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H. A. GLEASON, JR. INTRODUCAO A LINGUISTICA DESCRITIVA Tradugto de JOKO PINGUELO 2° edigao 455/ 4405) FUNDAGAO CALOUSTE GULBENKIAN | LISBOA ‘Tradugio 4o original inglés inttuedo: AN INTRODUCTION TO DESCRIPTIVE LINGUISTICS Revised edition H, A, Gleasoo, Jr 16.1955, 1961 by Holt, Rinehsst and Winston, Ine New York Reservados todos os ditetos de acordo com a tei tieto da FUNDACKO CALOUSTE GULBENKIAN ‘Avenida de Berna | Lisboa capitulo souseran 16 O fonema 16.1 No capitulo II exeminémos as consoantes do inglés, veri ficando serem 24, Entre elas, havia uma que decidimos representar pelo simbolo /kj. Ha que ouvimos, entro outras eireunstinciaa, nos voeabulos do inglés key, sky e caw. Chegimos a esto resultado por dois processos, um dos quais abordado explicitamente, 0 outro aceite de forma mais ou menos implisita. © primelro prooesso con- sistia em encontrarmos exemplos nos quais este com, numa das suas ocorréneias, entrava em oposigio, duma forma demonstrével, ‘com varios outros sons. Foi assim que aprésentémos o par key: tea, ara concluirmos que ic © jt/ aram fonemas em oposigso. I evi dente que poseromos encontrar pares idénticos (embora nem todos tenham sido citados no texto) que nos permite considerar (kf dis- tints de cada uma das restantes vinte e trés consoantes inglesas. © segimdo provesso, a que chamémos impl{eito, eonsistia em admitirmos que 0 som que designdmos por fk/ em bey /kfy/ 6 de algum modo, sidénticor nos que designémos de Jkj em oki jakty) © ome fkbuf. Se \de quo tal parece Sbyio @ umn falante inglés, {8 nio parecord, porém, tio necessariamonte evidente 2 um ouvinte com uma tradigio lingufstiea diferente. Um falante arabe, por exem- plo, poderis objector que os sons inioiais de key © caw #80 distintos, ‘embora provavelmonte acoitasse a identidade dos sons em key e ski. Tnversamento, um folante hind objectaria a identidade dos sons em bay e ski, mas seria provévol quo a aceitasee em key e care. Este ppasso da andlise parce depender, em alto gran, da formagio lingués- tion prépria do obsorvador. F'evidento, porém, quo um Taiguista, a0 propor-se realizar uma anélise fonolégioa seurada de qualquer lingta, ters que se libertar, como analista, de toda e qualquer depen- dénein dos seus esquemas hngtuisticos nativos. 0 método originério utilizado no capitulo TT assenteva numa dofinigio de fonoma quo, naquela altura, se revelava adequada 27h Aqueles propéritos. Limitava-se, porém, @ fornecer um critério para determinar em que oirounsténcia & que dois cons sto idénticos. Neste aspecto, confiémos inteiramente na sensibilidade que o falante native possai da sua prépria Wngua. Teremos, pots, para j6, que eomegar por redefinir 0 fonema duma perspective mais abrangente. Retomaremos agora de modo consequente a ideis que deixémos apenas sugorids, om 2.21. sons, 6 fieil demonstrar que, por exemplo, 0 /k) de key difere dos de eki ou de eau, assim como que os dois iltimos diferem entre si. Nio ¢ esta, porém, de modo nenhum, @ extensio méxima de vaxiagio dentro dum fonema. Do mesmo modo hé alguns outros fonemes que variam to ampla- mente que nfo seré possivel nenhuma deserigio fonétien signifiea- tiva sem referirse esta variabilidade. Nao existe neukum fonema no inglés que soja o mesmo em todos os contextos, erbora, em rela 162 Um|finemil é uma ol gio a muitos deles, tal varisgo possa ser facilmente desprezadsy em particular pelo falante native. Porém, uma ver quo esses esque- mas de variagho nunen sio idénticos duma para outra lingua, um estrangeiro deixar-se- frequentemente impressionar por diferengas de que 0 falante native se no apereobe. 16.3 4 maneira mais clara de explicar este aspecto do foneme serd, talves, mediante uma deserigio breve (e um tanto superficial) do processe pelo qual a erianga aprende @ ouvir © a reproduair os fonemas da sta propria lingua. O aparelho vocal umono pode produzir uma enorme variedade de sons distintos, diferindo us dos outros por mumerasos tragos. A prinefpio, a cianga nio associa qualquer sigmficado a nenhum deles, © palra ao neaso, ubilizando uma larga selecgio dos sons possiveis. Passado algum tempo, ela aprenden distinguir certas partes do seu reportério, descobrindo: alguma utilidade em certas sequéneias de sons. Nenhuma destas € prontncinda com qualquer grou de precisio ou de consistineia, mas a verdade 6 que, nio obstante, algumas distingies se tora assentes, © 6 a partir desse momento que se inivia fala. O proeesso niko 6, pois, o de aprender a produzir sons, mas antes o de aprender & distingui-tos, © autor tem uma filha que aprenden bastante cedo a distin- guir as oclusivas Inbiais das nio-labisis, Mais tarde, aprenden a distingio entre oclusivas sonoras ¢ surdas. Contudo, 0 contraste entre [kj e jt] s6 s0 estabelecen muito mais tarde. Houve um longo poriodo durante 0 qual cla utilizava outras oposigdes fonolégicas, 275 cm némero suficiente para tornarem a sua fala inteligivel, pelo menos ‘408 pais, néo senclo, no entanto, {t/e /k distingufveis. Os sons seme- Ihantes no /¢/ eram um tanto mais comuns do que os semelhantes & fcf, embora estes também ocorrossem, bem como diversas variantes intermédias. Assim, por exemplo, eake soava aos adultos como /téyt/, mas também, ocssionalmente, como /kéyt/, ou jtéykj, ou mesmo kéykj. Estas diversas articulagdes soavam como diferentes eos adultos, mas eram, aparentemente, consideradas idénticas por ela. Por outras palavras, haveria, do seu ponto de vista, uma oclusiva surda ndo-labial, /TY, que poderia ser pronmnciada como [E] ou como], ow ainda como diversos outros sons; daf que cake fosse pronun- ciado fTéyT). Jf claro que tale, Kale © Tate (qualquer dos quais cexistia no seu vooabulirio) eram prommeiadas de forma idéntica, oa seja, com a mesma ampliinde de variagto, dai o confundinem-se todas entre si. Algum tempo mais tarde, ela descobrin finalmente 4 distinglo, e, com precisio erescente, passou a discriminar as quatro proniincias, atribuindo cada uma A sua correcta utilizagio. Depois de este provesso se ter tomado tio regular e consistente como na linguagem adutta, (¢ a verdade é que todos nds temoa destizes oca- sionais), o antigo fonema /T) por ela vutilizado dado lugar a [tje jkj. Ela tinha, pois, progredido um passo mais na aduisigio do esquema fonoligieo adulto do inglés Note-se que 0 provosso consistin apenas em dividir em duas 1 fren total das oolusivas surdas nic-labiais. Cada uma, delas con- ‘tinnou a ser uma érea de variagio, ou soja, uma classe de sons [As classes maiores foram substituldas por elasces: mais peqruenas, mas mumea foi considerada uma redugia a sons individuais. Por cesta raziio, mesmo de per si, 0s fonemas doverko ser eonsiderador como classes de sons; conforme veremos, porém, haveré outras raze Aocisivas. para tanto. 16.4 0 imcentivo a aprondizagem da distingao entre /t/ © jl foi, fundamentalmente, a nocossidade do distinguir palavras. como cake, take, Kate © Pate, bom como muitos outros pares minimos. Se distingdes como estas nto fossem posslveis, a Ingua serviria como um instrumento monos eficiente do que, doutro modo, esta- via ao seu aleance sé-lo. A utilizagio da prontincin ecorreetas (da porspectiva do adulto) com éxito progrossivo, © repetide suficientes vvo#es, wuxiliarin a fixar 9 oposigéo com firmeza nos padrées de li xuagem da erianga. ‘Todavia, kj viria, finalmento, a constituir tuina extonsa variedade de sons, no paastveis de subdivisio, uma vex que jf nfo aotua o estimulo que condusira, weste exso, & diferen- 276 cingio do jt! © fk: 6 que no existem em inglés pares minimos con- trastantes para quaisquer dos sons que consideramos do grupo jk Gesea, por couseguinte, 0 processo de divisio, e toda a variedade de sons do grupo /k) continus a produsir a mesma rescyio, isto 6, ‘8 comportsr-se coma um tiniea fonem. Se tivesse sido o arabe a Wngua que a orianga aprendia, o resul- tado teria sido bem diforonto, Um orianea arabe poderia ter seguido 08 mesmos Passos, chegando a um fonema /K/ que cobriria, grosso modo, a mesma variedade de cons que o jk) inglés, mas o provesso rio s¢ deteria agui. £ que 0 érabe possui numerosos pares msinimos que se opéem por duas varivdades do sons do tipo fikj. Podemos representé-las por jk/ ¢ {q[. Enquanto que {kj 6 bastante anbe- rior, fq] & consideravelmente posterior, Pares como /kalbj, ‘eto’ © Igalb/ ‘coragio” forgariam a crianga, mais tarde ou mais odo, #8 dividir © fonema /K/ da sua infimeia em duas séries, jj © ja) Emborn com variantes mais limitadas do que o /kj inglés, mesmo ‘assim, aqueles so, como todos os fonemas, classes de sons: Um simbe que ouge falar inglés pode identificar a consoante ao forma ingless key como o sen /k|, visto este ser relativamente anterior, © @ de caw com 0 sou (qj, visto ser relativamente posterior {isto no obstante os kj ¢ ja/ do arabe niio sorem de mode aleum idénticos as duas variedades do fk} em inglés). Este facto pode lovar 0 observador arabe o objectar & identifieagio das vonsoantes Infeinis destas palevras como iguais, Tm vesumo, a0 ouvir falar inglés, ele ouve, pelo inenos em parte, fonemas do rabe, © no do inglés, 0 falonte hindu niio identifioard, provavelmente, nenhuma dife- onga entre as consoantes de Rey 0 do ene, uma ver que a sua lingua ‘fo o forga 9 estabelecer tal contraste. 114, porém, uma outra opo- sigGo, om hinda, entre oclusivas aspiredas, como /kkh/, e no aspi- radas, como fi. 16 o que sy poderé deduair dum par eomo {khil), ‘gro’, © sil, "prego’, bem como de mnmerosos outros. Uma ver que o som inicial de fey & rogularmente aspirado, ele compari-lo-é Aeeorto ao seu /kh/ hindu, enquanto ai% ser’ onvide eomo contend 0 sen fk}. Isso levi-lo-&, por consesrinte, » objectar & hipétese de estes dois sons serem idénticos. 16.5 0 process de aprendizagem duma segunda lingua implica, entre outras coisas, a aprendizagem das distingdes que so foné micas na nova lingua, tanto ne audigio, como na articulagio, e, ainda, a minimizagio das distingdes que nio sho significativas, embora, estas possam ser fonémicas ua lingua-mie. Muitas vezes, as duas linguas utilizardéo sons semelhantes, mas organizados em sistenias fonolégivos bastante diferentes. A aprendizagem das novas utih- ages de sons antigos 6, geralmente, uma parte mais dificil do pro- lems do que, propriamente, 0 dominio de sons totalmente novos. Infeliamente, este aspecto do trabalho é com grande facilidade neg genciade, Poucos estudiosos de linguas estrangeiras tém consciénoia quer da sua extenaio quer da sua importincis, Os manuois agra- vyain também com demasiads frequéneia o situagio, descrevendo fas prontincias de forma equivoea. Assim, por exemplo, o fi franoes é frequentemente descrito como equivalendo ao # de machine, 0 qual, para a maioria dos amerieanos, seria fiy|. A verdade 6 que aquele nunea assim é pronunciado, embora a maior parte dos ameri¢anos ache que o fi francés son de modo muito semelbante ao seu [h ‘Na melhor das hipéteses, porém, tal prontincin soars como um fren- es obviamente deficiente « estrangefro; na pior hipétese, pode tomar-se, mesmo, totalmente ininteligivel. Os sistemas fonoldgieos io tipicamente incomensurévefs, isto 6, nenhum sistema fonolizioo pode ser desmito com procisio om tormos do fonemas doutras tmguas, ‘© muito raramente até mesmo uma primeire eproximagio simpliste se poders formulsr em tais termos. 16.6 A definigio de fonoma spresentada em 1.10 rovelar-se-6 inadequada quando o obsorvador niio puder ouvir a lingua da mesma maneita que um falante native. Pars» tomer utilizével por um nio-nativo, seri nocesaério aerescentar-Ihe alguns oritérios objec: tivos quanto as variantes de sons que possam ser inclufdas om qual- quer fonema dado. Bsses critérios sio dois, © ambos terio que ser satisfeites. 1.9 os sons doverdo sor foneticamente semelhantes. Una deserigio artioulatéria como a que csguematizémos nos expi- ‘ulos TE e TIT constitui, em rogra, uma base sutisatéria para a ava Tiagio da similaridade —desdo ‘que a tomemos sulieientomento ‘rapla pare incluir todos os sons em caus, e suficiontemente porme- orizada para assogurat que nenhum aspecto signifleativo seré des- enidado. 2.9 os aons deverio revelor evrtos padres earneteristicos de distribnigho na lingua ou dialecto em estudo. Adiante enoneia- remoa dois desses esquemas. Ambos so, fundamontalmonte, tipos 4 distribuigo que tomam impossivel a ovorréncia de pares mfnimos. Esta levar-nos-in, como 6 evidento, a eonsiderar os dots sons eonio membros de fonemas diferentes. A pripria ovorrinein de dois sons com distribuigies que permitissem pares minimos (quer 0s ajo, quer nfo) atribuiris algum valor funcional i distingSo, ¢ seria, por: tanto, sulleionte para ostabeleeor a oposigio come fouémics. 278 16.7 Um fonema é uma classe de sons: (1) fonctieamente ser Ihantes © (2) que mostram eertos padroes earncteristicos de distri duigdio na lingua ou dialecto eonsiderados, Note-se que esta definigao ae refere, na sua aplicagio, a uma a6 Hingua on dialecto, Nao existe nada a que possamos chamar um fonema jp/ em gersl, por exemplo. Ha, porém, um fonema jp} no inglés, da mesma forma que hé um fonema /p/ no hindu. Todavia, elee nio sio idéaticos, em nenbum sentido. Cada wn deles é ume marea dentro da sua prépria Ungua, nnlio sendo relevante para qualquer outra, 16.8 O mais simples dos padres de disteibuigio € a varingdo livre, © aporetho voeal humane opera com um geau inerivelmente alto de preciso, mas que, mesmo assim, esti longe de ser exacto. Se for promineinda a palewra key, mesmo que por um s6 folante, ceroa de, por exemplo, uma eentena de veres, e se forem avaliados todos os tengos mensumiveis de cada fk{, verifcarse-t que nto hé dois exnctamente igunis, Tomar-sesé evidente, por outro lado, que nenhuim se afastard muito de certas earacteristicas médias, Isto implica, para j6, a existéncie de wma duragio média de oclusio. Verifiear-se-s que a maior parte dos casps ficaré muto préxima dossa média, embora alguns revelem divergéneias mais aeentadas. Haverd um grau médio de aspiragao, » a maioria dos casos situar-so-4, muito préximo da média, embora alguns sejam, ama vex mais, apre- ciavelmente mais ou menos aspirados do que & miaioria dos outros, @ assim por diane, Bm relagéo a cade um destes tracos, surgiré algo semelhante & curva em farma de sino que nos ¢ tao familiar em estatistica, Bstas ourvas definem o aleance e a natureza da variagiio fem cada uma dos prontineias que os informantes produzem pare {kde key. Na maiorin dos ensos, a extensio destas variagées ¢ pequena —tio poquena, de facto, que nio seré, normslmente, diseerni- vel, excepto mediante avaliag3o instrumental, ou entio por um foneticista com grande treino actuando em condigées actsticas préximas das ideais. Ocasionabnente, porém, a area de varia ‘ho poderd ser suficientemente ampla para ser perocbida facil- mente, ¢ isso levar-nosé a toméia em consideragio na anélive fonoldgien. B ovidente que qualquer diferenga fonétiea que no posse ser controlada de forma consistente nio assumiré signifiendo linguis- ico algum, Quaisquer dois sons que estejam sempre em variago livre nunca porlerio ser dois fonemas, mas sim dois pontos dentro Go Smbito de varingto que constitui um foneme, 279 16.8 Ao disoutirmos a veringio Tiere, selecoionémos delthe- ‘mento para exemple mumeroaas repetighes duma mesma palavra, So, dopois de estudarmos uma centena de exemplos de kj em key, repetissomos » experifneia, agora com cer repetigdes do fikj de sti, ‘verificarfamos que este tiltimo revela igualmente vatiagdes em todas as suas ouraeterfsiiews monsurdivois. Porém, as areas de variagio Yerifleadas nus duas exporiénoias nto seriam idéntioas. Algumas das coructeristicas mensurdveis difeririam, tanto nos valores médios, como no afastamento das médias Para mais, algumas dessas diferengas so detectaveis*com bas- tone facilidade, quer por um Hngnista mediaamente tvinado, quer, como j6 afirmémos, por um falante do hmdu sem qualquer ‘reino especitico, A diferenga mais dbvia seré a da ospivagio, Bin hey, eibora exista uma variagSo de aspiragio, © seu parimetro ind, ‘grose0 modo, de moderato a forte; em ski, essn variagio ing de fraca a nuls, 16, de resto, uma ampla justifiengio para se considerarem estas duas como drens de varingio bastante diferentes. Por que rasiio € que no aconteee, entio, que qualquer das duss separe pares rinimos ¢ Para responterinos a esta questo, ser-nos-é necessério apenas obier estimstivas aprosimadas da aspirago mum némero consi- derével de foremas /k/, em muitas palavras diferentes. Se, para maior simplicidade, restringirmos a nossw atengho & posiglo inivial, voriflesremos que fkf sequindo (sj mmea aspirada, ou que 0 & wpe nas feacamente, 20 passo que, s0 {kj nfo for preeedido de js), teré sempre uma aspiragio modernda on forte. Se assim acontecer, os chamadlos pares ininimos serio, obviomento, impossivers. Os dois jl) reunem, pois, qualiicagies para que os possemos eonsiderer membros dum mesmo fonema, A aistribaigso que ucabamos de deserever resumidamente conhecida por distribuiggo complomentar. E este o mais importante dios tipos de distribuigio que preenehem 0 segundo eritério da. pre- sente definigio de fonema. Diz-se que os sons estio em distribuigzo complementar quando cada um deles ogorre mum eonjunto fixo de eontextos no qual nevkum dos outros sons pode ocorer. Em quale quer abordagem de cardcter fonoldgico, 0 tinieo pénero de contextos que poderemos considerar 6 9 fonolégico, © mimea © morfolégico, Assim, om inglés [k"] (nfo aspirado) e [le] (aspirado) esttio em dis- tribuigio complementar, uma ve que [k"] ovorre om sequéncias consontnticns a seguir a fej, como em ski, ("Iy}, o ainda em sequén- cing médias © fnsis antes doutra ovlusive, como em act (wk-t}, ® ainda, quando ndo inicial e procedendo uma vogal dotada de evento 280 fraao, como em hiccup (hik"ap). (Note-se que hé algumas variagdes om pormenores deste padrio, de dialecto para dialecto. Alguns outros falantes podem possuir distrbuigdes ligeirumento diferentes, mas, nesses aos, seguiro eoerentemente os seus padrdes ré. prios). () ocorre na maioxia dos outros eontextos, mas nmca em nenhum dos que enumerémos para fk"). B evidente que 0 que aqui fazemos & apenas uma formulagio parcial das variagios do kj. Hi outros tipos de diferensas, além da aspirugio, que deverio tam- ‘bém ser considerados para se obter wns visto global do find- 16.10 Qualquer som ou subelasse de sons gue esteja em dis- tribuigko complementar om outro, de forma a que anbos consti- ‘tuam um 86 fonema, chamar-se-4 um alofone desse fonema. Um fonema é, pois, uma classe de alofones. As diversidades fénicas em variagio livre como as que expusemos em 16.8 sig alofones. 16.11 Os falantes dun mesmo dialecto ‘fasem, habitialmente, ‘as mosmas distingdes fonémicas © « mesma distribuigio dos alofones dentro do émbito de cada fonema. Jé em 16.3 adiantémos uma sugestito de como 6 que a erisnga aprende a proceder as necessérias Aistingdes fonémnioas, e s6 a essas. B evidente que isto nilo serve para explicar como 6 que falantes diferentes possuem a mesma dis- tribuigto do slofones, ou mesmo por que é que um falante mostraré alguna coeréncia na utilizagio dos alofones. Sem essa coeréncia, a distribuigto complementar no passaria duma fiegSo. Apesar de ‘essa anise nto ter sido integral, ela impée-nos a obrigagio de uvan- garmos algumas sugesties semcthantes acerca da origem v do signifi- ado dos alofones. Bm primeizo lugar, verificamos que algumas distribuigdes alo- fOnicas siio deierminadas por factores fisiolégicos, ou, pelo menos, que hé um forte contributo destes. Assim, por exemplo, em inglés, os alofonee frontais de Jk/ sho vutilizados na proximidade de vogais anteriores, como om key, enquanto que os alofones posteriores te jj sio ulilizatos na viznhanga do vognis posteriores, como em eat Pareceria razodvel admitinmos que eeria a ceonomia de movimentos a ditar uma tal combinagio. Talvea soja esse 0 caso em parte, mas nfo, decerto, no todo. Por comparagio, na Wngua Toma as yogais anteriores ovorrein em alofones centrais (reeuados) depois de fk, g, /, raramente parecendo to anteriores como /k/ no inglés ley. A’ vogal Je], por exemple, que 6 normalmente prononciada de modo muito semelhante ao inglés ji/, torna-so muito semelhante ao inglés ji, no 281 fomn fle/. (Nota: dizemos seniethantes pretendendo assim implicar uma desorigio aproximads). As duas outras vogais anteriores, At (mais alts, do que fef) e /e/ (bastante semelhante ao fe) inglés) possuem alofones comparéveis. No lomo, as vozinis norecem adaptar-ne 4B posigfo da Tinguo pare Jk, es nf; no inglés, jk, g, 9/ adaptam-se 4 posigio da lingua para as vogain A economia de movitnentos nio poders, porém, explicar todos 08 esos. Assim, nito existo uma razio dbvia que explique por que ocorramn alofones nito-aspirados de /p, t,k,/ depois de |s/. Tato parece ser, em larga medida, apenas uma questio de hébitos linguistieos convencionais do inglés. Ser, provavelmente, aprendide por unt falante a partir doutro, © assim teré sido tronsmitido de falanite em falante eo longo dum histéria consideravelmente longa. A raato para a sua aprendizagom nao & que auxilie & utiliengio da Lingua, como instrumento de comunicagio, O eu valor para esse fim ser, 4 existir, extremamente eseasso. Ein contrapartida, parece antes consistir numa questio de uniformidade social, Se alguém difere dos sous companheitos ae nivel sonore, ele scr compreendido lin guistioamente, mas softeré duma perspectiva social. Alguém que ssctioule Rey [k"iy], on ski [ty] teri uma promincin eesquisitas, Seré esse, pelo menos, o easo de (sktiy]. [Ky] poderk ‘mesmo eausar perturbagies linguisticas, pois € facilmente confindida com 8 forma [gry] A utilizagio dos alofones correctos parece ser snais importante do ponte de vista social do que propriamente linguistico, Embora obviomente merecendo a atengio dos lingwistas por muitas rarbes réticas, of alofones situam-se na margem do seu campo de estudo, © sio, ex alguns aspeetos, exteriores Tingwa © uso don slofones carrectos & evidentemente, importante ara quem quer que aprenda uma Hingna estrangeica com 1 intengho de a falar. Para ser commpreendido, teré que aprender a pronmmeiar todos os fonemas ¢ a utilizar os alofones suficientemente proximos do normal na lingua, no sentido de evitar erros de idontificago, Para além disso, xo ter nevessidade, caso se comtente om ser oom. preendido, de se precoupar eon os alofones, Porém, se desejar que © sen disourso soja sosialmente aceite, —isto 6, que soe cama o dum native —terd que dominar a utiliagio dos alofones que for normal nessa Iingus, Ae contrério do que parece mostrar a expe- cia de muitos estrangeitos, 6 absolutamente possivel atingir tal objective. Contudo, parece quo s6 mimicos excepeionalmente bons Poder aleangar tal proficiéneia sem terem conseiéneia clara de problems mo sou pormenor. A compreensio do prinofpio do fonema 288 4, para a maiar parte dos adultos, uma condigio sine qua non para uma aprendizagem Tinguisties com sucesso. Ele é, sem divida, © mais importante eoneeito individual que um futuro estudante de Iinguas poderé adquirir do treino lingn{stivo, 1612 Dos dois critérios que apresentimos para a classificagio dos alofonos em fonemas (16.7), 0 primeira, om o da similaridade foné- tion, pode aplivar-se, pelo menos em parte, sem nevessidade de refe- rinela 3 utillzagio conerote dos sone om qualquer Tngua espectfcs. Doste: modo, os sons sonoros © o8 sews eorrespondentes surdos podem considerar-ve foneticamente semelhantes, independentemente da Lingus em que oeorrem. Tsto nfo of torna num meamo fonems, wma vou quo 6 nevessirio que ambos os aritérios sejam observads, Con fndo, « similoridade é um factor relative. Nao poderemos sigorosa- mente dizer que os sons eejam semelhantes om disscmelhontes, mas sim, © apenas, que so mais ou menos semelhantes, Exactamente quo semelintes € que dois sons tere que ser para eaberem na definigao, eis © que 85 poderd ser determinado por uma avaliagio do sistema fonémico da lingua no neu todo. Se verificarmos que alguns Tonemas tm, simuktaneamente, slofones surdos © sonoros, entio qualquor outro par de sons surdos © sonoros ser, deaerto, sufiien- temente semelhante para caber na definigio. Se, pelo contréxio, ‘8 sous suds © sonoras se opdem em geral, hi muiores probabili- des de que outro par de sons gurdos e soneros soja ouvido na Hin- gus em questo como eonstitulde por sons diferentes. Este rela- tiviamo iutroduz uo certo grau de subjectividade no métode. Esta 6 porém, dama indole inteiramente distinta da subjectividade que limits» utitizagio do método emprxudo nos eapttulos II, 11 ¢ TV. 16.413 0 segundo oritério para a classitoagio de alofones fonemas, 8 chamada distribuigdo nifo-contrastiva, ndo se reveste de significado sendy numa Yngua ou num dialecto portioulanes B com frequincia susceptivel dums aptioagio muito main objective dlo que 0 6a simnilaridade fonéticn. Contudo, este artério apmesenta, por sua vez, as suas yréprias diflenldades. Na verdad, « dist Duigdo total de qualquer som dado 26 pode ser detarminada por uma observagio de toda a lingua, o que & una condigio obviamonte impossfvel. Assim, @ tiniea manera prétioa de proveder sork a de determinar a disiibuigéo a partir duma amostragom da lingua, xia timitaglo eonterd sempre a possibilidade de o exaane do dados adieionais poder revelernos novos tragos de distribuigdo, quo por sus vee.nos obrigario a modifica as conclusGus anteriores 288 Quanto mais extensa for a amostra utilizada, tanto menos probabilidades haveré de um material posterior poder vir @ contra~ dizer ns nossas forinulagdes. Impée-se, pois, que trabalhemos com ma amostragem saficientemente ampla, de modo a que as proba- Dilidades de erro sojam reeuzidas. Ou, por outras palavras: com uma amostra de extensio sniiciente poderio extruirse conelusies com alta probabilidade de validade fatura 4 ier de quaisquer provas adicionais. Seré tonibém necessivio que s amostzagem utilizada soja representativa de forma de discurso que estiver a ser sualisada Por fim, uma vex obtide, uma amosteagem aatisfatéria, esta deverd ser utilizada de forma conveniente. Nada poderk ser desouidado, oF niuito vamiajoso que isso nos parega As téenicas de selecgio © avaliagio das amostras para anlise linguistiea t8m mereeida poses atengio, de ponto de vista dos pro- blemas estatisticos af impliondos. Os linguistas tém antes confiado no utilizagdo de amostras mmito extensas (na maior parte dos casos) —talver. mesmo vévias vezes rasians do que © nocessirio para os ous objectivos. A moioris das fons anilises fonémicas pode cansi- derar-se como tendo uma validade estatistioa apreciével (embora muon absolute, como & ébvio). A deficéncia mais comum dos lin- fuistas, nesto aspocte, tem sido n de nfo necttarem o facto de que os remitados obtidos assentem, em witima, anélise, em dados de natureza estatisties, © quo, porianto, na conclustes deverdo ser Interprotadas tendo em mente este facto 16.14 Quando deservemos o sistema voaiitico do inglés wegamdo uma porspectiva artieulatéria, verificdmos qne as nove vogais podem ser analisadas em termos de duns dimensdes signifleativas, © que, esses termos, clas se organiznm num padrio perfoite de 3x a: Kota simetria ndo informs, porém, apenas as bases fonétions dos fonemas. Hé varias eorrelugdes funcionais entre os fomemas que pareeom refloctir © mesmo padviio. Logo, poderemos considerar os fonemas nfo apenas como entidades eontrastentes, mas como pontos dam sistema, Em algumas outros linguas, o sistems fonémieo pode mostrar correlagies ainda mais dbvias. Por exemplo, as vogais turcas dife- rom entre si segundo trés dimensées. So relativamente anteriores ou relativamente posteriores, relativamente altas ou relativamente 28h Daixas, relativamente srredondadas ou relativamente doslabiali- nadas, Todas ax combinagies possiveis ocomem, de modo que 0 sistema contém oito vogais passfveis de ser convenientemente vepresentadas num diagrama com a forma de um cubo, sitmando-se ‘cuma vogal em cada vértiee: A esta disposigio pole chegar-se partindo duma consideragao de natimezn articulatéria, ov, ainda mais elaramente, das relagbes morfofonmicas, Assim, [i,t 4, u/ so semelhantes por serem rela- tivamente altas, mas, além disso, todo 0 suiixo que contiver uma dels ter’ alomorfes contendo cada uma das quatro. Tais afixos serio, pois, convenientemente deseritos como eontendo vogais altas. Os alomorfes desses sufixos sko condicionedos pela vogal da sflaba preeedente: fi, e/ condicionam {if; (0, 6], condieionam [0/ ; fi, a) eon- divionar fij; € Ju, of condicionam jaf. Este facto permite delimitar quatro grnpos de vogois: anteriores deslabializadas, anteriores axe- dondadas, posteriores deslabializadas e posteriores arredondadas Um segunda grape de safixes contém je! ou jaf, que sto ambas vognis baixas deslabializadas, fe) ocorve depois de qualquer das vogois anteriores i, 6, 8f ; fej, depois de qualquer das posterio- res fi,u,a,o/. Deste forma, a disposigio das vogais furcas num diagrams oiibico reflecte, simultaneamente, 0 seu eardeter fanétioo © as suas relagdes estruturais, As voyais do turco revelom-se, de forma bem evidente, como anidades dum sistema, eujas eorrelngdes tm um signifivado fundamental para a lingua, Os fonemas dua Imguo so mais do que unidudes simples, de modo que nio podemos limitar-nos a identificé-las © descrové-lae ss om si mesmas, Poderemos, assim, formular una terecira definigio de fonema 1008 soguintes termos: fonema é um elemento no sistema sonoro dua lingua que possi um eonjuito earacteristico de correla- es oom ada um dos outros elementos desse sistema. Tais correlagies Sio de vivios tipos. Podem reflectir-se em permutagées morfofonémi- ess, en soquincias de fonemas possiveis dentro de motfemas, ou, ainda, nas fongies das unidacles dentro de segmentos do diseurso, O sistema poders ou ser definido oom preeisio ou ser mais difuso e indefinido, ‘mas tais relagdes tomnar-se-io sempre, em algum grau, ovidentes. 285 8 (em termos de oposigses entre fone- mas, de classes de sons nio-contrastivos © de relagdes sistemdtiens) so complementares. Nenhume delas, por si s6, daré um quadro voinpleto da navureza ou do signifiendo do fonema, No seu con: junto, porém, proporeionam uma base adequads, quer quanto & profundidade dle compreensio que poderé requerer-se de um eurso clementar, quer quanto As discusses mais téenicas, bastando-lhes, para tanto, ligeiras modificagdes de pormenores. Todas elas implica, porém, slgumas consiceragdes hésions adicionais que no poderko por mais tempo continusr como tacitamente admitidas, antes texto que ser analisadas, se ndo quiscrmos corver o risco de tais definigées serom indevidamente interpretndas. 16.16 Todo o tratamento dado ao conecito de forema se baseou ho pressuposto de que & cadeia do discurso se divide om segmentos, cada um dos gusis se pode atribuir a um fonema. Podemos eon- oeber varias modalidades para essa diviso, Regre, geral, as consoay tox © vogais do inglés sio considemdas como seguindo-se umas As outms em sequéneia, inieiando-se cada uma no ponte em que acaba precedente, Os aoontos ocorrem mais ox menos om simultineo sot as voxais, © os tons em sinvulténeo com todos os omttros fonemas, Este modelo seré tolver, suficiente por agora, mas sugeriremos outra possibilidade no capitulo XXTT Deste modo, ¢ sem considerar nosta andlise os aeentos, os tons @ fonomas afins, um voedbulo inglés como bit foi tomade camo con- sistindo numa sequéncia de trés sons. Provavelmente, a maforia dos observadores concordaria fueilmente com fol onélise. Numa palavza como hry, porém, 0 problema prética 6 bastante diferente. Alguns poderio ouviclo como uma sequéncia de tr¥s elementos, como a teanserigio fonémien fig! sugere. Outros ouvi-lo-fo como uma sequuéncis de dois, [ki], outros ainda pederto owri-lo como integeando quatro elementos, [khiy]. Quaiquer das trés definigdes que demos rodeou o problema do miimero de fonemas existentes em qualquer sequéncia do disourso, embora aquele sejs, obviamente, bisico para cada tums dolas. A forma em que uma elocugao & ouvida e dividida (segmentada) dependera, em parte, da formagio fonémiea do obser- yador. Linguas diferentes dividem material fonétice semelbante ‘num niimero de segmentos diferente, ou eortam-nos em pontos dife- rentes, osquema de segmentagie 6 um dos padres linguistioos do sistema, o uma segmentagio prossoguida segundo tais esquemas cata de alguma forma implicita om cada uma das trés descrigdes do fonema, 286 16.17 Nenhuma das txts definigées se pronuncia, claramente sobre outta questo ainds. A linguagem é um processe que implica 1 actividade @o ofvebro humano, do sistema artioslatério © dos “rgfios sonsoriais © pode sex, como tal, Jegitima ¢ produtivamente estu- dada:pelos psiedlogos. O fonema nido 6, porém, um conceito psicolé- tiv, isto 6, nfo pode ser definido em termos psicoldgicos. A des crigdo que fizemos do processo de aprendizagem duma distingko fonémiea, ineluida neste capitulo, no teve como propésito qual- quer espécie de definigo do fonems, mas exe spenas uma observa- Ho subsidistia, ou, mesmo, um paréutesis. B evidente que hé pro- cesses. psivolégicor implicados ma produgio © reeonhecimento dos fonemas, mas nenhuma definigio psivolégica adequada do foneme foi formulada até agora, B eoxto que a Linguagem envolve também sortos Fondmenos aolistions. Sio estos que, de alguna forma, trens- portam os fonemas; nfo so, porém, nenhuma espéeie de realidade fision, discernivel por técnicas instrumentais ou por observagio direst. O fonema nko pode, portanto, ser definido scustica- riente, © fonoma 6, antes, um trago integrante da estrutura Tinguls- ties. Quer isto dizer que ¢ uma abstraegio dos esquemas psieols- soos & aeiistioos que permite ae linguists deserever repetigdes obser- vadat do elementos que parecem faneionar dentro do sistema como idntivos, ¢ isso apesar de diferenges Gbvias. 0 fonems 6, em resumo, uum trago linguistics apenas. Nao é um trago duma s6 eloougio, ‘mas sim um consiator de sirilaridades om mailtiplas elocugdes. Uma clocugio nio 6, propriamente, uma sequéncia de fonemas, mas antes uma sequéncia de realizages conerotas de alofones de fnemas, Os foneraas niio aio coisas, mas antes classes de coisas. Como tais, nito tém a mesma espécie do realidade que ter’ uma parte expect fiea duma clocugio expecttion, Num corto seutido, s80 a eriagio intelectual do linguista que examina essas partes eomeretas duma clocagio conerota. Porém, muito embora constituam produgoes da observagio do linguista, este aio ser livre de produzit o que quiser, Os fonemas duma Imgua sio um conjunto de abstraegies suseeptivels de deserever com mais procisio ecxtos tzagos das clo- ages dessa Higa, passadins, proaentes futuras, do que qual quer outro conjunto, Sio wna espécie de modelo da elocugio. A tarefi do linguista consiste em encontrar 0 modelo que mais per- faitamente so ajuste aos factos observados. A ingua impée Timitagdes coneretas, ¢, muitas ve circunsoreve de forma bastante estreita ‘libordadle de que o linguists pode dispor pars consteuir o sen modelo, B ness limitaydes mesmas gue reside a realidade do fonems, capitulo | _zummresunnatesteanera, epooooneqcencseoeeoneee W e@ fonolégica 17.1 Um linguista profissional abordando @ andlise cientifiea dums Imgue até entio nio registada ¢ um Ieigo propondo-se atingir ‘um conhecimento que The permita falar uma segunda Iingue ver-se-io perante o mesmo problema fundamental: pouico mais que um gros- seiro Grabalho preliminar seré possfvel até se conseguir alguna eom~ preensio do sistema fonoldgieo de lingua em causa. Sem isso, 0 mate- rial seré comproondide de forma imprecise e, provavelmente, seri reproduzide em termos dos esquomas fonémieos da lingua-mée ou, entdo, seré onvido e registado como um eompleso inextrieével de sons intergradados e desorganizados. O leigo, se por ventura for edotado pars as linguass, poderé, 2 sew tempo, adguirir um con- trolo produtivo do sistema fonolégico, através de tentativas sucessi- vas. Infelizmente, muitos nunea chegam # ultxapasser 0 minimo nevessério A comunicagio clementar. O linguists, por seu lado, procura 0 controle do sistema fonémieo como um objective eons: ciente, © progride nesse sentido com passos deliberados. Algumas fasos do seu provesso poderdo ter valor para quem quer que aprenda uma nova‘ingua, quer como instrumento auxiliar para. evitar os Aifieuldades habituais dos aprendizes, quer como meio de acelerar © seu progresso, ou, ainda, como método de o ajudar 9 compreender © que est « fazer, © a razio de vertas epeculiaridadess da lingua que xe propde estudar. Neste eapftulo, deseroveremos alguns aspectos elementares dum métode analitieo susceptivel de utilizagto. 17.2 0 primeira proceso a seguir na anditise do sistema foné- tnieo doutra lingua que nto a lingua-mie do investigador consiete em fazer a transcrigio duma amostra, Transerevem-se, pois, uma série de cloougées retiradus do disouso dum informante nativo, ‘Tomaremos grande cnidada om nos assegurarmos de que o transeri gio € Gio coerente quanto possivel — isto 6, que cada som € regis: 288 tado por um mesmo simbolo ao longo de toda a transeriglo. Ten- tnr-so-to registor todos os tragos discerniveis da linguagem, com tanto pormenor quanto seja possivel fazer-se acuradamente, Um investigador com vasto treino de fonética registaré um grande mimero de sons ligeiramente diferentes, utilizando para isso s{mbo- los de um dos sistemas de transerigio adoptados. Uma pessoa com ‘inenos preparagio para » tarefa registars menor asimero do dife- rengas, © teré mesmo, provavelmente, necessidade de inventar sim- bolos ad hoc para muitss elas. Em qualquer dos casos, s6 por pura coinoidénoia 6 que a transerigio indiearé eorectamente mais do quo uns poucos fonemas. resisto seré sempre de slguma maneira influencindo pelo sistema fonémico da lingua do investigador. Um Enguista competente poders, de alzum modo, obviar a este facto, om virwude da sua muita experiéneia com linguas © do sew treino fonétion; faré a sua transcrigio, nio em termos do sistema fono- Tigico da itngua-mie, mas antes em termos da experiéneis acumua- ada de muitos Hnguistas com um grande mimero de inguas, o reflec tird todas as diferengas que a sua formagio poliglota Ihe terd ensi- nado. ro¢onheasr ‘Tal transcrigo pretiminar afustar-so-& muito possivelmente duma representagio puramente fonémiea em wérias eombinagies dos seguintes aspectos (1) Pode ser diferenciada em exeosso, Quer isto dizor que foram usados simbolos distintos pora duas ou mais variantes dum “nico fonema, ou, entio, que foram registadas diferengas niko-lin- guisticas, Seria este 0 caso do um rahe ao fazer uma andlise do inglés, reprodusindo kj por fk] © (4) (2) Pode ser sub-diferenciada, isto 6, 0 mesmo simbolo pode tor sido sade para dois ou mais fonemas diferentes, ow ainda para uma eombinagtio do alofones de dois fonemas diferentes; ot, ainda, algum trago linguisticamente relevante pode nia ter sido registado @e todo, O que podoria sor o caso dum amevieano que, ao tenter sunalisar a lingu drube, registasse como fk] simulkaneamente (kj ¢ jaf. (3) Pode terse procedido a wma segmentagio ertada, Isso poderé imptioar que tenha sido utiliado um dnieo shubolo para tuina, sequéncia de fonemas, ou, inversamente, uma sequéncia de simbolos para um tinieo fonema. Seria tulver este o eas0 de um amerieano que, ao tentar analisar 0 alemio, registasse |e) por (8), fu o de um alomio que reyistasse como [t8j 0 inglés fe (4) Porters, ainda, haver eros pessonis groseiros de muitas especies 239 © processo de snilise consiste em deseobrir os casos do cade uma das espécies de inadequagio © ai aplioar as uecessirias eorree- ges. Testa mancira, © ranserigio em fasos suecssivas aprosis marse-é duma representagio fonémiea correcta da lingua. O pro eas poderé implicar largo mimero de aproximagies stcessivas. 173 A escessiva diferenciaglo poder’ ser deseoberta ¢ corri- sida a partir do proprio registo, através de métodos rigorosos (desde que nilo haje subdiferenciagdes e erros grosseiros que obsouregoin © material considerado!). E por essa raziio que um linguista. tenta sempre proceder & mais meticulosa das transarigées possiveis. Isso minimiza, ainda que no elimine, a incidéneia da subdiferenciagio. © registo dum bom foneticista pode, frequentemente, analisar-se com certo A yontade ¢ objectividarle. O processo consiste, em larga medida, em scleevionar do registo a informagio signifientiva, despre- zando as restontes, Os registos de pessoas nfo exporimentadas em ftranserigio fonética apresentam, em geal, difouldades muito maio- 03, dado que seré bastante provavel a ocorréncia da subdiforen- ciagio, Neste enso, nido baverd uenhum processo de soleccionar as Informagies relevantes das irrelevantes, visto que algumas dife- rengas signifieativas poderio ter sido omitidas por completo nos dados apresentados, A subdifereneiagio © o9 erroe graves sé poderio ser doteotados e suprimidos se nos sovorrermos de nova do discurso do informante, embora, frequentes vezos, 0 registo nos permite formar jé fortes suspeitas sobre a sua existéncia © uatureza. Alguns dos problemas aqui implicados serio expostos no capitulo XT. Também a sogmentagio incorrect pode, muilas vezes, ser detectada & partir dam bom registo, em particular duma transcrigdo como a que um linguiste de campo, experiente, provavelmente faré. Tendo onsciéneia dos riseos, aquele poders tomar ouidados empeciais no ogisto de dados adequados coneementes aos pontos que considerar exiticos. 174 Por agora, no levaromos em conta as possibilidades de subdiferenciagio © de erros grosseiros, © suporcmos possnir uma ‘transerigho fonétics que se desvie da, fonémiea. 86 por uma, diferen- cingio excessiva, e depots, também por uma segmentagiio inoorrecta. B evidente que tal suposigao s6 poder sor faite para efeitos exelu- sivos de exposigio do méiodo. Tl como se passa com a andtise mar- folégica, tratada nos capitulos VI e VII, todos os vérios processos deverio ser conduzidos mais ou menos simultancamente. Na ver- dade, 6 mesmo, vegra geral, conveniente © nocessério conduait as 200 ‘anilises gramatical © onoldgica conjuntamente. Isto faz-se, porém, somente por razées de procedimento pritica; uma e outra nio devem mmea ser confindidas Antes de se concluir a andtise duma lingua, o investigador deve assegurar-se de que on resultados fonolégicos sio independentes do gramética, Quer isto dizer que aquele deveré ser eapaz de des- ‘erever o sistema fonéinico e do fimdamentar essa anilise sem recorrer a quaisquer resultados morfolégicos, para slém da mera assergio de quais os pares de elocugdes que silo realmente diferentes. 0 inverso 6 sbsolutamente falso: uma deserigfo gramatical adequada tem que pressupor uma descrigio fonoldgica adequada e completa, Am fologia teré que ser formulada em termos de morfemas, que, por sua vex, sio formulados em termos do sistema fonémico da lingua. Nenhuma outra base € inteiramente adequada ow satisfutdvia para © que quer que seja, para além de formulegdes preliminares. A Timi- tagio mais frequente a um progresso posterior na comprvensio da gramétiea duma lingua € uma anilise fonémion inadequada, nor- malmente limitada apenas & eonsoantes © vogais. 17.5 Abordimes no ltimo capitulo trés definigées comple mentares de fonema, cada uma das quais eom implicagies ne. andlise fonémies. O método adiantado nos enpftulos IT, TIT ¢ TV baseava-se numa sé dessas definigdes, ¢ revelou-se, nessa medida, inadequado. Para o nosso objective actual, a mais importante das trés 6 a que apresentémos em 16.7, embora ‘as duas outras déom igualmente 6 sen contribute em aspestos decisivos. Definimos fonema como uma classe de sons, ¢ estabelecemos dois eritérios para @ atribuigio de quaisquer dois sons a um tinico fonems. O primeine foi o da simi- Inridade fonética, Este impée, para j6, a exigéneia de que o analista tome o cidade de nie transerever meramente os sons da Tngua Ge forma a que cada simbolo, nas suas notas preliminares, represente sempre 0 mesino som, mas também de registar com atengao a natureza fonéticn de cada som. Isso pode ser feito através da uti- Tizagio dos simbolos dum conjunto previamente conveneionado, no qual cada simbolo comporte ums definigzo fonétien, ou, entio, pols desorigio cuidadosa das caracteristicas fonéticas de cada som representado por um sfmbolo ad hoe, ou, ainda, pela utilizugto nfo. -ortodoxa dum siibolo conbecide. Neste capitulo, bem como na formulagio dos problemas implicados, utilizarcmos simbolos com os valores que definimos no capitulo XV. A segunda especificagao da nossa definigio de forema € a exis: Yéencia de certos padroes de distribuigio: distribuigio eomplementar 291 ‘ou variagio livre. A demonstragio de qualquer deles pode fazer-se fem fases snoessivas, mas os provessos so algo diferentes. Desere- veremos em primeiro Ingar um métoco pelo qual os sgrupamentos fonémicos sko detectiveis com base na sua distribuigao comple- mentar. Divide-se em txés fuses: detecgiio de pares suspeitos, for- mulagio duma hipdtese ¢ demonstragio, 17.6 Bm primeiro lugar, Fazer 0 INVENTARIO DE TODOS 05 SONS eneontrados na amostra, utilizando as classificagées fonétioas ade~ quadas. Agrupar os pares suspeitos, isto é, os pores de sons que paregam fonetioamente similares, logo, possiveis alofones dum mesmo fonema. Pode incluir-se um mesmo som em diversos desses pares. Podem desprorar-se pares de sons tho diferentes que nfo possam constituir alofones da mesmo fonema. Por exemplo, se 0 matorial mostrar [m Ir k'], poder-so-& dedusir que [m].¢ [k] sto atri- buiveis a fonemas distintos, mas [k] ¢ (k!] ropeRxo ser slofomes dum mesmo fonema. Por conseguinte, estes dois titimos deverio ser considerados eomo um par suspcito. Indicamos em seguida alofones habiluais dum mesmo fonema, os quais, portanto, nos deverio ulertar para aqueles sons que deve- remos ineluir no grupo dos pares suspeites, Os exemplas so indica los entee [ J Sons surdos e sonoros correspondentes [ig], [82]. Oclusivas © fricativas correspondentes [i x) Bilabinis © labioientais: oolusivas, frisativas, nasais, ou oolu- sivas o fricativas (bb), [0 v), [m m}, (pf Dentais, alveolares e retrofiexas: oclusivas, fricatives, laterais, ou oclusivas ¢ frieativas [tf] [tf], [47], (60). Fricativas alveolares alveopalatais [s 3} Oclusivas on frivativas palatais © velores (hi, [kK], beh Oolusives aspiradas © nio-aspiradas eorrespondentes. [tt] Todas as nasais, com excepgio de {m], que & hebitualmente distinta (n 9}, [a 8) ‘Todas as variodades de sons do tipo fx), [8 (Fe), (FU Vibrontes simples ¢ oclusivns dentais © alveolanes [@¥], (t¥) {H] wvular com frieativas velores ou avulares [y R {h] e todas as firivativas sudas velazes ou palatais [h x) Todos os pares de vognis aajacentes [i [8 [ a, fo} Semivogais ¢ fricativas labiais, palatais ow velares [v 0. muitas do tipo {i}: 202 B evidente que esta liste nfo pode ser exaustiva, Hé outras ‘combinagdes de sons, 08 quais, por vezes, verificaremos serem olo- fones do mesmo fonema, 17:7 Bxamine-se 0 distribuicio de cade membro de cada um dos pares suspeites. Deve-se tentar ARQUITECTAR UNA HIPOTESE que compreenda a disinibuigio daqueles. Tal hipdtese deveré basear-se quer nas peculisridades observadas quer em paralelismos com situs- Bes j6 encontradas em pares semethantes. Por exemplo, se tiver- mos chegado & conclusio que [p] ¢ [bj esto ex distribuigio comple- mentor, e estivermos agora a considerar [t] e [d], seré razodvel ten- ‘tar-se agora uma hipdtese semelhante & que jé verifiedmos adaptar-oe fo caso de [pl e [b]. Nao hi garantia. de que revelem paralelos estrei- tos, mas, tina ver que 05 fonemas sio elementos em sistemas mais fou menos integrados, hé uma probabilidade apreciével de que tal 6 verifique. A distribuiglo dos alofones pode ser condicionada por qual- quer trago Zonolgino da lingua, Entre os mais comuns, sio de refe~ rir os seguintes: Fonemas imediatamente procedentes out seguintes. Fonemas preeedentos ou seguintes a uma maior dixtincia, embora a probabilidade deoresea com a distineia. Ax vogais de silabas sucessivas ofectam-se no raramente unas 2s outras. ‘A posigio na silaba, na palavra, na oragio, ete., desde que estas possarn ser definidss. fmologioamento. ‘As relagies oom 0 acento, tom, ou outros tragos semelhantes. Combinagies de dois on mais destes factores. Os condieionalismos quo operam na distribuigo. eamplementar manifestam-se frequentemente em paralelo com a assimilagio, ow outras mutagies morfofonémieas bom eonheeidas. O italiana /n/ tem os slofones {u] © [p}, ocorrendo o sltimo, por exemplo, em [bisnko/, (bidpko}. Esta distribuigdo € paralcla assimilagio, veri- ficada no inglés, de {nj a /p/ antes de jk, gj. Existe, contndo, esta diferenga fandamental: no inglés, esto implieades dois fonemas diferentes, uina vor que Jaf ¢ {pf se opem em qualquer outre posi gio, como em sun /sSu/: sung stg). Em italiano, sons muito seme- Thantes a estes sio alofones, dado que (1) nunea se op6o a {9}. Pode- riamos citar muitos outros easos semelhantes. Os tipos de sequéin- clas que sumgem como resultado de mutagées morfofonémicas deveriio sor procurados ao fornvular-se uma hipdtese eoncernento a quais- quer pores suspeites de sons. Ineidentalmento, mesmo que s hipo- 293 ese 80 nilo mostre correcta, ola pode, mesmo assim, sugerir algo averea das relagées morfofonémieas que serio detectadas noutra fase da andlize, Em alguns casos, 0 condicionamento pode parecer sinexpli- civel, A verdade é que no interessa o podermos atingir uma sexpliougion ou nifo, uma ver que tal eexplicagios nada mais do que uma outra descrigiio da distribuigio observada. De facto, voritienm-se muitos tipos de correlagées para as quais nunca se sentiu a neeessidade de cunhar uma designagio. I evidente que essa earéncia dum termo cspecifico em nada afecta a sua validade, 11.8 Depoie de tor formulado uma hipétese, TESTEMO-LA, T4BU- TaNDo 4 DisturBuigio do eada som em relaglo so factor ou factores, condivionantes suyotidos. Ao faré-lo, asseguremo-nos de que sio tabulados todos os dados relevantes. 1 aqui que deveremos euidar de assegursr a validade estatistica do resultado. A hipétese deve pre- ver todas as ocorréncias de cada membro do pat consierado suspeito, Se a tabuingio mostrar uma gorrelaglo entre a distribuigio dos sons em hipétese ¢ 0 factor condivionante previsto, accitamos a hipdtese como uma base de trabalho. Consideremos a eonelusio finds como experimental, 8 menos que soja oprecidvel o néimero ae exemplos incluidos na tabulagto. B evidente que, se a amostra ineluir apenas uma oorréneia de coda um des dois sons, poderemos quase sempre provir que esto ambos em distribuigio complemen: far, a menos que os exemples constituam um par minimo, Quanto ais eomplexa for a hipstose, mais extensos deverdo ser os dados exigidos pare a demonstrar Se a hipdtese nip s0 confirmar, havent que rejeité-la ow modi- fios-la, Quando uma iabulagio nos mostra uma corrclagio bastante sstreita, mas algumus excepgies, cada uma destas deve ser exami- nada cuidadosamente, Poderio, porventura, mostrar alum factor comum que possemos levar om conta numa modifieagto da hipétese original. Perante uma veformutagio da hipétese, nova tabulagio ter que ser foita. Quando parege no oxistir nenhuma outre hipé- tese rozodvel 2 novsu disposigio, oonsideremos que os dois sons fazem parte de fonemas distintos. Nesse oaso, contudo, tenhamos: ema mente que pode existir distribuigio complementar em funglo dum factor condicionante que néo tenhamos ainda descoberto. Todas as conclusdes deverio sor consideradas experimentais 46 4 anilise estar completa, e até todas elas terem sido confiontadas uumae com a outtas 294 17.9 Podemos ilustrar este método com uma andlise parcial das formas espanholas seguintes. A quantidade de dados, aqui como na maioria dos problemas do livro de exerefcios, est muito préxima do minimo. Em trabatho de campo, muitas vezes, ter trinta palavras seria considerado essencial. Para mais, selecciondmon estas para ilustrarmos apenas oertas areas do sistema, Hé diversos fonemas que nem sequer estilo representados, avona] ‘Havana’ [dufat] ‘durar’ [eto] mas’ {bala} ‘bola’ ——gana¥]_“ganhav’ —_ [peFo] ‘eto! {bays} ‘cords’ [gato] ‘gato’ ——_[pipa] “eachimbo" {beso} ‘beijo’ {gol} “pescogo’ {pontefoso} ‘pesado’ {bots} ‘boda’ —— [goss] “gosar’ — [pongo] “pono! [oufo] ‘burro’ fina) ‘casa’ —[siyafo]—‘ehuarato’ {amos} ‘amos’ fltuen} ‘Cuba’ tengo) “tenho” [dios] “Deus” flaso]‘lago’ [toto] “todo! {[devef] ‘dever’ {ato “inda’ —ftaouko] ——_‘tabaco’ {donde] ‘onde’ [no] nd” uv] ‘avs © primeiro paseo consiste em tabular os sons registados © em identificar os pares suspeitos. Estes serio assinalados rodeando-os com um trago. Sciosirae surdas ho aspiradas (\ (\ (\ vogais costal nar a9 Lateral ‘Vibrante simples e miiltipla Nasais » CD © primeito par a ser examinado ser4 {p] © [b]. Ambos ocorrem inieialmente, nto sendo, portanto, possfvel nenhuma hipétese que se hascie ma posigio dos sons na palavra. Poderio star em caus 08 fogemas seguintes, pelo que faremos esta tabulagio: Antes dei] Antes de fe] Antes de[a] Antes de fo] Antes de [u] el 1 u I it [b) I Ww ! f Podemos coneluir que esta tabela nfio demonstra nenhuma dis- ‘ttibuigio complementar. Poderiamos levantar a hipétese de [p] 295 ¢ [b] serem condisionados pola consoante seguinte. Procedendo & respectiva tabulagio, ehegamos ao seguinte resultado Antesde I yos 8 fF pm yg — e (leis tel id Como ambos ocorrem antes de [fF], esta hipétese 6 insusten- tivel. Mesmo que alo possuissemos as formas {pefo] © [bufe}, a tabulagio dificiimente provaria slguma coisa, uma ver que, tendo sido registadas tantas posigdes diferentes, os dados nfo sfo sufl- cientes para o demonstrar. ‘Teremos que ooneluir quo [p} [b] nde esto em distribuigso complementar, ou, entio, que os dados de {que dispomos s80 insulfcientes para revelar 0 seu pedrfo. 0 segundo par a ser examinado seré o de {b] © [1]. E desde logo notério, a patti da lista de palavra, que {1] no oporre em posiglo Inieial.” Levantamos, pois, a hipétese de [b] se encontrar apenas fem posigio inicial nas pslaveas e (e] apenas em poxiglo medial. Testemos, em seguida, esta hipétese por meio da seguinte tabulagio Tnicial Medial by il o) ut |A hipbtese 6 vorfieada, e dai concluimos que [b] ¢ [2] sio alofones dum s6 fonema, que representaremos por fb/ Podemos substituir ‘agora a tronserigio farans) por [abana). Escrevemo-la ainda entre [], e néo /, porque vinda nio aasentémos no status dos outros sons. Para verificar se 0 eomportamento de {ale [8) 6 paralelo ao de [5] © [e}, voliomo-nos de seguida para estes dois, e testemos a hipé- tese equivalente por meio da, seguinte tabulagéo: Inicinl Medial @ fit tt {e) itl Esta hipétese no se confirma, Gontudo, parece significative que [8] so encontre apenas em pongo medial, pelo que examinaremes os casos de {i} medial. Estes sugerem-nos uma modifieagio da. hips- tese — que [d] ocours iniciatmente » depois do (n}- Faremos, pois, nova tabulagio: Inioial —Depois de [u] __Depois de vogais fa) of itit fl (0) Wat 296 [A hipétese oonfirma-se. Os dois sons so alofones dum 36 fonema, {que represontaremos por {Aj [naa] pode, pois, ser reeserito [nada Isto poder levantar a questio de saber qual a causa por que nio encontrémos uma distribuigdo similar para bj. A radio disso foi, simplesmente, a falta de dados, Inventérios mais extensos inclui- iam, deeerto, algumas dessas formas, como [bomiba}. Poderemos esperar que o par [x] ¢ [5] mostre a mesma relagto. Proveda-se & necesséria tabulagio para a testar, bem como a dos restantes pares néo testados. 17.10 Ao examinar o material para detectar casos de dis- ‘tribuigéo complementar, os guais determinario se dois sons sto alofones dum mesmo fonema, deveromos estar atentes a qualquer indfcio susceptivel de provar 0 contrério. O testemunho mais valioso seré, sem drivida, o dos pares minimos. Devemos ter 0 onidado de nos assegurarmos de que os pares sio, de facto, minimos, nlo diferindo, portanto, apenas por algun trago nfo adequadamente registndo, Contudo, os pares minimos podem ser extremamente difleeis de encontrar, em particular sio pequeno corpus de quo possivelmente disporemos nos estiidios inicisis dwma investigaglio. Sabemo-lo pela experigneia do inglés, no qual dispomos dum extenso vocab livio, sendo, por vezes, grandemente dificil encontrar pares minimos. ‘Na realidade, porém, o inglés parece conter mais pares uiinimos do que muitas outras Linguas. Em algumas, sio mesmo muito pouco frequentes. Sendo muito titeis quando enoontrados, nio devemos, porém, eontar nevessariamente com eles, que tio-pouco sho essenciais pate trabalho de aniilise Em 2.28 foi sugerido outro método. Este implica 0 uso de pares subminimos, ou sejam, unidades que Giferem em apenas dois, ow falver trés, aspectos. © seu valor 6 0 de restringir severamente a8 hipéteses que podem sugerit-se-nos como eondivionando qualquer possivel distribuigio complementar. Quando o némero de bipé- ‘toses possiveis é diminuto, torna-se viével examinar eads uma por si Se todas puderem ser rejeitadas, entio poder’ tor-se como provado que os dois sons nko so alofones dum s6 fonema. Os pares minimos io apenas o caso limite no qual no hi hipétese possivel de eondi- ‘eionamente. Y711_ A variagio livre levanta problemas de eerto modo dife- rentes. Quando dois sons estiio em variagéo livre, podem, obvia- mente, ser encontrados om ambientes ou contextos seniclhantes —e, se 0 material for adequado, até mesmo em contextos idénticos aor Quer isto dizer que eles poderio ovorrer no que, a primeira vista, poder ser considerado um par minimo. Hstes pares so © mesmo morfema ou sequéneia de morfemas oeorrendo por ¥eues com uma variante, outras vezes com ontra vasiante do fonema ei consideragdo Nio sio, porém, propriamente, pares mfmmas, porque, por defi nipdo, os pares minimos devem diferir tanto no eonteldlo como na expressio. Por outras polavras, dadas duas elocugies em tudo semelbantes ‘excepto num trago, isso pode constituir prova de que os dois sons so fonemicamente distintos, ou ainda que séo variantes dum s6 fonema. Qual » conelusio extrair, eis © que depende da questo de ver se as das elocugées diferem ou nio no sen eonteido, ¢, a dife- irenl, $e @ diferenga de contetido esti relacionada eoerentemente com a diferenga na expresso, Se nio houver eortelasio das dife- rengas no contefide e ms expresso, estamos perante um eas de variagio livre Tsto, contudo, nio 4 suficiente, Para muitos americans, tanto [8] como [wid] oscmem, e sem nenbum condicionamento disver- nivel. Bste 6, portant, um easo de variagio livre. Porém, muitas ontras palavras contém sempre {6}, enquanto muitas outras apresen- tam sempre [3]. De facto, podemos mesmo encontrar pares minimos que justifiam que (8) » [6] so fonemicamente distintos. O caso de [wif] [wis] 6 um exemplo da vaviagio livne entre dois alomories dum sinico morfems, mas nfo 6 fonologicamente retevante, Para se coneluir que dois sons aio membros dum sé fonema teré que obser- var-sc vatiagio livre através duma série fonologicanente definida de ocorréncias, © no somente em certos morfemas. Quer isto dizer que, para se utilizar este critério na andlise fonémica, € necessério postuir-se grande nimero de unidade, cade wns delas registada diver- sas yezes. Nio 6 proviivel que ae obtenbam tais testenunhos numa ‘teansorigio preliminar. £ geralmente necessisio reeomer de novo ‘40 informante, para que este fornoga material adicional que confirme ou refute qualquer hipdtose de variagdo livre 1712 0 exame de cada par suspeito © uma decisdo em cada caso, a favor ou contra a hipétese de aquele pertenver a tim mesmo fonoma, nito sero suflciontes. Os fonemas nia sto entidades isoladas. A nossa tereeira earneterizagio do-fomema, em 16.14, foi a de elemento ‘num. sistema sonar mais ou menos integrado. E, pois, essencial que as onclusies especifiens sejam ponderadas contra o panorama de findo do sistema fonolégice total, tal como emerge no decurso da investigagéo. 298 Para mais, anélises fragmentiriss podem facitmente levar 1 inconsisténcias. No inglés, pode provar-se que [p"] ¢ [p'] preen- hem os requisitos para a sua incluso num s6 fonema. A mesma ‘éenica produziré resultado idéntioo em relagdo a {p=} © a [b]. Isto pareeoria indiear que [p"], (p'] [b] devessem ser todos elussifieados no mesmo grupo. Porém, facilmente s¢ prova que [p™} e [b] perten- ccem a fomemas distintos. {p"] teré que ser atribuido ou a (pj ou a jb niko pode pertencer aos dois. Nem téo-poueo (p™] pode ser postiulade ‘como um tereeiro fonems oolusive labial independente, uma vea que nfo se opie a nenhum dos outros dois, Teré que ee seleceionar a qual dos dois este deve ser atribuido. Tradicionalmente, [p"] 6 stribuide » Jpj. Hé algumas provas disso, mas coniplexas eum tanto ténues. Qualquer anélise que ni se baseie numa informagio total ¢ pormenorizada da distribuicho —informagio que esté muito para IA do que & posstvel encontrar numa primeira investigagio—nio fomeceré qualquer fundamento para uma decisio. Assim, a atribuigdo de [p"] teria que ser arbi- ‘varia, A verdade 6 quo, por venes, se impoem docisdes que, no todo ‘ow muito laryamente, so arbitrérias. Havendo que tomar decisdes arbitrérias, elas tém que ser toma- das vérias veres em diversas fases duma anlise fonémiea. Por exemplo, o atribnigio de {t"] a jt] ow a {dj ea de [kJ jk ow a /e/ Inasein-se em provas nfo decisivas, paralelas as que recaem sobre (P"] Para que as relagies sistemétions dentro do sistema fonolégieo se tomom evidentes, estas trds docisdes doverto ser tomadas no mesmo sentido. Assim, se [p"] for atribiido a /p/, também (t] teré que ser atribuido o jtj, bem como [k-} a fk 1718 At6 20 momento, temos partide do prinefpio que o nosso registo preliminar esti comectamente segmentado. Ora, nem som- pre & esse necessariamente 0 easo, e, portanto, nfo poderd ser admi- ido como pressuposto. Contudo, no hé razio pare por em causa cada ponto de sezmentagio; certos tipos de sons © de sequénesas de sons estio particularmente sujeitos @ serem tratados de modo diferente nas diversas Iinguas. Sio esses que deverio eer onsidera- dos suspeitos © particularmente controlados na anélise Os seguintes eonjuntos serio, com a maior probabilidade, regis: tados como sequéncis, requerendo, no entanto, andlise enquanto segmentos especifcos: Ochusiva + aspiragio (oclusiva aspirada) Ith}, Uh}, [phy, ete. Oclusiva + frivativa homorginica (africada) {ts}, [10], Ux] 299 Oclusiva alveolar ou dental + lateral (afti- cada lateral) txt, (a) Nasal homorginiea + oelusiva [mb], {nt}, (9k) Ocinsiva glotal + oclusiva {oclusive glotali ada) (7k), [k?] Oonsoante + semi-vogal (ew), fay), By) ‘Vogal acentuada + deslize voeélieo ou semi- -vogal low) Liyh fe Somi-vogal ou deslize + vogal accntuada Leh Cu), (wu) 1714 Sequéncias come estas podem ser interpretadas como segmentos simples se forem limitadss em nimero, ¢ ainda: (1) Se estiverem em disteibuigso complementar ox em varia. ‘gio livre com sons individuais. Por exemplo, na lingua kikuyu, do Quénia, {mb] © [b] nio sio fonemicamente diferentes. Hé duas opgdes possiveis: ow [mb] um alofone de fbf (um fonema ‘unitirio), ou, entio, (b] & uma variante de alguma daquelas sequéneias de fonemas, como jmbj. Bm kikuyu, a interpreta- so preferide 6 que [b] © [mb] so alofones dum fonema fb). € que, por essa rasio, uma segmentagio entre [m] © [b] seré incorreeta (2) Se as sequéncias forem tais que o tratamento como fonemas Individuais resulte numa simplifieagio generalizada das formala- Ges distribucionais. Por exomplo, em Bannock, Idaho, verifiea-se que so fonémicas as seguintes consoantes simples: {p,t,, by d. g m,n,9,W,8,h,7). Alm destas, hi as seguintes amélgamas foné- tioas: {ts t kw dz dz gw]. Todas estas sio suspeitas, de tal modo que seria absolutamente possivel interpreté-las como fonemas sim- ples: /&ck"jja"/. Isso teré a vantagem de eliminar todas as amélgamas, simplifeando, assim, a descrigio das sequéncias de fonemas, (3) Se as amélgamas parecerem ocupar uma posigio no sis- tema fonémico total da Kingua comparivel A dos fonemas simples ineontestados. Por exemplo, em hindu, [&th J Jh] sko paralelos as quatro séries de oclusivas em muitos aspectos, © pmeenchende 0 sistema fonémico com alto grau de simetris. B evidente que eritérios como estes ter8o que ser usados com ‘oautela, mas néo é invulgar verifcar-se que dois deles ou mesmo todos os tés se reforgam uns aos outros, ¢ que opontam muito claramente pars o tratamento de eerins sequéncias como fonemas simples. 300 1715 De modo inverso, aquilo que o investigador, por vezes, entende como segmentos individuais pode mais faciimente ser tra- tudo como sequénciss, quando nas seguintes condigdes: (2) Se os aparentes sons simples estiverem em distribuigio complementar, ou, entio, so no forom fonemieamente distintos de sequéncias de sons. Este 6 0 exacto inverso do caso citado cima. Por exemplo, em inglés, ums palevra como bottle pronun- cia-se, quar como (bétl], com um fl] silébico, ou eomo [bétill, com uma vogal breve mas distints. Ambos esto em variagao livre em todos os contextos compardveis, e, portanto, niio io fone- micamente distintos, Considerémos /bétil/ a melhor interpretagio, tomando o segmento simples {1} como ume, variante da soquéncis de fonemas {il (2) Se aquilo que é registado como um som finieo oeorrer muma distribuigio tipicamente ocupada por wina sequéncia de fomemas. No drabe egipcio, por exemplo, as vogais s30, do ponto de vista Fondmnieo, longas ou breves, como se pode ver pele oposigio fba-vid “frio’: Jbari-dj, ‘correio’. As oonsoantes breves simples oeorrem quer depois de vogal longa quer de breve, J4 as amélgamas de duas consoantes 66 ocorreni, yeralmente, depois de yogais breves. Nao ‘hé amélgamas de txés ou mais consountes. As consoantes longas 6 ovorrent, em rogra, depois de voguis breves. “Nao hi amdlgamas formadas por consoante longa e qualquer utr consoante, Quer isto dizer que as consvantes longas tém as mesmas restrigées de ocorréncia que as amélgamas de duas eonsoantes. Por essa rasio, elas podem ser interpretadas como amélgamas de duas consoantes idénticas: [bard] ‘fresco’ interpreta-se como /barradj, que se opie a fbarad), ‘arquivo’, Isto adequa © padrio a formas como jrikrin), ‘mengio’, ow jlcursif, ‘eadeira’. (8) Se essa interprotagio preencher Jacunas num inventério de omélgamas. Hm swahili, por exemplo, hi uma série extensa de amélgamas do tipo {Ow), mas nko existe (bw). Ha, porém, um sogmento individual [p] que pode ser interpretado como bw]. A melhor interpretagdo para os seguintes tipos de sons 6 de soquéncias de fonemas Vogais longus [nd = [anf Consoantos longus [m.}= jmmj Consoantes silébioas In} = [Vn] ~ avy Vogais nasais [8] = Joni ~ jony Afrieadas © outros tipos mencionados em 17.13 =) 01 17.16 Em algumas linguss, os fonemas de tom distribuem-se de modo paralelo aos da quantidade vocaliea. En loma, por exemplo, ‘uma. vogal breve tem: umn tom baixo, /', ou um tom alto, |"). As vogais © ditongos longos tém tons baixos, altos, ereseentes ou deeres- centes. A interpretagio mais til deste facto ser admitirmos que as vognis longes e os ditongos sto sequéncias de duas vogais breves, cada wns das quais com um fonema de tom associado, Deste modo, {a.] com tom alto serd {&4/, com tom deereseente sora /A4), © com cresconte /Aé). Este & um caso muito especial de indieagio evidente a favor duma ressegmentago, Porém, nem em,todas as linguas ocorrem padroes semelhantes. Algumas s6 contém apenss uum dinico fonema de tom com qualquer vogal, breve ou longs. Outras tém um, dois ou mesmo trés tons associados a uma vogal simples, independentemente da sua quantidade YTA7_ Ao longo de toda » exposisio anterior, parccemos ins tadamente preoeupades con a transerigio. O provesso de andlise fonémicn foi apresentado como unin questio de se partir dma transerigio nio-fonémies, manipulando simbolos © aproximando-nos aredalmente duma tronserigio fonémics. & esta a mancira mais simples de se descrever © proccseo, e, na verdade, ela esti muito préxima do gue, na priticn, € feito pelo lingvisia. Contudo, a prea- supagio deste no é propriamente com os simbolos enquanto ‘ais, tas antes com as elasses de sons que esto por diets dos simboles A. sua tarefa & a de comegar com sma inferpretagia impressionists primétia dos sons ouvidos, diseeminco, depois, yrudualmente eorte- lags entre os sons, até que, por fim, se ainta capa de formulagd Wes simples e gorais acerea do sistema sonaro da lingua. 0 seu objective 6 0 de chegar & desctigio mais simples ¢ mais geral que soja ade- quada a uma deserigdo da totstidade dos tragos. Inguisticamente pertinentes, Ao longo do processo, muito mais te passa do que um mero manipular de simbolos, que nko passani de designagies de sons ou de classes de sons; o que se vevifiea & que a nebureza bisioa da simbolizagio 6 alterada, No infefo, os simbolos representiam ovor- rinoias de sons que, dum modo impressionista, sio idéntioos, yro- duzindo © mesmo feito acistiea, isso tanto quanto © obi © vonsngue julgar. No final do provesso, a relagdo entze os © 08 sons € muito menos direota. A relagéo directa entre som e slim- bolo foi substituids por uma relago directa entre esteutura ¢ sfn- bolo. Tha simbolo fonsmivo come fb] nfo represents, direetemente, renhuma entidade fonética, mas sim um ponto na estrutnra da fono- login do inglés. evidente que é importante o facto de este ponto 308 estrutural estar geralmente associado a um fendmeno actstico, podendo ser desetito como um som oclusivo bilabial eonoro, mas nile & caso 0 significado priméio de /bJ. O facto de termos manipulado a transorigio & meta expressio extema dum provesso analitieo que procura penetrar por detrés dos factos actisticos ou fonétieos pare procurar atingir a estrutura ingufstica.

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