ESTRATÉGIA TURÍSTICA DA BAHIA 4.

0
2020 - 2030
SALTO PARA O FUTURO

Secretaria de Turismo do Estado da Bahia

Salvador, Bahia. 2022
 Governo do Estado da Bahia
Rui Costa
Governador

Secretaria de Turismo - Setur

Luís Maurício Bacellar Batista
Secretário

Chefe de Gabinete - Setur

Giulliana Brito

Superintendência de Investimentos em Zonas Turísticas - Suinvest

Superintendência de Investimentos em Zonas Turísticas

Luciano Viana Valladares

Diretoria de Planejamento Turístico

Fernando Antônio Nogueira Miranda

Diretoria de Projetos, Acompanhamento e Fiscalização

Lucas Alves Prado

Superintendência de Promoção e Serviços Turísticos - Suproset

Superintendência de Promoção e Serviços Turísticos

João Henrique de Jesus Meireles Paolilo

Diretoria de Regulação e Certicação de Serviços Turísticos

Divaldo Borges Gonçalves

Diretoria de Qualicação e Segmentos Turísticos

Magda Guimarães (em exercício)

Diretoria de Promoção
Regina Ahmed

Superintendência de Fomento ao Turismo - Bahiatursa

Diogo Medrado
Superintendente

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - O Salto para o Futuro 2020 - 2030

Copyright 2022. Secretaria de Turismo/ Superintendência de
Investimentos em ZonasTurísticas – SUINVEST
 Coordenação Geral do Projeto
Carlos Alessandro Lins e Silva

Coordenação Técnica e Fiscalização

Carlos Alessandro Lins e Silva
Andréia Brandão
Divaldo Borges Gonçalves

Equipe Técnica
Juliana Braga
Taís Viana

Consultoria Técnica – Pesquisa e Elaboração do Documento

Cinara Rodrigues Cardoso

Revisão
Alberto Rios

Fotograas
Arquivo Setur – Bahiatursa

Capa
Secretaria de Turismo do Estado da Bahia - SETUR

Projeto Gráco e Editoração Eletrônica

Lamartine Sampaio de Almeida Neto

Secretaria de Turismo do Estado da Bahia

Avenida Tancredo Neves, 776 - Bloco B, Pituba.
CEP: 41.820-020 - Salvador - Bahia
1- Introdução 7

2- Metodologia 10
14
3- Contexto Econômico e a Atividade Turística 12
20
4- Panorama do Turismo 18
4.1- O Turismo Mundial 18
4.2- O Turismo Nacional 19
4.3- O Turismo no Estado da Bahia 20
4.3.1- Retrospectiva 21
4.3.2- Regionalização e as Zonas Turísticas 23
4.3.3- Competitividade do Destino Bahia 37

5- Lições Aprendidas – Estratégia Turística 2007 – 2016 41

6- Fundamentação Estratégica 50
6.1- Pilares 51
6.2- Eixo Estratégico da Biossegurança 55
6.3- Eixo Estratégico da Qualicação do Destino e dos Serviços 57
6.4- Eixo Estratégico da Integração Econômica 61
6.5- Eixo Estratégico de Promoção e Marketing 64
6.6- Eixos Transversais 67

7- Posicionamento Estratégico 69
7.1- Segmentos Prioritários 74
7.2- Públicos Prioritários 81

8- Visão de Futuro - Bahia 2030 83

9- Conclusão 87

10- Referências 88
Com o presente documento cumpre-se a Lei Estadual do Este é o ponto de partida desta Estratégia: atentar às
Turismo nº 12.933 de 09/01/2014, que prevê a características da “atual” modernidade, que privilegia a
implementação de mecanismos destinados ao liberdade de movimento, representada pela velocidade de
planejamento do setor turístico e, por conseguinte, a resposta e utilização do tempo como grande valor
missão da Secretaria de Turismo (Setur), que é a de competitivo. Uma modernidade exponencialmente mais
planejar, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar dinâmica e acelerada, leve e líquida do que previa
as Políticas de Turismo, além de promover projetos e Bauman, em sua obra Modernidade Líquida, de 2001, dez
ações para atrair recursos técnicos, humanos e anos antes da publicação do denominado “Terceiro Salto”
financeiros, visando o desenvolvimento do turismo na (2007 – 2016), a última estratégia turística do Estado da
Bahia. Bahia, cujas lições aprendidas são apresentadas no
capítulo que precede a apresentação da Estratégia atual
A abrangência temporal entre 2020 e 2030, com a (2020 - 2030).
publicação em 2022, segue a concepção de Estratégias
Turísticas anteriores, que fornece a recapitulação de
ações realizadas ou em desenvolvimento cujo plano atual
pretende dar continuidade, além de, neste momento
específico, contextualizar o período de crise da Corona
Virus Disease (Covid-19) que norteia a mudança do
consumo de viagens e provocou uma ruptura histórica
das ações de marketing e infraestrutura e na evolução da
atividade turística não só no Estado, mas em todo o
mundo, se tornando a base do Plano de Retomada das
Atividades Turísticas, que tem seus projetos como ponto
de partida de algumas ações do planejamento.

As tendências de viagens e consumo, a partir dos

impactos da crise sanitária na Economia e no Turismo são
apresentadas para embasar proposições de ações e
direcionamentos a partir dos novos hábitos e o
comportamentos dos viajantes, que indicam como
características latentes a alta velocidade da comunicação
e das mudanças em contraponto a busca pelo bem-estar
e a saúde integral – física, mental e emocional – atenção
à segurança sanitária e também ao protagonismo em
contexto pessoal, com a valorização e compartilhamento
pelas pessoas de suas vivências, ampliada pela utilização
massiva da tecnologia, que efetivou o conceito de
globalização à vida cotidiana, somado ao trabalho remoto
com liberdade geográfica.

Tais aspectos devem ser bem trabalhados pelo Turismo,

alinhados à atenção em atender as expectativas do
consumidor, em que tudo precisa ser mais ágil, prático,
Vista para o Forte de São Marcelo
conveniente e focado na experiência e na transparência.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 7 O Salto para o Futuro

A presente Estratégia objetiva ser um balizador com
diretrizes e indicações de ações prioritárias para
aceleração, não só desta cadeia produtiva, mas de toda a
economia estadual, considerando que a atividade
turística é capaz de gerar milhares de postos de trabalhos,
produzir renda e ampliar a arrecadação de impostos, além
de contribuir para a preservação dos recursos naturais e
culturais, promovendo negócios e investimentos em
conjunto com outras áreas correlatas, que vão da
infraestrutura ao agronegócio, passando pelo comércio, a
indústria do entretenimento e a cultura, que possuem
uma forte retroalimentação com o Turismo.
Nesse sentido, são trazidos o panorama mundial,
nacional e local da atividade turística, sua relevância para
a Economia e contribuição no desenvolvimento
sustentável, com ênfase no panorama do Turismo na
Bahia, na qual foi feita uma retrospectiva para que se
mantenha a memória viva da trajetória estrutural da
atividade no Estado, se conheça os planos, propostas e
feitos anteriores. Na apresentação das zonas turísticas, se
buscou ir além de indicar a geografia turística e suas
regiões, características, municípios constituintes e
principais atrativos, e também indicar brevemente,
segmentos turísticos que vocacionalmente devem ser
trabalhados e oportunidades de negócios. Ademais, a
competitividade do Estado é analisada como indicador do
status presente a fim de subsidiar proposições para
melhoria contínua.
A fundamentação para a Estratégia proposta é expressa
pelas alterações no tocante ao "Terceiro Salto", no qual os
Eixos Estratégicos de Integração Econômica e
Qualificação são mantidos, mas alterados e ampliados no
que tange aos programas e projetos. E são propostos dois
novos Eixos Estratégicos: Biossegurança e Promoção e
Marketing (tendo ações de Promoção em destaque,
mesmo como parte inclusa ao estudo da Mercadologia),
em atenção aos desafios do momento atual, na
perspectiva de que a experiência do cliente é
determinante na sua escolha e fidelização.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Como Pilares da Estratégia e da Visão de Futuro são
defendidos dois elementos fundamentais para que haja a
modernização pretendida, a saber: a Sustentabilidade -
para utilização, com responsabilidade, dos recursos
ambientais e culturais de forma a beneficiar não só o turista
mas, principalmente, o residente, e a Inovação - que tem
sua concepção ampliada através da ideia de inovar não só
com novos produtos, mas nos métodos e processos de
gestão e comercialização, e com a utilização estratégica da
tecnologia, que configura como um catalisador, sendo
sinalizadas ferramentas para aplicar de forma prática em
programas e projetos de cada Eixo Estratégico.
São apresentados os Eixos Transversais que devem
permear os Estratégicos e trazem os mecanismos de
condução do Turismo no Estado: a Gestão Participativa –
para uma construção coletiva com os diversos atores
envolvidos, e a Regionalização – capaz de gerar a difusão
dos benefícios a partir de destinos indutores. Premissas
que estiveram presentes não só no “Terceiro Salto”, mas
como princípios dos planos anteriores do Turismo do
Estado.
No capítulo sobre o Posicionamento Estratégico são
indicados os segmentos e mercados prioritários, assim
como os parâmetros de definição que elegeram os
públicos e motivações de viagem em que a Bahia
concentrará esforços em pesquisa de perfil e
necessidades da demanda, preparação de roteiros,
catálogos e ações de comunicação e promoção
especializados para ter ampliação dos resultados.
Chapada Diamantina
8 O Salto para o Futuro
Na Visão de Futuro é apresentado o que se vislumbra para
a Bahia nesta década; projetá-la como um destino
desejado por suas experiências diversificadas e sua
autenticidade, potencializadas pela inovação e
sustentabilidade dos recursos para que, até 2030, se
consolide o turismo como uma atividade econômica
estratégica para o Estado e para a qualidade de vida de sua
população; de forma que o turista reconheça e usufrua do
imaginário peculiar sobre a Bahia e seja surpreendido
com a modernidade na conexão com o destino e na sua
jornada. Para tanto, são apresentados objetivos e
indicadores, mediante dados demonstrados ao longo do
documento e a partir do amplo desenvolvimento dos
pilares da Estratégica.
A Bahia e os baianos marcam a história pela sua
resistência, iniciativa e luta. E não será diferente nesses
novos tempos desafiadores. Todos os envolvidos no
Turismo no Estado estão imbuídos e prontos para o novo
salto. Um salto no aumento do número de turistas, de
participação no PIB, na geração de empregos.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Um salto qualitativo e substancial na preservação dos
recursos, na estruturação da oferta, na qualificação e
inserção da população para aumento da sua qualidade de
vida, na integração econômica do turismo com outros
setores da economia e na forma e ampliação da promoção
do destino.
A presente Estratégia Turística para a Bahia 4.0 - 2020-
2030, tem a pretensão de ser e propor o Salto para o
Futuro, e ações em prol da sustentabilidade e da inovação
para realizar um upgrade* da Bahia e sua atmosfera de
alegria única, para uma versão 4.0**, que se configura em
um destino reconhecido pelo uso racional de seus
atrativos e pela conexão com seus visitantes, que otimize
a utilização da tecnologia em prol da melhoria da oferta,
sua gestão, processos e comunicação, destacando o que
a sua potência e vocação natural merecem: ampliar a
liderança do setor no Nordeste e no ranking nacional.
* Termo oriundo da informática, utilizado para sinalizar a atualização de
uma versão antiga para uma mais recente de um determinado produto.
**Analogia às características da denominada quarta revolução
industrial e por se tratar da quarta estratégia turística do Estado.
9 O Salto para o Futuro
Para a definição do formato de Planejamento, a Estratégia Turística da Bahia acompanha o argumento de Matus (1993), que
busca mecanismos de identificação dos pontos convergentes entre políticas públicas e a pluralidade dos atores e dos
interesses envolvidos, para que se tornem foco permanente de proposições e da própria gestão, denominado Planejamento
Estratégico Situacional (PES), um processo dinâmico e contínuo, anterior e paralelo à ação, que envolve aprendizagem-
correção-aprendizagem e contempla um conjunto de métodos em quatro momentos do processo de planejamento: o
explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional, apresentados no quadro a seguir:

Momentos do Planejamento Estratégico Situacional (PES)

É quando se analisa a realidade presente e o hiato que existe entre o agora e o futuro
desejado. Nele se desenvolve a complexa tarefa de identificar e selecionar problemas,
MOMENTO
explicar com profundidade as causas de cada um e do conjunto do mesmo. Trata-se de
EXPLICATIVO marcar a situação inicial do plano. É um momento importante que deve contar com a
participação ampla de todos atores envolvidos para análise dos problemas que os afetam.

É o momento em que se estabelece o que deve ser. Nele são definidas as operações que em
diferentes cenários levam à mudanças da situação inicial em direção à situação ideal. Deve,
MOMENTO portanto, estar centrado no direcionamento de suas operações para a efetivação dos
NORMATIVO objetivos, sendo, para isto, necessário promover a discussão cuidadosa da eficácia de cada
ação em relação à situação objetivo, relacionando os resultados desejados com os recursos
necessários e os produtos de cada ação.

É o momento em que se analisam as restrições e as facilidades que interferem no

cumprimento do desenho normativo. Relaciona-se às questões de viabilidade e, portanto,
MOMENTO aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo. Neste
ESTRATÉGICO momento são identificados os atores envolvidos no processo e o grau de concordância e
oposição dos mesmos ao futuro desejado e às ações previstas

MOMENTO É o momento decisivo, quando toda a análise feita nos momentos anteriores se transforma
TÁTICO- em ação concreta. É o momento de realizar e de monitorar as ações, com proposição de
OPERACIONAL mudanças ou de ajustes ao longo do processo.

UNA-SUS/ UFSC, 2013. Momentos do Planejamento Estratégico Situacional (PES) - MATUS, Carlos, 1993.

Apesar dos desafios intrínsecos na mediação dos diversos interesses, o adequado planejamento estatal do desenvolvimento
do turismo, vocação natural do Estado, pode propiciar significativos benefícios, tais como: direcionar as expectativas dos
diversos agentes (empresários, investidores, profissionais, turistas, residentes, entre outros) e permitir que o Estado conduza o
processo de desenvolvimento econômico de modo sustentável e alinhado aos interesses do destino e da população local,
favorecendo a manifestação das externalidades positivas propiciadas ao planejar em conjunto, através de uma comunicação
efetiva, que possibilita sinalizar mutuamente oportunidades que se abrem e, com isso, incentivar novos investimentos e
alocação de recursos que favoreçam principalmente ao coletivo.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 10 O Salto para o Futuro

Na linha conceitual de Carlos Matus (1993), o diagnóstico
é considerado um trabalho em que predomina o aspecto
técnico, ao contrário do processo de planejamento, que
deve envolver os diversos atores, o que foi concretizado
no primeiro momento deste trabalho, baseado na análise
documental para atualização da última Estratégia de
Turismo do Estado (2007 – 2016) e na pesquisa
secundária, para retratar o novo panorama da atividade em
âmbito mundial, nacional e estadual, tendências de
mercado e perspectivas de hábitos de consumo pós-
Covid19, com intuito analítico da avaliação dos resultados
obtidos e sugestão de novos direcionamentos.
Para a proposição do planejamento, foi realizada a
articulação com o trade turístico, através do Conselho
Baiano de Turismo e Delegacia de Proteção ao Turista,
através de Grupos Focais (técnica de pesquisa qualitativa,
derivada das entrevistas, que coleta informações por meio
das interações coletivas em pequenos grupos) quando o
processo participativo ganhou movimento e efetividade,
interagindo com a visão, necessidades e realidade de
quem opera o turismo, sendo possível analisar o real
caminho da transformação e o envolvimento dos atores.
Outrossim, foram realizados Grupos Focais e entrevistas
junto aos técnicos e dirigentes da Setur, em um primeiro
momento, para constatação de hipóteses e informações
prestadas nos documentos de consulta, analisar as
problemáticas e definir prioridades e, no segundo
momento, de acordo com a necessidade, reuniões e
encontros para validação da Fundamentação, Estratégias
e Visão de Futuro propostas.
Seguindo a metodologia de planejamento estratégico, a
partir do diagnóstico com base na verificação documental
e pesquisa secundária, foi realizada a análise ambiental
(incluindo restrições/condicionamentos, ameaças e
potencialidades) e a definição dos objetivos gerais e
indicadores a serem alcançados em diferentes prazos, ou
seja, os parâmetros ou métricas para efetivar e mensurar
as ações em prol da “Visão do Futuro”. Se no momento do
Diagnóstico o objetivo consistia em avaliar os resultados
do que foi implementado no último plano para elaborar a
proposição da Fundamentação da Estratégia; na Visão de
Futuro foi definida como a Bahia quer ser reconhecida
pelo seu novo direcionamento e posicionamento com
base na análise ambiental e participação dos atores
envolvidos.

Etapas Metodológicas do Processo de Planejamento Estratégico

•Pesquisa Documental e Secundária Pesquisa e Avaliação

•Diagnóstico para atualização da última com base no contexto
Metodologia
Estratégia - avaliação técnica e crítica. socioeconômico,
do Diagnóstico •Levantamento de Dados Primários vocação das regiões
•Pesquisa Primária - Entrevistas e Grupos Focais e atores envolvidos

•Análise Ambiental – Mercadológica

Metodologia •Denição de Metas - Marcos Visão de Futuro
de Elaboração •Elaboração de nova proposição de programas e (Objetivos e
da Proposta ações futuras – Plano para 2020 – 2030 Indicadores)
•Grupos de Validação

Fonte: Elaborado para o documento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 11 O Salto para o Futuro

A recuperação econômica global contínua é a perspectiva
dos principais organismos internacionais, mesmo com
possível recrudescimento da pandemia, como visto no
início de 2022. O Fundo Monetário Internacional (FMI)
projeta que a economia global cresça 4,4%, com a
indicação de que o acesso às vacinas e o apoio inicial da
política econômica são fatores determinantes para o
avanço.
Apesar da melhora no ambiente macroeconômico,
refletida no aumento generalizado dos indicadores de
confiança, o ritmo de recuperação ainda modesto
observado nos indicadores de mercado de trabalho e a
aceleração da inflação dificultam um crescimento mais
robusto da demanda. Dados que precisam ser
acompanhados pelo Turismo, considerado item
complementar, e que sente o impacto direto das
movimentações econômicas, de forma que possa se
antecipar no planejamento, análise de oferta e público e
ações de estímulo à demanda.
As consequências da Covid-19 sobre a Economia em
termos de proporções são de conhecimento geral, no
entanto, o Banco Mundial em seu relatório Global
Economic Prospects, traz números e informações que
dão a real noção dos impactos e sugerem que esta é a
mais profunda recessão global desde o final da Segunda
Guerra Mundial, e possui como característica peculiar o
fato de ser a única crise, desde 1870, com duração
superior a um ano.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
No que concerne à atividade turística, a Organização
Mundial do Turismo (OMT), publicou um relatório sobre a
pandemia da Covid-19 que anunciou prejuízo de U$ 4,5
trilhões, com uma queda de 3,7% do PIB da economia
global. A chegada de turistas internacionais caiu 73% no
ano de 2020, chegando a atingir queda de 88% em julho
de 2021. Os gastos dos visitantes domésticos diminuíram
45%, e dos internacionais 69,4%. As viagens de negócios
caíram 61%, e do turismo de lazer, 49,4%.
Os dados apresentados pelo World Travel & Tourism
Council (WTTC) mostram que, no Brasil, entre 2019 e
2020, a participação do turismo no PIB caiu de 7,7% para
5,5%.
Quanto aos empregos, foram fechados quase 1,5 milhão
de postos de trabalho em comparação a 2019. Já o gasto
com turismo em território nacional teve retração de
35,6%, passando de R$ 390 bilhões para R$ 251 bilhões.
O faturamento do turismo nacional teve uma perda
acumulada dos anos de 2020 e 2021 de R$ 413,1 bilhões,
segundo dados da Confederação Nacional de Bens,
Serviços e Turismo (CNC).
12 O Salto para o Futuro
Na Bahia, apesar da queda de 72% da atividade turística
em 2020, a crise foi monitorada pela Secretaria de
Turismo (Setur), através de pesquisas realizadas pela
Diretoria de Planejamento Turístico (DPT), e divulgadas
no portal do Observatório do Turismo da Bahia, de forma
que ações de suporte pudessem ser realizadas pelo
órgão: (1) Pesquisa dos Impactos da Pandemia Covid 19
no Setor do Turismo – EMPRESARIAL 2020, 2021 e 2022
(jan. e fev.) e (2) Investimentos Privados Previstos –
Impactos da Covid-19 e Perspectivas dos Investidores
para o Pós-Pandemia/2021.
Na pesquisa realizada nos anos de 2020 e 2021,
constatou-se grande redução das empresas que
interromperam suas atividades, de 69,3% para 29,1%.
Apesar de 30,9% terem desligados seus colaboradores
entre janeiro e julho de 2021, outros 39,1% dos
empresários informaram ter mantido os empregos com a
adesão da redução da jornada de trabalho e de salário,
registrando-se uma atmosfera de confiança de quase
30% dos empresários, projetando a regularização das
atividades até o fim de 2021, enquanto 31% acreditaram
no retorno à normalidade no 1º trimestre de 2022.
Os investimentos tiveram um contexto animador com
68,8% dos investidores indicando o setor como viável
para a continuação dos investimentos, e sinalizando que
planejam não só continuar, como também empreender
novos projetos. Dos entrevistados, 50% dos projetos não
foram impactados, e não houve desistência dos 16
investimentos privados em implantação, cujo montante
global ultrapassa R$ 4 bilhões.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Quanto às ações de enfrentamento da crise, em âmbito
mundial, houve a iniciativa do selo Safe Travels, emitido
pela OMT para destinos que comprovem seguir os
protocolos internacionais da OMS e, no Brasil, o
Ministério do Turismo buscou facilitar o crédito junto aos
bancos e proteger os postos de trabalho através de
Medidas Provisórias. Promoveu também, medidas
emergenciais para a aviação civil brasileira estabelecendo
regras excepcionais para cancelamentos e remarcações
de voos e aprovou o Programa Emergencial de Retomada
do Setor de Eventos (Perse), que englobou inicialmente
as empresas de eventos e parques temáticos e, por fim,
todo o turismo, com agências de viagens, operadoras e
transportadoras turísticas, acampamentos turísticos e
meios de hospedagem.
O MTur, juntamente com as entidades do setor turístico,
lançou a campanha colaborativa Não cancele, remarque!
para incentivar a remarcação em detrimento do
cancelamento, uma vez que a solicitação em massa de
reembolsos imediatos poderia causar um colapso às
empresas. A campanha alcançou mais de 67,5 milhões de
pessoas em formato completamente on-line, segundo
dados do Projeto Vai Turismo, da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Outra ação importante e de grande repercussão e adesão
foi o Selo Turismo Responsável, que estabelece boas
práticas de higienização para 15 segmentos do turismo. O
selo é um incentivo para que os consumidores se sintam
seguros ao viajar e frequentem locais e adquiram serviços
de empresas comprometidas com o cumprimento dos
protocolos específicos para a prevenção da Covid19.
13 O Salto para o Futuro
Em âmbito estadual, a Setur desenvolveu o Plano de
Retomada das Atividades Turísticas denominado, Viva
Turismo Bahia, composto por quatro eixos: o primeiro é o
da Biossegurança – com a publicação de Protocolos de
Segurança Sanitária para Prestadores de Serviços
Turísticos e a previsão de vistoria aos estabelecimentos. A
Capacitação / Qualificação é o segundo eixo e possui três
vertentes: (1) o Projeto TurisQualy Bahia que estima
qualificar, para além do período de retomada, sete mil
pessoas (2) o Projeto Empreende Turismo, que prevê a
realização de 48 oficinas empreendedoras e a
Na Infraestrutura, o quarto e último eixo, estão ocorrendo
capacitação de 1.920 empresários do setor, em parceria
investimentos em municípios turísticos, além da entrega
com o Sebrae, além da ampliação do Projeto Hub Tele-
de projetos que integram o Prodetur Nacional Bahia, a
empreendedor, parceria com a UFBA e SEI/Seplan para,
requalificação e construção de equipamentos que
através de teleatendimento, prestar informações sobre
contemplam bases náuticas, terminais e atracadouros e
acesso ao crédito e capacitação para negócios e (3); o
seus entornos, a implantação do Centro de Atendimento
Projeto de Capacitação de Gestores e Técnicos dos 128
ao Turista na Costa dos Coqueiros, em Imbassaí, e a
municípios com características turísticas, para auxiliar na
requalificação da 2ª etapa da Feira de São Joaquim, os
elaboração de projetos de captação de recursos; n a
dois últimos, com apoio do Mtur.
definição dos segmentos prioritários e subsidiar na
formatação de novos roteiros e produtos turísticos. Diante dos impactos apresentados, todos os esforços de
estímulo à retomada do setor são fundamentais. Tão
No terceiro eixo, o da Promoção, são três as iniciativas:
importante quanto prover condições de suporte aos atores
(1) Projeto Volte Sempre Bahia, que prevê a avaliação dos
envolvidos e aos negócios que empregam e retornam ao
destinos da Bahia através da coleta da opinião dos turistas
Estado em impostos, é buscar conhecer os novos hábitos
a partir de um QR Code; (2) Projeto Bahia Redescobre a
de consumo e tendências de viagens, de forma que ações
Bahia, que consiste na promoção de um evento expositivo
assertivas possam ser planejadas.
em um shopping da capital para fomentar o turismo
regional e divulgar as belezas naturais e culturais do Um estudo do Programa Sebrae de Inteligência, do Sebrae
Estado e ações de promoção com a participação em Rio de Janeiro, denominado: Estudo de Turismo. O novo
eventos e a realização de road shows do (3) Projeto normal (pós-vacina), publicado em novembro de 2021,
Divulga Bahia, em destinos emissores, como já ocorrido com quase um ano de iniciada a imunização no Brasil, traz
em Manaus. uma pesquisa de janeiro do mesmo ano sinalizando que,
com o avanço da imunização, constata-se a intenção das
pessoas em viajar com mais frequência (50% dos
entrevistados) e uma maior valorização por parte de 70%
dos brasileiros sobre o hábito de viajar.

Nesse sentido, outro dado relevante desta pesquisa é que

no pós-pandemia, 54,5% dos entrevistados acreditam
que voltaremos a ter a mesma frequência de viagens,
26,9% opinaram que as viagens aumentarão, e apenas
18,6% atribuem uma diminuição por conta da experiência
vivida ou cautela em função do contágio do vírus.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 14 O Salto para o Futuro

A respeito dos hábitos de consumo apresentados neste
estudo, se confirmam as informações de pesquisas
anteriores dos órgãos oficiais como a OMT, referente ao
período mais restritivo e ainda sem vacina: crescimento
gradativo da abrangência das viagens, do âmbito regional
para o internacional; preferência por áreas abertas;
atenção aos protocolos de higiene mesmo com a
liberação de uso de máscaras e a flexibilização das
quarentenas para entrada nos países; serviços e
pagamentos on-line e touchless; viagens de carro e o
aumento dos aluguéis de temporada para hospedagem
em terra ou mar.
Uma das práticas que se fortaleceu foi o consumo digital,
que já era alto e crescia exponencialmente antes da
pandemia. A utilização se expandiu a praticamente todas
as áreas da vida cotidiana: trabalho, educação,
entretenimento, compras, organização financeira e
pessoal, comunicação e até saúde, com o
teleatendimento.
A pesquisa TIC Domicílios 2020 (Edição COVID-19 -
Metodologia Adaptada), promovida pelo Comitê Gestor
da Internet do Brasil (CGI.br), registrou em 2021, 152
milhões de usuários de internet no país, com tempo de
utilização diária de 6h44m. Um alerta é que as pessoas
passaram a ficar mais exigentes quanto à velocidade da
internet, cobertura do Wi-Fi e estabilidade de conexão.
Outras preocupações apontadas foram: a desconexão dos
serviços de internet (50%), perda de informação (28%), e
cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
– nº 13709/ 2018.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para além da aceleração digital, há o aumento da
preferência pelos pagamentos cômodos, rápidos e
higienizados (termo utilizado pela Visa para métodos de
pagamento sem contato físico, feitos pelo celular ou
meios digitais como transações por aplicativo, Pix, QR
Code ou criptomoedas), pois a pandemia reconfigurou a
mentalidade das pessoas que passam a valorizar mais a
saúde física e mental. E a segurança passou a ser um item
de maior observância, uma vez que os perigos de
contaminação são duradouros.
A valorização da sustentabilidade e a fidelidade às marcas
que possuem propósito e contribuição ao mundo, e do
consumo consciente, ganharam muitos adeptos após as
experiências de isolamento e restrições financeiras, e
aumentou a preferência pela produção local, artesanal, de
pequenos produtores em detrimento a empresas que
ganham em larga escala e com princípios duvidosos ou
pouco claros.
Dentre as tendências que se repetem nas variadas fontes e
pesquisas, é possível citar a preferência por destinos
próximos e a necessidade pela sensação de segurança, o
que implica em protocolos bem comunicados e
promoção da percepção de confiança aos viajantes em
toda a cadeia produtiva e canais de comunicação dos
destinos e das empresas.
Nessa perspectiva, transparência e autenticidade serão
fundamentais para reconquistar a confiança dos viajantes.
Destinos e empresas precisam transmitir sua identidade
única, e nisso a Bahia possui grande vantagem
competitiva. Atividades com caráter de ‘‘Exclusividade’’ e
de ‘‘Experiências’’, que já vinham sendo apreciadas antes
da pandemia, tendem a crescer na perspectiva das
pessoas de valorizarem as vivências, o bem-estar, o
aprendizado através das programações e situações
planejadas assertivamente para seu perfil.
15 O Salto para o Futuro
A WTTC também relaciona as mudanças tecnológicas
como uma realidade no pós-pandemia. Em um relatório
sobre o futuro do setor como um todo, identificou-se que
a videoconferência permaneça em uso por 69% das
pessoas que adotaram este meio durante a pandemia,
66% dos consumidores estão utilizando menos dinheiro
físico e preferindo soluções sem contato, 45% dos
viajantes estão dispostos a adotar uma identidade digital
em vez do passaporte. Indubitavelmente, os viajantes
pesquisam mais sobre protocolos de higiene antes de
reservar uma viagem, sendo o fator humano colocado
como vital e decisório, de forma que os turistas estão
dando mais importância ao consultor de viagens para a
solução de problemas, além de uma maior preocupação
dos turistas quanto às questões ambientais.
Um outro relatório de tendências para viagens é o The
future of travel in 2021 and beyond – from resilience to
recovery, produzido pela Accor a partir de dez mil
entrevistas ao longo do mundo com clientes de lazer e
eventos, em que se confirma a preferência por
experiências e demandas domésticas. Um outro tópico
apontado indica sobre o futuro dos eventos. Para os
profissionais da área, o que era importante no passado
mudou: flexibilidade e segurança são agora os fatores
mais importantes. Os eventos serão mais curtos, locais e
menores. Mais da metade (58%) dos profissionais
entrevistados pela Accor acreditam que as grandes
reuniões serão reduzidas, mas apenas 25% acreditam em
queda para os eventos. Eventos híbridos, seguem em
crescimento. Isso vale também para eventos sociais,
como casamentos.

Confirmando o supradito, uma grande oportunidade é o Trabalho Remoto. Embora 53% dos viajantes de negócios acreditarem
que viajarão com menos frequência após a Covid-19 (pela crescente utilização das ferramentas), a flexibilidade do conceito
Work from Anywere, possibilita a mistura de lazer e trabalho, no chamado bleisure, além de que milhões de pessoas estão
sentindo os efeitos de trabalhar em casa, incluindo diminuição do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, impactos na
produtividade e na saúde física e mental com o espaço pessoal se tornando escritório. Para esses casos, espaços como
coworkings e os próprios hotéis com conceito room-office podem ser a solução. Crescimento das reservas de last minute
também serão desdobramentos desse estilo de vida e a preferência de compra em empresas que oferecem mais flexibilidade
para alterações e cancelamentos.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 16 O Salto para o Futuro

 As tendências de consumo e perspectivas de novos
Município de Iguaí hábitos de viagens embasam e confirmam o que a Bahia
acredita que precisa ser bem desenvolvido nesta década:
a modernização na estruturação, comercialização e
A OMT prevê como segmentos turísticos em alta, o
comunicação de seus produtos e destinos, e o
Turismo Rural, Turismo de Natureza e Bem-Estar, Turismo
desenvolvimento de um ambiente propício à inovação da
de Aventura e o Turismo Gastronômico. Dentre os serviços
gestão, dos processos e soluções, respaldado na
que tendem a ser mais procurados estão as pousadas de
tecnologia, inclusive para fomentar a preservação dos
luxo e hotéis boutique com poucas Unidades Hoteleiras
recursos ambientais e a valorização dos mesmos como
(UHs), casas e embarcações para locação e os dois
atrativos, através de investimento de infraestrutura, da
extremos: os destinos exclusivos ou os menos famosos e
qualificação profissional, empresarial e dos gestores
ambos, consequentemente, menos cheios, assim como
públicos para torná-los aptos e inseridos a esse novo
atrativos e restaurantes sem aglomerações. Empresas
contexto/ necessidades, a fim de maximizar e distribuir os
com políticas flexíveis de alteração/cancelamento, com
resultados com a população residente, além do
forte presença digital e que ofereçam facilidades para
compartilhamento de informações e boas práticas de
compras on-line e, por fim, locais com alto padrão de
biossegurança, de forma que o turista se identifique e
segurança alimentar e sanitária, reforçados nos variados
perceba a Bahia como um destino aderente às suas
canais de comunicação.
expectativas e dentre suas opções de viagem.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 17 O Salto para o Futuro

O Turismo Mundial
Segundo a WTTC, em 2019, Viagens e Turismo
representavam um dos maiores setores do mundo,
respondendo por 10,4% do PIB global (US$ 9,2 trilhões),
10,6% de todos os postos de trabalho (334 milhões), e
responsável por criar um em cada quatro de todos os
novos empregos através do mundo. Além disso, os
gastos dos visitantes internacionais somaram US$ 1,7
trilhão em 2019 (6,8% do total das exportações, 27,4%
das exportações globais de serviços).
A crise sanitária evidenciou a importância do turismo para
as economias e a sociedade e, por isso, o setor tornou-se
parte integral de planos de recuperação nacionais e
internacionais, segundo constatação da própria OMT. O
cenário do turismo mundial, refletido nas demais esferas
é de resiliência e de empenho por ações de retomada.
Para o órgão mundial, com a queda do turismo
internacional, a estratégia é investir no turismo doméstico
e em campanhas de cumprimento dos protocolos.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Também é postura da OMT investir fortemente em
Inovação, o que inclui a mobilização de mais de 12 mil
empresas startups em 150 países, com o aporte de US$
83 milhões. São 300 parceiros corporativos atuando em
novas tecnologias para o turismo. A Capacitação é uma
palavra de ordem do vocabulário global. Em todo o
mundo, mais de 20 mil estudantes de turismo em 100
países estão sendo qualificados por programas e
treinamentos da OMT. A iniciativa inclui as cinco maiores
instituições de hospitalidade do planeta, que juntas
oferecem 19 cursos on-line em espanhol, inglês e árabe.
A OMT sinaliza uma possível recuperação do turismo em
2022, impulsionada pela demanda, principalmente, a
partir do segundo ou terceiro trimestre do ano. Acredita-se
que o crescimento deve continuar em 2023, mas somente
para 2024 foi previsto o crescimento sólido com números
acima dos parâmetros pré-pandemia.
18 O Salto para o Futuro
O Turismo Nacional
No Brasil, o PIB do turismo, que representava 7,7% do PIB
total do país, caiu de US$ 115,7 bilhões, em 2019, para
US$ 78 bilhões, em 2020, e passou a representar 5,5%.
No ano anterior à pandemia, a WTTC estimava um
crescimento para o turismo no país de 3,3% até 2027,
chegando à contribuição total do setor na economia em
9,1% do PIB, o equivalente a U$ 212,1bilhões.
O Brasil recebeu 6,3 milhões de turistas internacionais em
2019, como é distribuído na descrição da tabela. Mais da
metade desses visitantes (3,6 milhões) veio dos países
vizinhos. Os argentinos seguem liderando a lista dos
principais emissores (1,9 bilhão), seguidos dos Estados
Unidos (590 mil) e Paraguai (406 mil) segundo os dados
da 2ª edição do Anuário Estatístico de Turismo 2020 – ano
base 2019.

Chegada de Turistas Internacionais – Brasil 2019

CONTINENTES E PAÍSES DE RESIDÊNCIA CHEGADA DE TURISTAS

PERMANENTE 2018 2019

África 64.605 69.436

América Central e Caribe 45.991 43.896

América do Norte 689.583 750.484

América do Sul 4.050.598 3.597.179

Ásia 255.158 290.974

Argentina 2.498.483 1.954.725

Chile 387.470 391.689

Paraguai 356.897 406.526

Uruguai 348.336 364.830

Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo, 2021.

O Brasil teve uma redução de 4% no recebimento de

turistas em 2019 (6.621.376), se comparada a 2018
(6.353.141) como consequência da crise da Argentina,
principal emissor, além de uma queda registrada do
número de visitantes. A principal forma de entrada no país
continuou sendo a aérea (4.288.528), seguida da
terrestre (1.839.451) e marítima (123.127).

Entrada Aeroporto Internacional de Salvador

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 19 O Salto para o Futuro

Em 2021, um levantamento realizado pelo Ministério do
Turismo no que tange à geração de empregos e
contratações na esfera estadual por capitais e principais
destinos turísticos do país, indica a Bahia como segundo
estado em crescimento, com 89%, ficando atrás apenas
do Paraná com 95%. Já os principais destinos foram
Ipojuca (PE), Porto Seguro (BA) e Balneário Camboriú
(SC), que tiveram maior aumento de contratações em
370%, 317% e 89%, respectivamente.
O Turismo no Estado da Bahia
Em 2019, o faturamento do Turismo correspondeu a 4,3%
do PIB da Bahia, a oferta hoteleira era de 211.427 mil
leitos e os empregos somavam 107.660 mil, segundo
dados da SEI/ IBGE.
O volume das atividades turísticas na Bahia avançou
176,5% no 2º trimestre de 2021 em relação ao ano de
2020, o maior entre os estados brasileiros. Em relação à
receita nominal das atividades turísticas, a Bahia cresceu
164,2%, seguindo o mesmo comportamento do Brasil
(87,7%), segundo o Boletim de Análise Conjuntural do
Turismo da Bahia – 3º Trimestre de 2021, uma parceria da
SEI/ Setur, publicado no portal do Observatório de
Turismo do Estado.
Os números positivos resultam dos esforços em
responder aos desafios da pandemia: gerar fluxo turístico
para aumento do faturamento das empresas e
arrecadação, qualificar e conter postos de trabalhos,
captar e respaldar novos investimentos, intermediar
relacionamento entre empresários e instituições
bancárias, e aumentar a confiança da Bahia como destino
seguro, refletido no Plano de Retomada das Atividades
Turísticas já descrito, o Viva Turismo Bahia, que aliado
aos investimentos do Prodetur Nacional Bahia e os
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para além de ações específicas com vistas à retomada, o
MTur atuou em ações de benefícios permanentes, a
exemplo da articulação política que culminou na
validação do Brasil como sede do primeiro escritório
regional da OMT para as Américas. Os investimentos em
infraestrutura turística somaram R$ 805,9 milhões, com a
entrega de 734 obras em 2020 e o início de outras 355 em
2021. Uma outra iniciativa do MTur com impacto direto na
Bahia, em função do potencial náutico, foi a articulação
para a isenção de tributos federais de importação de jet-
skis e veleiros novos e usados.
Porto Seguro-BA
diversos convênios e ações de capacitação para agilizar a
reintegração dos postos de trabalhos, as orientações para
obtenção de crédito e continuidade dos investimentos
privados e ações promocionais do Estado em eventos e
junto aos Operadores, já surtem resultados.
O fluxo de passageiros (doméstico e internacional) nos
aeroportos da Bahia aumentou 729,1% no 2º trimestre de
2021, com a ampliação para 945 mil passageiros em
relação ao mesmo trimestre de 2020, sendo um
crescimento nos embarques de 744,4% e nos
desembarques de 714,9%. Seguindo a mesma análise, o
fluxo no aeroporto de Salvador contabilizou 745 mil
passageiros. O fluxo no aeroporto de Vitória da Conquista
contabilizou 44 mil passageiros, Porto Seguro
contabilizou 205 mil passageiros e o de Ilhéus alcançou
quase 81 mil passageiros no período.
O fluxo de veículos nos pedágios das rodovias da Bahia
expandiu 34,3% no 2º trimestre de 2021, o que representa
um aumento de 4,3 milhões de veículos em relação ao
mesmo trimestre de 2020. O volume de veículos no
sistema Ferry-Boat na travessia São Joaquim-Bom
Despacho expandiu 155,3% no 2º trimestre de 2021,
correspondendo a um aumento de aproximadamente 80
mil veículos, no tocante ao mesmo trimestre de 2020.
20 O Salto para o Futuro
Conforme os dados da Secretaria de Turismo do Estado
da Bahia, a taxa média de ocupação dos meios de
hospedagem na capital baiana foi de 31,6% no 2º
trimestre de 2021. Esse resultado ficou acima 17,7 p.p.
da taxa contabilizada no mesmo trimestre do ano anterior
(13,9%), o que reflete no consumo de energia elétrica nas
Atividades Características do Turismo (ACTs) na Bahia,
que apontou crescimento de 29,2% no 2º trimestre de
2021 contra o 2º trimestre de 2020, elevado,
principalmente, pelo excelente desempenho da categoria
“Hotéis” (64,8%).
Quanto aos empregos, de acordo com o Cadastro Geral de
E m p re g a d o s e D e s e m p re g a d o s ( C a g e d ) , d e
responsabilidade do Ministério do Trabalho e
Previdência, sistematizadas pela SEI, no segundo
trimestre de 2021, na Bahia, o setor de turismo perdeu
255 postos de trabalho com carteira assinada,
decorrentes da diferença entre 6.902 admissões e 7.157
desligamentos. No conjunto dos meses de abril a junho
de 2020, o saldo negativo teve uma dimensão muito
maior, que correspondeu a eliminação de 16.346
vínculos celetistas naquele ínterim.
Sob essa luz, começam a transparecer os avanços, que
tendem a ser ampliados à medida que aumenta o número
de pessoas vacinadas e as flexibilizações às restrições. A
atmosfera de confiança começa a ter sinais de
recuperação, e o avanço da economia tende a promover
repercussões positivas para o Turismo. Neste contexto, os
destinos precisam ser opções atraentes aos visitantes e
estarem preparados para a expressiva concorrência, o que
a Bahia busca através de um planejamento que a coloque
à frente de seu tempo, melhorando suas qualificações e
produtos, resguardando e enaltecendo seu patrimônio
natural e cultural, possibilitando dar enfoque à sua
diferenciação, à sua autenticidade, de forma inovadora.
Aeroporto Internacional de Salvador
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Retrospectiva
Historicamente, o desenvolvimento do Turismo na Bahia
pode ser caracterizado por dois fatos: a trajetória dividida
em períodos definidos pelos objetivos e documentos-
marcos contendo as intenções do Estado, e pelo
planejamento da atividade e a divisão territorial em zonas
turísticas - com agrupamento de municípios por
semelhanças dos atrativos a partir da localização,
considerando a extensão territorial; o que configura a
quantidade atual de 137* dos 417 municípios tidos como
turísticos pelo Ministério do Turismo distribuídos em 13
zonas turísticas.
O primeiro período, 1934 – 1969, foi o marco inicial a
partir da percepção comercial de que os atrativos naturais
e culturais divulgados nas obras de Dorival Caymmi, Ari
Barroso, Carmem Miranda e Jorge Amado eram capazes
de atrair visitantes, e pela estruturação da identidade
traduzida por um primeiro slogan: “Terra da Magia”.
Em 1950, o Turismo é institucionalizado com um primeiro
plano de turismo para a Capital, marcado pela criação da
Superintendência de Turismo da Cidade do Salvador
(Sutursa) e de um Conselho e uma Taxa Municipal de
Turismo. O Governo do Estado implanta hotéis de melhor
qualidade em Salvador e nas estâncias hidrominerais
mais conhecidas, Itaparica e Cipó e, em 1968, funda a
empresa Hotéis de Turismo da Bahia S/A - Bahiatursa, à
época, com o papel de administrar os hotéis do Estado.
*137 – Conforme mapeamento realizado pelo MTur em julho/2022.
21 O Salto para o Futuro
Entre 1970 – 2006, acontece o segundo momento,
dividido em dois ciclos. O ciclo inicial com o primeiro
Planejamento para o Turismo do Estado, o Plano de
Turismo do Recôncavo, elaborado pelo consagrado
economista Rômulo Almeida. No ano de 1970, a
Bahiatursa passa a ser Empresa de Turismo da Bahia S/A,
para planejar e executar uma política de turismo.
Entrementes, há uma atenção à infraestrutura de acesso e
saneamento, o que culminou na parceria com a
EMBRATUR para instalação de parques hoteleiros, a
construção do Centro de Convenções e a promoção do
destino. Nesse período, inicia-se a captação de voos
internacionais e a campanha da Bahia como “Terra da
Felicidade”. A interiorização iniciou nos anos de 1980
com o Programa “Caminhos da Bahia”.
No início da década de 1990, o Estado atenta para o
Turismo Sustentável, além de dar início ao Programa de
Desenvolvimento Turístico da Bahia – Prodetur,
integrando-se ao Prodetur Nordeste I. Adota-se a divisão
em dez zonas turísticas e, em 1994, recebe o primeiro
financiamento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) para implantação de
infraestrutura e recuperação do Pelourinho. Um ano
depois, a Secretaria da Cultura e Turismo nasce,
consolidando a atividade no Estado.
Considerando um segundo ciclo a partir dos anos 2000,
este tem como marco o planejamento pautado na
formação de clusters regionais, com o acréscimo de
novas zonas turísticas. Nesse período são constituídos os
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Conselhos Regionais do Turismo e o Fórum Estadual do
Turismo, além da habilitação junto ao BID para um novo
financiamento, o Prodetur II, e parcerias com a iniciativa
privada.
Entre 2007 – 2016, acontece o terceiro momento,
denominado Terceiro Salto e o desmembramento da
Secretaria da Cultura e Turismo em duas Secretarias
distintas: a Secretaria da Cultura (Secult) e a Secretaria de
Turismo (Setur), que têm como missão as atividades
inerentes à elaboração e implementação do planejamento
e de políticas públicas para o setor. Neste novo formato, a
Bahiatursa também é reestruturada e passa a exercer a
promoção do turismo do Estado.
No contexto dos financiamentos, a Bahia passa a integrar o
Prodetur Nacional, elegendo a zona turística Baía de
Todos-os-Santos, em face da sua potencialidade versus o
subaproveitamento. Além disso, a referida zona turística
reúne características ambientais e culturais propícias ao
desenvolvimento dos segmentos náutico e cultural,
promovendo a economia dos 18 municípios que a
compõem.
Nesse novo momento, o “salto” proposto é para o Futuro,
com a responsabilidade de que os resultados à frente são
reflexos das ações no tempo atual, tendo como grandes
estímulos à modernização do setor, a inovação na gestão e
promoção, a experiência do visitante, a retomada do
crescimento e da qualidade de vida da população e o
aumento da contribuição do Turismo para a economia do
Estado.
22 O Salto para o Futuro
Regionalização e as Zonas Turísticas O Estado da Bahia possui 564.732,450 km², uma vasta
extensão territorial e uma diversidade de atrativos e
A contar do inventário e dos critérios estabelecidos pelo
cenários que foram agrupados e denominados pela
Ministério do Turismo, cujo novo Mapa – a partir de 2022
principal identidade física ou temática, mas que
- é atualizado trimestralmente, dos 417 municípios que a
compõem um grande destino, completo, com opções
compõem, a Bahia possui 137* municípios considerados
para todas as motivações de viagens, contemplando em
de interesse turístico. É o sexto do país e primeiro do
suas regiões sempre mais de um segmento turístico, o
Norte-Nordeste e Centro-Oeste em quantidade de
que pode impactar positivamente na permanência média
localidades reconhecidas como de interesse turístico
e na taxa de retorno dos visitantes, haja vista sempre
(atrás de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, São
precisarem de mais tempo para conhecer as opções e
Paulo e Santa Catarina) em um ranking e parâmetros
explorar tudo que há a oferecer.
estabelecidos em nível federal, que leva em conta a
contribuição da atividade para a economia e abrangência *137 – Conforme mapeamento realizado pelo MTur em julho/2022.
do fluxo, categorizadas de A a E.

A Bahia definiu a estratégia de identificação e promoção do produto a partir de zonas turísticas por ocasião do Prodetur I, em
1990, quando elegeu sete áreas de atenção turística: Baía de Todos-os-Santos, Chapada Diamantina, Costa das Baleias, Costa
do Cacau, Costa dos Coqueiros, Costa do Dendê e Costa do Descobrimento. Em 2004, pautado no Mapa de Regionalização do
Turismo, 93 municípios eram considerados turísticos, e mais três zonas foram acrescidas: Caminhos do Jiquiriçá, Caminhos
do Oeste, Lagos do São Francisco. Já em 2006, o número de zonas e municípios aumentam com a subdivisão dos Lagos do
São Francisco em Lagos e Cânions do São Francisco e Vale do São Francisco, e a inclusão do Caminhos do Sudoeste e
Caminhos do Sertão, como apresentado a seguir, com as principais características e atrativos, segmentos e oportunidades, e
descrição dos municípios constituintes.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 23 O Salto para o Futuro

Baía de Todos-os-Santos (BTS)
É composta pela Capital, Salvador, e os municípios de
Aratuípe, Cachoeira, Candeias Itaparica, Jaguaripe,
Maragogipe, Muniz Ferreira, Nazaré, Santo Amaro, São
Félix, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz. Abriga a Baía de
Todos-os-Santos, segunda maior do mundo, com
extensão de 1.200 km² e 56 ilhas, além de uma
gastronomia diversificada, com iguarias únicas no
mundo. Festa da Boa Morte - Cachoeira-BA

A BTS é o portal de entrada da Bahia em função do

Aeroporto Internacional de Salvador, que é o quinto maior
do país em capacidade de recebimento, comportando até
15 milhões de passageiros. Em 2019, o equipamento
recebeu um volume acima de 7,4 milhões de embarques e
desembarques, e um pouco mais da metade desse
número de passageiros em 2020, sendo o 9º colocado no
país, em 2020 e também em 2021.
Forte de Itaparica
Segmentos Prioritários: Sol e Praia, Cultural –
Elementos afro-brasileiros, indígenas e europeus formam Gastronômico e Étnico (Afro); Náutico, Religioso,
a singular região do Recôncavo Baiano, com Eventos, Bem-Estar, LGBTQIAPN+, Premium,
manifestações culturais e festas populares, entre elas, o Ecoturismo.
Carnaval e a Festa da Boa Morte. O patrimônio histórico
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
possui emblemáticos produtos consolidados, como a
alimentação, espaços e serviços para eventos e
Ilha de Itaparica, Cachoeira, Santo Amaro e São Félix.
entretenimento, serviços de apoio às embarcações.
Salvador foi a única cidade brasileira indicada como
“lugar para se conhecer em 2019”, de acordo com
renomado jornal The New York Times, na 14ª posição
entre 52 cidades. É a primeira capital da América
portuguesa, com um Centro Histórico declarado como
Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em
1985. Possui um dos maiores Carnavais do mundo, o
que projetou sua efervescência musical, e culminou no
recebimento do título de "Cidade da Música", em 2015,
mediante sua integração à Rede de Cidades Criativas da
Unesco. Destino consolidado para Eventos, sendo líder
no Norte e Nordeste do país, por aliar as condições
técnicas, números de leitos e boa malha aérea nacional,
além dos reconhecidos atrativos e opções de
entretenimento. Vista da Baía de Todos-os-Santos

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 24 O Salto para o Futuro

Costa dos Coqueiros
Localizada ao norte da Capital, é composta pelos
municípios de Camaçari, Conde, Dias D'Ávila, Entre Rios,
Esplanada, Jandaíra, Lauro de Freitas, Mata de São João e
Pojuca e por destinos reconhecidos nacionalmente como
Praia do Forte, Costa do Sauípe e Mangue Seco. Tem
despontado com promessas como Massarandupió,
Baixio, Imbassaí para o Turismo de Bem-Estar,
Ecoturismo e Premium, com a Cidade Santa, em Dias
d’Ávila com o Turismo Religioso e Lauro de Freitas para o
Turismo Étnico.
Castelo Garcia d’Ávila - Praia do Forte

Destaca-que como a Zona Turística com maior previsão de

Mangue Seco
Possui 200 Km de litoral através do Aeroporto
Internacional de Salvador e da Estrada do Coco e Linha
Verde, vias de acesso aos principais destinos litorâneos,
com maior concentração de resorts de bandeiras
internacionais e empreendimentos de alto padrão, que
oferecem grandes e versáteis espaços para eventos, em
uma variedade de opções, que se tornam mais atraentes
pela proximidade das charmosas vilas com
entretenimento diversificado em uma mescla dos estilos
rústico e sofisticado.
investimentos privados até 2035, demonstrando seu
grande potencial. Possui fortes iniciativas de Produção
Local Associada ao Turismo (PAT), maximizando a
distribuição de renda e a inclusão da população dessas
localidades, que convivem com o turismo como grande
empregador da região e propulsor da economia in loco.
Apesar de tudo, a zona turística carece de investimentos
públicos para potencializar a vocação e os destinos da
região e estimular novos aportes de investidores,
ganhando ainda mais força e notoriedade.
Segmentos Prioritários: Sol e Praia, Cultural –
Gastronômico e Étnico (Afro); Náutico, Ecoturismo,
Eventos, LGBTQIAPN+, Bem-Estar, Luxo.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, eventos e serviços de entretenimento.

Praia de Imbassaí

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 25 O Salto para o Futuro

Costa do Dendê
Localizada ao sul da Capital, em uma disposição
integrada à Baía de Todos-os-Santos, é constituída pelos
municípios de Cairu, Camamu, Ibirapitanga, Igrapiúna,
Ituberá, Taperoá e Valença. A região é identificada pelo
Dendê, palmeira que dá origem a um dos ingredientes
mais simbólicos da culinária típica baiana, comum em
toda a extensão da costa do Estado.
O destaque dessa Zona Turística é a Baía de Camamu,
com excelentes condições para práticas náuticas de
esporte e pesca, mas também para lazer e eventos
esportivos. Ainda são muitas as praias desertas e
relíquias do patrimônio histórico em pequenos povoados
ainda pouco explorados e de tom rústico que tem atraído
o público Premium, inclusive internacional, sendo Cairu,
município-alvo deste fluxo.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Além dos mais de 100 km de praias e a famosa Ponta do
Mutá, outro ponto de destaque é a Península de Maraú,
com cenários paradisíacos, em especial, o vilarejo de
Barra Grande e a Praia de Taipu de Fora. As duas regiões
oferecem infraestrutura ao turismo, sendo Barra Grande
mais agitada e Taipu de Fora com ambiente mais tranqüilo
e piscinas naturais que podem ser aproveitadas na maré
baixa.
Cabe ressaltar ainda o rico artesanato e manifestações
culturais, possuindo uma gastronomia evidenciada pelos
frutos do mar. A região é servida pelo Aeroporto de
Valença, que permite operações de boeings 737, e a pista
de pouso de Morro de São Paulo, propiciando excelente
suporte.
Segmentos Prioritários: Sol e Praia, Bem-Estar,
Premium, Ecoturismo, LGBTQIAPN+, Náutico, Esportivo
e Cultural.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços de entretenimento.
Morro de São Paulo
26 O Salto para o Futuro
Costa do Cacau
Compreende os municípios de Canavieiras, Ilhéus, Ipiaú,
Itacaré, Maraú, São José da Vitória, Una, Uruçuca. Possui
200 km de praias e muitas unidades de conservação de
remanescentes de Mata Atlântica, que foram preservadas
pelo modelo de cultivo que utiliza vegetação nativa para
dar sombra aos cacaueiros. Trata-se da maior área
plantada de cacau do Brasil, fruto que origina o
Chocolate. Fazenda de Cacau

O segmento de eventos é contemplado pelos hotéis da

região e um resort em Comandatuba, bem como também
está prevista, pelo Governo do Estado, a recuperação do
Centro de Convenções de Ilhéus, com capacidade para
1,5 mil pessoas.

Um outro destaque da região é Itacaré, com um

Estrada do Chocolate
A região conta com o Porto de Ilhéus, dois aeroportos, em
Ilhéus e Comandatuba, além de uma pista de pouso na
Península de Maraú. Ademais, tem a expectativa de ter
renovada a Estrada do Chocolate, no acesso norte da
cidade (ligação Ilhéus-Uruçuca) com sinalização turística
que prevê um roteiro entre as fazendas de cacau e as
histórias dos coronéis e folclore da região até a fábrica de
chocolate. Divulgada mundialmente através da obra de
Jorge Amado, a próspera cultura do cacau contribuiu, em
outros tempos, na composição de um conjunto
arquitetônico com muita pompa, marcado por tradições
culturais próprias, que busca reviver a experiência aos
visitantes.
combinado de 75Km de praias, algumas quase desertas,
trilhas e cachoeiras com uma animada cidade, cheia de
opções de restaurantes, lojas, bares e festas. O destino é
muito procurado para esportes como rafting, arvorismo,
caiaque e, historicamente, o surf, modalidade que
descobriu e deu visibilidade à Itacaré, através de seus
primeiros visitantes.
S e g m e n t o s P r i o r i t á r i o s : La z e r, C u l t u r a l –
Gastronômico, Ecoturismo, Esportivo, Náutico, Bem-
Estar, Premium, Eventos e LGBTQIAPN+.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas e para eventos, serviços de entretenimento.

Itacaré

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 27 O Salto para o Futuro

Costa do Descobrimento
O Brasil nasce nesta região que é formada pelos
municípios de Belmonte, Guaratinga, Porto Seguro e
Santa Cruz Cabrália. Além de um conjunto arquitetônico
que remonta dos primórdios da história do Brasil,
agregando uma gama de atrativos históricos bem
preservados e belezas naturais em falésias, manguezais e
praias com barracas que agitam a vida noturna e das quais
já saíram hits, coreografias de danças e moda que
ganharam todo o país. A região conta ainda com três
parques nacionais (o do Descobrimento, o de Monte
Pascoal e do Pau Brasil) que compõem a Reserva de Mata
Atlântica da Costa do Descobrimento, reconhecida,
desde 1999, como Patrimônio Natural Mundial pela
UNESCO.
Porto Seguro
A região é bem servida de infraestrutura turística,
congregando bares e restaurantes que compõem a maior
rede hoteleira do Estado. A Costa do Descobrimento
possui um aeroporto internacional em Porto Seguro que
atendeu, em 2019, um volume de quase dois milhões de
passageiros, além de rodovias que interligam as
principais cidades da região em disputados roteiros que
oportunizam conhecer a cultura e o artesanato em áreas
de proteção e reservas indígenas.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Coroa Vermelha - Santa Cruz Cabrália
Porto Seguro é o principal destino da região e um dos mais
cobiçados do mundo, posicionado no oitavo lugar no
ranking “Top 10 do Mundo”, entre os mais buscados por
estrangeiros em 2021, como divulgado em pesquisa
realizada pela plataforma de viagens on-line Decolar.
Outros destinos de destaque são Arraial d’Ajuda, Caraíva,
Santo André, Trancoso, com opções de hospedagem de
luxo e serviços premium e Coroa Vermelha, simbólica e
pioneira na divulgação da cultura indígena, mas não a
única na região com museus e aldeias que proporcionam
o turismo de experiência, recebendo o turista para uma
vivência de seus costumes, tradições e festas. Para além
da cultura indígena, tradições como o reisado, a puxada
do mastro, os mandus e os bailes pastoris são elementos
preservados que diversificam a cultura local.
Segmentos Prioritários: Cultural – Gastronômico e
Étnico (Indígena), Ecoturismo, Bem-Estar, Premium,
LGBTQIAPN+ e Eventos.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem
nos segmentos de hostels e luxo/ boutique, alimentação,
espaços e serviços para eventos, serviços de
entretenimento.
Praia do Taípe - Arraial d’Ajuda
28 O Salto para o Futuro
Costa das Baleias
Formada pelos municípios de Alcobaça, Caravelas,
Itamaraju, Itanhém, Mucuri, Nova Viçosa, Prado e Teixeira
de Freitas, proporciona o fenômeno anual de migração
das Baleias Jubarte para reprodução de julho a novembro,
que pode ser assistido no Parque Nacional de Abrolhos,
primeiro parque marinho do Brasil, criado em 1980,
sendo a principal atração turística e que identifica a
região.
Prado
Conhecido como “Paraíso Nacional do Mergulho”, o
arquipélago de Abrolhos é composto por cinco ilhas
visitadas em passeios de barco com duração de quatro
horas. Na prática do mergulho, é possível conhecer os
chapeirões, colunas de corais, únicas no mundo, e visitar
naufrágios históricos da região, como o cargueiro alemão
Santa Catharina, abatido por uma embarcação inglesa na
Primeira Guerra Mundial.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Arquipélago de Abrolhos
O abundante conjunto de atrações não se resume no
espetáculo das baleias e do Parque Nacional de Abrolhos,
posto que a região conta ainda com uma forte tradição
folclórica de origem portuguesa, o Parque Nacional do
Descobrimento, a Barra do Cahy – local do primeiro
desembarque de Cabral para abastecimento de água, e
uma geografia submarina propícia à prática do mergulho e
de outros esportes aquáticos. Dentre os destinos
potenciais, o distrito de Corumbau se destaca com
atração do público Premium. Quanto à infraestrutura de
acesso, em Caravelas há um aeroporto para aeronaves de
pequeno porte.
Segmentos Prioritários: Ecoturismo, Cultural, Náutico,
Esportivo, Premium.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços de entretenimento.
Baleia Jubarte - Abrolhos
29 O Salto para o Futuro
Chapada Diamantina
A mais extensa região turística do Estado está localizada
na localidade central da Bahia, e tem a sua denominação
ligada a momentos importantes da história nacional,
entre os séculos XVII e XIX, com a exploração do garimpo
de ouro e de diamantes.

Poço Encantado

Por conseguinte, o segmento de Eventos é notabilizado

por consolidados eventos culturais e musicais que levam
milhares de pessoas à Chapada Diamantina: o Festival de
Inverno de Lençóis, o Lençóis Jazz & Blues Festival e o
Festival de Jazz do Capão, que fortalecem a regionalização
e o turismo doméstico em variados períodos do ano.

Morro do Pai Inácio No que se refere a infraestrutura, a região conta com o

Os municípios que compõem a região são divididos em
quatro circuitos: (1) Circuito da Chapada Norte - Campo
Formoso, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon,
Mirangaba, Morro do Chapéu, Quixabeira, Pindobaçu,
Senhor do Bonfim, Saúde, Utinga; (2) Circuito do
Diamante - Andaraí, Barra da Estiva, Boa Vista do Tupim,
Boninal, Ibicoara, Iramaia, Iraquara, Itaberaba, Itaeté,
Ituaçu, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção, Palmeiras,
Seabra, Souto Soares, Wagner; (3) Circuito do Ouro -
Abaíra, Dom Basílio, Érico Cardoso, Jussiape, Paramirim,
Piatã, Rio de Contas; (4) Chapada Velha - Barro Alto, Barra
do Mendes, Gentio do Ouro, Ibipeba, Oliveira dos
Brejinhos, Ourolândia, Xique-Xique.
Aeroporto de Lençóis, que aporta aeronaves de médio
porte e tem a sua hotelaria caracterizada por
empreendimentos rústicos e de pequeno porte.
Segmentos Prioritários: Ecoturismo, Aventura,
Esportivo, Bem-Estar, Premium, LGBTQIAPN+, Cultural e
Eventos.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços para eventos e entretenimento.

Mundialmente conhecida pela sua biodiversidade,

constituída pelo relevo montanhoso, cânions, cavernas,
lagos subterrâneos, quedas d´águas, rios em nascentes
e corredeiras que são visitados em diversas trilhas, além
do Parque Nacional da Chapada Diamantina. O território é
um reconhecido destino de ecoturismo, turismo de
aventura e de esportes radicais, e também pela produção
de vinhos, fortalecida por vinícolas premiadas e um novo
complexo vinícola aberto à visitação.

Cachoeira da Fumaça

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 30 O Salto para o Futuro

Vale do São Francisco
O Rio São Francisco, o Velho Chico, identifica a região
que está sob sua influência. Os municípios de Casa Nova,
Curaçá, Juazeiro, Sento Sé e Sobradinho compõem a
região que tem como principais atrativos as usinas
hidrelétricas da Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(Chesf), o Enoturismo e os esportes náuticos em geral.
A região possui, enquanto produtora de vinhos, duas
particularidades: o fato de estar em pleno sertão e o de
produzir duas safras por ano, diferenciando-a nas opções
de Enoturismo. Ainda detém atrativos de destaque neste
segmento, compostos de vinícolas conceituadas e um
Complexo Enoturístico aberto à visitação com cantina,
cave subterrânea e sala de degustação e o Vapor do
Vinho, um roteiro criado em 2011, propiciando a
experiência de vivenciar o barco a vapor, meio de
transporte que contribuiu para o desenvolvimento do
Nordeste brasileiro, ambas em Casa Nova.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Outro atrativo de destaque: é a maior represa do mundo, o
Lago do Sobradinho, com um espelho de quatro mil
quilômetros quadrados de águas represadas do Rio São
Francisco. No local, pelas condições favoráveis, acontece
a prática de esportes náuticos e a pesca do surubim, que
atrai pescadores amadores e profissionais.
A infraestrutura aeroportuária e a maior parte da oferta de
hospedagem da região se concentram em Petrolina,
cidade conurbada a Juazeiro, separadas pelo Rio São
Francisco, mas ligadas fisicamente pela ponte Presidente
Dutra.
Segmentos Prioritários: Cultural – Enoturismo;
Náutico, Bem-Estar, Esportivo e Ecoturismo e Premium.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços para eventos e entretenimento.
Juazeiro
31 O Salto para o Futuro
Lagos e Cânions do São Francisco
Composta pelos municípios de Paulo Afonso e Santa
Brígida, este último, uma grande promessa para o turismo
religioso. A zona tem como destaque, entre seus
atrativos, o maior cânion natural navegável do mundo,
com paredões de mais de cem metros de altura, represas
e usinas hidrelétricas, com um passeio de catamarã onde
é possível visitar um museu a céu aberto com mais de
100 sítios arqueológicos de pinturas rupestres datadas de
mais de nove mil anos.

Lagos e Cânions de Paulo Afonso

Diferentes modalidades de esportes radicais (rapel,

Cânions de Paulo Afonso
Mais uma notável atração é o Complexo da Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que ao abrir as
comportas da barragem promove um grande espetáculo
natural, o Lago do Sobradinho, que é o segundo maior
lago artificial do mundo e o primeiro da América Latina,
com 828 km² de área e Cachoeira de Paulo Afonso
formada por diversas quedas d´água, sendo a mais
conhecida, “o Véu da Noiva”.
canyoning, tirolesa, bungee-jump, base-jump, asa-delta e
escaladas), além de passeios de barco, dentre outros, são
praticados na região que é servida pelo aeroporto de Paulo
Afonso, cuja administração é do Governo da Bahia em
concessão por 35 anos e que, em 2019, teve o volume
considerável de 12,3 mil pessoas.
Segmentos Prioritários: Cultural, Náutico, Esportivo,
Aventura e Religioso.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços de entretenimento.

Raso da Catarina

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 32 O Salto para o Futuro

Caminhos do Oeste
Localizada a Oeste do Rio São Francisco, a região é
composta pelos municípios de Barreiras, Bom Jesus da
Lapa, Cocos, Correntina, Formosa do Rio Preto, Santa
Rita de Cássia e São Desidério.
Bom Jesus da Lapa
Além das paisagens do cerrado, a região se destaca pelo
desenvolvimento do ecoturismo em diversas modalidades
pela abundância hídrica, uma das mais ricas do Nordeste,
pela presença de serras, cavernas, rios com corredeiras,
cachoeiras e praias fluviais; pelo seu expressivo
crescimento econômico a partir do agronegócio, em
especial a pecuária, a avicultura e a produção de algodão e
de grãos.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Cachoeira do Ouro - Barreiras
E, por último, o turismo religioso no município de Bom
Jesus da Lapa, que concentra a terceira maior romaria do
Brasil e a mais antiga do país, conhecida como a Romaria
do Bom Jesus, ocorre no mês de agosto e atrai milhares de
fiéis todos os anos. Em 2019, segundo dados da Polícia
Militar, 600 mil peregrinos visitaram o município durante
a semana oficial da Romaria do Bom Jesus, chegando a
quase um milhão de pessoas nos dias que antecederam e
sucederam o novenário, que culmina na procissão de
encerramento.
A zona turística conta com dois aeroportos, em Barreiras e
outro em Bom Jesus da Lapa para aeronaves de pequeno
porte, e uma extensa malha rodoviária em função,
principalmente, do escoamento da produção agrícola.
Segmentos Prioritários: Cultural, Religioso;
Ecoturismo e Eventos.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços para eventos e entretenimento.
33 O Salto para o Futuro
Caminhos do Jiquiriçá
Essa zona turística compreende os municípios de
Amargosa, Castro Alves, Cravolândia, Cruz das Almas,
Dom Macedo Costa, Jaguaquara, Jiquiriçá, Milagres,
Mutuípe, Santa Inês, Santa Terezinha, Santo António de
Jesus, Ubaíra e Varzedo.

Com a denominação que faz referência ao rio Jiquiriçá

(nome indígena que traduz artefato de pesca, já indicando
uma vocação da área), tem o contato com a natureza
como maior destaque, seja pela contemplação ou pela
prática de esportes, principalmente o voo livre, na rampa
natural da Serra da Jibóia com 78m de altitude, e que
atraem visitantes durante todo o ano. A diversidade de
flora e fauna, aliada às cachoeiras, rios e serras compõem
a paisagem que conquista turistas para atividades como
cavalgadas, trekking, canoagem e pesca, estimulando a
ocorrência de eventos esportivos, além do artesanato.

O patrimônio cultural tem como ponto alto a antiga sede
da fazenda Curralinho, no município de Castro Alves,
local de nascimento do herói de guerra General Dionísio
Castro Cerqueira, primo do poeta Castro Alves, tombada
pelo Instituto Patrimônio Artístico Cultural (IPAC).
Outros dois destaques da zona turística é a sua localização
central no Estado, tornando-se estratégica para a
realização de eventos e encontros que visam reunir
pessoas de todas as localidades da Bahia e de estados
fronteiriços como Goiás e Minas Gerais, aliado ao acesso,
hospedagem e espaços capazes de receber visitantes, e o
de abrigar os destinos mais procurados na época das
festas juninas, a exemplo de Amargosa, Cruz das Almas e
Santo Antônio de Jesus, gerando um verdadeiro
movimento de interiorização e picos para o turismo
regional.

Segmentos Prioritários: Ecoturismo, Bem-Estar, Lazer,

Esportivo, Aventura, Cultural e Eventos.

Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,

Amargosa alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços de entretenimento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 34 O Salto para o Futuro

Caminhos do Sertão
Composta pelos municípios de Adustina, Alagoinhas,
Banzaê, Canudos, Cipó, Conceição da Feira, Coração de
Maria, Feira de Santana, Irará, Monte Santo, Paripiranga,
Santo Estêvão e Tucano. A Zona Turística tem início no
município de Feira de Santana, a 108 km da capital,
conhecida como “Princesa do Sertão”, com atrativos
como o Observatório Astronômico Antares e o Museu
Regional da Arte, bem como a força no turismo de Micareta - Feira de Santana

eventos e viagens de negócios. Atribui-se ao município

de Feira de Santana o pioneirismo das Micaretas, um
carnaval fora de época, que se espalhou por todo o país.
Outro destino bastante procurado é Caldas do Jorro, no
município de Tucano, uma reconhecida estância
hidromineral e um famoso artesanato em couro,
disponível em feiras livres, constituindo-se como
principal, a Feirinha de Jorro.

Segmentos Prioritários: Cultural, Religioso,

Gastronômico, Bem-Estar e Eventos.

Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,

alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços para eventos e entretenimento.
Parque Estadual de Canudos

Os destaques desta zona turística são o turismo religioso

e cultural, liderados pelos municípios de Canudos e
Monte Santo, cujo principal chamariz é o Parque Estadual
de Canudos, com uma área de 1.321 hectares de sítios
histórico-arqueológicos, onde se destaca a exposição
museográfica a céu aberto, além do Memorial Antônio
Conselheiro e o Museu Histórico de Canudos, no qual o
visitante pode vivenciar a história de Lampião, o Antônio
Conselheiro e o movimento social que resultou na Guerra
de Canudos.

O Termalismo é um outro destaque da área, nos

municípios de Cipó e Tucano, que possuem uma água
medicinal com registro de 38 substâncias químicas e que
podem ser utilizadas para fins terapêuticos, sendo
consideradas como uma das melhores do mundo e onde
estão localizadas duas estâncias hidrominerais históricas
do Estado. O Grande Hotel Caldas de Cipó, da década de
1950, chama a atenção pela imponência de sua
arquitetura, inaugurado pelo então presidente Getúlio
Vargas. Mirante - Nova Canudos

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 35 O Salto para o Futuro

Caminhos do Sudoeste
Constituída pelos municípios de Iguaí, Jequié, Maracás e
Vitória da Conquista, o turismo ecológico é o forte da
região com parques municipais e áreas de preservação
ambiental, além de cachoeiras, rios, grutas e serras, a
exemplo do Jaguar, com 1.200m, e de Sete Voltas, duas
das mais visitadas pelos adeptos de esportes radicais
como o Montanhismo, além da gastronomia diversificada
e manifestações culturais preservadas como folguedos
populares, bumba-meu-boi, ternos de reis e trezenas de
Santo Antônio.
Vitória da Conquista
O município de Iguaí registra o impressionante número de
180 cachoeiras, 27 rios e mais de 2.000 nascentes e,
próximo, há a cidade de Itororó, conhecida como a Terra
da Carne do Sol, que abriga anualmente o Festsol, um
festival que atrai visitantes para toda região.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Uma promessa da região a ser desenvolvida é a Romaria
da Serra do Ouro, promovida na Unidade de Conservação
de mesmo nome e que ganhou o status de Romaria
Ecológica, pelo ato religioso partir da igreja matriz, em
Iguaí, através de uma trilha até o pico da Serra, onde é
celebrada a missa, que também tem o intuito de lembrar a
importância da preservação da natureza.
Possui eventos de negócios e entretenimento
consagrados no calendário do Estado, como leilões e
exposições agropecuárias e o Festival de Inverno da
Bahia, que em 2019, ocupou 100% da hotelaria da região,
gerando um fluxo de 800 passageiros no aeroporto de
Vitória da Conquista, empregando diretamente 2.500
pessoas e com uma estimativa de mais cinco mil
indiretamente, em quatro dias de evento, o que demonstra
a importância do segmento para geração e distribuição de
renda na região.
Segmentos Prioritários: Ecoturismo, Eventos, Lazer,
Gastronômico, Esportivo e Cultural.
Oportunidades de Negócios: Meios de hospedagem,
alimentação, espaços e serviços para atividades
esportivas, serviços para eventos e entretenimento.
Iguaí
36 O Salto para o Futuro
Competitividade do Destino Bahia
Em 2019, a Bahia figurou como sexto colocado no
ranking de recebimento de turistas estrangeiros, com
pouco mais de 152 mil visitantes, segundo o Anuário
Estatístico do Turismo 2020 – Ano base 2019,
demonstrado na Tabela abaixo. São Paulo lidera com
pouco mais de um terço do recebimento dos turistas
estrangeiros (2,3 milhões dos 6,3 milhões total), seguido
do Rio de Janeiro, com 1,2 milhão. Do terceiro ao quinto
colocados figuram os estados do Sul, respectivamente,
Paraná (um milhão), Rio Grande do Sul (772 mil) e Santa
Catarina (200 mil).
É de suma importância, contudo, frisar que a localização
desta região, fronteiriça com países da América do Sul,
emissores de mais da metade dos visitantes
internacionais em 2019 (3,5 milhões) impacta no
ranking. Esse fato também se comprova com os índices
dos três estados em relação à origem dos seus turistas
estrangeiros, 70,7% do Paraná são oriundos da América
do Sul e as margens são quase totais no Rio Grande do
Sul (96,2%) e em Santa Catarina (98,4%).

Quantidade de Recebimento de Turistas Estrangeiros (2019) por Estado

UNIDADE DA FEDERAÇÃO TOTAL

2018 2019

BRASIL 6.621.376 6.353.141

São Paulo 2.250.994 2.358.979

Rio de Janeiro 1.293.342 1.252.267

Paraná 948.388 1.006.752

Rio Grande do Sul 1.087.191 772.685

Santa Catarina 226.362 200.746

Bahia 148.637 152.221

Ceará 107.420 112.920

Pernambuco 121.169 111.920

Mato Grosso do Sul 91.518 81.392

Distrito Federal 75.672 73.860

Minas Gerais 81.830 54.424

Amapá 33.383 36.160

Acre 31.537 30.607

Fonte: Elaborado para o documento. Adaptado Anuário Estatístico do Turismo 2020 – Ano Base 2019.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 37 O Salto para o Futuro

No mesmo ano, a Bahia foi o terceiro principal destino de
viagens domésticas no Brasil, segundo o IBGE. Ao todo,
foram realizadas 1.788 milhão de viagens domésticas
para o Estado, o que representou 8,7% de todas as 20.617
milhões de viagens ocorridas no território nacional.
Acima da Bahia ficam apenas São Paulo, destino de 3.904
milhões de viagens domésticas em 2019 (18,9% do
total) e Minas Gerais, com 2.631 milhões de viagens
(12,8% do total). Os três estados também são, nessa
mesma ordem, as principais origens de viagens
domésticas. De São Paulo saíram, em 2019, 4.213
milhões de viagens para dentro do território nacional
(20,4% do total); de Minas Gerais saíram 2,912 milhões
(14,1%) e da Bahia, 1,598 milhão (7,7%).
A competitividade também pode ser analisada sob o
aspecto da contribuição da atividade para as cidades e,
em conjunto, para o Estado; com base no Mapa do
Turismo, do MTur, que tem como parâmetro o
desempenho da economia do turismo por município a
contar da média dos dados sobre fluxo, hospedagem e
arrecadação de impostos federais, à medida em que, do
cruzamento dos dados, se obtém cinco categorias,
classificadas de "A", na qual estão reunidos os
municípios com maior desempenho da economia do
turismo a "E", os municípios com menor desempenho.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Vale realçar que, para os municípios os quais a Secretaria
da Receita Federal não apresentou os dados de
arrecadação fiscal, os valores foram estimados pela
média ponderada das ocupações formais do CNAE
5510-8 – Hotéis e Similares, considerando o saldo entre
o total do Estado menos a soma da arrecadação dos
municípios que a mesma declarou.
Nesse parâmetro, a Bahia aparece em sexto colocado em
número de municípios catalogados com 128 localidades,
ultrapassado apenas por Minas Gerais (567), Rio Grande
do Sul (381), Paraná (210), São Paulo (163) e Santa
Catarina (150). Na classificação A, possui tecnicamente
10% do total de 55 clusters nesta categoria no país (5).
Somente os Estados de São Paulo com 11 municípios,
Rio de Janeiro (7) e Santa Catarina (5) possuem
performance igual ou superior.
Esses aspectos se refletem na capacidade de atração de
investimentos privados. Uma pesquisa realizada em
2019, e divulgada no portal de investimentos do MTur,
demonstra o grau de interesse dos investidores
internacionais pela Bahia, além de benefícios gerados em
postos de trabalho, apresentados na tabela da próxima
página.
38 O Salto para o Futuro
Estados que Receberam Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) – 2010 - 2020

N° Estado Número Investimento Empregos Número

Projetos Gerados Empresas

1 São Paulo 19 313.000.000 1.883 18

2 Rio de Janeiro 13 527.000.000 2.986 11

3 Bahia 3 232.400.000 1.403 3

4 Alagoas 2 104.000.000 560 2

5 Ceará 2 118.000.000 704 1

6 Espírito Santo 1 1.200.000 17 1

7 Distrito Federal 1 1.200.000 17 1

8 Pernambuco 1 500.000 4 1

9 Rio Grande do Norte 1 74.200.000 412 1

10 Santa Catarina 1 374.000.000 412 1

TOTAL 44 1.745.100.000 8.398 40

Fonte: Elaborado para o documento. Dados: Portal de Investimentos – MTur, 2021.

A competitividade também deve ser analisada Importante registrar que as Atividades Características do
internamente, tendo como parâmetro a estimativa da Turismo são todas aquelas relacionadas à hospedagem,
participação das Atividades Características do Turismo alimentação, agenciamento, transporte, recepção
(ACTs), no Valor Adicionado (à economia) da Bahia. turística, eventos, recreação e entretenimento, além de
Apresenta-se a distribuição em percentuais de ACTs por outras utilizadas pelos turistas em seus deslocamentos.
zona turística do Estado, na tabela que segue, envolvendo
os aspectos da quantidade de empresas, negócios,
empregos diretos e geração de renda e arrecadação,
p re t e n d e n d o i d e n t i f i c a r a p a r t i c i p a ç ã o n o
desenvolvimento econômico e social do turismo na
economia das regiões e da Bahia e apresentadas as
principais categorizações das zonas a partir da
performance do seu conjunto de municípios, conforme o
ranking do Ministério do Turismo (Brasil, 2019),
divulgado no Boletim das Atividades Características da
Bahia, 2021 (SEI/BA, 2021)

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 39 O Salto para o Futuro

Participação das Zonas Turísticas no Total de ACTs – 2017/2018/2019

%ACTs
Zonas Turísticas Categorização
2017 2018 2019

Baía de Todos-os-Santos 50,76 47,68 46,32 A, B , C

Costa dos Coqueiros 9,66 9,34 9,47 A, B , C

Costa do Descobrimento 6,25 6,22 6,86 A, B , D

Caminhos do Sertão 6,53 3,97 6,74 B, C, D

Costa do Cacau 4,55 4,57 4,55 A, B , C

Caminhos do Sudoeste 3,78 3,86 4,08 B, D

Caminhos do Oeste 2,08 2,24 2,36 B, C, D

Costa das Baleias 1,84 1,96 1,91 B, C

Chapada Diamantina 1,66 1,95 1,90 B, C

Vale do São Francisco 1,31 1,55 1,55 B, D

Costa do Dendê 1,30 1,34 1,50 A, B

Caminhos de Jequiriçá 0,70 0,79 0,82 C, D

Lagos e Cânions do São Francisco 0,48 0,52 0,50 B, D

Total das Regiões Turísticas 90,90 88,98 88,54

Fonte: Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais, 2019. Elaboração: SEI/Distat/Coref/Equipe PIB Municipal e MTur.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 40 O Salto para o Futuro

Neste capítulo é resgatado o plano anterior e comparado o
panorama em que foi elaborado com a realidade presente,
os eixos estratégicos de outrora com os atuais em uma
breve síntese de semelhanças e diferenças entre as
proposições, além de analisados os seus programas,
projetos, ações e resultados como lições aprendidas para
o que será mantido, aperfeiçoado ou alterado.
A Estratégia Turística, publicada em 2011, apresenta um
relato de programas e ações que estavam em andamento
desde 2007, ano de criação da Secretaria de Turismo
(Setur), com uma perspectiva de cinco anos à frente. O
documento abarca um panorama do Turismo no Brasil
com informações do Plano Nacional de Turismo (PNT
2011 – 2014) e no mundo, com base em duas fontes, a
Organização Mundial do Turismo (OMT) e o Relatório
Deloitte Hospitalitty 2015
Os números do turismo internacional permitem uma
comparação entre os anos de 2011 e 2019, e indicam um
crescimento de R$ 5,4 milhões para R$ 6,3 milhões. A
balança comercial continua em déficit, considerando que
o Brasil, em 2019, já ocupava a 17ª posição global entre
os países emissores de turistas, mas, em contraponto,
desponta como um dos cinco destinos do mundo com
maior turismo doméstico, 93% das viagens realizadas por
brasileiros são dentro do país.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Em função do período em que é elaborada a Estratégia do
“Terceiro Salto”, é dada ênfase na Copa do Mundo e nos
Jogos Olímpicos Rio 2016, apresentando a expectativa da
Secretaria temporária para a Copa do Mundo na Bahia
(Secopa). O percentual de estrangeiros atingiu e superou a
previsão, com 30,2% dos visitantes, que totalizaram em
227.669 turistas e uma receita aproximada de R$ 365
milhões, de acordo com o Relatório Fipe – FEA/USP, que
realizou para a Setur uma pesquisa de receptivo durante
todo o mês de junho de 2014. A Copa das Confederações,
no ano anterior, também teve resultados positivos, com
uma visitação de 195.041 pessoas, sendo 20,6% de
estrangeiros e uma receita de R$ 285,2 milhões.
Em uma análise da evolução da atividade na Bahia entre
2011 e 2020, através do Valor Adicionado Bruto (VAB) ao
PIB do Estado, constata-se uma participação acima de
4%, exceto em 2016 e 2020, por volta de 3,8% em função
de crises econômicas que impactaram na performance
das ACTs, segundo Boletim das Atividades Características
do Turismo da Bahia – 2021, publicado anualmente pela
SEI/ IBGE/SETUR.
A Bahia avançou muito em vários aspectos, mas, apesar
do conjunto de ações contínuas de marketing, é preciso
atualizar a linguagem e os formatos para se apresentar de
forma mais consistente e atrativa na internet e redes
sociais, sendo fundamental a inovação nas ações de
ativação da marca Bahia em sua promoção e uma maior
diversificação dos eventos escolhidos para participação,
de acordo com o público e segmentos estratégicos, com
processo de avaliação dessas participações.
O “Terceiro Salto” tem como princípios norteadores: (1) a
Sustentabilidade e a (2) Gestão Participativa, alinhado ao
Plano Nacional do Turismo (PNT) 2011-2014 e como
premissas: a (1) Transversalidade das ações do Governo, a
(2) Descentralização das decisões e a (3) Regionalização/
Interiorização. No que tange aos Eixos Estratégicos, é onde
se encontra a fundamentação dos programas e ações
propostas em três vertentes: (1) Inovação, a (2)
Qualificação e a (3) Integração Econômica.
41 O Salto para o Futuro
Naquele momento, esses três eixos eram pontos críticos
para o desenvolvimento do setor na Bahia, com atenção a
prestação do serviço, visto que culturalmente a
hospitalidade e o acolhimento, em alguns casos, se
sobrepõem ao profissionalismo no atendimento e
execução das funções; a atualização de roteiros e
produtos turísticos, e ainda, a necessidade de
intermediação no diálogo entre as grandes redes
hoteleiras e a comunidade local, de forma que o turista
pudesse vivenciar da cultura através da culinária e do
artesanato, e os estabelecimentos priorizassem a
produção local e pudessem contribuir não só com
experiências mais genuínas para o visitante, mas com a
realidade econômica do seu entorno.
O Eixo da Inovação comportou quatro programas: Novos
Produtos (São João, Espicha Verão, GP Stock Car, Salão
Estadual do Turismo), Novos Roteiros, Novos Serviços e
Novos Segmentos (Náutico, Étnico Afro-Indígena,
LGBTQIAPN+, Religioso, Enoturismo e Turismo Rural).
O São João permanece com projetos internos na
Bahiatursa para ampliação da sua promoção e melhor
monitoramento do fluxo turístico e de sua contribuição
efetiva para a economia das zonas turísticas e,
consequentemente, do Estado.
O Programa de Desenvolvimento de Novos Serviços, que
previa um Sistema Integrado de Informação Turística,
composto pelos Serviços de Atendimento ao Turista –
(SATs), Disque Turismo, Postos de Informações Turísticas
(PITs) e pelos portais na web, é um ponto de atenção e
atualização, com a transformação dos PITs (que são
quatro sob a gestão estadual (três em Salvador e um em
Vitória da Conquista), com uma quinta unidade em Praia
do Forte, sob a gestão municipal) em SAT´s preparados
para atender em outros idiomas, com horário expandido e
considerando a alteração da mão-de-obra atual baseada
em estagiários. Outros serviços adicionais poderão ser
acrescidos, além de se tornarem um ponto de
concentração dos guias, para turistas que desejarem
visitas guiadas.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Inauguração SAT - Aeoroporto Internacional de Salvador
O Disque Turismo, que se consagrou como um serviço
inédito e pioneiro do destino Bahia, no qual visitantes e a
população local obtinham informações sobre atrações
turísticas, programação de cinema, teatro, shows, festas
populares, telefones, endereços, horários de
funcionamento de museus, farmácias, hospitais e outros
serviços, com uma média mensal de 16.290
atendimentos entre ligações (9.345) e chat (6.945) em
três idiomas: 67% em português, 19% em espanhol e
14% em inglês, na sua grande maioria para turistas que já
estavam no Estado, cumpriu o seu papel, contudo, com a
internet e o acesso digital, o investimento na ampliação
dos canais de comunicação e conteúdos
disponibilizados, tornaram-se mais apropriados.
Quanto ao Programa de Desenvolvimento de Novos
Segmentos, apesar da constatação das opções factíveis
(Náutico, Étnico, LGBTQIAPN+, Religioso e o
Enoturismo) e de ações diretas e de apoio da Setur para
implementação e desenvolvimento; constatou-se
intervenções compondo outros Programas, a exemplo do
Náutico compreendido no Prodetur Bahia e o
LGBTQIAPN+, com a participação e incentivo à Eventos.
No Enoturismo e Turismo Religioso foram trabalhados a
estruturação para suporte aos empreendimentos que
procederam da iniciativa privada e que, atualmente, já
possuem fluxo contínuo e contribuem de forma sólida
para as suas regiões.
42 O Salto para o Futuro
O Turismo Étnico avançou com a concepção coletiva de
roteiros e arranjos locais e, em uma nova fase, está pronto
para alavancar como produto. Quanto aos segmentos do
Turismo Rural e Golfe, apesar de possuírem um fluxo
natural, e do tempo e recursos investidos pela Setur, a
dificuldade de articulação com os serviços privados
envolvidos configura-se num desafio para uma promoção
profissional desses produtos.

O Eixo Estratégico da Qualificação se subdividia em

Alguns dos temas trabalhados a partir das atividades,
quatro programas: (1) Qualificação dos Serviços, (2)
necessidades e vocações dos destinos são: Noções de
Cadastramento e Fiscalização, (3) Qualificação do
Turismo, Legislação do Turismo, Cidadania e Turismo,
Destino e (4) Programa de Implantação de Infraestrutura
Turismo e Patrimônio, Qualidade no Atendimento ao
Turística. A Qualificação sempre teve seu lugar de
Turista, Construção de Redes, Produção Associada ao
atenção, em tempos passados, pela imposição da
Turismo, Turismo Étnico, Empreendedorismo, Turismo
profissionalização aos aspectos culturais, agora, pela
Religioso, Condutores de Atrativos, Taxistas, Agentes de
competitividade que perpassa a utilização estratégica de
Segurança Turística, Agências de Viagens, Meios de
informações e a necessidade do aprendizado contínuo.
Hospedagens, entre outros.
Esse eixo alcançou resultados expressivos, com
O Programa de Cadastramento e Fiscalização era oriundo
estimativa de mais de 20 mil pessoas qualificadas entre
de um convênio com o MTur, finalizado com todos os
2007 – 2021, entre ações em parceria com outros órgãos
Estados, e centralizado o poder de fiscalização em 2019.
e convênios e o Programa PROQUALI SETUR, iniciado em
As Coordenações Regionais permanecem como apoios
2015 pela Superintendência de Serviços Turísticos, em
para incentivo ao cadastramento, análise da
que a própria equipe técnica da Setur disponibiliza
documentação e atuação na apuração mediante denúncia.
orientações direcionadas através de oficinas e seminários
Uma ação importante com o objetivo de aumentar o
para qualificar a cadeia do turismo (formal e informal) nos
número de empresas baianas no Cadastur foi a campanha
municípios que integram as 13 Zonas Turísticas da Bahia.
realizada pela Setur, através do Projeto Hub Tele-
empreendedor, no intuito de viabilizar o crédito através do
Fungetur, que resultou no aumento de 2.926 adesões e no
número atual de 5.415 empresas cadastradas na Bahia.

No Programa de Qualificação do Destino, um produto de

suma importância que foi planejado e concretizado no
Projeto de Pesquisa e Estudos Econômicos é o
Observatório do Turismo, iniciado em 2013 e
reestruturado no final de 2019, e que possui a missão de
mapear informações e indicadores estatísticos para
subsidiar potenciais investidores e gestores no
planejamento e tomada de decisão.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 43 O Salto para o Futuro

O Projeto de Atração de Investimentos Privados, entre
2007 e 2021, catalogou 46 empreendimentos privados
em uma soma de US$ 753,3 milhões investidos e uma
estimativa de 4.821 empregos. Em 2021 foi produzido o
Ebook Oportunidades de Negócios na Bahia, uma
iniciativa que vale ser atualizada de forma periódica, pelo
formato on-line, para ser apresentado em mais de um
idioma, com ampliação do conteúdo atual que traz
números gerais do Estado, informações das zonas
turísticas, projetos do Governo em cada região e
indicação de linhas de financiamento.
O Programa de Implantação da Infraestrutura Turística
contempla a participação da Setur na proposição,
acompanhamento e fiscalização de intervenções de
infraestrutura que qualifiquem os destinos através de
recursos próprios do Estado e do Tesouro Nacional, por
meio do Ministério do Turismo.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Entre 2007 e 2021, somam quase R$ 60 milhões, com R$
53.727.478,93 investidos pelo MTur com a contrapartida
de R$ 5.672,666,52 pelo Governo do Estado, em obras
como da Sinalização Turística e Acessibilidade em
Salvador e 12 zonas turísticas, a Casa da Cultura de Irará,
o novo acesso a Lençóis, obras de infraestrutura turística
de apoio em Porto Seguro, Mata de São João, Maragogipe
e Lençóis, requalificações como a da Passarela do Álcool,
em Porto Seguro, do trecho da Orla de Amaralina ao
Aeroclube e da Feira de São Joaquim, em Salvador, o
atracadouro de Maraú, mas também obras com atenção à
população como praças e largos, a exemplo de Roma e
Nazaré – na Capital, mas também em cidades do interior
como Catu, Duque de Caxias e Lençóis.
Contempla também a busca e acompanhamento de
projetos com outros agentes de financiamento, a exemplo
do BID, que é um parceiro estratégico com ações a
exemplo do Prodetur Nordeste II, com investimentos na
ordem de US$ 85.561.051, no período de 2007-2011 em
projetos emblemáticos, apresentados no quadro-resumo
da página seguinte.
Atracadouro de Mutá
44 O Salto para o Futuro
Projetos Concluídos Prodetur Nordeste II (2007 – 2011)
VALOR
PROJETOS (US$) CONCLUSÃO
GLOBAL 957.819
Implementação dos Planos de Gestão Municipal do Turismo 477.322 dez/11
Elaboração dos Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS Salvador e Entorno, 383.354 abr/04
Litoral Sul e Descobrimento
Pesquisa Diagnóstica e Elaboração dos Projetos de Capacitação: Salvador e Entorno e Litoral Sul 97.143 abr/07

BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS 21.578.450

Recuperação do Palacete Bernardo Martins Catharino - Museu Rodin 2.786.509 dez/06
Recuperação da Nova Sede do IPAC - 1ª e 2ª Etapas 1.989.201 abr/08
Recuperação do Forte Santo Antônio Além do Carmo 1.598.252 dez/06
Recuperação do CHS (6ª ETAPA) - Casa das Sete Mortes 1.685.399 jul/10
Recuperação do CHS (6ª ETAPA) - Palácio Rio Branco 4.027.678 jun/10
Recuperação do CHS (6ª ETAPA) - Igreja Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão 1.513.143 fev/10
Recuperação do CHS (6ª ETAPA) - Igreja e Cemitério do Pilar 1.541.392 set/11
Execução das Obras de Urbanização Paisagística e Funcional do Centro Histórico de Itaparica e Bica de Itaparica 535.717 nov/11
Urbanização do Pólo Turístico e Hoteleiro de Armação - 1ª Etapa 5.014.241 nov/10
Implementação do Projeto de Fortalecimento Institucional do Órgão Gestor do Turismo 460.246 out/07
Implementação do Projeto de Fortalecimento Institucional do Órgão Gestor do Turismo - Complemento 250.092 dez/11
Atualização do Projeto de Recuperação do Centro Histórico de Salvador ( 6ª Etapa) 41.656 ago/07
Capacitação Empresarial da Baía de Todos-os-Santos 134.924 dez/11

COSTA DOS COQUEIROS 3.685.091

Elaboração do Projeto de Urbanização e Drenagem Pluvial de Imbassaí 64.597 abr/08
Execução das Obras de Urbanização e Drenagem Pluvial de Imbassaí 3.079.808 mai/11
Implantação do Sistema de Abastecimento de Água de Imbassaí 405.762 dez/04
Capacitação Empresarial da Costa dos Coqueiros 134.924 dez/11

COSTA DO DENDÊ 51.235.094

Elaboração do Projeto de Sinalização da Costa do Dendê 57.341 out/10
Elaboração e Implantação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos / Destino Final da Sede 184.274 dez/11
e Ilhas de Cairu e Boipeba
Elaboração do Estudo de Viabilidade Socioeconômica/Aterro/Coleta Seletiva na Península de Maraú 22.706 out/11
Elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos /Aterro/Coleta Seletiva na Península de Maraú 166.312 dez/11
Implantação da APA Baía de Camamu 44.878 dez/07
Implantação da APA do Guaibim 2.271 nov/07
Elaboração do Projeto de Urbanização da Orla de Guaibim 126.999 out/11
Execução das Obras de Urbanização de Morro de São Paulo 2.369.951 set/11
Elaboração do Projeto de Urbanização da Orla de Morro São Paulo 179.324 nov/10
Sistema de Abastecimento de Água de Barra Grande - Maraú - Sondagem 90.071 nov/07
Rodovia Itacaré/Camamu 47.990.967 out/09

COSTA DO CACAU 3.998.759

Elaboração do Projeto de Sinalização da Costa do Cacau 57.341 out/10
Sistema de Esgotamento Sanitário de Canavieiras 3.941.418 dez/04

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 45 O Salto para o Futuro

Projetos Concluídos Prodetur Nordeste II (2007 – 2011)
VALOR DATA DE
PROJETOS (US$) CONCLUSÃO
COSTA DO DESCOBRIMENTO 3.922.065
Avaliação Regional da Gestão dos Resíduos Sólidos da Costa do Descobrimento 92.147 jul/10
Recuperação e Educação Ambiental na Bacia do Rio dos Mangues 331.379 mai/08
Implantação da APA Caraíva/Trancoso 1.358 nov/07
Elaboração do Projeto de Sinalização da Costa do Descobrimento 35.379 jan/05
Capacitação Profissional da Costa do Descobrimento 354.867 set/07
Ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Porto 1.598.719 jan/05
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas da Rodovia Santa Cruz Cabrália/Belmonte 848.663 out/06
Implantação da Sinalização Turística da Costa do Descobrimento 352.472 dez/05
Capacitação Empresarial - Costa do Descobrimento 307.081 dez/07

CHAPADA DIAMANTINA 183.773

Avaliação Regional da Gestão dos Resíduos Sólidos do Circuito do Diamante 183.773 out/11

TOTAL GERAL 85.561.051

Fonte: Superintendência de Investimentos em Zonas Turísticos - SUINVEST

O Prodetur Nacional – Bahia compreendido no período (2016 - 2022) estava em fase de elaboração da carta consulta na
ocasião da publicação do “Terceiro Salto”; foi aprovado em 2012 com aporte de US$ 70.231,357 milhões direcionados à zona
turística Baía de Todos-os-Santos, contemplando 18 municípios que estão ao redor da segunda maior baía navegável do
mundo, com atratividade turística potencializada pelos projetos apresentados no quadro da página a seguir:

Solar do Unhão - Museu de Arte Moderna da Bahia

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 46 O Salto para o Futuro

Projetos Concluídos e em Finalização Prodetur Nacional – Bahia (2016 – 2021)

PROJETOS VALOR (US$) STATUS

CONCLUÍDOS
Estudo de Mercado de demanda náutica e cultural 453.703,52 mar/18
Roteirização, Identificação dos Atrativos Culturais e Plano das Intervenções Físicas 356.328,84 dez/18
Elaboração dos Projetos Executivos, EVTEAs, Estudos Ambientais das Intervenções e Balizamento 1.685.600,22 abr/21
Elaboração do Projeto Executivo de Sinalização e Interpretação Turística da BTS 100.486,99 ago/19
RBTS - Estruturação da Governança, Elaboração e Implantação do Projeto de Assistência Técnica aos Atores locais 551.927,09 ago/21
Plano de Gestão do Museu Wanderley Pinho 63.340,47 dez/17
Elaboração do Projeto Executivo, EVTEAs e Estudos Ambientais para Restauração do Museu e Urbanização 1.263.312,79 mar/21
Estudos Museológicos e Museográficos do Museu Wanderley Pinho 99.342,33 abr/19
Construção da Concha Acústica e anexos 21.700.000,00 mai/16
Estudo sobre Fatores e Causas da Informalidade no Setor Turístico e Incentivos para Formalização 68.894,65 nov/19
Elaboração do Plano de Marketing Turístico Estratégico e Operativo 313.907,78 mai/19
RBTS - Apoio a patrocínio e eventos 856.176,96 2016-2019
Aquisições de Equipamentos - Rede 6.501,56 abr/17
Aquisições de Equipamentos - Servidor 9.372,93 abr/17
Aquisições de Equipamentos - Microcomputadores 9.313,30 set/17
Elaboração do Plano de Reestruturação do Sistema de Estatísticas Turísticas do Estado, seus projetos e 118.515,56 jun/19
Indicadores Ambientais
Fortalecimento da Gestão Municipal 554.128,34 ago/20
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos Municípios da BTS, incluindo Programa de Inclusão de 325.774,08 nov/21
Catadores de Recicláveis - Lote A
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos Municípios da BTS, incluindo Programa de Inclusão de 259.992,53 nov/21
Catadores de Recicláveis - Lote B
Elaboração e Implantação do Programa de Fortalecimento da Produção Associada ao Turismo (PAT) 705.498,05 ago/20
Elaboração e Implantação do Projeto de Apoio Integrado aos Adolescentes e Jovens do CHS 663.405,59 out/21
Educação Socioambiental - Sensibilização Ambiental 185.701,38 dez/21
Avaliação Preliminar do Programa 2.013,69 jun/16
Avaliação Intermediária do Programa 11.642,07 mar/18
Primeira Avaliação de Impacto Econômico 32.748,63 mai/20
Apoio ao Gerenciamento do Programa 3.991.564,13 jun/22
Fiscalização e Supervisão de Obras 1.813.538,51 set/22
Obras Civis relacionadas com Instalações Náuticas na BTS terminadas e Saneamento das instalações - Lote 6.115.494,14 out/21
1 (Itaparica, Museu Wanderley Pinho, Solar do Unhão e Botelho-Ilha de Maré)
Apoio ao Núcleo Gestor da RBTS para Implementação de Ações do Plano de Sustentabilidade 12.505,53 mar/22
Elaboração e Implantação do Projeto de Qualificação para a Náutica 569.373,24 jan/22
Restauro dos Bens Móveis do MRWP 157.719,00 fev/22
Atualização da Estratégia Turística do Estado da Bahia e Elaboração de Proposta para um Novo Programa 43.433,03 jun/22
Analise da Viabilidade Operacional de Roteiros Turísticos da RBTS e Apoio na Consolidação dos Roteiros 19.166,77 mar/22
Avaliação de Impacto Econômico - Final 59.436,87 mar/22

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 47 O Salto para o Futuro

Projetos Concluídos e em Finalização Prodetur Nacional – Bahia (2016 – 2021)

PROJETOS VALOR (US$) STATUS

EM EXECUÇÃO
Obras Civis relacionadas com Instalações Náuticas na BTS terminadas e Saneamento das instalações - Lote 6.000.883,95 Em exec.
2 (Salinas da Margarida e Cachoeira)
Obras Civis relacionadas com Instalações Náuticas na BTS terminadas e Saneamento das instalações - Lote 4.768.059,18 Em exec.
3 (Cacha Pregos, Jaguaripe, Mutá e Bom Jesus dos Passos)
Serviços de Implantação da Sinalização da BTS 365.743,33 Em exec.
Obras Civis de recuperação e restauração do Museu Wanderley Pinho 6.923.260,71 Em exec.
Obras Civis para Requalificação Urbana da Borda da BTS - Marina da Penha 5.512.057,04 Em exec.
Implantação dos Projetos Expográficos do MRWP 311.862,34 Em exec.
Implementação e Avaliação do Plano de Marketing (Produção de vídeo institucional e WEB série) 68.280,96 Em exec.
Implementação e Avaliação do Plano de Marketing (Reestruturação de Website e Book ) 40.221,81 Em exec.
Avaliação Final do Programa 21.256,93 Em exec.

Fonte: Superintendência de Investimentos em Zonas Turísticos - SUINVEST

Nota: Os valores em dólar dos contratos em execução podem sofrer variações até o final de suas execuções

O Eixo Estratégico de Integração Econômica teve como

base o Programa de mesmo nome, dividido em três
frentes: (1) Projeto de Pesquisa da Produção Associada
ao Turismo, (2) Projeto de Desenvolvimento da Cadeia
Produtiva e (3) Projeto de Fomento aos Arranjos
Produtivos Locais. A pesquisa previu amostras pilotos em
Praia do Forte e Iguape; contudo, nestes destinos, além
do levantamento da produção associada ao turismo,
houve a preparação da cadeia produtiva e o fomento dos
arranjos produtivos junto aos empreendimentos A Integração Econômica tendo o turismo como indutor da
hoteleiros em Mata São João e, como produto em Iguape, ampliação, comercialização e promoção da produção e
a elaboração de roteiros étnicos baseados no turismo de cultura locais, está internalizada como princípio
base comunitária, na Comunidade Quilombola Kaonge, implantado em projetos e ações, como visto no Programa
que também realiza como forma de escoamento da de Produção Associada ao Turismo realizado na BTS,
produção e sua promoção, a Festa da Ostra. dentro do Prodetur Nacional Bahia, em que 36 grupos
produtores potencialmente competitivos, receberam
orientação para a formalização dos negócios e, após
avaliação da qualidade e da produtividade, foram
preparados para comercialização no turismo local e
regional da Baía de Todos-os-Santos.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 48 O Salto para o Futuro

A fundamentação estratégica do “Terceiro Salto” foi
pertinente e aderente às necessidades da sua época; os
eixos norteadores estabelecidos a partir de desafios que
se enfrentavam no período e a maioria de suas ações e
propostas foram realizadas. As premissas e princípios da
sustentabilidade, da gestão participativa e da
regionalização estão visivelmente incorporados nas
ações, projetos e programas.
Pontos de melhoria foram observados na perspectiva da
aplicação prática e mais ampla da concepção de
Inovação e Integração Econômica, antes trazidos em
proposições limitadas, embora com grande potencial
para que se atinja ainda melhores resultados, de forma
mais alinhada a esses conceitos.
Como lições aprendidas, denota-se a ausência da
utilização estratégica da tecnologia como ferramenta, de
aspectos que promovam a sensação de qualidade e bom
atendimento ao turista como a capacitação em idiomas
para guias de turismo e agentes de segurança, ampliação
da acessibilidade e sinalização turísticas, a melhoria da
comunicação e promoção do turismo com a
modernização e atualização do conteúdo nos portais na
internet e redes sociais, a inovação nas ativações da
marca Bahia na participação em eventos e a
implementação de mais serviços e soluções nos SATs.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para atender às questões indicadas, sem deixar de
valorizar a fundamentação, programas e projetos
com bons resultados que podem ser atualizados e
otimizados, são mantidos na Estratégia Turística
da Bahia 4.0 - 2020-2030, que não segue como
“Quarto Salto”, mas como um Salto para o Futuro,
rompendo essa continuidade com o objetivo de
marcar a década atual pela intenção de inovar com
a velocidade que demandam os novos tempos
para que o próximo salto do turismo da Bahia,
efetivamente, seja dado para bem à frente do seu
estágio atual, de um destino consolidado, mas
com um fluxo turístico, receita e postos de
trabalho não mais aquém do seu potencial
vocacional.
O Salto para o Futuro se dará no sentido de
modernizar os mecanismos de gestão e
comercialização do turismo, com vistas a
promover os destinos, sensibilizar e monitorar a
sustentabilidade na prática turística, na geração
de ambientes que promovam o compartilhamento
de soluções inovadoras e boas práticas em
plataformas colaborativas, no mapeamento da
estada e dos pontos de contato para melhoria da
experiência dos visitantes, na utilização de
ferramentas que permitam a geração, cruzamento
e análise de dados que subsidiem a tomada de
decisão e, assim, aumentar a competitividade do
destino, a geração de receita, a inclusão social, a
qualidade de vida dos residentes, o aumento dos
postos de trabalho e a relação com outros setores
produtivos para consolidar o Turismo na matriz
econômica do Estado.
49 O Salto para o Futuro
Grandes avanços aconteceram com a definição acertada,
em 2011, dos Eixos Estratégicos de Qualificação,
Integração Econômica e Inovação, cujos desafios
perduram, sendo necessário uma análise contínua para o
aumento da competitividade e dos resultados da Bahia,
enquanto destino turístico.
A Estratégia Turística do Estado da Bahia 4.0 para o
período de 2020-2030, propõe a convergência de
quatro eixos para equalizar pontos críticos da
performance: Qualicação do Destino e dos Serviços e
Integração Econômica, que permanecem, e os novos
Eixos de Biossegurança e Promoção e Marketing. A
partir do diagnóstico e da intenção de posicionamento, a
Inovação, antes Eixo Estratégico, e a Sustentabilidade que,
na última Estratégia estava no Eixo Transversal,
passaram a ser os Pilares da Estratégia. A Regionalização
e Gestão Compartilhada permanecem como Eixos
Transversais, ou seja, constituem mecanismos para
efetivação das ações e programas dos Eixos Estratégicos.
Além dos Pilares, Eixos Estratégicos e Transversais,
se propõe a definição de um Posicionamento
Estratégico claro, em outros termos, a definição de
produtos prioritários (segmentos e públicos) que serão
Fundamentação Estratégica – Salto para o Futuro (2020 - 2030)
SALTO PARA O
FUTURO (VISÃO) UM ESTADO DE ALEGRIA 4.0
biossegurança
qualificação
eixos
estratégicos e
transversais
pilares sustentabilidade & inovação
Fonte: Elaborado para o documento.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
estruturados em portfólios e divulgados no intuito de
destacar a Bahia e torná-la referência na mente e no
coração de quem faz parte do conjunto de personas que
possuem o perfil ou consomem tais produtos prioritários,
com o objetivo de se tornar reconhecida nesses
mercados.
A indicação desse Posicionamento Estratégico ocorreu
através das pesquisas de tendências apresentadas a partir
da Covid-19 e dos novos hábitos de consumo e
segmentos em crescimento que estão em aderência aos
destinos do Estado, como oportunidades de negócio com
demanda crescente e alto perfil de consumo, que
acelerem resultados e deem maior visibilidade nesse
momento de retomada e extrema competitividade.
Ressalta-se, contudo, que isso não significa o abandono
de outras ações mais abrangentes ou fora dos segmentos
indicados.
O intuito do Governo, através da Setur, é alcançar o
máximo de localidades, atrativos e pessoas, dar suporte à
p re p a r a ç ã o e c o n t í n u a m a n u t e n ç ã o p a r a o
desenvolvimento da atividade turística para a geração de
receita, e a conseqüente melhoria de qualidade de vida e
postos de trabalho para o avanço do setor na matriz
econômica do Estado.
Bahia
e marketing
integração
econômica
gestão
promoção
compartilhada
regionalização
50 O Salto para o Futuro
Pilares
A partir da Visão para a próxima década como um ‘‘Salto
para o Futuro’’, através da potencialização da identidade
da Bahia em uma versão mais moderna e íntegra (no
sentido de responsável com seus recursos), são
admitidos dois pilares como essenciais para um destino
que tem o objetivo de otimizar suas características e que
consistirão em sustentáculos conceituais* e morais**,
que fornecem o suporte para atualização estrutural
(ferramentas tecnológicas), contudo, conscientes no uso
dos recursos, para que seja alcançada a intenção e os
resultados pretendidos com essa Estratégia.
*Conceituais - que constituem e denominam o tema.
**Morais - regras que orientam o comportamento.
Inovação e Tecnologia
A Inovação, como pilar, assume um aspecto mais amplo e
conceitual, que não se resume a proposição de novos
produtos e roteiros, como na Estratégia anterior, mas
inserida como premissa nos processos de execução das
ações e programas de cada Eixo Estratégico. Inovar,
portanto, não é só fazer algo novo, mas essencialmente
de modo diferente, de maneira inusitada também ao que
já existe - na concepção, na apresentação e como
instrumento desde a estruturação até a comercialização.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
A Inovação e a Sustentabilidade são os Pilares eleitos, na
Bahia, para que o destino atinja sua Visão de Futuro,
considerando que a partir desses elementos é possível
promover um desenvolvimento que comporte uma
infraestrutura tecnológica, criando uma atmosfera de
compartilhamento e geração de valor, garantindo,
sobretudo, a sustentabilidade do território com uma boa
gestão dos recursos naturais e culturais, a interação do
visitante com o entorno e sua conectividade com o
mundo, melhorando significativamente sua experiência
e a qualidade de vida dos residentes, por meio da
governança participativa.
A impor tância da Inovação como marco de
competitividade dos destinos turísticos é notabilizado
pelos esforços do Ministério do Turismo no incentivo e
promoção de discussões sobre o assunto através da
Câmara da Inovação (em conjunto com o MCTI), que
possui três objetivos compartilhados pela Estratégia
Turística da Bahia 2020 – 2030 no Pilar da Inovação: (1)
Qualificação e desenvolvimento de produtos com foco na
Jornada do Turista 4.0 – “Novo Viajante: exigente,
responsável, digitalizado” (2) Prover as condições para a
(futura) formação de Destinos Turísticos Inteligentes e (3)
Apoiar e compartilhar Soluções e Tecnologias Digitais
para o Turismo 4.0.
51 O Salto para o Futuro
Para tanto, são propostas 12 ações, seguindo as diretrizes
da Câmara do Turismo 4.0 (fórum de implementação de
políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de ações
em prol da Inovação na atividade turística):
01 Facilitar a compreensão dos desafios existentes nos
destinos turísticos para a efetivação de ferramentas
tecnológicas, de infraestrutura e outras capazes de
elevar seu patamar de desenvolvimento inteligente;
02 Implantar ações para a transformação digital dos
destinos;
03 Estabelecer estratégias que favoreçam a segurança
nos destinos turísticos;
04 Auxiliar no compartilhamento de informações;
05 Buscar o aumento e a melhoria da digitalização nos
destinos turísticos;
06 Promover a adoção de soluções para os desafios
ligados à mobilidade;
07 Organizar Fóruns de Inovação;
08 Promover pólos tecnológicos do Turismo;
09 Promover a difusão da Inovação, disseminando
tecnologias e demandas por inovação, visando o
aumento da produtividade e competitividade do
setor turístico;
10
Fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias
no setor do Turismo;
11 Elaborar e apoiar estudos técnicos, próprios ou de
órgãos e instituições públicas e/ou privadas;
12 Incentivar a criação e o desenvolvimento de
empresas de base tecnológica (startups), com
aplicação no ambiente de negócios do Turismo.
O foco é atender as expectativas desse “Novo Viajante”,
que se mostra mais exigente em relação à qualidade e o
cumprimento das promessas dos produtos, responsável
social e ambientalmente, que valoriza negócios e
destinos com propósitos claros, e que é digitalizado, ou
seja, conectado no ambiente virtual, que avalia desde a
existência de uma rede de internet e telecomunicações,
como a velocidade e estabilidade da mesma, optando por
destinos e serviços que podem ser conhecidos,
questionados, pagos de forma digital, sem burocracias,
com clareza e transparência; e ainda faz questão de
compartilhar suas experiências e, com isso, acaba por
influenciar a decisão de compra de outras pessoas.
A Inovação e a Tecnologia contribuem decisivamente na
competição entre os destinos turísticos, na
implementação de políticas públicas voltadas ao
desenvolvimento de ações que propiciarão a virtualização
não só na infraestrutura, mobilidade e conectividade, bem
como a melhoria dos atrativos e serviços turísticos, de
modo a oferecer uma experiência mais inteligente, criativa
e interativa com os turistas e benefícios para a população,
além da obtenção e análise de dados sobre a demanda que
permita decisões e ações alinhadas a esse novo contexto.

Tomando como partida os Fóruns de Inovação e Tecnologia

O papel da Inovação e a Tecnologia é de aparato à
instituídos nas Câmaras Técnicas de Turismo nas Zonas
modernização do destino Bahia, com a utilização
Turísticas, serão desenvolvidas e buscadas as formas de
de recursos que possibilitem ampliar as
agir em prol das 12 diretrizes da Câmara de Turismo 4.0,
telecomunicações, redes de trabalho remotas,
através do levantamento do patamar atual, dos desafios e
serviços sociais, através de ambientes de
proposições prioritárias para utilizar a tecnologia na
discussão e compartilhamento de soluções
melhoria da experiência do visitante, na obtenção e
empresariais, valorizando a economia criativa e
avaliação de dados que permitam ação direcionada, e na
impulsionado o surgimento de novos negócios
criação de ambientes propícios ao desenvolvimento de
que capacitem e promovam serviços cada vez
negócios turísticos amparados pela tecnologia e voltados
mais funcionais ao novo modelo de mundo,
à inovação e de serviços que utilizem a tecnologia para
conectados em ambiente virtual.
aumentar a competitividade de empresas e destinos.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 52 O Salto para o Futuro

A aplicação da Inovação e da Tecnologia na infraestrutura
dos destinos busca proporcionar melhor qualidade de
vida às pessoas e a participação delas na governança das
cidades, uma vez que, com a modernização tecnológica,
há contribuição para sanar desafios sociais como gerar
melhorias para o atendimento na saúde, a eficiência
energética, melhorias na mobilidade, acessibilidade, na
educação e gerar bem-estar.
Sustentabilidade
A Sustentabilidade sempre foi um propósito-chave do
que se busca alcançar a partir de uma Estratégia Turística
para a Bahia: o desenvolvimento do turismo nas esferas
social, econômica e ambiental de forma amparada em
ações que utilizem os recursos de forma racional e,
sobretudo, possam ter seu aproveitamento maximizado
ao longo do tempo para as gerações futuras.
Os recursos naturais e culturais são a matéria-prima da
atividade turística, principal objeto do seu consumo, e
os seus diferenciais são verdadeiras vantagens
competitivas.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Contudo, a Inovação não se restringe somente à utilização
da Tecnologia, ela atua e fortalece o Pilar da
Sustentabilidade quando, através dos seus aparatos,
viabiliza não só ao poder público, mas principalmente ao
setor privado e, consequentemente, a toda população,
benefícios através, por exemplo, da redução e tratamento
de resíduos, na reutilização, purificação e distribuição da
água e, principalmente, na busca por opções renováveis e
na disseminação de fontes de energia alternativa.
É imprescindível que a proteção e a conservação
ambiental, a valorização dos costumes,
características, hábitos e gastronomia,
manifestações e o respeito às comunidades
receptoras sejam garantidos na atividade turística
através de políticas e ações que conservem,
valorizem e sejam interlocutoras para práticas
planejadas e que atentem para o uso respeitoso
desses recursos. Inclusive, uma tendência
contínua, anterior a pandemia e que se reforçou
com a mesma, é a preferência por destinos
ligados à natureza ou em que é possível
experienciar o cotidiano de uma localidade.
Marcas e empresas “verdes”, com princípios
sustentáveis e responsabilidade socioambiental
são preferidas para o consumo.
53 O Salto para o Futuro
Na Bahia, há vários atrativos e locais de interesse turístico
preservados em Unidades de Conservação (UCs), a
maioria, dispondo de zoneamento e plano de manejo.
Frente a isso, a participação ativa e frequente de técnicos
da Setur nos Conselhos Gestores de APAs e outras
modalidades de UCs no Conselho Estadual do Meio
Ambiente (Cepram), viabiliza a interlocução e a mediação
dos melhores caminhos para que haja a ação do turismo
de forma comprometida, principalmente no âmbito da
legislação, que condiciona o uso dessas áreas. Tal
participação ativa também possibilita conhecer a
realidade a fundo nessas áreas, suas fragilidades e
necessidades para conservação, o que facilita a
orientação de investidores para enquadramento às regras
de proteção, controle e fiscalização ambiental do Estado.
Das 46 UCs do Estado, listadas pelo Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), 22
possuem participação direta de representantes da Setur
em seus Conselhos, mostrando um claro compromisso
da gestão estadual do turismo, imbuída de que se
viabilize o desenvolvimento da atividade sem prejuízos ao
meio ambiente ou as comunidades locais e suas
tradições.
Além desse acompanhamento inicial na ocorrência de
investimentos ou atividade em áreas protegidas, ações de
sensibilização e educação ambiental atreladas aos
projetos em implementação ou em andamento são
práticas já realizadas pela Setur, como contrapartida dos
impactos que possam ser eventualmente causados pela
ação do turismo. Na Estratégia atual, se prevê a
continuidade dessa iniciativa, acrescida de capacitações
voltadas aos gestores turísticos, profissionais e
empresários do setor para a adesão ao Projeto de
Capacitação para Boas Práticas de Sustentabilidade na
Gestão de Negócios, a fim de ampliar ações de
sensibilização para eficiência energética, opções de
fontes de energia, redução e tratamento de resíduos,
cuidados e economia da água, dentre outros aspectos.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Outra questão relevante cuja atenção é prevista neste
projeto é a sensibilização para aos impactos do
Aquecimento Global e das Mudanças Climáticas, sendo
urgente trazer ao entendimento dos envolvidos na cadeia
do turismo, os efeitos diretos na atividade, de forma a
mobilizar para essa causa, em especial, para as
consequências em médio e longo prazo para os atrativos
e a atividade turística, como um todo.
Sabe-se que o clima é um elemento preponderante na
escolha de um destino pelos visitantes. Sempre foi
tratado como um recurso turístico natural e, em casos
como a Bahia, como uma vantagem competitiva na
divulgação da sua oferta. Alguns de seus segmentos e
produtos se valem do clima ameno, quente, mas
agradável, na narrativa de comercialização de seus
produtos e, constitui portanto, em um recurso importante
para a vida e para o turismo, necessitando ser melhor
compreendido e defendido.
Questões relevantes como escassez de água potável,
aumento das inundações e do nível do mar, eventos
climáticos desconhecidos, além da insegurança
alimentar, serão consequências das mudanças
climáticas. Aliás, o aumento na temperatura média do
planeta pode desencadear longos períodos de estiagem
no futuro e trazer intercorrências nos fenômenos naturais
vendidos como “produtos”, dentre outros aspectos.
54 O Salto para o Futuro
 O Pilar de Sustentabilidade Turística consiste na
execução de um modelo de gestão e operacionalização
do turismo que promova a geração de receita de forma
responsável na utilização de recursos no que tange ao
ambiente e os indivíduos, e se aplica em três ações-
macro: (1) através da Participação Ativa de Técnicos nos
Conselhos das Áreas de Proteção Ambiental para que
aconteça o monitoramento da utilização pela atividade
t u r í s t i c a d o s e s p a ç o s p ro t e g i d o s e m e l h o r
acompanhamento de investimentos públicos ou
privados em conformidade com as normas ambientais;
(2) da Realização de Ações e Projetos de Sensibilização e
Educação Ambiental, Resgate e Preservação da Memória
Popular e Oficinas Boas Práticas de Sustentabilidade para
Equipamentos e Empresas Turísticas, atrelados a toda e
qualquer iniciativa de implementação do turismo em
localidades ou áreas de requalificação, envolvendo
desde à comunidade local ao visitante no Estado da
Bahia; e (3) Projeto de Prevenção, Controle e Adaptação
das Mudanças Climáticas para o Turismo da Bahia, que
visa apresentar os impactos efetivos do aquecimentos
global e mudanças climáticas para o turismo,
sensibilizando os atores da cadeia produtiva, gestores
públicos, empresários, comunidade e visitantes,
levantando discussão acerca de ações que devem ser
adotadas em prol da mitigação dos riscos.

Eixo Estratégico da Biossegurança Pesquisa realizada em mais de 16 países da América Latina

Em atenção à importância com que os quesitos de
segurança estão sendo conclamados e da atmosfera de
confiança que precisa ser trabalhada, para que o visitante
esteja confortável em escolher a Bahia como destino, a
Biossegurança se tornou pauta prioritária nas ações e
comunicação para o turismo no Estado.
pela Interamerican Network e divulgada pelo jornal
Brasilturis, em novembro de 2021, apontou que dentre os
novos fatores que mais impactam o planejamento de
férias, estão: promoções e ofertas (23%), orçamento e
protocolos de segurança dos fornecedores (21%),
destinos com baixo risco da Covid-19 (18%) e
flexibilidade para remarcar as reservas (17%). A pesquisa
ainda revela quais as fontes de informação preferidas pelo
público para consultas durante o planejamento de viagens:
“fontes oficiais, como governos e a OMS, lideram com
19%; porém, são seguidas de perto por sites de reservas de
viagens (18%), fornecedores como hotéis e companhias
aéreas (16%), imprensa (13%), Google (12%) e,
empatados cada um com 11%, blogs e redes sociais”.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 55 O Salto para o Futuro

O Governo da Bahia já reconhece que a Biossegurança é Para tal finalidade, é fundamental o levantamento e ampla
um aspecto que vai além do conjunto de normas e divulgação dos requisitos para que a Bahia e seus
medidas que visam a prevenção e o controle de riscos destinos se candidatem ao Selo Internacional Safe Travel,
inerentes às atividades que possam comprometer a saúde da WTTC, e uma campanha junto ao trade turístico a fim
humana, e que será de fundamental importância para a de que um maior número de empresas obtenha o Selo
competitividade do destino, já possuindo um Nacional Turismo Responsável, e comuniquem em suas
direcionamento de atuação, através do Plano de redes sociais e sites institucionais, o selo e protocolos
Retomada, que será ampliado. que aderiram, transmitindo aos visitantes o compromisso
da Bahia em proporcionar experiências memoráveis em
ambiente seguro.
O Eixo se divide em três vertentes: (1) Programa
Segurança na Bahia é Cultura, com a criação e
consolidação de uma “cultura da segurança” nos
destinos turísticos que compõem o Estado; (2)
Campanha Certificação para Segurança – para
obtenção do Selo Safe Travels (OMT) e a
ampliação do número de empresas com o Selo
Turismo Responsável (MTur); e (3) Projeto
Capacitação e Sensibilização para a
Biossegurança, com a realização de ações de
educação e sensibilização para prevenção.

A intenção é fazer da Segurança uma “cultura

organizacional” (conjunto de práticas, comportamentos,
valores e princípios), criar e construir ações que se
tornem hábitos permanentes na atividade turística,
sendo expostos e comunicados de forma que cheguem
ao conhecimento do visitante por vários canais que se
reforcem e forneçam a sensação de segurança, aspecto
procurado na escolha de um destino de viagem.

Nessa temática, cabe o reforço quanto à disponibilização

das informações atualizadas nos canais oficiais,
atentando aos indicadores da pesquisa apresentada, onde
os sites e redes oficiais são os primeiros e mais
procurados pelos visitantes. Deve-se apresentar nesses
canais o propósito de tornar a Segurança parte da
“Cultura da Bahia”, com a divulgação dos protocolos,
adesão ao Selo da WTTC – quando acontecer e oferecer
uma base de consulta das empresas baianas que
possuem o Selo Nacional, de postos de saúde e locais de
atendimento, além de orientações de como proceder,
caso se verifique sintomas, dentre outras informações
úteis.
Nesse mesmo impulso, ações de educação e
sensibilização, como a Capacitação em Noções de
Biossegurança, Atendimento ao Turista com Sintomas ou
Testagem Positiva e de Limpeza e Manipulação de
Ambientes e Alimentos, além de sinalização dos atrativos
e sítios turísticos com informações de cuidados básicos,
informes nos SATs e grandes campanhas de
sensibilização replicadas em locuções das visitações,
atrativos, equipamentos como o aeroporto, rodoviárias,
veículos turísticos e meios de hospedagem e
entretenimento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 56 O Salto para o Futuro

Eixo Estratégico Biossegurança – Ações Realizadas e Novas Proposições

EIXO ESTRATÉGICO AÇÕES (CONTINUIDADE E NOVAS PROPOSIÇÕES)

AÇÕES REALIZADAS - CONTINUIDADE

Plano Viva Turismo Bahia

- Publicação dos Protocolos Técnicos dos Segmentos Turísticos;

- Vistorias de verificação do cumprimento de protocolos.

NOVAS PROPOSIÇÕES

Projeto Segurança na Bahia é Cultura

- Obter o Selo Internacional de Turismo Seguro Safe Travels, fornecido

pela WWTC para os principais destinos do Estado, com o suporte para
adequação aos requisitos de segurança preconizadas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS);

BIOSSEGURANÇA - Campanha de adesão ao Selo Turismo Responsável – MTur;

- Oficinas de sensibilização e orientação junto ao trade turístico de ações

e informações práticas que passam segurança aos visitantes: realização
de check in prévio, pagamentos sem contato, sinalização de lotação
máxima x capacidade dos ambientes e atrativos, entre outros;

- Disposição do Protocolo de Segurança e Recomendações para Empresas

e Visitantes no novo Portal do Destino;

- Disposição de números oficiais em relação a Covid-19 e/ ou suas

variantes, assim como avanços de enfrentamento, como número de
vacinados, Decretos, leitos disponíveis e etc;

- Argumento da Bahia como “Destino Seguro” de forma uniforme, ampla,

explícita e subliminar em descritivos, apresentações, anúncios,
campanhas, folhetos.

Fonte: Elaborado para o documento.

Eixo Estratégico de Qualicação do Destino e dos Serviços

A Qualificação é um desafio e uma necessidade permanente em um mundo de reaprendizagem constante e que tem no acesso
e na aplicação prática da informação e do conhecimento, as possibilidades de tornar capazes indivíduos, empresas e destinos
em manter uma posição sustentável no mercado. Dito isso, este Eixo Estratégico é mantido e são reforçados seus objetivos
descritos na última Estratégia Turística: (1) a atração de fluxo de turistas de maior poder aquisitivo que gere um efeito
multiplicador na ampliação do índice de gasto médio e, por consequência, (2) a atração de investimentos turísticos mais
sofisticados como hotéis de alto padrão, boutiques ou charmes, marinas e outros, direcionados ao turismo de luxo,
aumentando a oferta de empregos e postos de trabalho.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 57 O Salto para o Futuro

Contudo, apesar de ser uma iniciativa importante, possuir
recursos humanos qualificados para atender uma
demanda mais exigente, não deve ser um objetivo
isolado. Programas de Qualificação Básicos – sobre o
mercado, qualidade no atendimento e as funções da
atividade turística, como já em andamento e realizados
pela SETUR, a exemplo do PROQUALI Turismo e o Hub
Tele-empreendedor, precisam continuar sendo
desenvolvidos e, em paralelo, estruturados programas de
Qualificação Avançados com fim de preparação para o
público mais exigente e do segmento de luxo e outros
prioritários como Étnico, Eventos, LGBTQIAPN+, com o
treinamento em idiomas, etiqueta, pagamentos sem
contato, dentre outros, que não foram contemplados na
última Estratégia, mas passam a compor a proposição
atual, com níveis diferentes e contínuos de
aperfeiçoamento.
Atenção especial deve ser dada à qualificação de guias de
turismo, agentes de segurança e atendentes dos SATs,
que possuem contato direto com o visitante, e precisam
estar preparados nas qualificações básica e avançada.
Importante também o mapeamento das necessidades de
capacitação específicas de cada zona turística e destinos,
para o direcionamento dos treinamentos necessários a
cada realidade, em um plano que defina prioridades e
uma grade de qualificações/ano para monitoramento dos
avanços.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
No que tange a Qualicação dos Serviços, não
só os profissionais vêm sendo contemplados pelas
ações já realizadas neste âmbito, mas também a
qualificação empresarial tem ocorrido e sendo
estimulada, para que sejam aprimoradas a gestão
dos empreendimentos e negócios da área de
turismo. Além de apoiar a empregabilidade, com
maior sensibilidade à preparação de pessoas que
atuam no setor, o empreendedor ou empresário
melhor preparado tem mais chances de êxito,
impactando na geração de receita, arrecadação e
postos de trabalho; o que contribui para uma
cadeia produtiva mais forte e organizada e,
consequentemente, para que a estada dos
visitantes seja satisfatória, o que, de forma
conjunta, reflete na avaliação, fidelização e
recomendação do destino.
Na Qualicação do Destino é mantida a
estrutura atual: o Programa de Pesquisa e Estudos
Econômicos, que tem o objetivo de aumentar a
competitividade através da mensuração e
acompanhamento do desempenho do destino com
pesquisas e dados que subsidiem a tomada de
decisão. A proposição atual complementar é a
implantação de um Sistema de Big Data que
subsidie o Observatório de Turismo e ampare
também a Integração Econômica; e o
Programa de Implantação de Infraestrutura
Turística, que objetiva a qualificação da
infraestrutura básica e de apoio vinculada não só a
melhoria da estada e da experiência do visitante,
bem como das condições de vida das populações
residentes e a preservação de seus recursos e da
sua história.
58 O Salto para o Futuro
O último Programa é viabilizado através do Projeto de
Mapeamento de Intervenções, com o levantamento e o
recebimento de solicitações e indicações para ações de
infraestrutura pública na requalificação de equipamentos
turísticos, do patrimônio cultural, do acesso rodoviário,
marítimo e aéreo, sinalização turística e, em última
instância, na urbanização de áreas turísticas, incluindo
energia, saneamento e coleta e tratamento de resíduos
sólidos e do Projeto de Atração de Investimentos com a
continuidade da busca por apoio de recursos do MTur, de
órgãos de fomento como bancos e agências
internacionais, e a implantação de um sistema de
financiamento coletivo (crowdfunding), e de prospecção
de parcerias privadas e patrocínios, mais ágeis nas
tratativas e direcionados às necessidades de menor
porte.
O Projeto de Atração de Investimentos Privados é o
grande viabilizador do montante de ações de qualificação
do destino que, por muitas vezes, possui ações
complementares que também beneficiam a qualificação
dos serviços, de profissionais e das empresas, como
suporte imprescindível a requalificação do atrativo ou
infraestrutura urbana, que envolve a função turística do
objeto que sofre a melhoria.
A proposição é que se abram novas frentes para
viabilização de melhorias para além do financiamento dos
agentes de fomento, dos bancos e do próprio Ministério
do Turismo, que geralmente abraçam obras de maior
envergadura ou conjunto de obras para chegar ao objetivo
de estruturação de um destino, atrativo ou equipamento.
A intenção é tornar possível a realização de intervenções
menores, sem que precisem estar submetidas aos
acordos mais longos e com processos mais detalhados
de captação dos recursos e da prestação de contas.
Através do sistema de Crowdfunding, se instaura uma
plataforma de financiamento coletivo para projetos e
ações que a iniciativa privada ou pessoas físicas possam
se interessar, julgar interessantes e apoiar de forma
voluntária. Essa modalidade que visa o benefício direto de
um grupo ou área específica, motivada pelo interesse
coletivo de uma ação rápida, teria o acompanhamento da
Setur para escolha, monitoramento do financiamento e
acompanhamento da execução do objeto do
financiamento.

O modelo de captação de patrocínios segue a premissa de dar visibilidade ao financiador com a exposição do seu logotipo ou
com a divulgação da sua benfeitoria, ou atrelando o nome da empresa ao equipamento, uma obra ou projeto, com a
responsabilidade financeira em contrapartida. Os acordos podem variar pelo período de tempo de implantação e manutenção,
ou aportes mensais, trazidos ao público através de editais e acompanhados através da Setur no que tange ao cumprimento do
contrato.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 59 O Salto para o Futuro

Eixo Estratégico Qualicação do Destino e dos Serviços – Ações Realizadas e Novas
Proposições

EIXO ESTRATÉGICO AÇÕES (CONTINUIDADE E NOVAS PROPOSIÇÕES)

AÇÕES REALIZADAS - CONTINUIDADE

Programa de Qualificação Profissional e Empresarial

- Projeto PROQUALI SETUR

- Projeto TurisQualy
- Projetos de qualificação profissional em conjunto com a SETRE
- Projeto HubTele-Empreendedor
- Projeto Empreende Bahia
- Projeto de Qualificação dos Gestores Municipais
Programa de Pesquisa e Estudos Econômicos

- Projeto de Reestruturação Observatório do Turismo

- Projeto de Atração de Investimentos Privados
Programa de Implantação de Infraestrutura Turística

- Projeto de Mapeamento de Intervenções Turísticas

NOVAS PROPOSIÇÕES
QUALIFICAÇÃO DO
Programa de Qualificação Profissional e Empresarial
DESTINO E DOS
SERVIÇOS - Projeto de Qualificação Empresarial (Formalização do negócio, Inovação
tecnológica e aperfeiçoamento da gestão, Preparação para o atendimento
ao público Premium.)

- Programas Básico e Avançado de Qualificação profissional, com atenção

a profissionais de linha de frente como Guias de turismo, Agentes de
Segurança e Profissionais de Informação – SATs

- Elaboração e Publicação da Cartilha de Orientações para a Gestão

Pública Municipal de Turismo

Programa de Pesquisa e Estudos Econômicos

- Contratação / Convênio para Pesquisa de Demanda e do Turismo

Receptivo anual para subsidiar o planejamento, bem como o Observatório
do Turismo;
Programa de Implantação de Infraestrutura Turística

- Projeto de Qualificação dos Técnicos de Investimento

- Projeto de Implantação de mecanismos de crowdfunding

(financiamentos coletivos para projetos).

- Captação de Patrocínios Privados para Projetos menores de qualificação.

Fonte: Elaborado para o documento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 60 O Salto para o Futuro

Eixo Estratégico da Integração
Econômica
Para além da associação da atividade turística com a
produção local, como um meio de inclusão social e
contribuição para a economia criativa, são dois os
objetivos deste Eixo Estratégico para década 2020 –
2030: o primeiro é ampliar a aplicação do conceito a
partir de arranjos produtivos com outros setores da
economia que consolidem o turismo na matriz econômica
do Estado, bem como indutor do desenvolvimento
regional, geração de empregos e distribuição de renda a
partir da atuação conjunta da Setur e Câmaras Técnicas de
Turismo devidamente profissionalizadas, preparadas e
com desempenho monitorados.

O segundo objetivo é desenvolver um ambiente favorável

de negócios através da (1) Implantação de um Sistema de
Big Data, que permita a coleta e análise de um grande
volume de dados e cruzamento de informações de
diferentes fontes que subsidie o planejamento da
atividade, indicadores de performance e a tomada de
decisão por dirigentes de empresas públicas/privadas e
de investidores e (2), de uma Incubadora de Inovação e
Tecnologia para o Turismo, que possibilite o suporte para
implementação e compartilhamento de negócios e A Integração Econômica tem como premissas promover
soluções para o setor. fenômenos de cooperação e unificação de ações com
medidas que promovam a integração entre empresas,
setores da economia ou ainda entre municípios e regiões
e, que também propicie uma melhor alocação dos fatores
de produção e dos recursos disponíveis para diminuição
dos custos, melhoria da qualidade dos bens produzidos
ou serviços prestados e aumente os ganhos em economia
de escala.

Um exemplo de como expandir a Integração para além da

produção local ou economia criativa, mas em ações
conjuntas com outros setores, se dá por meio dos
Eventos na modalidade de feiras de negócios, atividades
de caráter turístico que promovem outros setores da
economia como objetos de sua atuação
.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 61 O Salto para o Futuro

A captação conjunta de eventos de diversas áreas como
uma feira náutica, do setor do agronegócio ou do varejo
para serem sediadas no Estado, pode impulsionar, por
exemplo, não só a cadeia produtiva dos Eventos, mas o
setor objeto-tema da feira ou exposição, que poderão
captar potenciais investidores ao Estado para fazer
negócios.
Outra ação necessária é a isenção de remessas e retornos
de mercadorias - Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), com destino às
exposições e feiras com vistas à exposição do público em
geral, como já ocorre em outras Unidades da Federação,
capaz de contribuir para o maior interesse da realização
desses eventos na Bahia, igualando sua competitividade
neste aspecto frente a outros destinos que já aderiram a
essa medida, e fortalecerá também a economia dos
setores que terão negócios realizados no Estado.
Outra possibilidade de Integração Econômica entre
setores, é a aliança entre a indústria da cultura e
entretenimento, incentivando a vinda de visitantes para
shows, peças e exposições com promoções para
aumento da estada, difundindo a cadeia do turismo para
logística, tornando a viagem desejável. Também no
quesito promoção, o turismo e outros setores da
economia, poderiam participar de maneira conjunta de
forma a maximizar a presença do Estado em eventos,
viagens de benchmarking e famtours, além de
propaganda dirigida.
Festival de Jazz do Capão
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Origem Week
Acerca do objetivo de promover um ambiente de negócios
favorável, uma premissa para a Integração Econômica
proposta é a coleta de informações, geração, análise e
compartilhamento de dados para o planejamento de
soluções e ações que possam ser executadas de forma
conjunta e compartilhada para benefício coletivo, em
negócios da cadeia produtiva do turismo, em conjunto
com outros setores, de forma que haja um ganho para o
Estado de forma geral.
Para tanto, a ferramenta de Big Data é novamente
imprescindível, um mecanismo de coleta de dados
que permita análise de informações através de um
software, que organize e forneça o cruzamento de
dados, gerando insights e, que balize ações para
promoções personalizadas para cada demanda,
melhoria da oferta ou até encontrar modelos mais
sustentáveis de gestão, como se faz na Espanha, na
cidade de Bedidorm, pioneira na utilização de Big Data, a
primeira no mundo a adotar as normas de Destino Turístico
Inteligente, e que atribui à adesão desta inovação e
tecnologia, a visitação de 12 milhões de turistas por ano
(2017), ou ainda a Cidade do México, que aumentou em
11 milhões o número de visitantes estrangeiros entre 2014
e 2016, após o início da utilização do trabalho com dados.
A outra premissa proposta para a criação de um ambiente
de negócios favorável é a implantação de uma
Incubadora de Inovação e Tecnologia para o
Turismo, um ambiente que acolha startups que forneçam
soluções para empresas, destinos ou viajantes a partir de
desafios demandados pelo setor, além de promover a
capacitação para inovação, a mentalidade criativa e
compartilhar as iniciativas que podem acelerar o
desenvolvimento na atividade turística.
62 O Salto para o Futuro
Para o compartilhamento dessas soluções, no entanto,
indica-se a implantação de um sistema de Crowdsourcing
para a terceirização coletiva das empresas cadastradas.
Trata-se de modelo de produção que usa conhecimentos
coletivos e voluntários, disponibilizados em nuvem, para
solucionar questões cotidianas dos negócios ou
demandas sazonais/ temporárias, desenvolver novas
tecnologias, criar conteúdo ou prover serviços.
Por fim, as Câmaras Técnicas de Turismo poderão ter um
papel primordial no processo de Integração Econômica,
mapeando as possibilidades e à frente da articulação
para formação de centrais de compra e aquisição de
bens em conjunto, por empreendedores e empresas do
mesmo segmento, a exemplo de lojas de artesanato e
artesãos, bares e restaurantes, pousadas e meios de
hospedagem da mesma zona turística, na intermediação
para a produção associada ao turismo, no repasse e
implantação das inovações e soluções de base
tecnológica para os negócios e destinos. Vislumbra-se,
portanto, essa realidade a partir da profissionalização
dessas estruturas e a capacitação abordada no Eixo
Transversal de Gestão Compartilhada.

Eixo Estratégico da Integração Econômica – Ações Realizadas e Novas Proposições

EIXO ESTRATÉGICO AÇÕES (CONTINUIDADE E NOVAS PROPOSIÇÕES)

AÇÕES REALIZADAS - CONTINUIDADE

- Projeto de Pesquisa da Produção Associada ao Turismo (PAT)

- Projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva

- Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos locais

NOVAS PROPOSIÇÕES

Projeto de Pesquisa da Produção Associada ao Turismo (PAT)

- Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de PAT na Costa dos Coqueiros,

a exemplo no ocorrido em Praia do Forte e Iguape, mapeando a produção
local.
INTEGRAÇÃO
Projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva
ECONÔMICA
- Projeto de isenção/redução do ICMS para Feiras e Exposições;

- Formatação de um catálogo virtual de Manifestações Culturais e

produtos característicos do Estado para Organizadores de Eventos.

Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais

- Articulação para formatação de Centrais de Compra Coletiva ou

Certificações profissionais conjuntas;

- Interlocução com os empreendimentos hoteleiros que estão se

instalando na Zona Turística e Produtores Locais para futuros negócios.

Sistema de Monitoria e Avaliação da Zona Turística

Fonte: Elaborado para o documento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 63 O Salto para o Futuro

Eixo Estratégico de Promoção e
Marketing
A Bahia é um estado vanguardista, principalmente na
promoção e propaganda. É chegado o momento de
aplicar a criatividade peculiar do baiano na divulgação de
seus destinos, inovando na participação em feiras e
eventos nacionais e internacionais e nos formatos de
Stand da Bahia na Feira da ABAV
comercialização com distribuidores e cliente final, o
visitante; alicerçado em recursos tecnológicos que deem
uma versão atual e atraente à sua comunicação e conduza Outras iniciativas em elaboração pela Setur, importantes
o setor a dar um salto para o futuro. de serem desenvolvidas são os Projetos Bahia
Redescobre a Bahia, promovendo o estímulo ao
No momento em que a atenção das pessoas é o novo turismo regional em espaços de grande circulação, tais
petróleo, não é resolutivo apenas ter a oferta estruturada, como: shoppings e o Projeto Volte Sempre Bahia, que
em constante melhoria e um pacto entre os atores pelo possibilita a avaliação de atrativos e destinos pelo turista,
avanço contínuo da capacitação ou da gestão através de QR Code, proporcionando a sensação de
transparente. Fazer chegar ao conhecimento dos turistas pertencimento e conexão que as pessoas têm valorizado
as múltiplas possibilidades de viagens, particularidades muito, por serem ouvidas e terem sugestões atendidas e
e vantagens e destacar-se dentre tantas opções, torna-se premiadas, o que pode gerar mais conteúdo positivo.
uma condição crucial, que reflete no aumento do fluxo de
visitantes e impactam no faturamento e na distribuição de Essa forma diferente de expressar, de maneira conectiva,
receita do setor, o que retroalimenta ações e assertiva e que gere confiança, endossado por
investimentos que possam tornar o destino depoimentos de visitantes o que a Bahia tem a oferecer,
continuamente inovador, inteligente e competitivo. prevê informações sobre segurança, logística,
entretenimento e noções de preços, entre outros, seria
Para esse Eixo, são indicadas a manutenção do inédita no Brasil, e apoiaria a postura a que se propõe o
Projeto Divulga Bahia com a continuação da novo posicionamento. É preciso um catálogo, por
participação em road shows próprios ou de parceiros em segmentos e perfil de demanda, meios de gerar desejo
destinos emissores, com atenção do alinhamento ao pelas imagens em vídeos (formato mais aceito) e relatos e
novo posicionamento mais moderno, inovador nos experiência de pessoas de referência, tecnicamente
formatos, utilização de jogos, vídeos, presença de formadores e, socialmente, influenciadores de opinião.
celebridades com realities ou como cicerone, o tour ou
realidade virtual, dentre outras opções, e também do
Projeto de Reformulação do Site Ocial, que já está
em andamento e sugere-se a ampliação do conteúdo,
com a disposição das informações de Biossegurança,
opções de idiomas, inserção do calendário de eventos
culturais e captados, catálogo de atrativos e destinos
pelos perfis de públicos e um painel de depoimentos,
tudo replicado nas redes sociais, de forma mais dinâmica
e com a linguagem específica de cada canal.
Projeto Divulga Bahia

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 64 O Salto para o Futuro

Como nova proposição fundamental, se faz
necessário um Programa de Rebranding ou
Reposicionamento da Marca Bahia, que inicie com
um novo logotipo, mais moderno e embasado em um
plano de marketing do destino, robusto, considerando da
identidade ao discurso e argumentação, uma
uniformidade que, pela repetição, coloque a Bahia na
mente das pessoas e torne seus destinos verdadeiros
desejos de viagem, e também seja previsto um plano de
ação estratégico de acordo com o perfil dos públicos por
segmentos prioritários.
O Programa de Modernização da Promoção busca
considerar a adoção de uma comunicação autêntica,
relacionada com a identidade do Estado, de seus recursos
e de seu povo, trazendo uma linha cosmopolita, com
valores bem definidos e alinhados com o mundo pós-
pandêmico e com os públicos que se quer atingir. O
programa contempla o direcionamento da linguagem
para cada canal de contato com o visitante, os formatos e
parcerias que podem ser explorados, a produção de
conteúdo – com levantamento de atrativos e
manifestações que podem ser trazidas a público e
comercializadas nas entrelinhas, através da manutenção
do site e redes sociais. Ainda, se antevê a estruturação de
um processo de escolha, apresentação e mensuração da
participação da Bahia em eventos nacionais e
internacionais, para diversificação e melhor
direcionamento do que pode gerar mais resultados
através de visitação, perfil e gasto do turista ou
distribuidores.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Traçado o perfil do público que tem como principal
motivação de viagem a participação em Eventos, que
possui uma duração maior da estada, com a
possibilidade de retorno ou aumento da permanência
para aproveitar o destino após os seus compromissos, é
proposto o Programa de Captação de Eventos.
Nesse programa a captação de eventos se dá através de
várias frentes, que podem ser convergidas através do
reestabelecimento de um Escritório Estadual de Captação
de Eventos. A Bahia foi o terceiro destino no Brasil, junto
com Gramado, em 1999, a abrir um Convention Bureaux e
ter uma equipe e um plano de ação dedicados à trazer
eventos para o Estado, participar de concorrências e
prospectar os melhores eventos no que se refere aos
gastos e receitas para os seus destinos. Urge retomar
ações direcionadas ao incremento deste segmento.
A manutenção e divulgação de um calendário de eventos
culturais, de entretenimento, esportivos e também
corporativos e de negócios captados à disposição dos
viajantes, podem trazer turistas avulsos, além de
persuadir promotores a escolher os destinos do Estado
como sedes de seus eventos, com a apresentação dos
equipamentos e espaços disponíveis.
E o mais relevante, o encaminhamento de estudos que
definam uma área ou local destinado a um novo Centro de
Convenções com Pavilhão de Feiras na capital, e a
requalificação do Centro de Eventos de Ilhéus, que
permitam a ampliação do recebimento de eventos de
grande porte, mais valorosos para a economia do Estado.
Feira WTM
65 O Salto para o Futuro
Eixo Estratégico da Promoção e Marketing – Ações Realizadas e Novas Proposições

EIXO ESTRATÉGICO AÇÕES (CONTINUIDADE E NOVAS PROPOSIÇÕES)

AÇÕES REALIZADAS - CONTINUIDADE

Projeto Divulga Bahia

- Participação em Eventos Nacionais e Internacionais;
- Road Shows de Capacitação e apresentação do Destino;
- Publicidade (acrescentar - campanhas Google ADS e Facebook ADS);
- Ações de Relacionamento com a Imprensa (acrescentar convênio Abrajet
BA).
Projeto Reformulação Site Oficial.

NOVAS PROPOSIÇÕES

Programa Rebranding Bahia

- Nova marca e posicionamento do Destino;
- Plano completo de Marketing para o Destino.

Programa de Modernização da Promoção

- Ampliação da Reformulação do site oficial com atualização e ampliação
do conteúdo, acréscimo de idiomas, informações de Biossegurança,
opções de Destinos, tour virtual, informar Calendário de Eventos do Estado;
PROMOÇÃO - Eventos Culturais e Captados;
E MARKETING - Parcerias com personalidades e celebridades para famtours e web séries
para ampliação do alcance de produtos e roteiros;
- Modernização e adição de serviços aos SATs;
- Modernizar formatos de capacitação de Operadoras;
- Adoção do Omnichannel*.

Programa de Captação de Eventos

- Formatação e divulgação do calendário de eventos;
- Divulgação dos Eventos Captados;
- Reestruturação do Escritório de Captação de Eventos;
- Encaminhamento de um equipamento estadual para recebimento de
Feiras e Eventos;
- Mapeamento dos Eventos Culturais e Festas Juninas do Interior em um
Censo que permita análise de potenciais atrativos e produtos para o
Turismo Regional.

Projeto Volte Sempre Bahia

- Avaliação do Destino pelo Turista através de QR Code nos principais
Atrativos.

Projeto Bahia Redescobre a Bahia

- Promoção do Turismo Regional.

Fonte: Elaborado para o documento.

*Omnichannel - Estratégia de presença simultânea em diferentes canais de comunicação online cada plataforma e perfil de público usuário.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 66 O Salto para o Futuro

Eixos Transversais
A concepção da transversalidade é o princípio do que
permeia vários assuntos ou objetos. Os Eixos Transversais
são programas únicos que devem ser premissas e estar
contemplados em todas as ações dos Eixos Estratégicos,
como pontos a serem atentados e introduzidos, como
norteadores ou ferramentas de mecanismo de execução
propriamente dita.
Gestão Participativa
Segunda Conversa com o Trade - Praia do Forte
O Turismo é um setor com ampla rede de atores em um
contexto diversificado não só pelos múltiplos recursos
envolvidos, mas pela extensa cadeia produtiva para que
funcione – da estruturação à comercialização, e “requer
um planejamento que articule técnica com política,
estabeleça, coerentemente, as ações face aos objetivos e
aos meios para alcançá-los, além de formular estratégias
para que os atores participem de maneira efetiva”.
(FIGUEIREDO FILHO & MULLER, 2002, pág.121).
Apesar dos desafios colocados na mediação dos diversos
interesses, o adequado planejamento participativo,
conduzido pela esfera estatal, pode propiciar
significativos benefícios, tais como: direcionar as
expectativas dos diversos agentes privados (empresários,
investidores, profissionais, entre outros) e permitir o
processo de desenvolvimento econômico de modo
sustentável e alinhado aos interesses coletivos que,
quando conduzidos pelo Estado poderá sinalizar, ou ser
sinalizado pelo setor privado das oportunidades ou
ameaças, articular e facilitar novos investimentos ou
alocações de recursos que favoreçam empresários,
visitantes, mas principalmente, a população residente.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para tanto, a Setur, vem criando ambientes de diálogo e
condições para que também sejam tomadas decisões e
articuladas ações em níveis regionais e municipais, com a
capacitação dos gestores majoritários e de turismo das
cidades com a instalação das Câmaras Técnicas de Turismo
nas Zonas Turísticas, que são estruturas de governança que
contam, em média, com 35 participantes e desempenham
um papel estratégico e inovador. Constituem-se em
espaços de articulação de atores públicos, privados,
sociais e do terceiro setor, que têm por objetivo a
proposição, análise, coordenação e monitoramento de
políticas, planos, projetos e ações na busca do
desenvolvimento do turismo sustentável na sua zona de
atuação.
O Programa de Capacitação e Gestão Compartilhada
se concretiza com o fortalecimento da gestão nas Câmaras
Técnicas de Turismo, que servem para institucionalizar a
organização de grupos de interesses comuns, que podem
ser privadas, públicas ou mesmo parcerias público-
privadas. O modelo previsto dessas organizações na Bahia
é o de Associações. O objetivo do programa é subsidiar a
profissionalização dessas instâncias, de forma que possam
ter uma sede, profissionais de suporte direto como
administradores e secretárias e, pela estrutura formalizada,
estarem aptos a gerar convênios e contratar assessoria de
terceiros para consultoria e pareceres técnicos. Ademais,
capacitação dos técnicos e seus dirigentes para
padronização de processos, estabelecimento de metas e
um plano de monitoramento da performance será instituído
para direcionamento e acompanhamento das ações de
forma articulada e sob a tutela da Setur.
Reunião Câmaras Técnicas
67 O Salto para o Futuro
Regionalização e Interiorização
A Política Nacional de Turismo, possui dentre os seus
princípios a Regionalização, que é adotada pela Bahia
desde os primórdios da estruturação econômica do setor
turístico. A integração territorial dos produtos turísticos
ofertados e a participação conjunta nas decisões,
articulações e comercialização promovem a diversificação
e o aumento da qualidade da oferta turística e amplia a
competitividade enquanto produtos.
A Regionalização atua sob duas perspectivas, que são: (1)
fortalecer roteiros e rotas com a união de atrativos
próximos comercializados sob um mesmo tema ou
produto, de forma que se justifique a atração do fluxo e
mais investimentos; (2) contemplar municípios que
possuem uma clara vocação para o turismo, ou seja, que
não recebem o turista em seu território, mas desempenha
um papel de provedor ou fornecedor de mão-de-obra ou
de produtos destinados a atender o turista. O trabalho
regionalizado permite, assim, ganhos não só para o
município que recebe o visitante, mas para toda a região de
suporte.
As atividades desse Eixo estão contempladas no Programa
de Regionalização, que prevê como projetos: (1)
Sensibilização e Mobilização para uma atuação conjunta
dos atores nas suas Regiões; (2) Estudos de
Competitividade e Necessidades para os Destinos
Indutores e a Roteirização Turística.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para a década 2020-2030, os objetivos são criar um
plano de orientação para implantação de roteiros e
sinalização turística, articulação para o estímulo da
produção associada, identificação de possibilidades
de integração econômica e o mapeamento dos
eventos e manifestações culturais com potencial
turístico de todo o Estado. Este último é fundamental
para o incremento do turismo regional. Como
Projeto norteador, se destaca a criação de um
Sistema de Monitoria e Avaliação das Zonas
Turísticas, de forma que possam ser mensurados os
avanços e pontos de melhoria na Jornada do Turista,
na construção de destinos mais inteligentes e na
inovação da oferta e seus processos.
A Regionalização possui um papel fundamental na
balança econômica para destinos como a Bahia, que é o
terceiro Estado no ranking do turismo doméstico, com
55% do fluxo oriundo do próprio Estado, oferecendo
variadas opções para que seus próprios visitantes se
sintam à vontade em circular internamente em vez de
escolher destinos de outros Estados e países. Ações de
promoção como o Projeto Bahia Redescobre a Bahia têm
o intuito, além do incremento das Festas Juninas e o
mapeamento de eventos e manifestações culturais,
apresentar opções de atrativos para finais de semana,
feriados prolongados e férias de curta duração, que
estimulem o baiano e habitantes de municípios
fronteiriços a desfrutar a própria Bahia.
68 O Salto para o Futuro
Na Bahia existem destinos e segmentos turísticos
(tipos de viagem de acordo com a motivação principal)
que já possuem fluxo natural e estão consolidados como
opções de viagem, a exemplo do Turismo de Sol e
Praia. Em contraponto, há segmentos em que a Bahia
possui um grande potencial, variedade de atrativos e
oferta já estruturada e que podem ampliar o quantitativo
de visitantes e turistas através de ações direcionadas de
apresentação e promoção desses produtos.
Fatores Denição x Segmentos| Públicos Prioritários
Fonte: Elaborado para o documento.
Esses aspectos possibilitarão um aumento do fluxo, mas
também a qualidade do turista no que tange ao gasto e
permanência, pela postura de respeito e interesse por
atrativos e atividades em ambientes naturais, além de
alinhamento com as premissas de diversidade, inclusão e
sustentabilidade, adotadas e prestigiadas pela Bahia.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
A partir da análise de tendências, das pesquisas sobre
produtos e destinos nos sites de operadoras físicas e on-
line, além de constatações sinalizadas pelos técnicos da
Setur, se definiu um posicionamento quanto aos
segmentos de mercado e públicos para os quais será
direcionada a atenção, com base em três fatores: (1)
crescimento do referido segmento de mercado e do volume
de turistas no perfil (2) gasto turístico; (3) aderência à
diversidade, inclusão social e sustentabilidade, além de
relação com os produtos (destinos) do Estado.
Para demonstração da aderência dos segmentos e
públicos definidos com a realidade e os produtos
(destinos) turísticos consolidados e potenciais do
Estado, é apresentado nos quadros das próximas páginas,
que faz a correlação dos destinos consolidados e
potenciais de cada zona turística com seus respectivos
públicos e segmentos.
69 O Salto para o Futuro
Produtos Turísticos Bahia x Segmentos e Públicos

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 70 O Salto para o Futuro

 Ecoturismo | Aventura | Cicloturismo |
Enoturismo | Agroturismo | Cultural |
Saúde e bem-Estar | Premium |
LGBTQIAPN+

Rio de Contas | Iramaia | Ibicoara |

Boa Vista do Tupy | Jacobina |
Barra do Mendes

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 71 O Salto para o Futuro

 Santa Cruz de Cabrália (Santo André)

Sol e Praia | Eventos | Cultural |

Premium | Saúde e Bem-Estar |
Gastronomia | Náutico | LGBTQIAPN+ |
Subaúma | Massarandupió | Baixio Ecoturismo | Aventura | Religioso
(Esplanada) | Vilas do Atlântico |
Buraquinho (Lauro de Freitas) |
Barra do Itariri | Arembepe | Itacimirim |
Busca Vida | Guarajuba |
Barra do Jacuípe (Camaçari)

Juazeiro | Sobradinho

Fonte: Elaborado para o documento a partir da pesquisa em OTAs, sites de operadoras físicas, análise conjunta com
dirigentes e equipe técnica da Setur.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 72 O Salto para o Futuro

A partir da análise dos segmentos e públicos cabíveis à
cada destino/ produto e, considerando os três fatores
citados, foram definidos pontos focais para esta década.

Como mencionado anteriormente, a atenção voltada à

atração de demandas específicas não anula o trabalho
cotidiano em prol de todas as zonas turísticas, nem
tampouco ações de implementação de infraestrutura,
promoção e marketing; apenas direciona, através de
grupos de trabalho para acompanhamento do perfil,
números e tendências, a fim de obter um melhor
relacionamento com Associações e Entidades,
promoção em veículos e eventos específicos, a
estruturação e comercialização dos produtos definidos
como estratégicos a partir da catalogação e de uma
comunicação mais assertiva para que o que está sendo
naturalmente mais procurado ou sinalizado como uma
tendência, não deixe de ser melhor aproveitado pela
Bahia para maximização de seus resultados.

Posicionamento Destino Bahia

POSICIONAMENTO Estratégico – destino BAHIA (um salto para o futuro)

Fonte: Elaborado para o documento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 73 O Salto para o Futuro

Segmentos Prioritários
Saúde | Bem-Estar (Wellness)

O mercado global (produtos, serviços e viagens) de bem-

estar (ou wellness) está avaliado em mais de US$ 1,5
trilhão, com um crescimento anual estimado entre 5% e
10%. A Research Dive, consultoria internacional em
pesquisa de marketing, estima que a indústria global de
saúde e bem-estar deva atingir mais de US$ 6,5 trilhões
até 2026, e crescer a uma taxa de 4,8%.

O mercado do turismo focado no bem-estar cresceu, de

2015 a 2017, 6,5% ao ano, mais que o dobro do turismo
geral. E estima-se que, em 2022, esse tipo de viagem
representará 18% do mercado mundial de viagens,
segundo a Global Wellness Institute (GWI).

Presente em todas pesquisas e estudos de tendências

pós-pandemia, a atividade turística que tem como
motivação de viagem a saúde e a busca pelo bem-estar é
uma demanda crescente que despontou após a
valorização da integridade física e mental. Sua oferta é
composta por locais que priorizam o descanso,
atividades de reflexão ou integração corporal e
relaxamento, além de atividades que promovam
transformação interna a partir de experiências.
O mercado de saúde e bem-estar tem como premissa não
um tipo de atividade ou ambiente, como os demais
segmentos, mas a aplicação do conceito de Slow Travel,
que questiona a condução de forma apressada, pouco
aproveitada ou refletida. O Wellness Tourism permite
várias proposições: fazer uma trilha ou aprender a escalar,
experimentar uma aula de yoga, visitar um SPA, participar
de uma Cerimônia Tradicional do Chá ou de outros rituais
religiosos, meditar em cenários diferenciados, degustar
refeições planejadas e equilibradas com ingredientes
locais, ter vivências na natureza, dentre outras atividades
que fazem parte dos roteiros de bem-estar, promovendo a
mudança íntima e a realização pessoal.
A principal plataforma de Turismo especializada em
oferecer vivências exclusivas e focadas no bem-estar, a
Yotus, presente em 40 países, chegou ao Brasil e pretende
colocar o país na rota dos melhores destinos do mundo
para o turismo de bem-estar, com um portfólio que inclui
Itacaré como um de seus destinos, mas que poderia
contemplar muitos outros destinos, equipamentos,
resorts e atrativos capazes de gerar experiências internas
e transformação.
Além de SPAs referendados, comunidades alternativas e
belos cenários para práticas holísticas e de contato com a
natureza, a Bahia possui de destinos a templos que
podem ser catalogados e organizados de acordo com a
preferência de atividade e a busca dos visitantes, que se
enquadram no estilo de viagens que tem sido procurada
por esta parcela significativa de viajantes.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 74 O Salto para o Futuro

Turismo Cultural

O Turismo Cultural é bastante difundido na Bahia, mas

tem a sua ênfase na visitação de sítios arqueológicos,
atrativos do patrimônio material e, mesmo imaterial, em
geral, com elementos de um acervo que retratam a
história. A proposição para um novo portfólio é a ênfase
em dois pontos peculiares da Identidade da Bahia e de
seu povo, destacados na formatação de produtos
específicos para atender as motivações de viagens que se
apresentam como tendências: a Gastronomia e o Turismo
Étnico.

Turismo Gastronômico

Pesquisas da Organização Mundial do Turismo apontam a

Gastronomia como o terceiro maior impulsionador de
viagens no mundo. No Brasil, a Gastronomia movimenta
cerca de R$ 250 bilhões por ano, segundo cálculos da
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

A OMT também tem investido no segmento e promove, há

três anos, a Competição Global de Startups de Turismo de
Gastronomia. A disputa tem a missão de identificar
desafios e projetos inovadores para o segmento, além de
tornar o setor mais inclusivo, sustentável e resiliente,
aproveitando as ideias como boas práticas para o
A Bahia é reconhecida mundialmente pela sua culinária e
desenvolvimento do segmento e do setor como um todo.
já sedia consolidados festivais gastronômicos. Além do
acarajé, moquecas ou doces como a cocada e bolinho de
estudante, possui outros produtos ligados à Gastronomia,
como a Estrada do Chocolate e o Enoturismo já descritos
anteriormente. Conta também com a Rota da Cachaça, na
qual a Setur estima existir 18 municípios que produzem
19 diferentes tipos de cachaça artesanal.

A Bahia, indiscutivelmente, é uma potência no quesito

Gastronomia, e certamente há aspectos que podem ser
melhor explorados, organizados como produto e ofertado
de forma dirigida a visitantes que definem destinos para
se dedicar a degustar e conhecer a culinária local ou
característica.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 75 O Salto para o Futuro

Turismo Étnico – Afro | Indígena
Motivação de viagem para conhecer aspectos referentes a
ancestralidade negra ou indígena, marcos históricos e
vivenciar aspectos do cotidiano antigo, tradições e a
forma como, nos dias de hoje, grupos que ainda vivem
em comunidades preservando a cultura e hábitos, como
quilombos* e aldeias são algumas das atividades deste
segmento, que possibilita através do turismo, o resgate, a
preservação e a valorização cultural.
A Bahia possui fortes elementos para o desenvolvimento
de roteiros e produtos nas duas vertentes pela sua
história, inicialmente com os indígenas, povos
originários do continente e que marcam toda a
colonização, assim como os afrodescendentes, oriundos
de africanos trazidos para o trabalho escravo, que
tornaram Salvador conhecida como a cidade mais negra
do mundo fora do continente Africano, e do Recôncavo
baiano, um ambiente repleto dessa cultura como
tradição.
O Étnico Afro é definido como uma “vertente do turismo
cultural e valoriza o patrimônio material e imaterial da
população negra e sua identidade, por isso, é também
chamado de afroturismo. Apesar do objetivo ser
conhecer, viver e reviver mais da cultura e história negra,
pode ser praticado por qualquer pessoa” (DIAS,
Guilherme. Guia Negro – Site Oficial, 2020).
O Boletim de Inteligência e Tendências do Sebrae, aponta
o afroturismo como meio para dar destaque à cultura
negra dos locais visitados e dar prioridade a fornecedores
negros da cadeia produtiva, tomando-se ações afirmativas
para deixar viajantes negros mais confortáveis, acolhidos
e seguros ao viajar.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Terreiro de Candomblé
E já foram listados para marketplace**de viagens negras,
agências de intercâmbio voltadas a esse público e
agências que oferecem experiências afrocentradas.
Nos Estados Unidos, o chamado #blacktravelmovement,
leva os afro-americanos para experiências em países
africanos ou da diáspora negra, movimentando bilhões de
dólares todos os anos, através de empresas que realizam
viagens afrocentradas que tem no Brasil como principais
destinos Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, e indicam
uma expectativa de que esse movimento seja crescente
nos próximos anos, com o aumento pelo interesse em
conhecer mais da história da população negra, que é
maioria da população brasileira.
O Turismo Indígena é desenvolvido nos limites das terras
indígenas ou fora deles com base na visitação de atrativos
e consumo de produtos de identidade cultural do povo-
comunidade indígena.
Quando bem planejado e organizado, tais segmentos de
turismo têm como uma de suas funções a de potencializar
a cultura local, principalmente no que diz respeito aos
elementos ligados à dança, ao artesanato e à pintura, ao
canto e à reza, à língua nativa, às bebidas e comidas
típicas, à agricultura, entre outros elementos tradicionais.
Nesse caminho, possibilita novas formas de subsistência
familiar, tanto para a sociedade indígena como aqueles
envolventes aos seus territórios (JESUS, J L. Revista
Brasileira de Ecoturismo, 2014), constituindo uma
oportunidade de integração e distribuição de renda, tendo
a atividade turística como indutor desse fenômeno, mas
atentando para a não objetificação ou mercantilização
vazia e desordenada, evitando uma representação
desfocada e oportunista.
*Quilombos - Remanescentes formados por descendentes de
escravos fugitivos durante o período da escravidão.
**Marketplace – Espaço virtual onde se faz comércio eletrônico.
76 O Salto para o Futuro
Turismo Religioso

Segundo dados do Relatório de Tendências 2015 da

World Travel Market Latin America, sobre o turismo
religioso, o Brasil se destaca como um dos maiores desse
segmento no mundo. Dados complementados pelo MTur
sobre o Brasil, indicam que 10 milhões de visitantes
fizeram viagens sem pernoite no destino (excursionistas)
e outros 7,7 milhões permaneceram, pelo menos, uma
noite no local.

A Bahia, é um dos principais destinos do Brasil neste

segmento. Movimentou cinco dos 17 milhões de turistas
com esta motivação de viagem. Reconhecida pela sua
religiosidade, possui expressivos destinos como
Salvador, com mais “de uma igreja para cada dia do ano”
totalizando 372 templos, segundo sua Arquidiocese. A
Igreja do Senhor do Bonfim é um emblemático cartão
postal, pela sua festa e procissão e as famosas fitinhas e
sua tradição.

Com a santificação de Irmã Dulce, a capital baiana ganha

um local com status de peregrinação. A primeira e única
Santa do Brasil é baiana, e possui um Memorial e um
Santuário que passou a movimentar e dar a sua Exposição temporária - Santa Dulce
contribuição efetiva para o turismo.

Apesar disso, a capital da fé na Bahia não é Salvador, e

sim Bom Jesus da Lapa. Terceiro maior destino de
peregrinação do país, atrás somente de Aparecida (SP) e
Juazeiro do Norte (CE). Durante 2019, mais de 2,5
milhões de pessoas visitaram a cidade, segundo dados
da prefeitura. As caravanas chegam de toda parte e
durante todo o ano, no entanto, as duas grandes romarias
estimam receber 600 mil visitantes, chegando a 1 milhão
de pessoas no período.

A Cidade Santa, que fica em Dias d'Ávila, na região

Romaria em Bom Jesus da Lapa
metropolitana de Salvador, é o terceiro grande destino do
turismo religioso e promessa do Estado, em uma área de
um milhão de m². O santuário, com capacidade para sete
mil pessoas, é um projeto auspicioso que conta com
espaço para dez capelas, restaurantes, pousadas, lojas e
áreas de retiro espiritual.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 77 O Salto para o Futuro


Turismo de Eventos
A segunda maior motivação de viagem para o Estado,
após o lazer, é a participação em eventos ou viagens de
negócios. Em 2019, Salvador figurou como quinto
destino do país em recebimento de eventos
internacionais no criterioso ranking da International
Congress and Conventional Association (ICCA),
apresentado na figura abaixo, uma improvável colocação
que mostrou a força da cadeia produtiva de Eventos no
Estado, mesmo sem Centro de Convenções ou
equipamento similar, e com o mercado fragilizado, com a
perda de hotéis que apoiavam com espaços para maiores
eventos.
Importante registrar que o ranking considera apenas
eventos internacionalmente conhecidos sob a sigla MICE
(Meetings, Incentives, Congress & Events), ou
corporativos e técnico-científicos, retratando apenas
duas das tipologias de Eventos.
A Bahia é um colosso para além do segmento MICE
também quando se fala em eventos culturais, que entre
dezenas no Estado, destaca-se o mundialmente famoso
Carnaval de Salvador, que atrai a imprensa de todo o
mundo e cujo sistema de segurança e organização é
estudado por vários países; os eventos de entretenimento
com shows e festivais que movimentam o denominado
stay vacation, ou turismo local, e o regional em todo o
Estado, além dos eventos esportivos, sediando inúmeras
competições nacionais e internacionais nas mais
diversas modalidades e que são verdadeiros indutores do
turismo ecológico e náutico.
As Feiras de Negócios incrementam a economia, não só
através do fluxo de visitantes, mas pela movimentação de
outros setores da economia e segmentos dos mercados
industrial, alimentício, de varejo geral e agronegócios,
onde, por exemplo, a Bahia sedia, no município de Luís
Eduardo Magalhães, a terceira maior feira agropecuária
do país.

Eventos Internacionais Realizados no Brasil - 2019

Ranking Brasil Ranking Américas Ranking Mundo Cidades Quantidade Eventos
2019 2019 2019 Internacionais (2019)
- 4º 20º BRASIL 209
1º 8º 47º São Paulo 56
2º 19º 88º Rio de Janeiro 33
3º 35º 191º Foz do Iguaçu 15
4º 48º 247º Brasília 11
5º 62º 289º Porto Alegre 9
5º 62º 289º Salvador 9

Fonte: International Congress and Convention Association – ICCA, 2020.

O turismo de eventos é uma “indústria” que movimenta 52

atividades econômicas. Em 2019, no Brasil, o faturamento
do segmento correspondeu a 4,3% do PIB nacional,
movimentando 209,2 bilhões de reais e gerando
aproximadamente 1,9 milhões de empregos, segundo a
Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc).
Pesquisa da FGV demonstra que o gasto do turista de
eventos internacionais é, pelo menos, quatro vezes maior
que o de turista de lazer, U$ 304,00 contra U$ 73,77, dados
que denotam a importância econômica do segmento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 78 O Salto para o Futuro

Turismo Náutico
Neste segmento estão contempladas as motivações de
viagens relacionadas com atividades náuticas, através da
utilização de embarcações como barcos e/ou navios para
a movimentação de passageiros com fins de visitação
turística, a exemplo de cruzeiros marítimos, atividades
executadas com embarcações de passageiros de maior
porte, com percursos e rotas escalando diversos portos, e
as atividades turísticas com embarcações de menor
porte, tais como escunas e lanchas, que transportam
passageiros com intuito lúdico (passeio, estadia a bordo,
pesca) ou ainda, o aluguel de embarcações com ou sem
tripulação.
Para além da via marítima e fluvial com acesso, as
embarcações são um meio prazeroso de transporte para
as atrações turísticas. Outra vertente, as práticas
esportivas como pesca, mergulho e jet sky, dentre outras,
e a participação ou apreciação de competições de
e s p o r t e s e e v e n t o s n á u t i c o s t e m c re s c i d o
vertiginosamente e, a locação de embarcações para
estada em alto-mar torna-se uma tendência com alta de
55% na pandemia, segundo dados da Nautal, maior
plataforma de locação do mundo, atuando inclusive no
Brasil.
O fenômeno denominado Airbnb dos Mares, é uma opção
aos donos das embarcações para otimização dos custos e
manutenção. Consolidando-se nos litorais paulista,
fluminense e pernambucano, pode ser melhor explorado
pelo estado da Bahia, que conta com a Baía de Todos-os-
Santos, além da Baía de Camamu, ambas navegáveis e
com possibilidades infinitas de atrações.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Marina de Itaparica
A Baía de Todos-os-Santos, como objeto principal da
zona turística que leva o seu nome, banha e contribui para
a economia e o turismo de 18 municípios, e passou, ao
longo dos últimos anos, pelas benfeitorias do Prodetur
Nacional Bahia, que contou com uma série de
requalificações urbanas e náuticas, intervenções e ações
de qualificação que prepararam a oferta da região para ser
melhor aproveitada pelos turistas e residentes.
Ecoturismo
O turismo ecológico mobiliza turistas que viajam
motivados por conhecer e praticar atividades no
patrimônio natural e cultural. Utiliza de forma sustentável
esses recursos, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista por meio da
interpretação, da vivência e interação com o ambiente,
promovendo também e principalmente, o bem-estar das
populações.
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira das
Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta),
em 2010, sinaliza que 72% dos entrevistados têm
interesse no Ecoturismo, em conhecer mais o próprio
país e as diferentes atividades oferecidas. Com efeito,
outro indicador positivo do segmento são os recordes de
visitação em áreas protegidas que crescem desde 2010,
batendo novo recorde em 2019 (ICMBIO). Em 2019, as
137 UCs federais receberam 15.335.272 visitas, um
aumento de 20,4% em relação a 2018 (12.389.393).
79 O Salto para o Futuro
Um outro estudo, divulgado pelo Instituto Semeia em julho
de 2019, atesta o potencial do segmento no Brasil, que
ainda tem muito a avançar, considerando a tímida
contribuição do ecoturismo em parques para a receita do
PIB nacional, com apenas 0,14%; mesmo com o Brasil
ocupando a 1ª posição do mundo no volume de patrimônio
natural, e os parques brasileiros terem recebido, em 2019,
cerca de 13 milhões de visitantes. O MTur mostra que 19%
do total de turistas que visitam o Brasil elegem o
Ecoturismo e o Turismo de Aventura como motivação
central de sua viagem.
A Bahia possui 46 Unidades de Conservação, e a
ocorrência da atividade turística em muitas dessas
áreas protegidas requer que o segmento seja
preferencial, no intuito de, através da utilização
racional do patrimônio natural e cultural, possam
ser estabelecidos e monitorados os corretos meios
de uso, realizadas ações que promovam a
sensibilização para o entendimento da importância
na subsistência da vida no planeta e a efetiva
educação dos turistas para a interação ativa ou a
contemplação.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Além do turismo contribuir para a preservação das áreas
visitadas, através de práticas sustentáveis, é importante
ressaltar o quão relevante do segmento também pelo
perfil do ecoturista, que possui alto grau de instrução e
gasta, em média, o dobro que o turista convencional.
Esse perfil de público tende a ter uma permanência maior
e diversificar os gastos, também pela locação de
equipamentos, ingressos e passeios.
O Ecoturismo é um segmento prioritário por se tratar do
mecanismo prático da efetivação da atividade turística
realizada em bases sustentáveis, pilar base da Visão de
Futuro e desta Estratégia Turística, que é transformar a
Bahia em um destino Inteligente, o que prevê, além da
utilização da tecnologia e o fomento da inovação de
produtos e, principalmente dos processos e da
divulgação, o papel de orientar a correta interação do
visitante com o destino e seu meio-ambiente, com
experiências de qualidade, que integrem de forma
respeitosa – ambiente, morador e visitante - e gerem
percepção de valor para o turista.
Pratinha - Chapada Diamantina
80 O Salto para o Futuro
Públicos Prioritários
O posicionamento no que se refere ao público pode ser
classificado de duas formas: (1) através da motivação de
viagem – já abordados nos segmentos, ou seja,
participantes de eventos ou pessoas a negócios,
peregrinos e fiéis, ecoturistas, afrodescendentes,
velejadores, entre outros, que são turistas interessados na
vivência de uma experiência ou necessidade de viagem;
(2) pelo destaque de características dos viajantes, como
orientação/ preferência sexual ou poder aquisitivo.
Na definição do Posicionamento Estratégico da Bahia,
foram apontados no item anterior segmentos e perfis de
viajantes a partir de sua motivação de viagem e, neste
ponto, mais dois públicos são apresentados e
contextualizados como de interesse, a partir
do volume crescente da demanda e de gastos em
viagens.
São públicos que já têm apreciado os destinos da Bahia e,
para que sejam atraídos em maior quantidade e atendidos
em melhor qualidade, são destacados no direcionamento
da estruturação e apresentação da oferta e no
entendimento do perfil.
LGBTQIAPN+
De acordo com a Organização Mundial do Comércio
(OMC), o mercado LGBTQIAPN+ tem um potencial de
consumo de três trilhões de dólares ao ano (2019), só o
turismo deste segmento movimenta US$ 100 bilhões por
ano nos Estados Unidos, 50 bilhões de euros na Europa e
R$ 150 bilhões no Brasil. O Ministério do Turismo estima
que 26% dos turistas que chegam ao Brasil sejam deste
segmento.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
O valor anual do gasto total com viagens e turismo de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Queer,
Intersexo, Assexuais, Pan/ Polis, Não Binários, entre
outras orientações sexuais, ultrapassa US$ 218 bilhões.
Pesquisa realizada por especialistas em Consultoria Out
Now, mostra os gastos anuais em 2018 por residentes
LGBTQIAPN+ de países importantes. Isso inclui gastos
com viagens domésticas e internacionais, e análises de
viagens, acomodações, jantares em feriados, passeios
turísticos e outras despesas de turismo, conforme se vê
no quadro abaixo.
Gastos População LGBTQIAPN+ 2018
(US$ bilhões)
POSIÇÃO GASTOS em 2018
PAÍS
(US$ bilhões)
1 EUA 63,1
2 Brasil 26,8
3 Japão 20,7
4 Alemanha 13,8
5 Reino Unido 11,7
Fonte: Consultoria Out Now, 2018
A Bahia é um destino Gay Friendly reconhecido,
com destinos já tidos como a preferência deste
público, como Salvador, Porto Seguro, Ilhéus,
Itacaré e Morro de São Paulo, que busca a
preferência desse turista com produtos como o
Festival San Island Weekend, o Carnaval de
Salvador e o Revéillon em diversas cidades.
Ações direcionadas como a campanha Bahia –
Terra da Diversidade já foram apresentadas na 4ª
edição da Conferência Internacional da
Diversidade e do Turismo LGBT, em 2020. Outras
ações de apoio à eventos de sensibilização, em
conjunto com o Grupo Gay da Bahia (GGB), estão
na pauta anual da Bahiatursa.
O objetivo da atenção direcionada ao público
LGBTQIAPN+ é apresentar novos destinos para aumento
da estada, promover qualificação para a prestação de
serviços e sensibilização, através de campanhas
educativas para diversidade e inclusão, para o respeito
mútuo entre turistas e desses com a comunidade local.
81 O Salto para o Futuro
Público Premium (Luxo)
A desigualdade social é constatada pelo avanço do
mercado de luxo na economia mundial, ainda com grande
potencial de crescimento, geração de postos de trabalho
e de renda para contribuição à economia. Produtos e
Serviços de Luxo se definem como diferenciados, com
alta qualidade, singularidade atribuída a autenticidade da
marca, abordagem do marketing e valor agregado de
status e exclusividade.
Nas viagens, o alto valor agregado através de uma
experiência única deve ser oferecido ao cliente a partir do
primeiro contato com a marca, e é considerado um dos
mais importantes pontos que reforçam a exclusividade. A
geração de um vínculo com o seu público sugere
abordagens diferenciadas, e até mesmo, selecionar o seu
consumidor. Isso reforça o fato de que o consumo do seu
produto compensa qualquer esforço do seu cliente.
A Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael),
divulgou que a receita do mercado de bens de luxo
chegou a US$ 5,226 bilhões em 2020. A projeção é de
um aumento de 3% até 2025. Segundo o estudo
promovido pela International Luxury Travel Market (ILTM),
responsável pelos principais eventos de turismo de luxo
do mundo, as viagens de luxo representaram mais de 50%
do total de vendas de viagens durante a pandemia; e
estima-se que, pelo menos 55% dos agentes venderam,
em 2021, quantidade de viagens igual ou ainda maior à
que vendiam no período de pré-pandemia; 62% dos
agentes e consultores de viagens entrevistados (em
parceria com o Portal Travel Weekly) revelaram que os
clientes desse segmento gastaram, entre 2020 e 2021,
com turismo, muito mais do que gastavam antes da
pandemia.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
De acordo com a Brazilian Luxury Travel Association
(BLTA), principal associação de hospitalidade de luxo no
Brasil, a pandemia fez com que o brasileiro, em razão de
um longo período impedido de viajar para o exterior,
reconhecesse no próprio país, destinos para suas
viagens. Seus associados não apenas receberam em
2020 e 2021 muito mais turistas nacionais que antes
(64% dos associados relatam que o perfil do cliente
mudou completamente com a pandemia), como também
investiram na melhoria do seu produto (72%), e em ações
de marketing voltadas para o brasileiro (49%),
constituindo-se nisso um perfil de cliente que exige a
criação de novas experiências personalizadas.
Destinos baianos como Trancoso, Santo André,
Itacaré e Corumbau aparecem como indicações
frequentes nos sites e na imprensa especializada
como “Top Opções” para esse público. Esses e
outros destinos, resorts, pousadas de luxo e
boutiques, possuem equipamentos preparados
para receber esse perfil de demanda e estão
habituados a esse atendimento, inclusive, já vem
atraindo e trabalhando esse mercado. A intenção do
programa é a organização da oferta existente e a
promoção em canais direcionados ao público, com
uma promoção diferenciada na linguagem de
geração de desejo, além do trabalho com
celebridades e influencers que despertem a
curiosidade e incrementem o fluxo para os destinos.
82 O Salto para o Futuro
 Tornar a Bahia um destino desejado por suas experiências diversicadas, que enaltece
suas potencialidades e autenticidade de forma inovadora, através de recursos
tecnológicos e em bases sustentáveis, consolidando o turismo como uma atividade
econômica estratégica para o Estado e para a qualidade de vida de sua população.

Bahia – Um estado de Alegria 4.0.

Uma nova versão, mais moderna, que enaltece a autenticidade de um Estado único.

Acompanhar o movimento global é impositivo para se
tornar competitivo. Destinos consolidados utilizam a
inteligência de dados no planejamento, na tomada de
decisão e nas ações. São conscientes e efetivos quanto à
Sustentabilidade, reconhecem e utilizam a Inovação
como meio de tornar a oferta mais atrativa e, em conjunto
com a Tecnologia, geram soluções que melhoram os
serviços e a experiência do visitante, inclusive na
denominada comunicação digital. Essa é a nova realidade
posta, e na velocidade com que o avanço tecnológico tem
ocorrido e que as informações são compartilhadas, a
concorrência ganha um viés muito mais aprimorado.
A Bahia não pode se abster de acompanhar esse
contexto, que não se restringe a grandes metrópoles e
destinos internacionais. Tanto a OMT quanto o Ministério
do Turismo, compreenderam esse direcionamento
induzido pelo denominado ‘‘Novo Turista 4.0’’ (exigente,
responsável, digitalizado) e tem desenvolvido projetos e
iniciativas que promovam o aparato tecnológico e o
conceito de Inteligência nos destinos, para com isso, se
tornarem mais atrativos dentre as opções dos viajantes.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 83 O Salto para o Futuro

É preciso buscar atender esse novo padrão da sociedade
e, a partir dele, trabalhar a identidade e os diferenciais da
Bahia, a história entrelaçada a do próprio país, os atrativos
emblemáticos, a reconhecida hospitalidade, criatividade
e carisma baianos, o imaginário popular de uma terra
mágica, com atmosfera de alegria única, que já
desempenha muito bem a articulação entre o tradicional e
histórico com o contemporâneo, do simples e rústico
com o cosmopolita, elegante e moderno. Essas
características podem ser maximizadas a partir da
Inovação e da Tecnologia e, de forma sustentável, se
tornarem diferenciais competitivos, quando alinhados
com a expectativa do Novo Turista e do contexto atual.
Há dois aspectos na concepção desta Estratégia Turística
e Visão de Futuro que precisam ser destacados. O primeiro
é que a conotação do termo “Inteligente” não se restringe
ao contexto das tecnologias que funcionam com pouca ou
nenhuma intervenção humana, ou seja, capaz de realizar
uma ação independente. A automação é compreendida
como um desejável atributo, mas a concepção de
“Inteligente” passa pela utilização estratégica e, em
conjunto, da Inovação Tecnológica e da Sustentabilidade,
como condições imprescindíveis para valorização do
destino mediante o melhor aproveitamento dos atrativos
naturais e culturais; criação de atividades e equipamentos
inovadores, melhorias nos processos de produção e
distribuição e, com isso, atingir a satisfação do turista.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
O segundo aspecto, é o destaque conferido à Inovação,
Tecnologia e Sustentabilidade em relação aos demais
elementos que compõem o conceito fechado de Destino
Turístico Inteligente (DTI), que são a Governança e
Acessibilidade. Ambos são relevantes e inseridos nas
ações e projetos desta Estratégia, embora compreendidos
como mecanismos para a transparência e participação
coletiva das decisões, e como benefício na experiência
positiva da estada/ jornada do visitante. Para além de uma
metodologia estabelecida, na qual a capital do Estado já
se enquadra e outros destinos atenderiam às condições, o
objetivo desta Estratégia é estimular, de forma
ampla, um ambiente e suporte para a modernização
da diversicada oferta, em seus diferentes estágios.
Essa concepção mais ampla não se limita a conectividade
ou mobilidade, mas busca alcançar até 2030 a Visão de
Futuro através dos Pilares, Eixos Estratégicos e
Transversais, em programas e projetos apresentados, que
contemple: (1) possuir infraestrutura que permita dispor
de aplicativos, captura e análise de dados e serviços que
possibilitem maior eficiência política, social, cultural; (2)
criação de ambientes físicos e virtuais, além de
plataformas para atividades e compartilhamento de
soluções e inovações para negócios turísticos,
estimulando empresas ágeis como startups e da
economia criativa; (3) a efetividade da inclusão social dos
residentes e equidade social no desenvolvimento da
atividade turística, a partir da qualificação e fortalecimento
da produção associada ao turismo; (4) preservação do
ambiente natural como um componente estratégico para o
futuro e aplicação da Inovação e Tecnologia como
recursos para eficiência energética, monitoramento e
prevenção das mudanças climáticas, redução de resíduos
e tratamento e distribuição da água e recursos hídricos,
além de boas práticas de sustentabilidade disseminadas
nos negócios turísticos.
84 O Salto para o Futuro

O intuito é que o Turista 4.0 perceba a mesma
Bahia com o viés inovador com a qual
apresenta e dispõe seus atrativos, pela
modernização dos serviços sociais, de
sinalização e acessibilidade turísticas, pelo
cuidado e respeito aparentes com os recursos
ambientais e a possibilidade da integração à
população e vida local, inserida naturalmente
na atividade; que sinta a sua experiência
como segura, positiva e autêntica e possa
compartilhar a partir da infraestrutura de rede
e canais disponíveis.
Consagrar a Visão e, o Salto para o Futuro, consiste
fundamentalmente, na modernização da oferta, com
uma formatação de produtos e comunicação
inovadoras, suplantada em ferramentas tecnológicas
que gerem conexão condizente com o perl do Turista
4.0, exigente com a qualidade e facilidade das
informações, com a sua segurança e bem-estar,
responsável e cuidadoso com a sustentabilidade do
planeta, na inclusão social e na utilização respeitosa
dos recursos e da cultura, digitalizado e conectado
todo o tempo, compartilhando suas impressões e
experiências e, com isso, inuenciando a decisão de
outros viajantes.

Para tanto, são apresentados objetivos gerais e indicadores,

de acordo com os Eixos Estratégicos, visto no quadro a
seguir.
Objetivos e Estratégias – Visão de Futuro

- Reconhecimento como ;
Destino Seguro. ;
;
- Efetivas Vistorias. em Estabelecimentos Turístico.

- Capacitação Profissional e Empresarial;

- Ampliar o número de Empresários e
Profissionais Qualificados;
- Disseminar boas práticas de sustentabilidade
nos negócios turísticos;
- Profissionalizar as Câmaras de Turismo;
- Gerar ambientes de soluções e Inovações;
- Qualificar e inovar infraestrutura e atrativos.
- Capacitação Gestores e Técnicos Municipais;
- Gerar processos e organograma das
Câmaras de Turismo;
- Viabilizar financiamento de Obras e Projetos
também através de parcerias privadas;
- Criar ambientes de compartilhamento de
soluções inovadoras.

- Implantar Sistema de Big Data do Turismo; - Pesquisas periódicas do Turismo Receptivo e

- Instalar uma Incubadora de Inovação
Tecnológica para o Turismo e Fóruns de
Inovação;
- Implantar Sistema de Monitoramento dos
Avanços das Zonas Turísticas.
Desenvolvimento das Zonas Turísticas;
- Coleta e Análise de Dados em plataforma
compartilhada;
- Fomento aos Arranjos Produtivos Locais e à
cadeia produtiva em conjunto com outros
setores da economia.

- Rebranding; - Plano Marketing do Destino Bahia;

- Modernizar a comunicação;
- Plano de Captação de Eventos e
Estímulo ao Turismo Regional;
- Plano de Promoção para os
Segmentos e Públicos prioritários.
- Omnichannel;
- Programa Fomento Segmentos Estratégicos ;
- Instalação Escritório de Captação de Eventos;
- Utilização ferramenta de realidade/ tour virtual
para os principais destinos.

Fonte: Elaborado para o documento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 85 O Salto para o Futuro

Indicadores para Visão de Futuro

INDICADOR STATUS META META

INICIAL 2025 2030
Posicionamento e Economia do Turismo
Ranking Recebimento Número de Turistas Internacionais 6º 5º 5º

Ranking Recebimento Turismo Doméstico 3º 2º 1º

Participação PIB do Estado 3,8% 4,5% 5%

Empregos gerados pelo setor 107.660 123.810 140.000

Gestão
Empresas inscritas no Cadastur 5.415 7.500 10.000

Número de voos diretos nacionais 11 15 20

Número de voos diretos internacionais 2 6 10

Profissionais Qualificados 4.000 10.000 15.000

Empresários Qualificados 1.920 2.500 5.000

Gestores e Técnicos Qualificados - 128 municípios turísticos - 266 500

Qualidade
5º Ranking 50% das 100% das
Adesão Selo Turismo Responsável – Empresas registradas no Cadastur
Nacional MTur empresas empresas

Ações, Projetos e Obras de Educação e Infraestrutura Ambientais 19 20 22

Avaliação Geral Turista 95% 97% 98%

Fonte: Elaborado para o documento. Números estimados a partir do histórico de anos anteriores e percentuais de
crescimento.

Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030 86 O Salto para o Futuro

A Estratégia Turística da Bahia 4.0 – O Salto para o Futuro é
um instrumento norteador para implantação da política
pública do turismo, pois consolida as diretrizes, os eixos
prioritários e a visão de futuro que devem fundamentar o
planejamento e a execução dos programas, projetos e
ações para os próximos anos.
A partir da implementação desta Estratégia Turística será
possível o alcance de resultados pretendidos que
permitirão ampliar a competitividade do Destino Bahia no
mercado do turismo nacional e internacional.
É importante ressaltar que o processo de desenvolvimento
das ações apresentadas deve ser de forma participativa,
envolvendo o setor público, o setor privado, a sociedade
civil organizada e a comunidade científica em prol do
objetivo comum de fortalecer e consolidar o turismo da
Bahia como uma atividade econômica sustentável e
inovadora.
Estratégia Turística da Bahia 4.0 - 2020 - 2030
Para tanto, é imprescindível aliar a execução das ações
propostas nesta estratégia ao uso de ferramentas
tecnológicas que possam otimizar processos gerando o
aproveitamento responsável dos recursos humanos e
ambientais. Assim, será inevitável buscar compreender o
Novo Viajante, suas motivações, estar atento a velocidade
com que seus desejos e hábitos mudam, bem como
mapear os pontos visitados, estudar as experiências que
podem ser geradas e promovidas de forma atrativa, com
uma constante análise dos resultados e seus indicadores.
Tendo em mãos o documento que visa direcionar a
jornada desta década é esperado que a Bahia alce
posições nos rankings e indicadores de performance, e
possa desenvolver a atividade turística de forma
vanguardista e criativa, pela qual é reconhecida, de modo
que turistas e baianos possam se beneficiar deste setor
tão importante para a economia do Estado e para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
87 O Salto para o Futuro
BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marcelo Vilela de. Matriz de Avaliação do Potencial Turístico de Localidades Receptoras. In: Turismo em
Análise, v.20, n.3, dezembro 2009. pp. 541-561.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001.

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