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APS - ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

RITOS ESPECIAIS CÍVEIS

DISCENTE: Melissa Dias Calderoni R.A.: 1163824

DOCENTE: Riccardo Marcori Varalli

TURMA: 003107A12

São Paulo, 29 de abril de 2022.

(i) ATIVIDADE: Antonio e Henrique celebraram contrato locação de imóvel em Belém,


ficando ajustado o preço de R$ 2.000,00 a ser reajustado anualmente e definido o foro da
comarca da capital do Pará para dirimir quaisquer conflitos. De forma abrupta após seis
meses do contrato Henrique o locatário recebeu comunicação do locador que o aluguel seria
majorado para R$ 2500,00 já no sétimo mês de vigência do contrato, em razão do aumento
dos valores locatícios na cidade. Como estava na vigência do contrato Henrique notificou
Antonio, manifestando a sua expressa discordância. Na data aprazada para pagamento do
aluguel Henrique se dirigiu a residência de Antonio para o pagamento e este recusou o
recebimento, argumentando que somente receberia e daria quitação se o pagamento fosse de
R$ 2.500,00. Antonio procura você como advogado para buscar solução acerca da questão.
(Fonte: FGV Projetos Exame XVII OAB - adaptada)

Como advogada de Antônio, diria que o mesmo procedeu de maneira errônea


ao majorar o aluguel no sétimo mês de vigência do contrato de aluguel, uma vez que, quando
da realização do contrato, fora estabelecido que o reajuste seria anual.

Sendo assim, seria cabível o ajuizamento de uma Ação de Consignação em


Pagamento por parte de Henrique em uma das Varas Cíveis da Comarca de Pará, uma vez
observado que a não efetividade do pagamento ocorreu por conta de recusa no recebimento
por Antônio.

A redação do art 335, inc. I, do Código Civil, é clara quanto à isso, vejamos:

Art. 335. A consignação tem lugar:


I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento,
ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente,
ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Logo, o cabimento da referida ação é perfeitamente possível, tendo em vista


que (i) existe uma relação jurídica contratual de locação de imóvel entre ambos e (ii) há a
recusa do credor quanto ao recebimento do pagamento pelo locatário, sob a fundamentação
incabível de que o valor reajustado, frise-se, após 07 (sete) meses contados do início da
relação contratual, seria o correto.
Tal fundamentação tem amparo, ainda, na Lei do Inquilinato nº 8.245/91, uma
vez que a previsão contratual era de reajuste anual e, conforme o dispositivo legal supra, o
reajuste só pode ser aplicado dentro do prazo determinado.

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