Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ensino Religioso Vol 04 4º Ano
Ensino Religioso Vol 04 4º Ano
GISELE MAZZAROLLO
SONIA DE ITOZ
LIVRO DO PROFESSOR
volume
4
IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Escola:
Turma:
EMERGÊNCIA
Responsável:
Telefone:
PROGRAMAÇÃO DE ATIVIDADES
AULA 1
AULA 2
AULA 3
AULA 4
AULA 5
AULA 6
CLAUDIA REGINA KLUCK
GISELE MAZZAROLLO
SONIA DE ITOZ
VOLUME 4
LIVRO DO PROFESSOR
1a. edição
Curitiba - 2019
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria
Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
CDD 370
Capa Doma.ag
Todos os direitos reservados à
Editora Piá Ltda.
Imagens: ©Shutterstock
Rua Senador Accioly Filho, Projeto Gráfico Evandro Pissaia
431 81310-000 – Curitiba – PR
Site: www.editorapia.com.br Imagens: ©Shutterstock/
Fale com a gente: 0800 41 3435 KanokpolTokumhnerd/Zaie
Ícones: Patrícia Tiyemi
Impressão e acabamento
Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Edição de Arte e Editoração Debora Scarante e Evandro Pissaia
Rua Senador Accioly Filho,
500 81310-000 – Curitiba – PR Pesquisa iconográfica Junior Guilherme Madalosso
E-mail: posigraf@positivo.com.br
Impresso no Brasil Ilustrações Dayane Raven e Danilo Dourado Santos
2020
Engenharia de Produto Solange Szabelski Druszcz
Sumário
RITOS PARA CADA MOMENTO6
Capítulo 1
Cada um tem os seus ritos8 Nascimento e iniciação religiosa12
Casamento: dois que se tornam um17
Capítulo ENCONTRANDO O
SAGRADO NA ARTE 46
3
Os mistérios da vida e da morte nas culturas 50
A arte e as religiões 58
A dança e o sagrado 61
Capítulo
DESCOBRINDO A DIVINDADE 64
4
O que é transcendência? 67
Deus uno-trino 74
Deus no plural 76
MEUS
AMIGOS
Neste ano escolar, os personagens do seu
livro contarão um pouco mais sobre as
religiões a que pertencem. Também vão falar a
respeito de alguns ritos religiosos e do que
acreditam que acontece após a morte, além de
mostrar a presença do sagrado na arte.
Dayane Raven. 2016.
Digital.
1 Orientações para a abordagem do Ensino Religioso.
PAI.
SOU DULCE E ESTE
É TECO, MEU
CÃO-
-GUIA. SOU CATÓLICA
E, QUANDO VOU À
IGREJA, REZO
SEMPRE PARA DEUS,
A QUEM
CHAMOCHAMO DE
COM MINHA MÃE
MEU NOME É E NOS FINS DE SEMANA VISITO MEU
ESTELA, QUE PAI. QUANDO ELES SE SEPARARAM,
SIGNIFICA DECIDIRAM QUE EU MUDARIA DE
ESTRELA. MORO ESCOLA. SEI QUE AQUI VOU APRENDER
MUITO E FAZER NOVOS AMIGOS!
RITOS PARA
CADA MOMENTO
6
2 Orientações para a abordagem do capítulo.
©Shutterstock/ChameleonsEye
©Shutterstock/Rawpixel.com
©Shutterstock/Wavebreakmedia
2.
Converse com os colegas sobre este assunto: Quais gestos as crianças precisam repetir para realizar
as brincadeiras que aparecem nas imagens observadas?
Em nosso dia a dia, repetimos ações ligadas a certos hábitos e regras, como escovar os dentes
pela manhã, após as refeições e antes de dormir, ou levantar a mão e esperar a vez de falar, entre
outras. Também usamos gestos, palavras e atitudes para expressar sentimentos, desejos, crenças
e assim por diante. Por exemplo, quando gostamos muito de uma pessoa, repetimos alguns
gestos ou palavras para expressar o que sentimos, como abraçá-la, dizer ou escrever bilhetes com
palavras de afeto, entre outros. Esses gestos simbolizam nosso sentimento.
Quando um indivíduo ou um grupo repete gestos simbólicos de acordo com regras, em
cer- tas ocasiões, esses atos são considerados ritos. Assim, encontramos ritos em diversas
situações do dia a dia e também em situações especiais, religiosas ou não, como os momentos
8 de celebração.
1. Observe a seguir a descrição de alguns momentos que fazem parte da vida humana. Eles es
cionados a diferentes celebrações, religiosas ou não religiosas.
A visita de um parente que há muito tempo não se via.A morte de alguém especial.
Recebê-lo é uma grande alegria e um motivo de festa! Momento triste, que pede a união de familiares e amigo
Um casamento. Um nascimento.
A família toda se prepara para a festa. É muita alegria e diversão!
Que alegria! É hora de festejar a chegada de um novo membro na
b) um ritual que sua família realiza para comemorar ou celebrar esse momento.
9
RITOS RELIGIOSOS 6
Orientações para abordagem do tema.
Os ritos ocorrem em diversas situações e também estão presentes nas religiões. Cada
religião tem os próprios ritos relacionados com as regras que seus seguidores devem respeitar: no
dia a dia, quando se encontram, em momentos de estudo, nas cerimônias ou nas festividades e
assim por diante.
©Shutterstock/George Muresan
©Pulsar Imagens/Ismar Ingber
©Shutterstock/gnomeandi
Igrejas
Igreja
Rito Islamismo Judaísmo
Católica
Evangélicas/ Umbanda
Protestantes
Escolha do nome X X
Batismo X X X
Apresentação do X X X
bebê X
b) Quais são as religiões em que o primeiro rito é a apresentação do bebê à comunidade religiosa?
11
CAPÍTULO 1 | RITOS PARA CADA MOMENTO
NASCIMENTO E INICIAÇÃO RELIGIOSA
8 Orientações para a abordagem do tema.
Vimos que, em algumas religiões, a iniciação das crianças à religião acontece por meio do
batismo e, em outras, por meio de uma apresentação à comunidade religiosa. A seguir, vamos co-
nhecer alguns rituais religiosos realizados nesse momento marcante da vida, que é o nascimento.
©Shutterstock/Angelo Giampiccolo
Igreja Católica é realizado nos pri-
meiros meses de vida do bebê. A
cerimônia acontece na Igreja. Os
padrinhos seguram uma vela e
a criança é batizada na pia
batismal. O padre molha a
cabeça do bebê e unta o peito
dele com óleo. Os padrinhos
devem ajudar a cuidar da vida
religiosa da criança. ! %DWiVPR QD IJUHjD &DWóOiFD
©Shutterstock/Schistra
©Wikimedia Commons/Vatsnews
NO JUDAÍSMO,
TEMOS UMA
INICIAÇÃO À
COMUNIDADE
JUDAICA!
Dayane Raven.
2016. Digital.
1. Se você foi batizado ou apresentado a um espaço religioso, peça a seus familiares que o ajudem a
trazer objetos, fotos e informações dessa cerimônia. Se não participou de uma cerimônia desse tipo,
escolha uma religião e pesquise imagens e informações a respeito dos ritos de iniciação religiosa pre-
vistos para os seguidores dela.
2. Que tal organizar uma exposição sobre os ritos de iniciação religiosa de bebês e crianças? Para isso,
utilize o material reunido na atividade anterior e siga estes passos, com a orientação do professor:
c) Classifique os objetos a serem expostos por meio de um critério. Por exemplo, a ordem
crescen- te de datas das cerimônias ou os tipos de material expostos. Nesse caso, pode haver
uma sessão de fotos, uma de lembranças e outra de roupas utilizadas no dia da cerimônia.
d) Definam o local da exposição e uma forma segura de apresentar os objetos sem que corram o
risco de serem danificados.
f) Durante a organização e a duração do evento, você e sua turma devem estar presentes para
cuidar dos objetos e contar aos visitantes o que aprenderam sobre os ritos de iniciação
3. religiosa.
b) Como foi a experiência de conversar com as pessoas que vieram visitar a exposição?
15
CAPÍTULO 1 | RITOS PARA CADA MOMENTO
11 Orientações para a realização das atividades.
A E É I Í O Ó U B C
D G J L M N S T V
U M B A N D A
C A T Ó L I C A
E V A N G É L I C A S
J U D A Í S M O
e) Religião em que, quando a criança nasce, o pai fala na orelha direita dela as palavras do Adhan.
I S L A M I S M O
Pessoal. Observe a coerência das relações estabelecidas em cada frase de acordo com o que foi estudado.
16
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
CASAMENTO: DOIS ǪUE SE TORNAM UM
O amor faz parte da vida. Esse sentimento está presente nas relações entre as pessoas, nos
textos sagrados das religiões e em outras expressões de diferentes culturas.
Observe, a seguir, um trecho da Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, e de uma música inspirada
nele. Ambos falam sobre o amor, sentimento que pode levar as pessoas à decisão de viverem
juntas.
O amor nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra quando a verdade
triunfa [...].
Monte Castelo
homens
! Convite de casamento
18
©Fotoarena/Alamy
19
CAPÍTULO 1 | RITOS PARA CADA MOMENTO
UMA NOVA 14 Encaminhamento metodológico.
FAMÍLIA
Iniciar uma nova etapa da vida significa assumir novos compromissos, adquirir outros conhe-
cimentos e também ter mais responsabilidades. Mas o que significa o casamento?
Casar-se com alguém representa uma nova etapa da vida e, para começá-la, as pessoas con-
tam com o apoio e a presença da própria família e de outras pessoas que também as amam.
Vamos saber como acontece, em algumas religiões, o rito do casamento.
As noivas, em geral, são foco de grande atenção em uma cerimônia de união ou casamento. O vestido branco é um
traje muito conhecido e utilizado por elas em boa parte do mundo. Entretanto, você sabia que, em algumas religiões, as
noivas usam outros tipos e cores de roupa nessa data especial?
Coreias
©Shutterstock/Gina Smith
Tanto na Coreia do Norte quanto na Coreia do Sul, há muitos
praticantes do Budismo. Nessa religião, as noivas escolhem a cor do vestido
que será usado na cerimônia religiosa.
TUnísia
A religião com mais seguidores na Tunísia é o Islamismo. Para se casar,
a noiva usa dourado no traje, que simboliza a fertilidade, e argolas, que
©Fotoarena/Alamy
representam a riqueza de sua família. Algumas noivas podem ter as mãos
pintadas para a ocasião.
Nigéria
©Wikimedia Commons/Neverdie225
Índia
A religião com mais seguidores na Jndia é o Hinduísmo. A noiva
hinduísta usa um saree para a cerimônia. Esse traje típico deve ser feito de
seda e ter cores fortes.
1. Encontre, no caça-palavras, oito palavras relacionadas com os assuntos que estudamos até aqui.
Q A E I N I C I A Ç A O Q W EP M I R O L E
2. Escolha palavras do caça-palavras para formar quatro frases que mostrem o que você aprendeu de
acordo com o que estudou até aqui. O desafio é não repetir as palavras.
REPETEM) E PODE SER RELIGIOSO OU NÃO. NAS RELIGIÕES, HÁ DIVERSOS RITOS. ESTUDAMOS O RITO DO BATISMO E O D
RELIGIÕES, QUE PODE SER REALIZADO DE DIFERENTES MANEIRAS, DEPENDENDO DA CULTURA.
Dayane Raven.
2016. Digital.
23
CAPÍTULO 1 | RITOS PARA CADA MOMENTO
RITOS PARA
ALÉM DA VIDA
24
1 Orientações para a abordagem do capítulo.
25
2 Orientações para a realização das atividades.
1. Leia o diálogo entre Sikulume, Potira e Abner. Depois, converse com os colegas a respeito do
que eles estão dizendo.
E A LEZA NÃO ESTÁ AQUI PARA VER ESTAS FOTOS. MAS ELA TEVE QUE VIAJAR COM OS PAIS PARA
ESTOU VISITAR
COM MUITAA SAUDADE
AVÓ QUE DA
ESTÁ
LELÊ!
CALMA, POTIRA. ASSIM QUE A AVÓ DELA MELHORAR, ELA VOLTA PARA BRINCAR C
2. Registre uma lembrança de alguém de quem você sente saudades. O registro pode ser feito em forma
de desenho, poema ou relato.
Algum tempo depois do diálogo que você leu na página anterior, aconteceu algo que deixou
nossos amigos muito tristes...
É VERDADE! VAMOS
AGORA, NOSSA AMIGA VAI SENTIR MUITA FALTA DA
MORAR COM O AVÔ EM LELÊ. MAS SEI QUE ELA VAI
OUTRA CIDADE. JÁ FAZER MUITOS AMIGOS NA
ESTOU COM SAUDADES NOVA ESCOLA,
DELA!
E NÓS AINDA
PODEREMOS VAMOS DAR UM
CONVERSAR COM ABRAÇO NELA QUANDO
ELA PELAS REDES ELA VIER PARA A
SOCIAIS. MUDANÇA?
Nascer, viver e morrer são etapas pelas quais os seres vivos precisam passar. Você já pensou
nas etapas da sua vida? Elas são compreendidas de maneiras diferentes, de acordo com a
crença de cada um. Além disso, aquilo em que acreditam influencia as pessoas a tomar decisões e a
fazer escolhas. Quando alguém pratica o bem, pode estar motivado pela sua religião. Por
exemplo, quan- do faz o bem, porque isso agrada a Deus. Portanto, a religião, assim como a
sociedade e a cultura, influencia o modo de vida das pessoas.
27
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA
Algumas pessoas evitam falar sobre a morte. Po- rém, ela faz parte da vida e conversar a respeito
1. Com as orientações do professor, converse com os colegas sobre os sentimentos de vocês em relação
à morte. Lembrem-se de respeitar as falas de todos e os sentimentos de cada um. Você receberá do
professor um papel com o nome de um colega e deverá ouvir com atenção especial o que ele disser.
4 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
2. Escreva a seguir o que você sentiu ao ouvir a fala dos colegas.
3. Escreva um parágrafo sobre o que você e os colegas aprenderam com as atividades anteriores.
Na atividade 1, você recebeu o nome de um colega a fim de ouvi-lo com maior atenção. Agora,
4. escreva a ele uma mensagem de carinho e conforto. Depois, leia a mensagem para o colega e
ouça a que foi escrita para você.
28
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
5 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
Pensando nas etapas da vida, que tal construir um caminho simbólico e colocar diferentes
placas marcando os principais acontecimentos de sua vida?
1. Ilustre o caminho com desenhos e sinalize situações e ações importantes que demonstrem o que você
viveu até aqui. Por exemplo:
AO OBSERVAR UM CAMINHO
SIMBÓLICO, É POSSÍVEL CONHECER UM
POUCO MELHOR AS PESSOAS. NÃO É,
YUREM?
É VERDADE! AO CONHECER AS
SITUAÇÕES PELAS QUAIS AS PESSOAS
PASSARAM, TAMBÉM É POSSÍVEL
AUMENTAR O RESPEITO POR ELAS.
CADA HISTÓRIA DE VIDA É ÚNICA,
Dayane Raven. 2016.
2. Que gesto de respeito podemos fazer para homenagear nossas histórias de vida?
29
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA
CERIMÔNIA FINAL 6 Orientações para a abordagem do tema.
Respeitar a vida é também se lembrar das pessoas que já morreram. Muitas vezes, tal lem-
brança se expressa por meio de gestos e ritos de homenagem a essas pessoas.
As religiões oferecem explicações e sentidos para a vida e ainda para o que acontece depois
da morte. Além disso, apresentam diferentes interpretações e respostas às perguntas:
30
©Wikimedia Commons/
Marie-Lan Nguye ©iStockphoto.com/EdStock
! Cortejo/cerimônia
fúnebre do Judaísmo
! Cortejo/cerimônia fúnebre
de religião africana
©Shutterstock/Thitisan
©iStockphoto.com/sadikgulec
! Urna funerária
indígena
©iStockphoto.com/David_Bokuchava
! Cortejo/cerimônia
fúnebre do Islamismo
©Fotoarena/Album ! Cortejo/cerimônia
fúnebre do Budismo
! Cortejo/cerimônia africana
fúnebre do Cristianismo
31
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA
7 Orientações para a realização das atividades.
MENSAGEM SECRETA
✧ ✦ ▼ ✜ ✪ ✚
DIFERENTES
O QUE DEPOIS
MORTE
EXPLICAM AS RELIGIÕES
FORMAS
ACONTECE DE
DA
32
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
8 Encaminhamento metodológico.
Dayane Raven.
2016. Digital.
jovens.
Os indígenas Bororo acreditam que a alma da pessoa que morre passa a habitar o corpo de
certos animais, como a onça-pintada, a onça-parda ou a jaguatirica.
O enterro é realizado no pátio central da aldeia e o local é regado diariamente, como
uma planta, por dois ou três meses.
Durante esse tempo, realizam-se cantos, danças, caçadas e pescarias com a participação
de todos. Assim, os mais novos da aldeia aprendem as principais tradições de seu povo. Ou
seja, o momento de perda, com a morte de uma pessoa, é aproveitado para promover um
aprendizado sobre o sentido da vida.
33
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA
CERIMÔNIA BUDISTA
©Fotoarena/Alamy
De acordo com o Budismo, Buda Shakyamuni, também conhecido
como Sidarta Gautama, tinha alcançado a libertação (ou iluminação)
aos 35 anos de idade. Faleceu muito tempo depois, aos 80 anos. Conta-
se que sua morte ocorreu assim: Buda estava deitado tranquilamente, entre
duas árvores, com a mão direita sob a cabeça, como um travesseiro. No
momento de sua partida, pétalas de flores brancas caíram sobre ele.
Você sabia?
OR DE LÓTUS PODE SER UTILIZADA NO BUDISMO COMO S NAL DE PERFEIÇÃO. ELA NASCE NO LODO, MAS É BELA E PERF
Dayane Raven. 2016.
Digital.
©Wikimedia Commons/MurielBendel
34
9 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
1. Escolha cinco palavras que se destacam em relação à cerimônia fúnebre do Budismo. Escreva cada
palavra em uma das pétalas da flor de lótus a Sugestão de respostas: Buda, iluminação, cremação,
orações, ancestrais, respeito, rito fúnebre.
seguir.
©Wikimedia Commons/MurielBendel
CERIMÔNIA JUDAICA
No rito fúnebre judaico, a pessoa falecida é lavada com
água, para purificação, e vestida com uma roupa branca especial.
Essa roupa representa a pureza e a simplicidade, evitando que
ricos e pobres usem trajes diferentes nesse momento. Depois,
são feitas orações pedindo a Deus que perdoe a pessoa
falecida se ela tiver algum pecado.
O período de despedida do corpo é breve. Antes de
enter- rar essa pessoa, um familiar faz um discurso em
homenagem a ela. Alguns membros da família podem rasgar
um pedaço de suas roupas em sinal de dor. A cremação é
proibida para os judeus.
CERIMÔNIA MUÇULMANA
No Islamismo, a pessoa falecida é lavada para purificação. O
período de despedida é muito breve. O líder religioso ou um
fa- miliar faz uma leitura do Alcorão e conduz orações. Estas
louvam Allah, pedem a benção do profeta Mohammad e depois
pedem por todos os mortos e pela pessoa falecida, em especial.
Em seguida, a pessoa falecida é levada a um cemitério
is- lâmico para ser enterrada. A cremação não é permitida
para os muçulmanos.
Dayane Raven. 2016.
Digital.
36
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
10 Orientações para a realização das atividades.
1. Descreva um rito fúnebre de que você tenha participado ou que tenha estudado.
Pessoal.
2. Assinale X nas alternativas que correspondem a algo que poderia ser feito para ajudar alguém que
está passando por uma situação de perda e luto.
sofrendo.
( ) Oferecer ajuda aos familiares e aos amigos do falecido apenas durante o rito fúnebre, pois, ao
final dele, a ajuda não é mais necessária.
( X ) Permanecer com a pessoa que está sofrendo, mesmo que em silêncio, em sinal de
falecido, indepen-
dentemente de ser de outra religião.
3. Em sua opinião, quais outras ações poderiam ser realizadas para auxiliar alguém que está
enfrentando a morte de uma pessoa querida?
Pessoal. Espera-se que os alunos identifiquem outras maneiras de auxiliar uma pessoa enlutada, como estando
presente na vida dela, não apenas no dia do ritual fúnebre; disponibilidade para escutá-la falar sobre os sentimentos
dela, etc. Verifique também se os alunos percebem a diferença entre ações que podem ser realizadas por eles e
aquelas que precisam da ajuda de um adulto, como a ajuda financeira, por exemplo.
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA 37
A VIDA CONTINUA 11
Orientações para a abordagem do tema e da chegada da nova personagem.
A turma ainda sente muito a falta da Leza e lembra dela a todo momento, mas há sempre
espaço para uma nova amizade. Vamos dar as boas-vindas à Estela!
EU QUERIA PERGUNTAR
POR QUE VOCÊ ESTÁ EM
SIM. MEUS PAIS UMA CADEIRA DE RODAS.
SIM! VOCÊ SE ACHO QUE MAS SE FALAR NISSO LHE
SE SEPARARAM. VOCÊ VAI
MUDOU PARA ENTÃO, MINHA MÃE DEIXA TRISTE, NÃO PRECISA
NOSSA CIDADE HÁ GOSTAR DAQUI! RESPONDER, TÁ?
E EU VIEMOS
POUCO TEMPO? MORAR
AQUI.
A CADEIRA DE RODAS ME
AJUDA A ME MOVIMENTAR
DESDE PEQUENA, PORQUE
MINHAS PERNAS NÃO TÊM
Dayane Raven. 2016. Digital. FORÇA.
TODOS OS
ALUNOS
DA CLASSE
VIERAM HOJE? SIM. HAVIA MAIS UMA
ALUNA, A LELÊ, MAS
ELA FOI MORAR COM
O AVÔ. A AVÓ DELA
FALECEU HÁ POUCO
TEMPO. NÓS ATÉ
CONVERSAMOS UM
POUCO SOBRE ISSO
Estela explicou que, nas reuniões do
E ENTENDEMOS QUE Centro Espírita, ela e sua família estudam o
A MORTE FAZ PARTE Espiritismo, além de receber passes, que
DA VIDA. MAS A LELÊ são como bênçãos, pelas mãos de um
FAZ FALTA. SENTIMOS médium, uma pessoa que se comunica com
SAUDADES DELA. os espíritos.
2. Em pequenos grupos, exponha aos colegas o que você desenhou e converse sobre o assunto.
3.
Cada grupo deve apresentar para a turma o que foi discutido na atividade anterior.
40
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
E DEPOIS? DIFERENTES RESPOSTAS PARA O PÓS-MORTE
13 Orientações para a abordagem do tema.
Em algum momento, as pessoas percebem que um dia a vida acabará, que a morte chega
para todos os seres vivos e não pode ser evitada. O relacionamento das pessoas com o sagrado
pode levá-las a diferentes interpretações sobre a morte e o que acontece depois dela, o pós-
morte. Por exemplo: o fim de tudo, uma passagem, um recomeço, uma mudança, etc.
Que respostas a humanidade conseguiu dar até hoje para o que acontece após a morte?
As religiões apresentam pelo menos quatro formas diferentes de explicar o que acontece
depois da morte: a ressurreição, a reencarnação, a ancestralidade e o nada. Nas próximas
páginas, você vai conhecer cada uma dessas explicações e o significado delas.
41
RESSURREIÇÃO
A palavra "ressurreição" traz a ideia de ressurgimento de uma pessoa. As religiões que
creem na ressurreição, como o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo, compreendem que a
morte é uma limitação humana, mas não é o fim de tudo. Ressuscitar significa reviver, mantendo a
mesma identi- dade que se tinha antes da morte.
Os adeptos dessas religiões acreditam que o destino da alma, após a morte, é temporário. O
destino final ocorre apenas depois do Juízo Final, quando terá início a vida eterna, de acordo com
as obras que a pessoa realizou enquanto vivia.
REENCARNAÇÃO
O Espiritismo, o
Budismo e algumas religiões
afro-brasi- leiras respondem
à pergunta sobre o que
acontece após a morte com
a palavra "reen- carnação".
Ela traz a ideia de um novo
nascimento, em um novo
corpo.
As religiões que acredi-
tam na reencarnação enten-
Dayane Raven.
2016. Digital.
Dayane Raven.
2016. Digital.
reencarnação é vista como
uma forma de alcançar a
perfeição, por meio do esforço
pessoal.
ANCESTRALIDADE
A palavra "ancestralidade" vem de "ancestral", termo que se refere a um antepassado, ou seja,
a um familiar do qual se é descendente. De acordo com as crenças de grande parte dos
povos indígenas e de alguns povos da África, mesmo após a morte, as almas das pessoas
permanecem presentes na comunidade em que viviam. Esses povos valorizam muito a
ancestralidade e realizam celebrações para os mortos, a fim de homenageá-los e fazer com
que a presença deles no grupo seja sentida.
O culto aos ancestrais é celebrado com orações e oferendas; é uma prática que se baseia na
crença de que a pessoa falecida continua existindo após a morte e tem a capacidade de
influenciar os vivos, especialmente aqueles com quem tem relações familiares ou comunitárias.
Ou seja, os vivos devem manter a memória dessa pessoa para serem auxiliados por ela.
NADA
Há indivíduos e grupos que não adotam uma explicação religiosa para o que ocorre
com as pessoas após a morte. Entre eles, alguns consideram que não temos como responder a
essa questão. Outros entendem que não existe nada além da vida atual. Essas pessoas
acreditam que nascemos e morremos na Terra, que tudo começa e acaba aqui.
Para elas, após a morte, há “o nada”, ou seja, não existe outra realidade, outro mundo,
nem alma, espíritos, divindades ou seres sobrenaturais. Quando alguém morre, o corpo se
transforma em matéria, que a natureza aproveita para nutrir a terra e, assim, alimentar outras
formas de vida.
CAPÍTULO 2 | RITOS PARA ALÉM DA VIDA 43
1. Agora é sua vez de expressar suas ideias.
a) Quais são as diferentes crenças apresentadas a respeito do que acontece após a morte?
São apresentadas três formas de crer: ancestralidade, reencarnação e ressurreição. Quem não acredita na vida
Dulce (Catolicismo), Felipe (Religião Evangélica/Protestante), Abner (Judaísmo) e Yurem (Islamismo) acreditam
c) Qual é a sua crença ou a de sua religião a respeito do que acontece após a morte?
Pessoal. O objetivo da resposta é que cada aluno consiga ser coerente com a explicação da vida pós-morte de
44
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
14 Orientações para a realização da atividade.
Dayane Raven.
2016. Digital.
1.
Leia a carta que o Teco trouxe para você!
4XDQGÏ Ĥ ODPRß GD PRãWH H GDV FUHQmDV V R¾H Ï
¾H Ï
Sw߯PRãWH, Ĥ ODPRß WDPeP GD æGD H GH FRáÏ DV SHVVRlV
OiGDP FRá Rß DFRàWHFiPHQWRß TH Ĥ ]HP SDUWH GHOD.
&KHJRÚ D KRãD GH iQFDU. 6iJD DV RãiHQWDm{ÞV H jRXH FRá
Rß FRäHJDV D WUiOKD GD æGD.
• (VFRäKD XP FRäHJD SDUD iQFDU.
• 5HFRãWH Ï WDvOHiUÏ, DV FDUWDV H Ï GDGÏ GDV SgJiQDV GH
f D 5 GR PDWHUiDO GH DSRÜ Ï.
• 0RàWH Ï WDvOHiUÏ H Ï GDGÏ. (VFRäKD XP SHTHQÏ
Ŗ HWÏ SDUD PDUFDU Ï VHX OXJDU QD WUiOKD
(Ã ãUDFKD, DSRàWDGRã , FOiSH).
• -RXH SDU RÚ íPSDU SDUD VDU THP iQiFiD Ï jRÏ.
• )DmD Ï TH VH SHGH QD FDVD HP TH È p SDURÚ . 6H WiçU
XP SRàWÏ GH iQWHUURDmkÏ, UHVSRàGD h SHUJXQWD GD FDUWD
FRãUHVSRàGHQWH: VH DFHUWDU, DnQFH XPD FDVDj VH
HUUDU RÚ D FDVD HVWiçU n]iD, SDVVH D ç] SDUD Ï
SUwťiPÏ FRäHJD.
• 4XHP çQFHU Ï SDU RÚ íPSDU, GHçUg jRDU Ï GDGÏ.
þ Q|PHUÏ iGR iQGiFDUg TDQWDV FDVDV Ï
jRDGRã ni DnQmDU.
• *DQKD Ï jRÏ THP FKHJDU SUiPHiUÏ DÏ ĦQDO.
9DPRß iQFDU"
$VViQDGÏ: 'XOFH.
Neste capítulo, você estudou sobre cerimônias e ritos fúnebres das religiões dos personagens. Viu que
algumas religiões têm diferenças em relação à forma do sepultamento, que pode ser o enterro ou a cremação.
Mas todas têm uma crença a respeito da vida após a morte, que pode ser a vida eterna ou a possibilidade de
reviver em novos corpos. Além disso, os ritos têm em comum as orações e o cuidado com a pessoa falecida. Este
estudo é importante para conhecer e respeitar as crenças de outras pessoas e também para reafirmar em que
você e sua família acreditam.
46
1 Orientações para a abordagem do capítulo.
47
2 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
©Shutterstock/Bryan Busovicki
UMA OBRA DE ARTE FAMOSA COM ESSE
TEMA É PIETÁ, DO ESCULTOR ITALIANO
MICHELANGELO. ELA REPRESENTA A MÃE DE
JESUS COM O CORPO DO FILHO NOS
BRAÇOS, DEPOIS DE SER RETIRADO DA
CRUZ.
EL GRECO. O
enterro do conde de
Orgaz. 1587. 1 óleo sobre
tela, color., 480 cm ×
360 cm. Igreja de São
Tomé, Toledo. ! 1D REUD, R FRQGH GH 2UJD] é FDUUHJDGR SRU
sacerdotes e, acima, estão Jesus, Maria e
outros seres divinos
a) Que sentimentos você teve ao observar as obras de arte desta página e da anterior?
b) Em sua opinião, por que as pessoas fazem obras de arte cujo tema é a morte?
c) Você já viu outras obras de arte cujo tema é a morte? Em caso afirmativo, onde foi: em um
mu- seu, na internet ou outro lugar?
49
CAPÍTULO 3 | ENCONTRANDO O SAGRADO NA ARTE
OS MISTÉRIOS DA VIDA E DA MORTE NAS CULTURAS
A vida renova-se constantemente, e as pessoas que por aqui passam deixam sua contribui-
ção para a humanidade, que continua sua caminhada no mundo. É importante entender a
morte como parte do ciclo de existência de cada um.
A vida é feita de muitos mistérios e temos as curiosidades: De onde viemos? Por que
estamos aqui? Para onde vamos? O ser humano sempre buscou respostas a essas perguntas para
auxiliá-lo a enfrentar os mistérios da existência: o nascimento, a vida e a morte.
Assim, os diferentes modos de viver levam a diversas interpretações a respeito da vida e
do que acontece depois da morte. De qualquer forma, desde os povos ancestrais, a morte
sempre foi vista como algo enigmático, misterioso.
A figura de Jesus Cristo ressuscitado é o maior símbolo das religiões cristãs, compreendida
como sinal de um novo começo. Que tal montar um quebra-cabeça de uma pintura que
represen- ta a ressurreição? A obra é do alemão Matthias Grünewald, que viveu de 1470 a 1528.
1. onte-as
Recorte as peças do quebra-cabeça da página 7 do material e cole-as
de- apoio. - Ma seguir
e.
Pessoal. Espera-se que os alunos percebam a ressurreição, superando os dois momentos da morte de Jesus na pintura:
3. Para os cristãos, a essência da fé está na ressurreição, vista como uma transformação. De que outras
maneiras uma pessoa pode se transformar?
Pessoal. O objetivo é que os alunos pensem nas possibilidades de mudança de atitudes, como passar a dividir o
lanche com os colegas, passar a ajudar nas tarefas da casa, decidir-se por agir com mais paciência, etc.
51
CAPÍTULO 3 | ENCONTRANDO O SAGRADO NA ARTE
A MORTE E AS ARTES ©Museu Britânico, Londres
1. Faça uma pesquisa sobre o Papiro de Ani, a versão mais conhecida de O Livro dos Mortos, feito mais
de 1 300 anos antes do nascimento de Cristo. Anote, a seguir, qual era a crença egípcia acerca do
pós-
-morte, especialmente em relação ao chamado Tribunal de Osíris.
O Livro dos Mortos continha orações e fórmulas que cada alma deveria recitar a Osíris no Julgamento, para que ela
fosse aceita no Paraíso. Os egípcios acreditavam que, após o falecimento, as almas seriam conduzidas pelo deus Anúbis
(representado como um homem com cabeça de chacal) até o Tribunal de Osíris, onde suas ações em vida seriam
julgadas para decidir seu destino. O coração do falecido era posto em uma balança, equiparado com uma pena
(que representava a deusa Maat e a verdade). Se o coração fosse mais leve do que a pena, a alma seguia para ser
interrogada pelo deus Osíris e teria a oportunidade de seguir para o Paraíso ou para o Inferno; se o coração fosse
mais pesado, a alma era devorada por uma criatura misto de hipopótamo, leão e crocodilo, chamada Ammit.
2. Entre as obras de arte apresentadas neste capítulo, de qual você mais gostou? Por quê?
Pessoal. Incentive os alunos a compartilhar suas opiniões sobre as obras de arte apresentadas e sua possível relação
3. Sobre as obras de arte que tratam da morte como tema, assinale as afirmativas corretas.
( ) São obras que, geralmente, têm o objetivo de alertar as pessoas sobre os perigos da
( X ) Essas obras de arte podem ser feitas para expressar sentimentos de perda e de
54
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
4. Nesta página, crie uma obra de arte com desenho, pintura ou colagem. Sua obra deve representar algo
que você considera sagrado.
©Shutterstock/Anirut Thailand
! Algumas cerimônias do ! Máscara do Reino de ! Celebração em
budismo honram a vida
Benin (atual Nigéria): homenagem aos
dos ancestrais; podem
homenagem à antepassados durante
ser realizadas em casa
ancestralidade o Festival de Qingming,
ou em templos, em
PINGENTE representando a relacionado ao taoismo
cultos e ritos ligados aos máscara da rainha-mãe. Século
ciclos da natureza. XVI. 1 escultura em marfim, ferro e
cobre, 23,8 cm × 12,7 cm × 8,3
cm. Museu Metropolitano de Arte,
Nova Iorque.
©Selene Rezende
©José Zumba
©Flickr/Micheline Canal
! Entre os Iorubás, os
! Na Umbanda, os pretos-
Procure uma imagem de arte religiosa e cole-a no espaço a seguir. Pesquise e escreva o significado
dessa obra e o nome da religião que ela representa.
A arte toca as pessoas por meio de linguagens e formas, como: arquitetura, pintura,
escultura, desenho, música, dança e outras. Essas demonstrações artísticas transmitem aspectos
de diferentes culturas. Por isso, espaços e construções especiais, religiosos ou não, usam a arte para
revelar a be- leza, provocando nossa sensibilidade, e também para manter vivos certos
conhecimentos. Do mes- mo modo, os livros religiosos podem ser produzidos, decorados e
ilustrados de maneira artística.
Os templos e outros locais sagrados consideram a fé das pessoas que se reúnem ali, mas
também são construídos e decorados de acordo com a cultura da região em que se encontram e
com o estilo seguido pelo artista que os projetou. Algumas expressões de arte encontradas
nesses espaços são: as pinturas, os entalhes, os mosaicos, os ícones, os vitrais. Além de serem
decorativas, essas obras podem relembrar pessoas e entidades importantes para um grupo
religioso (divinda- des, santos, etc.) e ensinar ou ilustrar cenas significativas e trechos de
narrativas sagradas. Alguns templos são decorados ainda com formas geométricas e livres, ou
com figuras significativas, como as mandalas.
! Ícone de
Cristo
Pantocrator
do Sinai
ARTE,
AR SEM SE ASSOCIAREM A
T UMA RELIGIÃO.
Digital.
©Shutterstock/ViSnezh
59
9 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
©Shutterstock/Ira Mukti
2. Agora, crie uma imagem artística utilizando formas geométricas e livres para expressar como você
entende a relação do ser humano com o Universo.
©Shutterstock/Master1305
©Shutterstock/Marcel Jancovic
a) Escolham uma música e, juntos, realizem uma dança de roda. De mãos dadas, todos devem
fazer gestos e passos iguais.
b) Depois de dançar, diga: Como você se sentiu durante a prática? Por quê?
Neste capítulo, vimos que o ser humano se expressa por meio da arte. Ela pode dar origem a manifestações individua
significados religiosos. Por meio da escultura, da pintura, da música e da dança, por exemplo, a arte pode ser um mei
1. Formem quatro grupos e sigam as orientações do professor para realizar uma pesquisa sobre algumas
danças existentes no Brasil.
2. Cada grupo deve produzir um texto coletivo com o resultado das pesquisas e ler seu conteúdo para
compartilhar o aprendizado com os demais colegas.
62
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
13 Encaminhamento metodológico e sugestão de atividades.
CRIANÇA cadeirante dança balé com amiga de escola de 6 anos. Disponível em: <http://gshow.globo.com/programas/
encontro-com-fatima-bernardes/O-Programa/noticia/2015/06/emocao-crianca-cadeirante-danca-bale-com-amiga-de-escola-
de-6-anos.html>. Acesso em: 16 jun. 2019.
a) Você considera que a dança pode ser um meio de inclusão social? Explique.
Pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a dança pode incluir pessoas de diversas classes sociais
e com deficiências e habilidades diferentes. No caso da reportagem, o menino cadeirante foi o primeiro
a ser coreografado pela professora, o que representa a novidade dessa forma de inclusão.
Pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a dança pode ser apreciada por diversos motivos, entre
eles, o religioso.
Pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a dança pode fazer bem para a saúde física, emocional e
64
1 Orientações para a abordagem do capítulo.
65
2 Orientações para a realização das atividades.
1. Se você acredita em uma divindade, desenhe em uma folha como a imagina. No verso da folha,
escre- va o nome e as características da divindade que você desenhou.
2. Em uma roda de conversa, apresente seu desenho aos colegas e observe a produção deles.
O poder de um sorriso
Havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus. [...]
Quando ele andou umas três quadras, encontrou um velhinho sentado em um banco da praça olhando os
pássaros. O menino sentou-se junto dele, abriu sua mochila, e ia tomar um gole de guaraná, quando olhou o
velhinho e viu que ele estava com fome, então ofereceu-lhe um pastel.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de
novo, então ele ofereceu-lhe seu guaraná. Mais uma vez o velhinho sorriu ao menino. O menino estava muito
feliz. Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastel e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um
ao outro.
Quando começou a escurecer o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas antes de sair ele se voltou
e deu um grande abraço no velhinho. [...]
Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face:
“O que você fez hoje que te deixou tão feliz?”. Ele respondeu: “Passei a tarde com Deus.” E acrescentou: “Você
sabe, ele tem o mais lindo sorriso que eu jamais vi.”
pensava?” [...]
Digital.
a) Alguém desenhou uma divindade como um senhor idoso? E como uma criança?
b) Na opinião de vocês, por que algumas pessoas imaginam Deus como um senhor idoso?
66
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
O ǪUE É TRANSCENDÊNCIA?
"Transcender" significa ultrapassar um limite. No caso das religiões, as palavras "transcendên-
cia" e "transcendente" referem-se àquilo que está além da realidade concreta e visível deste
mundo, por exemplo, o sagrado e os poderes (sobrenaturais ou milagrosos) que estão acima das
capa- cidades comuns do ser humano. O transcendente pode ser compreendido como Deus
ou uma divindade suprema.
Dessa forma, "transcendente" é aquilo que transcende, ou seja, que está além do ser
humano, e pode ser representado de variadas formas, em diferentes períodos e lugares.
Diversas religiões acreditam que essas representações ajudam na comunicação com o
transcendente. Assim, as di- vindades eram cultuadas desde tempos remotos, e ainda o são,
recebendo pedidos, orações e oferendas.
67
CAPÍTULO 4 | DESCOBRINDO A DIVINDADE
3 Orientações para a realização das atividades e sugestão de atividades.
Reflita e discuta com os colegas e o professor este assunto: O que significam os termos "Deus", "divino
Agora, pesquise os significados dessas palavras no dicionário e os anote a seguir.
Deus
Se necessário, auxilie os alunos a perceber a definição mais adequada ao contexto. O sentido mais próximo da
compreensão nessa faixa etária, segundo o Dicionário Aurélio (2010), é o de “ser infinito, perfeito, criador do
Universo”. Outras definições podem ser encontradas, caso sejam consultados outros dicionários, ou mesmo um
de termos religiosos. Por exemplo: ser supremo, espírito infinito e eterno, criador e preservador do Universo,
etc.
Divino
Se necessário, auxilie os alunos a perceber a definição mais adequada ao contexto. Segundo o Dicionário
Aurélio (2010): "Respeitante ou pertencente a Deus. [...] Proveniente de Deus; concedido por Deus. [...]
Divindade
Se necessário, auxilie os alunos a perceber a definição mais adequada ao contexto. Segundo o Dicionário
Aurélio (2010): “Qualidade de divino. Natureza divina. Deus. Coisa ou pessoa que se adora. Deidade [...]”.
3. Compartilhe com os colegas os significados que você encontrou e considere os que foram encontra-
dos por eles.
4. Com base nos significados obtidos, escreva como você entende o que é Deus, divino, divindade e
transcendência.
Pessoal. Incentive os alunos a comparar suas respostas na atividade 1 com as definições encontradas nos dicionários.
68
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Você sabia?
69
CAPÍTULO 4 | DESCOBRINDO A DIVINDADE
5 Orientações para a realização das atividades.
Judaísmo
Deus
Umbanda
Allah
Catolicismo
Budismo
Sem divindade
Espiritismo
Guaraci
Indígena
Oxalá
Dayane Raven. 2016.
Islamismo
Digital.
71
CAPÍTULO 4 | DESCOBRINDO A DIVINDADE
DEUS ǪUE É UM 6 Encaminhamento metodológico.
Realize um acróstico com a palavra Deus. Para isso, utilize as palavras dos livros sagrados acima para
definir Deus nessas religiões.
D
E
U
S
72
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Encaminhamento metodológico.
7 O QUE VOCÊ ENTENDE PEL A
OS MISTÉRIOS PALAVRA “MISTÉRIO”?A
VOCÊ JÁ ASSISTIU A UM FILMME
DIVINOS OU LEU UMA HISTÓRIA QEUE
Dayane Raven.
TINHA ALGUM MISTÉRIOEAER
2016. Digital.
Leia o texto a seguir e depois SER DESVENDADO?
responda.
Era uma vez uma grande assembleia de bichos. Vieram de toda parte para conhecer e falar com o Grande Espírito,
criador e mantenedor da vida que ia se manifestar. Pensando que poderia demorar vários dias, cada um trouxe
comida dentro de um pote de barro. Tinha pote de todo tipo: pintado, com alças, com tampa, sem tampa, redondo,
oval, com desenhos, simples. Um espetáculo!
Puseram-se a rezar e a refletir, mas nada de o Grande Espírito aparecer. Passou tempo. Ficaram com fome. Cada um
foi para seu lado comer. A onça tinha trazido só piracuí (farinha de peixe), a cutia só pimenta, o jacaré só tucupi
(sumo da mandioca brava), o macaco só farinha de mandioca, o veado só trouxe água, e assim por diante. Cada um se
satisfez e voltaram a rezar e a refletir. Continuaram assim durante três dias. Estavam cansados de esperar, cansados de
sempre comer a mesma coisa; começaram a ficar irritados uns com os outros. Até duvidaram do Grande Espírito, pois
este não aparecia mesmo.
Aí, neste terceiro dia, o filhote da onça foi brincar com o filhote da cutia e lhe disse: “Vamos misturar pimenta
de vocês com nosso piracuí e ver no que dá!”. Dito e feito. Ficou gostoso! Eles ficaram alegres e os outros filhotes
os imitaram: se aproximaram com farinha, tucupi, água. As mães, vendo aquilo, em dois tempos arrumaram uma
mesa grande onde todos os potes de comida foram colocados em comum. Todo mundo veio e fizeram o maior
banquete, bonito e alegre.
A HISTÓRIA do “Grande Espírito”. Revista Mundo e Missão, São Paulo, ano 22, n. 197, nov. 2015.
De que maneira os animais acharam que encontrariam o Grande Espírito? Na história, como isso
ocorreu?
Os animais esperavam que o Grande Espírito se manifestasse como uma entidade, que aparecesse diante de
seus olhos. Entretanto, os animais sentiram a presença da sua divindade ao compartilhar alimentos, unidos e
Na história, os filhotes tiveram a ideia de juntar os alimentos para que todos pudessem
aproveitar a contribuição de cada um. Agiram assim por pensar no bem de todos e não apenas no
1.próprio interesse.
Organize com os colegas e o professor uma campanha de arrecadação de alimentos, roupas, brinque-
dos ou outros itens. Para isso, escolham uma instituição que esteja precisando de doações e façam
outras pessoas felizes!
2. Descreva no caderno como foi a preparação da atividade e a entrega da doação. Depois, escreva
como você se sentiu após essa ação.
RINO
DEUS UNO-T
SERÁ QUE NOSSOS AMIGOS SABEM O QUE SIGNIFICAM ESSES TE
1. Para entender melhor como “três” podem ser “um”, você vai precisar de três cores diferentes de
massa de modelar. Agora, siga as orientações a seguir.
2. Relacione a trança de massa de modelar com a frase: No Cristianismo, Deus é entendido como uma
trindade, ou seja, como a unidade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O que é possível
compreender dessa frase por meio da experiência de confeccionar a trança?
Pessoal. Espera-se que os alunos compreendam que as unidades Pai, Filho e Espírito Santo podem ser vistas em
sua representação individual (como os rolinhos), mas que juntas se tornam uma nova unidade, a trindade (como a
trança).
! Ogum
! Omolu ! Iemanjá
As diferentes crenças do ser humano influenciam o comportamento que ele tem com o
pró- ximo e com a natureza. Reconhecer que existem diferentes entendimentos do sagrado é
uma forma de respeitar o outro. Assim, respeitar a relação que cada pessoa tem com Deus ou
com os deuses em que acredita é uma maneira de conviver bem, fazendo valer os direitos humanos
76 e a liberdade.
DIVINDADES NO HINDUÍSMO
Vimos que o Hinduísmo é um exemplo de religião que ue
acredita em várias divindades. Observe, a seguir, as representaçõeses
artísticas de algumas divindad es
s ddessa religião
sa religião.
©Wikimedia Commons/AngMoKio
! Divindade Matsya
! Divindade Krishna
©Wikimedia Commons/Honolulu Museum of Art/Hiart
©Wikimedia Commons/WL
Brahma, o criador do Universo: pode ser representado com quatro cabeças, que simbolizam
os quatro Vedas (textos sagrados hinduístas).
Esses três deuses, Shiva, Vishnu e Brahma, em equilíbrio, formam o Brahman, um deus só:
trino e uno. ©Shutterstock/AdalyanSona
©Wikimedia Commons/Tris T7
! Brahma
©Wikimedia Commons/Ramanarayanadatta astri
! Vishnu
! Shiva
©Wikimedia Commons/Adityamadhav83
©Fotoarena/Alamy
! Ganesha ! Krishna
Você sabia?
©Shutterstock/LenaVolkova
As vacas são sagradas para os hinduístas. Segundo a crença desse grupo religioso, elas são a montaria do deus Shiva. E
se alimentam da carne desses animais.
Em algumas regiões da Jndia, o rato e o búfalo também são considerados animais sagrados e, portanto, não podem se
Neste volume, foi possível pensar em diferentes etapas da vida e nas crenças que envolvem esses ciclos!
Você aprendeu sobre os ritos de batismo das religiões cristãs e afro-brasileiras e a apresentação da criança nas
comunidades religiosas do Judaísmo, do Islamismo e dos povos indígenas. Aprendeu também como
as religiões celebram o casamento e as particularidades de cada crença nos ritos fúnebres. Compreendeu que cada
religião tem ideias diferentes sobre o pós-morte, como a reencarnação, a ressurreição e a ancestralidade, e que
existem crenças não religiosas a respeito, como a ideia do nada.
Você conheceu ainda exemplos de como as noções de morte e de sagrado podem ser representadas por meio de pinturas,
esculturas, vitrais e ícones. Além disso, aprendeu que as religiões podem crer em uma ou mais divindades e que há
religiões sem divindades, como o Budismo.
Refletir sobre as etapas da vida e seus ritos em diferentes religiões reaviva o planejamento de vida baseado na
religião e nas crenças de cada um. Perceber que existem outras religiões que abordam temas semelhantes nos auxilia a
perceber que não estamos sozinhos e que muitas pessoas se baseiam em uma religião para traçar suas vidas.
Dayane Raven. 2016.
Digital.
80
JOGO TRILHA DA VIDA – TABULEIRO
Página 45
O noivo
fugiu.
Retorne
para o
início do
jogo.
Flor de lótus.
Avance 3 casas.
O pneu
do carro
dos noivos
furou.
Volte 1 casa.
Dayane Raven. 2019.
Digital.
MATERIAL DE APOIO 1
JOGO TRILHA DA VIDA – TABULEIRO
Página 45
Que
alegria, um
?
nascimento!
Avance 2
casas.
Cole aqui a continuação do seu
Cerimônia religiosa da
morte da avó de
tabuleiro
Fim do
jogo
MATERIAL DE APOIO 3
JOGO TRILHA DA VIDA – CARTAS E DADO
Página 45
Se acertar a resposta,
Se acertar a resposta,
avance 2 casas. Se acertar a resposta, avance 2 casas.
avance 2 casas.
Casa 22 – Pergunta:
Quais os nomes dos personagens
pertencentes a religiões que acreditam
cole aqui
cole aqui
cole aqui
Se acertar a resposta,
avance 2 casas.
cole aqui
dobra
5
MATERIAL DE APOIO
? ? ?
? ? ?
?
©Museu de Unterlinden, Colmar,
França
ǪUEBRA-CABEÇA DA RESSURREIÇÃO
Página 51
MATERIAL DE APOIO
GRUNEWALD, Mathias. A ressurreição de Cristo. [1512-1516]. 1 têmpera e óleo sobre madeira, 269 cm × 141 cm. Altar de Isenheimer, Museu Unterlinden, Colmar.
7
©Wikimedia Commons/Ramanarayanadatta astri Danilo Dourado Santos. 2019. Digital.
JOGO DA MEMÓRIA
©Wikimedia Commons/Tris T7 Danilo Dourado Santos. 2019. Digital. ©Glow Images/Deposit Photos/Malgorzata_Kistryn
Página 80
MATERIAL DE APOIO
9
IEMANJÁ VISHNU
KRISHNA
ORIXÁ DAS ÁGUAS É ASSOCIADO AO
NO HINDUJSMO,
SALGADAS, RAINHA SOL, PRESERVA O
REPRESENTA A
DO MAR, SEGUNDO UNIVERSO E REPRESENTA
VERDADE
AS RELIGIÕES O AMOR, A VERDADE,
ABSOLUTA.
AFRO-BRASILEIRAS. A LEI E A PIEDADE.
TRINDADE
SHIVA BRAHMA
NO CRISTIANISMO,
É O DEUS DA CRIADOR DO UNIVERSO,
DEUS É UNO E TRINO,
DESTRUIÇÃO, É REPRESENTADO POR
OU SEJA, É ENTENDIDO
MAS TAMBÉM DO QUATRO CABEÇAS
COMO UNIDADE ENTRE
RENASCIMENTO QUE SIMBOLIZAM AS
PAI, FILHO E ESPJRITO
SEM FIM. UNIDADES DOS VEDAS.
SANTO.
11
MATERIAL DE APOIO
JOGO DA MEMÓRIA
ASSUNTOS ESTUDADOS AO LONGO DO ANO
Página 80
13
MATERIAL DE APOIO
JOGO DA MEMÓRIA
ASSUNTOS ESTUDADOS AO LONGO DO ANO
Página 80
15
MATERIAL DE APOIO
CLAUDIA REGINA KLUCK
GISELE MAZZAROLLO
SONIA DE ITOZ
VOLUME 4
LIVRO DO
PROFESSOR
1a. edição
Curitiba - 2019
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria
Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
CDD 370
Capa Doma.ag
Todos os direitos reservados à
Editora Piá Ltda.
Imagens: ©Shutterstock
Rua Senador Accioly Filho, Projeto Gráfico Evandro Pissaia
431 81310-000 – Curitiba – PR
Site: www.editorapia.com.br Imagens: ©Shutterstock/
Fale com a gente: 0800 41 3435 KanokpolTokumhnerd/Zaie
Ícones: Patrícia Tiyemi
Impressão e acabamento
Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Edição de Arte e Editoração Debora Scarante e Evandro Pissaia
Rua Senador Accioly Filho,
500 81310-000 – Curitiba – PR Pesquisa iconográfica Junior Guilherme Madalosso
E-mail: posigraf@positivo.com.br
Impresso no Brasil Ilustrações Dayane Raven e Danilo Dourado Santos
2020
Engenharia de Produto Solange Szabelski Druszcz
SUMÁRIO
1 Proposta pedagógica 4
Concepção de ensino 4
Objetivos 8
Avaliação 8
Organização didática 9
Referências 12
2 Orientações metodológicas 13
Ritos para cada momento 13
Ritos para além da vida 20
Encontrando o sagrado na arte 29
Descobrindo a divindade 36
Dayane Raven. 2016.
Digital.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
ENSINO RELIGIOSO
CONCEPÇÃO DE ENSINO
A coleção Passado, presente e fé para o Ensino Religioso tem por princípios a valorização e o
respeito à diversidade cultural, com vistas à promoção dos direitos humanos e da cultura da paz.
De acordo com a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (UNESCO, 2002), a
cultura adquire formas diversificadas no tempo e no espaço, o que se manifesta na
originalidade e na pluralidade dos grupos humanos, atuando como fonte de intercâmbios, de
inovação e de criativi- dade. Assim, a diversidade cultural constitui patrimônio comum da
humanidade e deve, portanto, ser reconhecida e respeitada em benefício das gerações
presentes e futuras.
A pluralidade religiosa é um aspecto da diversidade cultural presente no mundo e também
no Brasil. Sua abordagem nos nove anos do Ensino Fundamental pode favorecer o
aprimoramento da pessoa humana e da convivência social. Nesse intuito, a escola mostra-se
um espaço privilegiado para a construção do conhecimento religioso e da tolerância por meio
do diálogo, da reflexão e do respeito mútuo.
Historicamente, o conhecimento religioso tem sido objeto de estudo de teologias e
ciências, como História, Sociologia, Psicologia, Antropologia, Geografia e, mais recentemente,
Ciência da Religião. O Ensino Religioso, por sua vez, permeia o espaço escolar desde o momento
em que o Estado passou a ocupar-se da educação dos cidadãos.
Assim, na Europa do século XVIII, organizou-se um sistema educacional em que o ensino da
religião era visto como meio de educar os cidadãos para valores como humildade,
generosidade, paciência, equilíbrio e piedade. O instrumento básico para tanto era o catecismo
católico, por meio do qual se realizavam a instrução religiosa e também a alfabetização.
No Brasil, a introdução oficial do Ensino Religioso no currículo escolar ocorreu em 1827,
sendo, então, conferida à escola a função de ensinar leitura, escrita, as quatro operações, os
números decimais, proporção, introdução à geometria, gramática da língua portuguesa, princípios da
moral, doutrina católica e História do Brasil, além de favorecer a leitura da Constituição do
Império. Com a Proclamação da República, em 1889, o Ensino Religioso foi retirado do currículo
das escolas públicas brasileiras e retornou apenas em 1931.
Nas Constituições posteriores, permaneceu como componente obrigatório para as escolas
e optativo para os estudantes, condição confirmada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, Lei nº 9.394/96) e, mais recentemente, pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
que lhe concede o status de área do conhecimento, juntamente com Linguagens, Matemática,
Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Além disso, a BNCC afirma que o fenômeno religioso
constitui “um dos bens simbólicos resultantes da busca humana por respostas aos enigmas do
mundo, da vida e da morte” (BRASIL, 2017, p. 434).
4
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Esses documentos demonstram a relevância do Ensino Religioso para os currículos escolares
do Ensino Fundamental, uma vez que se favorecem a compreensão e o respeito às diversidades
cultural e religiosa do povo brasileiro.
O artigo 32 da LDB estabelece como objetivo para o Ensino Fundamental a formação básica
do cidadão com base nos seguintes aspectos:
I- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno do-
mínio da leitura, da escrita e do cálculo;
5
LIVRO DO PROFESSOR
Portanto, as unidades temáticas previstas na BNCC e descritas a seguir contemplam uma
cosmovisão que favorece a compreensão da estrutura das religiões e de conceitos fundamentais
nelas presentes, bem como das formas de expressão que influenciam as relações sociais por
meio dos costumes, das tradições e da linguagem.
6
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Anos Unidades temáticas Objetos de conhecimento
O eu, o outro e o nós
Identidades e alteridades
1º. ano Imanência e transcendência
Manifestações religiosas Sentimentos, lembranças, memórias e saberes
O eu, a família e o ambiente de convivência
Identidades e alteridades Memórias e símbolos
2º. ano
Símbolos religiosos
Manifestações religiosas Alimentos sagrados
Identidades e alteridades Espaços e territórios religiosos
3º. ano Práticas celebrativas
Manifestações religiosas
Indumentária religiosa
Ritos religiosos
Manifestações religiosas
4º. ano Representações religiosas na Arte
Crenças religiosas e filosofias de vida Ideia(s) de divindade(s)
Narrativas religiosas
5º. ano Crenças religiosas e filosofias de vida Mitos nas tradições religiosas
Ancestralidade e tradição oral
Tradição escrita: registro dos ensinamentos sagrados
6º. ano Crenças religiosas e filosofias de vida Ensinamentos da tradição escrita
Símbolos, ritos e mitos religiosos
Místicas e espiritualidades
Manifestações religiosas
Lideranças religiosas
7º. ano
Princípios éticos e valores religiosos
Crenças religiosas e filosofias de vida
Liderança e direitos humanos
Crenças, convicções e atitudes
Doutrinas religiosas
8º. ano Crenças religiosas e filosofias de vida
Crenças, filosofias de vida e esfera pública
Tradições religiosas, mídias e tecnologias
Imanência e transcendência
9º. ano Crenças religiosas e filosofias de vida Vida e morte
Princípios e valores éticos
7
LIVRO DO PROFESSOR
OBJETIVOS
No artigo 33, a LDB determina o “respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil”. Nessa pers-
pectiva, a coleção Passado, presente e fé tem como objetivo central promover o conhecimento e a
reflexão acerca do fenômeno religioso em âmbito mundial e, especialmente, em suas manifestações
no Brasil. Para isso, contempla os objetivos de ensino e aprendizagem indicados pela BNCC:
a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, a partir das
manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos;
d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de vida a partir de
valores, princípios éticos e da cidadania. (BRASIL, 2017, p. 436)
Cabe ressaltar, ainda, a importância de respeitar e fortalecer a identidade religiosa de cada
educando, uma vez que o direcionamento religioso de crianças e jovens é prerrogativa das famílias e
das instituições religiosas. A escola, por sua vez, pode contribuir para a formação cidadã das novas
gerações por meio do estímulo às compreensões reflexiva e analítica das manifestações religiosas,
promovendo a cultura da paz e a valorização dos direitos humanos, conforme o princípio
constitucional da liberdade de crenças, ideias e consciência. Nesse sentido, Aragão e Souza (2017,
p. 19) apontam que o Ensino Religioso: “[...] está assumindo essa responsabilidade de oportunizar o
acesso aos saberes e conhecimentos produzidos pelas diferentes tradições espirituais e cosmovisões
religiosas enquanto patrimônios da história humana.”“
AVALIAÇÃO
O conhecimento religioso é bastante complexo, pois, além das especificidades do seu objeto
(o transcendente), envolve elementos histórico-culturais e ainda a dimensão psíquico-afetiva de
in- divíduos e grupos identitários. Esse conhecimento demonstra que a experiência religiosa
humana, em sua diversidade, constitui um dos caminhos percorridos por diferentes grupos e
sociedades em busca de respostas para os problemas fundamentais da existência.
Ao defrontar-se com a finitude e com a possibilidade de conduzir a vida por variadas
direções, apresenta-se aos seres humanos a necessidade de encontrar uma explicação para a
morte e um sentido para a vida. Nesse contexto, as religiões despertam a esperança de
superação da morte e indicam valores para orientar a vida, conferindo-lhe uma finalidade e um
significado. Além disso, a experiência religiosa pode ser considerada “humanizante”, ou seja, capaz
de tornar cada um mais sensível aos outros e mais consciente da condição humana compartilhada
com eles. Uma experiência dessa natureza é, portanto, indissociável de uma consciência ética.
8
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Logo, os processos de ensino e aprendizagem do conhecimento religioso requerem
metodologias e estratégias capazes de ampliar a consciência e a valorização da identidade dos
educandos, assim como o respeito aos diversos grupos identitários que compõem o seu contexto
sociocultural. Em todas as etapas desse processo, inclusive na avaliação, deve-se ter presente o
desenvolvimento das seguintes competências, estabelecidas pela BNCC para o Ensino Religioso:
1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e
filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos.
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA
A observação do(s) fenômeno(s) religioso(s) faz parte da realidade do educando antes mesmo
de seu ingresso no sistema escolar, seja por uma opção familiar, seja pelo contexto social que o
circunda. A coleção Passado, presente e fé parte desse pressuposto para oportunizar a compreensão
reflexiva e analítica de diferentes manifestações.
LIVRO DO PROFESSOR 9
Para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Apresenta diferentes recursos e atividades com o propósito de fazer um levantamento dos co-
nhecimentos prévios dos alunos acerca dos conteúdos que serão trabalhados no capítulo.
Por meio de propostas lúdicas, busca a interação entre os alunos, além de oportunizar reflexões
significativas e contextualizadas a respeito dos conteúdos desenvolvidos.
Oportuniza a interação entre os alunos e com outras pessoas da convivência deles. Traz atividades
como rodas de conversa, entrevistas e diferentes propostas de trabalho em equipe.
Ícones
Atividade oral
Caderno
Você sabia?
10
Ícones
Caderno
Texto informativo
Glossário
Atividade coletiva
LIV
RO
DO
PR
OF
ESS
OR
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Gilbraz S. Apresentação. In: JUNQUEIRA, Sérgio R. A.; BRANDENBURG, Laure E.;
KLEIN, Remí (Org.). Compêndio do Ensino Religioso. São Leopoldo: Sinodal; Vozes, 2017.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição
da República dos Estados Unidos do Brasil (de 24 de fevereiro de 1891). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm>. Acesso em:
16 ago. 2018.
. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de julho de 1934).
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm>.
Acesso em: 16 ago. 2018.
. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Brasília, 20 dez. 1996.
. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum
Curricular. Versão final. Brasília: MEC/SEB, 2017.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC,
1989. HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola,
2017.
IMPÉRIO DO BRASIL. Documentos complementares do Império do Brasil (15 outubro 1827).
artig. 6. In: BONAVIDES, Paulo.; AMARAL, Roberto A. Textos políticos da História do Brasil.
Brasília, Senado Federal, 1996. v. I.
JUNQUEIRA, Sérgio B. A. O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil.
Petrópolis: Vozes, 2002.
PASSOS, João D.; USARSKI, Frank. (Org.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo:
Paulus, 2013.
REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Coleção de Leis. Rio de Janeiro: Senado
Federal, 1931. v. I.
SILVA, Eliane M. Religião, diversidade e valores culturais: conceitos teóricos e a educação
para a Cidadania. Disponível em: <https://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>.
Acesso em: 17 ago. 2018.
SOARES, Afonso M. L. Ciência da Religião, Ensino Religioso e formação docente. Disponível
em: <https://www.pucsp.br/rever/rv3_2009/t_soares.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018.
UNESCO. Cultura de paz: da reflexão à ação; balanço da década internacional da
promoção da cultura de paz e não violência em benefício das crianças do mundo.
Brasília: UNESCO; São Paulo: Associação Palas Athena, 2010.
. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris: Unesco, 1948.
. Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural. Paris: Unesco, 2002.
USARSKI, Frank. Interações entre Ciência e Religião. Revista Espaço Acadêmico, Maringá,
v. 02, n. 17, 2002.
. Os enganos sobre o sagrado: uma síntese da crítica ao ramo “clássico” da
Fenomenologia da Religião e seus conceitos-chave. Disponível em:
<www.pucsp.br/rever/ rv4_2004/p_usarski.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018.
12
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Orientações didáticas
Página 5
1 Ao iniciar o ano letivo, quando os alunos participam das primeiras aulas de Ensino
Religioso, é comum a apreensão de suas famílias quanto ao modo como o fenômeno religioso
será tratado na escola. Muitos pais sentem receio de que os conteúdos abordados em sala
possam interferir na identidade religiosa de seus filhos. Nesse sentido, é importante esclarecer à
comunidade escolar o objetivo do Ensino Religioso, que é promover o conhecimento sem
privilegiar nenhuma religião e, ainda, sem realizar experiências religiosas de qualquer natureza
com os alunos. Trata-se de olhar para as manifestações religiosas que acontecem na sociedade,
nas comunidades e nas diversas culturas e de tentar entendê-las. Trata-se, ainda, de identificar as
crenças e os significados das diferentes expressões religiosas a fim de melhorar as relações
interpessoais e sociais.
O respeito à identidade religiosa de cada aluno começa pela atitude do professor, que deve
abordar as várias temáticas sem privilegiar ou desprezar qualquer religião. Além disso, deve ser
reservada especial atenção à abordagem dos conteúdos diante da identidade dos alunos cujas
famílias profes- sam uma religião e concordam com alguns pontos de determinada crença,
porém não participam de todas as atividades religiosas prescritas. O número de pessoas que
pertencem a esse grupo é expressivo no Brasil. Ademais, há um percentual elevado de pessoas
que, mesmo sem se vincular a uma religião, se apoiam em diversos sistemas de crenças,
segundo convicções pessoais. Por outro lado, há alunos cujas famílias se declaram “sem religião”
ou que se reconhecem como ateias. É impor- tante que estes não se sintam pressionados nem
excluídos nas atividades realizadas em sala. Ainda que não tenham crenças religiosas nem
realizem práticas dessa natureza, eles podem, e devem, ser estimulados a compartilhar valores,
experiências e princípios aprendidos em família.
Ao abordar o conteúdo das páginas 4 e 5, pergunte aos alunos se recordam o nome e as
características dos personagens, bem como a religião de cada um. Observe a presença de uma
nova personagem, Estela, que é espírita. Mais detalhes sobre a menina e sua religião serão
mostrados no segundo capítulo. Destaque o fato de que alguns personagens representam
denominações religiosas que se ramificam em diversos grupos. Felipe é evangélico, denominação
que inclui inúmeras igrejas. Potira representa as religiões indígenas, mas há distinções relevantes
nas crenças e nas práticas de cada povo. Leza e Sikulume representam as religiões afro-
brasileiras, na condição de seguidores do Candomblé e da Umbanda, ainda que existam outras
religiões ligadas à mesma denominação. Ressalte ainda, na fala de Manjari, as explicações de que
14 no Budismo não há uma divindade e Buda é um grande mestre espiri- tual. Essa religião é a única,
entre as citadas, que não crê em um deus, mas no autodesenvolvimento.
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Aproveite o diálogo sobre as religiões dos personagens a fim de identificar os nomes das
religiões e das igrejas às quais os alunos pertencem, pois isso pode contribuir para a afirmação da
identidade religiosa de cada um deles.
Página 7
Página 8
Ponto de partida
3 A análise das imagens contribuirá, a seguir, para a compreensão do conceito de rito. Ao
ob- servá-las, os alunos poderão comentar que as atividades exibidas são rotineiras e que as
crianças sempre as realizam. Diferencie com eles atividades que ocorrem com e sem
periodicidade, uma vez que o rito é definido quando há periodicidade e repetição.
Com base nas respostas apresentadas à questão proposta, aprofunde o diálogo direcionando-o
para novas questões. Converse com a turma sobre os gestos e as atitudes das pessoas.
Indague, por exemplo: Quais são os gestos e as atitudes mais comuns das crianças e dos adultos?
Quais são os gestos mais comuns dos jovens e dos idosos?
4 Após a leitura do texto, esclareça aos alunos que gestos repetidos diariamente, a ponto de
se tornarem costumes ou regras, podem ser considerados ritos. Em seguida, crie uma tabela
com todos os dias da semana, oriente-os a copiá-la no caderno e a preenchê-la com ações e
atividades que realizam em cada um deles.
No final da semana, retome essa tabela para que os alunos percebam as atividades que se
repetem no dia a dia. Então, nomeie tais atividades como ritos não religiosos. Faça um
levantamento das atividades que mais se repetiram e explique a eles que um rito pode ser
coletivo e exercido em diferentes lugares e tempos.
15
LIVRO DO PROFESSOR
Página 9
Atividades
5 Explore esses momentos do cotidiano com outros exemplos dos alunos: Como você se
prepara quando um amigo especial vai à sua casa? Quando o ano letivo se inicia, como você se
prepara? O objetivo da seção é que, na própria conversa, eles percebam que repetimos ações e
que existem acontecimentos importantes em diferentes fases da vida. O conteúdo também
contribui para a percepção de que os ritos, religiosos ou não, ocorrem em distintas etapas e
situações da vida.
Página 10
6 Converse com os alunos a respeito dos ritos presentes no cotidiano em sala de aula, no
contexto da escola e no âmbito da família. Destaque os ritos ligados à religiosidade deles. Explore
as imagens e pergunte a eles se frequentam escolas dominicais, catequese ou outros estudos
preparatórios para os ritos de iniciação das religiões às quais pertencem. Solicite a eles que
descrevam como acontecem esses momentos: Quem os orienta? O que estudam e aprendem? Por
que os ritos de iniciação existem?
Relacione as fases da vida do ser humano aos ritos que os alunos conhecem e/ou que já
viveram. Pergunte a eles sobre a importância do rito em cada fase; neste caso, o rito religioso. Mas e
quanto àqueles que não praticam ritos religiosos, que outros ritos poderão realizar?
Página 11
Atividades
7 Por meio do quadro preenchido na atividade, os alunos poderão visualizar algumas
semelhan- ças e diferenças entre os ritos de religiões distintas. Explore esse aspecto com eles e
oportunize um momento para que exponham conhecimentos que porventura já tenham acerca
dos ritos citados.
Página 12
8 Demonstre aos alunos que não participam de rituais de iniciação religiosa que estes existem, são
muitos e variados. Trabalhe a liberdade de culto e de expressão enfatizando a dimensão do
respeito às pessoas nas suas opções e práticas. Explore com eles a iniciação dos bebês nas
diferentes reli- giões. O estranhamento em relação aos ritos pode causar distintos comentários
na sala de aula. Daí a importância da mediação do professor, expondo as diversas possibilidades
culturais e destacando que o respeito é fundamental no processo de conhecer novos ritos.
Lembre-os de que cada povo indígena tem uma forma própria de iniciar suas crianças na
comunidade.
Página 13
9 Sikulume faz um comentário acerca da personagem Leza. Converse com os alunos sobre a
visita dela à avó doente. Essa é apenas uma introdução do que está acontecendo com a
personagem. Comente o assunto, mas sem enfatizá-lo, pois será retomado e aprofundado no
16 capítulo seguinte.
Leia para eles a passagem bíblica de Mateus capítulo 3, versículos 13 a 15, que menciona o
batismo de Jesus. Em seguida, faça perguntas orais sobre a compreensão desse texto e discuta
o gesto de Jesus, que pediu para ser batizado por João Batista, e a atitude deste diante do pedido
do mestre.
Página 15
Página 16
Atividades
11 O intuito das atividades é que os alunos utilizem os conhecimentos adquiridos para
diferenciar uma religião da outra com base no rito do batismo ou da iniciação na comunidade,
assim iden- tificando as características solicitadas na questão 1. Antes de construir o parágrafo
requisitado na atividade 2, retome com eles o significado de cada palavra relacionando-o com o
rito estudado.
Página 18
12 Assim como foi feito com os ritos de batismo ou de iniciação em uma comunidade religiosa,
destaque semelhanças e diferenças entre os ritos de casamento em culturas e religiões
distintas. Antes de iniciar a leitura do texto, peça aos alunos que observem as imagens de
casamentos para citar diferenças e semelhanças encontradas. Solicite a eles que tragam imagens de
casamentos de distintos períodos da história e de lugares diversos. Em uma roda de conversa,
passe as imagens de mão em mão para observação dos detalhes. Classifique as fotos por períodos,
identifique as religiões nelas presentes e retome o significado de casamento comum entre as
culturas e as religiões.
Página 19
14 Retome com os alunos o respeito à diversidade, antes de iniciar a leitura do texto. A cultura
e a sociedade influenciam nos ritos religiosos. Converse com a turma sobre os costumes
culturais da região e também como foram mudando ao longo do tempo, inclusive
influenciando no rito do casamento.
Página 21
Atividades
15 Relembre os alunos dos passos da confecção de um convite. O local deve fazer referência
à religião escolhida por eles. No caderno, os alunos podem detalhar a vestimenta do casal e
como seria o casamento conforme o rito religioso.
Página 23
Atividades
16 O intuito das atividades é avaliar nas frases a associação das palavras encontradas no caça-pala-
vras. As frases deverão expressar a relação entre as palavras e os elementos abordados sobre o rito
do casamento.
Leitura
• FRAAS, Hans-Jürgen. A religiosidade humana: compêndio de psicologia da religião. São
Paulo: Sinodal, 1997.
O livro trata de um diálogo entre teologia e psicologia dividido em duas partes: primeiro,
com a história da psicologia da religião; depois, com a relação entre a religiosidade e o ser
humano.
Filme
Importante:
Professor, recomendamos que você assista aos filmes e avalie a adequação deles antes de exibi-los aos alunos.
• CASAMENTO grego. Direção de Joel Zwick. Canadá: Europa Filmes, 2002. 1 DVD (95 min), son., color.
O sonho do pai da personagem principal, Toula, é vê-la casada com um grego. No entanto,
ao realizar um curso de informática, ela se apaixona por um inglês. Assim, o namoro é mantido em
se- gredo. Mas quando ele é descoberto pela família dela, o noivo procura se adaptar às
tradições gregas.
LIVRO DO PROFESSOR 19
RITOS PARA ALÉM DA VIDA
A unidade temática estabelecida pela BNCC que norteará o segundo capítulo é
Manifestações religiosas e o objeto de conhecimento considerado será Ritos religiosos.
Nesse contexto, a morte será abordada, possibilitando aos alunos que reflitam e conversem a
respeito dela. Para isso, o capí- tulo inicia com os personagens lembrando da amiga Leza (Lelê),
que está visitando a avó em outra cidade por motivo de doença. Em seguida, os personagens
informam que a avó da amiga faleceu e, por isso, ela e a família vão morar com o avô. Adiante,
a personagem Estela é apresentada à turma e traz informações da visão espírita acerca dos
temas abordados.
No início do capítulo, os alunos deverão se lembrar de pessoas das quais gostam muito e que
faz tempo que não veem. Eles poderão expor seus sentimentos e conversar sobre isso. O
momento deve ser de muito respeito e empatia. Em seguida, terão a oportunidade de expor os
sentimentos que têm com relação à morte. Proporcionar momentos assim é importante, pois,
socialmente, não há muitas oportunidades de diálogo acerca desse tema que, por vezes, é
considerado um tabu.
No entanto, ao tratar da morte, é preciso falar a respeito do sentido da vida, que se constrói
todos os dias. Por isso, o capítulo aborda as etapas já vividas pelos alunos, celebra o presente e faz
pensar no futuro que eles desejam. Além disso, aborda o questionamento sobre o pós-morte e
apresenta três respostas em que as religiões sustentam sua fé: a ressurreição, a reencarnação e a
ancestralida- de. Também menciona a crença de alguns grupos não religiosos, segundo a qual
nada existe após a morte. Após a explicação dessas concepções do pós-morte, a identidade
religiosa dos alunos é resgatada para que eles tenham clareza acerca das próprias crenças.
Sugestão de número de aulas: 8
Orientações didáticas
Página 25
1 O capítulo aborda a morte e os sentimentos dos alunos em relação a ela, propiciando que
com- partilhem vivências pessoais ligadas ao tema e à visão deste em seus grupos familiares e/ou
religiosos. Na sequência, traz exemplos de cerimônias e ritos fúnebres de diferentes religiões. Por
fim, trata das visões do pós-morte conforme as diversas religiões e para quem não crê em nada
transcendente a esta vida. Explore a imagem de abertura do capítulo questionando: O que as
pessoas costumam dizer para as crianças quando uma pessoa querida falece? Qual é a relação
das estrelas com pessoas que faleceram? Nesse diálogo, é válido esclarecer aos alunos que as
pessoas podem utilizar linguagem figurada a fim de explicar acontecimentos tristes, para atenuar a
dor e o sofrimento decorrentes deles.
Página 26
Ponto de partida
2 Após a leitura do diálogo dos personagens sobre a saudade que sentem de Leza e acerca da
20 doença da avó da menina, pergunte aos alunos: O que será que Leza está sentindo ao ver sua
avó doente? Quando alguém está nessa situação, o que é possível fazer?
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Pergunte ainda: O que significa “saudade”? Então, propicie aos alunos a oportunidade de contar, em
uma roda de conversa, de quem sentem saudade e o que fazem para acalmar esse sentimento.
Página 27
3 Na ilustração dessa página, os personagens falam sobre a morte da avó de Leza e sobre a
mu- dança da menina para outra cidade. Ressalte, nesse diálogo, as formas encontradas por eles
para lidar com a saudade da amiga. Converse com os alunos indagando se já viveram a
experiência de ter um amigo que se mudou para longe. Em caso afirmativo, pergunte como se
sentiram e se conseguiram manter contato com quem se mudou. Destaque ainda a afirmação
de Yurem, de que, mesmo longe, Leza continuará sendo amiga dos personagens.
Converse também acerca da morte da avó da menina. Assim como na atividade da seção Ponto
de partida, da página anterior, pergunte aos alunos quais sentimentos imaginam que Leza
experimentou nessa situação. Peça exemplos de atitudes dos amigos que poderiam ajudá-la a
enfrentar os sentimen- tos gerados pela morte de uma pessoa querida e pela mudança
inesperada de cidade. Ao responder a essas questões, é possível que algum aluno mencione
sentimentos já vividos por ele, diante da morte dos avós ou de uma pessoa querida. Sendo
assim, é essencial lembrar que a abordagem de assuntos dolorosos e, por vezes, pouco
discutidos na família ou na sociedade pode evocar nos alunos sentimentos difíceis de gerenciar.
Portanto, eles precisam contar com a sensibilidade e o acolhimento do professor. Um modo
positivo de lidar com o tema é mostrar que, mesmo não estando perto, as pessoas falecidas
continuam sendo queridas. É válido também falar da importância de relembrar as qualidades dessas
pessoas e os bons momentos vividos ao lado delas.
Página 28
Fazer o bem
4 Atividade 1
Esta atividade proporcionará aos alunos a organização dos seus sentimentos e o
desenvolvimento de empatia em relação aos colegas. Distribua a cada aluno o nome de um
colega, escrito em um papel (como na brincadeira amigo-secreto). Ao sentar em círculo com eles,
oriente-os dizendo que, no momento em que cada colega fizer um comentário, é necessário
olhar para ele e ouvi-lo aten- tamente. Ressalte que, cada aluno deve ouvir com atenção ainda
maior a fala do colega cujo nome consta no papel recebido por ele. Circule pela sala a fim de
verificar as percepções dos alunos e, na atividade seguinte, ter a sensibilidade necessária para a
condução do tema.
Fique atento aos comentários relacionados à morte de animais de estimação e os acolha, pois a
dor e o sofrimento decorrem da morte de qualquer ser querido. Ressaltamos ainda a
possibilidade de alguns alunos se emocionarem na atividade, uma vez que a temática pode
tocar seus medos ou re- lembrar situações de perda que lhes causam tristeza. Por isso, aja com
muita empatia, mas também com naturalidade, pois a morte é um assunto da vida e precisa ser
abordado para que não se torne um tabu. Seja afetivo e incentive-os a se colocarem no lugar
dos colegas para que compreendam os sentimentos deles. Participe do diálogo e fale de seus
próprios sentimentos sobre a morte. Ao final, retome com os alunos a importância de se respeitar
a dor e a saudade de todas as pessoas. Afinal, em uma atividade como essa, surgem revelações
que devem ser acolhidas com carinho. 21
LIVRO DO PROFESSOR
Atividades 2 e 3
Com os alunos ainda reunidos em círculo, pergunte a eles como responderiam às questões
propostas e ofereça a palavra a alguns voluntários. Em seguida, cada aluno deve registrar
individualmente as suas respostas, podendo inspirar-se no que ouviu dos colegas.
Sugestão de atividades
Para o diálogo proposto na atividade 1 da seção Fazer o bem, pode ser aplicada a metodologia
dos Círculos de Construção de Paz, estruturada para facilitar o diálogo e também para a aplicação
como metodologia restaurativa. Quando empregada de maneira sistematizada, essa
metodologia pode proporcionar o ganho de autoestima, de confiança e de segurança no
trabalho em grupo.
Lembre-se: tenha sempre um objetivo para realizar a Prática do Círculo, faça um roteiro e prepare o
ambiente. E se algum aluno não quiser falar do assunto em questão, ele deve ser respeitado.
Os Círculos vêm da tradição oral, quando as pessoas em diferentes culturas se reuniam ao redor
da fogueira ou, mais recentemente, de uma mesa ou em uma roda de cadeiras. Em 2014, o
ministro da Educação dos Estados Unidos validou, com base em evidências, que os Círculos fazem
parte de prá- ticas de justiça restaurativa. Desde então, os Círculos de Construção de Paz são
utilizados em diversas escolas de vários países.
A Prática do Círculo é ensinada pela vivência; por isso, é possível aplicá-la na escola, em vez
dos Círculos no seu processo como um todo. A diferença entre eles é que a Prática é apenas
uma parte dos Círculos de Construção de Paz. Estes têm mais etapas (PRANIS; WATSON, 2015, p.
21).
Os Círculos e a Prática do Círculo podem ser utilizados para:
• construir um vínculo positivo;
• construir normas comunitárias;
• construir relacionamentos;
• construir aprendizagem social e emocional;
• conversas difíceis;
• construir uma equipe de trabalho;
• construir envolvimento com os pais.
E para situações difíceis, são empregados os Círculos de Conflitos (PRANYS; WATSON, 2015, p. 21).
Para realizar essa prática, é necessário que o professor prepare o ambiente com um círculo de
cadeiras, com o número exato de participantes, e uma peça no centro, como inspiração, que
pode ser um objeto significativo para o grupo. Sugerimos algo que faça referência a um dos
quatro elementos da natureza, como água, uma planta (representando a terra e o ar) ou uma
vela (representando o fogo). Para indicar quem está com a palavra, pode ser usado um objeto de
tamanho razoável, que as pessoas gostem de manipular e que as deixe tranquilas; por exemplo:
um boneco de pelúcia, uma bolinha de borracha, um pequeno bastão com fitas, etc.
22
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Planejamento da prática:
1. Cerimônia de abertura: pode ser uma leitura significativa, uma música, palmas, um
agradecimento e até mesmo um relaxamento.
2. Check-in: é a expressão do sentimento dos participantes; deve ser realizado com perguntas
nor- teadoras, tais como:
• Como você se sente no momento?
• Quem é você? etc.
O facilitador (professor) deve estar com o objeto indicativo de quem está com a palavra. Quando
faz a pergunta norteadora, ele inicia respondendo-a; depois, passa tal objeto para o seu lado
direito ou esquerdo. Esse objeto deve circular e passar por todas as mãos, em ordem. Não é
possível que passe de forma aleatória ou por alguém que queira interromper a fala. É preciso
esperar a vez de falar, até ele chegar ao facilitador novamente, que vai repassá-lo em ordem.
Atividade principal: dependerá de seu objetivo. Por exemplo:
• Como o seu melhor amigo o descreveria?
• Se você pudesse ser um super-herói, que superpoderes teria e por quê?
• O que você mais valoriza em um amigo?
• Quem você é de verdade? etc.
O objeto da palavra na atividade pode circular mais de uma vez com perguntas diferentes.
Se observar que é necessário passá-lo outra vez pelos alunos, sem pergunta alguma, por
perceber que eles querem acrescentar algo, isso pode ser feito.
3. Check-out: pode ser uma leitura significativa, uma música, palmas, um agradecimento e até
mesmo um relaxamento (BRANCHER, s.d.).
Página 29
Atividades
5 Falar da morte também significa falar da vida, que conduzimos todos os dias por meio de
ações e gestos. Auxilie os alunos a pensar sobre os atos cotidianos e que falas surgem
socialmente em relação ao castigo ou à premiação que teremos na vida após a morte de acordo
com os nossos atos. A música pode proporcionar tal reflexão. Assim, reproduza a música “O que
é, o que é?”, de Gonzaguinha, em sala de aula para que os alunos a ouçam na íntegra. Em
seguida, faça a correlação da letra com a opção de cada pessoa, comunidade e religião pelas
celebrações que consideram relevantes. Destaque ainda a importância de também olhar para si
mesmo com carinho, permitir-se ser feliz, ser leve e praticar atos de bondade consigo mesmo.
Atividade 1
Prepare a sala com a execução de uma música instrumental, mantendo as luzes apagadas, para
que haja um momento de introspecção. Faça algumas perguntas e, entre uma e outra, dê
tempo para a reflexão dos alunos. Sugerimos que sejam feitas perguntas como as seguintes:
23
LIVRO DO PROFESSOR
• O que lhe deixa mais feliz?
• O que você mais gosta de fazer e o que lhe agrada muito?
• Qual é a parte do corpo de que você mais gosta? Por quê?
• Se você pudesse oferecer um carinho a si próprio, qual seria?
• Se você pudesse fazer um elogio a si próprio, qual seria?
Depois dessas reflexões, forre as paredes da sala com papel-pardo de forma contínua, isto é,
sem cortá-lo. Deixe um espaço para cada aluno desenhar e pintar. Essa tarefa será realizada com
tinta guache e pincel. O objetivo é que os alunos desenhem e pintem tudo que há de bom
dentro deles e o que imaginaram nas perguntas realizadas no momento de reflexão. Em círculo,
sentados, e com a possibilidade de ver a obra que cada um fez, convide-os a contar o que
desenharam e a apresentar aos colegas o que tem de bom.
Complemente a atividade com um texto escrito. Sugira o roteiro aos alunos para que possam
ter uma lógica de escrita:
1. Explique o momento de reflexão na aula.
2. Escreva resumidamente o que respondeu nas perguntas:
• O que lhe deixa mais feliz?
• O que você mais gosta de fazer e o que lhe agrada muito?
• Qual é a parte do corpo de que você mais gosta? Por quê?
• Se você pudesse oferecer um carinho a si próprio, qual seria?
• Se você pudesse fazer um elogio a si próprio, qual seria?
3. Escreva o que você desenhou, que cores utilizou e se gostou do desenho.
4. Descreva dois colegas e comente o que você conheceu de bom sobre eles na conversa no círculo.
5. Dê a sua opinião a respeito da atividade.
Recolha e analise os textos dos alunos. Esses tipos de texto dão a oportunidade de conhecer
mais os estudantes. Inclusive, com essa análise, é possível criar estratégias para recuperar a
autoestima de algum aluno.
Atividade 2
Faça um levantamento prévio a respeito das datas significativas para a turma: da vida dos alunos, do
bairro, da cidade e da escola, dando destaque às principais festas religiosas que marcam a cultura
local. Após a conclusão dessa “estrada da vida”, o caminho simbólico de cada um, leve a turma
para um es- paço aberto, se possível em contato com a natureza. Cada aluno deve procurar um
colega, mostrar a ele sua produção e explicar a história de vida representada por ele. Na sequência,
deve ouvir a história do colega. Depois, as duplas devem ser trocadas e a dinâmica, repetida, até
que os alunos conheçam a história de todos. Em seguida, solicite a eles que formem uma
grande roda e que, um por vez, falem das descobertas que fizeram acerca de alguns colegas e o
que é importante saber sobre eles. Ao final, proponha a todos que coloquem os livros, com suas
histórias de vida, abertos no meio da roda. Sugira que seja feito por todos, durante um minuto,
um gesto de reverência às histórias de vida de cada colega.
24
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Solicite aos alunos que pensem nas histórias de vida e nas diferentes situações que viveram até
o momento atual e como cada pessoa reage diante dos fatos. Ao realizar a atividade, incentive-
os a se lembrarem de suas memórias afetivas.
Sugestão de atividades
1.Bandeira pessoal
Explique à turma que a bandeira geralmente representa um país e retrata algo da história dele.
Nesta atividade, cada aluno vai construir sua própria bandeira com base nestas perguntas:
• O que lhe deixa mais feliz?
• O que você mais gosta de fazer e que lhe agrada muito?
• Qual é a parte do corpo de que você mais gosta? Por quê?
• Se você pudesse oferecer um carinho a si próprio, qual seria?
• Se você pudesse fazer um elogio a si próprio, qual seria?
Peça aos alunos que respondam às perguntas por intermédio de um desenho ou de um símbolo.
Quando todos tiverem terminado, coloque-os em pequenos grupos para que compartilhem suas
bandeiras.
Exponha na sala de aula as bandeiras pessoais (GONÇALVES; PERPÉTUO, 2001).
2.Onde está o meu colega?
Divida a turma em duas equipes, se possível com igual número de participantes. Escolha um
adivi- nhador de cada equipe. Ele deverá sair da sala. Quando o adivinhador estiver fora dela,
escolha um participante do grupo adversário. Este deverá ser encontrado pelo adivinhador.
Quando o adivinhador entrar novamente na sala, deverá realizar perguntas, tais como: Sua cor
de cabelo é castanha? Está de tênis branco? Quem responderá a estas questões será a equipe
adver- sária. Ele deve adivinhar o nome do colega com até no máximo oito perguntas. Se não
adivinhar, a equipe adversária ganha um ponto; se conseguir, a sua equipe é que ganha o
ponto. Podem ser trocados os papéis enquanto a turma estiver motivada.
O objetivo da realização da atividade é estar mais atento aos colegas da turma, percebê-los e, prin-
cipalmente, estar com eles, aproveitando os momentos que passam juntos. Da mesma forma
como fizeram os personagens com a amiga Leza. Registre no caderno a atividade, com o passo
a passo e as conclusões obtidas com a brincadeira. Peça aos alunos que escolham cinco colegas
com os quais não convivem muito para que escrevam características físicas e emocionais deles
(YOZO, 1996).
Página 30
6 O texto introduz a definição de cerimônias e ritos fúnebres. Em algumas famílias, as crianças não
podem frequentar tais cerimônias por acreditarem que elas são muito jovens para conhecer
esse tema de modo mais aprofundado. Se alguns alunos não puderem participar de funerais,
peça a eles que perguntem os motivos aos responsáveis e os relatem aos colegas, a fim de
valorizar a opinião da família.
25
LIVRO DO PROFESSOR
Explore o conteúdo com os alunos observando as imagens com as diferenças dos ritos fúnebres
nas religiões. Questione-os se já participaram de algum rito fúnebre diferente e peça a eles que
o relatem à turma. Explore também perguntas sobre o sentido da vida. Demonstre que há
infinitas possibilidades de respostas para elas. As religiões ajudam a expressar de forma organizada e
siste- matizada tais respostas, auxiliando o ser humano a ver caminhos que considere coerentes.
Página 32
Página 33
Página 35
Atividades
9 Auxilie os alunos a encontrar as palavras-chave do texto. Releia-o iniciando a leitura de
frase por frase para que eles possam sublinhar as palavras importantes. Quando estas são
retiradas do contexto, podem gerar dúvidas. Anote-as no quadro e redefina-as com os alunos,
para que não tenham dúvidas no momento de criar o diálogo.
Sugestão de atividades
Escolha um espaço amplo para que os alunos possam se movimentar. Divida a turma em grupos
de cinco. Eles precisarão montar uma única flor de lótus, com o corpo. Para isso, deverão
pensar em como realizar coletivamente a tarefa. Depois, deverão apresentar o resultado aos
colegas. Repita a atividade juntando dois grupos e, na sequência, a turma toda. Incentive-os a
montar a flor fechada e, depois, ela deve se abrir lentamente.
Questione-os acerca da percepção que tiveram sobre a brincadeira, as dificuldades e as facilidades.
Comente com eles suas observações. Pergunte: O que é possível compreender com a atividade? E
qual é a relação desta com o significado da flor de lótus? A ideia é que percebam que muitas
vezes o lodo ou a lama se parece com as dificuldades da turma em interagir em busca de um
mesmo objetivo. Mas quando há superação disso, surge a união da turma, a conquista de
objetivos e a linda flor de lótus.
26
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Página 37
Atividades
10 As atividades retomam os sentimentos dos alunos sobre o tema “morte”, que agora passa a
ter outro sentido, pois eles já aprenderam mais informações a respeito desse conteúdo,
ampliando seus conhecimentos. A intenção é que consigam alinhar o conhecimento religioso à
sua prática religiosa, reforçando a própria identidade. Além disso, devem se colocar no lugar do
outro e pensar na postura mais adequada em momentos de luto.
Página 38
11 A nova personagem, Estela, pode gerar algumas dúvidas nos alunos em relação à sua
deficiên- cia. Converse com eles sobre esse assunto e também a respeito da crença religiosa
dela, que é o Espiritismo.
Página 40
Atividades
12 Observe atentamente os detalhes dos desenhos dos alunos para compreender o universo
simbó- lico representado por eles. Explore por meio de questionamentos as ideias que tiveram ao
desenhar.
Página 41
13 Tendo por base o diálogo dos personagens, realize uma enquete com os alunos sobre a
crença que eles têm acerca da vida pós-morte. Geralmente, eles descrevem o que creem, mas não
sabem nomear tal crença. Há períodos em que os meios de comunicação influenciam essa visão,
fazendo com que o aluno confunda a crença de vida pós-morte da sua religião com a crença
apresentada em novelas, filmes, séries e outros.
Registre a opinião deles e verifique se há relação entre a religião indicada por eles e a explicação de
vida pós-morte. É possível que não haja coerência. Assim, mais adiante você terá elementos
para discutir o assunto com a turma.
Página 45
Brincar e aprender
14 O objetivo da trilha da vida é revisar os temas desenvolvidos no primeiro e no segundo
capítulos. As questões presentes nela podem ser copiadas no caderno e respondidas
individualmente, após a realização do jogo.
27
LIVRO DO PROFESSOR
Sugestões para o professor
Leitura
• PRANIS, Kay. Guia de Práticas Circulares no Coração da Esperança. Disponível em:
<http://www.
crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_es-
peranca.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2019.
Esse guia, baseado nos Círculos de Construção de Paz, auxilia no respeito aos
relacionamentos positivos e tem como pergunta inicial: Como nós promovemos esses
relacionamentos? O intuito é aumentar a consciência emocional e a compreensão de relações
saudáveis dos jovens para o desenvolvimento da autonomia.
• SILVA, Andréia V. da. Rituais interacionais: o enterro evangélico. Revista Intratextos, Rio de
Janeiro, n. especial 2, p. 1-16, 2011.
O artigo traz resumidamente o ritual fúnebre dos evangélicos e caracteriza alguns ritos nas igrejas
mais populares.
• MUNDY, Michaelene. O que acontece quando alguém morre? um guia para as crianças
lidarem com a morte e os funerais. São Paulo: Paulus, 2004.
Você consegue se lembrar da primeira vez em que esteve presente em um funeral? Quais
lem- branças são mais vívidas? Essas mesmas questões, sem dúvida, farão parte algum dia da
vida de uma criança. O livro é repleto de ilustrações e conselhos para ajudá-la na compreensão
desse delicado assunto.
Filme
Importante:
Professor, recomendamos que você assista aos filmes e avalie a adequação deles antes de exibi-los aos alunos.
• A PARTIDA. Direção de Yojiro Takita. Japão: Shochiku Company, 2008. 1 DVD (131 min), son., color.
Daigo Kobayashi é um violoncelista que fica desempregado, pois a orquestra em que
trabalha é dissolvida. Seu próximo emprego é como agente funerário e terá que preparar os
corpos de pessoas mortas. Os cuidados de Daigo com os mortos é o aspecto relevante no filme.
28
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
ENCONTRANDO O SAGRADO NA ARTE
A unidade temática estabelecida pela BNCC que norteará o terceiro capítulo é
Manifestações religiosas e o objeto de conhecimento abordado será Representações religiosas
na arte. Nesse contexto, os alunos poderão estudar como o sagrado se revela na arte e
perceber que é possível transmutar a dor e a saudade por meio de diferentes manifestações
artísticas.
Serão apresentadas obras de diferentes linguagens e técnicas artísticas, tais como:
escultura, pintura, gravura, entalhe, vitral, mosaico, dança. Elas serão tratadas como expressões
artísticas pre- sentes em diversas culturas do mundo e também nas religiões. A crença e a
explicação da vida após a morte igualmente podem ser demonstradas por meio da arte. Um
exemplo disso é a cruz vazia, expressão de muitos artistas. Além de ser uma simbologia viva, ela
lembra aos cristãos que devem transformar a vida diária em uma constante ressurreição.
1 Explore com os alunos a imagem de abertura do capítulo. Pergunte a eles de que formas a
arte pode se revelar; se a imagem das páginas de abertura é considerada arte; se esta expressa
senti- mentos, momentos vividos em determinada época; e de que forma, com ela, é possível
representar o sagrado ou a morte.
Página 48
Ponto de partida
2 O capítulo apresenta as expressões de arte em diversas religiões e culturas. Inicia com a
expressão da morte na arte, resgatando a temática do capítulo anterior. Ao mesmo tempo,
insere a estética e a sensibilidade, introduzindo a arte com temas religiosos ou não. A
representação da morte em diferentes expressões artísticas reforça a ideia de que esse é um tema
comum a todas as sociedades.
Com a turma, analise as imagens do livro e proponha algumas questões para serem discutidas:
Em que elas se parecem? Em que se diferenciam? Comente que são representações de várias
partes do mundo. Explore com os alunos o sentimento e a percepção que têm ao observar a
morte retratada em uma obra de arte. Utilize as respostas para problematizar e questionar sobre a
leveza da repre- sentação artística da morte em algumas obras e o impacto de outras.
Sugestão de atividades
1. Muitos cemitérios são considerados obras de arte. Apresente à turma alguns cemitérios
famosos e proponha uma análise da arte que neles aparece (ver referências no item
Sugestões para o professor). Discuta com os alunos as expressões artísticas e seus detalhes.
LIVRO DO PROFESSOR 29
2. Verifique se os alunos conhecem o significado da palavra “epitáfio” (inscrição sobre lápides
tumula- res ou monumentos funerários). Pergunte ainda: Alguém já leu um epitáfio? O que
costuma estar escrito nele? Então, reproduza a música Epitáfio, da banda Titãs, que fala a
respeito de aproveitar o tempo de vida (ver referências no item Sugestões para o professor).
Depois, discutam: Por que a letra da música está no passado? Na música, há certo lamento.
Do que ele trata? Quem ou o que é o acaso sugerido na música? Qual é a ideia central da
canção? Qual é a relação entre a letra e o título da música? Reflita com a turma sobre a
importância de viver bem a vida, aproveitando cada momento, para que não haja
arrependimentos posteriores.
Página 51
Brincar e aprender
3 Comente com os alunos que as igrejas cristãs focam na ressurreição de Jesus para enfatizar
a esperança e a renovação da vida. A imagem do quebra-cabeça trará essa reflexão. Relacione a
maneira como Cristo foi representado no período de vida do pintor com a maneira como é na
atualidade.
Página 52
4 O objetivo da apresentação das imagens é esclarecer que muitos ritos foram retratados por
meio da arte, pois esta é, há muito tempo, uma forma de expressão de crenças e costumes. Os
po- vos indígenas celebram a ancestralidade de um falecido que continua a viver em espírito.
Para os povos africanos, uma mesma divindade pode apresentar a dualidade entre
doença/morte e cura, dependendo das circunstâncias. Explore as imagens que representam
diferentes culturas.
Página 54
Atividades
5 Atividades 1 e 2
Incentive os alunos a conversar com diferentes pessoas ou até mesmo buscar livros na biblioteca
ou pesquisar na internet para responder às questões. O objetivo das atividades é aproximar dos
alunos a ideia da vida após a morte, buscando respostas na comunidade em que vivem.
Atividade 3
A questão pretende contribuir para que os alunos percebam que a arte também pode ser uma
ma- neira de transmutar a dor e homenagear o ente querido. As religiões que acreditam na
ancestralidade transmitem seus conhecimentos religiosos de geração em geração e, por meio
das representações artísticas, têm a possibilidade de resgatar sua história.
Atividade 4
A atividade pode ser realizada em casa com o acompanhamento dos familiares, a fim de que
haja tempo de secagem de materiais eventualmente utilizados, como tinta e cola. Na aula
seguinte, promova uma roda de conversa em que os alunos possam apresentar suas produções e
30 explicá-las.
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Página 57
Atividades
6 Os alunos podem colar imagens de vitrais, azulejos, etc. A pesquisa pode ser feita na
internet ou em revistas. É importante que eles saibam o significado e o nome da religião
representada na imagem que vão selecionar. Uma proposta interessante é fazer agrupamentos
das mesmas tradições religiosas para que sejam identificados os vários elementos artísticos a elas
relacionados. Eles podem registrar no caderno as religiões e o tipo de arte que encontraram.
Fazer o bem
7 Organize um período para a realização da atividade. Traga para a sala um crucifixo de madeira
para representar a cruz. Cubra-o com folhagem verde, qualquer que seja a disponível na sua
região. O crucifixo ficará totalmente coberto pelo verde. Providencie flores (uma para cada aluno)
com cabos pequenos e as coloque em uma cesta. Deixe o crucifixo em um lugar silencioso da
escola; disponha as cadeiras em círculo; coloque a cesta de flores no meio do círculo e
reproduza uma música am- biente para receber os alunos. Proponha a eles um momento de
reflexão sobre os atos cotidianos e sobre tudo aquilo que gostariam de transformar em seu dia a
dia. Peça a eles que imaginem todos os gestos bons ou a gratidão que gostariam de manifestar
por motivos diversos. Lembre-os do que é belo, bom e de todos os desejos de transformação.
Cada aluno, então, pega uma flor no centro do círculo e a coloca na cruz. Esta ficará coberta de
flores. Relembre-os de que a ressurreição (cruz vazia) só acontece quando há transformação,
desejo de vida, de dignidade, e assim por diante. O símbolo pode ficar exposto para que alunos
de outras turmas também coloquem suas flores.
Página 58
8 Convide o professor de Arte, de História ou mesmo um artista plástico para explicar sobre arte
em vitrais, mosaicos, ícones de diferentes religiões. Se alguns alunos frequentarem espaços que
tenham essas expressões artísticas, peça fotos ou convide alguém dessa comunidade religiosa para
explicá-las. Se possível, visite algum espaço que contemple esse tipo de arte na cidade em que
eles vivem.
Página 60
Atividades
9 Reproduza uma música suave para que os alunos pintem a mandala e elaborem uma imagem
artística. Isso auxilia na concentração e na expressão de sentimentos.
Sugestão de atividades
Uma alternativa é propor a cada aluno que, em uma folha A3, crie sua mandala e enfeite-a com
papéis coloridos, formando um mosaico. As mandalas produzidas podem ficar expostas para
toda a turma apreciar.
Página 61
10 A dança e a música fazem parte das religiões. A dança religiosa pode ser coletiva ou individual,
mas essencialmente proporciona a conexão com o sagrado, a fé e a divindade. Pergunte aos
alunos se recordam de cenas de filmes que tenham a dança como tema e em que momentos ela
acontecia. Explique que, na Antiguidade, o ser humano utilizava a dança para expressar gratidão,
pedir proteção, etc. 31
LIVRO DO PROFESSOR
Página 62
Brincar e aprender
11 Atividade a
Providencie a música escolhida pela turma para a dança circular. Oriente os alunos a formar uma
roda e solicite a eles concentração. No início, eles podem fazer os gestos individualmente, nos
próprios lugares; por exemplo: um passo para frente, juntar os pés, um passo para trás, dois
passos para a direita e um passo para a esquerda, juntar os pés e iniciar novamente.
Em um segundo momento, os gestos devem ser feitos por todos juntos, de mãos dadas.
Incentive os alunos a se manterem concentrados. Quando todos estiverem alinhados e em
sintonia, peça a eles que fechem os olhos. Depois, eles podem repetir os movimentos sem as
mãos dadas. Se for possível gravar a atividade, o vídeo pode ser apresentado à turma durante o
diálogo proposto na atividade 2.
Atividade b
Durante a exposição das opiniões dos alunos, organize uma roda de conversa. Nela, comente a
sintonia coletiva e a capacidade de não repreender quem teve dificuldades, mas continuar a dança
até que essa pessoa se sentisse bem. Depois, questione os alunos: O que sentiram ao realizar
essa dança? É possível dançar sem pensar no outro? Quando vocês conseguiram dançar tendo
confiança nos outros? Como sabiam que podiam dançar com as mãos soltas e, ao mesmo
tempo, em sintonia com o grupo?
Sugestão de atividades
Aprofunde a experiência da dança em roda propondo uma dança circular propriamente dita. Dê
aos alunos os seguintes comandos: Fechem os olhos. Ouçam os sons e a música que vêm de fora.
Vamos dançar para nos movimentarmos. Circulem para a direita. Deixem o corpo leve e girem
em sintonia, com vocês mesmos, com os outros e com o Universo. Se alguém errar o gesto,
mantenham os olhos fechados, prossigam e logo o passo será acertado.
Crie passos para ensinar aos alunos. A dança pode ser simples, como um passo à direita, outro à
esquerda e um para frente, e assim sucessivamente. Depois que todos estiverem dançando em
sintonia, podem soltar as mãos e continuar fazendo o mesmo movimento. À medida que os
alunos se sentirem mais seguros, é possível colocar outra música e criar outros passos com o
auxílio deles.
Atividades
12 Organize a turma em quatro grupos. Para cada grupo, distribua uma das seguintes tarefas:
Grupo 1
Perguntar em casa, em um clube ou em uma associação:
• Que danças culturais são feitas em nossa cidade ou região?
• Quem ou o que as danças homenageiam?
• Que tipos de roupa os integrantes usam?
32
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Grupo 2
Perguntar em casa, na igreja ou na escola:
• Que danças religiosas existem em nossa cultura local?
• Quem mantém a cultura dessas danças?
• Que tipos de roupa os integrantes usam?
Grupo 3
Pesquisar, em livros ou na internet, informações a respeito dos diferentes povos indígenas que vivem
no Brasil e responder:
• Qual é a função da dança para os povos indígenas?
• Como os povos indígenas se preparam para as danças?
• Em que local ocorrem as danças de uma comunidade indígena?
Grupo 4
Procurar, na internet, um vídeo que exiba duas ou mais crianças dançando, uma delas com
alguma restrição a movimentos que a maioria das crianças está acostumada a fazer. Depois de
assistir ao vídeo, discutir sobre o que ele apresenta e responder às questões:
• Como se apresentam as crianças do vídeo?
• O que a dança é capaz de mostrar nesse vídeo?
• Por que a dança pode ser sagrada?
Explique aos alunos que as perguntas que farão precisam ter o acompanhamento de um
adulto. Também é possível que cada integrante do grupo faça a pesquisa em casa e, na aula, as
respostas obtidas sejam reunidas. O registro no caderno é importante para que as informações
não se percam e os alunos possam consultar as informações quando necessário.
Após a pesquisa, eles devem mostrar aos colegas as informações obtidas. Auxilie os grupos a
resumir as informações para a apresentação oral. Dê um tempo para que possam ensaiar
oralmente e fiquem seguros em sua demonstração. Combine uma forma de apresentação
dinâmica e interativa. Use mídias digitais, cartazes, danças, roupas caracterizadas e o que mais a
criatividade dos alunos propor.
Seguem algumas informações a respeito das danças sagradas e das danças rituais indígenas.
• A dança pode ser sagrada quando praticada como um rito voltado para o transcendente. É
um rito que acontece em lugares sagrados ou em momentos de busca para estar próximo
da(s) divindade(s).
• As danças sagradas são praticadas para invocar o auxílio dos deuses ou para lhes agradecer.
Eles são invocados com danças nas mais diversas situações: nascimentos, casamentos, ritos
de pas- sagem, morte, guerra, colheita, etc.
33
LIVRO DO PROFESSOR
• Os ritos dos povos indígenas nunca estão separados da vida cotidiana. Para esses povos, a
dinâmica da vida e do Universo, em permanente movimento cíclico, torna-se o movimento
ritualístico da natureza. Sendo assim, celebram as épocas de colheitas, caça e pesca, entre
outros momentos importantes da vida. Em seus ritos, há diferentes elementos simbólicos,
como danças, cantos, pinturas corporais, adornos e vestimentas de materiais diversos,
extraídos da natureza, todos de grande relevância. As cores mais usadas são o vermelho, o preto
e o branco, cujas tintas são extraídas do urucum, do jenipapo, do carvão, do barro e do calcário.
Conforme a tradição de cada etnia, a música é executada por meio de cantos e de
instrumentos construídos com madeira, casca de frutas, bambu e outros materiais disponíveis.
• Os povos indígenas valorizam suas tradições e sentem a necessidade de cultuar suas crenças
por meio de ritos sagrados, em que o canto e a dança constituem os principais elementos.
Além disso, a dança tem grande influência na vida social desses povos, simbolizando tudo o
que acontece, as situações que ameaçam a saúde, as vitórias nas guerras e nas caçadas, o
triunfo no amor, etc. A dança indígena constitui uma “dança dramática” para agradecer a
colheita, marcar a passagem do jovem à idade adulta, saudar aqueles que chegam à aldeia, entre
outros motivos especiais e sagra- dos. Ressalte aos alunos que, apesar de algumas semelhanças
nos gestos de diferentes grupos (como bater mais forte um dos pés no chão, em um
compasso binário, para marcar o ritmo da dança e da música), o significado muda de uma
dança indígena para outra, em decorrência da história que se está representando.
Página 63
Fazer o bem
13 Antes de ler o texto, busque e reproduza o vídeo que mostra as duas crianças dançando.
Em seguida, converse com os alunos acerca dos sentimentos que tiveram e os de quem estava
dançan- do. Depois, leia a história e a relacione com o vídeo. Sugira também a eles que
pesquisem outras danças realizadas por pessoas com deficiência. Depois, discutam e reflitam
sobre estas questões:
• O que mais chamou a atenção nas danças?
• O que pode impedir uma pessoa de dançar?
• O que motiva as pessoas com deficiência a dançar?
Sugestão de atividades
Organize os alunos em quatro grupos. Cada grupo escolhe uma música para dançar. Verifique
se a música escolhida é adequada para a idade deles e se traz valores construtivos. Proponha o
seguinte desafio: um componente de cada grupo deverá simular algum tipo de deficiência
(vendar os olhos, amarrar um braço ou dois para que não possa utilizá-lo(s), usar fone de
ouvido, estar em uma cadeira de rodas, etc.). Os grupos deverão criar uma coreografia e
executá-la com todos os componentes dançando. Em seguida, conversem sobre a experiência.
É possível que essa atividade precise de um tempo maior em razão dos ensaios. Além disso, é
im- portante organizar uma data para a apresentação de todos os grupos, se possível, perante
34 outras
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
turmas. Registre a apresentação em fotos e/ou vídeos para ser apreciada pelas crianças. Avalie com
os alunos as facilidades e as dificuldades em realizar a coreografia. Peça a eles que registrem
no caderno as dificuldades e as facilidades que experimentaram nos ensaios e na apresentação,
bem como a conclusão que tiraram da atividade.
Revisite o capítulo com os alunos. A cada página, questione a turma sobre as lembranças e
indague o que de significativo se construiu com o estudo. Relembrem juntos a identidade
religiosa de cada um deles e o conhecimento ampliado de outras tradições religiosas que
tiveram ao longo do capítulo. Finalize destacando a importância de que mantenham sua própria
crença, sempre respeitando as outras religiões.
Leitura
• BRITO, Daiane. Os cemitérios mais turísticos do mundo. Disponível em:
<https://viagemeturismo. abril.com.br/materias/veja-cemiterios-que-atraem-visitas-pela-beleza-
e-pelos-tumulos-famosos/>. Acesso em: 24 fev. 2019.
O artigo traz imagens e revela as principais características de cemitérios considerados
pontos turísticos em diferentes lugares do mundo. Pode servir como recurso para a atividade (1)
sugerida na página 29 das orientações didáticas, item 2.
Áudio
• BRITTO, Sérgio de; AFFONSO, Álvares; SILVER, Eric. Epitáfio. Intérprete: Titãs. In: TITÃS. A melhor
banda de todos os tempos da última semana. São Paulo: Abril Music, 2001. 1 CD, digital,
estéreo. Faixa 6.
A faixa Epitáfio propõe uma reflexão sobre a vida e a necessidade de aproveitá-la. A respeito
dessa letra, foi sugerida uma atividade (2) na página 30 das orientações didáticas, item 2.
35
LIVRO DO PROFESSOR
DESCOBRINDO A DIVINDADE
A unidade temática estabelecida pela BNCC que norteará o quarto capítulo é Crenças religio-
sas e filosofias de vida e o objeto de conhecimento abordado será Ideia(s) de
divindade(s). Na abertura do capítulo, os personagens são representados realizando gestos
que simbolizam a busca de conexão com a divindade. Em seguida, serão abordados os conceitos
de “transcendência”, “transcendente” e “divindade”, bem como os nomes dados às divindades nas
diferentes religiões e a especificidade do Budismo, que não apresenta a crença em Deus ou
deuses.
Cada aluno parte de sua crença individual e de sua ideia de transcendente de modo que, ao
conhecer outros conceitos de divino, tem a possibilidade de compreender melhor o conceito de
di- vindade presente em sua religião. Além disso, o capítulo possibilita aos alunos
compreenderem como a transcendência se manifesta na realidade da vida, na história humana e
nas expressões culturais.
Orientações didáticas
Página 65
Página 66
Ponto de partida
2 Indague os alunos com as perguntas propostas e aproveite as respostas deles para construir
novas problematizações. Incentive-os a desenhar detalhes sobre a ideia de divindade que têm. Peça
a cada um deles que justifique e relacione o seu desenho com o dos colegas. Crie com eles
cate- gorias para agrupar os desenhos, tais como: imagens de Deus como rei, velhinho ou que
tenham elementos de fábulas e histórias infantis; representação da divindade com símbolos do
seu grupo religioso; representação de Deus ou da divindade na natureza ou nas pessoas.
Analise os desenhos dos alunos de acordo com os estágios da fé descritos por James Fowler.
Ele menciona seis estágios e um pré-estágio, identificados com um modelo em espiral, pois cada
etapa impulsiona a seguinte. As crianças pequenas costumam relacionar a divindade à ideia de rei
ou velhinho por associarem as histórias infantis ao conceito de autoridade que estão construindo.
Para crianças maiores, tais características estão ligadas à simbologia do grupo religioso a que
pertencem. Já os jovens e os adultos costumam representar formas de abstração, como Deus em
tudo, na natureza, no coração das pessoas, etc. Não há certo ou errado, apenas o
36 desenvolvimento que o indivíduo realiza de acordo com as problematizações de sua própria família,
comunidade religiosa e escola. Identifique, a seguir, as características de cada estágio de fé e qual
deles contempla a faixa etária dos alunos.
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
O pré-estágio inicia com o nascimento e vai até os dois anos. A confiança e a desconfiança desenvolvida nos
primeiros anos de vida são importantes para que se possa sustentar a passagem para outros estágios. Aqui surgem as
primeiras imagens de Deus.
O primeiro estágio chama-se fé intuitivo-projetiva, que ocorre dos 3 aos 7 anos. Esta fase é fantasiosa e
imitativa, pois a criança é influenciada pelos exemplos, histórias e ações. A criança começa a perceber a
existência da morte. As imagens de fé são transmitidas pelas figuras de socialização. Deus é imaginado de forma
antropomórfica. Os perigos deste estágio surgem quando a imaginação da criança cria imagens de terror e de
destrutividade, conscientemente ou não. A transição desta fase para outro estágio acontece quando a criança
se preocupa com a diferenciação do que é real e do que é imaginário.
O segundo estágio é chamado de fé mítico-literal, ocorrendo em média dos 7 aos 11/12 anos.
É a partir deste estágio que a criança começa a contar suas próprias histórias, porém ainda não consegue
produzir conclusões a respeito do sentido da vida. Porém, a criança já consegue discernir o que é real e o que é
fantasia. Neste estágio a criança começa a compreender o significado de um grupo religioso e assumir esta
identidade, dando um significado mais elaborado a sua experiência espiritual. O Deus mágico, o velhinho com
barbas, não existe mais, pois a criança passa a encontrar
estas projeções no pai, avô, no idoso. A transição para o próximo estágio acontece quando a criança percebe
contradições entre o conflito nas histórias e o conflito na vida adulta.
O terceiro estágio é a fé sintético-convencional, que acontece dos 12 aos 18 anos. É muito importante a
presença dos adultos e do tipo de ambiente para a formação do adolescente neste período. Pois é através da
construção das relações e da definição de papéis que o adolescente poderá encontrar o caminho da sua real
essência. A autoridade está externa à própria pessoa.
O quarto estágio, chamado fé individuativo-reflexiva, acontece aproximadamente dos 19 aos 25 anos. Neste
estágio, o jovem continua com a desmitologização da fé, procurando racionalizá-
-la, distanciando-se criticamente dos valores a que antes aderia e desenvolvendo um estilo próprio de vida.
Neste estágio, o jovem decide sozinho, não mais utilizando as escolhas do grupo. Algumas dúvidas são frequentes
nos processos de decisão (ou/ou), num aparente dilema entre fé individualista ou fé comunitária, ocorrendo
um duplo desenvolvimento.
Neste estágio, o jovem inicia a estruturação do ego. Apenas mais tarde, com trinta ou quarenta anos, é que
se finaliza essa estrutura. O estágio três, evoluindo para o estágio quatro, tem como objetivo a estruturação das
responsabilidades, do estilo de vida, das atitudes, das crenças. Nessa perspectiva, a fé é uma qualidade intrínseca
do ser humano, ajudando-o a sentir-se integrado com o universo e dando sentido para sua vida. A fé não tem
necessariamente um cunho religioso; porém, a crença em uma religião pode ser um dos meios pelos qual a fé se
expressa.
O quinto estágio é a fé conjuntiva. Neste estágio, as pessoas já conseguiram vencer suas grandes dúvidas e
dilemas. A vida está repleta e voltada para o sentido, ainda com capacidade crítica, porém só confia em si
mesmo.
Por fim, o estágio da fé universalizante. As pessoas, neste estágio, perguntam-se ao extremo sobre o sentido
da vida, podendo ter dois desfechos: buscar sentido e não encontrar, desesperando-se, assim; ou basear-se em um
sentido último, produzindo, então, a integridade.
37
LIVRO DO PROFESSOR
Página 68
Divindade
Divino Transcendente Deus
Transcender Transcendência
O ser humano procura transcender o seu cotidiano. Conforme afirma Leonardo Boff,
transcendente é o que vai além, que supera. Para Fowler, transcendência é a possibilidade de
ultrapassar limites físicos, materiais e simbólicos. No aspecto religioso, transcender relaciona-se
com o que vai além da realidade concreta e visível. Assim, a busca da transcendência está
relacionada com aproximar-
-se do sagrado, ou de Deus, e isso pode ser feito de diversos modos, como por meio da
oração, da meditação, do trabalho solidário, das boas obras, etc.
Sugestão de atividades
Providencie balas diferentes para todos os alunos da turma, preferencialmente balas que eles
não conheçam.
Primeira etapa:
1. Entregue balas somente a alguns alunos. Instrua aqueles que ganharam a bala para que a
colo- quem na boca com o intuito de degustá-la, mas sem mastigá-la.
2. Proponha os seguintes questionamentos aos alunos que receberam a bala:
• A bala é macia ou dura?
• Ela é gostosa?
• Que sabor ela tem?
• É parecido com o sabor descrito na embalagem da bala?
Em seguida, pergunte aos alunos que não receberem a
bala:
• Conseguem imaginar o sabor que a bala tem?
• Conseguem imaginar se ela é gostosa?
38 • Estão com vontade de comer a bala? Por quê?
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
3.Solicite aos alunos que estão com a bala que a comam. Deixe um minuto para que a
saboreiem e observe as reações deles para utilizá-las na problematização.
4.Para os alunos que comeram a bala, pergunte:
• Gostaram da bala?
• Ela é melhor do que estavam imaginando?
• Será que é melhor imaginar apenas ou saborear?
Segunda etapa:
1.Entregue balas aos alunos que não as comeram anteriormente. Eles poderão comê-las.
2.Questione-os:
• A bala é como imaginavam?
• Se tivessem recebido a bala por primeiro e logo a saboreassem, será que ela teria o
mesmo sabor que tem agora?
O intuito é que os alunos percebam que experimentar a bala é muito bom. Às vezes, há pessoas
que não querem a bala; outras vezes, há pessoas que a querem muito, mas não a conseguem
por algum motivo. Nesse sentido, somente experimentando a bala é possível saber se ela é boa
ou não.
3. Como relacionar a dinâmica das balas com a ideia do transcendente, de acreditar em alguma
divindade?
• As balas eram iguais ou diferentes? Existem diferentes transcendentes?
• O que é preciso para conhecer e sentir a divindade no coração?
• Como vocês relacionam isso com a bala?
Página 69
Você sabia?
4 Ressalte que a ideia de divindade já era representada em pinturas rupestres. Nesse
contexto, os xamãs exerciam o papel de aproximação dos primeiros povos com as divindades em
questão. O importante é que os alunos compreendam que, em diferentes épocas e lugares, os
seres humanos sentiram a necessidade do divino.
Sugestão de atividades
Prepare uma tinta natural para a atividade (barro, beterraba, etc.). Entregue a cada aluno um
palito sem ponta e um pouco de tinta – a medida de uma tampinha de garrafa de PET é o
suficiente. Diga aos alunos que serão os “moradores das cavernas” e peça a eles que registrem
em um papel algum símbolo que possa representar um tipo de poder da natureza ou uma
divindade.
LIVRO DO PROFESSOR 39
Página 70
Atividades
5 Atividades 1 e 2
As atividades podem ser realizadas em dupla ou individualmente para que sejam observados os
conhecimentos prévios dos alunos. Ao conversar sobre transcendência e divindade com eles,
faz-se necessário considerar as seguintes variações entre as religiões:
• Cristianismo – Para os católicos e a maioria dos evangélicos, Deus é o criador de todas as coisas e é, ao
mesmo tempo, Pai (Deus), Filho (Jesus) e Espírito Santo.
• Espiritismo – Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, conceito presente no Livro
dos Espíritos, codificado por Allan Kardec. Não se crê que Jesus seja Deus, mas um espírito que passou por
várias encarnações até se tornar um espírito puro.
• JUdaísmo – Deus é o criador e legislador que propôs as leis civis e religiosas da Torá, por meio do
profeta Moisés. Seu nome não deve ser pronunciado, por que é sagrado, mas aparece nas escrituras
como Yhwh.
• Islamismo – Allah é absoluto e recebe no Corão 99 nomes ou atributos que enfatizam que Ele é a origem
de todas as qualidades positivas do Universo. Alguns desses nomes são: Al-Gahani (rico e infinito), Al-
Muhyi (doador da vida) e Al-Alim (conhecedor de tudo).
• HindUísmo – Há milhares de divindades. Os deuses reencarnam e são representados sob diferentes
formas. Os mais importantes compõem uma tríade, formada por Brahma (deus da criação), Vishnu
(o que preserva) e Shiva (destruidor e recriador).
• BUdismo – Não concebe a figura de uma divindade. O caminho para alcançar o sagrado depende das
ações do indivíduo. A ideia de deus é substituída pelas forças que regem o Universo.
• Candomblé – Olorum é o deus supremo e criador dos Orixás (entidades africanas responsáveis pela ligação
entre o mundo espiritual e o terreno). Ele não interfere no funcionamento do Universo, que fica a cargo
dos Orixás. Olorum incumbiu Oxalá, o mais sábio deles, de criar todas as coisas, mas a Terra acabou sendo
criada por Oduduá. Oxalá criou as pessoas e outros seres vivos.
• Umbanda – Tem os mesmos Orixás do Candomblé, mas eles não se manifestam no culto. Nestes, quem se
apresenta aos médiuns são os Guias, que se dividem em Jndios, Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças.
Atividade 3
Observe atentamente se os alunos mantiveram sua opção religiosa e se desenvolveram a
imagem de transcendente. Esse tipo de atividade se repete, pois é necessário continuar reforçando
a iden- tidade religiosa dos alunos, respeitando a família e as crenças particulares.
6 Divida a turma em grupos de acordo com o número de frases citadas no Livro do aluno. As
frases são das três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo (por
ordem crono- lógica de surgimento). Cada grupo receberá uma frase para realizar a compreensão
e apresentá-la à turma. Interaja com os grupos para auxiliá-los com exemplos. Na apresentação,
os alunos podem fazer perguntas e dar exemplos. O intuito é que eles compreendam que,
embora haja diferentes visões do transcendente, Deus é único para as três religiões. Essa
conclusão e outras que surgirem podem ser registradas no caderno.
Página 73
7 Explore os significados da palavra “mistério” e utilize os exemplos que os alunos citarem sobre
filmes e livros para a problematização. Em seguida, organize a turma em círculo de modo que
todos estejam em pé e proponha uma atividade lúdica.
Explique a atividade dizendo que todos vão contar uma história. Esta deverá conter um mistério, que
poderá ser desvendado ou não. Ressalte que não vale pular a vez de falar. A história deve ser iniciada
pelo professor. Por exemplo: “Era uma vez em uma pacata cidade do interior de Lindanópolis,
uma...”. Com isso, passe a palavra a um aluno, que deve continuar a história e, em seguida, passá-la
para o próximo colega continuá-la até chegar ao último aluno.
Depois da brincadeira, converse com os alunos sobre o sentido da palavra “mistério”. Ela deriva do
grego mýein, que significa “fechar especialmente os olhos”, para manter segredo no que é
visto. Atualmente, embora o significado dessa palavra tenha mudado, a ideia de “segredo” ainda
se mantém.
8 Realize a leitura de A história do “Grande Espírito” procurando mudar o tom de voz nas
diferentes partes do texto para que a narração tenha emoção. Depois, faça uma breve retomada
com os alunos a fim de que relembrem tudo o que foi relatado nele. Questione-os sobre em
que parte da história existe mistério e por que eles pensam assim. O objetivo é ampliar a
compreensão do conceito de mistério por meio de um exemplo.
Atividades
9 A história sugere que a conexão com a divindade ocorre com o reconhecimento do outro e
da partilha com ele. Converse com os alunos, indagando se a crença deles em seus
transcendentes também evoca esses gestos. Discutam a segunda pergunta, buscando
exemplos do cotidiano.
LIVRO DO PROFESSOR 41
Página 74
Fazer o bem
10 Investigue uma instituição que necessite de materiais, alimentos, etc. Organize um período
para esta campanha, avise os pais ou responsáveis sobre ela e prepare os alunos para divulgá-la
nos se- tores da escola e nas turmas. Escolha um espaço para guardar as doações e contabilize
com eles o que foi recebido. Se possível, realizem a doação in loco ou convidem representantes da
instituição para receber os donativos na escola, possibilitando a participação dos alunos até o final da
atividade. Registre as diversas etapas desta por meio de fotos. Ao final, proponha uma avaliação
individual, perguntando aos alunos:
• Você se envolveu na campanha? Conseguiu trazer doações?
• Você conseguiu imaginar as pessoas que estão precisando de sua ajuda?
• O passo a passo da atividade foi organizado? Qual foi a sua contribuição em relação a isso?
• O que você aprendeu com essa atividade?
• Se a atividade fosse realizada novamente, você gostaria de modificar algo? O quê?
Solicite a eles que registrem, no caderno, uma breve conclusão da atividade em dois parágrafos.
Atividades
11 Após a busca no dicionário, discuta e reflita com os alunos sobre o significado da palavra “trino”.
Explore a imagem para que eles compreendam a ideia de um Deus que é um e três
concomitantemente.
Página 75
Brincar e aprender
12 Com antecedência, solicite aos alunos que tragam massa de modelar e um jornal para cobrir
a mesa e evitar sujá-la. Proponha essa atividade de acordo com as orientações do Livro do
aluno, a fim de tornar concreta a compreensão deste Deus que é “um” e, ao mesmo tempo,
“três”.
Página 77
42
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Sugestão de atividades
1. Caso os alunos se interessem por mitos, explore essa temática relacionando-a com o assunto
estudado. Nesse sentido, podem ser utilizados diferentes recursos para contar e explorar os
mitos. Assim, escolha alguns com elementos que possam interessar a eles; por exemplo,
mitos gregos, romanos, egípcios, persas, nórdicos, africanos ou indígenas. Conte a história um
pouco por dia e/ou leia trechos de mitos para que eles se interessem sobre o que acontecerá
no decorrer dela.
2. Outra possibilidade de atividade é levar mitos resumidos aos alunos. Divida-os em grupos
para que façam a leitura deles. Depois, devem transformar o resumo em uma apresentação
de teatro (com falas, indicação de cenário e música, figurino, etc.). Auxilie-os na produção da
escrita e no ensaio teatral. Se possível, leve-os para ensaiar em um palco ou auditório. Dessa
maneira, essa atividade pode ser apresentada aos pais e responsáveis e/ou a outras turmas.
3. Aproveite a contação de história do mito ou o resumo para que os alunos, em duplas,
produzam uma história em quadrinhos a fim de representá-lo. Organize com eles um
rascunho e, depois, solicite uma versão definitiva da representação em quadrinhos da
história. Essa representação pode ser feita em forma de desenho, colagem ou, ainda, de
imagens produzidas com o auxílio de programas de computador que os alunos saibam
utilizar (como Paint, CorelDRAW, etc.). Se possível, exponha na escola as histórias criadas por
eles.
4. Caso haja, na região ou na própria escola, mitos locais, é possível explorá-los por meio de narra-
tivas. Assim, os alunos podem entrevistar pessoas mais velhas sobre os mitos da região,
buscar detalhes acerca das histórias e remontá-las em sala de aula com os elementos
trazidos pelas pessoas por meio da criação de um texto coletivo. Dessa ideia, pode-se criar
um flyer relatando resumidamente os mitos locais. A escrita pode ser desenvolvida no
computador, impressa e, depois, divulgada em outras turmas para ser objeto de leitura e,
quem sabe, estudo orientado pelos professores.
Página 79
Você sabia?
14 No hinduísmo, a vaca não é uma divindade, mas é considerada sagrada. Reflita com os
alunos sobre o papel desse animal, para que não haja distorções. Em duplas, eles devem realizar
uma pes- quisa na internet buscando manchetes e/ou reportagens a respeito do assunto.
Página 80
Brincar e aprender
15 O objetivo do jogo é sistematizar o conhecimento dos alunos sobre os nomes das divindades
das diferentes religiões estudadas. Divida a turma em duplas, organize com elas um pequeno
en- velope para que possam guardar as peças depois de finalizar o jogo. Auxilie-as nas
nomenclaturas.
16 Ao finalizar o ano, é importante revisar com os alunos o livro desde as páginas iniciais. Relembre
com eles todas as tarefas e as leituras que fizeram. Solicite a eles que resumam o que aprenderam.
Depois, faça a leitura da página e confirme o que apresentaram sobre esse aprendizado.
43
LIVRO DO PROFESSOR
Sugestões para o professor
Leitura
• AGUIAR, Luiz A. Monstros mitológicos. São Paulo: Quinteto Editorial, 2007.
Essa coletânea de mitos pode ser usada como recurso para a realização da atividade
proposta na orientação didática.
• RISKE-KOCH, Simone; OLIVEIRA, Lílian B.; POZZER, Adecir (Org.). Ensino Religioso e o fenômeno
religioso nas tradições religiosas de matriz ocidental. In: . Ensino Religioso: capacitação
para um novo milênio. Florianópolis: Saberes em Diálogo/Fonaper, 2017. v. 6.
Esse caderno foi desenvolvido para uma capacitação de professores do componente de
Ensino Religioso. Ele aborda como deve ser apresentado o fenômeno religioso na escola, com
enfoque na matriz ocidental, nos seguintes aspectos: Cristianismo oriental e ocidental, o
pensamento cristão, modelos culturais, Cristianismo no Brasil e um olhar sobre a religiosidade atual.
Esse material pode ser solicitado no site do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(Fonaper).
44
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
Filme
Importante:
Professor, recomendamos que você assista aos filmes e avalie a adequação deles antes de exibi-los aos alunos.
45
LIVRO DO PROFESSOR
Referências
AGUIAR, Luiz A. Monstros mitológicos. São Paulo: Quinteto Editorial, 2007.
. Lei nº. 9.475, de 22 de julho de 1997. Dá nova redação ao art. 33 da Lei n°.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9475.htm>. Acesso em: 23 fev.
2019.
GILBERT, Monique. Amigos de fé: para responder às perguntas das crianças sobre as
religiões. São Paulo: SM, 2006.
MENEZES, Rachel A.; GOMES, Edlaine de C. Seu funeral, sua escolha: rituais fúnebres na
contemporaneidade. Revista de Antropologia, v. 54, n. 1, São Paulo: USP, 2011.
46
PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 4
MIRANDA, Bruce-Mitford. O livro ilustrado dos símbolos: o universo das imagens que
representam as ideias e os fenômenos da realidade. São Paulo: Publifolha, 2005.
PELIKAN, Jaroslav. A imagem de Jesus ao longo dos séculos. São Paulo: Cosac & Naify
Edições, 2000.
RISKE-KOCH, Simone; OLIVEIRA, Lílian B.; POZZER, Adecir (Org.). Ensino Religioso e o
fenômeno religioso nas tradições religiosas de matriz ocidental. In: . Ensino
Religioso: capacitação para um novo milênio. Florianópolis: Saberes em Diálogo/Fonaper,
2017. v. 6.
STACEY, Aisha. Ritos funerários no Islã: toda a alma provará o sabor da morte. Disponível em:
<https://www.islamreligion.com/pt/articles/4946/viewall/ritos-funerarios-no-isla-parte-1-
de-3/>. Acesso em: 8 fev. 2019.
YOZO, Ronaldo Y. K. 100 Jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para
empresas, escolas e clínicas. São Paulo: Ágora, 1996.
47
LIVRO DO PROFESSOR
48
Unidades Objetos de
Capítulo Conteúdos privilegiados Habilidades Livro didático
temáticas conhecimento
Ponto de partida, p. 8; Atividades,
CADA MOMENTO
DE PASSAGEM
•Etapas da vida
•Cerimônia final Manifestações EF04ER03 – Caracterizar ritos de iniciação e de passagem em diver- Conversar e fazer juntos, p. 32;
Ritos religiosos
•E depois? Diferentes respostas religiosas sos grupos religiosos (nascimento, casamento e morte). Atividades, p. 35; Atividades, p. 37
para o pós-morte
Ritos religiosos tualidade (orações, cultos, gestos, cantos, dança, meditação) nas
•Os mistérios da vida e da morte
O SAGRADO NA
p. 54 e 55
diferentes tradições religiosas.
nas culturas Manifestações
EF04ER05 – Identificar representações religiosas em diferentes Ponto de partida, p. 48 e 49;
•A arte e as religiões religiosas
Representações expressões artísticas (pinturas, arquitetura, esculturas, ícones, Atividades, p. 57; Atividades, p. 60;
ARTE
•A dança e o sagrado símbolos, imagens), reconhecendo-as como parte da identidade Brincar e aprender, p. 62; Atividades,
religiosas na arte
de diferentes culturas e tradições religiosas. p. 62
Ponto de partida, p. 66; Conversar e
4. DESCOBRINDO
4
volume
ISBN 978856447489-5
9 788564 474895