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FACULDADE CAPITAL FEDERAL - FECAF DE TABOÃO DA SERRA-SP

DIREITO

PROJETO INTEGRADOR ORIENTADO

JACQUELINE PEREIRA LOPES RA: 15248

TRABALHO APRESENTADO NO CURSO DE GRADUAÇÃO DA


FACULDADE CAPITAL FEDERAL – FECAF, REFERENTE AO PROJETO
INTEGRADOR ORIENTADO, SOBRE O TRIBUNAL DO JÚRI

ORIENTADOR

DOUTOR: IVAN ROSAS TEIXEIRA

TABOÃO DA SERRA
2021
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SUMÁRIO

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1 Introdução.........................................................................................................................2

2 Súmula 419 – Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel...............................3

3 Conclusão...........................................................................................................................5

4 Bibliografia........................................................................................................................6
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1 Introdução

Este documento tem por finalidade analisar e desenvolver uma explicação sobre o
tribunal do júri.
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2.1 Raízes históricas


Segundo José Frederico marques o tribunal do júri nasceu na Inglaterra, depois que o
concilio9 de latrão aboliu as ordálias e os juízos dos deuses.

Já Guilherme Nucci defende o tribunal do júri nasceu na palestina, onde existia o tribunal do
vinte e três para julgar crimes, punindo com pena de morte, nas comunidades, que
ultrapassem cento e vinte famílias.

Também há indícios de o tribunal do júri tenha nascido no século XI acc., com a guarra de
troia. O rei Agamenon foi para guerra e disse “. Se vencermos a guerra eu sacrificarei minha
filha aos deuses”. E eles venceram a guerra, e o rei por sua vez cumpriu com o prometido e
sacrificou sua própria filha. Só que sua esposa Clitemnestra e seu amante Egisto, resolveram
vingar a morte de sua filha e matou o rei Agamenon, Orestes filho do casal por sua vez vingou
a morte de seu pai cometendo Matricídio. Apolo o Deus da razão intercedeu a Zeus e assim
foi criado o tribunal do júri para julga Orestes, o tribunal foi formado por doze jurados, seis
votaram pela absolvição e seis pela condenação e coube a Atenas conceder o voto de minerva,
que foi favorável ao réu, e até hoje se a votação der empate o voto de minerva deve ser a favor
do réu.

O fato é que apesar das controvérsias sobre a origem do tribunal do júri o Marco jurídico é a
promulgação da carta magna do rei João sem-terra em 1215 onde em seu art39 “Ninguém é
privado da sua liberdade, e seus bens, da sua vida, sem ser julgado pelos seus pares”.

Já no brasil o tribunal do júri surgiu a partir de uma iniciativa do senado do Rio de Janeiro,
que encaminhou ao príncipe regente Dom Pedro uma proposta de criação, do que chamaram
de juízos de jurado. A partir disso o príncipe regente através do decreto imperial de 18 de
junho de1822, criou o primeiro tribunal do júri no Brasil que ele chamou de juízes de fato.
Mas com a competência limitada aos crimes de impressa, somente na constituição de 1824 o
tribunal do júri foi introduzido ao capitulo destinado ao poder judiciário com a competência
para julga, não só crimes, como também para causas cíveis.

E depois na constituição de 1946 o tribunal do júri foi inserido no capitulo destinado aos
direitos e garantias individuais com a competência para julgar os crimes dolosos contra vida.
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2 Princípios constitucionais do tribunal do júri

A Natureza do tribunal do júri é dúplice, de um lado é um direito de qualquer cidadão


participar do poder judiciário, e de outro, é uma garantia individual que qualquer pessoa que
pratique um crime doloso contra a vida seja julgada pelos seus pares, ou seja por um cidadão
como ele e não ´por um juiz togado.

O tribunal do júri está previsto no art 5° XXXVIII da constituição federal, a instituição do


júri. E os princípios informadores que tratam do tribunal do júri são:

Plenitude de defesa

Esse princípio assegura que o acusado de um crime doloso contra a vida seja defendido por
um advogado habilitado e competente, que saiba persuadir, que tenha a capacidade de expor
seus argumentos aos jurados.

Sigilo das votações

Assegura que cada um dos jurados possa julgar individualmente e sigilosamente, sem que
nenhum dos outros seis jurados tomem conhecimento do teor do seu voto.

Soberania dos veredictos

Os jurados decidem e o tribunal não pode alterar por mérito aquela decisão. Ou seja, se o
jurado absolve o réu, o tribunal não pode condenar, se os jurados condenam o tribunal não
pode absolve. O que pode ser feito caso o tribunal ache que a decisão foi extremamente
absurda a logica, é anular o julgamento e determinar a realização de um novo julgamento pelo
tribunal do júri.

Competência para os crimes dolosos contra a vida

Existe a competência mínima do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida,
Homicídio, infanticídio, aborto, induzimento auxilio ao suicídio. Contudo essa competência é
mínima, nada impediria que uma lei acrescentasse outros delitos ampliando a competência do
júri. O que não pode é tirar a competência mínima.
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3. Procedimento do júri

O procedimento do júri divide-se em duas fases.

3.1 1° fase do tribunal do júri

O tribunal do júri é um procedimento especial previsto na lei geral e é um procedimento


bifásico, ou seja, ele tem uma primeira fase perante o juiz de direito, e tem uma segunda fase
perante seu juiz natural (jurados). Esse juiz natural é determinado por força constitucional.

Tendo em mente que o Art. 5° XXXVIII da constituição federal determina que todos os
crimes dolosos contra a vida e seus conexos, sejam julgados pelo tribunal do júri, essa
primeira fase chamaremos de judicium accusationis ou juízo de prelibação, juízo preliminar.

A primeira fase do procedimento do júri iniciasse caso haja um crime doloso contra a vida ou
um conexo que provavelmente será investigado através de um inquérito policial, uma vez o
presidente do inquérito conseguindo reunir, materialidade, e indicio de autoria, o promotor de
justiça terá elementos suficientes para uma petição (denuncia). Na denúncia o promotor vai
fazer uma descrição fáctica dizendo quais foram os fatos que ocorreram, fará uma descrição
fática eventualmente sobre a incidência ou não das circunstâncias qualificadoras, como por
exemplo motivo fútil, motivo torpe, se a vítima foi impossibilitada de sua defesa, a li ele fara
a descrição fática como determina o art.41 do código de processo penal.

Após feita a denúncia, o juiz de direito apreciará suas formalidades, uma vez dentro das
formalidades, ele determinará que o acusado seja citado e que ele responda à acusação em um
prazo de dez dias. Se ele tiver um advogado constituído ele o fará, caso ele não tenha, o juiz
determinará que seja nomeado um advogado. Sempre preservando a ampla defesa e o
contraditório.

Na fase de resposta da acusação a defesa poderá reunir tudo que entenda cabível em favor do
acusado, podendo arrolar até oito testemunhas por fato seguindo o princípio da paridade de
armas.

Apresentada a defesa o juiz irá proceder na forma do art. 409, o mistério público se manifeste
sobre as preliminares e sobre documentos anexados, depois disso o juiz deverá marcar uma
audiência de instrução de base de julgamento.

Para imprimir maior seriedade o novo procedimento do júri determina que tenha uma
unificação da prova , que todos os atos sejam concentrados, então uma vez em audiência se
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ouvirá a vítima se possível, testemunhas de acusação, testemunhas de defesa, seroa


procedidos o reconhecimento de pessoas ou coisas, serão ouvidos os experts e os peritos e
por último o réu. Finalizada a instrução, o juiz determinará as partes que façam memoriais
orais, tanto a defesa quanto acusação terão um prazo de vinte minutos prorrogados por mais
dez minutos em regra, podendo ser convertido em escrito em casos específicos.

Uma vez tendo o memorial da defesa e da acusação juiz dará uma sentença, sem entrar no
mérito, sem deixar transparecer sua opinião pessoal e finalizando a primeira fase, que de
acordo com o art. 412 do código de processo penal deve ser concluído no prazo máximo de
noventa dias podendo ocorrer o constrangimento legal que poderá causar relaxamento de
pena.

Da decisão de pronuncia é cabível um recurso especifico que é o recuso no sentido estrito que
está previsto no art. 581 código de processo penal.

3.2 2° fase

A segunda fase inicia-se com a determinação que as partes se manifestem nos termos do
art.422 do código de processo penal, após o juiz fará um relatório saneando o processo e
designará uma sessão do júri, e comerá o alistamento do júri para essa seção, que serão
intimados. Apesar de vinte e cinco serem intimados apenas sete participam do conselho de
sentença.

Iniciando-se pela defesa, o juiz ao sorteará o nome do jurado e mesma terá que aceitar ou não,
dizendo que sim, que não e não motivado. Então tanto a defesa quanto a acusação podem
recusar a testemunha sem motivação, sem ter que justificar, e caso a recua seja motivada ela
não conta como por exemplo, aquela testemunha ser amiga do réu ou inimigo pessoal. Caso
compareça menos de quinze jurados na sessão o juiz não poderá instalar a seção, alguns
magistrados entendem que não há problema de emprestar jurados de outro plenário, já o STF
tem entendido que não pode.

Aproxima etapa inicia-se a instrução plenária, onde se ouve testemunhas de acusação,


testemunhas de defesa, faz o reconhecimento de pessoas e coisa e por último, ouve-se o réu.
Finalizada a instrução plenária, perante os jurados o juiz poderá arguir os jurados se tem
dúvida, se tiverem deveram fazer pelo juiz presidente sem deixar parecer como pensam.

Entretanto a instrução plenária se dá pelo sistema cross examination, tanto o promotor quanto
o advogado fazem as perguntas diretamente a testemunha, e por último o juiz faz perguntas
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complementares se assim julgar necessário, com total imparcialidade ou a sessão poderá ser
anulada.

Na parte dos debates o promotor terá uma hora de fala e depois a defesa também, com uma
hora de réplica e uma hora de treplica.

Passando assim para a etapa de decisão, onde os jurados se reúnem em uma sala onde
decidiram através de quesitos, materialidade, autoria, quesito da defesa o jurado absolve o réu,
causas de diminuição de pena e por fim circunstancias qualificadoras. Os jurados só
respondem sim ou não, e por maioria decidirão o destino do acusado. O juiz abrirá uma a uma
as decisões e assim que que houver a maioria por um voto ele interrompe afim de preservar o
princípio do sigilo dos votos.

Por fim os recursos cabíveis na segunda estão previstos no art. 593 III a), b), c) e d).
Lembrando que por ser vinculante se você escolhe apenas a alínea a você só pode recorrer
referente aquele dispositivo, por exemplo nulidade.
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4 Bibliografia

Referencial Teórico

https://www.google.com.br/amp/s/danielvaz2.jusbrasil.com.br/artigos/121816641/breve-
resumo-do-procedimento-do-tribunal-do-juri/amp

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