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Chaetognatha

Ocorrem em toda latitude e profundidade, são indivíduos de corpo


transparente, com forma de seta (Figura) e nadadeiras que vibram rapidamente para
o deslocamento. Capturam suas presas por meio de uma estrutura cefálica
semelhante a um espinho ou gancho. A maioria das espécies são holoplanctônicas.

FIGURA – REPRESENTANTE DE CHAETOGNATHA

FONTE: Disponível em: <http://eolspecies.lifedesks.org/node/1708>. Acesso em: 13 out. 2013.

Chordata

São representados pelos ovos e larvas de peixes, além da classe Larvacea,


salpas, doliolídeos e pirosomatídeos (Figura 25), são holoplanctônicos. O último
grupo são filtradores e se alimentam principalmente de nanoplâncton. Possuem
ampla distribuição em todo oceano.
FIGURA – REPRESENTANTES DE CHORDATA

FONTE: Adaptação de Chordata. Disponível em: <http://jellieszone.com/salpa.htm>.


Acesso em: 13 out. 2013.

ICTIOPLÂNCTON

A maioria dos ovos de peixes teleósteos apresentam ovos planctônicos,


mesmo os que possuem ovos bentônicos, seu estádio larval é integrado ao plâncton.
Os ovos podem medir de 0,5 a 5,5mm e a duração nesse estádio ou no estádio
larval (Figura 26), dependem das condições climáticas ou da espécie, podem durar
dias ou meses.

FIGURA – LARVAS DE PEIXES DO ICTIOPLÂNCTON

FONTE: Disponível em:


<http://www.institutogoioen.org.br/index.php/desc_noticia/estudo_sobre_o_ovos_e_larvas_de_peixes
_que_ocorre_anualmente_e_realizado_no/>. Acesso em: 13 out. 2013.
O DOMÍNIO BENTÔNICO

O ambiente marinho pode ser dividido em dois grandes domínios: o


bentônico, que compreende o substrato do oceano e o pelágico, que corresponde à
massa d’água total situada no leito submarino (SOARES-GOMES et al. 2002).
Ambos podem ser agrupados nas zonas costeira, batial, abissal e hadal.
Os organismos bentônicos, por sua vez, podem viver na zona entremarés e
zona sublitoral, denominadas zonas nériticas, e nas zonas batibentônica,
abissobentônica e hadobentônica, conhecidas como zona profunda. Cada uma tem
características específicas de área de leito, profundidade e temperatura. Quanto
mais profundo, menor a temperatura encontrada.

ORGANISMOS BENTÔNICOS

A comunidade bentônica é bem diversificada, inclui organismos associados


ao fundo oceânico ou costeiro, consolidados ou não ou ainda substrato vivo, como
corais e algas.
Podemos encontrar plantas bentônicas divididas nas categorias
angiospermas semiaquáticas, angiospermas permanentemente submersas, algas
talosas e filamentosas fixas ao substrato e algas unicelulares associadas ao
sedimento submarino (SOARES-GOMES et al. 2002).
Os zoobentos são a parte animal associada ao sedimento, um conjunto
diverso e rico de espécies. São classificados de acordo com malha da peneira de
captura (Figura 27), onde podem ser macrobentos, retidos na peneira de 0,5 mm, e
os meiobentos, são pequenos demais para malha de macrobentos e ficam retidos na
de 0,062 mm. Esses últimos ocupam o meio intersticial, entre os grãos de areia. Por
fim, existem os microbentos, os que passam pela malha de 0,062 mm, podem ser
bactérias, protozoários e microalgas. Já os organismos maiores de 2 mm são
chamados de megafauna.
FIGURA – PENEIRA DE MALHA 5 mm PARA CAPTURA DE ZOOBENTONS
FONTE: Peneira. Disponível em: <http://portuguese.alibaba.com/product-gs-img/standard-test-sieve- in-
laboratory-512930335.html>. Acesso em: 13 out. 2013.

De acordo com o habitat em que ocupam, os zoobentos podem ser


endofauna, que vivem enterrados no substrato, fixos em sedimentos ou com pouca
movimentação ou podem ser epifauna, que se encontram sobre o substrato com
grande movimentação (SOARES-GOMES et al. 2002).
Em relação à capacidade de movimentação, podem ser fixos, onde não se
movem, como cracas; sedentários, com pouca movimentação, como moluscos e
poliquetos, e vágeis, que se movimentam a maiores distâncias, como os crustáceos
(SOARES-GOMES et al. 2002).
Os organismos bentônicos têm a importante função de aeração e
remobilização do sedimento, seja do litoral ou no fundo marinho. Isso acelera o
processo de remineralização de nutrientes e disposição deles para os organismos
fitoplanctônicos.

DISTRIBUIÇÃO

A epifauna é mais diversa nas águas mais rasas, principalmente na zona


entremarés, pois existe uma variedade de substratos, incluindo recifes, costões
rochosos, poças de marés, fendas, cavernas e buracos em várias condições,
sombreados, ensolarados, protegidos ou com choque de ondas, superfícies cobertas
por vegetações ou estéreis.
A alimentação depende da proximidade da costa e da profundidade, portanto,
próximo à costa existe maior quantidade de matéria orgânica e detritos e a produção
primária fitoplanctônica e bentônica é alta. Na região de águas rasas, a grande
quantidade partículas em suspensão constitui fonte alimentar dos suspensívoros, o
que não ocorre nas profundezas, onde os suspensívoros dão lugar aos detritívoros.
Estudos revelam que a macrofauna bentônica é mais rica em ambientes mais
profundos, decrescendo em direção as abissais (SOARES-GOMES et al. 2002).

Zona nerítica
A zona nerítica compreende as regiões supralitoral, mediolitoral, infralitoral,
litoral e sublitoral. As três primeiras sofrem diretamente influência das marés e
ondas. Os habitantes dos costões rochosos se diferenciam dos das praias pela
mobilidade, os das praias têm vida livre e constroem caminhos no sedimento.
A dessecação é um fator limitante para organismos que vivem no supralitoral
ou costões rochosos localizados nele. Na baixa-mar, uma pequena quantidade de
água continua retida no solo, garantindo a sobrevivência de muitos indivíduos
bentônicos, mas as rochas ficam expostas e os organismos têm que adquirir
adaptações morfológicas para proteção a radiação e aumento de temperatura.

Zona entremarés

A zona costeira é mais produtiva e rica em espécies. Possui nutrientes de


origens marinha e terrestre. É uma área de reprodução e alimentação para espécies
residentes e visitantes, sujeita à abundância cíclica.
De acordo com a zonação vertical, a dominância de espécies em distintas
zonas é resultante das tolerâncias fisiológicas às altas temperaturas e à dessecação;
especialmente marcante em costões rochosos.
De acordo com Soares-Gomes et al. (2002), os organismos da zona
entremarés desenvolveram as seguintes estratégias de acordo com a pressão
sofrida: Em resposta ao calor e dessecação: adaptações fisiológicas para manter o
metabolismo equilibrado (proteínas, por exemplo); algas podem secar
completamente; cracas e moluscos armazenam água em conchas.
FIGURA – ZONAÇÃO VERTICAL DAS REGIÕES DE PRAIAS E COSTÕES
ROCHOSOS

1. Em resposta ao calor: tamanho e formas esféricas para garantir


diminuição de perda d’água;
2. Dessecação e perda de fluidos corporais: maior atividade com maior
temperatura até certo limite; busca por abrigos; regulação de conteúdos celulares
(aminoácidos, sais);
3. Baixo teor de oxigênio: redução de taxas metabólicas e atividades
aérea (alguns bivalves e caranguejos); armazenamento de água em cavidades
branquiais;
4. Choque das ondas: organismos que se fixam no substrato de forma
permanente, como as cracas ou de forma provisória, como as macroalgas e
mexilhões. Alguns possuem estruturas como pés muito musculosos para se fixar e
refugiam-se em fendas.
Zona oceânica

Conhecida também como zona profunda em relação aos bentos, pois são
organismos associados ao sedimento; a região oceânica possui grandes
profundidades.
A maior área ocupada nessa região é a superior a 1.000 metros. O assoalho
oceânico de regiões profundas é coberto por sedimentos finos de origem pelágica e
mais terrígenos nas proximidades da costa. Podemos encontrar sedimentos de
origem sílica e carbonato de cálcio, resultantes de carapaças e exoesqueletos de
foraminíferos e diatomáceos.
A penetração diminui gradativamente com o aumento da profundidade e após
200m a luz já não é capaz de sustentar a demanda para produtividade primária
marinha. Assim, os organismos bentônicos das profundezas dependem de uma
fonte alóctone de alimento, isto é, da deposição de matéria orgânica produzida pela
camada eutrófica subjacente. Como uma “chuva ou neve”, as pelotas fecais,
bactérias e ecdises de crustáceos servem de alimento para bentos da região
oceânica.

O NÉCTON MARINHO
A palavra nécton deriva do grego necto = aquele que nada. O nécton marinho
é composto por uma ampla variedade de animais, tanto invertebrado como
vertebrado, providos de órgãos para locomoção, permitindo assim o deslocamento
em frente às massas de água em movimento.
A grande maioria dos indivíduos nectônicos possui corpo hidrodinâmico,
corpos revestidos de muco para diminuir a resistência da água e musculatura
adaptada para locomoção.
Os peixes são a maior parte no nécton, que contém também crustáceos,
cefalópodes, répteis e mamíferos. Algumas aves também participam da vida
nectônica, pois dependem dela para sua alimentação, como os pinguins, albatrozes,
petréis e gaivotas.
Os dados que constam neste item, referentes a animais nectônicos foram
baseados nos trabalhos de Paes (2002), Ruppert et al. (2005) e Pough et al. (2008).

CRUSTÁCEOS

A maior parte desses indivíduos é bentônica, vágel ou fitoplanctônica, mas


existem espécies que utilizam o nécton para alimentação. Além de servirem de
alimentos tanto para outros animais como para o homem, como os caranguejos e
camarões.
Uma espécie importante é o krill antártico que compõe a dieta principal de
baleias, focas e pinguins do Pacífico Norte, Atlântico Norte e Ártico. Os krills se
alimentam de detritos, fitoplânctons e larvas de peixes. Eles formam cardumes com
cerca de 60 mil indivíduos por metro cúbico. Vivem na profundidade de 100 a 200m e
ao anoitecer deslocam-se em direção à superfície para se alimentar (PAES, 2002).
Com o declínio de animais consumidores, o krill virou alvo da pesca comercial, onde
frotas russas e japonesas na década de 60 iniciaram sua pesca. São removidas
toneladas de krill anualmente e os resultados ecológicos da pesca comercial ainda
não foram observados, mas sabe-se que o krill é uma importante fonte alimentar
marinha, não podendo ser removido desordenadamente (PAES, 2002).

FIGURA – KRILL ANTÁRTICO

FONTE: Krills. Disponível em: <http://news.nationalgeographic.com/news/bigphotos/20534831.html>.


Acesso em: 13 out. 2013.
CEFALÓPODES

As lulas são encontradas em grande abundância no nécton, são pertencentes


à Ordem Decápoda e reúnem cerca de 450 espécies. Possuem corpo alongado e em
forma de seta, com tentáculos longos. Existem espécies de 40 centímetros a mais de
20 metros de comprimento, a lula gigante dos mares abissais. As lulas podem viver
de dois a cinco anos e morrem após a desova, possuem ovos pelágicos e estádio
larval no plâncton.
Seus corpos são altamente hidrodinâmicos e a locomoção das lulas é por
propulsão, ejetando pequenas quantidades de água armazenadas dentro da cavidade
do manto e através do sifão. Quando nota perigo é capaz de saltar e planar na
superfície da água por metros.
A captura da lula para fins comerciais chega a 10 milhões de toneladas por
ano, assim como o krill, servem de alimento para predadores maiores e também são
predadores vorazes e não se sabe a consequência possível da captura excessiva
(PAES, 2002). São grande fonte de proteína para o consumo humano em diversos
países. A grande problemática são redes usadas para sua captura, que são
chamadas de redes invisíveis e acabam capturando outros animais além das lulas.

FIGURA – LULA

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/cefalopodes/lula/>. Acesso em: 13 out. 2013.


RÉPTEIS

Existem poucas espécies de répteis adaptados à vida no nécton marinho. Uma


delas são as tartarugas, que realizam grandes migrações de retorno à praia que
nasceram para desovar, elas são arrastadas pelas correntes tropicais. Alimentam-se
de água viva, peixes, algas e gramíneas costeiras.
Atualmente, são conhecidas oito espécies de tartarugas marinhas. Seu modo
de reprodução faz com que existam poucos indivíduos, pois existe uma grande taxa
de mortalidade após a desova. Seus ovos são predados por aves e pelo homem, já os
juvenis por caranguejos e aves no trajeto para o mar e no mar, por uma variedade de
peixes. Atualmente, são considerados animais com risco de extinção e as praias e
locais de desovas são protegidos legalmente (PAES, 2002).
Encontramos no nécton marinho também as serpentes marinhas, que
desenvolvem todo seu ciclo de vida no mar. Formam cardumes, se alimentam de
peixes e são extremamente peçonhentas. São encontradas nas águas quentes dos
oceanos Índico e Pacífico.
FIGURA – REPRESENTANTE DOS RÉPTEIS MARINHOS

FONTE: Disponível em: <http://wonderfulseaworld.blogspot.com.br/2012/03/repteis- marinhos_18.html>.


Acesso em: 13 out. 2013.

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