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Endócrino - P2 - Gustavo - Aula 3
Endócrino - P2 - Gustavo - Aula 3
TIREOIDITE AGUDA
Introdução:
o É uma condição muito rara.
Fisiopatologia:
o Infecção por bactéria/fungo → se aloja na tireoide → promovendo um quadro agudo,
principalmente de caráter bacteriano, por ser a infecção mais comum.
Quadro clínico:
o Infecção aguda, febre alta, edema, eritema, dor, tendência de formação de abscesso.
Achados ao exame:
o Infecção bacteriana principalmente:
Leucocitose com desvio a esquerda com aumento de bastões.
E o mais importante:
o A tireoidite aguda não cursa com DISFUNÇÃO HORMONAL!
Ela não é capaz de gerar hiper nem hipotiroidismo.
Tratamento:
o Antibioticoterapia (ceftriaxona é uma opção por ser de largo espectro);
o Se puder puncionar para ver o tipo de Gram, para escolher o antibiótico, fazer a
cultura com antibiograma para escolha do antibiótico específico;
o Se formar abscesso → drenar.
Fisiopatologia:
o Pct tem uma gripe → melhora da gripe → porém o vírus da gripe se aloja na tireoide.
Sabe-se que a tireoide tem estoque de hormônio;
Então o vírus se aloja → leva a uma Tireotoxicose;
o NÃO É HIPERFUNÇÃO;
o Essa paciente NÃO TEM HIPERTIREOIDISMO;
o Não vou dar remédio de hipertireoidismo.
Quadro clínico:
o Sintomas de tireotoxicose
Exame físico:
o Tireoide Dolorosa a palpação, diferente das demais (exceto na aguda).
KAINÃ MANDÚ
o TEM DOR? Sim, uma dor terrível! (É importante ficar atento ao Sinal de alerta)
Essa tem dor na região cervical, geralmente irradia p/ o pavilhão auricular.
Nenhuma patologia de tireoide (Hashimoto, Doença de Graves) NÃO
APRESENTAM DOR!
Evolução clínica:
o 1ª fase = Fase inicial:
Há agressão viral → inflamação → ruptura dos folículos tireoidianos
(armazenam hormônios tireoideianos) → liberação de T3 e T4 → Causando
sinais e sintomas de Tireotoxicose;
Paciente teve uma gripe → melhora do estado gripal → o vírus se
aloja na tireoide → rompe o folículo → libera hormônio, T3 e T4
aumenta na corrente sanguínea → levando a um quadro de
TIREOTOXICOSE → o TSH fica suprimido.
o Caso a glândula seja avariada/destruída → Ocorre a fase 2.
Exame laboratorial
o T4 livre ⬇ e TSH ⬆
Em algumas vezes o paciente pode chegar na 2ª fase com T4 diminuído e TSH
aumentado. (T4 também pode estar normal)
Como diferenciar? Através da história, se tem dor por exemplo.
Não basta apenas dosar o TSH nesses casos, porque pode fazer diagnóstico
diferencial tanto com Hipertireoidismo quanto com adenoma tóxico, porque
em ambos os casos o TSH estará diminuído;
Tratamento:
o 1ª fase:
Sintomáticos:
AAS 2g/dia de 6/6h
Prednisona (por um mês mais ou menos – muito raro)
Propanolol
o 2ª fase:
Reposição de T4 até normalizar o TSH
Resolução final:
o T4 livre e TSH normais
Evolução clínica
o Possui evolução similar da tireoidite subaguda viral → O que vai diferenciar?
Essa é indolor;
VHS baixo/normal.
Tem reação antígeno anticorpo →lesão da reserva tireoidiana→
liberação hormonal = Tireotoxicose –> Autolimitada.
Resumo:
o Essa doença possui uma fase AUTOLIMITADA e outra fase de Tireotoxicose,
com liberação de hormônio tireoidiano, às vezes com presença de bócio
indolor e resolução espontânea → Tratamento: anti-inflamatório.
Tratamento:
o Anti-inflamatório e/ou Beta bloqueador
KAINÃ MANDÚ
Introdução
o É uma doença autoimune (presença de anticorpos):
Anti-TPO (antiperoxidase tireoidiana)
A tireoperoxidade (TPO) = enzima presente nas células epiteliais
da tireoide que participa da síntese dos hormônios tireoidianos.
Anti-Tg (anti-tireoglobulina)
A tireoglobulina é uma substância precursora dos hormônios da
tireoide, que costuma ficar estocada dentro do tecido tireoidiano
Quadro clínico:
o Tireoide: normal/ bócio/ atrófica
o Nessa doença o infiltrado linfocítico é crônico, vale dizer que nem todo mundo
que tem Hashimoto vai fazer hipotireoidismo.
o Existem pacientes com Hashimoto que tem a função tireoidiana preservada,
em que não houve fibrose da glândula.
o Podemos ter uma paciente que chega ao ambulatório com Tireotoxicose, com
Hashimoto, com agressão por anticorpos → Hashitoxicose, não é
hipertireoidismo.
o Hashimoto não é hipertireoidismo, a conduta é igual.
o O mais comum em Hashimoto é uma glândula silenciosa, se ela for normal,
sigo supervisionando, quando o TSH aumentar, a dar sinais de falência,
iniciamos o tratamento, enquanto não estiver sinalizando, não precisa intervir.
o P/ Hashimoto é bom acompanhar tanto TSH quanto T4 livre. (4-6 meses de acompanhamento)
o Importante:
Saber que Hashimoto é uma doença autoimune, tem que ficar atento, pois
Hashimoto pode fazer parte de um cenário que atinge muito mais do que a
tireoide, podendo fazer parte da SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE.
Não precisa rastrear todo mundo que tem Hashimoto, mas um paciente que
tem Hashimoto e ele tinha HIPOPARATIREOIDISMO, tem doença de Addison,
insuficiência adrenal (RED FLAGS).
Será que esse pct tem síndrome poliglandular autoimune?
Paciente DM1, investigar para ver se ele não tem Hashimoto.
KAINÃ MANDÚ
Tratamento da Hashimoto:
o Direcionado para o Hipotireoidismo – Próxima aula
o 10% dos pacientes com Hashimoto tem deficiência na absorção de Vitamina
B12, deficiência de folato, investigar fator intrínseco, anticorpo contra célula
parietal, e se não detectar pode levar a uma Anemia megaloblástica.
Observações:
o Cuidado para não confundir o Hipertireoidismo com Tireotoxicose, ambos têm
aumento de T3 e T4.
Ex: paciente tem hipertireoidismo → sua tireoide produz muito T3 e T4, ou
seja, essa paciente tem uma glândula que produz muito hormônio.
Hipertireoidismo significa hiperfunção.
Outro ex: paciente tem Tireotoxicose → o quadro clínico pode ser igual, mas
eu não disse que a tireoide dela está hiperfuncionante.
Em que situações isso pode acontecer?:
o Ex: paciente que usa hormônio tireoidiano porque conta de
um hipotireoidismo → Caso esse pct erre a dose e usar uma
dose muito alta → T4 ⬆, levando a uma Tireotoxicose, isso
não é hiperfunção.