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Faaaala, pessoal! Tudo certinho?

Neste módulo vamos entender os aspectos importantes do


metabolismo celular, que inclui respiração celular,
fermentação, fotossíntese, quimiossíntese e síntese de
proteínas.

INTRODUÇÃO

Os organismos que são capazes de produzir seu próprio alimento são


chamados de autótrofos (exemplo - as plantas, na fotossíntese ou
algumas bactérias na quimiossíntese) os que dependem
diretamente de outros seres vivos para se alimentar são os
heterótrofos (exemplo - os animais, fungos e protozoários).

A maioria dos seres vivos utiliza carboidrato para obter energia. A


energia dos carboidratos é transferida para a molécula energética da
célula: a adenosina trifosfato (ATP). Esse processo de transformação
de energia pode ser de duas maneiras distintas:

1 – Na presença de O2, por respiração celular (ou respiração celular


aeróbia).

2 – Na ausência de O2, por fermentação (ou respiração celular


anaeróbia).
É importante você, meu querido(a) estudante, saber que respiração
celular (ou apenas respiração, em citologia) não é o mesmo que
respiração orgânica (pulmonar) ou ventilação pulmonar. A respiração
celular ocorre no interior das células, enquanto que a respiração
orgânica ocorre nos pulmões, durante a troca gasosa (estudaremos
essa parte em fisiologia).

RESPIRAÇÃO CELULAR

A respiração celular é o mecanismo mais eficiente que nossas células


possuem de retirar a energia de compostos orgânicos e transformá-la
em energia utilizável para nossas célula. Essa energia é transferida
para a molécula de ATP (adenosina trifosfato), a moeda energética
da célula.

A molécula do ATP é constituída por uma adenina, ligada a uma


ribose, ligada a três fosfatos. A energia que extraímos da glicose é
armazenada entre a ligação do segundo e terceiro fosfato. Quando a
nossa célula precisa, essa ligação é quebrada, liberando a energia e
dando origem a uma molécula de ADP (adenosina difosfato) +
fosfato (P i ). Essa molécula de ADP pode ser novamente utilizada para
a formação de outro ATP.

A molécula adenosina trifosfato


(ATP) guarda energia na ligação
entre o segundo e terceiro fosfato.

Quando a energia é liberada,


ocorre a quebra entre a ligação de
um fosfato, formando ADP + P.
Bizu: O ATP é constituído por uma adenina,
portanto ela é um nucleotídeo.

Agora sabemos que retiramos energia da glicose e transferimos para


o ATP. A pergunta é: como? Vamos iniciar a viagem. 

Embora sejamos capazes de retirar energia de lipídios e até mesmo


de proteínas, para nível de ensino médio focaremos na respiração
celular a partir dos carboidratos, que é a mais comum e a que pode
ser cobrado de você. O carboidrato que entra na respiração celular é
a glicose. Obtemos a glicose em diversos alimentos como pão,
massa, batata, arroz. Lembre-se da aula de carboidratos: nosso
corpo digere o amido (polissacarídeo) desses alimentos
transformando ele em milhares de moléculas de glicose
(monossacarídeo). É a glicose que entra em nossas células para a
respiração celular.

Lembre-se: a glicose entra em


Divisões da respiração celular e onde ocorre:
nossas células a partir de proteínas
de membrana. Reveja a aula de
- GLICÓLISE: No citoplasma transporte através da membrana.
- CICLO DE KREBS: Na matriz mitocondrial
- CADEIRA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS: Nas cristas
mitocondriais

Cadeia
transportadora de
elétrons

Ciclo de Krebs

MITOCÔNDRIA
Para entender como a respiração celular extrai a energia da glicose,
vamos lembrar como é essa molécula.

Fórmula da glicose: C6H12O6

Lembre-se que a glicose possui seis


carbonos, entre a ligação dos
carbonos ela guarda energia,
portanto quebramos essas ligações
para fazer a transferência da energia
para o ATP

Ta na hora de estudar as três etapas da respiração celular, lembre-se


que essa divisão ocorre didaticamente, mas o processo é contínuo.

GLICÓLISE

A glicólise é a quebra da glicose em duas moléculas menores,


chamadas de piruvato ou ácido pirúvico. Como a glicose é
quebrada ao meio, cada piruvato fica com 3 carbonos. Embora
sejam necessárias 10 reações químicas para esse processo, no ensino
médio estudamos apenas o resumo delas. Veja o que ocorre,
lembrando que esse processo se dá no citoplasma:

- Glicose com 6 carbonos entra nas reações de glicólise;


- Para quebrar a molécula ocorre um investimento (gasto) de 2
ATP;
- São formadas duas moléculas com 3 carbonos cada (ainda não são
piruvatos);
- São liberados 2 íons H+ (desidrogenação) que são capturados por
NAD+ transformando-se em NADH;
- São formadas 4 moléculas de ATP (saldo positivo de 2 ATP).

Os NAH+ são moléculas que


carregam elétrons ricos em energia,
transformando-se em NADH. Essas
moléculas serão importantes na
última etapa da respiração celular,
chamada de cadeia transportadora
de elétrons. Guarde essa
informação.

NO SALDO FINAL DA GLICÓLISE, FORMAM-SE:

- 2 moléculas de ATP; É importante você guardar


essas informações, no
- 2 moléculas de NADH;
final tudo fará sentido.
- 2 moléculas de piruvato (C 3 H 4 O 3 ).

Apesar da glicólise ser uma etapa da respiração celular (aeróbia) não


é necessário o gás oxigênio (O 2 ) para que ela ocorra. Na falta do O 2
os piruvatos entrarão no processo anaeróbio, chamado de
fermentação, conteúdo da próxima aula.
CICLO DE KREBS OU CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

Os NADH produzidos na glicólise vão direto para a terceira etapa da

respiração, mas os dois piruvatos entram no ciclo de Krebs. Esse ciclo


de reações ocorre no interior da mitocôndria, região chamada de

matriz mitocondrial (porção mais interna).

A ciclo de Krebs existe para extrair completamente a energia da


molécula de glicose (transformada em dois piruvatos). Em outras
palavras, após essa etapa da respiração celular a molécula de
glicose terá sido completamente oxidada.

Antes dos piruvatos entrarem no ciclo de Krebs, eles passam por uma
reação chamada de oxidação do piruvato, onde são transformados
em acetil-coa, veja a imagem e entenda o que ocorre.

- Cada piruvato perde um carbono na forma de CO 2 ;


- Forma-se uma molécula com 2 carbonos (acetil);
- É liberado um H+, formando outro NADH;
- A molécula com dois carbonos se junta com a coenzima A e forma
a molécula acetilcoenzima A (acetil-CoA).
É o acetil-CoA que vai entrar no ciclo de Krebs. Veja a imagem e
acompanhe abaixo:

O número de carbonos
de cada molécula está
representado ao lado
do nome, na forma de
C2, C4, C6...

- O Acetil-Coa (C2) liga-se ao oxalacetato (C4) formando o citrato


(C6). Sem a conzima A o acetil não conseguiria se ligar ao
oxalacetato;

- A partir de agora essa molécula passa a sofrer diferentes reações e


transformações pouco importantes para o ensino médio, mas fique
muito atento ao número de carbonos e ao que é formado até o final
do ciclo. O isocitrato (6C) sofre desidrogenações e perde átomos de
carbono que saem em forma de CO 2 . Além disso as moléculas ao se
transformarem perdem elétrons e entram em ação os NAD+ e FAD+
que irão carregar esses elétrons até a ultima etapa da respiração em
forma de NADH e FADH. Ao final do ciclo o oxalacetato (C4) é
regenerado e volta a se ligar a outro acetil dando inicio ao novo ciclo.
NO CICLO DE KREBS, POR PIRUVATO, FORMAM-SE:

- 3 NADH;
- 1 FADH (essa molécula possui a mesma função do NADH, porém
carrega elétrons com um pouco menos de energia);
- 1 GTP (que logo é convertido em 1 ATP);
- libera 2 moléculas de CO 2 .

Mas muito cuidado, isso é o que ocorre para CADA molécula de


piruvato que entra no ciclo. Lembre-se que para uma molécula de
glicose, são formadas DUAS de piruvato, portanto o saldo total do
ciclo de Krebs, desde a entrada dessas moléculas na mitocôndria
será:

NO SALDO FINAL DO CICLO DE KREBS, FORMAM-SE (TOTAL):

- 8 NADH; (lembre-se que 2 são formados durante a formação do


acetil-CoA)
- 2 FADH;
- 2 GTP (2 ATP);
- Libera 6 moléculas de CO 2 . Guarde essa informação.

Até agora quase não foram produzidos ATP, mas foram produzidas os
NADH e FADH. Veja a importância dessas moléculas na próxima
etapa da respiração celular.

Bizu: o ciclo de Krebs é considerado como uma “encruzilhada”


metabólica, pois assim como a glicose, lipídios ou proteínas também
podem entrar nesse ciclo, dependendo das condições do organismo.
CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS
OU CADEIA RESPIRATÓRIA

Somando a glicólise e o ciclo de Krebs até agora foram formados


(saldo positivo):

- 4 ATP
- 10 NADH
- 2 FADH

Nesse momento a molécula de glicose já foi completamente


quebrada, todos os seus carbonos foram eliminados em forma de
CO 2 . Veja que legal, o CO 2 que eliminamos pelos nossos pulmões
vem da glicose (ou dos outros compostos que usamos para fabricar
energia).

Lembre-se que a cadeia transportadora de elétrons ocorre na


membrana interna da mitocôndria (cristas mitocondriais). É agora
que entram em cena os NADH e FADH, eles são conduzidos até as
cristas mitocondriais e lá eles perdem seus hidrogênios, sendo
convertidos novamente em NAD+ e FAD. Nesse processo são
liberados os elétrons ricos em energia, que são conduzidos pelas
cristas mitocondriais por um complexo de proteínas chamadas de
citocromos.

Enquanto são conduzidos pelos citocromos os elétrons perdem


gradativamente sua energia, que é utilizada para bombear H+ para o
espaço entre as duas membranas da mitocôndria. Esses H+ precisam
voltar para a matriz mitocondrial, mas só conseguem voltar por uma
proteína chamada ATPsynthase (ATP sintase).
Agora entenda qual a relação do O 2 com a respiração celular: é ele
que atrai os elétrons pelas cristas mitocondriais, por isso ele é
chamado de aceptor final de elétrons e é necessário para que ocorra
o processo. Quando os elétrons encontram o O 2 , forma-se água. Sim,
nosso corpo produz água, que fica dentro da célula para ser utilizada
em outras reações. Na ausência de O 2 , a respiração para.

Espaço
intermembrana

Matriz
mitocondrial

ATP Synthase

E quantas moléculas de ATP são formadas?

- Cada NADH guarda energia suficiente para a produção de 3 ATP.


- Cada FADH guarda energia suficiente para a produção de 2 ATP.
Vamos a soma:
10 NADH = 30 ATP
2 FADH = 4 ATP

São 34 ATP na respiração, mais os 4 que foram produzidos até aqui.


A respiração celular produz 38 ATP por molécula de glicose.
Pesquisas recentes indicam que esse número de ATP pode estar
superestimado. Mas ainda é cedo para afirmar e, portanto,
continuamos com os 38 ATP. 

Bizu: Quando estudar fotossíntese você vai entender a ligação  o


CO 2 que liberamos vem da quebra da glicose, a planta utiliza esse
mesmo CO 2 para montar a sua glicose. É o ciclo do carbono que pode
estar no ar e também constituindo a matéria orgânica dos seres
vivos.

FERMENTAÇÃO

A fermentação é um processo de obtenção de energia sem a


utilização do gás oxigênio (O 2 ), portanto é anaeróbio. Nesse
processo a glicose não é completamente quebrada e, portanto, o
ganho energético é pequeno. Ainda assim é um processo muito
importante. Alguns organismos são anaeróbios obrigatórios, ou seja,
morrem na presença de O 2 , é o caso da bactéria causadora do tétano
Clostridium tetani. Outros organismos são anaeróbios facultativos,
como as leveduras, fungos que na ausência de O2, fazem
fermentação. Apesar do ser humano ser aeróbio obrigatório, fazemos
um tipo de fermentação em nossas células musculares para suprir a
demanda energética em casos de exercícios intensos.

Bizu: A fermentação pode ser definida como o processo de


degradação incompleta de moléculas orgânicas com liberação de
energia para a formação de ATP, sendo o aceptor final de elétrons é
uma molécula orgânica (e não o O2).
Assim como na respiração celular, a glicólise também ocorre na
fermentação, o processo é o mesmo.

TIPOS DE FERMENTAÇÃO:

- Fermentação láctica: produto final é o ácido láctico.

Esse tipo de fermentação ocorre em nossas células musculares.


Se a atividade física for intensa, pode ocorrer o acúmulo de ácido
láctico, o que favorece a câimbra. Alguns queijos são fabricados a
partir dessa fermentação.

- Fermentação alcoólica: produto final é o álcool etílico (etanol).

Esse tipo de fermentação é feita por fungos unicelulares


conhecidos por leveduras e ocorre a liberação de CO 2 . O fermento
biológico que compramos nos supermercado contém esses fungos, ao
deixar a massa “crescer” eles ficam em ambiente de anaerobiose e
inicia a fermentação, o CO 2 que eles liberam enche a massa de
bolhas, fazem o pão crescer e ficar macio. As bebidas fermentadas
também são fabricadas a partir desse tipo de fermentação, pois é
produzido o etanol.

- Fermentação acética: Produto final é o ácido acético (vinagre).

Independentemente do tipo de fermentação, o saldo de ATP será


sempre 2. Isso porque esses ATP vieram da glicólise, processo
comum a todas as fermentações e respiração celular.
O NAD+ retorna para a glicólise.

FOTOSSÍNTESE

Acabei de comer uma pizza! “Tááaaa looooco”, adoro... Na pizza tinha


queijos, cebola, carne, massa (trigo), azeitonas etc. Pensei: todos
esses alimentos possuem energia, mas de onde vem essa energia?
Perceba meu querido(a) estudante, essa energia veio do sol! Mesmo
a carne que comemos, em última análise, tem armazenada a energia
solar. A energia luminosa é transformada em energia química no
processo chamado fotossíntese.

A fotossíntese é didaticamente dividida em duas etapas: fotoquímica


(clara) e química (escura). A primeira ocorre em presença de luz e a
segunda ocorre apenas após a primeira, portanto, ambas ocorrem
apenas na presença de luz.
Organismos autótrofos fotossintetizantes utilizam energia luminosa e
com seus pigmentos fotossintetizantes mais a água e CO 2 , produzem
seu composto orgânico, liberando como produto o O 2 .

No século XVIII Priestley notou que em um pote fechado, ratos


sobreviviam muito mais tempo quando havia uma planta no pote
(experimento cruel!). Deduziu que as plantas “renovavam” o ar,
estava dado o pontapé inicial para a descoberta da fotossíntese.
Veja o que é necessário para a realização da fotossíntese?

É importante você saber essa equação e principalmente o papel do O 2


e do CO 2 na fotossíntese. Pelo amor do ENEM e vestibulares, marque
com todas as suas canetinhas coloridas a informação de que o O 2
vem da H 2 O e que o CO 2 é utilizado para a fabricação do composto
orgânico (glicose)! 
Perceba que as folhas são formadas por células, dentro das células
existem uma organela chamada cloroplasto, é nela que ocorre a
fotossíntese. A fase fotoquímica ocorre na membrana dos tilacoides e
a fase química no estroma. As clorofilas estão organizadas em uma
região conhecida por complexo da antena, quando consideramos
também as proteínas presentes chamamos de fotossistema.

São nos fotossistemas onde ocorre a transferência da energia


luminosa em energia química, logo explicarei esse processo. Perceba
que existem diferentes tipos de pigmentos: clorofila A, B, C e
caroteno. Isso é importante, pois cada uma consegue aproveitar
melhor diferentes comprimentos de ondas de luz. Veja na imagem
acima que o centro do fotossistema possui um “centro de reações”. É
para lá que os elétrons são transferidos quando estão energizados..

Vamos entender como é a luz.


O espectro da luz visível varia entre 380 e 750 nanômetros (nm).
Quando vemos a cor de um objeto significa que ele refletiu o
comprimento de onda correspondente a essa cor e absorveu os
outros. Perceba que se uma folha refletiu a cor verde, ela absorve as
cores azul e vermelho. Os pigmentos fotossintetizantes (clorofila),
portanto, tem sua maior eficiência nesses comprimentos de
ondas. No final da aula falarei como o vestibular pode te cobrar isso.

Veja um resumo da fotossíntese:


A primeira fase é chamada de fotoquímica e depende da luz, a fase
química depende do que é produzido na fase fotoquímica, portanto a
primeira só ocorre na presença de luz, e a segunda só ocorre quando
a primeira ocorre.

Vamos ver com mais detalhes o que ocorre em cada uma das etapas.

A etapa fotoquímica ocorre na membrana dos tilacoides e depende da


luz. A água fornece os elétrons e os hidrogênios para o fotossistema
II, a luz energiza os elétrons que vão até o centro do fotossistema,
na região chamada de centro de reações. Proteínas conhecidas como
citocromos carregam esses elétrons até o fotossistema I, no caminho
é produzido ATP. Quando os elétrons chegam no fotossistema I são
novamente energizados pela luz e vão até o centro, onde são
conduzidos para formar agora a molécula de NADPH. Repara que esse
é o processo acíclico, pois o mesmo elétron não voltou para o
fotossistema, ele ficou na molécula de NADPH.
A etapa fotoquímica pode
passar por um processo
cíclico, quando o elétron,
no fotossistema I, é
utilizado para a formação
do ATP, portanto ele
retorna para ser
novamente energizado.

Veja onde ocorre a etapa química

A segunda etapa da fotossíntese depende diretamente da primeira


etapa, pois ela usa os ATP e NADPH produzidos até então. Logo,
mesmo sendo conhecida também por etapa escura, ela só ocorre na
presença de luz.
É na etapa escura que o CO 2 é utilizado, juntamente com a energia
do ATP e os elétrons e hidrogênios do NADPH é produzida a molécula
orgânica, que possui três carbonos, mas logo é unida a outra,
formando a glicose, com seis carbonos. No ciclo, a ribulose é unida a
três CO 2 pela enzima rubisco, a proteína mais abundante no mundo.
Por ciclo, são gastos 9 ATP e 6 NADPH.

É importante lembrar que a fotossíntese libera O 2 e fabrica a glicose.


Mas a mesma célula que libera o O 2 pela fotossíntese consome O 2
para a respiração celular, pois é nesse processo que ela produz sua
energia.
COMO O VESTIBULAR COSTUMA COBRAR A FOTOSSÍNTESE?

Veja que as clorofilas possuem o máximo de aproveitamento


fotossintético na luz azul ou vermelha, e pouco na luz verde.

Nesse gráfico podemos perceber que a intensidade luminosa aumenta


a velocidade de reação, mas se estabiliza no ponto B, pois as
clorofilas estão no seu máximo de produção. O ponto fótico indica o
equilíbrio entre o consumo e a liberação de O 2 pela planta.
A temperatura também interfere na fotossíntese. Perceba que esse
processo é intermediado por enzimas, que são proteínas. Lembre-se
da aula de proteínas, a temperatura interfere na atividade enzimática
e pode inclusive desnaturá-las. Por isso temperaturas muito altas ou
baixas diminuem a taxa de fotossíntese, mas isso varia entre as
plantas.
Perceba que o CO 2 é utilizado para a produção da glicose, portanto
quanto mais CO 2 disponível na atmosfera, maior a taxa de
fotossíntese, mas assim como a intensidade luminosa, não adianta
ter uma quantidade gigantesca de CO 2 , pois chega um ponto que a
planta não possui “ferramenta” suficiente para a produção da
molécula orgânica, portanto, a linha se estabiliza aproximadamente
com 0,2% de CO 2 .

Vale lembrar que as algas são os organismos que mais liberam O 2 na


atmosfera. Além das plantas e das algas, as cianobactérias e as
bactérias fotossintetizantes também fazem fotossíntese. Pessoal,
associem a fotossíntese com a respiração celular, pois tudo faz
sentido.

QUIMIOSSÍNTESE

Assim como os organismos fotossintetizantes, os quimiossintetizantes


produzem o seu próprio composto orgânico, a diferença é que aqui
eles não usam energia da luz, mas a energia proveniente da oxidação
de moléculas inorgânicas, portanto também são autótrofos. Como
exemplo, algumas bactérias e arqueas.

Veja o resumo geral do processo


Todos os organismos que realizam quimiossíntese seguem esse
padrão, a diferença é qual substância inorgânica usam, e qual
subproduto gera.

Ex.

Bactérias qumiossintetizantes no solo, importantes para o ciclo do


nitrogênio:

Nitrossomosas sp.
Amônio Nitrito
Nitrobacter sp.
Nitrito Nitrato

No fundo do oceano existem fontes hidrotermais, onde organismos


qumiossintetizantes são os produtores (1° nível trófico) desse
ecossistema. Utilizam compostos sulfurados para produzir sua
matéria orgânica. Te liga que eles estão a mais de 3km de
profundidade a uma temperatura de aproximadamente 100°C e na
ausência total de luz.

SÍNTESE PROTEICA OU SÍNTESE DE PROTEÍNAS

Para essa aula é muito importante que você tenha o domínio do que
é DNA, RNA (mensageiro, ribossômico e transportador), gene e
proteína. Já assistiram a essas aulas? Show! Vamos com tudo!

A síntese de proteínas é um dos mecanismos mais interessantes


dentro da biologia (ok, eu sei que falo isso para quase todas as aulas,
mas aqui é fantástico MESMO). Entenda: o que nós temos de
diferente são as proteínas que nosso corpo produz, uma vez que cada
proteína sintetizada em nossas células é determinada pelo tipo de
gene que possuímos, e com exceção de gêmeos univitelinos, ninguém
possui o DNA idêntico a outra pessoa.
A síntese protéica é dividida em duas etapas: transcrição e
tradução.

TRASNCRIÇÃO

TRADUÇÃO

TRANSCRIÇÃO: leitura de um gene para a formação de uma molécula


de RNAm (RNA mensageiro). Ocorre no núcleo.

TRADUÇÃO: formação da proteína a partir da informação contida no


RNAm. Entra em ação o ribossomo (contendo RNAr) e o RNAt, que
carrega o aminoácido. Ocorre no citoplasma ou no reticulo
endoplasmático rugoso.

Lembre-se: um gene é uma porção do DNA que guarda informação


suficiente para a produção de uma proteína. O gene, portanto, possui
uma sequência específica de ácidos nucléicos (identificados pelas
famosas bases nitrogenadas [letrinhas], A – T – C – G).
TRANSCRIÇÃO – A PRIMEIRA ETAPA

Ocorre dentro do núcleo. Basicamente, essa fase é para “montar” o


RNAm. Para isso uma grande enzima chamada RNA polymerase entra
em ação, ela se liga ao DNA até encontrar a região promotora, que
indica que um gene está começando. A fita do DNA é aberta e
enquanto a RNA polymerase percorre uma das fitas do DNA ela vai
montando a fita de RNAm. Se no DNA tem a base nitrogenada A, no
RNA será U, Se for C, no RNA será G se for T no RNA será A e se for
G, no RNA será C.

Bizu: monte uma fita aleatória de DNA com mais de 10 bases


nitrogenadas, ao lado monte uma fita de RNAm e complete ela. Assim
você treina! 

Veja que o RNAm é montada na direção 5´ 3´, número que indica a
qual carbono ocorre a ligação das moléculas de nucleotídeos (rever a
aula de DNA). Já a leitura no DNA ocorre na direção 3´ 5´.
Quando o RNA polymerase encontra a sequência de término, ele
acaba a leitura e o RNAm está formado. Essa sequência é específica e
indica que o gene chegou ao fim.

Agora está formado o RNAm, mas ele está imaturo. Portanto ainda
dentro do núcleo ele passa por um processo chamado de splicing ou
processamento do RNAm.
Repara que no RNAm existem porções chamadas de exon e intron. Os
introns possuem função reguladora e são aliminados para a formação
do RNAm maturo. Nesse processo os exons podem sofrer mudanças
de local, o que permite o mesmo gene ter sequências diferentes de
nucleotídeos e consequentemente produzir proteínas diferentes
(repara meus queridos, o mesmo gene pode gerar proteínas
diferentes, grande bizu). Por isso possuímos em média 25 mil genes,
mas produzimos centenas de milhares de proteínas.

Agora o RNAm está pronto. Vamos analisá-lo:

Três nucleotídeos constituem um códon, cada códon codifica um


aminoácido para a proteína, na próxima fase.

A fita de RNAm carregando a informação vinda do nosso DNA (de um


gene) e agora ela vai sair do núcleo, é no citoplasma que vai ocorrer
a segunda fase da síntese de proteína.
TRADUÇÃO – A SEGUNDA ETAPA

O RNAm está agora no citoplasma da célula. Aqui ele vai encontrar o


ribossomo (contendo o RNAr) e o RNAt. Cada RNAt carrega um
aminoácido e possui uma região chamada de anticódon (lembre-se da
aula de RNA). Ele se une ao códon do RNAm e libera o aminoácido
que ele carrega, o ribossomo vai assim montando sua proteína.

O código genético é a “linguagem” que a célula utiliza na tranferência


da informação do DNA até a expressão dessa informação em
proteína. Esse código é universal, ou seja, serve para qualquer ser
vivo, é por isso que a engenharia genética é possível (vamos ver isso
em biotecnologia), mas é claro, todos eles possuem genes diferentes.

Repara que o códon (3 bases nitrogenadas) codificam um


aminoácido. Por exemplo, o códon UUU codifica o aminoácido Phe
(fenilalanina). O códon CAU codifica o aminoácido His (histidina).
Existem 64 diferentes combinações de códons, mas apenas 20
aminoácido, por isso o código genético é chamado de degenerativo
ou redundante, em outras palavras, diferentes códons podem
codificar o mesmo aminoácido. Por exemplo, o aminoácido Leu
(leucina) pode ser codificado por seis códons diferentes: UUA, UUG,
CUU, CUC, CUA, CUG. Outros códons são especiais, por exemplo o
AUG, que indica o inicio de uma proteína, portanto toda proteína
começa pelo aminoácido metionina. Existem também os códons de
terminação, que indicam que a proteína está pronta.

Agora vamos entender como se dá a ligação entre os todos os tipos


de RNA e o ribossomo.

Na seta vermelha estão indicados os RNAt, cada um deles está


carregando um aminoácido. Perceba que na porção de baixo deles
existem três bases nitrogenadas, elas formam o anticódon e vão se
ligar em cada códon do RNAm. Veja que o códon 1 possui AUG
(sempre) e, portanto o RNAt será UAC (lembre-se de quem liga com
quem no RNA) e consequentemente traz o aminoácido Met (toda
proteína inicia com ele). Perceba ainda que o ribossomo possui o sítio
P e o sítio A. No inicio da leitura do RNAm, o RNAt se liga ao sítio P,
em seguida outro RNAt, com anticódon correspondente ao códon 2 do
RNAm se liga no sítio A (UUU será pareado com AAA).
Quando os dois RNAt estão nos sítios, é feita uma ligação peptídica
entre os aminoácidos e o que está no sítio P sai, o do sítio A passa
para o sítio P e dá espaço para o próximo RNAt chegar. O ribossomo
desliza pela fita do RNAm e entra em cena o códon 3. No exemplo
acima é GGA, portanto irá ligar com o anticódon CCU que traz o
aminoácido Gly.

Esse processo continua até encontrar um dos códons de terminação,


ai estará formada a proteína primária. Lembram da aula de proteína?
Em seguida a proteína passa a ser enrolada nela mesma formado a
secundária, terciária...
O códon de terminação NÃO codifica aminoácido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO MÓDULO 5

Queridos estudantes, esse módulo possui conteúdos muito abstratos,


então é importante dar uma atenção especial para ele. Caso alguma
coisa não tenha ficado clara, é importante buscar a informação e tirar
essa dúvida agora. Faça as listas de exercícios, busque explicar para
alguém de sua casa esses mecanismos... Ensinar é a melhor maneira
de aprender. Tudo de bom!

Abraços.

Prof. Samuel Cunha

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