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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR

CURSOS BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Ana Esther Ramos


Gabriela Mayra do Nascimento
Beatriz Teixeira Gazotti
Júlia Pimentel Oliveira
Ana Júlia Garcia Gomes

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Formiga – MG
2023
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Trabalho apresentado à disciplina de Contabilidade Básica do
Curso Ciências Contábeis e Administração, do Centro Universitário
de Formiga (Unifor-MG), como requisito parcial de aproveitamento
de conteúdo da disciplina.
Orientador: Profª. Patrícia Nazareno

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SUMÁRIO

1. SUMÁRIO ..................................................................................................3
2. INTRODUÇÃO ..........................................................................................4
3. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ..............................................................5
4. PRINCÍPIO DA ENTIDADE ......................................................................6
5. PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ...................................................................7
6. PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE ...........................................................8
7. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .............................................................9
8. PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL .........................11
9. CONCLUSÃO .........................................................................................13
10. REFERÊNCIAS .......................................................................................14

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INTRODUÇÃO

Os Princípios Contábeis fazem parte de uma organização chamada


Conselho Federal de Contabilidade, mais conhecido como CFC, criado por
Enrico Gaspar Dutra e regido por legislação específica, o Decreto-Lei nº 9.295,
de 27 de maio de 1946, o CFC possui estrutura, organização e funcionamento
regulamentados pela Resolução CFC nº 1.370, de 8 de dezembro de 2011, que
aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade, com objetivo de
valorizar os profissionais contábeis e regulamentar normas e condutas para
tais.
Os princípios garantem que você registre os fatos contábeis de acordo
com o regramento, que permite mensurar corretamente o patrimônio das
entidades, a favor dos interesses da coletividade, dos particulares e dos sócios
e acionistas. Dessa forma, você atua conforme as exigências profissionais e
não coloca em risco as informações das entidades que atende.
Essas normas foram criadas para padronizar operações e guiar o
exercício da contabilidade no país. São divididos basicamente em 7 princípios:
o princípio da entidade, o princípio da continuidade, o princípio da prudência, o
princípio da competência, o princípio da oportunidade, o princípio da
atualização monetária e o princípio do registro pelo valor original.
A seguir abordaremos os princípios contábeis e suas respectivas
definições, visando uma explicação clara e definida sobre cada um desses.

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PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

De acordo com o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº. 1.282/10


em seu art. 9º que assim dispõe:
“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento.”
Então, as despesas e receitas devem ser contabilizadas no período ao
qual pertencem, independentemente se foram pagas ou recebidas.
Como exemplo, um pagamento de aluguel no dia 02/02/2023, referente
janeiro/2023, será contabilizado como despesa com a competência do mês de
janeiro/2023. A data que foi paga, não interfere no período (Figura 1):

Figura 1, imagem autoral

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PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da Entidade trata da separação dos patrimônios da empresa e


de seus respectivos sócios, fazendo com que os registros sejam feitos de
forma bem clara e autônoma, de forma que não fique nenhuma dúvida.
É importante saber o que pertence à Empresa e o que é patrimônio
pessoal. Essa conclusão pode ser extraída da leitura do artigo 4º da Resolução
CFC nº 750/1993.
“O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com
ou sem fins lucrativos”, como podemos observar, o estudo do patrimônio da
entidade deve se limitar ao patrimônio dela, pouco importando os eventos
ocorridos no patrimônio de seus sócios.
A seguir, na Figura 2, exemplificarmos a que se refere este princípio.

Harolde, eu vi um carro importado na Mas, o senhor não pode


revista e pretendo comprar. Eu quero fazer isso!
que você me diga como está o caixa. Não pode comprar um bem
Pois eu vou comprar o meu carro pessoal com o dinheiro da
particular com o dinheiro da empresa empresa!

Figura 2, imagem retirada do site http://aprendendocontabilidade2015.blogspot.com/2015/11/principio-da-entidade.html

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PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

De acordo com CFC, art. 10 da Resolução n° 750, de 1993 que assim


dispõe:
“Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor
para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que
se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido”.
Desse modo, esse princípio, adota uma postura conservadora, em
situações com duas alternativas prováveis. O patrimônio deve ser apresentado
de forma mais modesta e em contrapartida as despesas de forma mais
acentuada.
Um exemplo, que pode ser citado é uma causa na justiça em andamento:
O funcionário aciona um processo na justiça, alegando que a empresa
não pagou o seu salário corretamente. O empregado exerceu seu trabalho no
feriado e deve receber hora extra correspondente a 100% do valor da hora
normal, ele deve receber em dobro. Porém, a organização pagou um
acréscimo de hora extra referente a 50%, sobre o valor da hora normal
trabalhada.
O responsável legal da empresa, ainda não tem um conhecimento exato
se terá que pagar uma indenização de 2 ou 3 salários mínimos, para o
trabalhador. Por isso, o contador, irá fazer o lançamento contábil provisionando
o pagamento de 3 salários mínimos, pelo ressarcimento do processo judicial.
Portanto, é observado que o contador tem uma atitude conservadora ao
fazer a apuração da causa, é aplicado o Princípio da Prudência.

Figura 3, imagem autoral

Os princípios contábeis possuem a finalidade de que as informações


contábeis sejam reconhecidas da maneira mais fiel possível. No caso da
prudência, quando pensamos em bens e obrigações, é melhor pecar por conta
de cautela, do que pagar por conta de exageros.

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PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

De acordo com o CFC (Conselho Federal da Contabilidade) o princípio da


Oportunidade por meio da resolução CFC nº 750/1993 é definido da seguinte
forma:
“Art. 6º – O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações
íntegras e tempestivas."
Nesse viés, este princípio prevê que, os acontecimentos relevantes para o
patrimônio devem ser registrados de imediato independente das causas que os
originaram.
Como por exemplo, na compra de um veículo deve haver o registro de
forma Tempestiva, ou seja, assim que ocorrer o fato gerador (a compra)
independente do dia que será efetuado o pagamento. Esse fato irá movimentar
o Patrimônio e as Contas a Pagar da empresa. A compra do veículo também
deve ser registrada da forma mais Íntegra e detalhada possível, mostrando
como esse fato alterou o patrimônio e evidenciando por exemplo, parcelas de
curto e longo prazo, elaborando notas explicativas se necessário.
Desse modo, é de responsabilidade do contador manter as informações
da empresa sempre atualizadas e precisas no sistema contábil para que
quando seja necessário o uso dos relatórios e balanços, esteja tudo em dia de
forma correta.

Figura 4, imagem autoral

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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

“CAPITULO II - ART. 20 (RESOLUÇÃO -CFC - 750 DE 29.12.93)”


"Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência
das doutrinas e Teorias relativas à Ciência da Contabilidade consoante o
entendimento predominante no universo científico profissional de nosso país.
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social,
cujo objeto é o Patrimônio das entidades”.
A denominação “Princípio da Continuidade”, como também a de “entidade
em marcha”, ou “going concern”, é encontrada em muitos sistemas de normas
no exterior e também na literatura contábil estrangeira.
A continuidade das atividades da empresa deve se dar, hipoteticamente,
por tempo indeterminado (exceto por algumas exceções). Deste modo, pelo
Princípio da Continuidade a empresa deve ser considerada como um
organismo em movimento constante e contínuo de produção, venda, compra,
consumo, investimentos, etc. É o que podemos chamar de "entidade em
marcha", a qual deve concretizar seus objetivos continuamente.
Habitualmente, a empresa não pode ser criada com prazo estabelecido
para o seu encerramento. Ao se criar uma empresa, partimos do pressuposto
de que a mesma operará indefinidamente ao longo do tempo. Ao se constituir
uma empresa, é como se nascesse um novo ser humano, não há prazo
estabelecido para sua morte.
Podendo assim, haver casos quando existirem fortes evidências de que a
empresa irá descontinuar em decorrência de dificuldades financeiras ou de
mercado, de deliberação dos sócios ou de qualquer outra situação; o que
queremos dizer é que esse fato deverá ser necessariamente considerado na
elaboração das demonstrações contábeis.
Desse modo, a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida
definida ou provável, devem ser consideradas quando da mensuração e a
apresentação dos componentes do patrimônio, considerando que a entidade,
até evidências em contrário, terá sua vida continuada no futuro.

Figura 5, retirada do site https://mapasequestoes.com.br/blogs/newsmq/lancamentos-de-contabilidade

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Portanto, registramos que o referido princípio também é mencionado no
item 4.1 da Res. CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como
premissa que a entidade está em atividade (going concern assumption) e irá
manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do
pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a
necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente
a escala de suas operações. Por outro lado, se essa intenção ou necessidade
existir, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em bases
diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve ser divulgada.

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PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

“Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os


componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional”.
O Princípio do Registro pelo Valor Original é um princípio contábil
componente da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 750
do ano de 1993 Artigo 7º dentro da seção IV) O Princípio do Registro pelo
Valor Original.
Primeiramente, esse princípio descreve sobre a importância de registrar o
patrimônio de determinada entidade pelo valor original, ou seja, pelo valor do
pagamento, de forma que o valor em moeda estrangeira seja cambiado para a
moeda circulante do país. O cumprimento dessa regra é de suma importância e
de total interesse da sociedade como um todo, pois desta forma unifica o
sistema de avaliação, a fim de que a comparação entre os mesmos itens tenha
compatibilidade, dando qualidade e confiabilidade na informação gerada.
A lei também estabelece algumas bases de mensuração que devem ser
utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes
formas. São elas:
1. Custo histórico:
1.1. Ativos: Corresponde ao valor pago ou a ser pago em caixa na data da
aquisição
1.2. Passivos: Corresponde ao valor do que foi recebido em troca da
obrigação, ou do valor do caixa, os quais serão necessários para quitar
o passivo

2. Variação do Custo histórico, que corresponde a variação do produto em


decorrência do tempo:
2.1. Custo corrente:
a) Ativos: Reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes;
b) Passivos: Reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalente
de caixa, sem desconto, que seria necessário para quitar a
obrigação na data presente.

2.2. Valor realizável:


a) Ativos: São mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de
caixa que poderiam ser obtidos pela venda;
b) Passivos: São mantidos pelos valores em caixa, sem descontar,
que se acha que seria pago para quitar as obrigações.

2.3. Valor presente:


a) Ativos: são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro
de entrada líquida de caixa;
b) Passivos: são mantidos pelo valor presente.

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2.4. Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um
passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma
transação sem favorecimentos.

2.5. Atualização Monetária: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da


moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis
mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.
2.5.1. São enquadrados na atualização monetária apenas a moeda, a
fim de que o valor possa se manter no valor das transações
originais, não representando nova avaliação, apenas ao
ajustamento desses valores.
De acordo com essa normativa, mantem-se o valor original, e apresenta sem
as variáveis da moeda (inflação), sendo vedado qualquer tipo de correção
monetária nas demonstrações financeiras.
A seguir, exemplificamos ao que se refere essa normativa de forma mais
simples, objetivando o entendimento do leitor.

Figura 6, retirada do site http://equipecontemais.blogspot.com/2011/11/os-principios-da-contabilidade.html

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CONCLUSÃO

Depois de exposto o conteúdo, se conclui que os princípios contábeis são


de extrema importância para o contador ou administrador que pretende possuir
sucesso na sua carreira, pois eles são vitais para que as operações sejam
cada dia mais padronizadas e com maior qualidade, objetivando sempre a
confiabilidade dessas informações juntamente com a satisfação da entidade
cliente.
Esses princípios, caso sejam desconsiderados pelo profissional, podem
acarretar no fim da carreira do contador e até mesmo do administrador, pois
tais características são básicas e bastante gerais que dão credibilidade, e
informar saldos errados a entidade pode ser um grave erro, pois terá um cliente
insatisfeito com seu trabalho.
É importante que a empresa sempre verifique a quem está confiando
suas informações, a fim de que sua empresa possa ser protegida
veridicamente e evite assim problemas com o fisco.

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REFERÊNCIAS
https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-prudencia/
https://salariadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/924919787/hora-
extra-o-que-e-permitido-e-o-que-nao-e-permitido
https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-entidade/#:~:text=Por
%20Facilite%20Tecnologia%20O%20Princ%C3%ADpio%20da%20Entidade
%20trata,%C3%A0%20Empresa%20e%20o%20que%20%C3%A9%20patrim
%C3%B4nio%20pessoal.
https://valor.srv.br/artigo.php?id=57&titulo=principio-da-
continuidade-contabeis-contabilidade
https://blog.cefis.com.br/principio-de-entidade/
https://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/
principiosfundamentais.htm
https://cfc.org.br/noticias/conheca-a-historia-do-sistema-cfc-crcs-
em-15fatos/#:~:text=Em%201946%2C%20s%C3%A3o%20criados
%20os,profiss%C3%A3o%20ganhou%20um%20regulamento%20pr
%C3%B3prio.
https://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios.pdf
https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2018/10/02083310/Princ
%C3%ADpios-de-Contabilidade.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del9295.htm
http://www.crcba.org.br/boletim/edicoes/cont26.htm
https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-do-valor-original/
https://www.jornalcontabil.com.br/como-funciona-o-principio-do-
valor-original/

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