frutos têm elevado tempo de prateleira, sendo por isso bem aceite para
exportação, que também será um dos objetivos da empresa. Desta forma, conseguimos
responder à demanda do mercado espanhol no final do mês de julho e durante o mês de
agosto, trabalhando em contra produção com Espanha. Para além de todas estas
vantagens, esta variedade possui também elevada resistência ao vírus do mosaico (tipo 0,

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1 e 2), ao TSWV, Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici (tipo 0 e 1), Verticillium
alboatrum e Verticillium dahliae e é moderadamente resistente a Meloidogyne arenaria,
Meloidogyne incógnita e Meloidogyne javanica 2, sendo todas estas pragas frequentes no
tomateiro.
Durante a época de outono/inverno, iremos utilizar uma segunda plantação da
mesma variedade, mas enxertada em “Emperador RZ” F1. Este é um porta-enxerto muito
vigoroso e com bom desenvolvimento radicular. Comparativamente à planta simples, esta
terá uma maior tolerância ao frio tornando-a ideal para os meses de Inverno.
Adicionalmente, gera uma planta muito equilibrada, sem excesso de folhagem, garantindo
bom arejamento e é essencial para evitar o excesso de humidade associado a estes meses.
Assim, espera-se que produza com qualidade e quantidade até ao final do seu ciclo. É
muito resistente ao Vírus do Mosaico, tipo 0 e 2, ao Fusarium oxysporum f.sp lycopersici,
tipo 0 e 1, ao Fusarium oxysporum f. sp. Radicis-lycopersici, ao Pyrenochaeta
lycopersici, ao Verticillium alboatrum e ao Verticillium dahliae tipo 0. Tem ainda
resistência intermédia a nemátodos, nomeadamente Meloidogyne arenaria, Meloidogyne
incognita e Meloidogyne javanica 3.

Como nota final, caso se justifique, a empresa poderá optar por plantar em
pequenos setores variedades menos comuns, como é o caso do tomate coração de boi, e
que tipicamente apresentam preços por kg mais elevados e detém características
organoléticas superiores. Desta forma poder-se-á colmatar a demanda de alguns nichos
de mercado mais locais.

1.3.2. CULTURA EM SOLO VS. CULTURA EM SUBSTRATO


Na cultura em solo são necessárias mobilizações e desinfeções periódicas que
acarretam custos significativos. Eventualmente, a intensificação cultural leva a que o solo
comece a conferir limitações à produção, pelo que a semi-hidroponia com cultivo em
substrato apresenta-se como uma alternativa interessante.
A plantação em sacos de substrato garante um maior controlo sobre a nutrição da
planta e uma maior homogeneidade dos tomates produzidos, que é particularmente
importante no contexto de produtos frescos. A utilização de um substrato inerte assegura
que a planta apenas consuma os nutrientes que lhe são fornecidos pela fertirrega,
contrariamente ao que aconteceria no solo onde pode haver retenção e lixiviação dos
nutrientes em diferentes ordens. A utilização de um sistema hidropónico com base em
sacos de substrato permite ainda fazer um reaproveitamento da água utilizada na fertirrega

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garantindo uma gestão mais eficiente dos recursos bem como causando um menor
impacto ambiental. Para concretizar esta reutilização apenas é necessário um sistema de
dessalinização para que se possa re-introduzir a água, de novo, no ciclo.
O substrato é determinante na sanidade da cultura e deve ser inerte quanto à
disponibilização de nutrientes, apresentar uma porosidade e capacidade de retenção de
água adaptadas à confortável oxigenação das raízes, ter um pH neutro e oferecer proteção
e suporte à planta. Em relação a outros substratos, como a lã-de-rocha, a fibra de coco
propõe-se como uma alternativa mais ecológica dada a sua origem natural. A fibra de
coco resulta do reaproveitamento dos produtos secundários do processamento do coco e
é composto por microesponjas que absorvem até oito vezes o seu peso em água. Tem
ainda uma alta capacidade de troca catiónica podendo armazenar alguns nutrientes.
Embora comparativamente à lã de rocha, o substrato de fibra de coco apresente menor
arejamento, a produtividade comercial deste último em tomateiro é significativamente
superior. Adicionalmente, o arejamento deste material pode ser melhorado pela adição de
perlite (cerca de 10%).

1.3.3. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS


O desenvolvimento do tomateiro é fortemente influenciado pelas condições
climáticas que o rodeiam. O efeito da temperatura está fortemente relacionado com a
qualidade do desenvolvimento dos frutos, tanto ao nível da cor como da forma.
Temperaturas superiores a 30° C inibem a formação de licopeno, resultando numa cor
menos vermelha e mais alaranjada enquanto que temperaturas superiores a 38-40° C
queimam o fruto. De notar que as temperaturas no interior da estufa podem chegar aos
40° C no Verão promovendo uma fotossíntese negativa. Outro fator muito importante
para a cultura do tomateiro é o termoperiodismo a que está sujeito. O termoperiodismo é
particularmente importante para a migração dos fotoassimilados e para determinar o
início da fase de floração. Em anexo encontra-se o Quadro 2 contendo as temperaturas
adequadas nos diferentes estádios de desenvolvimento do tomateiro, no entanto, estes
valores são gerais e devem ser adaptados à variedade em questão.

1.3.4. NUTRIÇÃO E NECESSIDADES DE REGA


O tomate, como cultura sem solo, pode ter uma menor percentagem de perdas
recorrendo a soluções nutritivas adequadas. Em contraste com as misturas de nutrientes
pré-feitas, a mistura feita pelos produtores permite uma maior flexibilidade nas correções
de nutrientes que permitem uma nutrição mais adaptada às necessidades da planta, estado

9
de desenvolvimento e clima. Este método minimiza desperdícios e bem aplicado, cria a
solução nutricional ideal 4. Sendo o tomate uma cultura bastante utilizada e, por isso,
estudada, foram criadas bastantes soluções nutritivas para a mesma. No Quadro 3 do
Anexo, está exposto um exemplo da composição nutritiva para esta cultura de acordo com
as suas exigências 5.
A água de rega é também um dos fatores mais importantes, sendo que podemos
avaliar a sua qualidade através das suas características físicas (sólidos suspensos),
químicas (pH, sais, dureza e concentrações de sódio e cloro) e microbiológicas (algas,
bactérias e microrganismos). A água utilizada para as regas da cultura será proveniente
de um furo já presente no terreno. O teor inicial de sódio na água pode provocar problemas
de salinidade, interferir na disponibilidade de magnésio e cálcio, causando queimaduras
foliares e depositar-se no substrato. O teor de cloro é também muito importante pois
poderá provocar um aumento da condutividade elétrica da solução no solo/substrato e a
sua acumulação nos tecidos vegetais, em particular, nas folhas 6.
No caso das estufas a água obtida através da precipitação é nula, e no caso de
hidroponia, não há água obtida pelo solo, sendo que a necessidade de rega da cultura em
estufa é equivalente à evapotranspiração da cultura (ETc) que se calcula a partir da
evapotranspiração de uma cultura de referência (ETo) equivalente à evapotranspiração de
um relvado saudável e o coeficiente de cultura (Kc) que quantifica o efeito da espécie
cultural e o seu estado de desenvolvimento. Fernández et al., (2010, 2011) recomenda o
uso da equação de Penman-monteith para o cálculo da ETo dentro de uma estufa de
plástico em condições climáticas mediterrânicas. Para o cálculo das necessidades de rega
do tomateiro devem ser utilizados os coeficientes da cultura 0,2;1,4 e 1,0 consoante a
cultura esteja no seu estado de desenvolvimento inicial, máximo e final, respetivamente.
Os efeitos do deficit hídrico estão dependentes do estado de desenvolvimento da
cultura, sendo que, durante a floração e vingamento dos frutos esta situação causa uma
diminuição do número de frutos. Por outro lado, a falta de água durante o crescimento e
maturação dos frutos leva a uma redução do seu peso e ao aumento do teor de sólidos
solúveis. No entanto, no geral, o stress hídrico moderado ao longo do desenvolvimento
do tomateiro garante maiores produtividades e maiores qualidades organoléticas, muito
apreciadas no mercado.

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1.3.5. CALIBRE E ESTADO DE MATURAÇÃO

O principal fator a ter em conta à colheita é o estado de maturação do tomate e


sendo assim, a cor é um dos fatores mais importantes, tendo sempre em conta que este
parâmetro é variável conforme a variedade. Para além disto, devemos ter sempre presente
as exigências do mercado ou mesmo da organização de produtores na qual estaremos
inseridos. Existem duas formas de classificar o tomate sendo uma delas o uso de uma
escala de cores holandesa (Anexo: Figura A 1). Esta escala é a mais utilizada em Portugal
e Espanha para definir os diferentes de estados de maturação numa sequência de 1 a 12,
sendo o número 1 indicativo de um fruto verde e o número 12 de um fruto totalmente
maduro. Outra forma de classificar o tomate é a calibração, feita frequentemente através
do diâmetro, no entanto esta escala não é aplicável a tomates de cacho10.

1.4. ESTUDO DE MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL DO


TOMATE

A área de produção nacional diminui de 2015 a 2017. No entanto, a produção em


2017 é superior aos anos anteriores, ainda que a superfície explorada seja menor (Anexo:
Quadro 4)11, o que indica que os sistemas de cultivo são cada vez mais eficientes.
Também a exportação é bastante superior à importação, o que mostra que o mercado da
exportação é promissor. Sendo a exportação sempre superior à importação, a balança
comercial do tomate é bastante positiva (Anexo: Quadro 5)12–14.
Comparativamente a outros países produtores de tomate, Portugal tem uma
produção menor pois tem também menor superfície de cultivo. No entanto, a sua
produtividade apenas é superada pela Espanha, Estados Unidos da América e todos estes
largamente ultrapassados pela Holanda. Isto supõe-se que esteja relacionado com o clima
favorável do nosso país e também à tecnologia de produção, que já é bastante avançada
(Anexo: Quadro 6)15.
As cotações variam conforme os anos, mas conseguimos distinguir algumas
alturas com cotações mais elevadas como por exemplo, nos meses de janeiro, fevereiro e
março e mais tarde nos meses de agosto, setembro e novembro (Anexo: Quadro 7)12-14.

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2. INSTALAÇÕES

2.1. LOCALIZAÇÃO DO TERRENO

O terreno será alugado para a realização deste projeto e situa-se em Estela, Póvoa
de Varzim, na zona dos campos de masseiras. Esta localização é vantajosa pois fica
bastante próxima das possíveis organizações de produtores e para além disso, proporciona
um microclima ideal para a produção de hortícolas de grande qualidade física e
organolética. As dimensões do terreno são de dois hectares, sendo que a estufa terá 15000
m2 e o armazém terá 500 m2. Devido a ter já sido utilizado para agricultura anteriormente,
o terreno já possui um poço de onde será extraída a água de rega. A disponibilidade de
água é também favorável à atividade devido à existência de um lençol freático de baixa
profundidade. A oeste do terreno existe uma estrada que facilitará as cargas e descargas.

Figura 1 - Imagem do terreno obtida por satélite.

2.2. ARMAZÉM DE APOIO


O armazém terá uma área total de 500 m2 (50m x 10m), consistindo numa estrutura
em aço galvanizado com revestimento lateral e superior em chapa de policarbonato
branca. Neste irá ser disposto o sistema de controlo, bem como 4 cubas de 1000 L para as
soluções de fertirrega e outra que permita o ajuste de pH da mistura. Parte do espaço será
também destinado ao armazenamento dos fertilizantes e produtos fitossanitários que irão
ser aplicados à cultura. Serão também aqui guardados os utensílios necessários para as
operações culturais, nomeadamente tesouras de poda, fato de aplicador, baldes e outros

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materiais úteis. Haverá também uma casa de banho e uma pequena zona de refeitório para
os trabalhadores.

2.3. ESTUFA
Foi pedido orçamento à empresa AgroLapela para a construção de uma estufa
(Anexo 3.1. “Orçamento da estufa”). A estrutura a implementar é do tipo “Laterais
Retas”, com 4m de pé-direito e 6m de altura ao cume como exemplificado na Figura 2.
A área total de implantação será de 15000 m2, sendo que os tuneis serão orientados de
OE para E.A estufa estará dividida em 8 túneis, com 10m de largura cada um, e
comprimento variável devido à configuração trapezoidal do terreno. Os pilares centrais,
laterais e frontais serão em aço galvanizado chumbado em betão.

Figura 2 - Exemplificação da disposição da estufa (m).

O revestimento lateral e frontal será feito com plástico térmico simples com 200
microhns com durabilidade para 3 anos. Por sua vez, o revestimento superior da estrutura
metálica será em plástico térmico duplo, também de 200 mícron e com durabilidade para
3 anos. O revestimento com plástico duplo consiste em duas camadas de plástico
separadas por uma camada de ar que serve de isolamento, reduzindo significativamente
a transmissão e perda de calor. Para tal serão instalados insufladores capazes de criar uma
espessura entre os plásticos de 10 a 20 cm (Anexo: Figura A 2). A escolha do plástico
duplo deveu-se à sua acrescida capacidade de isolamento. Um dos fatores importantes
que mais diferencia o plástico duplo do plástico simples é o seu coeficiente de perda de
calor sendo que a perda de calor do plástico simples ronda os 6.0-8.0 e o do plástico duplo
ronda os 4.2-6.0 W/m2/K. Menores coeficientes de perda de calor são bastante
importantes no inverno para as temperaturas se manterem elevadas dentro da estufa e
durante o verão, para que as temperaturas não atinjam valores demasiado elevados.
Adicionalmente, a existência de uma camada dupla de plástico reduz significativamente

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a ocorrência de condensação e assim, evita a queda de gotas de água continua em cima
das plântulas, que poderá levar a estragos e maior probabilidade de aparecimento de
fungos. A condensação ocorre quando o ar quente húmido no interior da estufa entra em
contacto com a superfície fria da cobertura. A existência de duas camadas garante que o
plástico se encontre a uma temperatura superior àquela que é o ponto de orvalho, não
ocorrendo condensação.
As estufas terão ainda 8 janelas de abertura zenital a 25% acionadas através de um
motoredutor e duas janelas de arejamento em cada uma das fachadas laterais com rede
mosquiteira. Vão ser também instaladas 4 portas de acesso de correr. O solo da estufa será
coberto na sua totalidade por uma tela anti crescimento de ervas, com exceção de um
corredor central onde será instalado um pavimento liso cimentado para facilitar a
deslocação de equipamentos e carrinhos de transporte.

2.3.1. SISTEMA SEMI-HIDROPÓNICO

Para a elaboração do sistema hidropónico, foi pedido orçamento à empresa


Aguterm (Anexo 3.2 “Orçamento do sistema de rega”) Em cada um dos túneis vão ser
colocadas cinco linhas de produção dispostas longitudinalmente ao longo da estufa, de
forma a obter um compasso de 1,6 m (Figura 2) entre linha e 0,3 m na linha, obtendo um
total de 7320 sacos. Cada uma dessas linhas de produção será composta por uma caleira
que permita a escorrência da solução drenada e um suporte que permita a colocação de
sacos de substrato a cerca de 5 centímetros do solo. Vão ser utilizados sacos de substrato
de fibra de coco (30 Litros), em que vão ser feitos três furos em cima e em baixo de forma
a permitir a plantação de três plantas por saco e a sua respetiva drenagem para a caleira
(Figura 3). Os sacos podem ser reutilizados, no entanto, devem ser renovados ao fim de
5 anos, no máximo. O substrato apresenta um teor de matéria orgânica/matéria seca
superior a 80% (m/m), pH 5,7 e condutividade elétrica inferior a 3,0 mS/m.
A bombagem da água do furo será feita através de um grupo de bombagem de 15
cv com variador de velocidade. A água será filtrada através de um filtro de areia e um
filtro de lamelas de 3”, montados em coluna. Será instalado um controlador ambiental
Priclima CDC7000, com comando individual para cada nave. Este receberá informação
das sondas de temperatura interior e exterior, humidade interior e exterior, sensores de
chuva e anemómetro. Este controlador ambiental estará ligado ao sistema de fertirrigação
Pricontrol CDR 8000, que através de sondas de pH e condutividade elétrica faz a gestão

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da fertirrigação conforme os dados determinados pelo utilizador (Exemplo em Anexo:
Figura A 5). Toda a informação do programa estará disponibilizada, em tempo real, no
smartphone através de um router. O sistema de rega gota-a-gota será composto por
tubagens de 20 mm e gotejadores autocompensantes de 2L/h para cada planta. Serão
inseridos três gotejadores por saco de substrato (21 960 gotejadores no total), o que
corresponde ao maior compasso que será efetuado nesta estufa (Figura 3). Quando forem
utilizados compassos mais alargados alguns destes gotejadores podem ser desligados. Ao
longo das linhas de produção serão instalados pontos de controlo de drenagem que será
medida por um pluviómetro. A solução drenada será recolhida num coletor para que possa
ser reutilizada na rega. Este coletor terá uma lâmpada UV que permite a desinfeção da
água a reutilizar, o que é bastante importante em sistemas de reaproveitamento da água
para que não ocorra transmissão de doenças entre plantas através da água reutilizada.
Neste coletor será adicionado o volume de água doce necessário para perfazer o volume
de solução para a seguinte rega. Esta mistura, após ser filtrada e desinfetada servirá como
base para a adição de novos nutrientes. Contudo, no caso de a solução drenada apresentar
valores de condutividade elétrica demasiado elevados, esta será enviada para uma charca
que servirá para regar culturas que estejam a ser cultivadas no exterior das estufas. Desta
forma evita-se que a acumulação de sais não consumidos nos vários ciclos de rega leve a
condutividades elétricas excessivas que interfiram com a absorção de nutrientes das
plantas. A recirculação das águas permite uma gestão de recursos mais eficiente que leva
a uma redução dos gastos e torna a exploração mais sustentável ao nível ambiental,
principalmente por se tratar de uma zona vulnerável à acumulação de nitratos no solo.

Figura 3 - Esquema do sistema de irrigação por cada saco de fibra de coco. À direita foto de um saco de substrato com
tomateiro e gotejador auto-compensante.

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3. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DA CULTURA EM ESTUFA

3.1. CALENDÁRIO DE PRODUÇÃO

O objetivo desta exploração será ser especializada na produção de tomate e por


isso, foi tomada a decisão de produzir ao longo de todo o ano com uma campanha de
verão e outra de Inverno. Para tal serão feitas duas plantações, como pode ser visto na
Figura 4.

Figura 4 - Calendário de plantação e colheita. P-Plantação; C-colheita

A escolha das plantas simples e enxertadas prende-se com o facto de serem


plantadas em alturas com temperaturas bastante diferentes, sendo que a primeira
campanha é produzida na Primavera-Verão e a segunda no Outono-Inverno. Com a
primeira campanha pretendemos frutificação precoce para garantir preços de mercado
mais atrativos, sendo escolhidas plantas simples. Na segunda campanha as baixas
temperaturas e baixos níveis de radiação solar sugerem a utilização de plantas mais
vigorosas capazes de estender a sua produção de setembro até finais de dezembro, onde
os preços são mais atrativos. Desta forma, optou-se por plantas enxertadas cujo vigor é
significativamente superior, sendo possível a sua condução em três hastes recorrendo
também a compassos mais alargados. Compassos mais alargados garantem uma maior
capacidade de absorção da radiação solar, fazendo face à baixa radiação nos meses de
Inverno. Desta forma, durante os meses de inverno, principalmente setembro e dezembro,
a produção será bastante mais lucrativa por haver pouca disponibilidade de tomate no
mercado, como se pode observar nas cotações correspondentes a estes meses na Figura
4. Na Tabela 1 estão resumidas as características mais importantes para cada campanha.

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Tabela 1 - Características inerentes a cada campanha.

1ª Campanha 2ª Campanha

Tipo de planta Simples Enxertada

Número de hastes 2 3

Plantação janeiro junho

Início da colheita maio setembro

Fim da colheita junho dezembro

Compasso (m) 1,6x0,3 1,6x0,45

3.2. TRANSPLANTAÇÃO

Antes da transplantação é feita uma saturação do substrato com solução a 2,5-3,0


dS.m-1, pH entre 5,5-6,0 e composição nutricional adequada ao estado de
desenvolvimento (Anexo: Quadro 3.). As plantas serão compradas a um viveiro local,
em tabuleiros de 40 e 150 plantas, consoante se trate de plantas enxertadas ou simples,
respetivamente, em pequenos mottes de turfa. Na plantação da primeira campanha
(Janeiro-Junho), serão transplantadas três plantas por saco de substrato, totalizando 21960
plantas na área total das estufas. Na segunda campanha (Junho-Dezembro) são plantadas
apenas duas plantas enxertadas por saco, deixando o orifício central livre e com a estaca
de irrigação desligada, o que perfaz um total de 14 640 plantas. Em resumo, um total de
36 600 plantas são cultivadas anualmente. A transplantação das plântulas é feita
A B

manualmente pelos operadores, sendo apenas necessário transferir a planta do tabuleiro

Figura 5 - A – Tabuleiro de tomateiros enxertados; B - Tabuleiro de tomateiros simples.

17
para a abertura no saco de fibra de coco de maneira a ficar bem apoiada e com um
A
arejamento favorável às raízes.

3.3. TUTORAGEM E DESFOLHA

Na primeira campanha, a cultura não requer cuidados na condução e poda ao longo


das primeiras três semanas após transplantação, devido às baixas temperaturas e níveis de
radiação solar. Consequentemente, esta será a altura em que serão calendarizados alguns
dias de férias dos funcionários. Quando a planta começa a apresentar altura considerável
é necessário o enrolamento das suas duas ramificações principais no fio condutor e a
remoção de todos os rebentos axilares para promover o crescimento vertical da planta.
Até à floração, os funcionários estarão encarregues de garantir que a planta está a ser
conduzida pelo fio condutor, que os seus rebentos axilares são removidos para promover
o seu crescimento vertical e efetuar os tratamentos preventivos necessários. Quando o
tomateiro atinge os 5-7 cachos, de acordo com o vigor que apresenta, o seu meristema
apical deverá ser removido de forma a promover a maturação dos frutos. Adicionalmente,
deverão ser deixados 6 frutos por cacho de maneira a garantir a qualidade desejada por
tomate. Esta monda deverá ser realizada quando os frutos já se encontrarem vingados para
garantir que todas a flores são polinizadas e poder eliminar os frutos mal vingados e/ou
deformados.
A transplantação da segunda campanha ocorre em junho, e por isso espera-se que
esta cultura apresente um rápido desenvolvimento inicial. Nesta campanha são plantados
tomateiros enxertados, de onde se devem deixar desenvolver três ramificações principais.
Dadas as baixas temperaturas e humidades relativas mais elevadas associadas ao clima
Outono-Inverno que poderão diminuir a capacidade de produção do tomateiro, deverá
evitar-se o excesso de vigor vegetativo destas plantas. Desta forma, garante-se um
prolongamento da produção ao longo do Inverno para garantir preços mais atrativos. O
meristema apical dos tomateiros só deverá ser removido após o desenvolvimento do 8-
10º cacho.
A desfolha é realizada de modo a retirar folhas que não são fotossinteticamente
ativas e desta forma, promover o arejamento, receção da luz e assim, antecipar a apanha.
A intensidade de desfolha está muito dependente do vigor da planta e da altura do ano.
No verão, deverão ser realizadas desfolhas menos intensas, com atenção ao risco de
queimadura das folhas e frutos. No inverno, já podemos recorrer a desfolhas mais intensas

18
para promover a maturação dos frutos, tendo cuidado para não eliminar folhas
fotossinteticamente ativas. Nunca deverá ser retirada mais de 15 a 20% da folhagem
evitando alturas com altas humidades relativas para prevenir a entrada de fungos.

3.4. POLINIZAÇÃO

A polinização será feita por abelhões. Serão colocadas 15 colmeias em toda a estufa
(1 colmeia a cada 1000 m2). Serão utilizadas caixas Natupol (Koppert) que contém
abelhões Bombus terrestris. As colmeias serão dispostas equitativamente ao longo dos
corredores principais, em plataformas horizontais planas de forma a evitar o vazamento
da solução açucarada que serve de alimento às abelhas. As colmeias deverão ser colocadas
a 20-60 cm do solo para que haja o máximo ensombramento da caixa pela cultura, sendo
que o excesso de radiação pode levar à morte da colmeia. Durante o Inverno, devemos
garantir que são expostas à primeira radiação solar do dia, mantendo-as à altura da cultura.
A abertura das caixas só deverá ser feita após quinze minutos da sua colocação para
permitir que os abelhões recuperem do stress previamente induzido. A temperatura ideal
para a ação dos abelhões corresponde ao intervalo entre 15 e 25° C. As colmeias mantêm-
16
se ativas entre 6-10 semanas . Estima-se que serão utilizadas por ano entre 30-45
colmeias.

3.5. FERTIRREGA

Os consumos de água pela planta acompanham a sua transpiração e por isso


geralmente a necessidade de rega deverá ser máxima a meio do dia, e menor ao amanhecer
e entardecer. No desenvolvimento inicial da planta deverá ser induzido um pequeno stress
hídrico para promover o desenvolvimento radicular. À medida que a planta se desenvolve
a frequência de regas deverá aumentar. De um modo geral, a rega deve ser iniciada
algumas horas após o nascer-do-sol e sempre que a radiação instantânea ultrapasse os 200
W/m2. A rega deverá cessar algumas horas antes do pôr-do-sol para baixar a humidade
relativa durante a noite evitando o excesso de contacto da raiz com água.
Embora não existam regras absolutas, existem alguns valores de referência que
devem ser tidos em conta. No Verão deverá ser drenada 30% da solução aplicada às
plantas enquanto no Inverno este valor deve rondar os 50% 17. Quanto maior a temperatura
e radiação diárias, maior deverá ser o número de regas. É ainda importante que se faça
uma observação diária das plantas e do próprio substrato para que possam ser feitos os
ajustes necessários ao programa da rega. Se o substrato apresentar cristalização de sais à

19
superfície, isto indica que a rega é insuficiente. Caso isto só ocorra em alguns sacos de
substrato deverá ser feita uma inspeção às estacas de irrigação para verificar se estão
entupidas.
Os nutrientes serão adicionados à água da rega através da incorporação dos
mesmos com a água nas diferentes cubas. Nas quatro cubas serão adicionados cálcio e
ferro; Potássio; Fósforo; Sulfato de magnésio e micronutrientes, respetivamente (Anexo:
Figura A 3, 4, 5). Após a mistura destas soluções poderá haver ajuste de pH. Como
valores base, serão tidos em conta os descritos no Quadro 3 (Anexo), no entanto, estes
deverão ser alterados consoante as condições climáticas, a observação das plantas
(carências) e o seu estado do ciclo vegetativo. Alguns fatores críticos deverão ser tidos
em conta, nomeadamente aumentar concentração de cálcio quando estamos perante
situações de elevada evapotranspiração; manter concentrações de cálcio ligeiramente
superiores à do potássio; baixar a concentração de potássio caso a água apresente um teor
em sódio elevado; evitar uma baixa concentração em boro pois pode levar a que a planta
se parta durante a tutoragem devido a topos quebradiços, podendo causar também a queda
dos frutos17. Se todas as condições estiverem ótimas e em equilíbrio, a planta reage bem
à passagem de 2,5 para 4dS/m da solução nutritiva na fase de maturação dos frutos,
mantendo a produtividade potencial e consequentemente uma boa qualidade dos frutos
com teores elevados de açúcares, licopenos, carotenoides em geral18.

3.6. TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS

Os tratamentos fitossanitários estarão fortemente relacionados com o estado da


cultura in vivo e por isso é difícil prever quantidades exatas que deverão ser aplicadas.
Sendo que vão ser utilizados insetos auxiliares na cultura, a aplicação de fitofármacos
será apenas feita como último recurso e os tratamentos a realizar terão maioritariamente
ação preventiva. Adicionalmente, pretende-se que os pesticidas químicos sejam
minimizados ao máximo, de forma a contribuir para a sustentabilidade e segurança
alimentar do nosso produto. A aplicação de eventuais tratamentos será feita com recurso
a pulverizador elétrico que é manobrado por um operador. Esta operação consiste em
empurrar o pulverizador ao longo das entrelinhas (Anexo: Figura A 6) Deverão ser feitas
inspeções visuais das plantas diariamente para verificar sintomas de pragas e doenças.
Nos Quadros 8 e 9 (Anexo) são apresentados alguns dos tratamentos disponíveis para os
fungos e pragas mais frequentes na zona da Póvoa de Varzim. Para promover a

20
manutenção da cultura em proteção integrada são utilizados insetos entomófagos (insetos
auxiliares) que trarão vantagens no combate a pragas. Para não haver a necessidade de
fazer largadas, pelo menos mais que uma vez por ano, será plantada nas laterais Lobolaria
maritima, de maneira a servirem de abrigo a estes insetos, permitindo a sua reprodução.

3.7. COLHEITA E TRANSPORTE

Por ser um fruto climatérico, o tomate é altamente perecível após colhido. Esta é
uma das principais causas apontadas para as perdas de produto na distribuição, agravada
pelo facto da escassez de mão-de-obra disponível, pois a apanha não é feita no momento
ideal, diminuindo o tempo de prateleira e as qualidades organoléticas do tomate. O estado
de maturação do tomate na altura da colheita deve ser tido em conta, sendo que diferentes
estados de maturação correspondem a diferentes valores nutricionais e tempos de
prateleira. Como referido anteriormente, os tomates serão colhidos no ponto 6-7 da escala
de cores holandesa (Anexo: Figura A 1).
Toda a produção terá como destino uma organização de produtores localizada a
cerca de 2,6 km da estufa, denominada HortaIbérica. As caixas para a colheita são
fornecidas pela própria organização e têm uma dimensão de 40x30x10 cm. Em cada caixa
serão colocados 6 cachos com 6 tomates cada. O transporte das caixas será feito por uma
carrinha adquirida pela empresa.

Figura 6 - Distância das nossas instalações à organização de produtores

21
4. ANÁLISE ECONÓMICA

De forma a avaliar a viabilidade do projeto foi elaborado um quadro onde são


descritos todos os investimentos iniciais feitos na estufa, as despesas relativas aos
equipamentos e materiais adquiridos e a estimativa dos rendimentos que serão obtidos
num período de quinze anos (Tópico 4.1 “Quadro de receitas”). O ano zero corresponde
ao período inicial em que ocorrerá a preparação do terreno e a construção do armazém,
da estufa e respetiva instalação do sistema de rega, perfazendo um total de 441 255 €. Por
se tratar de uma primeira instalação agrícola, determos 25% no capital social e termos um
investimento na exploração superior a 25 000 € e inferior a 3 000 000 € foi também
simulado o apoio PDR2020 (Ação 3.1 - Jovem Agricultor), sendo que consideramos este
projeto elegível a este financiamento. A referir que o custo do aluguer do terreno, neste
caso 1000 € mensais, não é financiado por este fundo. Este projeto tem um investimento
elegível para o apoio de A uma taxa base de apoio de 30% serão adicionados 10% por se
tratar de dois jovens agricultores em primeira instalação. A simulação foi feita através de
um programa Excel disponível online (consulai.com) e o valor estimado de apoio foi 263
977 €. Do ano 1 em diante são considerados os custos anuais relativos ao aluguer do
terreno, mão-de-obra, transportes, instalação e manutenção da cultura e por fim os gastos
energéticos estimados. Para a mão-de-obra, a empresa conta com 2 funcionários a tempo
inteiro mais os responsáveis por este projeto, totalizando quatro funcionários. O salário
bruto será incrementado a todos os trabalhadores em 50 € no ano 4 e no ano 6. O cálculo
para os gastos em transportes foi avaliado com base nas distâncias à Organização de
produtores e Viveirista, sendo as restantes deslocações estimadas (ver folha “Cálculo dos
transportes” do ficheiro Excel em anexo). Os dados relativos à instalação e manutenção
da cultura foram calculados tendo por base o período de utilização dos materiais. De 5
em 5 anos será necessário substituir o revestimento da estufa (22 320 €) e os sacos de
substrato (15 372). Todos os restantes gastos energéticos foram estimados e baseados em
inquéritos a produtores e fornecedores locais de fitofármacos da zona da Póvoa de
Varzim. Os custos médios anuais estimados foram aproximadamente 112 000 €.

Partindo de valores obtidos por outros agricultores com estruturas semelhantes,


estimámos uma produção de 180 toneladas por hectare. Tendo em conta o preço médio
de 0,52 €/kg apontado pelo diretor da organização de produtores HortaIbérica, estima-se
um lucro total anual de 140 400 €. De acordo com Quadro de Receitas podemos observar

22
que os primeiros 5 anos (incluindo ano zero) correspondem ao período de recuperação de
investimento, em que o lucro obtido ainda não amortiza a totalidade do investimento
inicial. No entanto, no ano 5 (sexto ano), para além da liquidação total da dívida, já é
obtido um lucro de aproximadamente 8367 €.

23
4.1. QUADRO DE RECEITAS
Receitas Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15
Terreno (1000 € x 12) -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000
Estufa1 -270000 -22320 -22320
Instalações

Armazém1 -22500
Sistema de rega2 -95018
Tela anti-crescimento de ervas (15000 m2) 3 -5400
Sub-total -404918 -12000 -12000 -12000 -12000 -12000 -34320 -12000 -12000 -12000 -12000 -34320 -12000 -12000 -12000 -12000

Combustível 7 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289 -170.289
Transportes

Seguro + Manutenção7 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500 -500

Carrinha de transporte (1) 7 -16300

Sub-total
-16300 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289 -670.289
pulverizador (1 un.) 3 -1300
porta-paletes (1 un.) 3 -294
tesouras de poda (5 un.) 3 -75
fato de aplicador (2 un.) 3 -66
Material

máscara de aplicador (2 un.) 3 -390


saco de substrato (7320 un.) 3 -15372 -15372 -15372
fio de nylon (240 000 m) 3 -2540
clippers (10000 un.) 3 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336 -336
Sub-total -20037 -336 -336 -336 -336 -336 -15708 -336 -336 -336 -336 -15708 -336 -336 -336 -336
plantas enxertadas (14720 un.) 4 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025 -11025
plantas simples (22040 un.) 4 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380 -6380
Produção

fertilizantes3 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000 -2000
tratamentos fitossanitários 3 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000 -3000
colmeias (30) 3 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014 -1014
Sub-total 0 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419 -23419
2 Colaboradores
salário base -21000 -21000 -21000 -22400 -22400 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800 -23800
segurança social -4987.36 -4987.36 -4987.36 -5320 -5320 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64 -5652.64
total seguro (90€/ano) -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180
Recursos energéticos Mão-de-obra

subsídio de alimentação (104,94 € x 11) -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68
2 Responsáveis
salário base -25200 -25200 -25200 -26600 -26600 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000 -28000
segurança social -5985 -5985 -5985 -6317.36 -6317.36 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650 -6650
total seguro (90€/ano) -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180 -180
subsídio de alimentação (104,94 € x 11) -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68 -2308.68
Sub-total 0 -62149.7 -62149.7 -62149.7 -65614.7 -65614.7 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080 -69080
Eletricidade 5 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300 -3300
Água5 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10
Sub-total 0 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310 -3310
Despesas totais -441255 -101885 -101885 -101885 -105350 -105350 -146507 -108815 -108815 -108815 -108815 -146507 -108815 -108815 -108815 -108815
Apoio PDR20206 263977
Rendimento 140400 140400 140400 140400 140400 140400 140400 140400 140400 140400 140401 140402 140403 140404 140405

Saldo -177278 -138763 -100248 -61733 -26683 8366.957 2259.668 33844.38 65429.09 97013.8 128598.5 122492.2 154078.9 185666.6 217255.4 248845.1
5. CONCLUSÃO

Este projeto enquadra-se no contexto de produção agrícola da Póvoa de Varzim,


beneficiando da proximidade de organizações de produtores, viveiristas e revendedores
de fitofármacos, fertilizantes e outros materiais para a cultura. Este enquadramento
geográfico permite uma maior comunicação entre os produtores locais permitindo uma
maior entreajuda e partilha de conhecimento. Devido à procura pelos consumidores de
produtos saudáveis e sustentáveis, estes foram fatores que foram tidos em conta na
elaboração deste projeto, nomeadamente o uso de sistema semi-hidropónico, que garante
altas produções e uniformidade do produto, bem como uma estratégia de proteção
integrada para que se obtenham produtos com pouco recurso a químicos. A empresa conta
com os dois responsáveis pelo projeto mais dois colaboradores a tempo inteiro. Vai ser
produzido tomate de cacho em duas campanhas anuais, com uma produção estimada de
180 toneladas por ano. A produção ao longo de todo o ano é permitida pelo uso de uma
estufa de revestimento duplo e pé-direito alto que permite um maior controlo da
temperatura na altura do Inverno. O tomate terá como principal canal de escoamento a
exportação para Espanha, aproveitando janelas de mercado em que este país baixa a sua
produção. Do ponto de vista económico, o investimento mostra-se rentável,
nomeadamente ao fim dos primeiros seis anos.

25
6. BIBLIOGRAFIA

1. Climate Data. Available at: https://pt.climate-data.org/europa/portugal/povoa-


devarzim/povoa-de-varzim-7075/.
2. Fitó. No Title. (2019). Available at: http://www.semillasfito.es/es/index.htm.
3. Zwaan, R. No Title. (2019). Available at: https://www.rijkzwaan.pt/encontre-
suavariedade/porta-enxerto/emperador-rz.
4. EcoCenter. No Title. (2018). Available at:
http://www.ecocenter.pt/hidroponia/substratos.html.
5. Hochmuth, G. J. & Hochmuth, R. C. Nutrient Solution Formulation for Hydroponic
(Perlite, Rockwool, NFT) Tomatoes in Florida. UF/IFAS Ext. HS796 1–11 (2015).
6. Ferreira, V. S. Avaliação das condições climáticas em dois tipos de estufa e sua influência
na produtividade e nos custos de produção do tomate, na região do Oeste. (2017).
7. Fernández, M. D. et al. Measurement and estimation of plastic greenhouse reference
evapotranspiration in Mediterranean climate. Irrig. Sci. 28, 497 (2010).
8. Fernández, M. D. et al. Erratum to: Measurement and estimation of plastic greenhouse
reference evapotranspiration in a Mediterranean climate. Irrig. Sci. 29, 91–92 (2011).
9. Pimenta, E. M. M. O. Apoio técnico à produção hortícola. (2015).
10. REGULAMENTO (CE) N.o 790/2000 DA COMISSÃO de 14 de Abril de 2000.
11. INE. (2017).
12. Informação de mercados – Produtos Vegetais GPP. (2015).
13. Informação de mercados – Produtos Vegetais GPP. (2016).
14. Informação de mercados – Produtos Vegetais GPP. (2017).
15. FAOSTAT. (2017). Available at: http://www.fao.org/faostat/en/#data.
16. Hochmuth, G. J. & Hochmuth, R. C. Production of Greenhouse Tomatoes. in Florida
Greenhouse Vegetable Production Handbook 3, 1–18 (2018).
17. Almeida, D. Manual de culturas hortícolas, Vol II. (2014).
18. Rosa, A. J. G. Fertirrega em Horticultura. (2009).

26
ANEXOS
1. QUADROS

Quadro 1 – Variedades de tomate mais produzidas em Póvoa de Varzim.

Tomate de cacho

Tomate coração de boi

Tomate redondo

Tomate cereja

Tomate chucha

Quadro 2 – Temperaturas ótimas para as diferentes fases de desenvolvimento do


tomate.
Parâmetro Temperatura (C)

Danos pelo frio 6

Crescimento ótimo da raiz 15 – 19

Vegetação

Mínima 8 – 12

22 – 25 (dia)
Ótima
15 – 18 (noite)
Máxima 32

Floração 21

Vingamento dos frutos 18 - 24

Mínima 10

Ótima 18 – 24

Máxima 32

Maturação dos frutos 15 – 22

Fonte: Almeida (2014).

Quadro 3 – Solução nutritiva para a cultivar do tomate em cada estado de


desenvolvimento (mg.L-1)17.
Até 1º 1º - 2º 2º - 3º 3º - 5º Depois do 5º
cacho cacho cacho cacho cacho

N 70 80 100 120 150

P 50 50 50 50 50

K 120 120 150 150 150

Ca 150 150 150 150 150

Mg 40 40 40 50 50

S 50 50 50 60 60

Fe 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8

Cu 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Mn 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8

Zn 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3

B 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7

Mo 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05


Fonte: Almeida (2014).
Quadro 4 – Tomate - Superfície cultivada e respetiva produtividade em Portugal.

Superfície Produção

Cultura 2015 2016 2017 2015 2016 2017

ha t

Tomate
1 447 1 375 1 323 96 635 95 462 97 205
fresco

Fonte: Estatísticas agrícolas INE (2017)11.

Quadro 5 - Quantidade de tomate importado e exportado e respetivo balanço comercial.

Volume (t) Valor (1 000 EUR) Saldo


comercial
Produto Ano
Importação Exportação Importação Exportação (1 000
EUR)

44 222,9 126 419,0 30 575,2 44 475,0 13 899,8 2016


Tomate
36 887, 5 170 330,4 26 169 49 223 23 054 2015
Fresco
33 645,1 104 440,0 23 676 26 790 3 113 2013

Fonte: Informação de mercados – Produtos Vegetais GPP (2017, 2016, 2015)12-14.

Quadro 6 – Área de tomate por país e respetiva produção.


Países Área (em) Produção (t) Produtividade (t/em)

Principais países produtores de tomate

China 1 033 276 59 626 900 57,71

EUA 126 070 10 910 990 86,55

Turquia 187 070 12 750 000 68,16

Índia 797 000 20 708 000 25,98


Egito 182 444 7 297 108 40,00

Itália 99 750 6 015 868 60,31

Espanha 60 852 5 163 466 84,85

Brasil 61 534 4 230 150 68,74

Holanda 1 790 910 000 508,38

Portugal 1 323 97 205 73,47

Fonte: FAOSTAT (http://www.fao.org/faostat/em/#data). Valores para o ano de 201715.

Quadro 7 – Cotações mais frequentes do tomate de cacho.


EUR/Kg

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2013 0,80 0,80 0,80 0,80 0,82 0,70 0,70 0,70 0,70 0,60 0,60 0,68

2015 0,92 0,80 0,68 0,75 0,75 0,53 0,34 0,70 1,30 1,01 0,36 0,57

2016 0,53 0,64 0,73 0,73 0,62 0,41 0,63 0,74 0,84 0,69 0,57 0,89

Fonte: Informação de mercados – Produtos Vegetais GPP (2017, 2016, 2015)12-14.

Quadro 8 – Fungos mais frequentes na região da Póvoa de Varzim e respetivos


tratamentos e custos.
Dose / Custo
Fungos Produto Comercial
hectare médio

147,65 € /
Serenade Max 4 Kg/ha
5Kg
Podridão Cinzenta
1,5
Scala * 37,5 € / L
L/ha

Cuperden 2 L/ha 55 € / 5L
Cladosporiose 89,80€ /
Advance 5L/ha
5L

Fusariose vascular Mycoshell 1 Kg/ha 74€ / 1Kg


(Terão de ser efetuadas largadas de
50% da população inicial todos os
meses)

2,5
Míldio F-ret 17,10/L
L/ha

F-ret

(Terão de ser efetuadas largadas de 29 € / 500


Suberose radicular 3 Kg/ha
50% da população inicial todos os gr
meses)

F-ret
Pythium spp. / Fusarium spp. /
(Terão de ser efetuadas largadas de 29 € / 500
Rhizoctonia spp. / Phytophthora 3 Kg/ha
50% da população inicial todos os gr
spp.
meses)

2,5
Scala* 37,5 / L
L/ha
Podridão Branca
4 Kg / 147,65 € /
Serenade Max
ha 5L

Fonte: vendedor de fitofármacos da zona da Póvoa de Varzim.


*Substância química utilizada em último recurso

Quadro 9 – Pragas mais frequentes na região da Póvoa de Varzim e respetivos


tratamentos e custos.
Pragas Produto comercial Dose / hectare Custo médio

Ácaro do bronzeado Oberon 500 mL / ha 93,30 € / 500 mL

Afídios Teppeki* 140 gr / ha 33 € / 140 gr

Lagarta do fruto Belthirul 1 Kg / ha 25 € / Kg

Nesibug 2 individuos/m2 33,5/500 mL


Larva mineira
Spintor** 250 mL / ha 230 € / 500 mL

Mosca branca Nesibug 2 individuos/m2 33,5/500 mL

Tripes Mycotal 1,2Kg 39,5/150 gr

Tuta Nesibug 2 individuos/m2 33,5/500 mL

Fonte: vendedor de fitofármacos da zona da Póvoa de Varzim.


*Químico seletivo, utilização em último recurso
**Substância química utilizada em último recurso
2. FIGURAS

Figura A 1 – Escala de cores holandesa. Figura A 2 – Insuflador

Figura A 3 – Cubas e sistema de fertirrega Figura A 4 – Cubas para a mistura dos


fertilizantes

Figura A 5 – Imagem representativa de uma


central de controlo do sistema de fertirrega Figura A 6 – Pulverizador
3. ORÇAMENTOS
3.1. ORÇAMENTO DA ESTUFA
3.2. ORÇAMENTO DO SISTEMA DE REGA

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