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Estatuto Da Cidade 02
Estatuto Da Cidade 02
O QUE É ?
O Estatuto da Cidade é o conjunto de normas jurídicas que estabelece as diretrizes para a política
urbana disposta na Constituição Federal de 1988.
HISTÓRICO
Essas normas surgiram como projeto de lei no mesmo ano da Carta Magna. Contudo, depois da
aprovação no Senado em 1989, foi engavetada e retomada dez anos depois, entrando em vigor apenas
em 2001.
MOTIVAÇÃO
O surgimento do estatuto está atrelado à preocupação com o desenfreado crescimento urbano desde
a segunda metade do século XX, marcado por uma distribuição de terra irregular, que foi a origem de
uma desordenada ocupação e utilização do solo.
Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será
aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de
ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder publico municiapl, o o objetivo de
ordenar o plano desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
Art. 182. § 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III. - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
II. – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
V – DISPOSIÇÕES GERAIS
I – DIRETRIZES GERAIS
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I. – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura (sic) urbana, ao transporte e aos serviços públicos,
ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
utilização;
XI. – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
XIV. – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e
edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV. – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias,
com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades
habitacionais;
XVII. - estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas
operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos
ambientais e a economia de recursos naturais
XX. XX - promoção de conforto, abrigo, descanso, bem-estar e acessibilidade na fruição dos espaços
livres de uso público, de seu mobiliário e de suas interfaces com os espaços de uso privado,
vedado o emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas construtivas hostis que
tenham como objetivo ou resultado o afastamento de pessoas em situação de rua, idosos, jovens
e outros segmentos da população.
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
l) direito de superfície;
m) direito de preempção;
q) regularização fundiária;
u) legitimação de posse
Art 4.
§ 1o - Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela legislação que lhes é própria, observado
o disposto nesta Lei.
§ 2o - Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou
entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de
uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.
§ 3o - Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos por parte do
Poder Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida a participação de comunidades,
movimentos e entidades da sociedade civil.
INSTRUMENTOS E FORMA DE ATUAÇÃO
IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO
Prevê o aumento gradual do tributo para imóveis ou terrenos que não estejam cumprindo sua função
social pelo descumprimento das notificações para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.
O tributo incide mediante elevação da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, tendo como
limite máximo 15% do valor venal do imóvel.
A) DESAPROPRIAÇÃO
Lei 3.365/41 - Desapropriações por utilidade pública.
B) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
C) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
A limitação administrativa tem como norte a adequação da propriedade e da atividade privada ao
interesse público que será concretizado, entre outros, através da legislação urbanística, ambiental,
tributária e administrativa. Compreendem o conjunto de restrições impostas à propriedade de modo a
definir a extensão das prerrogativas que possui o proprietário. Conformam as possibilidades de usar,
gozar e dispor que, do ponto de vista jurídico, somente existem nos termos amparados por lei. Os índices
urbanísticos (coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação do solo etc.) são espécies de
limitações.
“A fim de compatibilizar o direito de propriedade com o cumprimento de sua função social, o Poder
Público poderá se valer dos instrumentos de intervenção estatal, pelos quais poderá utilizar
temporariamente da propriedade de terceiros, nos casos da requisição e da ocupação temporária,
condicionar o seu uso ao atendimento do interesse público, viabilizar a prestação de serviços públicos
ou proteger o patrimônio cultural e histórico respectivamente, nos casos das
limitações administrativas das servidões administrativas e do tombamento; ou chegar ao ponto de
transferir propriedade de terceiros para o patrimônio público, nos casos de desapropriação.”
E) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Os espaços territoriais que apresentem significativa importância ou
representatividade por meio natural devem ser objeto de especial proteção, dispõe o artigo 225, § 1º , III
da Constituição. Para tanto a Lei Federal n. 9.985/00* estabelece uma série de unidades de conservação
(parques, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental etc.), cada qual adequada para um tipo de
situação. Todos os entes federativos são competentes para estabelecer tais unidades em seus respectivos
territórios, observando a disciplina da legislação federal e eventualmente as suas respectivas normas.
L) DIREITO DE SUPERFÍCIE
Permite que um proprietário de terreno urbano conceda a outro particular o direito de utilizar o solo, o
subsolo ou o espaço aéreo de seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, para que esse
outro particular cumpra os critérios de utilização ou edificação definidos pelo Plano Diretor. O
instrumento é regido por contrato próprio firmado entre as partes e tem por objetivo estimular a
utilização de áreas subutilizadas, oferecendo mais uma possibilidade vantajosa aos proprietários.
M) DIREITO DE PREEMPÇÃO
Garante ao Executivo municipal a preferência de compra de imóvel urbano em região definida como
prioritária em lei municipal decorrente do PD. O valor de mercado do imóvel deve ser respeitado e o
direito de preempção só pode ser exercido antes de o imóvel ser comercializado entre particulares. O
instrumento permite ao município a aquisição de terrenos para políticas de moradia, preservação
ambiental ou proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico, sem a necessidade de
medidas drásticas, como a desapropriação.
R) REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A regularização fundiária é o procedimento pelo qual se busca tornar lícita, isto é, amparada pelo Direito,
a ocupação da terra nos casos em que o acesso àquele bem tenha ocorrido de modo irregular.
Normalmente a expressão “regularização fundiária” é utilizada para designar a atuação destinada a
revestir com maiores proteções a posse existente sobre determinado imóvel. Isso pode ocorrer mediante
a instituição de um título de propriedade ou de outro direito real. Note-se que a posse é situação de fato
com proteções jurídicas em menor grau do que as existentes para os direitos reais. Regulamentada
pela Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017.
A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato
legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente,
cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.
Ambos estão previstos no art. 14 da Constituição Federal e regulamentados pela Lei nº 9.709, de 18 de
novembro de 1998.
U) LEGITIMAÇÃO DE POSSE
A legitimação de posse é o ato do Poder Público destinado a conferir título, por meio do qual fica
reconhecida a posse do imóvel particular, objeto de qualquer modalidade de Reurb, por seus ocupantes,
com identificação do tempo da ocupação e da natureza da posse, conversível em aquisição de direito real
de propriedade na forma da lei. Este título emitido pelo órgão municipal, qual seja a legitimação de
posse, por óbvio e porque a própria denominação — posse — induz, não gera direito real de propriedade
como ocorre na mencionada legitimação fundiária. Ou seja, visa apenas comprovar a posse do ocupante,
onde deverá constar a natureza e o tempo que este a exerce.
POSSE X PROPRIEDADE
Ex. O Locatário tem a posse física do bem que aluga, ou seja, ele paga o aluguel para morar no bem. Já
o Locador tem a propriedade do bem imóvel, que em outras palavras isso quer dizer que ele é dono do
bem, podendo ceder ou não a posse do mesmo a alguém queira alugá-lo.