Há um buraco final da calçada. Caio lá dentro. Estou perdido... desesperado. A culpa não é minha. Levo uma eternidade para encontrar uma saída.
2) Caminho pela mesma rua.
Há um buraco final da calçada. Finjo não o ver. Volto a cair lá dentro. Não acredito que estou no mesmo lugar. Mas a culpa não é minha. Continuo a levar uma eternidade para sair dali.
3) Caminho pela mesma rua.
Há um buraco final da calçada. Vejo que está ali. Mesmo assim caio lá dentro... é um hábito. Os meus olhos estão abertos Sei onde estou A culpa é minha. Saio imediatamente dali.
4) Caminho pela mesma rua.
Há um buraco final da calçada. Contorno-o.
5) Caminho por outra rua.
O poema demonstra como a reflexão pode lentamente trazer-nos
sabedoria. Podemos acabar por perceber que estamos a cair vezes sem conta em padrões fixos e repetitivos e começar a desejar libertar-nos deles. Claro que podemos regressar a eles com frequência, mas pouco a pouco conseguiremos desembaraçar-nos deles e mudar.