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Resumo do artigo “O bebê imaginário: uma breve exploração do conceito”

Ao se falar em gestação, os pais imaginam e idealizam como será o bebê ao nascer,


principalmente em se tratar da mãe. O bebê por ser desejado e planejado durante a vida, e acaba
existindo na imaginação como este bebê será.

Como mencionado no artigo, “ser mãe, de certa forma, acontece uma só vez, visto que, a
partir do momento em que a mulher passa por esse período de reedição, nunca mais será a mesma”,
visto que ao nascer, o filho(a), mudou todos os conceitos que os pais planejavam, um tratamento
bastante usado na criação do primeiro filho “marinheiro de primeira viagem”. Porém a cada nova
gestação, a mãe se adapta para o novo filho que virá, ocorrendo um rearranjo psicoafetivo.

De fato, o que é o bebê imaginário? Corresponde à primeira inserção da criança ao mundo


imaginário da mãe, e é através da representação do bebê imaginário que a mãe constrói um filho
antes mesmo de conhecer seu bebê real. O filho idealizado no processo de gestação é um bebê
dotado de onipotência e plena capacidade de realizar os desejos narcisistas da mãe que o imagina. O
bebê é tomado como objeto sobre o qual recai sua libido, de modo a investir sobre ele como se fosse
a coisa mais importante de todo o mundo. Durante as gestações a representação materna acerca do
feto não corresponde a um embrião em desenvolvimento, e sim a uma criança com um corpo
completo, autônomo e unificado.

Sintomas depressivos são bem comuns no pós-parto, pois segundo Debray, é um processo de
luto que se faz necessário mesmo quando o bebê real corresponde ás expectativas traçadas pela
mãe durante o período gestacional. Fato caracterizado pela separação física entre o bebê e a mãe.
Os sintomas depressivos aparecem num contexto em que a mulher é porta em contato com a
realidade e diante desta, deve se reorganizar. No entanto existem situações em que agrava,
tornando algo patológico e digno de atenção e acompanhamento específico.

Através deste bebê imaginário, a mãe interpretará as necessidades do seu bebê real, porém
é de suma importância que seja deixado um espaço para que o próprio bebê manifeste a sua
realidade.

Caracterizado pelo estudo, pode se concluir que o bebê imaginário está relacionado
diretamente com o narcisismo materno. Além disso, foi evidenciado que a ideia do bebê imaginário,
não está relacionado com o início gestacional em si, mas sim com o passar dos meses.

Lebovici destaca que existem três crianças presentes na mente da mãe.

Criança fantasia: constituída pelo desejo da mãe em ter um filho com seu pai, oriundos de
uma fantasia do Édipo. Vem acompanhada do desejo infantil da mulher.

Criança imaginária: é aquela que a gestante constrói a partir de sua idealização e


expectativas.

A criança real: é aquela que a mãe somente conhecera após o nascimento, e com qual o
relacionamento será enriquecido a partir dos conteúdos imaginários.

Cléofas L. Machado dos Reis

Eduardo Neves Chiuchi

Medicina - 1º Termo

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