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Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1
3. Conclusão .............................................................................................................................. 12
1. Introdução
Na interacção entre o locutor e o alocutário dá-se a produção de enunciados. Estes enunciados
constituem “produtos coesos internamente e coerentes com o mundo relativamente ao qual devem
ser interpretados.
É nesse contexto que o presente trabalho da cadeira de Linguística Descritiva do Português II fará
abordagem do assunto acima referenciando, estamos falando concretamente da Coesão e coerência
textual, tendo como base o trecho do discurso de um aluno da 8ªclasse, de uma das escolas de
uma cidade ou distrito que a seguir transcrevemos:
“Eu so Manuel, aluna da 8ªclasse na escola primária da Universidade Católica. Gosto de ler
livros, filmes, futebol, matacão. Quando era criança brincava, estudava, corria, saltava na piscina
do meu quarto na companhia dos meus filhos”.
Assim, os falantes quando usam a língua não produzem palavras isoladas, desligadas umas das
outras e do contexto situacional. Pelo contrário, tanto os produtos resultantes do uso primário da
língua na situação básica da conversa como os que resultam do uso da língua escrita em situações
não pessoais, tanto os produtos de um só locutor como os que resultam de uma actividade
colaborativa são todos objectos dotados de sentido e unidade.
Deste modo, com este trabalho pretende se na generalidade compreender o processo de coesão e
coerência textual. Para o alcance deste objectivo definimos os seguintes objectivos específicos:
descrever os vários elementos que produzem a coesão textual; Analisar um texto de acordo com os
elementos da coesão e coerência textual
Um dos critérios para que um texto seja compreendido como tal é a existência de coesão. Entende-
se por coesão textual ―o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos
presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também
linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos (Koch, 2012, p. 45).
Isto é, através da coesão textual os elementos constituintes do texto se ligam, de forma a construir
um sentido. Esse é um processo que ocorre na superfície do texto e pode se dar por elementos
lexicais ou gramaticais.
Koch (2012) propõe a existência de basicamente dois tipos de coesão: a remissiva ou referencial e
a sequencial.
A Coesão referencial é responsável por evitar repetições entre as palavras e utiliza recursos
anafóricos e catafóricos, se referindo a termos que vêm antes ou depois do mecanismo de coesão,
respectivamente. São elementos de coesão referencial: artigos (definidos ou indefinidos), pronomes
adjetivos e substantivos, (demonstrativos, possessivos, indefinidos, interrogativos e relativos),
numerais (ordinais e cardinais), pronomes de 3ª pessoa, elipse, advérbios pronominais, expressões
ou grupos nominais definidos, nominalizações, expressões sinônimas, hiperónimos e hipónimos
(Antunes, 2010, p. 132).
Antunes (2011) chama de correferência, o processo de ligação semântica que ocorre entre esses
elementos e aqueles a que se referem. Todos esses elementos podem ser classificados em dois
grandes grupos, dependendo de seu lugar de ocorrência no texto. Segundo Adam, as relações de
correferência podem ser anafóricas (remetem a elementos presentes no cotexto à esquerda, isto é,
já mencionados) ou catafóricas (remetem a elementos presentes no cotexto à direita, isto é, que
serão mencionados a seguir)
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A seguir, serão detalhados os elementos de coesão referencial, segundo Koch (2012), com
exemplos:
Há alguns elementos que segundo Antunes (2010) garantem a coesão de um texto como:
Correlação dos verbos: fazer a correlação correta dos verbos, ou seja, utilizar os tempos
verbais de maneira adequada também é um elemento importante para manter a coesão de
um texto
Coesão lexical: a coesão lexical tem o objetivo de diminuir as repetições de termos dentro
de um texto. Ela pode ser feita através da reiteração ou colocação.
Exemplo 1 (colocação): Ela comprou um carro. O veículo é veloz.
Exemplo 2 (reiteração): Ex: Ela comprou um carro veloz e seguro. A velocidade e
segurança a encantaram.
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Coesão por elipse: ocorre por meio do apagamento de um termo na frase, sem que o
sentido seja comprometido.
Koch (2012) classifica a coesão sequencial em dois grupos: a parafrástica (com procedimentos de
recorrência) e a frástica (sem procedimentos de recorrência).
Dentre os mecanismos de coesão sequencial parafrástica estão: reiteração, paralelismo, paráfrases,
ritmo, rima, assonância, aliterações e tempos e aspectos verbais. Já quanto aos mecanismos de
coesão sequencial frástica, a autora cita os conectores, elementos de função argumentativa,
procedimentos de manutenção temática (uso de elementos de um mesmo campo semântico),
procedimentos de manutenção e de progressão temática (tema e rema) e encadeamentos por
justaposição ou conexão.
o uso dos mecanismos coesivos tem por função facilitar a interpretação do texto e a construção da
coerência pelos usuários. Por essa razão, seu uso inadequado pode dificultar a compreensão do
texto: visto possuírem, por convenção, funções bem específicas, eles não podem ser usados sem
respeito a tais convenções (p. 77)
Deste modo, coesão frásica consegue-se pela relação sintática entre as palavras que compõem a
frase. Este tipo de coesão de carácter gramatical manifesta-se sobretudo a nível:
Da ordem de palavras na frase: esta ordem pode sofrer alterações, desde que estas não
perturbem a gramaticalidade da frase e a compreensão da informação.
Ex.: A Ana comeu um gelado ontem.
Da concordância: dentro da frase, as palavras devem concordar em género e em número. Essa
concordância estabelece-se entre elementos como o sujeito e o verbo, o determinante e o nome,
o nome e o adjetivo, etc.
Ex.: Os rapazes espertos são simpáticos.
Coesão interfrásica — É assegurada sobretudo por articuladores ou conectores do discurso:
palavras ou expressões que lexicalmente traduzem as ligações lógicas entre as partes do texto.
Os articuladores são elementos linguísticos como as conjunções, as locuções conjuncionais, os
advérbios ou outro tipo de expressões de ligação.
Ex.: Os alunos empenharam-se no estudo. Por isso, alcançaram bons resultados. No entanto,
estavam ainda receosos do exame.
Coesão temporal — Resulta da correta e explícita ordenação no tempo dos factos apresentados
num texto. A organização cronológica dos acontecimentos é, portanto, garantida por meio de
uma relação bem definida entre os tempos verbais e as palavras e expressões com valor
temporal. O grupo das palavras e expressões temporais, por seu lado, é composto por advérbios
de tempo (ontem, agora, amanhã, etc.) e expressões preposicionais (antes disso, de manhã,
etc.), entre outros. Ex.: Esta manhã, quando o Jorge acordou, não se sentia muito bem.
Segundo Souza (2006), tem a ver com a relação semântica entre (partes de) enunciados durante um
sequenciamento de ideias no texto, e pode ocorrer, por exemplo, por meio de:
Para Koch (2012) coerência textual diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à
superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de
sentidos. Ou seja, a coerência se dá em um nível subjacente ao texto, não em sua superfície como
a coesão.
Portanto, por meio da coerência, ocorre a concatenação das ideias do texto. Ou seja, a formação de
uma cadeia de ideias.
O texto que obedece à coerência transmite uma relação lógica de ideias que se complementam, não
se contradizem e conferem significado à mensagem. Quando o texto é coerente, o interlocutor
apreende os sentidos do texto. A falta dela afeta a significação do texto, prejudica a relação com o
interlocutor, a continuidade dos sentidos e compreensão (Diana, 2014).
O primeiro desses requisitos é o da unidade de conteúdo, pois o texto deve tratar um tema central,
que depois é desenvolvido e analisado. Este conceito associa-se a outros dois requisitos de um
texto: os da continuidade e da progressão.
Outros preceitos que devem ser seguidos para manter a coerência de um enunciado são as regras
da não contradição, da não repetição e da relevância.
Marcuschi, (2012) refere que a não contradição determina que não se pode apresentar argumentos
ou dados logicamente incompatíveis. Por seu lado, a regra da não repetição dita que um texto não
deve retomar desnecessariamente informação já apresentada nem cair em redundância. A regra da
relevância, por sua vez, aponta para a importância de a informação apresentada no texto ser
pertinente e apropriada ao seu contexto, devendo também guiar-se pelo critério de verdade e
validade — fala-se aqui da máxima da qualidade.
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Ex: Quando chegamos ao supermercado, cujo dono foi preso por agressão, havia muitas
pessoas lá. Elas protestavam e impediam a nossa entrada.
Quando chegamos ao supermercado, que o dono foi preso por agressão, havia muitas
pessoas lá. Elas protestavam e impediam a nossa entrada.
Percebe-se que o pronome relativo “que” retoma um termo anterior, portanto, é incoerente o seu
uso nesse enunciado. Já o pronome “cujo” indica uma relação de posse entre o elemento seguinte
e o anterior, ou seja, “o dono do supermercado” foi preso por agressão.
Assim, para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o
texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as relações de sentido
entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma leitura cuidadosa,
ancorada nos processos de analogia e inferência (Mussalin e Bentes 2011).
Ex: Nesse país, a maioria das pessoas é rica e quase 90% dos cidadãos sãos pobres.
Quando não há desvio do tema, ou seja, todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e
relevantes para o tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser
evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência temática.(Koch e Travaglia, 2011).
Ex: Luiz Gama foi um escritor, advogado e abolicionista do século XIX, e defendeu várias pessoas
escravizadas. Ele é considerado o patrono da abolição da escravidão no Brasil.
Luiz Gama foi um escritor, advogado e abolicionista do século XIX, e defendeu várias
pessoas escravizadas. Quando Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, em 1901, todos
ficaram impressionados.
A princípio, esse enunciado parece contraditório. Contudo, se o(a) leitor(a) ou ouvinte sabe que
João odiava a sua casa e que tinha feito um seguro milionário, o enunciado é totalmente coerente.
Portanto, o sentido vai depender do conhecimento prévio do receptor da mensagem.
Segundo Sousa (2006), refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo
com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha
como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua
linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero.
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Uma ruptura com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos
encontrar um determinado gênero assumindo a forma de outro (Sousa 2006).
2.3.Análise do texto
“Eu so Manuel, aluna da 8ªclasse na escola primária da Universidade Católica. Gosto de ler
livros, filmes, futebol, matacão. Quando era criança brincava, estudava, corria, saltava na piscina
do meu quarto na companhia dos meus filhos”.
Na coerência
No texto acima, regista-se uma incoerência sintáctica ou seja não há coesão entre os elementos do
texto, ao se escrever: Eu so Manuel, ou seja o verbo ser esta incorrectamente empregue. O coerente
sintaticamente seria dizer: Eu sou Manuel
Há também, uma incoerência semântica caracterizada por falta de concordância das palavras em
género (masculino e feminino), visto que sendo o nome Manuel esta no masculino, ele não pode
ser aluna e sim aluno. Deste o coerente semanticamente seria dizer: Eu sou Manuel, aluno da 8ª
classe.
Regista-se também a incoerência pragmática que segundo Charolles (2002), está relacionada à
situação, ao contexto extralinguístico. No texto há falta de contextualidade quando o aluno afirmar
que “Quando era criança brincava, estudava, corria, saltava na piscina do meu quarto…. Visto
que a piscina não fica no quarto como também na piscina não se estuda nem se corre.
Na coesão
É possível verificar no texto acima, a falta de coesão, o aluno ao afirmar escrever “… escola
primária da Universidade Católica”. Percebe-se claramente a falta de relação entre elementos do
texto de forma a auxiliar na sua compreensão. Dai concluirmos que nesta frase verifica-se incoesão
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sequencial que segundo Koch, (2012), é responsável como o próprio nome sugere – pelo
sequenciamento ou andamento do texto. Estabelecem as principais ligações entre as partes da sua
redação, de forma que a coesão textual se manifeste mais notoriamente.
Ao afirmar que Quando era criança …..na companhia dos meus filho, denota-nos falta de coesão
sequencial frástica que segundo Koch (2012), consegue-se pela relação sintática entre as palavras
que compõem a frase. A partir do texto acima depreende-se uma falta de concordância, isto é se o
Manuel é aluno ou criança é justo que não pode ter filhos para brincar, e sim colegas ou amigos.
3. Conclusão
Feito o trabalho concluímos que a coesão se refere aos mecanismos gramaticais ou lexicais que
permitem a ligação entre elementos da estrutura linguística de um texto. Já a coerência tem relação
com o (s) sentido (s) desse texto. Portanto, os mecanismos de coesão podem auxiliar na formação
do (s) sentido (s).
No entanto, a coesão está restrita à estrutura linguística, enquanto a coerência depende, também,
dos elementos extralinguísticos. Desse modo, aspectos cognitivos e socioculturais, por exemplo,
podem interferir na construção de sentido (s) durante a recepção de um texto, que pode ser verbal,
não-verbal, escrito ou oral.
Portanto, para a produção de sentidos do texto, é preciso que o leitor ative conhecimentos
previamente constituídos e armazenados na memória. Sendo assim, podemos dizer que a coesão e
a coerência estão ligadas, pois enquanto a coerência é a sequência lógica das ideias de um texto, a
coesão é a manifestação formal da coerência de forma que estabelece nexos entre as partes do texto
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4. Referências bibliográfica
Antunes, I. (2010). Análise de textos: fundamentos e práticas. Parábola Editorial: São Paulo.
Charolles, M. (2002). Introdução aos problemas da coerência dos textos. Pontes. Campinas, São
Paulo.
Diana D. (2014). Coerência Textual. Recuperado em https://www.todamateria.com.br/coerencia
textual/
Fávero, L. L.; Koch, I. G. V. (2012). Linguística textual: introdução. (10ª ed). São Paulo: Cortez.
Souza, W. (2006). Coesão textual. Brasil Escola. Recuperado em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm.
Koch, I. G. V. Travaglia, L. C. (2011).Texto e Coerência. (18ª ed). 1ª reimpressão São Paulo:
Cortez.
Koch, I. G. V. (2012). Introdução à linguística textual. (2ªed). Editora WMF Martins Fontes. São
Paulo.
Marcuschi, L. A. (2012). Linguística de texto: o que é e como se faz? Parábola Editorial. São Paulo:
Mussalin, F.; Bentes, A. C. (2011). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v.1. São Paulo:
Cortez.
Neves, M. H. de M. (2011). Texto e gramática. (1ª ed). 3ª Reimpressão. Contexto, São Paulo.