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GINECOLOGIA 

Henrique Lopes Vieira Santos - Turma XXVII

PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS 


 
DEFINIÇÃO 
Prolapso seria uma herniação dos órgãos pélvicos pela vagina. Portanto, por conta de uma fraqueza na
musculatura e fáscia pélvica, podemos ter a saída das estruturas pélvicas para fora. Os músculos do assoalho pélvico
possuem duas funções principais:
● Suporte para as vísceras abdominais;
● Continência para a uretra, o orifício anal e o vaginal (auxilia os orifícios na função da continência, tanto
urinária e fecal).

APARELHO DE SUSPENSÃO 
O assoalho pélvico não é formado apenas por músculo, mas também por um aparelho de suspensão, ou seja, um
aparelho de sustentação que ajuda manter a estruturas no seu devido local. Eles são:
● Ligamento pubo-vésico-uterino: ​sustentação anterior. Ele segura a bexiga e o colo anteriormente;
● Paramétrios laterais, cardinais ou Ligamentos de Mackenrodt:​ sustentação lateral;
● Ligamento útero-sacro: ​sustentação posterior.

DIAFRAGMA PÉLVICO 
É formado pelo:
● Músculo elevador do ânus​, sendo constituído por três músculos:
○ Pubo retal;
○ Pubo coccígeo;
○ íleo coccígeo;
● Músculo coccígeo​.
Obs.: ​Uma fragilidade nestes músculo, além do prolapsos de órgão, pode causa também incontinência fecal ou urinária.

DIAFRAGMA UROGENITAL 
É constituído pelo:
● Músculo esfíncter da uretra;
● Músculo transverso profundo do períneo.

FATORES DE RISCO 
● Obesidade: ​gera uma pressão abdominal maior, deixando a musculatura do assoalho pélvico da mulher em
constante stress e isso pode ao longo do tempo, cronicamente, aumentar as chances da mulher adquirir prolapso;
● DPOC: ​tossedora crônica, pode aumentar a pressão abdominal, gerando stress crônico nos órgãos pélvicos;
● Hipoestrogenismo: ​causa uma atrofia genital e na musculatura pélvica;
● Multíparidade: ​gestação longas e numerosas;
● Doenças do colágeno: ​frouxidão ligamentar, favorece a frouxidão das fáscias e dos ligamentos.

QUADRO CLÍNICO 
● Paciente com a sensação de “bola na vagina” (a estrutura pélvica está querendo sair da vagina);
● Dificuldade de manter a relação;
● Dificuldade para evacuar;
● Dor;
● Perda urinária associada.

QUANTIFICAÇÃO DO PROLAPSO (POP-Q) 

Parede anterior Parede anterior Colo uterino ou cúpula


Aa Ba C

Hiato genital Corpo perineal Comprimento vaginal total


gh pb tvl

Parede posterior Parede posterior Fórnice posterior


Ap Bp D
Como vamos usá-los?
● a = estamos falando da parede anterior;
● Aa = ponto definido como 3 cm para dentro na parede anterior. Nós analisamos ele, a partir do tanto que ele vem
para fora, dessa forma, ele varia de + 3 à - 3;
● Ba = ponto de maior prolapso da parede anterior;
● C = ponto de prolapso do colo uterino;
● p = estamos falando da parede posterior;
● Ap = ponto de 3 cm para dentro na parede posterior;
● Bp = ponto de maior prolapso da parede posterior;
● D = fórnice posterior, avalia até onde vai o fundo do saco vaginal;
● Na linha do meio, nós temos linhas fixa:
○ gh = hiato genital;
○ pb = corpo perineal;
● tvl = comprimento vaginal total.

COMO AVALIAR O POP-Q 


● Espéculo: utilizamos apenas uma parte do espéculo;
● Um palito graduado, para utilizar como uma régua;
● Posicionar o paciente em posição ginecológica e começa a comparar as medidas do POP-Q.

INTERPRETANDO O POP-Q 
● Exemplos:
○ Aa -3 (tudo está lá dentro), Ba -3 (tudo está lá dentro), Ap +3 (3 cm para fora), Bp +5 (5 cm para fora), C
-6, D -2 (fundo de saco desceu) = prolapso de parede posterior;
○ Aa +3, Ba +3, Ap +2, Bp +2, C +4, D+2 = prolapso de parede anterior, posterior e apical.

 
GRAU DE PROLAPSO 
Ao avaliar, é realizado a manobra de valsalva.

Estágio  Grau de Prolapso 

0  Nenhum prolapso é demonstrado

1  Prolapso a mais de 1 cm acima do hímen

2  Prolapso entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do hímen

3  Prolapso está a mais de 1 cm abaixo do hímen

4  Prolapso total
 
TRATAMENTO 
● Definido o grau de prolapso da paciente, conseguimos fornecer o tratamento adequado:
○ Grau 1 e 2: ​tratamento conservador ou cirúrgico, quando não responde ao tratamento cirúrgico:
■ Exercícios de Kegel:​ fortalecimento do assoalho pélvico;
■ Pessários: ​são estruturas que garantem a sustentação;
○ Grau 3 e 4: ​tratamento cirúrgico - correção sítio-específica:
■ Fixação de fáscias;
■ Aproximação de músculos;
■ Confecção de suportes.

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