Você está na página 1de 2

Ceará Negro, indígena e Quilombola - Revista Raízes nº 15

Patrimônio ameaçado - Autoria não creditada

“Mas patrimônio cultural não é apenas isso. São as comunidades negras e indígenas que
resistem, mantêm a memória dos seus antepassados e lutam, ainda hoje, com dignidade,
pelos direitos que lhes foram roubados. São os laços de amizade e vizinhança, os hábitos e
costumes sedimentados desde o nascimento até a morte. São as brincadeiras infantis, as
histórias de família, contadas em rodas de calçada, dança de São Gonçalo, a festa de
Zumbi e todos os festejos populares próprios de cada região.” (pág 1)

“A criação de empregos, o progresso, o crescimento econômico e social de nossa gente são


uma bandeira falaciosa, que oculta, na realidade, muita maracutaia. Precisamos de
industrialização sim, mas com responsabilidade e honestidade, industrialização sem
destruição do patrimônio construído por gerações de cearenses.” (pág 1)

Entrevista com Iarê Lucas - Autoria não creditada

“Com isso, a população, as comunidades, os municípios, em sua maioria, não conhecem


nem questionam a sua formação histórico-cultural, ficando à mercê dos modelos para a
identidade que não lhes favorece ou interessa.” (pág 6)

A flor da terra: Patrimônio e cultura entre os índios e negros no campo - Alecsandro Ratts
(pag 7)

“ Grupos indígenas e negros são comumente conehcidos através de sinais ou traços de


identidade. Identidade é, então, outra noção considerada de forma estanque, como se
existisse uma única identidade tremembé ou uma só identidade indígena ou negra” (pág 7)

“ No agrupamento negro de Conceição, formado há 111 anos, os membros da família


Caetano realizam, há 20 anos, a Festa da Padroeira, Nossa Senhora das Graças(entre 18 e
27 de novembro) e dentro dela celebram, há 10 anos a Festa do Zumbi (no dia 20 de
novembro)” (pág 7)

“A festa da Padroeira e a Festa do Zumbi, além de tradições inventadas (conceito de Eric


Hobsbawm) são tradições recentes. O desenrolar deste longo ritual nos permite ver a
celebração das várias identidades dos Caetanos: ser católico, ser negro e ser morador de
uma localidade que cresce e se desenvolve;” (Pág 7)

“Nestas festas transparecem as divergências na família e as discordâncias entre alguns


Caetanos e alguns brancos que moram no local” (Pág 9)

“ O “aparecimento” dos índios e a “descoberta” das comunidades negras no Ceará são um


novo fato cultural e político, mas algumas pessoas - os estranhos - não entendem a
dinamicidade destes grupos e apegam-se a imagens congeladas como resistência e
identidade, ou como isolado e exótico.” (Pág 7)
“ O patrimônio vivido de índios e negros no campo, pode ser discutido e interpretado nos
livros, contudo constitui algo que “ que não tem medida, nem nunca terá” e “Que não tem
receita”. “ (Pág 7)

Você também pode gostar