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7 Exercício Pessoa Juridica
7 Exercício Pessoa Juridica
BORGES
Jurista em formação:Eliel Nunes, Fernando Bueno, Larissa Veiga Motta Souza e Maria Flávia
Cerqueira
governo federal. (Concurso público para a Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul
– 2000)
Para existir uma pessoa jurídica deve haver uma vontade criadora, a pessoa
jurídica existe no mundo técnico. As pessoas jurídicas são entes criadas por lei,
sendo atribuída a capacidade de serem entes de direitos e deveres, atuando na
sociedade com personalidade jurídica diferente das pessoas naturais, porém como
são imateriais necessitam de representantes, ou seja, de um indivíduo humano.
O início de uma pessoa jurídica, se dá por um ato jurídico. As pessoas jurídicas de Direito
Público se iniciam em razão da criação constitucional, de lei especial e de tratados
internacionais, pois a personalidade é conferida pela norma jurídica. Para a pessoa jurídica
de Direito Privado é necessário três aspectos formais para sua existência: vontade humana
criadora, obediência aos requisitos e licitude de finalidade. Começa a existência legal das
pessoas jurídicas de Direito Privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo órgão.
16 De que forma se constitui uma pessoa jurídica de direito privado? Que atos são
necessários? O que deve conter tais atos?
São três aspectos formais necessários para constituir a pessoa jurídica de Direito
Privado: deve haver uma vontade criadora, obedecer aos requisitos previstos em lei e
licitude de finalidade. Sua existência terá início após a inscrição do ato constitutivo no
respectivo órgão. Como dispões o código civil no artigo 46º, o registro declarará: I - a
denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o
nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; II - o modo
por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se
os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as
condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Quanto a sociedade irregular é classificada como aquela que possui o ato constitutivo
mas não o têm registrado, a sociedade de fato não possui nem o ato constitutivo.
Além disso, como estas não possuem registro, elas não possuem personalidade
jurídica, contudo, ainda que tal existência jurídica não seja reconhecida a existência
fática pode ser facilmente demonstrada por terceiros.
28 Qual é o destino do patrimônio das associações e das fundações após terem sido
extintas?
Ocorrendo a extinção de uma fundação, o patrimônio da mesma é incorporado em outra
fundação, designada pelo juiz, de fim igual ou semelhante, salvo disposição em contrário
no ato constitutivo ou no estatuto.
Art. 69 . Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado,
lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que
se proponha a fim igual ou semelhante.
Diferentemente da fundação, ocorrendo a extinção de uma associação , o patrimônio
desta terá a destinação da seguinte forma:
Art. 61 . Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art.
56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins
idênticos ou semelhantes.
29 A empresa de materiais didáticos XYZ Ltda., foi aberta por dois sócios, Cícero e
Expedito, e teve seu estatuto devidamente registrado em cartório. Através dessa
empresa, Cícero e Expedito deram vários golpes na praça, fazendo dívidas e não
pagando aos credores. Quando o golpe se tornou público, eles fecharam a
sociedade, extinguindo a pessoa jurídica. Pouco tempo depois, ambos criaram uma
nova sociedade, a Super Sucesso Assessoria Profissional, através da qual deram
continuidade aos golpes. As pessoas que foram vítimas do golpe, ao terem
ajuizado ação contra a empresa XYZ Ltda, perceberam que esta não possuía bens
suficientes para o pagamento das dívidas.
Com base nesta situação hipotética, explique:
a) O que o(a) advogado(a) das vítimas deve alegar nesta ação contra a XYZ Ltda,
para se obter êxito no processo e a satisfação dos interesses de seus clientes? Por
quê?
O advogado das vítimas deve alegar a desconsideração da personalidade jurídica por
conta das fraudes com os credores. Afinal a desconsideração da pessoa jurídica surge
para combater o abuso do princípio da autonomia patrimonial.
b) Com base no que o juiz deve decidir e qual deve ser sua
decisão? Por quê?
O juiz com base nas fraudes cometidas por Cícero e Expedito deve
decidir pela desconsideração do princípio da autonomia patrimonial
e responsabilizar os sócios pelas ações da empresa.
Esse princípio encontra base no artigo 990 do Código Civil, “todos os sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto
no artigo 1024, aquele que contratou pela sociedade”. Ou seja, só serão executados os
bens dos sócios (“benefício de ordem”) após serem executados todos os bens da
sociedade, salvo em casos de abuso da personalidade jurídica, este princípio reforça a ideia
de segurança que as pessoas têm para a constituição da sociedade. Além disso, o art.
1.052 do Código Civil traz uma exceção à regra da responsabilidade limitada, dispondo que
"os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade,
senão depois de executados os bens sociais"
32 Existem entes que atuam como se pessoas jurídicas fossem, mas sem o serem.
Quais são? Como se justifica isso?
Os entes que atuam como se fossem pessoas jurídicas são conhecidas como entes
despersonalizados, dessa forma estes são o síndico, o administrador judicial e o
condomínio. Por esse prisma, embora esses entes despersonalizados não possuam
personalidade jurídica, eles podem ser sujeitos de direitos e possuem capacidade de exigir
certos direitos.
33 Pessoas jurídicas sem finalidade econômica podem desenvolver atividade
econômica? Explique.
É possível que pessoas jurídicas sem finalidade econômica como por exemplo as
associações, que apesar de não poderem ter finalidades econômicas, possam
desenvolver atividades econômicas para reunir patrimônio e investir na causa
prevista no seu estatuto.
34 Nas associações há distinção entre qualidade de associado e titular de
quota do patrimônio da associação?
O Código Civil, admitiu que possa haver quotas ou frações ideais do patrimônio da
associação, com valores ou participações diferentes. De qualquer forma, a
titularidade em quotas patrimoniais não implica diferença no valor do voto nas
deliberações coletivas, pois todos os associados são iguais. A quota diz respeito,
exclusivamente, ao patrimônio da associação, não interferindo na igualdade do
exercício dos direitos dos associados relativos aos fins daquela.
35 Nas associações pode haver distinção entre categorias de associados?
No art. 55, estabelece que todos os associados devem ter iguais direitos, contudo no
estatuto admite-se que possa haver categorias variadas de associados, segundo o ato
constitutivo, tais como fundadores, efetivos, beneméritos. Se o ato constitutivo for omisso,
entende-se que não haja tais distinções entre os associados. Essas distinções ocorrem,
frequentemente, para contemplarem certas pessoas que foram decisivas para a viabilização
da associação, como as que firmaram o ato constitutivo (fundadoras), ou que destinaram
recursos financeiros ou patrimoniais, que se fizeram necessários à consecução das
finalidades associativas.
36 Nas associações há procedimento para a exclusão de associado? Explique.
As motivações para o procedimento administrativo de exclusão de associado ou membro
devem estar efetivamente previstas no Estatuto Associativo ou Estatuto Organizacional e
em consonância com o Direito Próprio. De acordo com o artigo 57 do Código Civil brasileiro,
a exclusão de associado só será admissível se houver justa causa, assim reconhecida em
procedimento administrativo que assegure o amplo direito de defesa e o contraditório, nos
termos previstos no Estatuto.
37 Há relação entre o Ministério Público e as fundações? Explique.
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio juridicamente indissolúvel e
personalizado, destacado pelo seu instituidor ou instituidores públicos ou privados, para
uma ou mais finalidades específicas sendo fiscalizada pelo Ministério Público. Portanto, a
fundação está juridicamente subordinada ao Ministério Público
De acordo com o art.67 do CC/2002 para que se possa alterar o estatuto da fundação é
mister que a reforma:
● Seja deliberada por dois terços dos componentes para gerir e representar a
fundação;
● Não contrarie ou desvirtue o fim desta;
● Seja aprovada pelo órgão do Ministério Público e caso este a denegue, poderá o
juiz supri-la, a requerimento do interessado.
O seu estatuto é feito pela pessoa por ele designada ou pelo Ministério Público, a quem
compete velar pela fundação.
A fiscalização das fundações tanto de Direito privado como Público é tarefa do Ministério
Público, justificando-se pela necessidade do órgão público de manter as entidades dentro
dos objetivos para o qual foi instituída.
I - as sociedades comerciais;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema
financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas
por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
Antes do registro, não há falar em pessoa jurídica enquanto sujeito de direito. A lei é
extremamente clara ao referir que a sua existência legal começa a partir do registro, de
maneira que a preterição dessa solenidade implica o reconhecimento somente da
chamada sociedade irregular ou de fato, desprovida de personalidade, mas com
capacidade para se obrigar perante terceiros.
É indiscutível o fato de que a sociedade irregular ou de fato não pode pleitear direito
próprio, por lhe faltar capacidade jurídica para tanto. Nenhum juiz admitirá a postulação de
um ente social, em juízo, sem que se faça prova de sua constituição social, inclusive para
se poder aferir a capacidade processual de seu representante. Da mesma forma, não se
imagina uma sociedade irregular participando da fase de habilitação em uma licitação
pública. A irregularidade de sua constituição organizacional prejudica o reconhecimento de
direitos e prerrogativas.
Gabarito
1–D
3–E
4–A
5–C
6–C
7–E
8–A
9–C
10 – A
11 – A