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CUIDADOS

FARMACÊUTICOS
EM PEDIATRIA

PROF. EDSON L.
OLIVEIRA
Edson Luiz de Oliveira
Farmacêutico - graduado pela UEL
Aperfeiçoamento em Farmacologia – UFPR
Especialização em Fisiologia – UFPR
Mestrado em Biologia Celular e Molecular – UFPR
Doutoramento em Ciências Médico-Cirúrgicas-UFC
Membro da Comissão de Farmácia Comunitária e Serviços
Farmacêuticos – CRF CE
Professor de pós-graduação em Farmácia Clínica e
Prescrição Farmacêutica
Professor Convidado da residência multidisciplinar MEAC
INTRODUÇÃO
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Muitos detalhes caracterizam os serviços farmacêuticos dirigidos à
criança. As alterações fisiológicas que ocorrem com o crescimento e com
o desenvolvimento normais da infância à adolescência resultam em
transição dinâmica da disposição dos FÁRMACOS no organismo

• Década de 1960 → lactentes e crianças foram chamados “órfãos


terapêuticos”

• Falta de informação → síndrome cinzenta relacionada ao emprego do


cloranfenicol Síndrome cinzenta do recém-nascido: é caracterizada por distensão abdominal, vômitos, flacidez, cianose, colapso circulatório e
morte; provavelmente ocorre por acúmulo sérico do fármaco pela incapacidade do neonato em conjugar e eliminar o cloranfenicol

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Escassez de informações sobre → FARMACOCINÉTICA,
FARMACODINÂMICA, EFICÁCIA E SEGURANÇA de vários
medicamentos na população pediátrica, dificultando a tomada de
decisões terapêuticas

A população pediátrica foi caracterizada em vários grupos etários devido


às diferenças na ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, BIOTRANSFORMAÇÃO
e ELIMINAÇÃO de fármacos

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

LOBO
LOBO DIREITO ESQUERDO

LIGAMENTO
FALCIFORME
NAPQI é um acrônimo para o químico N-acetil-p-benzo-quinona imina. É um sub-
produto tóxico produzido durante o metabolismo do paracetamol. É normalmente
produzido apenas em pequenas quantidades e quase que imediatamente
neutralizado pelo fígado

Paracetamol (menos suscetíveis que os adultos em caso de superdosagem)→ maior capacidade de conjugação com sulfato e
relativa imaturidade para formação dos metabólitos ativos catalisados por enzimas microssomais
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Definições de faixas etárias em pediatria
Tempo médio de gestação 37 a 42 semanas
Prematuro < 37 semanas de gestação no nascimento
Termo Nascimento em 37ª e a 42ª semanas
Pós-termo Nascimento após a 42ª semana de
gestação
Recém-nascido 0 a 28 dias após o nascimento
Infante 1 a 12 meses
Criança 1 a 12 anos
Adolescente 13 a 18 anos

PLATT, M.P.W. Neonates. In; WALKER, R.; EDWARDS, C. Clinical Pharmacy and Therapeutics. 3 ed. New York, Churchill Livinstoge, p. 101-
109, 2003.

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Advento da internet → fonte para busca de informações em pediatria

Lista de websites úteis para a prática da atenção farmacêutica em pediatria


Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br
American Academy of Pediatrics www.aap.org
American Society of Health-System Pharmacists www.ashp.org
Biblioteca Cochrane http://Cochrane.bireme.br
Centers for Disease Control and Prevention www.cdc.gov
Food and Drug Administration www.fda.gov
Institute for Safe Medication Practices www.ispm.org
Organização Mundial de Saúde www.who.org

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Advento da internet → fonte para busca de informações em pediatria

Lista de websites úteis para a prática da atenção farmacêutica em pediatria


Organização Pan-Americana da Saúde: Portal da www.opas.org.br/medicamentos
Assistência Farmacêutica
Portal Periódicos CAPES http://periódicos.capes.gov.br
Portal de Pesquisa www.portalpesquisa.com.br
Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar www.sefh.es
United States Pharmacopeia www.usp.org
University of Virginia Children´s Medical Center: www.healthsystem.virginia.edu/internet/pediatrics
Pediatric Pharmacotherapy Newsletter /pharma-News/home.cfm
U. S. Pharmacist www.uspharmacist.com

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Estudo de diferentes fármacos na população pediátrica

Presença de formulações adequadas para emprego na população


pediátrica

Falta de estudos de BIODISPONIBILIDADE ou


BIOEQUIVALÊNCIA → formulações de xaropes, suspensões ou
soluções → substituição de cápsulas ou drágeas

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Questionamentos que surgem na prática clínica do Farmacêutico
em atendimento a pacientes pediátricos

O medicamento é aprovado para uso infantil e em qual


grupo etário?

O medicamento é ou não eficaz e seguro para a


população pediátrica nas suas diferentes faixas etárias

Qual a via de administração deve ser utilizada e qual a


fórmula farmacêutica

Qual a dose a ser administrada e com qual frequência?

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Calculando a Dose
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Em uma receita há a prescrição de amoxicilina 200
mg , VO, a cada 8 horas. A dose S&T recomendada
é de 20-40 mg/Kg por dia em 3 doses (8 em 8 hs).
A criança apresenta massa corpórea de 10 kg. A
dose recomenda é segura?

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Dose recomendada 20 a 40 mg/Kg/dia
Por dose: Por dose:
200 mg  3 doses = 66,7 mg 400 mg  3 doses = 133,3 mg

Por dia: Por dia:


20 mg/kg/dia x 10 kg = 200 mg 40 mg/kg/dia x 10 kg = 400 mg

Amoxicilina 200 mg x 3 = 600 mg

Dose recomendada : 200 – 400 mg

Não é segura www.visyonfarma.com.br


CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Solicita-se que o farmacêutico de um hospital determine a
dose de clindamicina para um neonato de 3 dias que
apresenta 1.560,45 g. Ao pesquisar na literatura, o
farmacêutico encontra a seguinte recomendação
Massa corporal Recomendação
A clindamicina está disponível em um frasco
< 1.200 g 10mg/Kg/dia divididos a cada 12 h
que contém 600 mg/50 mL de solução para
< 2.000 g e 0-7 dias 10 mg/Kg/dia divididos a cada 12 h injeção. Quantos mililitros dessa solução
< 2.000 g e > 7 dias 15 mg/Kg/dia divididos a cada 8 h devem ser utilizados em cada dose dividida ?
> 2.000 g e 0-7 dias 15 mg/Kg/dia divididos a cada 8 h
> 2.000 g e > 7 dias 20 mg/Kg/dia divididos a cada 6 h

Cada dose dividida será acrescentada a uma


infusão intravenosa na hora determinada,
segundo o protocolo de tratamento, e será
infundida durante um período de 20 minutos www.visyonfarma.com.br
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RESOLUÇÃO
De acordo com a tabela de dosagem, a dose para um RN
de 3 dias que pesa menos de 2.000 g é de 10 mg/Kg/dia
divididos a cada 12 horas. A dose, em mg, pode ser
calculada por análise dimensional:
10 mg ............ 1 kg
1 kg 10 mg X mg ............ 1,560 Kg
X X 1.560 g
1.000 g 1 kg/dia = 15,6 mg de clindamicina/dia

= 15,6 mg de clindamicina/dia
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RESOLUÇÃO
Como a dose diária é administrada em duas doses
divididas, cada dose dividida contém:

15,6 mg
= 7,8 mg de clindamicina a cada 12 horas
2

O volume de solução pode ser então


calculado:
50 mL
X 7,8 mg = 0,65 mL
600 mg www.visyonfarma.com.br
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O enalaprilate está sendo administrado a um paciente pediátrico


a cada 12 horas, por meio de uma injeção intravenosa, para
controlar a hipertensão e uma possível falência cardíaca. Com
base em uma dose de 5mcg/Kg, o paciente está recebendo 55
mcg de enalaprilate por dose. O médico deseja que o paciente
receba enalaprilate por via oral, utilizando uma dose única diária
de 100 mcg/kg.

O procedimento-padrão consiste em esmagar um comprimido de 2,5 mg,


misturá-lo com água esterilizada para preparar 12,5 mL e administrar a dose
apropriada utilizando um dispensador oral calibrado. Calcule a dose, em
mililitros, que deve ser administrada a esse paciente
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Para calcular a dose oral de enalaprilate para o paciente, é
necessário saber seu peso (massa corporal). Isso pode ser
calculado a partir da dose intravenosa
Cálculo da dose oral
1 kg 100 mcg
X 55 mcg X 11 kg = 1.100 mcg = 1,1 mg
5 mcg 1 Kg
= 11 kg
2,5 mg 1,1 mg
=
Volume a ser 12,5 mL x mL
administrado = 5,5 mL
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
O montelucaste sódico (singulair) é um antagonista dos
receptores de leucotrienos usado no tratamento da asma e
da rinite sazonal alérgica. Determine a dose diária prevista
considerando a relação :

[Área Sup crian] Dose


X Dose diária adulto =
[Área Sup adul] Criança

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Paciente Dose diária Dose diária prevista Área da Superfície
recomendada (mg) (mg)

Adultos e adolescente 10 1,73


( 15 anos)
10

6-14 anos 5 6,53 1,13

2-5 anos 4 0,66


3,64
12-24 meses 4 0,52
3,00

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
A dose diária de cloridrato de
difenidramina para uma criança
pode ser determinada com base
em 5mg/Kg de peso corporal ou
com base em 150 mg/m2. Calcule a
dose em mg/Kg e em mg/m2 para
uma criança com massa corporal
24,97 kg e altura de 101,6
centímetros

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O PACIENTE PEDIÁTRICO
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Quando se acompanha um paciente pediátrico,
deve-se comprovar com exatidão os cinco “C”

FÁRMACO CORRETO

DOSE CORRETA

HORA CORRETA

VIA CORRETA

PACIENTE CORRETO

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
A família deve conhecer e se orientada sobre:

• Nome do fármaco (medicamento)


• Objetivo pelo qual se administra o fármaco
• Quantidade de fármaco a administrar
• Frequência da administração
• Efeitos previstos do fármaco
• Sinais que possam indicar um efeito secundário
do fármaco

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Orientações para os FAMILIARES

• Faça uma demonstração e peça que a família a repita


• Dê as instruções por escrito e recomende a criação de um
calendário dos medicamentos para evitar erros e omissões
• Ajude a família a justar o horário de administração
segundo o ritmo familiar (horas de sono, horário do
colégio, de trabalho)
• Assegure-se de que a família saiba o que fazer e a quem
recorrer se observar qualquer sinal de alarme

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
ADMINISTRAÇÃO ORAL

• Siga as precauções de seguridade de administração (5”C”)


• Selecione o meio adequado de administração, seja um
copo, uma colher medidora, uma seringa oral ou um conta
gotas
• Prepare o medicamento
• Administre os medicamentos utilizando precauções de
segurança para sua identificação e administração. No
caso de pacientes internados, o medicamento preparado
deve ser rotulado com o nome e número do leito, além do
fármaco, dosagem e validade
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS PARA PACIENTES LACTENTES
Lactente pequeno Lactente maior
• Mantenha em postura semi-inclinada • Ofereça o medicamento em um copo ou colher
• Coloque a seringa, a colher medidora ou conta-
gotas com o medicamento na boca, bem atrás
da língua ou embaixo dela
• Administre lentamente para reduzir a • Administre com seringa, colher medidora ou
possibilidade de engasgar ou aspirar conta-gotas da mesma maneira que os lactentes
• Permita que o lactente sugue o medicamento pequenos
contido na mamadeira, quando for o caso

... Não devemos forçar a criança que resiste a ingerir o medicamento por risco
de aspiração; esperar durante 20 a 30 minutos e oferecer de novo o
medicamento...

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A CONSULTA
FARMACÊUTICA
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

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ANAMNESE FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA

Qual a importância do gênero (sexo) do paciente na interpretação dos


sintomas em pediatria?

Qual a importância da idade do paciente na interpretação dos sintomas


em pediatria?

Qual a importância da residência e procedência do paciente na


interpretação dos sintomas em pediatria?

Queixa principal (QP) : como anotar? Nas palavras do paciente ou em


termos mais técnicos?
História medica atual (HMA): como anotar? Nas palavras do paciente ?
Ou em termos mais técnicos

O que perguntar na HMA?

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
ANAMNESE FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA

Que itens perguntar na história pessoal e pregressa?

Que itens perguntar na história familiar?

O que é história socioeconômica (HSE)

Relacionar os itens da HF e da HSE com a interpretação dos sintomas

Qual a importância de se conhecer as condições de saúde da mãe


durante a gravidez?

Qual a importância de se conhecer as medidas do RN e a nota de Apgar?

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
➢ O uso de medicamentos durante a gravidez ou
amamentação é uma questão que sempre suscita
dúvidas e preocupações em profissionais e
pacientes

➢ Tragédia da Talidomida entre os anos de 1950 e 1960


➢ A talidomida é um derivado do ácido glutâmico e estruturalmente
contém dois anéis amida e um único centro quiral. Este composto
existe na forma de mistura equivalente dos isómeros (S)-(-) e (R)-
(+) que se interconvertem rapidamente em condições fisiológicas.
O enantiómero (S) está relacionado com os
efeitos teratogénicos da talidomida, enquanto o enantiómero (R)
é responsável pelas suas propriedades sedativas.

➢ A focomelia é uma anomalia congênita que impede a formação


normal de braços e pernas. Caracteriza-se
pela aproximação ou encurtamento dos membros do feto,
tornando-os semelhantes aos de uma foca. Por vezes os ossos
longos estão ausentes e mãos e pés rudimentares se prendem ao
Talidomida tronco por ossos pequenos e de forma irregular

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

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VACINAÇÃO
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
• Os profissionais de saúde têm um papel
importante: mostrar a população a necessidade de
tomar vacinas
• É necessário que se crie a cultura da vacinação →
consultórios, hospitais, ambulatórios e farmácias
• Impedir o retrocesso
• A vacinação começa a ser dada à criança logo
após o nascimento, com intuito de imuniza-la contra
algumas doenças
• As vacinas têm o objetivo de manter alerta o
sistema imunológico das pessoas contra
determinadas doenças (tipos diferentes de vacinas)
• Vacinação de populações especiais
Resolução CFF Nº 654 DE 22/02/2018 Esta resolução estabelece os requisitos necessários à
prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico.
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
1.BCG,
2.Hepatite B,
3.Penta,
4.Pólio inativada,
5.Pólio oral,
6.Rotavírus,
7.Pneumo 10,
8.Meningo C,
9.Febre amarela,
10.Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola),
11.Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela),
12.DTP,
13.Hepatite A,
14.Varicela,
15.Difteria e tétano adulto (dT),
16.Meningocócica ACWY,
17.HPV quadrivalente,
18.dTpa,
19.Influenza (esta ofertada durante Campanha anual) e
20.Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Efeitos Colaterais
• Febre: geralmente baixa e chegando raramente a 39°C. Nesse
caso, deve-se procurar outras causas para o aparecimento da
febre. Os medicamentos para febre devem ser prescritos pelo
médico
• Irritabilidade: desaparece dentro de 3 dias
• Dor no local da aplicação: em alguns casos (cerca de 10%)
pode aparecer um pequeno “calombo”, vermelhidão ou calor no
local, desaparecendo em 72 h. compressas de água quente no
local podem ajudar a aliviar a dor
• Mal-estar e dor de cabeça: desaparecem em aproximadamente
48 h

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DIARREIA, DESIDRATAÇÃO E
VÔMITO
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Diariamente passam pelo duodeno 10 L de líquidos (2 L
provenientes da dieta e 8 L das secreções digestivas→
saliva, estômago, fígado, pâncreas de do próprio
duodeno)
10 L → 700 mEq de íon sódio, 700 mEq de cloretos e 100
mEq de potássio

No ID ocorre absorção de 8 a 9 L e o IG pode absorver até


4L

Cerca de 1 a 2 L permanecem no IG e 100 mL são


eliminados com as fezes
Mecanismos envolvidos com a diarreia:
• Alteração de mecanismos regulatórios por enterotoxinas
• Destruição dos enterócitos por citotoxinas
• Aderência de agentes infecciosos à mucosa intestinal →
100 Ml de fezes → 3 mEq de sódio, alteração da função dos enterócitos
8 mEq de potássio e 2 mEq de • Invasão da mucosa intestinal pelo agentes infeccioso →
cloretos provocando resposta inflamatória
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
DESIDRATAÇÃO
• Acomete por ano milhares de crianças → risco de morte (tratamento e
prevenção)
• Consiste na perda excessiva de água e eletrólitos inorgânicos e orgânicos
(diarreia/vômito)
• Quantidade de água maior (75% do peso) → risco de desidratação
• Perda de água → afeta o peso e o metabolismo da criança → crianças
desidratam facilmente
• Perda de 2,5 litros (adulto) → fezes, urina e suor
• Alerta para condições de desidratação
• Causas em sintomas→ diarreia/vômito → infecção viral/intoxicação
alimentar→ eliminação de água com as fezes → sede, mucosas secas,
redução da saliva, olhos ressecados e fundos, formação de pregas na pele
(quando pinçada) e moleira baixa

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Parâmetros clínicos para a avaliação da desidratação
Sinais e Sintomas Leve Moderada Grave
Subjetivos
Estado geral Alerta, ativo e Fraco, letárgico, Prostração mais
deambula sem capaz de ficar intensa, incapaz de
restrição sentado e ficar sentado e
deambular andar
Capacidade de realizar Capaz sem dificuldade Capaz com Incapaz, necessita
atividades dificuldade de leito
Sede Não aumentada aumentada Muito aumentada

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Parâmetros clínicos para a avaliação da desidratação
Sinais e Sintomas Leve Moderada Grave
Objetivos
Pulso Normal Taquicárdico Taquicárdico
Pressão arterial Normal Normal ou Diminuída mais de
sistólica diminuída de 10 a 20 mmHg
20 mmHg
Hipotensão postural Não Sim ou não Sim
Veia jugular Normal Normal ou Plana
levemente plana
Mucosa oral e língua Normal Levemente seca Muito seca
Turgor da pele Bom Pouco diminuído Muito diminuído
Pressão digital do Normal Diminuído Muito diminuído
globo ocular
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

Composição de algumas soluções de reidratação


Solução Sódio – Potássio – Cloreto – Citrato – Glicose –
mEq/L mEq/L mEq/L mEq/L mMol/L (g/L)
Solução padrão 90 20 80 30 111
OMS
Hidrafix® 60 20 60 20 110
Hidrafix 90® 90 20 80 30 111
Pedialyte® 30 20 30 30 50
Pedialyte 45® 45 20 35 30 126
Pedialyte 90® 90 20 80 30 111
Rehidrat 50® 50 20 50 20 134
Rehidrat 90® 90 20 80 30 111

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
Para evitar a desidratação
• Dar a criança líquidos várias vezes ao dia
• Lavar as mãos após usar o banheiro
• Lavar as mãos antes de preparar alimentos ou de lavar mamadeiras
• Lavar bem as frutas e vegetais
• Esterilizar as mamadeiras e chupetas e todos os utensílios usados
para preparar o alimento do bebê
• Vestir roupas leves, de preferência de algodão. Evitar usar roupas
com poliéster ou fibras sintéticas que impeçam a transpiração normal
• Manter as crianças em ambientes ventilados e evitar banhos de sol
nos horários inadequados (entre as 10 h e 14 h)
• Não compartilhar toalhas, esponjas ou roupas

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
VÔMITO
• Causa mais comum de vômito/diarreia → infecção viral
• Projeção para fora do organismo de uma grande porção gástrico
• Crianças regurgitam normalmente pequenas quantidades de
leite após ou durante as mamadas
• Deglutição muito rápida → aerofagia → auxiliar em arrotar
(eructação)
• Vômitos repetidos ou em jatos → estenose pilórica ou DRGE
• Síndrome andreogenital e galactosemia → vômito
• Vômito + letargia + febre → condição clínica mais severa
(septicemia ou a meningite)
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA

SENSAÇÃO MEMÓRIA
CÓRTEX MEDO
(dor, olfato e visão) SUPERIOR ANTECIPAÇÃO

ZONA DE DISPARO
QUIMIOTERAPIA QUIMIORECEPTORA
ANALGÉSICOS
OPIÓIDES
CENTRO DO VÔMITO REFLEXO
(BULBO) DO VÔMITO

ESTÔMAGO
QUIMIOTERAPIA E
CIRURGIA LABIRINTO CIRURGIA
INTESTINO
RADIOTERAPIA DELGADO www.visyonfarma.com.br
CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
VÔMITO (encaminhamento)
• A criança não urina por mais de 8 horas
• A criança chora e não produz lágrimas
• Aparece algum vestígio de sangue no vômito (mas não pe
sangramento nasal)
• Dor abdominal persistente por mais de 4 horas
• Criança vomita um fluido claro por mais de 3 vezes
• Criança está confusa ou delirando
• Pescoço está rígido

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
DIARREIA
• Fezes mais liquidas e frequentes do que no estado normal
• Diarreia → resulta em perda de água
• Não é obrigatoriamente infecção
• Diversas causas (investigar)
• Tipos diferentes de diarreia aguda → secretória, inflamatória e
osmótica
• Com pequena intensidade e persistente por várias semanas →
enteropatia por glúten (doença celíaca), fibrose cística, má-absorção
de açúcar e gastroenteropatia alérgica causada pela proteína do leite
• Medicamentos → não resolvem → adoção de dieta e avaliação do
paciente (desidratação)
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
DIARREIA (encaminhamento)
• A boca está mais seca que o normal
• Aparecem sinais de sangue nas fezes
• Há cólicas abdominais frequentes
• Se a criança foi mais de oito vezes ao banheiro nas últimas 8
horas
• Se a diarreia é liquida (água) e o vômito produz fluidos claros
por mais de 3 vezes
• Se há muco ou pus nas fezes
• Se a criança estava com alguma pessoa que apresentava
diarreia viral ou bacterina
• Apresenta febre por mais de 72 horas
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
DIARREIA Grande depleção → IV
Quantidade a ser
Solução de reidratação administrada → 250 a → Ringer lactato ou SF
oral com menor 500 mL/h nas 0,9%
osmolaridade primeiras horas

Diminuir o efeito osmótico FLUIDO REQUERIDO EM PEDIATRIA


de retenção de líquidos no
lúmen intestinal → em Massa corporal Manutenção do fluido em 24 horas
crianças → menor 0-10 kg 100 mL/kg/24h
necessidade de hidratação 10-20 kg 1000 mL + 50 mL (para cada kg > 10 kg)
parenteral e diminuição do
volume de fezes > 20 kg 1500 mL + 20 mL (para cada kg > 20 kg)
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CUIDADOS FARMACÊUTICOS EM PEDIATRIA
DIARREIA

Não há necessidade de Amido e cereais (batata,


jejum arroz, trigo, aveia) cozidos
com sal. Biscoitos,
bananas, iogurtes, sopas e
Aumento da consistência vegetais cozidos
das fezes → DIETA
NORMAL Sintomas Medicamento
Febre ou dor Dipirona ou
paracetamol
Reposição hidroeletrolítica
e medicamentos (caso Náusea ou vômitos Metoclopramida
necessário) Dor abdominal Escopolamina

Medicamentos antidiarreicos
ATB → VALOR LIMITADO
(MAIORIA → CONDIÇÃO
AUTOLIMITADA) www.visyonfarma.com.br
Saiba que: Considerações finais
Dose em Pediatria
Pacientes pediátricos apresentam rápidas e
dinâmicas modificações físicas e fisiológicas ao
longo do tempo. Características peculiares
relacionadas à maturidade fisiológica das crianças
alteram sua capacidade de absorção, metabolização
e excreção dos medicamentos e constituem
informações importantes nem sempre consideradas
nas decisões clínicas relacionadas à seleção e à
utilização dos fármacos.
Dose em Pediatria
As evidências de mudanças mais significantes são
observadas em relação à farmacocinética, pois
estágios importantes como a absorção e a
metabolização de fármacos podem ser
influenciadas por variações de pH, tempo de
esvaziamento gástrico, motilidade gastrintestinal,
deficiência enzimática e imaturidade hepática.
Dose em Pediatria
Aproximadamente 75% dos medicamentos não foram
estudados nessa população.
Por motivos legais, éticos e econômicos, as crianças não são
incluídas em ensaios clínicos para desenvolvimento de novos
medicamentos, sendo chamadas de “órfãos terapêuticos”.
Portanto, a eficácia e a segurança de muitos medicamentos não
estão bem estabelecidas, sendo que a maioria dos usos tem
indicação off label, ou seja, medicamento prescrito de forma
diferente da preconizada em relação à faixa etária, dose e
posologia, via de administração ou indicação terapêutica para
uso em criança.
Obrigado
Edson Luiz de Oliveira
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