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Avaliação Pré Anestésica

 Contato com o paciente antes da cirurgia para atingir alguns objetivos


o Levar o paciente na melhor condição clinica possível para a cirurgia: Alguns
pacientes não são saudáveis, e precisam ser “liberados” para a cirurgia. Não é
selecionar quem pode ou não pode. É pegar as informações do paciente para
saber o que fazer da melhor forma segura pro paciente para realizar o
procedimento, incluindo monitorização, uso de medicamentos e até
adiamento de cirurgias. A programação antes de ir para o hospital ajuda o
paciente para que não possa ocorrer algum problema ou adiamento da
cirurgia na hora.
o Diminuir ansiedade paciente, pois muitos têm medo de morrer na anestesia
(antigamente muitos morriam nessa fase). As ansiedades são dos mais
diversos possíveis.
o Aconselhamento/orientação, explicando os procedimentos da cirurgia e o que
irá acontecer durante, para tentar deixar o paciente mais à vontade, e orienta
o paciente a fazer se sentir mais confortável para ele e para os cirurgiões.
o Diminuir custos no CC com menos surpresa como complicação, tratamento.
Melhor prevenir do que tratar depois.
o Diminuir riscos
 Dona lei
o CFM: RESOLUÇÃO 2.174, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2017
o Dispõe sobre a prática do ato anestésico e revoga a Resolução CFM nº
1.802/2006
o Anestesia 101
o Art. 1º: determinar aos médicos anestesistas que:
 I – Antes da realização de qualquer anestesia (eletiva), exceto nas
situações de urgência e emergência, é indispensável conhecer, com a
devida antecedência, as condições clínicas do paciente, cabendo ao
médico anestesista decidir sobre a realização ou não do ato
anestésico. Parto cesariana é considerada uma cirurgia eletiva.
 A- para os procedimento eletivos, recomenda-se que a consulta pré-
anestésica do paciente seja realizada em consultório medico, antes da
admissão na unidade hospitalar (se não for feito, é considerado
imprudência), sendo que nesta ocasião o médico anestesista poderá
solicitar exames complementares e/ou avaliação por outros
especialistas, desde que baseado na condição clínica do paciente e no
procedimento proposto.
 B- Não sendo possível a realização da consulta pré-anestésica, o
medico anestesista deve proceder à avaliação pré-anestésica do
paciente, antes da sua admissão no centro cirúrgico, podendo nesta
ocasião solicitar exames complementares e/ou avaliação por outros
especialistas, desde que baseado na condição clínica do paciente e no
procedimento proposto.
 C- O medico anestesista que realizar a consulta pré-anestésica ou a
avaliação pré-anestésica poderá não ser o mesmo que administrará a
anestesia. Depende do modelo dos hospitais, e é um direito do
paciente escolher o seu médico.
 Perguntas: para ver se o paciente pode realizar os procedimentos
o O paciente está nas melhores condições clinicas ou tem alguma que dá pra
melhorar?
o O risco agora é maior ou menor do que operar? Sempre analisar o benefício ou
o risco da cirurgia. Se for uma cirurgia bem tranquila ou se for uma cirurgia
com comobirdades não controladas.
o Cx eletiva x emergência: define se a doença pode matar ou imobilizar o
paciente
 Consulta fechada
o Anamnese, exame físico, exames complementares, orientações
o As conversas são somente o necessário, e não outras conversas aleatórias pois
o anestesista não é o primeiro médico, somente objetivas.
 Anamnese: antecendentes (doenças e tratamento), hábitos de vida
(estilo de vida), alergias (as famosas alergias a anestesias, e é bom
para resumir os problemas que têm).
 Revisão segmentar: cardiovascular (função cardíaca, HAS, ICC, o não
compensado tem chance maior grave de risco cardiovascular no
operatório), respiratório (boa reserva fisiológica, fôlego, boa
respiração, se tem hiper-reatividade brônquica ou asma, fator
independente de risco de complicação durante a cirurgia, DPOC,
enfisema {evitar pressão positiva muito grande}), endócrino (DM,
aumenta o risco de infecção pós-op, demora para cicatrização, piora o
controle hemodinâmico por vasculopatia diabética e controle estrito
da glicemia é associado com a mortalidade pós-op ), hematológico (ver
alterações de coagulação como sangramento, hiper ou
hipocoagulabilidade, e o melhor exame padrão ouro é a anamnese e
exame físico), renal ou hepático (metabolização das drogas), musculo-
esquelético (dificuldade de mobilidade ou problema na articulação),
neurológico/psicológico (ansiedade, depressão, medo), cirurgias
anteriores/complicações (quem já teve anteriormente tem mais
chance de complicar novamente e nesse momento é que desmistifica
muita coisa).
 Capacidade cardiorrespiratória
 MET (metabolic equivalentes test): uma nota para cada
atividade que o paciente tem. Valores de 1 a 12
o Uma cirurgia de grande porte com duração
prolongada fica em torno dos 4 METs, que é fazer
jardinagem. Abaixo dos 4 METs o paciente tem
capacidade de fazer a cirurgia.
 Reserva fisiológica
o Se precisa uma melhor avaliação no pós-op, UTI ou
quarto normal
o Quanto aguenta de estresse para fazer uma cirurgia
 Medicamentos
 Anticoagulantes (sangramento pós-op ou tromboembólico)
 Anti-hipertensivos (maior chance de complicação isquêmica
do miocárdio), tem que continuar utilizando os medicamentos
 Hipoglicemiantes
 Fitoterápicos (não são muito preocupantes)
 Psicotrópicos (antidepressivos)
 Exame físico (não faz muita diferença para o anestesista)
 Antropometria para calcular a dose do anestésio para dar ao
paciente
 Segmentar (só para ver se não tem nenhum problema
respiratório ou cardíaco)
 Vias aéreas (mais importante)
o Dentes porque alguns tem próteses móveis ou fixas, e
durante a cirurgia a prótese pode se soltar e o
paciente deglutir, as fixas podem estar mal fixadas.
Alguns que têm dentes em mau estado, e podem cair
durante uma entubação e dai ocorre um trauma.
 Coluna (anestesia do neuroeixo, porque desvio de coluna pode
mostrar dificuldade técnica e tem que avisar para o paciente
antes)
 Estado psicológico para ver se é agitado ou colaborativo,
preocupado com a saúde
 Exames complementares
 Complementares, não são obrigatórios da consulta, não são
indispensáveis
 Prejudiciais se pedidos como rotina por causa da margem de
erro pois alguns pacientes normais podem apresentar
alterações nos exames
 Estado físico
 Dar uma nota de 1 a 6
o ASA 1 – completamente saudável
o ASA 2 – morte cerebral
o Nas eletivas ficam entre 1 a 3
o ASA 4 – já tem doença com limitação grande
o ASA 5 – entubado na UTI
 Não é um escore de risco cirúrgico
 Orientações
 Risco anestésico-cirúrgico (dizer que pode ter risco em tudo)
o Paciente – se tiver doença descompensada, e uma
cirurgia pode ser uma fator desencadeante
o Cirurgia – recomenda conversar com o cirurgião a
respeito dos riscos
o Anestesia
 Alimentação
o Jejum pré-op – evitar broncoaspiração por
regurgitação e vômitos
 2h – líquidos claros (clear) – água, refri, suco
de fruta coado, café, chá coado
 4h – leite materno
 6h – sólidos (refeição leve, leite)
 8h – sólidos (churrasco e fritura)
o Jejum prolongado aumenta a mortalidade
o Ideal é tirar o paciente do estado catabólico, pois o
paciente vai precisar sintetizar hormônios,
funcionamento de várias coisas e ter energia
disponível.
o Dieta pós-op – muitos pacientes ficam bastante tempo
sem comer depois da ciruriga
 Reflexo de tosse
 Transito intestinal
 Medicamentos
o Suspender (pero no mucho)
 Anticoagulantes (marevan) – trocar o
anticoagulante para evitar complicações se for
cortar, suspende 5 dias antes da cirurgia,
susbstitui por heparina que pode ser suspensa
pouco tempo antes da cirurgia. A
rivaroxabana, xarelto são os novos
medicamentos do fator X que não altera o
coagulograma e está antiagregado
 Antiagregantes, com exceção da aspirina. Ele
não tem problema de retirar. O clopidogrel
tem que ser retirado e em geral de 5 a 15 dias.
 Hipoglicemiantes – os modernos não tem
efeito direto de hipoglicemia, e não deveria
realizar jejum prolongado. Na maioria dos
medicamentos não suspendem eles. Na
insulina, tem que ajustar a dose porque tem
um efeito direto com a ingesta de alimento.
 iMAO – tem que ser suspensos 21 dias antes
da cirurgia, porque não altera só a
concentração de serotonina, mas também a
noradrenalina, e pode causar aumento da
liberação de catecolaminas.
o Manter por causa do efeito rebote
 Antihipertensivos, especialmente ser for BB
 BZD, fica ligado, doidão
 Corticoides, com suprarrenal reduzido, tem
que fazer suplementação de corticoide no
hospital
 Atividades
o Tabagismo
 12 h – diminuição de COHb
 24-48 h – aumento de secreções e reatividade
 4 semanas – retorno da atividade mucociliar
 8 semanas – morbidade igual ao não fumante
 2 meses sem fumar antes da cirurgia ou ficar o
máximo de tempo possível sem fumar, ou
fumar o mínimo possível
o Etilismo
 Intoxicação aguda: agitação durante, antes e
depois da cirurgia
 Pelo menos não tomar um dia antes da
cirurgia
 Uso no dia anterior: desidratação. Pode pelo
menos uma taça de vinho no almoço desde
que se hidrate durante o dia
 No dia da cirurgia: esvaziamento gástrico
 Suspensão abrupta: abstinência
 Recomenda que não tome álcool na última
refeição antes da cirurgia
o Alimentação pós-op
 Íleo paralítico: quem tem fome, já pode
comer. Em geral deve voltar a atividade
intestinal.
 NVPO: tratar porque senão não come, ou se
come, vai passar mal
 Deglutição/tosse: tem que ter esses reflexos
bem preservados, para poder deglutir ou
tossir se for para o buraco errado
 Critério de alta ambulatorial: capacidade
ingerir liquido ou alimentação. Se tomar água
e não se afogar, já pode ser liberado
o Adornos e maquiagem
 Ideal é que não vá
 Maquiagem mascara a cor da pele e esmalte
podia interferir na oximetria nos
equipamentos antigos
 Adorno de metal pode causar lesão ou úlcera,
ou também queimação por eletrocautério
 Recomendado não utilizar
 Lactação
 Sem interferência significativa
 Pode continuar amamentado depois
de uma AG
 Terá anestésico no leite materno, mas
será em quantidade muito pequena e
não será problema
 Deambulação
 SEMPRE com acompanhante
 Hipotensão postural quando levantar
pela primeira vez
 Sedação / paresia residual – bloqueio
no neuroeixo pode causar
enfraquecimento do paciente quando
for andar

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