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AULA – CIBERATIVISMO E ESCOLAS OCUPADAS: NOVAS FORMAS DE LEITURA SOBRE

OS MOVIMENTOS SOCIAIS E ATIVISMOS NAS REDES


INTRODUÇÃO

 Na aula de hoje faremos uma discussão mais contemporânea sobre os


movimentos sociais e o seu impacto na educação.
 Como as novas tecnologias forjaram formas de organização da ação coletiva no
fim dos anos 90 aos anos 2000.
 Para além da novidade dessas novas formas de ação coletiva, está o papel das
mídias para a articulação nas redes e nos espaços públicos.
 Final dos anos 90 e início dos anos 2000: popularização da internet. Expansão
da internet, plataformas de ação à distância, novas ferramentas de ampliação
do caráter interativo da Web. Ciberativismo, blogs, sites de mídias sociais,
tecnologias móveis, mecanismos de controle.
 Novas tecnologias da informação.
Questão 1: Estabelecimento de redes transnacionais

 Zapatismo desde 1994: guerra em rede. Swarming: forma de ação em pequenos


grupos dispersa e estruturada em rede – realização de ataques rápidos.
 Ativismo computadorizado (comunicação mediada pelo computador);
Desobediência civil eletrônica: ação direta e descentralizada, no meio
eletrônico, que promove o bloqueio virtual de sites; Hackeamento politizado:
forma de ação política diferente das anteriores, pois não envolve mobilização e
participação.
Questão 2: nova mídia ativista

 Protestos anticapitalistas culminaram midiaticamente na Batalha de Seattle em


1999. Manifestações contra as políticas neoliberais globalizantes, que
ocorreram durante a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os
protestos ganharam repercussão midiática e marcaram a emergência do
movimento antiglobalização enquanto ator mundial.
 Surgimento da mídia independente: jornalismo-ativismo.
 Ciberativismo: discursos, ferramentas, visibilidade. As mídias alternativas não
são o objetivo das lutas, mas são formas de luta por elas mesmas, influenciando
as próprias dinâmicas dos atores e da ação coletiva.
Questão 3: queda do presidente das Filipinas (2001)

 Manifestações coordenadas e convocadas via mensagem de texto de celular.


 Vários eventos ao longo dos anos 2000 foram articuladas pelo uso do celular e
suas possibilidades. Uso de dispositivos móveis, da generalização de redes sem
fio e novas possibilidade de conversação e interação nas redes.
 Escolha dos temas e o resultado da mobilização.
Questão 4: pós-2010 – as redes digitais e a ação coletiva
 2011: novo momento das lutas sociais se inicia;
 O Brasil está nesse ciclo de lutas – junho de 2013.
 Estrutura comum de redes e encontros que facilita a difusão; uma geração
formada por um mesmo contexto de precarização e exposição a um fluxo de
informação global; e uma articulação compartilhada de demandas e práticas.
 Mobilização anticapitalistas eram convocadas através de listas de emails e
coletivos previamente formados; estruturas de comunicação das ONGs, as lutas
contemporâneas são gestadas de forma radicalmente mais descentralizadas e
por meio de ferramentas corporativas, como o facebook e twitter.
 Nova lógica da ação coletiva relacionada à comunicação digital.

Texto 2: Escolas de luta


Livro escrito da perspectiva dos estudantes.

 Entre o final de 2015 e 2016 as escolas públicas foram ocupadas no estado de


SP, pelos próprios estudantes, primeiro contra a decisão do governo estadual
de realocar alunos e fechar escolas e, em seguida, em torno da merenda
escolar. Junto com outros movimentos maciços de ocupação de escolas em ao
menos oito outros estados, esse ciclo de ocupações ficou conhecido como
“primavera secundarista”.
 O mote “a escola é nossa” expressava mais uma apropriação
social e coletiva de um bem, entendido como comum, do que a relação
de proprietário individual que pode usar e dispor do que é seu. E, no
entanto, esse conflito foi levado ao Judiciário sob a chave da discussão
jurídica sobre posse.
 Estamos, portanto, diante de um caso em que demandas por direito à educação
geraram consequências não previstas para o tratamento
jurídico da posse e propriedade públicas. De um caso, portanto, em
que não houve litigância estratégica—ou mesmo qualquer tipo de litigância—
por parte dos estudantes para mudar interpretações judiciais
sobre ocupações. No entanto, esse movimento acabou por produzir
respostas judiciais inesperadas, variação interpretativa e mudança na
maneira de conceber esses conflitos (Peñalver; Katyal, 2010).
 como pano de fundo um espaço de mídia, onde convergem-se imagens, vídeos,
áudios, textos e outros recursos com narrativas que descrevem os
acontecimentos, viabilizam ações e discutem-se possibilidades e desafios.
 Tendo como espaço de luta ambientes físicos e virtuais, Castells aponta para
uma conexão entre a “mídia social da Internet, as redes sociais das pessoas e a
mídia tradicional tornou-se possível pela existência de um território ocupado
que ancorava o novo espaço público na interação dinâmica entre ciberespaço e
espaço urbano” (2013, p. 56).

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