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ESTATUTO DA CIDADE

Lei nº 10.257 / 2001

PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL


• Urbanização no Brasil – início da década de 40

• Urbanização anômala (sem planejamento)

• Cidades espontâneas (a grande maioria)

• Cidades planejadas: Belo Horizonte, Goiânia, Maringá, Brasília, Palmas...

O QUE É ?
O Estatuto da Cidade é o conjunto de normas jurídicas que estabelece as diretrizes para a política
urbana disposta na Constituição Federal de 1988.

Estabelece e normatiza uma série de mecanismos e procedimentos para a institucionalização de políticas


de desenvolvimento urbano. Ao dispor sobre a ordenação e o controle do uso do solo, a legislação
trouxe para o arranjo jurídico nacional a democratização do acesso à terra urbanizada. Dessa forma,
procura evitar distorções que possam influenciar a retenção especulativa e a gestão inadequada do
espaço territorial.

HISTÓRICO
Essas normas surgiram como projeto de lei no mesmo ano da Carta Magna. Contudo, depois da
aprovação no Senado em 1989, foi engavetada e retomada dez anos depois, entrando em vigor apenas
em 2001.

MOTIVAÇÃO
O surgimento do estatuto está atrelado à preocupação com o desenfreado crescimento urbano desde
a segunda metade do século XX, marcado por uma distribuição de terra irregular, que foi a origem de
uma desordenada ocupação e utilização do solo.

Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será
aplicado o previsto nesta Lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de
ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder publico municiapl, o o objetivo de
ordenar o plano desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,

obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

Art. 182. § 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I. - parcelamento ou edificação compulsórios;

II. - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III. - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,


independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usocapião.

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE


A função social consiste na
utilização da propriedade,
urbana ou rural, em
consonância com os objetivos
sociais de uma determinada
cidade. A função social impõe
limites ao direito de
propriedade, para garantir que
o exercício deste direito não
seja prejudicial ao bem
coletivo. Isto significa que uma
propriedade rural ou urbana não deve atender apenas aos interesses de seu proprietário, mas também
ao interesse da sociedade.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I. – aproveitamento racional e adequado;

II. – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III. – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV. – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
• a gestão democrática; a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de
urbanização; a recuperação dos investimentos do poder público que tenham resultado em
valorização de imóveis urbanos e o direito a cidades sustentáveis, à moradia, à infra-estrutura
urbana e aos serviços públicos, confere aos municípios novas possibilidades e oportunidades
de gestão e financiamento de seu desenvolvimento.

– DIRETRIZES GERAIS – DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

III – DO PLANO DIRETOR IV – DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE

V – DISPOSIÇÕES GERAIS

I – DIRETRIZES GERAIS
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

I. – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura (sic) urbana, ao transporte e aos serviços públicos,
ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

II. – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas


dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;

III. – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da

sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;

IV. – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das


atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar
e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

V. – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos

adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-


estrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos

geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não

utilização;

f) a deterioração das áreas urbanizadas;

g) a poluição e a degradação ambiental;

h) a exposição da população a riscos de desastres.


VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o
desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;

VIII. – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana


compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do
território sob sua área de influência;

IX. – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

X. – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos


públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos
geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;

XI. – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;

XII. – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio


cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

XIII. – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de


implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o
meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;

XIV. – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e
edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

XV. – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias,
com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades
habitacionais;

XVI. – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos


e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.

XVII. - estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas
operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos
ambientais e a economia de recursos naturais

XVIII. - tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunicações,


abastecimento de água e saneamento

XIX. – garantia de condições condignas de acessibilidade, utilização e conforto nas dependências


internas das edificações urbanas, inclusive nas destinadas à moradia e ao serviço dos
trabalhadores domésticos, observados requisitos mínimos de dimensionamento, ventilação,
iluminação, ergonomia, privacidade e qualidade dos materiais empregados.

XX. XX - promoção de conforto, abrigo, descanso, bem-estar e acessibilidade na fruição dos espaços
livres de uso público, de seu mobiliário e de suas interfaces com os espaços de uso privado,
vedado o emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas construtivas hostis que
tenham como objetivo ou resultado o afastamento de pessoas em situação de rua, idosos, jovens
e outros segmentos da população.

II - INSTRUMENTO DA POLÍTICA URBANA


O planejamento e a implantação de instrumentos de política urbana são essenciais para a tomada de
decisão. Se acompanhados de investimentos públicos, podem corrigir desigualdades no curto, médio e
longo prazo.
I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;

II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;

III – planejamento municipal, em especial:

IV – institutos tributários e financeiros:

V - institutos jurídicos e políticos:


a) desapropriação;

b) servidão administrativa;

c) limitações administrativas;

d) tombamento de imóveis ou de mobiliário


urbano;

e) instituição de unidades de conservação;

f) instituição de zonas especiais de interesse social;

g) concessão de direito real de uso;

h) concessão de uso especial para fins de moradia;

i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

j) usucapião especial de imóvel urbano;

l) direito de superfície;

m) direito de preempção;

n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;

o) transferência do direito de construir;

p) operações urbanas consorciadas;

q) regularização fundiária;

r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais


menos favorecidos; referendo popular e plebiscito

t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária;

u) legitimação de posse

Art 4.
§ 1o - Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela legislação que lhes é própria, observado
o disposto nesta Lei.

§ 2o - Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou
entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de
uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.

§ 3o - Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos por parte do
Poder Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida a participação de comunidades,
movimentos e entidades da sociedade civil.
INSTRUMENTOS E FORMA DE ATUAÇÃO
IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO
Prevê o aumento gradual do tributo para imóveis ou terrenos que não estejam cumprindo sua função
social pelo descumprimento das notificações para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.
O tributo incide mediante elevação da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, tendo como
limite máximo 15% do valor venal do imóvel.

A) DESAPROPRIAÇÃO
Lei 3.365/41 - Desapropriações por utilidade pública.

Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os imoveis


poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.

Art. 3º Podem promover a desapropriação, mediante autorização expressa constante de lei ou


contrato:

I. - os concessionários, inclusive aqueles contratados;

II. - as entidades públicas;

III. - as entidades que exerçam funções delegadas do poder público; e

IV. - as autorizatárias para a exploração de ferrovias como atividade econômica.

Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:

i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de


urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica,
higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais;

j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;

m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;

n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;

A2) DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA


Aplica-se quando não há efetividade na cobrança do IPTU progressivo após o prazo de cinco anos. A
desapropriação é feita com o pagamento aos proprietários por meiode títulos da dívida pública, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas corrigidas e acrescidas de juros proporcionais ao período.
Os imóveis ou terrenos deverão ser destinados a cumprir a sua função social e os objetivos
determinados pelo PD.

B) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA

Servidão administrativa consiste em restrições estatais que oneram propriedade específica.


Exemplos: servidão por passagens de fios e cabos sob o imóvel, tombamento do imóvel, placa
com nome da rua na fachada do imóvel, faixas non aedificant entre outros.

C) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
A limitação administrativa tem como norte a adequação da propriedade e da atividade privada ao
interesse público que será concretizado, entre outros, através da legislação urbanística, ambiental,
tributária e administrativa. Compreendem o conjunto de restrições impostas à propriedade de modo a
definir a extensão das prerrogativas que possui o proprietário. Conformam as possibilidades de usar,
gozar e dispor que, do ponto de vista jurídico, somente existem nos termos amparados por lei. Os índices
urbanísticos (coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação do solo etc.) são espécies de
limitações.

“A fim de compatibilizar o direito de propriedade com o cumprimento de sua função social, o Poder
Público poderá se valer dos instrumentos de intervenção estatal, pelos quais poderá utilizar
temporariamente da propriedade de terceiros, nos casos da requisição e da ocupação temporária,
condicionar o seu uso ao atendimento do interesse público, viabilizar a prestação de serviços públicos
ou proteger o patrimônio cultural e histórico respectivamente, nos casos das
limitações administrativas das servidões administrativas e do tombamento; ou chegar ao ponto de
transferir propriedade de terceiros para o patrimônio público, nos casos de desapropriação.”

D) TOMBAMENTO DE IMÓVEIS OU DE MOBILIÁRIO URBANO


É restrição ao direito à propriedade que tem por objetivo proteger o patrimônio cultural. O proprietário
submete-se aqui a sacrifício parcial de seu direito definido pelas limitações administrativas. A inscrição
do bem no Livro de Tombo - daí o nome tombamento - será fruto de procedimento administrativo,
buscando preservar aquelas características físicas do bem que estão associadas à história, às artes, ou a
qualquer outro aspecto relacionado à cultura da sociedade.

E) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Os espaços territoriais que apresentem significativa importância ou
representatividade por meio natural devem ser objeto de especial proteção, dispõe o artigo 225, § 1º , III
da Constituição. Para tanto a Lei Federal n. 9.985/00* estabelece uma série de unidades de conservação
(parques, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental etc.), cada qual adequada para um tipo de
situação. Todos os entes federativos são competentes para estabelecer tais unidades em seus respectivos
territórios, observando a disciplina da legislação federal e eventualmente as suas respectivas normas.

F) ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS)


As ZEIS incluem, nos zoneamentos das cidades, terrenos e glebas destinadas à implantação de Habitação
de Interesse Social, seja em áreas já ocupadas por assentamentos populares precários, informais ou
marcados por alguma forma de irregularidade (“ZEIS de regularização”), seja em áreas vazias, de
preferência inseridas em regiões dotadas de infraestrutura (“ZEIS de vazios”). Permite, a regularização
fundiária e urbanística de áreas ocupadas irregularmente, mas principalmente, para disponibilizar
terrenos para novas unidades de HIS.

G) CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO


A concessão de direito real de uso ocorre por meio de contrato e está prevista no artigo 7º do Decreto-
lei no 271/67. Através dela o proprietário transfere a outra pessoa prerrogativa de usar seu imóvel, com
as garantias típicas de um direito real. O instrumento se destina para fins específicos de urbanização,
industrialização, edificação, cultivo de terra ou outra utilização de interesse social, como regularização
fundiária ou criação de ZEIS.

H) CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA


Código Civil - A concessão de uso especial para fins de moradia tem por objetivo, promover a utilização
de bem público, levando em consideração a função social e o direito de moradia. A Administração
Pública pode conceder ao ocupante um imóvel público urbano de até 250 metros quadrados, desde que
aquele que vier ocupar o imóvel não possua nenhum outro situado em área urbana ou rural; que utilize
o imóvel público para a sua moradia e de sua família, pelo prazo de 5 anos, exercida de forma pacífica e
ininterrupta. É importante destacar que, o ocupante não adquire a propriedade do imóvel, já que os
imóveis públicos não podem ser usucapidos, conforme preceitua o art. 183. “caput” e § 3º da
Constituição Federal.
I) PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS (PEUC)
Tem o objetivo de combater a aglomeração de terrenos ociosos ou subutilizados no espaço urbano, que
dessa maneira permanecem corroborando a especulação imobiliária. É necessário a criação de lei
municipal específica para estipular o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado nas áreas definidas pelo Plano Diretor Municipal.
Dessa maneira, estabelece os critérios para classificar um imóvel subutilizado para, a partir disso,
implementar os instrumentos.

J) USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO


Define a transferência de posse para aquele que, não possuindo imóvel, comprovar o uso para moradia
de área ou edificação
urbana por cinco anos
ininterruptos e sem
oposição. Quando não
for possível identificar
os terrenos ocupados
pelo possuidor, aplica-
se o usucapião
coletivo. Esse novo
instrumento
possibilita a
regularização
fundiária de favelas,
loteamentos e outras
ocupações.

L) DIREITO DE SUPERFÍCIE
Permite que um proprietário de terreno urbano conceda a outro particular o direito de utilizar o solo, o
subsolo ou o espaço aéreo de seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, para que esse
outro particular cumpra os critérios de utilização ou edificação definidos pelo Plano Diretor. O
instrumento é regido por contrato próprio firmado entre as partes e tem por objetivo estimular a
utilização de áreas subutilizadas, oferecendo mais uma possibilidade vantajosa aos proprietários.

M) DIREITO DE PREEMPÇÃO
Garante ao Executivo municipal a preferência de compra de imóvel urbano em região definida como
prioritária em lei municipal decorrente do PD. O valor de mercado do imóvel deve ser respeitado e o
direito de preempção só pode ser exercido antes de o imóvel ser comercializado entre particulares. O
instrumento permite ao município a aquisição de terrenos para políticas de moradia, preservação
ambiental ou proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico, sem a necessidade de
medidas drásticas, como a desapropriação.

N) OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR


Possibilita ao município estabelecer no PD uma relação entre a área do terreno e a área edificável,
instituindo uma área-limite de edificação. Após esse limite, só é permitida a edificação sob contrapartida
financeira com valor proporcional ao custo do terreno. Os critérios para a outorga onerosa devem ser
definidos por lei municipal, que deve estabelecer a fórmula de cálculo para a cobrança, os casos passíveis
de isenção do pagamento e a contrapartida do município. Portanto, o instrumento permite o controle
das densidades urbanas nas diferentes regiões do município.
A OODC não é:
cobrada de imóvel já construído, cobrada
de quem vai construir área igual ou menor
à área do terreno, obrigatória ou
compulsória, cobrada de novos
empreendimentos que desejam o construir
acima do CA básico, geralmente investida
em infraestrutura urbana, um instrumento
de gestão do território urbano, com
potencial para induzir o crescimento de
forma eficiente – por exemplo, em áreas
próximas a eixos de transporte, um
mecanismo que auxilia para a efetivação do
planejamento estratégico da cidade.

O) TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR


A Transferência do Direito de Construir confere ao proprietário de um lote a possibilidade de exercer
seu potencial construtivo em outro lote, ou de vendê-lo a outro proprietário. Deve ser utilizada em
áreas que o Poder Público tenha, por qualquer motivo, interesse em manter com baixa densidade.
Obviamente, as áreas que podem receber o potencial construtivo devem ser aquelas em que a
densificação seja desejável ou, ao menos, tolerável.

P) TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR


Um exemplo são aquelas áreas que, por imposição da necessidade de preservação ambiental ou do
Patrimônio Histórico, devem ter seu potencial construtivo limitado. Nesses casos, a Transferência do
Direito de Construir atua como um fator de amenização da pressão imobiliária nos terrenos, diminuindo
a pressão pela sua ocupação.

Q) OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS


Consistem em uma série de intervenções e medidas coordenadas pelo município, que outorga o direito
de uso de uma área a um particular ou a um grupo para preservar, recuperar ou transformar áreas
urbanas com o objetivo de melhorar a estrutura do local e executar melhorias sociais ou preservação
ambiental. O instrumento se aplica mediante o interesse dos atores privados e o real interesse público
nos resultados das operações.

R) REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A regularização fundiária é o procedimento pelo qual se busca tornar lícita, isto é, amparada pelo Direito,
a ocupação da terra nos casos em que o acesso àquele bem tenha ocorrido de modo irregular.
Normalmente a expressão “regularização fundiária” é utilizada para designar a atuação destinada a
revestir com maiores proteções a posse existente sobre determinado imóvel. Isso pode ocorrer mediante
a instituição de um título de propriedade ou de outro direito real. Note-se que a posse é situação de fato
com proteções jurídicas em menor grau do que as existentes para os direitos reais. Regulamentada
pela Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017.

S) ASSISTÊNCIA TÉCNICA E JURÍDICA GRATUITA PARA AS COMUNIDADES E GRUPOS


SOCIAIS MENOS FAVORECIDOS
A Lei de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (Lei Federal nº 11.888/2008) garante o
direito para as famílias de baixa renda (até 3 salários mínimos) à assistência técnica pública e gratuita
para a elaboração de projetos, construção, reforma, ampliação e regularização fundiária das habitações,
como parte integrante do direito social à moradia previsto na Constituição Federal.
T) REFERENDO POPULAR E PLEBISCITO
Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação em
questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.

A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato
legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente,
cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.

Ambos estão previstos no art. 14 da Constituição Federal e regulamentados pela Lei nº 9.709, de 18 de
novembro de 1998.

U) LEGITIMAÇÃO DE POSSE
A legitimação de posse é o ato do Poder Público destinado a conferir título, por meio do qual fica
reconhecida a posse do imóvel particular, objeto de qualquer modalidade de Reurb, por seus ocupantes,
com identificação do tempo da ocupação e da natureza da posse, conversível em aquisição de direito real
de propriedade na forma da lei. Este título emitido pelo órgão municipal, qual seja a legitimação de
posse, por óbvio e porque a própria denominação — posse — induz, não gera direito real de propriedade
como ocorre na mencionada legitimação fundiária. Ou seja, visa apenas comprovar a posse do ocupante,
onde deverá constar a natureza e o tempo que este a exerce.

POSSE X PROPRIEDADE

Ex. O Locatário tem a posse física do bem que aluga, ou seja, ele paga o aluguel para morar no bem. Já
o Locador tem a propriedade do bem imóvel, que em outras palavras isso quer dizer que ele é dono do
bem, podendo ceder ou não a posse do mesmo a alguém queira alugá-lo.

ART. 4 - ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)


É utilizado para um projeto específico que será implantado em determinada área ou meio. É um estudo
interdisciplinar prévio - instrumento de planejamento - que fornece embasamento para tomada de
decisões políticas na implantação, operação ou encerramento de uma obra. São considerados os
segmentos básicos do meio ambiente (meios físico, biológico e socioeconômico), nas seguintes etapas:
Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, Avaliação de impacto ambiental (AIA), Medidas
mitigadoras e Programa de monitoramento dos impactos. O EIA é focado no meio ambiente e nas
atividades com potencial para impactar o estado atual da região.

ART. 36 - ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA (EIV)


É um estudo prévio exigido para aprovação da construção, ampliação e instalação de empreendimentos que causam
impactos na região onde serão implantados, geralmente, buscando conformidade com o plano diretor da cidade. Da
mesma forma como no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), para obter a aprovação do projeto, o empreendedor tem
que propor medidas para mitigar os impactos negativos que serão causados. Dentro dos principais escopos estão: a
análise dos impactos no trânsito, no adensamento populacional, demandas por serviços, equipamentos e
infraestrutura, geração de tráfego (avaliação das interferências causadas pelo tamanho do empreendimento em ruas
e locais públicos), na ventilação, paisagem urbana, segurança, recursos naturais, patrimônio histórico e cultural na
vizinhança, geração de poluição ambiental, sonora e vibração e riscos à segurança.

ART. 4 – RELATÓRIO DE IMPACTO DE TRÁFEGO


É exigido para empreendimentos classificados como Polos Geradores de Tráfego. Tem como objetivo fornecer dados
para análise dos impactos viários que podem acontecer na implantação de empreendimentos e estabelece medidas
mitigadoras ou compensatórias, a fim de garantir a qualidade na mobilidade urbana da região. O estudo contendo a
documentação e os dados do empreendimento serão levados ao órgão regulamentador de tráfego, que fará uma
análise, podendo exigir a entrega de informações adicionais, ou mesmo, solicitar a alteração do projeto. Tendo o RIT
em mãos, o órgão regulador do trânsito irá apontar, em um parecer técnico, quais as obras e os melhoramentos
públicos que serão executados afim de mitigar os impactos causados pelo Polo Gerador de Tráfego.

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