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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE GÁLIA NO ESTADO DE SÃO PAULO –


SP

Distribuição por Dependência do Processo nº

JOSELINO SOFRÊNCIO DA SILVA, brasileiro, separado judicialmente,


representante comercial, portador do RG nº 28.128.563-7 e CPF nº 255.677.859-64,
filho de José Sofrêncio da Mata e Maria Almeida da Silva, residente e domiciliado na
Rua Bela Cintra, nº 1.000, nesta cidade de São Paulo, vem via de seu procurador e
advogado, Davi Silva de Melo, inscrito na OAB nº 913122636, com escritório situado
à Rua Cesário Verde, nº 68, Jardim Centenário, CEP: 02882-120, São Paulo, que esta
subscreve, propor como de fato propõe, AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE
ALIMENTOS, contra Misericórdia Sofrêncio Da Silva, filha de Joselino Sofrêncio da
Silva e Maria do Carmo da Mata e Silva, brasileira, solteira, vendedora autônoma,
portadora do RG nº 16.257.258-1 e CPF nº 156.652.668-98, residente e domiciliada na
Rua Capitão Sérvio Rodrigues Caldas, nº 211, São Paulo, CEP: 02244-040, pelos
fatos e fundamentos que passa a expor a seguir:

1. DOS FATOS:

O requerente é genitor da requerida e em 08 de Maio de 2007 separou-se


judicialmente de sua mulher na 1ª Vara Cível da Comarca de Gália em São Paulo,
ficando pactuado que o mesmo iria desembolsar o montante de R$ 1.000,00 debitado
todo dia 10, de cada mês, de sua folha de pagamento, mediante desconto feito pelas
Casas Maria Ltda, a fim de contribuir para o seu sustento, ficando essa caracterizada
como pensão alimentícia. (DOC.1)

Importante frisar, que o requerente encontra-se em dia com suas


obrigações alimentícias, eis que o valor da mesma é retida na fonte de seu pagamento,
conforme documento em anexo. (DOC.02)

Entretanto, há de se verificar que a requerida já atingiu a maioridade civil,


e apesar de frequentar instituição de ensino superior, não cumpre com sua obrigação de
estudar e não demonstra vontade em concluir o curso ao qual escolheu, fato que neste
semestre reprovou em todas as matérias. (DOC.03)
Cumpre ressaltar, que ao entrar em contato via e-mail com a requerida, o
Sr. Joselino Sofrêncio da Silva, recebeu a resposta de que não havia concordância com o
pedido de exoneração, uma vez que a mesma alega estar morando com uma amiga e
apesar de prova em contrário, alega que pretende terminar a faculdade, justificando que
trabalha o dia inteiro e estuda à noite. (DOC.04)

Ademais, deve-se atentar que o requerente vive em condições financeira


precárias, tendo que custear aluguel, luz, água e alimentação para seu sustento, isso,
quando o mesmo não sofre de uma enfermidade.

2. DO DIREITO

O art. 1699 do Código Civil Brasileiro prevê o seguinte texto:

“Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na


situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe,
poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo”.
(Grifo)

In casu, o requerente encontra-se em situação precária, pois seu sustento


próprio encontra-se defasado por conta de seus gastos mensais para viver com
dignidade, uma vez que o mesmo já se encontra em idade avançada.

Outrossim, a requerida, sobreveio situação divergente da que se encontrava


na época da realização do acordo, pois não precisa mais do auxílio de seu progenitor,
uma vez que pode arcar com seu sustento próprio, conforme comprova em seu e-mail
acostado ao Doc.04.
       
Não se põe em dúvida que a filha que vinha sendo sustentada pelo genitor
em razão de pensão alimentícia, atingida a maioridade, vê nascer a seu benefício um
direito de alimentos, agora condicionado à verificação dos pressupostos do artigo 399
do Código Civil; assim, “fica o pai desobrigado de prestar alimentos a filho(a) que
atingiu a maioridade e que vinham sendo prestados por força de sentença
homologatória de acordo e em atenção à menoridade do filho”, conforme o Ilustríssimo
Doutrinador Yussef Said Cahali, em seu livro DOS ALIMENTOS, 4ª Ed., Editora
Revista dos Tribunais, 2002, fls. 659 e 660.

Sob essa égide, a orientação mais acertada é aquela no sentido de que,


cessada a menoridade, cessa ipso jure a causa jurídica da obrigação de sustento
adimplida sob a forma de prestação alimentar, sem que se faça necessário o
ajuizamento, pelo devedor, de uma ação exoneratória: “Quando a obrigação resulta do
pátrio poder, cessando esta, aquela também cessa. Não há obrigação sem causa.
Desaparecendo a causa de pedir alimentos, cessam pleno jure os efeitos da sentença que
os concedeu. Assim, a própria sentença concessiva de alimentos (ou o acordo por ela
homologado), nesses casos, traz consigo ínsita a medida de sua duração ou o seu dies
ad quem: aquele em que o credor completar a sua maioridade. A sentença não
subsiste à obrigação desaparecida. Daí a possibilidade do obrigado suspender,
incontinenti, os pagamentos ou requerer simples ofício do juiz, ao empregador, para
suspender os descontos. Pelo exposto, imperioso se faz a procedência da presente ação
para exonerar o autor do pagamento da pensão alimentícia em tela.

3. DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) Que seja a presente ação julgada procedente, para que o requerente seja
exonerado da obrigação de prestar alimento à requerida;
b) A oitiva do membro do Ministério Público;
c) A condenação da requerida nas custas processuais e honorários Advocatícios.

4. DOS REQUERIMENTOS

4.1. DO REQUERIMENTO DA CITAÇÃO

Requer a citação do requerido por meio de VIA POSTAL, para que


querendo e podendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia, nos termos
do artigo 319 do Código de Processo Civil.

4.2. DAS PROVAS

Protesta provar o alegado, pelos documentos que instruem a presente peça,


bem como oitiva da parte contrária e de testemunhas, devendo rol ser juntado em
documento superveniente.

4.3. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

Nestes termos,
Pede e Aguarda Deferimento.

São Paulo, 31 de Agosto de 2015.

Davi Silva de Melo


OAB/SP: 913122636

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