EXCELENTISSIMO SENHOR (A) DOUTOR(A) JUIZA(A) DE DIREITO DE

UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE ALFA- MINAS GERAIS.

LUISA DOS SANTOS BASTOS, menor, brasileira nascida em 01/01/2010, inscrita no

CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, neste ato representada por sua genitora MARIA DOS
SANTOS, brasileira, divorciada, portadora do RG MGxxxxxx-x, inscrita no CPF sob o
nº xxx.xxx.xxx-xx, ambas residentes e domiciliadas na Rua Dos Colibris, nº10, Bairro
JD. Do Bosque, na cidade Alfa- Minas Gerais, Cep 38.2000-044, vem respeitosamente
perante a presença de Vossa Excelencia por meio de seus advogados, procuração anexa,
com fulcro nos artigos 1696 e 1698 do Código Civil, artigos 300 e seguintes do Codigo
de Processo Civil propor a presente AÇÃO ALIMENTOS c/c PEDIDO DE
TUTELA PROVISÓRIA DE URGENCIA em face de ALICE BASTOS, brasileira,
viúva, portadora do RG MGxxxxxx-x, inscrita no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx,
residente e domiciliada na Rua Dos Carajós, nº 080, Bairro Caju, na cidade de Delta/SP
pelos motivos e fatos a seguir expostos:

1 – DOS FATOS

A requerente é filha de senhor Paulo Bastos, que faleceu na data de

25/05/2020.
 Neste sentido, cumpre esclarecer que o genitor sempre arcou com as
despesas alimentícias de Luísa, oferecendo a titulo de alimentos o valor monetário de
R$2.000,00 (dois mil reais).

Ocorre que, após o falecimento do genitor, a requerente se viu totalmente

desamparada, não só pela ausência de seu pai, mas também pelos poucos recursos que
lhe restaram.

A genitora de Luísa recebe como remuneração mensal apenas um salario

mínimo, o que torna as despesas com Luísa insustentáveis, pois o valor é insuficiente
para as despesas pessoais suas e da menor.

Neste prisma a genitora de Luísa buscou auxilio financeiro no valor de

R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) coma a avó paterna desta, visto que possui um
patrimônio razoável e que ajudar na manutenção e educação da requerente não lhe
causará nenhum tipo de prejuízo pecuniário, no entanto a avó ignorou totalmente
qualquer possibilidade de prestação alimentícia, mesmo tendo condições financeiras e
responsabilidade com a sua neta perante a lei.

Desta forma não restou alternativa a requerente a não ser buscar guarida
judicial a fim de ter resguardado o seu direito de receber alimentos de quem lhe pode
garantir.

2- DO DIREITO

Segundo dispõe os artigos 1696 e 1698 do Codigo Civil, é direito de quem

necessita receber alimentos de quem houver a possibilidade de pagar, vejamos:

Art. 1.696- O direito à prestação de alimentos é

recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais
próximos em grau, uns em falta de outros.

Art.1.698- Se o parente, que deve alimentos em

primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a
concorrer os de grau imediato; sendo várias as
pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem
 concorrer na proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão as
demais ser chamadas a integrar a lide.

No caso em apreço é possível a aplicação dos dispositivos retro

mencionados, visto que a avó patena possui recursos financeiros, que a possibilitam
arcar com parte das despesas necessárias da requente.

Colabora com nosso entendimento precedente do Tribunal de Justiça de

Santa Catarina:

DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - ALIMENTOS -

PEDIDO FORMULADO CONTRA AVÓ
PATERNA - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
INAUGURAL - RECURSO DA ALIMENTANTE -
DESERÇÃO RECURSAL - PRELIMINAR
RECHAÇADA - JUSTIÇA GRATUITA
CONCEDIDA EM GRAU RECURSAL -
DISPENSA DE PREPARO - RECURSO
CONHECIDO - OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - PAI
FALECIDO - MÃE HIPOSSUFICIENTE -
NECESSIDADE DO MENOR ALIMENTADO -
OBRIGAÇÃO AVOENGA MANTIDA -
QUANTUM ALIMENTAR EXCESSIVO -
ALIMENTANTE IDOSA E COM RESTRITA
CONDIÇÃO FINANCEIRA - ADEQUAÇÃO À
NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. Os benefícios da
justiça gratuita podem ser concedidos em qualquer
tempo e grau de jurisdição quando presentes os
pressupostos legais, dispensando-se da parte
beneficiada o recolhimento de qualquer numerário.
Comprovada a necessidade do menor alimentado,
com pai falecido e mãe necessitada, procede a
ação alimentar ajuizada contra avó paterna, que
 possui obrigação subsidiária e complr. Reduz-se a
verba alimentar quando desproporcional ao binômio
necessidade/possibilidade.(TJ-SC - AC: 418724 SC
2006.041872-4, Relator: Monteiro Rocha, Data de
Julgamento: 28/03/2008, Quarta Câmara de Direito
Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de
Joaçaba).(grifo nosso).

No tange a necessidade/ possibilidade, o artigo 1694, §1º do Código Civil estabelece:

§ 1o  Os alimentos devem ser fixados na proporção

das necessidades do reclamante e dos recursos da
pessoa obrigada.
Desta forma, razoável a fixação da verba alimentar no valor de R$1.500,00
(mil e quinhentos reais), em observância ao binômia possibilidade verso necessidade.

3- PEDIDOS

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:

a) A concessão dos benéficos da gratuidade de justiça tendo em vista que a

requerente é pobre no sentido legal, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC;
b) Sejam fixados desde já alimentos provisórios no percentual mínimo de 30%, ou
no valor que entender Excelência, tendo em vista a necessidade da requerente;
c) A designação de audiência de conciliação nos termos do artigo 334 do CPC;
d) A total procedência da ação, com a fixação dos alimentos no valor de
R$1.500,00 (mil e quinhentos reais), conforme demonstra a necessidade da
requerente;
e) A intimação do Ministério Publico, para as manifestações que achar pertinentes;
f) A condenação da requerida em custas e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito.
Dá-se a causa o valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais).
Nestes termos, pede deferimento.

Frutal, 14 de Agosto de 2021.

Rodrigo Inacio Souza de Menezes
OAB/MG 261183
Ismar ....
Oab

Gabriel
Oab..
Samir de Paula Mendonça
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