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Sífilis congênita

Transmissão transplacentária:

Maior transmissão: sífilis primária ou secundária + terceiro trimestre.

Triagem pré-natal:

VDRL: não treponêmico. Risco de falso-positivo. Alta sensibilidade. Avalia resposta


terapêutica - negativa com o tratamento.

FTA-Abs/ TPHA / ELISA: treponêmico. Confirmação diagnóstica. Não serve para


acompanhamento.

Quadro clínico: assintomático em > 60% dos casos.


Avaliar história materna de triagem pré-natal e tratamento para determinar a
investigação do RN.

Sífilis congênita precoce: primeiros dois anos de vida.

RCIU. Prematuridade.

Hepatoesplenomegalia. Icterícia às custas de BD.

Lesões ósseas: periostite, osteocondrite, pseudoparalisia de Parrot (por dor).

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Cutaneomucosas: pênfigo palmoplantar, fissuras periorificiais (radiadas), rinite
serossanguinolenta, exantema maculopapular, condiloma anogenital.

Anemia hemolítica.

Plaquetopenia.

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Sífilis congênita tardia: após os dois anos de idade.

Neurológicas: retardo mental, hidrocefalia, surdez.

Oculares: coriorretinite em sal e pimenta.

Lesões ósseas: fronte olímpica, nariz em sela, tíbia em lâmina de sabre,


articulações de Clutton.

Tríade de Hutchinson:

Ceratite intersticial.

Lesão do VIII par (sequela auditiva).

Dentes de Hutchinson.

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OBS.: toda criança nascida de mãe portadora de sífilis inadequadamente tratada é
considerada portadora de sífilis congênita, independentemente de seu quadro clínico e
VDRL.

Tratamento da sífilis na gestação:

Sífilis recente Sífilis tardia Neurossífilis

Penicilina benzatina IM 2,4


Penicilina benzatina IM Dose Penicilina cristalina IV 18 - 24
milhões UI  1x/ semana 3
única  2,4 milhões UI milhões/dia 4/4 horas 14 dias
semanas

Cronologia desconhecida: tratar como latente tardia (3 doses).

Diante da escassez de penicilina, pode ser usado Ceftriaxone (considerado


inadequado).

Tratar parceiros. Se VDRL e FTA-Abs negativos, apenas uma dose.

Seguimento: clínico + VDRL mensal.

Sucesso: queda do VDRL (resposta imunológica completa).

Queda de 2 diluições em 3 meses ou 4 diluições em 6 meses.

Sífilis recente: queda de 2 diluições em até 6 meses. Sífilis tardia: queda de 2


diluições em até 12 meses.

Obs.: após o tratamento adequado, muitas vezes é observada estabilidade de títulos


em teste não treponêmico quando o título inicial for menor ou igual a 1:4. O tempo de
monitoramento durante a gestação pode ser insuficiente para observar diminuição da
titulação do teste não treponêmico.

Retratamento:

Ausência de redução da titulação em duas diluições no intervalo de seis meses


(sífilis recente, primária e secundária) ou 12 meses (sífilis tardia) após o tratamento

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adequado.

Aumento da titulação em duas diluições ou mais (ex.: de 1:16 para 1:64; ou de 1:4
para 1:16).

Sífilis adequadamente tratada:

Penicilina benzatina. TTO conforme estágio clínico.

Início até 30 dias antes do parto.

Documentação da queda do VDRL em pelo menos duas diluições.

OBS.: Avaliar risco de reinfecção (p.e., tratamento do parceiro)

Investigação e tratamento do RN:

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VDRL mãe na maternidade:

Elevação dos títulos em duas diluições ou mais pode significar: reinfecção, falha
terapêutica ou tratamento inadequado.

Título materno VDRL ≥ 1:8 ⇒ COLETAR (considerado como inadequadamente


tratada).

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OBS.: As crianças nascidas de mãe com cicatriz sorológica para sífilis antes da
gestação DEVEM realizar teste não treponêmico na maternidade e, na ausência de
sinais/sintomas, não necessitam de avaliação ou tratamento na maternidade.

OBS.: neurossífilis = VDRL + em LCR, > 25 células, Proteína > 150 mg/dL.

Seguimento:

Clínico: mensal até 6 meses, trimensal até 1 ano + 18 meses.

VDRL: 1, 3, 6, 12, 18 e 24 meses. Dois negativos = alta. Elevação ou não negativa:


reinvestigar.

Neurossífilis: LCR a cada 6 meses até a normalização.

A falha no tratamento para prevenir a ocorrência de SC é indicada por:

Persistência da titulação reagente do teste não treponêmico aos seis meses de


idade;

Aumento nos títulos não treponêmicos em duas diluições ao longo do seguimento


(ex.: 1:2 ao nascimento e 1:8 após).

Nesses dois casos, as crianças serão notificadas para sífilis congênita e submetidas à
punção lombar para estudo do LCR com análise do VDRL, contagem celular e
proteína, devendo ser tratadas durante dez dias com penicilina parenteral (a escolha do

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tratamento dependerá da presença ou não de neurossífilis), mesmo quando houver
histórico de tratamento prévio.

Criança com sífilis congênita: seguimento semestral com neurologista, oftalmologista e


audiometria até os 2 anos de idade.

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