DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL

Crimes contra a Fé Pública – Cap. III – Da Falsidade Documental II

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CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA – CAPÍTULO III – DA FALSIDADE

DOCUMENTAL II

CÓDIGO PENAL – TÍTULO X

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documen-

to particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Observações:
• Cabe suspensão condicional do processo.
• É um crime formal.
• Admite tentativa.
• O sujeito passivo imediato é o Estado e, secundariamente, a pessoa física
ou pessoa jurídica prejudicada.
• Só pode ser praticado mediante dolo.
• É um crime não transeunte.
• A ação penal é pública incondicionada.
• A falsificação grosseira será crime impossível. Pode ser estelionato se a
falsificação, ainda que grosseira, for capaz de ludibriar alguém.
• Aplica-se a Súmula 17: se o crime de falso for utilizado como meio do crime
de estelionato, será absorvido pelo próprio crime de estelionato.

Atenção!
Tudo aquilo que não for documento público é documento particular. Tudo aquilo
que não está abarcado no artigo 297 estará abarcado pelo artigo 298.

Falsificação de cartão
Art. 298. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a
documento particular o cartão de crédito ou débito.
ANOTAÇÕES

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FALSIDADE IDEOLÓGICA

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único – Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro
civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Observações:
• O crime de falsidade ideológica só pode ser praticado mediante dolo com
especial fim de agir.
• Outros nomes da falsidade ideológica: falso moral, falso ideal e falso inte-
lectual.
• O crime do artigo 299 é omissivo próprio, que não admite a tentativa.
• A competência é da Justiça Estadual.
• Trata-se de crime comum (qualquer pessoa pode cometer).
• O sujeito passivo é o Estado e, em segundo lugar, a pessoa física ou jurí-
dica que foi prejudicada.
• O fato deve ser juridicamente relevante.
• O crime é formal, e é possível tentativa na forma de inserir ou fazer inserir.
• É crime de ação penal pública incondicionada.
• Quando a falsificação é grosseira no sentido de que a informação inserida
ou omitida é muito absurda, aplica-se o crime impossível.

Não configura o crime de falsidade ideológica

1) Alegações de fatos inverídicos em petições de processos judiciais ou admi-

nistrativos.
2) Declaração falsa de atestado de pobreza a fim de obter os benefícios da
justiça gratuita.
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“Declaração passível de averiguação ulterior não constitui documento para

fins penais.”
(STF, HC 85976, julgado em 13/12/2005). (STJ, HC 261.074, julgado em
5/8/2014 – Info 546).
“Somente se configura o crime de falsidade ideológica se a declaração pres-
tada não estiver sujeita a confirmação pela parte interessada, gozando, portanto,
de presunção absoluta de veracidade.”
(STJ, RHC 46.569/SP, DJe 06/05/2015).
3) Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva,
é por este absorvido (Súmula 17 STJ).

Papel assinado em branco

Folha, total ou parcialmente

Folha, total ou parcialmente
em branco, chega às mãos do
agente de forma legítima.
O agente, ao inserir ou fazer in-
serir declaração diversa da que
deveria ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante, comete
o crime de falsidade ideológica
(art. 299 do CP).
em branco, chega às mãos
do agente de forma ilegítima,
seja por meio de crime ou
porque ele não tinha poderes
para preencher as lacunas em
branco.
O agente, ao inserir ou fazer
inserir declaração diversa
da que deveria ser escrita
comete o crime de falsificação
documental (art. 297 do CP,
se público, ou art. 298, se
particular).
Folha, total ou parcialmente
em branco, chega às mãos do
agente de forma legítima, mas
a procuração ou autorização
para que ele preenchesse
expirou ou foi revogada.
O agente, ao inserir ou fazer
inserir declaração diversa
da que deveria ser escrita,
comete o crime de falsificação
documental (art. 297 do CP,
se público, ou art. 298, se
particular).

Espécie de falsidade ideológica Crime específico aplicável

CP, Art. 241 – Registro de nascimento
Declaração de nascimento inexistente.
inexistente.
Parto alheio como próprio. CP, Art. 242 – Parto suposto.
Com fins eleitorais. Lei n. 4.767/1965, Art. 350.
Com fins de suprimir ou reduzir tributo. Art. 1º, I e II, da Lei n. 8.137/1990.
Durante o processo de falência ou
Art. 170 da Lei n. 11.101/2005.
recuperação judicial.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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