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Comportamento Dos Solos Argilosos Da Cidade de SP
Comportamento Dos Solos Argilosos Da Cidade de SP
261
sumario
summary
This paper, prepared on the basis of many laboratory and field data,
presents and discuss the behaviour of the clayey soils located below the
,,~.i:er
table, at the sedimentary basin where são Paulo ci ty has been buil t ,
The validity oí "pre-consolidaticn pressure" as a parameter is
discussed, and a new value Ui'z is proposed (the pressure wich leads to
3% deformation in the consolidation test).
ln order to achieve a better understanding and to help in the
estimation of ~esign parameters when only the SPT values are known, many
correlations are presented.
The conclusian is that the behaviour of this soils can be well
predicted on the basis of routine tests, as the SPT.
262 263
1. INTRODUÇÃO
o que facilita a execução das obras, sÃo também bastante resistentes, por
Aliada a essas vantagens, est; a facilidade de amostragem (em blocos flQ. I - FAIXA DE VARIAÇÃO DAS CURVAS GRANULOMÉTRICAS
indeformados), o que nos proporcionou uma série de dados sobre esses mat~
riais.
i1 C
Nesse trabalho apresentamos um resumo das caracteristicas desses so
I tO
que ocorrem logo ahaixo das argilas porosas. 'E a segunda as argilas cinzas, ~ ~
s I\,
que aparecem em cotas inferiores, principalmente nas vizinhanças dos rios I-,
I
'o l..P. so
I
Tietê e Pinheiros. I
i
Em termos de distribuição granulométrica esses solos apresentam uma
.Y
faiX&'de variaçÃo bastante grande. Sendo constituidos principalmente das ..
fraçÕes "argila" e "areia", apresentando sempre pequena quantidade de "sil '"
'o so
te" (figa.'l·e 2). ., L L (%1
LL
90
f'"!oJ
me
co1oida1 confonoe definiçio de Skempton está em torno de 0+4 a 0,8 com fôfas entre duas camadas de argilas altamente pré-adensadas. Pois tanto os
dia de 0,63. agente6 quirnicos, como as tensÕeS capilares de ressecamentoJ nio atuam nes
Os deaais Índices fisicos variam em torno dos seguintes valores: ses materiais granulares.
da taxa de trabalho de fundações, sem que nenhuma atenção seja dada; fal
Deve-se salientar, que as amostralJ c~deradas nesse trabalho foram Na figura 4 es rao plotadas essas por-cent agen s de def'ormaçao em fun
todas' retiradas abaixo do lençol freático, e dessa fomoa o fato do grau de çao da pressão de pré-adensamento. Esses valores de deformação foram ealcu
2
saturação ser elOalguns casos ~nferior a 1<lO'!', foi atribuido ao alivio de lados a partir de 1,0 kg/cm até ff1a. Pod~mos observar que em mécia esse
tensoes pro~ado pela ••••ostragem, o qual penoi te expansio do •••te'rial. valor se aproxima de 3%, sendo que a maior dispers~o se dá para o lado su
Exist_ nu..erosos fatores delllOll8trando que o agente causador- do pre- É claro que esse par~etro por si 50 nada diz quanto as teneoee admi~
adensamerito não foi exclusi VaJIIente o peso de terra, tais COllO: SlVC1S, (que dcpender~o do porte d~ obra, etc) mas mantidas as demais con
a) o pré-ad~to nio depende exclusivamente da cota em que se encontra diç~s estaremos trabalhando cor.. pressoes que conduzem ~ mesma deformação.
.:l aJlostra. Além desses aspectos, a pressão {j~"/. pode ser obtida independenteme!:
b) na época da sedi.entaça"o a Bacia atingiu a cota 820 m, e hoje nas viz! te de se ter definido a reta de compress~o virgem, e assim no caso de 50
nhanças do Rio Pinheiros a profundidades de 5 a 10 m ç. cota 720 m) e~ 10s altamente pré-adensados esse conceito pode ser uma ferr~nenta interes
sa cota teri.aa agido 100 metros de peso de terra sub.ersa, o que seria Na figura 5 estão apresentados os valores do indice de compressa o
2 •
suficiente para explicar apenas cerca de 10,0 kg/cm de pre-adensamento. (Cc) e do indice de expans;;'o (I.E.) em função do limite de liquídez.
Por essas razoes acreditamos que o pré-adensamento dessas argilas s!<. O indice de expansão (I.E.) a primeira vista pode n;;'o ter grande in
ja devido a a.gent~
~
qu~micos e aos rebaixamen
. t
os
temporM-iOS do nivel d'i tcresse, entretanto, convém lembrar que quanto maior a eXI:3.J.~aono descon
gua na época da sedillentaçio. Tais ·rebaixaJlentos causados pelas secas finamento, maiores serao as deformaçÕes na recompress~o (indice de recom
en
longadas, exporiaa os pr i,~iros
~
Metros ao ressecamento, e consequent'e pressão I.R.).
Essas hi~teses sao confirmadas pela ocorr;;ncia de camadas de areias onde notamos que oara esses solos o valor médio é da ordem de 0,025.
266 267
~j~, w 0.08
mente saturado,
gradativament~
o qual
se saturando
com o acréscimo
pela dissoluç~o
da press~o
das bolhas
confinante (
de ar na agua.
~3 ), vai
Des
Op5 sa forma o variar de ~ ,na realidade faz variar cr,' (pressão efeti va )
oJ,~. 10 50
~ 100
o.o~
10 so 100
L.L.C%J
sao neutra
03 a partir
em carregamento
do qual a pressão
hidrostitico)
neutra
nos quais
sobe a 45°
obtivemos
com a confinante,
um valor de
que
l.l.COJo'
fiQ.5 _ íNDICES DE COMPRESSÃO E EXPANSÃO EM FUNCÃO DE LL coincide com 03c a partir do qual a envoltória se torna horizontal.
~ 50
~ calculado a 9Y~ da tensão de ruptura com O valor da coesão n~o drenada,
ro
('~, conforme
,~
tem sido costume
Os resultados obtidos
na bibliografia
estão apresentados
internacional,
na f,igura 7.
vide Lad~02.
indicado a express~o da reta que melhor se ajusta aos dados~ bem como a ex
press~o de uma reta passando pela origem. Ambas obtidas pela aplicaç~o do
Método dos Mínimos Quadrados. O valor ( ,,2.) indicado em cada correlação e
»00
(0 f. ~ 106 .• 220 • (\li
COESÃO 11I0/",,2 J
laçÕes entre ~ e ~' uma para a faixa de 5 a 10 metros de profundidade ,
liQ.7 - RELACÃO ENTRE O MÓDUI-O DE ELASTICIDADE OBTIDO NA-O DRENADA e outra para 10 a 15 metros (figuras 9 elO).
EM ENSAIO ••Q" A 50 % DA RUPTURA, E A COESÃO
'" 2000 ~
/' metro de fixaç~o da tens;o admissivel. Respeito esse, que ~ ~ltima anil!
?"'.
0"
i se nem tem muita razao para subsístir, pois se analisarmos um gráfico ~~r
I (indice de vazios x pressao efetiva) plotado em escala linear no lugar de
escala logaritimica, notamos que não existe uma variação nitída no cornpo~
000
I tamento carga
disso,
em torno de
consideração
10
OBTIDO
fundaç~s, felizmente ~ bastante ruim, conforme se observa na figura 11.
RELAçAO ENTRE O MÓOULO DE ELASTICIDADE
fiQ.8 -
1'0" A 50% DA RUPTURA E SPT.
EM ENSAIO
271
270
PROfUNQIOAOE 50· tO •
(0 {coef.
..:. 90
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R
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lS I
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2: 56
•
SPT {,Z-= 0,93
HI lto,.'~ •
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30
0"0' 4,06. O,t8. SPT t.9/c(2)
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de corro •.2~O.38
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50 60 70 00 100 ••O
10 20 30 40 ~O 60 70 90 90 lOO 110 120 co 140 I~O
S.P.T.
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.0 20 30 40 50 60 10 I!O 90 Ia' 110 .20 130 140 SP.T.
nha a propor entre S!!. e SPT, deve sei- sempre regional, uma vez que a dife 01) DÉXXJURT, Luciano "O ensaio de adenaamen ro nos projetos de fund~
~. Na figura 12 apresentamos os resultados da correlação baseada em 27 6~ Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenh~
coeficiente de correlação r~~vel (rZ = 0,65), apesar de que em principio 02) LADD, Charles C. "Stress - Strain Modulus of Clay in Undrained
deformação coa um ensaio de resistência. Na realidade porémfpor se tratar Jounal of Soil Mechanics and Foundation Engineering
de um ~ico solo esses.dois par~etros est~o efetivamente relacionados. Division ASCE - SM 5 - September 1964
State of the Art Report 7" Int. Conf. on Soil Mech. and
As caracteristicas dos solos argilosos da Cidade. de são Paulo de uma Foundation Eng. ~ Mexico 1969
maneira geral 'sio bastante bem conheo í.das, e seu comportamento pode ser ra
zoavelmente bem estimado com'base em ensaios rotineiros de campo, como o 04) MELLO, Victor F .B. "The Standard Penetration Test"
Deve-se atentar para os casos em que a plasticidade do material for Proceedings of the Fourth Panamerican Conference on
elevada, pois 05 indices de compressão, expansão e recompress~o, ser;o mai S.M.F.E. Puerto Rico - June 1971
ores.
A pressao de pré-adensamento não se correlaciona bem com o SPT, nem 05) PENNA. AntÔnio sérgio D. "Fundaçoes de Edificios nas Argilas
tampouco constitue um parâmetro que possa ser utilizado independentemente riegadas Submersas da Cidade de são Paulo"
de outros raciocinios.
Semin~io apresentado na Escola Politécnica da USP- Nove~
A utilização da pressão 0"~1. elimina alguns dos erros do emprego bro 19n