Relações C/P e C/S, com relações a decomposição da matéria orgânica.

Microbiologia do solo

Vinícius Goulart Melo

Prof: André Thomazini

Sete Lagoas, 27 de novembro de 2018.

Relações C/P e C/S: e suas relações com a decomposição da matéria orgânica:

Os microrganismos precisam de pequenas quantidades de P e S, dado que além da

relação do C esses nutrientes dependendo de suas concentração no material pode servir
para efeitos de fertilidade. O húmus formado pela decomposição da matéria orgânica tem
como função importante armazenamento de N, P e S.

Os principais reservatórios do íon fosfato (PO4 -3) são as rochas, nas quais o P
permanece ligado por um longo tempo, caracterizando, portanto, uma forma de P não
disponível. A fonte primária de P inorgânico é de rochas contendo formas de apatita. Com o
passar dos anos, por intemperismo, há uma possível liberação de PO4 -3. Na solução do
solo, o íon fosfato pode ser absorvido pelos vegetais e microrganismos, os quais o utilizam
para formar compostos orgânicos (conversão de Pi para Po). Essas formas orgânicas
(deposição na liteira, rizodeposição e/ou morte vegetal) são posteriormente decompostas
pela microbiota do solo, com consequente retorno para a forma inorgânica. O Pi pode
novamente ser absorvido pela microbiota (biomassa microbiana), assimilado por plantas e
/ou fixado no solo.

O fósforo encontra-se, na planta, associado aos compostos orgânicos do tecido

vegetal e sua liberação está intimamente ligada ao processo de decomposição pelos
microrganismos do solo, a rápida liberação de P no período inicial da decomposição dos
resíduos culturais é devida a ruptura da célula e a saída do P solúvel e posteriormente
ocorrerá mineralização microbiana liquida.

A matéria orgânica pode ser considerada uma fonte potencial de P nas plantas em
razão da ciclagem biológica em que microrganismos e raízes podem mineralizar o P
orgânico por meio da síntese e exsudação de fosfotases. A liberação de P é maior nos
primeiros dias de decomposição.

O Enxofre no solo este pode ocorrer sob formas orgânicas e inorgânicas, sendo a sua
disponibilidade dependente das características físicas e químicas do solo, como: pH,
drenagem, composição mineralógica, teor de matéria orgânica, quantidade e qualidade de
resíduos orgânicos e profundidade do perfil do solo.

Uma alta quantidade de S é encontrada na biomassa microbiana, representando de

1 a 3% do total do S orgânico no solo. Nos microrganismos o teor de S varia de 1 a 10 mg
kg-1 de matéria seca e a relação C/S de 60 a 85 para as bactérias e de 180 a 230 para
fungos. Aproximadamente 90% do S-org estão ligados ao carbono em forma de
aminoácidos (C-S) ou na forma de éster (C-O-S). Os aminoácidos Transformações do
enxofre 169 representam 30% do S-org do solo e os ésteres sulfatados constituem entre 20
e 65% do S orgânico total.

A relação carbono/enxofre (C/S) da matéria orgânica varia de 100 a 200:1, sendo esta
variação relacionada ao tipo de solo. Para os resíduos vegetais pode ser encontrada uma
relação C/S de 150 a 450 nas áreas florestais e nos solos agrícolas uma relação C/S média de
90:1

É importante a quantificação dos processos de mineralização do S após a incorporação de

resíduos orgânicos ao solo, a fim de disponibilizar S para o crescimentos das plantas.