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Atividade - Racismo - Determinismo
Atividade - Racismo - Determinismo
This work discusses not only the anthropological concept of culture, biological and geographical
determinism, but also the human being's ability to influence and be influenced by society. This
article mainly focuses on racism and its relationship with the prejudice of knowledge among other
cultures, present in evolutionary ideals that believe in the idea that there are cultures with logical
and pre-logical thoughts. Therefore, it seeks to discuss the structural racism in some guises, such as
biological determinism, which, in the main, is something of a racist character, because it comes
from ignorant thoughts about ideas that have been refuted since the last century. In this way, the
contributing factors to biological determinism and structural racism itself are of paramount
importance to be discussed and analyzed, so that there is knowledge about it and, later on, it
becomes an arsenal of ways to combat it.
Introdução
Determinismo biológico
Um dos vários atos racistas existentes é considerar que os nórdicos são mais
inteligentes que os negros, que a etnia favorece ou não o intelecto de alguém, mas não
somente no intelecto, há a falsa crença de que o comportamento humano é controlado
diretamente pelos genes de um indivíduo ou algum componente de sua fisiologia,
geralmente às custas do papel do meio ambiente, seja no desenvolvimento
embrionário ou no aprendizado. Por exemplo, muita gente acredita que alemães têm
grande habilidade mecânica, os judeus são negociantes inatos, que os
norte-americanos são empreendedores, que os portugueses são trabalhadores e que os
brasileiros são cheios de luxúria, ou até que os brasileiros herdaram o pior de cada
etnia.
Sendo assim, o determinismo biológico é basicamente um senso comum, um
dos vários fragmentos que compõem o racismo estrutural. Os antropólogos são
totalmente contrários à ideia de que diferenças genéticas são determinantes das
diferenças culturais. Se trazermos uma criança de outro país para o sertão do Brasil,
logo após seu nascimento, ela crescerá como brasileira e não haverá diferenças
mentais dela com seus irmãos de criação. Assim como, se retirarmos uma criança
xinguana de seu meio e educarmos ela em uma família de alta classe média, o mesmo
acontecerá, ela terá a mesma capacidade mental de seus irmãos de criação.
Segundo Laraia (1986, p.10), diversos antropólogos físicos e culturais,
biólogos, geneticistas e outros especialistas dizem que a ciência não confirma o
determinismo biológico, que inclusive as pesquisas científicas mostram que os níveis
das aptidões mentais é o mesmo em todos os grupos étnicos. A vista do exposto, é de
suma importância o entendimento de que os genes não interferem no comportamento
e capacidade intelectual, mas sim a forma como são criados e educados que de fato
contribui ou não no comportamento e intelectualidade de tal indivíduo.
Estudiosos afirmam que diferenças no genótipo não determinam diferenças
culturais. E de acordo com Felix Keesing, "não existe correlação significativa entre a
distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”.
A cultura de uma criança depende de onde ela for criada logo após o seu nascimento.
( KEESING, apud LARAIA, 1986)
Nós, seres humanos somos diferenciados no físico e na anatomia, mas essa
afirmação não legitima a falácia de que os homens e mulheres agem diferentemente
em função do seu sexo.
Determinismo geográfico
O determinismo geográfico determina que o espaço físico é o que define a
cultura do povo que ali vive. Essas teorias são da antiguidade, e foram criadas por
geógrafos do século XIX. Os antropólogos Boas, Wissler e Kroeber acreditam que o
espaço tem uma certa limitação no ponto cultural e que é possível uma diversificação
cultural dentro de um mesmo ambiente físico.
Um exemplo dessa diversificação são os esquimós que montam suas casas com
blocos de gelo e dentro dela e forrada com pele de animais, juntamente com o auxílio
do fogo consegue manter o local aquecido. Diferentemente os lapões viviam em
tendas de pele. Sendo que diante de uma mudança de local de moradia, há um grande
trabalho no desmonte das tendas, na secagem das peles e no transporte de todo o
material para o novo local de moradia. Porém os lapões são grandes criadores de
renas enquanto esquimós se limitam a caça (LARAIA, 1986)
Assim pode-se perceber que as limitações de grupos no mesmo espaço não são
determinadas de fato pelo ambiente.
Cultura
Cultura vem do germânico Kultur, que era usado para caracterizar elementos
espirituais de uma comunidade e também suas realizações. Foi caracterizada por
Taylor onde abrangiam vários aspectos como: conhecimentos, crenças, arte, moral,
leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem.
Conciliar o fator biológico e a diversidade cultural da espécie humana, é
polêmico; apesar do que Confúcio disse à quatro séculos: “ A natureza dos homens é
a mesma, são os hábitos que os mantém separados” (CONFÚCIO, apud Laraia 2001,
p.09).
A visão do mundo não é igual para todos, já que cada sociedade é influenciada
pela sua cultura. Um exemplo disso é : para os índios, cada árvore em uma floresta,
serve como referência espacial, diferentemente para uma pessoa que vive em uma
metrópole e não tem o mínimo conhecimento botânico, ficaria perdido facilmente em
uma floresta, sem ajuda de um guia.
A herança cultural, através das gerações, nos condicionaram a depreciar o
comportamento de pessoas consideradas fora dos padrões aceitos pela maioria da
comunidade, e por isso são discriminados e desrespeitados. Como os homossexuais,
que até a hodiernidade, quando identificados em público, são sujeitos a sofrer
agressões, serem depreciados e seus agressores não sofrerem qualquer punição por
parte da justiça comum. A vista disso, é perceptível que isso representa um
comportamento padronizado pelo sistema cultural. Essa atitude pode variar, de acordo
com a cultura; em algumas tribos das planícies norte-americanas, os homossexuais
são vistos como mediadores entre o mundo social e o sobrenatural, e muito
respeitados.
Valores morais, comportamentos sociais e até mesmo a postura fazem parte da
herança cultural, e são, portanto, determinadas pela cultura. Basicamente, todos os
homens são iguais, do ponto de vista da anatomia, mas o uso da mesma não é
determinado pela genética, porém depende do que aprendem e basicamente
reproduzem os padrões culturais do grupo a que pertencem.
A cultura interfere no plano biológico. Ao invés de superestimar os valores da
sua própria sociedade, em algumas situações de crise os membros de uma cultura
abandonam seus valores, e perdem a motivação que os mantém vivos e unidos.
Podemos citar o caso dos Africanos, que foram tirados de forma violenta do seu
continente, do seu povo e sua cultura, e foram levados a escravidão, para uma terra
estranha, com habitantes de fenótipos, costumes e línguas diferentes; e muitas vezes
perdiam a vontade de viver, e tiravam a própria vida.
Há fatores psicossomáticos que podem ser influenciados por padrões culturais.
Um exemplo: é que para algumas pessoas, tomar leite e chupar manga, juntos, pode
gerar um grande incômodo estomacal.
A participação do indivíduo em sua cultura, é limitada, e fica basicamente
impossível, participar de todos os elementos da sua cultura. Isso pode ocorrer em
sociedades complexas tanto quanto nas simples. Em sociedades africanas, mulheres
desempenham papéis importantes na vida, no ritual e na economia, a maior parte das
sociedades humanas permitem uma maior participação na vida cultural por parte dos
homens. No Xingu, por exemplo, nos rituais as mulheres são interditadas. Em alguns
segmentos da nossa sociedade, a mulher não deve trabalhar fora de casa.
Um indivíduo participa de acordo com a sua idade, “ uma criança não está apta
para exercer certas atividades próprias de adultos, da mesma forma que um velho já
não é capaz de realizar algumas tarefas” ( Laraia 2001, p.80).
Laraia já inicia citando Edward Taylor que foi o primeiro a definir o conceito em
seu livro Primitive Culture ( 1871), vale ressaltar que seu livro foi produzido nos anos
em que a Europa estava sofrendo o impacto da Origem das espécies, d e Charles
Darwin e que a antropologia foi dominada pela perspectiva do evolucionismo
unilinear. Taylor mostra que a cultura pode ser um objeto de um estudo sistemático,
pois se trata de um fenômeno natural que possui causas e regularidades.
Também é citado Franz Boas (1858-1949), que desenvolveu o particularismo
histórico.”Segundo, cada cultura segue seus próprios caminhos em função diferente
dos eventos históricos que enfrentou”.
Alfred Kroeber (1876-1960), em seu artigo “O superorgânico" mostra como a
cultura atua sobre o homem, “graças à cultura a humanidade distanciou-se do mundo
animal” ( LARAIA, 2001, p. 36). Kroeber diz que, para o homem se manter vivo,
independente da cultura que pertença. Tendo que fazer suas funções vitais.
[...] Como alimentação, sono, respiração, atividade sexual etc. Mas, embora
estas funções sejam comuns em toda a humanidade, a maneira de satisfazê-las
varia de uma cultura para outra. E esta grande variedade na operação é um
número tão pequeno de funções que faz com que o homem seja considerado
um ser predominante cultural (LARAIA, 2001, p. 37-38).
De acordo com Laraia (1986), uma das primeiras preocupações dos estudiosos
com relação à cultura refere-se à sua origem. Laraia (1986), cita diversos autores que
segundo eles Richard Leakey e Roger Lewin o início do desenvolvimento do cérebro
humano é uma consequência da vida arborícola ( é termo usado para descrever animais
onde a vida se dá principalmente nas árvores) de seus antepassados.
Já David Pilbeam se refere ao bipedismo como uma característica exclusiva dos
primatas entre todos os mamíferos, afirmando que quase todos os primatas vivos se
comportam como bípedes de vez em quando.
Não só esses autores, Laraia destaca o material de Kenneth P. Oakley destaca a
importância da habilidade manual, posição ereta e de proporcionar estímulos ao cérebro.
Para Kenneth a cultura seria então, o resultado de um cérebro mais volumoso e
complexo. Por outro lado, o antropólogo norte-americano Leslie White declara que a
passagem do estado animal para o homem, ocorreu quando o cérebro foi capaz de gerar
símbolos.
Todo comportamento humano se origina no uso de símbolos. Foi o símbolo
que transformou nossos ancestrais antropóides em homens e fê-los humanos.
Todas as civilizações se espalharam e perpetuaram somente pelo uso de
símbolos … Toda cultura depende de símbolos [...] (WHITE, 1986, p. 55)
Considerações finais
REFERÊNCIAS