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Trabalho Individual - Curso Monográfico
Trabalho Individual - Curso Monográfico
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
Salvador
2017
DIRCE MEIRE NEVES NOVAIS DE SOUZA
Salvador
2017
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regulamentação das leis trabalhistas, com o objetivo de, ainda que por vias
autoritárias e doutrinadoras, criar um ambiente de colaboração entre as classes,
a fim de se evitar conflitos sociais.
Essas primeiras respostas do Estado à questão social, no entanto, segue
a lógica da cidadania regulada, conceito cunhado por Wanderley Guilherme dos
Santos (1979). Tal conceito entende a cidadania no Brasil como um sistema
estratificado, onde são cidadãos aqueles que se encontram inseridos
formalmente em ocupações reconhecidas em lei e onde somente aqueles que
estavam formalmente inseridos no mercado de trabalho eram assistidos e a
proteção era pensada, não para proteger o trabalhador, mas para manter e
ampliar a força de trabalho. A cidadania estaria, portanto, atrelada à profissão e
aqueles que estivessem afastados dessa lógica seriam pré-cidadãos. Dessa
forma, a cidadania, ao invés de direito, seria possibilidade, já que não era
garantia universal e aqueles que estavam de fora poderiam acessar a qualquer
momento, desde que conseguissem a inserção formal no mercado de trabalho.
Essas pessoas, no entanto, continuavam fora do alcance da proteção do Estado,
restando-lhes somente a assistência de entidades filantrópicas.
Dentre as medidas adotadas estão a instituição do salário mínimo, das
férias remuneradas, a regulação dos acidentes de trabalho e do trabalho
feminino e infantil, das aposentadorias e pensões, dos auxílios doença,
delimitação da jornada de trabalho em oito horas diárias, entre outros. Foi criado
o Ministério do Trabalho e instituída a Carteira de Trabalho, que passa a ser o
documento da cidadania no Brasil, uma vez que “eram portadores de alguns
direitos aqueles que dispunham do emprego registrado em carteira”. O Estado
só intervém efetivamente na seguridade através da saúde pública, numa lógica
campanhista, e na medicina previdenciária, pelos Institutos de Aposentadorias e
Pensões (IAP) para as categorias que a eles tinham acesso. (BEHRING &
BOSCHETTI, 2006, p. 106).
No Estado Novo, em que os direitos sociais recrudescem no Brasil, os
direitos políticos e civis estariam sob ataque, não há liberdade de imprensa, o
acesso à justiça se dá através de sistema de privilégios, os direitos trabalhistas
são controlados pela intervenção do governo nos sindicatos. Estabelece-se um
sistema de proteção social básico, um introito de Estado de Bem-Estar Social.
Essa iniciativa segue a lógica de proteger o capital, uma vez que não universaliza
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REFERÊNCIAS