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#3 JOÃO PAULO LOPES DOS PASSOS

UPE 4M 2020.3

NOÇÕES BÁSICAS DE ELETROCARDIOGRAMA

UTILIDADE DO ECG:  Feixe de Hiss que se localiza no septo,


ramos do feixe de Hiss, divididos em
 Bombril da cardiologia (multiuso);
ramo esquerdo (VE), ramo direito (VD).
 Diagnóstico de arritmias, de
O ramo esquerdo, responsável por
sobrecargas das câmaras cardíacas,
despolarizar o VE, ele divide-se ainda
lesões isquêmicas do miocárdio (IAM),
em divisão anterior esquerda e divisão
processos inflamatórios (miocardite),
posterior esquerda.
distúrbios eletrolíticos (hipercalemia).
 Fibras menores = Fibras de Purkinje

TIPOS DE CÉLULAS CARDÍACAS:


 Células marca-passo (nodos);
 Células de condução elétrica (fibras de
condução dos impulsos);
 Células miocárdicas (músculo cardíaco).

MARCAPASSOS CARDÍACOS:
 Nó sinusal ou sinoatrial (NSA):
- Possui células que se despolarizam de
modo espontâneo (automatismo)
durante a diástole, produzindo um
potencial de ação (geram seu próprio Bases Eletrofisiológicas:
estímulo).
 As fibras musculares do coração têm a
 Nó atrioventricular (NAV):
sua membrana polarizada, com cargas
- Menor velocidade de despolarização
negativas no interior da célula e
(marcapasso secundário).
positivas no exterior.
- Quando o NSA para de funcionar ele
 A membrana atua como uma resistência
comanda as contrações para evitar que
que torna possível o armazenamento de
o coração pare.
forças elétricas (potencial elétrico), de
tal modo que, entre o interior e o exterior
Sistema de Condução Cardíaco: da célula, há uma diferença de
potencial.
 NSA que fica no AD.
Em repouso = célula do miocárdio
 NAV que fica no AD também.
polarizada (mais negativa no interior) ➝
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Impulso elétrico ➝ Despolarização da  O coração pode ser considerado uma


célula (fica mais positiva dentro) ➝ fonte elétrica situada no centro de um
Repolarização = Repouso. triângulo equilátero (Triângulo de
Einthoven).
 A distribuição das cargas elétricas deve-  A soma das forças elétricas nele
se à presença dos íons sódio e potássio geradas tem magnitude (amplitude),
nos meios intra e extracelular, direção e sentido em um determinado
ocorrendo continuas trocas entre instante e pode ser representada por
ambos, feitas através da membrana vetores.
celular.  Cada um destes pode ser representado
 Um estímulo aplicado na célula por uma linha reta que nasce no centro
determina, naquele local, diminuição da do triângulo e se dirige ao sentido dado
resistência da membrana celular, o que pela soma das forças que os constituem
possibilita a migração das cargas a cada instante (Vmédio = soma dos
elétricas. vetores que o constituem).
 Efeito dielétrico = as cargas negativas  O eixo elétrico médio (EEM) da
migram para neutralizar as cargas despolarização do coração é a soma
positivas, determinando redução da dos eixos elétricos instantâneos.
resistência da membrana.
 Ao ativar a célula, o sódio passa para o
interior da fibra, deslocando potássio Geração do Impulso Elétrico:
para seu exterior. Esta migração de íons
torna o lado ativado eletricamente  Potenciais de ação de cada região do
negativo com relação ao outro lado, coração são diferentes uns dos outros,
ainda em repouso, estabelecendo-se, soma deles = resultam no ECG.
então, uma diferença de potencial, que
pode ser medida e registrada (no ECG).
Este processo chama-se Planos eletrocardiográficos:
despolarização.  Existem dois planos: Horizontal e
 Uma sequência de fenômenos físico- Frontal.
químicos ocorre após a despolarização,  Frontal = onde existem derivações de
refazendo-se a distribuição das cargas membros.
elétricas na superfície da membrana. A  É como se existissem câmaras
isto se chama repolarização, a qual se distribuídas ao longo do coração, e cada
deve também às trocas iônicas, com uma enxergando o coração de um
saída de Na+ da célula e entrada de K+. ângulo diferente = Visão tridimensional
do coração através desses dois planos.

Potenciais Elétricos:
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 Seta em rosa = vetor médio do coração  D I = complexo QRS totalmente positivo


(EEM). = como se o objeto estivesse se
 Em vermelho = como fica o complexo aproximando.
QRS observado dos diferentes ângulos.  D III = complexo QRS com uma fase
 aVR = complexo QRS totalmente positiva e outra negativa (isodifásico) =
negativo= como se o objeto estivesse se se aproxima, depois afasta.
afastando.

Derivações do ECG:
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 O ECG convencional utiliza 12


derivações para registrar a atividade Como registrar o ECG?
elétrica do coração (registra a diferença
de potencial entre eletrodos de  Existem 10 posições para a colocação
localizações diferentes). de eletrodos, dentre eles:
 3 derivações bipolares dos membros  Precordiais = vai de V1 a V6 no tórax.
(D1, D2, D3). Registram a diferença do  Vermelho = vai para o punho direito (R);
potencial de ação entre as duas  Amarelo = vai para o punho esquerdo
extremidades do vetor: duas pontas. (L);
 Verde = tornozelo esquerdo (F)
 Preto = tornozelo direito.

 CORES BRASIL = LADO ESQUERDO


= LADO DO CORE.
 CORES FLAMENGO = LADO DIREITO
= LADO DO PORRE.

 3 derivações unipolares amplificadas


dos membros (aVL, aVR, aVF): uma
ponta.
 6 unipolares precordiais (V1-V6).
V1: No 4º EIC, na margem direita do
esterno. Ver o VD muito bem.
RECAPITULANDO...

V2: No 4º EIC, na margem esquerda do


 Triângulo de Eithoven = coração no
esterno. VD
centro do triangulo.
 Derivações são câmaras que registram V3: No meio caminho entre V2 e V4. VD
esse coração de ângulos diferentes. V4: No 5º EIC esquerdo, na linha
 Derivações de extremidades (do plano hemiclavicular (baixa a partir do ponto
frontal) = I, II, III, aVR médio da clavícula). VE
(predominantemente negativo no
complexo QRS), aVL, aVF. V5: No mesmo nível que V4, na linha axilar
 Derivações precordiais (horizontal) = V1, anterior (baixa a partir da prega axilar
V2, V3, V4, V5 e V6 = como se fizesse anterior). VE
um corte transversal no coração. Na V6: No mesmo nível que os eletrodos V4 e
sequência, do mais anterior (1) para o V5, na linha axilar média (baixa a partir do
mais posterior (6). ponto médio da axila). VE
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Verde = EEM = Soma da Despolarização


VETORES dos VE e VD.
 Os vetores médios de despolarização 1. Despolarização do septo interatrial
atrial (ÂP, onda P), ventricular (ÂQRS, 2. Despolarização de todo o septo
complexo QRS) e repolarização interventricular e ápice do VE
ventricular (ÂT, onda T) no plano frontal, 3. Despolarização do terço médio e uma
variam entre -30 e +90º parte da base do VE.
 * Habitual = variar de +30 a +60º. 4. Despolarização do restante da base dos
 A direção do vetor médio chama-se ventrículos.
EIXO ELÉTRICO MÉDIO (EEM).

Cálculo do EEM = soma vetorial em 2


Possíveis direções e derivações perpendiculares.
classificações para o EEM:
Determinação do Eixo Elétrico Médio
(SÂQRS):
 Definir a polaridade de D1 e aVF, ou
seja, se a polaridade é + ou -, + em D1
– em aVF ou vice-versa.
 Procurar pela derivação isodifásica
(presença de parte + e -, seria em
D2???), lembre-se (ordem alfabética):
- D1 é perpendicular a aVF
- D2 é perpendicular a aVL
- D3 é perpendicular a aVR
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ECG em mãos, procurar logo D1 e segmento ST, ou às vezes, infra do


aVF (para saber sobre o sentido de segmento ST.
EEM).  A onda U seria, que vai imediatamente
após a onda T, não aparece em todos
os pacientes, mas geralmente quando
aparece significa normalidade.

Atividade elétrica x mecânica:


 A atividade elétrica do coração precede
a atividade mecânica do músculo
cardíaco, sendo responsável pelas
movimentações mecânicas (contrações)
 Negativo = se afastando. do coração.
 Positivo = se aproximando.
 Exemplo: desvio do eixo para direita =
EEM se afastando de D1 (-) e se
aproximando de aVF (+).
OBS.: Indeterminado ou extrema direita.

Principais fenômenos vistos ao ECG:

Componentes do ECG:
 Gráfico de voltagem/tempo:
- 1Q eixo Y = 0,1 mVolts
- 1Q eixo X = 0,04 segundos ou 40
milisegundos.

 Segmento ST = se atentar para a


síndromes coronarianas agudas, as
quais ocorrem no infarto supra do
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2. O estímulo elétrico passa primeiro no


AD = despolarização do AD.

 Entre um complexo QRS e outro existe


o Intervalo RR, importante para
determinar a frequência cardíaca pelo
ECG, pois cada complexo representa
um batimento.
3. Despolarização do AE = onda P
completa, a qual representa a
despolarização dos átrios.
Sequência de eventos elétricos
registrados:

4. Complexo QRS = despolarização


1. Impulso nervoso despolariza o NSA. completa dos Ventrículos.
 Onda Q = despolarização do septo
(Primeira onda -).
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 Onda R = despolarização da maior parte  Duração da onda P < 0,11 segundos


do VE e VD (Primeira onda +) (em D2, onde a onda P possui maior
 Onda S = fase final de despolarização amplitude – melhor detecção).
dos Ventrículos (Segunda onda -).  Morfologia = arredondada, em geral
monofásica (predominamente positiva),
ocasionalmente com pequenos
entalhes.
 Amplitude ≤ 2,5 mm, ou seja, até 2,5
quadrinhos (em D2).
 Polaridade = sempre (+) em D2 e (-) em
aVR.
- Pode ser (+), (-), isoelétrica ou
isodifásica em D1, D3, aVL, aVF,
dependendo de sua projeção no plano
5. Onda T = repolarização dos Ventrículos
frontal, dependendo do eixo médio da
(ocorre na diástole). onda P. Em geral, isodifásica em V1 ou
OBS: A repolarização dos átrios ocorre ao plus-minus, com fase positiva mais
mesmo tempo da despolarização dos demorada que negativa.
ventrículos, por isso, ela não aparece no
ECG, ficando encoberta pelo complexo
QRS.

Características do ECG:
 Frequência cardíaca varia entre 60 e
100 bpm = normalidade.
 Consiste de ondas, intervalos e
segmentos.

Onda P:

SAE = sobrecarga atrial esquerda


SAD = sobrecarga atrial direita.
Atenção a duração da onda!! Passa a ocupar mais de
 Representa a despolarização dos átrios. 03 quadradinhos.
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Vendo a Onda P em 2 planos diferentes:

Onda P com amplitude maior que o


Complexo QRS??? Aonde vemos isso?
SAD.

em
DII
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Intervalo PR:
 Inclui o Retardo na condução que ocorre
no nodo AV = tecido fibroso que divide
os sincícios Atrial e Ventricular.
 Tempo dos A esvaziarem e encherem
os V.
 Dura 0,12 a 0,20 segundos (3 a 5 P

quadradinhos).
P P
 Medir do início da onda P ao início do
QRS.

R= 4Q = 0,16 segundos
 Qual a importância de se observar o
intervalo PR?
- No Bloqueio AV, o Intervalo PR passa
a ser patológico e dura mais que o
normal.
- Na Pré-excitação (a despolarização Complexo QRS:
dos Ventrículos ocorre de maneira mais  Representa a despolarização
precoce ao que deveria ocorrer), o
ventricular;
Intervalo PR passa a estar encurtado.
 Diferentes morfologias de acordo com a
derivação em que se inscreve (ângulo
de visão daquele vetor).
- Morfologias: rS, R “puro”, qR, qRs, RS,
nas precordiais.
- Costuma ser: rS V1-V3; RS em V4; e
qRs V5-V6 (onda + vai crescendo).
 Duração de 0,08-0,11 segundos (2 a 3
quadradinhos).
 BRD e BRE = Bloqueio dos Ramos D e
E = duração aumentada (Imagem). **
 Morfologias do QRS:
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 Q = condições patológicas = infarto,


necrose do miocárdio.
 QS = infarto, quando acontece necrose.

**
 Ponto J: o exato instante em que ocorre carrega a onda T junto com ele =
a transição do complexo QRS para o característico do IAM.
segmento ST.  Segmento ST anormal = supra do
segmento ST de V1 a V6 = IAM com
supra ST, oclusão aguda de alguma
Segmento ST: artéria coronária = lesão e necrose.
 Geralmente horizontal ou suavemente
ascendente em todas as derivações.
 Vai do fim do QRS (Ponto J) ao início da
onda T.
 Deve estar no mesmo nível do intervalo
PR.
 Ocorre após da despolarização
ventricular e antes da repolarização
ventricular.
 Supra do segmento ST = está muito
acima da linha de base (eixo x), e
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Infra do segmento ST, nesse caso, de 0,2 mm (p/


infra tem que ser > que 0,2mm, e reflete isquemia
cardíaca).

 Segmento ST anormal = infra do


segmento ST de V4 a V6 e D1, D2, aVL
e aVF.

Onda T:
 É a onda que representa a
repolarização ventricular, única e
assimétrica.  Hipercalemia provoca alterações na
 Forma arredondada, com início lento e onda T e em todo o ECG:
término rápido, com duração variada, - Nível 7 de K = onda T apiculada, em
sem um valor que se possa considerar tenda;
normal. - Nível 8 de K = onda T apiculada, em
 T negativa e assimétrica em V1 (normal tenda, onda P desaparece (fica plana)
em mulheres) ou V1-V3 (ainda pode ser - Nível 10 de K = onda QRS alargada.
normal). É negativa em aVR. - Nível 11 em K = Alterações grosseiras
 Em V1 a onda T geralmente é negativa. do QRS, segmento ST e onda T
Isso é normal. - Nível 12 em K = Ondas senóides e
evolução à fibrilação ventricular e morte.
 Onda T negativa em outras derivações
pode representar casos iniciais de
síndromes coronarianas.
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 Normal de 0,46 segundos em Homens e


0,47 segundos em Mulheres.
 QTc ≥ 0,50 segundos é anormal (12
quadradinhos pequenos).

Fibrilação Ventricular = ritmo cardíaco com risco de


vida que resulta em batimentos cardíacos
acelerados inadequados. Pode ser desencadeada
por um ataque cardíaco.

Conta o número de quadradinhos, multiplica


por 0,04 segundos e aplica na fórmula.

 Síndrome do QT longo (tempo) pode


levar à morte súbita por arritmias.

????? QUAL O SÂQRS??????


 Onda T na Hipercalemia = Aumento de
sua amplitude.
 Onda T apiculada e em tenda, onda P
plana, QRS alargado, ocorrem na
hipercalemia (K>10).
Intervalo QT:
 Representa a sístole elétrica ventricular.
 Vai da despolarização ventricular até a
repolarização ventricular, ou seja, do PASSOS: ver polaridade de D1 e aVF, aVF
início do QRS até o final da onda T. positivo e D1 isodifásico, então isso
 Habitualmente, determina-se o intervalo significa que o SÂQRS está fazendo 90º
QTc para a FC. com D1, isto é, está em aVF (+90), note
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que não pode ser -90, pois o aVL é apontando então na direção entre +30 e
negativo, e em D2 e D3 também. +60 (isodifásica é mais positiva que
negativa).
TERCEIRO PASSO: ver amplitude, D2 é a
Sobrecarga ventricular esquerda: que tem a maior amplitude frontal, então o
 Ocorre um aumento da massa do VE, vetor do SÂQRS teria que estar apontando
então o eixo do QRS vai predominar para D2.
apontando para o VE. QUARTO PASSO: Critérios de SVE.
 SÂQRS para a esquerda no plano Supracitados. A SVE existe nesse ECG
frontal. passa no Índice de Sokolow e no padrão
 Índice de Sokolow-Lyon* (usa para strain de SVE. V5/V6
determinar se há sobrecarga de VE):
- R em V5 ou V6 + S em V1 > 35 mm*
- R em V6 > 30 mm Sobrecarga ventricular direita:
- R em aVL > 11mm
- R em V6 > amplitude que R em V5  Sabe-se que a massa do VE é maior
- S em V1 > 30 mm que a do VD, então quando há SVD,
- R em D1 + S em D3 > 25 mm essa massa do VD pode se sobrepor a
- R em aVL + S em V3 > 20 mm massa do VE e o ângulo do QRS
(mulheres) e 28 mm (homens) (SÂQRS) tende a apontar para o lado
- Padrão strain de SVE (alteração do direito, ou seja, se fosse avaliar o EEM
segmento ST – que fica infrasegmentar veria um QRS positivo em aVF (se
– e da onda T – que fica negativa para aproximando) e difásico em D1 (com a
baixo, sendo opostos a maior amplitude fase negativa mais proeminente que a
do QRS) fase positiva). Estaria positivo em D3
também.
 Em V1, no complexo QRS, a onda R é
maior do que a onda S.

PRIMEIRO PASSO: ver D1 e aVF, os dois


estão positivos então o SÂRQS está normal
(entre -30 e +90).
SEGUNDO PASSO: ver derivação
isodifásica, o máximo que tem no exemplo  Nas precordiais:
é D3 – então faz 90º de D3 = estaria
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- Em V1, a onda R é maior do que a  D1 e aVF positivos = EEM cardíaco


onda S. normal.
 aVL (-30) isodifásico, então o ângulo do
QRS (SÂQRS) = perpendicular a -30,
situando-se assim em torno de +60
(D2).
DICAS:
 SVE:
- R em V5 ou V6 + S em V1 > 35 mm
(índice de Sokolow)
- R em V6 > 30 mm
Sobrecarga biventricular:  SVD:
- Em V1, a onda R é maior do que a
 Geralmente os efeitos da HVE onda S (Isso só acontece em SVD –
(Hipertrofia do VE ou SVE) GRAVAR!!).
obscurecerão aqueles da HVD.
Ex: HVE em derivações precordiais com
desvio de eixo para a direita em Cálculo da FC no ECG
derivações periféricas.
 Pega as características de SDV e SVE  Normal = 60-100 bpm
 Lembre-se! Ver D1 e aVF para saber se  Dormindo pode ser 50-100 bpm
o EEM cardíaco é normal. (normal)
 300 / pelo número de Q grandes entre
RR = FR
 1500 / pelo número de Q pequenos
entre R-R = FR (serve para frequências
rápidas e dá um número mais exato).
* CONTAR EM D2

Cálculo de FC na FA
 FA = Fibrilação Atrial = ritmo cardíaco
irregular.
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 Pega o ECG e conta quantos complexos  Verificar se os intervalos RR (a distância


QRS existem em 6 segundos, após isso entre dois QRS) são semelhantes, em caso
faz-se uma regra de três. de dúvida, você pode usar um compasso ou
 6 segundos equivalem a X batimentos uma régua.
(sendo número de batimentos igual ao
número de complexos encontrados). O Ritmo Sinusal Normal:
Então, em 60 segundos teremos  O ritmo sinusal é o ritmo normal do coração.
quantos batimentos? É produzido pelo nó sinusal, estimulando as
aurículas, o nó AV e os ventrículos pelo
......................................................................
feixe de Hiss.
......
 É composto por: Onda P positiva nas
derivações inferiores (D2, D3 e aVF) e
precordiais (V2 a V6), negativa em aVR.
 Se estas condições se cumprem, o ECG é
rítmico e em ritmo sinusal.
BOX:
INTERPRETANDO O ECG: INTERVALO PR:

1. Calcule a FC;
2. Faça a análise do ritmo cardíaco;
3. Calcule o intervalo PR;
4. Calcule o intervalo QT (sístole
ventricular);
5. Estabeleça o eixo elétrico e, na  O intervalo PR (normal entre 0,12s e
sequência, busque por alterações no 0,20s) se deve medir desde o início da
segmento ST (período de tempo de não onda P até ao início do complexo QRS.
atividade elétrica entre a despolarização  O prolongamento do intervalo PR (>
e a repolarização do ventrículo); 0,20 seg. ou 5 quadrados pequenos) e
6. Alterações do segmento ST; indica um atraso na condução desde o
7. Busque outras alterações Nó Sinusal até os ventrículos.
eletrocardiográficas. - O prolongamento do intervalo PR
permite diagnosticar um bloqueio AV de
primeiro grau.
ANÁLISE DO RITMO CARDÍACO:  Um intervalo PR curto (< 0,12 seg. ou 3
 Para que o coração esteja em ritmo regular quadrados pequenos) pode ser causado
e em ritmo sinusal, basta verificar se a por uma síndrome de pré-excitação
distância entre os complexos QRS são (síndrome de Wolff-Parkinson-White).
semelhantes e se a onda P é gerada no nó  Os achados mais importantes na
sinusal; síndrome de Wolff-Parkinson-White são:
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um intervalo PR curto, a presença de  O EEM é a direção principal do estímulo


onda delta (seta) e complexos QRS elétrico em seu caminho através dos
largos. ventrículos.
 Cada uma das derivações "observa" os
estímulos elétricos de uma maneira
diferente.
 Quando o estímulo se afasta ele produz
um desvio negativo, se o estímulo se
aproxima à derivação, produz um
INTERVALO QT:
desvio positivo. Se o estímulo é
perpendicular, à derivação será bifásica.
**

Complexo QRS positivo:


 O intervalo QT se deve medir desde o Quando a altura da maior onda positiva (R
início do complexo QRS até o final da ou R') é maior do que a profundidade da
onda T. Representa a duração da maior onda negativa (Q ou S).
sístole elétrica ventricular
(despolarização e repolarização
ventricular).
 O intervalo QT varia dependendo da
frequência cardíaca (diminui com FC
altas e aumenta com FC lentas),
Complexo QRS negativo:
portanto, para saber se está normal ou
não existe a fórmula de QTc. Quando a altura da maior onda positiva (R
O QTc é normal entre 350 ms e 450 ms. ou R') é menor do que a profundidade da
 Fórmula de Bazett: QTc = QT / √RR. maior onda negativa (Q ou S).
 O intervalo QT é patológico se é maior
de 440 ms em homens e 460 ms em
mulheres.
 Um intervalo QTc menor de 350 ms é
aceitado como patológico.
Complexo QRS isodifásico:
Quando a altura da maior onda positiva e a
EIXO ELÉTRICO: profundidade da maior onda negativa são
semelhantes.
 O eixo cardíaco (EEM) ou o eixo elétrico
do complexo QRS, é a direção do vetor
total da despolarização dos ventrículos.
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 Procuramos a derivação onde o QRS é


isodifásico. Uma vez localizada, procuramos
a derivação perpendicular a esta. Se o QRS é
predominantemente positivo, o eixo é nessa
direção, se o QRS é predominantemente
negativo, o eixo é na direção oposta.
 Exemplo: Se em aVL o QRS é isodifásico,
Quando o complexo QRS é claramente localiza a derivação perpendicular a ele, que
positivo significa que o impulso elétrico se é D2. Se em D2 o QRS é positivo, então o
eixo está em sua direção, entre +30º e +60º
aproxima à derivação da medição. Se o (no isodifásico, é um pouco mais negativo
complexo QRS é negativo, o impulso se então é para cima).
afasta da dita derivação. Se o complexo
QRS é isodifásico, significa que a direção
do impulso é perpendicular à derivação. **

Tá, mas e aí, cadê o que importa?


 Determine se os complexos QRS nas
derivações D1 e aVF é positivo ou
negativo, com isso, você vai determinar
se o eixo elétrico é normal ou se há a
desvio.
1. Se o QRS em D1 e aVF é positivo, o eixo é
normal.
2. Se em ambas derivações o QRS é negativo,
o eixo tem um desvio extremo.
3. Se em D1 é negativo e em aVF é positivo, o eixo
tem um desvio à direita.
4. Se o QRS é positivo em D1 e negativo em aVF,
é necessário avaliar a derivação D2:
4a. Se é positivo em D2, o eixo é normal.
4b. Se es negativo em D2, o eixo tem um ALTERAÇÕES DO SEGMENTO ST:
desvio à esquerda.
 Essa linha temida que nos informa da
presença de cardiopatia isquêmica.
Saber se há desvio de eixo:  O segmento ST, é medido desde o final
Se aVF for negativo, pegue sempre DII e aVL do complexo QRS até o início da onda
Se DI for negativo, pegue sempre DIII e aVR T.

Cálculo mais preciso do eixo:


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 Deve ser isoelétrico, para ter certeza,


deve ser comparado com o segmento
PR ou segmento TP anterior.
 A síndrome coronariana aguda é a
causa mais comum de alterações do RS: onda R alta seguida por uma onda S
segmento ST. Quando uma região do profunda semelhante (complexo QRS
coração sofre de isquemia persistente, isodifásico). É a morfologia típica da
gera-se uma imagem de lesão no ECG, derivação V3.
produzindo variação do segmento ST,
podendo ser uma elevação ou
descenso, dependendo do grau de
oclusão da artéria coronária.
 Elevação do segmento ST na
cardiopatia isquêmica = a elevação rS: uma onda R baixa seguida por uma
agudo do segmento ST é um dos onda S profunda. Morfologia normal nas
primeiros sinais de IAM = sinal de derivações V1 e V2.
oclusão de uma artéria coronária.

Qr: onda Q profunda seguida por uma onda


R pequena. Morfologia normal na derivação
aVR. *Se é encontrada em outra derivação é um
Morfologia do Complexo QRS: sinal de necrose miocárdica (infarto antigo) na
região correspondente do coração.
Rs: onda R alta, seguida por uma pequena
onda S. No ECG normal, é encontrada em
precordiais de V4 a V6, e nas derivações
periféricas, exceto em aVR.

QS: presença de uma única onda negativa


profunda. Sinal de necrose miocárdica na
região próxima às derivações cardíacas.
qRs: onda Q pequena inicial (não- Não deve estar em um ECG normal.
patológica), seguida de uma onda R alta e
de uma onda S pequena. No ECG normal
pode ser observada nas derivações V5 e
V6.
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rSR': presença de uma pequena onda R, REVISE!!! VALORES NORMAIS DO ECG:


seguida por uma onda S profunda e uma
 DII é usada para calcular se ECG
segunda onda R alta (R'). É característico
normal. Fazer Esses critérios em DII.
do bloqueio do ramo direito.
 FC entre 60 e 100 batimentos por
minuto.
 Eixo elétrico normal situa-se entre -30º e
+90º.
 Onda P presente, indicando ritmo
sinusal. Onda P < 3q/0,25 mV
Como relatar um eletrocardiograma?  Intervalo PR: 3 a 5q. Intervalo PR longo
Exemplo: = Bloqueio AV.
 QRS < 3q. QRS longo = Bloqueio de
 Eletrocardiograma rítmico, em ritmo Ramo.
sinusal, com frequência cardíaca de 80
 Segmento ST: nivelado. Anormalidades
bpm. Intervalos PR e QT normais, com
do Segmento ST sugerem doenças
eixo elétrico em torno de 45º, sem
coronarianas.
alterações do segmento ST ou outras
 Onda T: 30% QRS.
ondas e intervalos.
 Eletrocardiograma rítmico, em ritmo
sinusal, com frequência cardíaca de 80
bpm, Onda P positiva em todas as
derivações, exceto em aVR. QRS
estreito, com eixo elétrico do QRS
normal, em torno de 45º. Intervalo PR
normal, de 0.15s. QT corrigido normal ISODIFÁSICA PERFEITA: NO ANGLINHO
de 400 ms, segmento ST isoelétrico ISODIFÁSICA MAIS POSITIVA: DIREÇÃO
sem alterações significativas, onda T POSITIVA +
positiva em todas as derivações, exceto
em aVR. Sem presença de onda Q ISODIFÁSICA MAIS NEGATIVA: DIREÇÃO
patológica. NEGATIVA -
JOÃO PAULO LOPES DOS PASSOS
UPE 4M 2020.3

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