Você está na página 1de 117

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Mestrado em Engenharia de Minas e Geo-Ambiente

PARAMETRIZAÇÃO GEOTÉCNICA PARA O DIMENSIONAMENTO


MINEIRO SUBTERRÂNEO, DESENVOLVIMENTO E DESMONTES -
CASO DO JAZIGO DE SÃO JOÃO

Dissertação de Mestrado de

VASCO MIGUEL SILVA BARROS

Orientador

Prof. Dr. Alexandre Júlio Machado Leite

Co-orientador

Prof. Dr. José Cardoso Guedes

Orientação na ALMINA, S.A

Engº Tiago Emanuel de Sousa Ferreira

outubro de 2021
Agradecimentos

Ao chegar ao final deste árduo trabalho, encerro um ciclo da minha vida e naturalmente não
posso deixar de agradecer a todas as pessoas que contribuíram para a conclusão do mesmo.

Agradeço à ALMINA por me ter oferecido, mais uma vez, a oportunidade de estagiar numa
empresa histórica e de renome.

Aos meus orientadores, Prof. Doutor Alexandre Leite e Prof. Doutor José Guedes, pela paciência,
dedicação e disponibilidade que mostraram para que este trabalho fosse efetuado.

Ao Eng.º Tiago Ferreira, por me ter ajudado ao longo de todo este processo, pela sua dedicação,
o seu profissionalismo e por oferecer muito do seu tempo livre a ajudar na escrita da dissertação,
principalmente fora do seu horário de trabalho. Foi um prazer trabalhar contigo.

Ao Eng.º Daniel Rocha, por ter sido o impulsionador da minha ida para a empresa conseguindo
que iniciasse os trabalhos mais cedo do que o previsto.

Á Eng.ª Ana Raquel Martinho, pelo conhecimento que me transmitiu em tão pouco tempo e por
toda a sua dedicação que mostrou para que este trabalho se realizasse.

À Eng.ª Carina Vicente, Eng.ª Irene Bento, ao Eng.º Pedro Morgado e Eng.º Ruben Rodrigues,
e aos geólogos Paulo Pinto, Marta Carvalho e Cristina Pereira por me terem inserido nas
respetivas áreas onde trabalham e pela partilha de conhecimentos necessários à realização
deste trabalho.

Aos meus colegas de curso, por me terem acompanhado nesta tão bela jornada que agora se
encerra. Alisan, Bianca, Gustavo, Jota, Miguel, Rita e Rúben, foi um prazer partilhar as salas de
aula convosco! Às minhas amigas Joana, Filipa e Tchouras!! Muito obrigado pelos incríveis
momentos na sala de Minas, pelo estudo em grupo e por estarem sempre disponíveis para me
ouvir quando mais precisava.

Um agradecimento especial ao Carlos e ao Gil, por terem sido o meu pilar durante todo o curso
e também na escrita do presente trabalho. Por todas as noites que passamos juntos, de estudo
e de brincadeira… obrigado por estarem lá. Não se esqueçam de quem é o rei do Catan!

Aos meus amigos Engenheiros do Ambiente com quem sempre tive uma ligação muito próxima,
desde o primeiro ano. À Bibi, Dora, Pas e ao Ni, por todos os grandes momentos que passamos
juntos que jamais esquecerei!

Aos meus companheiros de aventuras durante o ERASMUS, tornaram a experiência mais fácil
e mais memorável. Nunca esquecerei as noites no karaoke, no Gospoda Koko e na casa da
Constança e da Madalena!! À armada tuga, Castro, Chico, Constança, Gil, Henrique, Inês,
Jamila, Madalena e Vitinha, pelos bons momentos passados e os assados comidos. To Alex,
Clara, Clemence, Guiseppe, Luis, Mattia, Roger, Rufino, thank you my friends!

ii
Aos meus amigos do secundário, Artur, Bolacha, Capitão, Cruz, Paulo e Sérgio que deram
origem ao ZUERA NO NORTE, obrigado pelos cafés de sábado à noite! Tiveram um papel
importante no meu sucesso académico!

Ao Artur, pela tua amizade e por teres sido um grande apoio durante estes seis anos, tanto a
nível académico como a nível pessoal. Sabia que podia contar contigo sempre que precisava.

Ao Luís, que apesar de ter os seus compromissos pessoais e profissionais nunca deixou de
querer estar comigo e por tentar manter a amizade, apesar da distância.

Ao Sandro por ser a minha amizade mais antiga e uma das mais importantes e por nunca ter
deixado querer de estar comigo apesar de todas as adversidades.

Á Maria, por ter sido um apoio gigante nestes últimos meses, principalmente a nível pessoal.
Agradeço a tua preocupação com a realização do presente trabalho.

A toda a minha família, por todo o carinho e apoio que sempre me proporcionaram.

Aos meus avós por terem sido um pilar fundamental na minha educação e por nunca me terem
faltado. Ao meu avô Mingos, por todo o conhecimento que partilhou comigo e por ter sido um
exemplo como pai e avô. Nunca te esquecerei.

Ao meu irmão, por ter sido o meu principal apoio na minha infância, por me ter tratado tão bem
como irmão. Agradeço por teres sido o meu companheiro de tantos momentos na nossa vida.
Agradeço-te também por teres sido a principal razão de eu ter escolhido este curso e por todo o
apoio que me deste ao longo destes últimos seis anos.

À minha mãe, por todo o apoio que me deu nesta fase da minha vida, e mais recentemente pelo
auxílio na escrita deste trabalho. Por ser a melhor pessoa que eu podia ter na minha vida, por ter
sido o meu suporte desde o início, palavras nunca serão suficientes para te agradecer.

Ao meu pai… tenho muito orgulho no teu percurso e nunca esquecerei todos os bons momentos
que passamos juntos. Serás sempre um exemplo para mim. Obrigado por tudo o que me
ensinaste, levo-te comigo para a vida.

iii
Resumo

O presente trabalho pretende efetuar uma parametrização geotécnica para todo o


desenvolvimento de uma mina subterrânea contemplando consumos específicos numa
abordagem de viabilidade económica.

Pretende generalizar os tipos de sustimento a aplicar por zona geotécnica tendo como base os
valores compreendidos nos intervalos de Q. Também oferece propostas de diagramas de fogo,
divididas em dois tipos de terreno, com base em parâmetros geológicos.

Este estudo envolveu o tratamento e análise de mais de 5000 m de sondagens. Os dados dos
levantamentos de campo levaram à criação de uma base de dados com aplicação da
classificação geomecânica Q-system. A partir dessa base de dados foi efetuada uma divisão do
maciço rochoso em quatro zonas geotécnicas, com base no ábaco de Barton, apresentando uma
proposta de sustimento a aplicar em cada zona.

Na parte final é efetuada uma abordagem referente à estabilidade das cavidades geradas pelo
desmonte em bancada, apresentando valores de raios hidráulicos máximos admissíveis, com
base no método do gráfico de estabilidade. Também são apresentadas estimativas de consumos
específicos referentes à quantidade de betão projetado e de explosivo, por metro linear de
desenvolvimento, e, também, de perfuração específica.

Palavras-chave

Estabilidade, Exploração mineira, Geotecnia, Q-system, Sustimento.

iv
Abstract

The present work intends to make a geotechnical parameterization of all underground mining
development by contemplating specific consumptions in an economic viability approach.

It aims to generalize the types of support to be applied per geotechnical zone based on the values
comprised in the Q ranges. It also offers proposals for blasting diagrams, divided into two rock
mass types, based on geological parameters.

This study involved the processing and analysis of over 5000 m of soundings. The data from the
field sampling led to the creation of a database with the application of the Q-system
geomechanical classification. From this database, the rock mass was divided into four
geotechnical zones, based on Barton's abacus, presenting a proposal for the support to be
applied in each zone.

In the final part, an approach is made to the stability of the caves generated by bench blasting,
presenting maximum admissible hydraulic radius values, based on the stability graph method. It
is also presented estimations of specific consumption referring to the amount of shotcrete and
explosive, per linear meter of development, and of specific drilling.

Keywords

Stability, Mining Exploitation, Geotechnics, Q-system, Support

v
Índice
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1. Enquadramento ............................................................................................................. 1

1.2. Objetivos ........................................................................................................................ 1

1.3. Estrutura ........................................................................................................................ 2

2. ESTADO DE ARTE ............................................................................................................... 3

2.1. Propriedades Geomecânicas das rochas ..................................................................... 4

2.1.1. Estado de alteração (W) ........................................................................................ 4

2.1.2. Resistência à compressão uniaxial (RCU) ............................................................ 5

2.1.3. Rock Quality Designation – RQD .......................................................................... 7

2.1.4. Recuperação (TCR) .............................................................................................. 8

2.2. Classificações Geomecânicas ...................................................................................... 9

2.2.1. Q-SYSTEM – Rock Tunneling Quality Index....................................................... 10

2.3. Tipos de Sustimento .................................................................................................... 16

2.3.1. Betão projetado ................................................................................................... 16

2.3.2. Parafusos de resina............................................................................................. 17

2.3.3. Parafusos expansíveis do tipo Swellex ............................................................... 18

2.3.4. Rede eletrossoldada ............................................................................................ 20

2.3.5. Cabos de aço ...................................................................................................... 21

2.4. Explosivos ................................................................................................................... 22

2.4.1. Impedância .......................................................................................................... 23

2.4.2. Diagramas e geometria ....................................................................................... 24

2.5. Número de estabilidade, N’ ......................................................................................... 29

3. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E GEOLÓGICO ....................................................... 34

3.1. Localização Geográfica ............................................................................................... 35

3.2. Enquadramento Geológico .......................................................................................... 36

3.2.1. Geologia local ...................................................................................................... 39

3.3. Notas Históricas .......................................................................................................... 40

4. ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 43

vi
4.1. Introdução ao estudo de caso ..................................................................................... 44

4.2. Aquisição e tratamento de dados ................................................................................ 45

4.3. Determinação das famílias de descontinuidades ........................................................ 47

4.4. Dimensionamento de Sistemas de Sustimento .......................................................... 49

4.5. Dimensionamento de diagramas de fogo ................................................................... 58

4.6. Resistência à Compressão Uniaxial ............................................................................ 60

4.7. Desmonte em bancada e Número de estabilidade N’................................................. 62

4.8. Consumos específicos ................................................................................................ 68

4.8.1. Análise de impedâncias....................................................................................... 70

5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ...................................................... 72

5.1. Conclusões .................................................................................................................. 73

5.2. Desenvolvimentos/trabalhos futuros ........................................................................... 74

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 75

7. ANEXOS.............................................................................................................................. 78

vii
Índice de Figuras

Figura 1 – Esquematização das tensões aplicadas num ensaio de compressão ........................ 6


Figura 2 – Exemplo de carote de sondagem submetido a um ensaio de compressão uniaxial ... 6
Figura 3 - Procedimento para medição e cálculo do RQD (Hoek, 2007) ..................................... 8
Figura 4 – Visão de todos os parâmetros considerados no Q-system (Pinheiro, 2013) ............ 11
Figura 5 – Ábaco para determinação do Q-system e escolha do tipo de sustimento (adaptado de
Barton et al., 1974) ...................................................................................................................... 15
Figura 6 - Parafusos Heliaço em rede metálica do tipo malha-sol ............................................. 18
Figura 7- Esquematização do Swellex antes e após a expansão (Fonte: Evert Hoek & Wood,
1987) ........................................................................................................................................... 19
Figura 8 - Jumbo de sustimento .................................................................................................. 20
Figura 9 – Fixação dos empalmes da rede metálica .................................................................. 21
Figura 10 - Cabos de aço no topo de um desmonte, suporte de rocha encaixante ................... 22
Figura 11 – Classificação da escavabilidade de maciços rochosos. (adaptado de Franklin et al.,
1971) ........................................................................................................................................... 23
Figura 12 – Diferentes caldeiras com furos largos (Gomes, Carneiro, et al., 2007) ................... 24
Figura 13 - Influência do diâmetro dos furos livres no avanço por pega (Gomes, Carneiro, et al.,
2007) ........................................................................................................................................... 26
Figura 14 - Distância entre centros ............................................................................................. 26
Figura 15 - Parâmetros usados para o cálculo da distância entre furos nos diagramas de fogo
(Gomes, Carneiro, et al., 2007) ................................................................................................... 27
Figura 16 – Carga específica, q (Gomes, Carneiro, et al., 2007) ............................................... 28
Figura 17 – Perfuração específica, b (Gomes, Carneiro, et al., 2007) ....................................... 28
Figura 18 – Valores do Fator A paradiferentes rácios de 𝜎𝑐𝜎1 (E. Hoek et al., 1993) ............... 30
Figura 19 - Valores de B para diferentes ângulos entre a superfície do stope e as
descontinuidades críticas. Adaptado de (E. Hoek et al., 1993) .................................................. 31
Figura 20 - Fator de ajustamento gravítico, C, para quedas gravíticas. Adaptado de (Potvin, 1988)
..................................................................................................................................................... 32
Figura 21 - Fator de ajustamento gravítico, C, para deslizamentos. Adaptado de (Potvin, 1988)
..................................................................................................................................................... 32
Figura 22 - Gráfico de estabilidade modificado, identificando zonas de terreno estável, instável e
uma zona de transição, adaptado de (Potvin, 1988). ................................................................. 33
Figura 23 - Vista aérea da vila de Aljustrel (adaptado de Google Maps) ................................... 35
Figura 24 – Enquadramento geográfico do concelho de Aljustrel (Fonte: https://www.mun-
aljustrel.pt/menu/109/paisagem-e-povoamento) ......................................................................... 36
Figura 25 – Geologia de Aljustrel e localização geográfica das cinco massas mineralizadas: São
João, Moinho, Estação, Algares e Feitais. (Ferreira, 2015) ........................................................ 37
Figura 26 - Massas minerais dentro da área de concessão da Mina de Aljustrel (Mata, 2019) . 38
Figura 27 – a) Mapa geológico da ZSP; b) Mapa tectónico da ZSP (adaptado de Onézime et al.,
2003) ........................................................................................................................................... 39

viii
Figura 28 - Geologia da região de Aljustrel com representação da falha da Messejana (Fonte:
Candeias, 2008) .......................................................................................................................... 40
Figura 29 - Exemplo de um log geotécnico (documentação interna, ALMINA) .......................... 45
Figura 30 – Projeção estereográfica do ESC (à esquerda) e do MSX (à direita) no software
Steronet ....................................................................................................................................... 48
Figura 31 - Levantamento das famílias principais de fraturas de MSX na mina do Moinho....... 48
Figura 32 - Ábaco para dimensionamento de sustimentos, adaptado de (Barton, 2008) .......... 50
Figura 33 – Quantidade de amostras por zona geotécnica ........................................................ 52
Figura 34 – Proposta de sustimento para a zona 4 para a secção 5A*5L.................................. 53
Figura 35 – Cambotas ................................................................................................................. 54
Figura 36 – Proposta de sustimento para a zona 3 (esquerda) e zona 2 (direita) para a secção
5A*5L ........................................................................................................................................... 54
Figura 37 - Proposta de sustimento para a zona 1 para a secção 5A*5L (direita) ..................... 55
Figura 38 - Sustimento com malha-sol interrompido .................................................................. 56
Figura 39 – Proposta de sustimento para a zona 4 para a secção 5,5A*5L .............................. 56
Figura 40 - Proposta de sustimento para a zona 3 (esquerda) e zona 2 (direita) para a secção
5,5A*5L ........................................................................................................................................ 57
Figura 41 - Proposta de sustimento para a zona 1 com secção 5,5A*5L ................................... 57
Figura 42 - Proposta de diagrama de fogo para a secção 5A * 5L para escombro e maciço .... 58
Figura 43 - Proposta de diagrama de fogo para a secção 5,5A * 5L para escombro e maciço . 59
Figura 44 - Medidas do caldeiro, em metros ............................................................................... 60
Figura 45 – Introdução do diâmetro e altura do provete (esquerda) e Resultados finais do ensaio
(direita) ........................................................................................................................................ 61
Figura 46 – Carote de MSX, antes do ensaio (Esquerda) e depois do ensaio (Direita) ............. 61
Figura 47 – Carote de STWK, antes e depois do ensaio ............................................................ 61
Figura 48 – Carote de RUN, antes e depois do ensaio. (São duas amostras diferentes) .......... 62
Figura 49 – Gráfico de tensões σ1, σ2, σ3 ................................................................................. 64
Figura 50 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 1 ......................................................................... 65
Figura 51 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 2 ......................................................................... 66
Figura 52 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 3 ......................................................................... 67
Figura 53 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 4 ......................................................................... 68

ix
Índice de tabelas

Tabela 1 – Graus de alteração propostos pela ISRM (1981) ....................................................... 4


Tabela 2 - Terminologia para caracterizar os maciços em função do espaçamento das
descontinuidades, (ISRM, 1981) ................................................................................................... 5
Tabela 3 - Graus de resistência (fonte: (Hoek, 2007) ................................................................... 7
Tabela 4 - Valores tabelados do R.Q.D. adaptado de (Deere, 1963) ........................................... 8
Tabela 5 - Principais classificações geomecânicas, adaptado de (Pinheiro, 2013) ..................... 9
Tabela 6 - Número de famílias de descontinuidades, Jn (adaptado de Barton et al., 1974) ...... 12
Tabela 7 - Índice de rugosidade, Jr (adaptado de Barton et al., 1974) ....................................... 12
Tabela 8 – Valores da alteração da junta crítica, Ja (adaptado de Barton et al., 1974) .............. 12
Tabela 9 - Fator de redução do caudal de água, Jw (adaptado de Barton et al., 1974) ............. 13
Tabela 10 - Fator redutivo de tensões ou estado de tensão do maciço, SRF (adaptado de Barton
et al., 1974).................................................................................................................................. 13
Tabela 11 - Valores de ESR (Barton et al., 1974) ....................................................................... 15
Tabela 12 – Expressões para o comprimento de pregagens, adaptado de (Barton & Bieniawski,
2008) ........................................................................................................................................... 16
Tabela 13 - Litologias .................................................................................................................. 46
Tabela 14 - Sondagens com grau de alteração W4-5 e W5 .......................................................... 46
Tabela 15 - Sondagens com grau de alteração W1-2, W2, W3 e W4 ............................................ 47
Tabela 16 – Orientações das famílias de descontinuidades ...................................................... 47
Tabela 17 - Classes do índice de qualidade da rocha original, adaptado de (Barton et al., 1974)
..................................................................................................................................................... 49
Tabela 18 - Valores de ESR e de DE.......................................................................................... 49
Tabela 19 - Proposta de sustimento de acordo com a zona do ábaco....................................... 51
Tabela 20 – Quantidade de amostras de cada litologia por zona geotécnica ............................ 51
Tabela 21 – Características do terreno sem inclusão de zonas de falha (com graus de alteração
W1 até W4) ................................................................................................................................... 52
Tabela 22 - Características do terreno em zona de falha (com graus de alteração W4-5 e W5) . 52
Tabela 23 – Comprimentos padrão para as pregagens na secção de 5Ax5L, segundo (Barton &
Bieniawski, 2008) ........................................................................................................................ 55
Tabela 24 – Espaçamentos médios dos diagramas de fogo ...................................................... 60
Tabela 25 – Valores médios dos ensaios de resistência a compressão efetuados ................... 62
Tabela 26 - Estudo do estado de Tensões efetuado em 2010 (fonte: documento interno ALMINA)
..................................................................................................................................................... 63
Tabela 27 - Equações das retas dos sigmas .............................................................................. 63
Tabela 28 - Valores de Sigma 1, 2 e 3 nas diferentes cotas ...................................................... 63
Tabela 29 – Ensaio 1 .................................................................................................................. 64
Tabela 30 – Ensaio 2 .................................................................................................................. 65
Tabela 31 – Ensaio 3 .................................................................................................................. 66
Tabela 32 – Ensaio 4 .................................................................................................................. 67

x
Tabela 33 – Consumos específicos de betão ............................................................................. 69
Tabela 34 – Quantidade de parafusos aplicados por metro de exploração ............................... 69
Tabela 35 – Perfuração específica.............................................................................................. 69
Tabela 36 – Quantidade de emulsão .......................................................................................... 70
Tabela 37 - Impedância das litologias ......................................................................................... 70
Tabela 38 - Impedâncias de alguns explosivos analisados, retiradas dos catálogos da própria
empresa ....................................................................................................................................... 70
Tabela 39 – Relação de impedâncias entre o tipo de terreno e o explosivo .............................. 71

xi
Índice de equações

Equação 1 ..................................................................................................................................... 7
Equação 2 ..................................................................................................................................... 9
Equação 3 ................................................................................................................................... 10
Equação 4 ................................................................................................................................... 11
Equação 5 ................................................................................................................................... 24
Equação 6 ................................................................................................................................... 24
Equação 7 ................................................................................................................................... 24
Equação 8 ................................................................................................................................... 25
Equação 9 ................................................................................................................................... 25
Equação 10 ................................................................................................................................. 27
Equação 11 ................................................................................................................................. 28
Equação 12 ................................................................................................................................. 29
Equação 13 ................................................................................................................................. 30
Equação 14 ................................................................................................................................. 30
Equação 15 ................................................................................................................................. 30
Equação 16 ................................................................................................................................. 32
Equação 17 ................................................................................................................................. 45
Equação 18 ................................................................................................................................. 69

xii
Lista de abreviaturas

ARG, ARGn - Argilito


CHF, CHT - Cherte
DE - Dimensão Equivalente
DF - Diagrama de Fogo
DOL - Dolerito
ESC - Escombro/Ganga
ESR - Escavation Support Ratio
FLT - Zona de falha
FPI - Faixa Piritosa Ibérica
GSI - Geological Strength Index
ISRM - International Society for Rock Mechanics
JSP - Jaspe
MRMR - Mining Rock Mass Rating
MSX - Sulfureto Maciço (Minério)
RSR - Rock Structure Rating
RMR - Rock Mass Rating
RQD - Rock Quality Designation
RUN, FRHY, FQRHY, QRHY - Riólito
SMR - Slope Mass Rating
STWK - Stockwork/fissural
VSD, VAT - Tufos vulcânicos de sedimentos finos
ZOM - Zona de Ossa Morena
ZSP - Zona Sul Portuguesa

xiii
1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento

A otimização de processos corresponde a melhorias significativas na gestão ou execução dos


mesmos e que em muitas situações estão fortemente correlacionadas com a interação entre
diferentes atividades desempenhadas num sistema, tendo em consideração procedimentos
estabelecidos e todos os diferentes recursos materiais e humanos disponíveis.

Uma das principais prioridades de qualquer empresa atualmente é otimizar os seus processos.
Este conceito envolve compreender, planear e executar as atividades de um ciclo ou sistema
com a finalidade de identificar falhas e criar soluções para a resolução de problemas. Assim, a
constante necessidade de melhorar os processos fica aliada à procura contínua de problemas
nos sistemas e suas consequentes resoluções.

1.2. Objetivos

Na presente Dissertação, realizada em ambiente empresarial, nomeadamente na ALMINA –


Minas do Alentejo S.A., foram definidos à partida, um conjunto de objetivos que se procuraram
atingir, de forma metodológica, ao longo do período de trabalho realizado.

A situação pandémica que se vive em Portugal e em todo o Mundo, não permitiu o caminho
desejado para a realização da Dissertação tendo, no entanto, havido a oportunidade de o
redirecionar a cada instante, para que esses objetivos fossem alcançados.

São eles:

• Determinação das famílias de descontinuidades principais por litologia (levantamentos


com bússola na mina do Moinho)
• Determinação da resistência à compressão uniaxial por litologia
• Zonamento geotécnico com base nas análises das sondagens e aplicação da
classificação-Barton
• Dimensionamento de sustimentos standard para desenvolvimento de galerias com base
no ábaco de Barton para galerias com 5A*5L (Altura e Largura, em metros), 5,5A*5L por
litologia/zona geotécnica
• Dimensionamento de diagramas de fogo em galerias com 5A*5L e 5,5A*5L por
litologia/zona geotécnica

1
• Obtenção dos consumos específicos de elementos de reforço e suporte por zonas
geotécnicas
• Obtenção aproximada dos consumos específicos de metros de furação e quilogramas
de explosivos por pega e por metro linear de desenvolvimento de galeria por
litologia/zona geotécnica
• Dimensionamento de raios hidráulicos das faces das câmaras de desmontes com base
no número de estabilidade e de acordo com as características geomecânicas do minério
e rocha encaixante

1.3. Estrutura

Esta dissertação tem 7 capítulos sendo este o primeiro, onde se procura introduzir o tema, referir
os principais objetivos do trabalho e resumir a estrutura do mesmo.

No Capítulo 2 é feita uma abordagem teórica aos conceitos que fundamentam e apoiam o
trabalho efetuado. São apresentadas classificações geológicas e geotécnicas, dando mais
importância ao Q-System, onde o trabalho é focado.

No Capítulo 3 é efetuado um enquadramento geológico e geográfico de Aljustrel e são citadas


algumas notas históricas sobre a cidade e a mina.

O Capítulo 4 aborda o estudo de caso, com a apresentação de propostas de otimização a


diagramas de fogo e dimensionamento de sistemas de sustimento. Também é abordada a
estabilidade das câmaras de desmonte, pelo método do gráfico de estabilidade.

No Capítulo 5 são efetuadas algumas considerações finais resumindo as conclusões mais


relevantes e são propostos alguns desenvolvimentos futuros a partir do presente trabalho.

No Capítulo 6 são apresentadas as referências bibliográficas que sustentam este documento.

Por fim, no Capítulo 7 é possível observar alguns ficheiros anexos ao documento,


nomeadamente a tabela que deu origem a todas as propostas de otimização apresentadas no
presente trabalho.

2
2. ESTADO DE ARTE

3
2.1. Propriedades Geomecânicas das rochas

Os maciços rochosos onde localizamos as nossas ações, quer de implantação de infraestruturas,


quer de mineração para aproveitamento dos recursos naturais minerais, apresentam-se-nos em
diferentes estados de estabilidade, muito relacionados com as diferenças de pressão e
temperaturas em que se originaram, e as que atualmente constituem o ambiente em que se
encontram. Mas muitos outros fatores influenciam esses estados.

Para qualquer maciço rochoso, podemos afirmar que ele se encontra sempre numa situação de
busca da estabilidade, podendo alguma dessa procura natural ser por nós acelerada, como por
exemplo, a realização de um qualquer tipo de desmonte.

Assim, passamos a definir, ainda que sucintamente, alguns dos parâmetros que nos ajudam a
caracterizar os maciços rochosos.

2.1.1. Estado de alteração (W)

Segundo Luís Aires-Barros (Aires-Barros, 1991), a alteração de uma rocha consiste na


desagregação e decomposição da mesma, efetuada por agentes físicos e químicos naturais, que
transformam essa rocha noutro produto natural, mas em novo equilíbrio físico-químico com o
meio ambiente. A determinação do estado natural de alteração do maciço rochoso é um
parâmetro importante na classificação do próprio maciço. Pode ser determinado
quantitativamente recorrendo a medição de parâmetros como a resistência da rocha ou a
deformabilidade.

Tabela 1 – Graus de alteração propostos pela ISRM (1981)

Designação Simbologia Descrição Características


Não se observam sinais
Sã ou não -Sã e compacta
W1 de alteração ou
alterada -Descontinuidades
decomposição
W1-2 fechadas
Mudanças na cor original
Ligeiramente -Permeabilidade
W2 da matriz rochosa
alterada praticamente nula
(descoloração)
-Maciço mais ou
Alteração visível em todo o menos são
Moderadamente
W3 W3 maciço, mas a rocha não é -Intersetado por
alterada
friável descontinuidades
abertas

4
Rocha friável com
alteração visível em todo o - Zona alterada a
Muito alterada W4
maciço e perde resistência muito alterada ou
sob a presença de água mesmo decomposta
W4-5 Todo o material rochoso -Permeabilidade do
Completamente está muito decomposto. O tipo intersticial
alterada ou W5 maciço é completamente -Pode existir
decomposta friável e tem circulação fissural
comportamento de solo

A International Society for Rock Mechanics propõe que seja utilizada uma terminologia para
caracterizar os maciços em função do espaçamento das descontinuidades, tal como se pode ver
na Tabela 2 (ISRM, 1981).

Tabela 2 - Terminologia para caracterizar os maciços em função do espaçamento das descontinuidades,


(ISRM, 1981)

Símbolos Intervalo entre fraturas (cm) Designação


F1 >200 Muito afastadas
F2 60-200 Afastadas
F3 20-60 Medianamente afastadas
F4 6-20 Próximas
F5 <6 Muito próximas

2.1.2. Resistência à compressão uniaxial (RCU)

Um ensaio de resistência à compressão uniaxial consiste em impor uma força vertical, de cima
para baixo sobre um provete cilíndrico e registar a força e a deslocação do mesmo, de modo a
apresentar valores de tensão, em MPa. Na Figura 2 é possível observar um dos carotes
analisados a ser submetido a este ensaio.

Apesar das rochas que constituem os maciços se encontrarem em geral submetidas a estados
de tensão triaxiais, existe interesse no estudo do comportamento das rochas quando submetidas
a compressão simples pois, tal estudo, permite pôr em evidência fenómenos com interesse
fundamental na mecânica dos maciços rochosos. O caso prático mais importante em que os
maciços rochosos se encontram submetidos a um estado de compressão simples é o dos pilares
que deliberadamente não são desmontados em minas.

O ensaio de compressão simples é corrente na determinação das características mecânicas das


rochas. A resistência à compressão simples ou uniaxial é determinada num provete de rocha de

5
forma cilíndrica submetido a uma tensão normal  nas bases igual à razão da força normal N
pela área da base A. Os provetes podem ter outras formas (cúbica ou prismática) mas
normalmente são retirados de tarolos recolhidos em sondagens. A preparação da amostra deve
ter um cuidado especial na retificação da superfície das bases que irão sofrer compressão para
garantir uma forma cilíndrica perfeita.

Figura 1 – Esquematização das tensões aplicadas num ensaio de compressão

Figura 2 – Exemplo de carote de sondagem submetido a um ensaio de compressão uniaxial

6
Tabela 3 - Graus de resistência (fonte: (Hoek, 2007)

Is(50)
Grau Designação σc (MPa) Descrição
(MPa)
Extremamente A rocha lasca depois de sucessivos golpes de
R6 >250 >10
elevada martelo e ressoa quando batida
Requer muitos golpes de martelo para partir
R5 Muito elevada 100 - 250 4 - 10
espécimes intactos de rocha
Pedaços pequenos de rocha seguros com a mão
R4 Elevada 50 - 100 2-4
são partidos com um único golpe de martelo
Um golpe firme com o pico do martelo de geólogo
R3 Mediana 25 - 50 1-2 faz identações até 5 mm; com a faca consegue-se
raspar a superfície
Com a faca é possível cortar o material, mas este
R2 Baixa 5 - 25 (*) é demasiado duro para lhe dar a forma de provete
para ensaio triaxial
O material desagrega-se com golpe firme do
R1 Muito Baixa 1-5 (*)
pico de martelo de geólogo
Extremamente
R0 0,25 - 1 (*) Consegue-se marcar com a unha
baixa
(*) – Não são consideradas minimamente fiáveis as correlações com a resistência à compressão simples.

2.1.3. Rock Quality Designation – RQD

O conceito de Rock Quality Designation ou RQD foi inicialmente introduzido por D. U. Deere,
(Deere, 1963) e permite quantificar a qualidade do maciço rochoso fazendo medições nas
descontinuidades ou fraturas de uma amostra, conseguida a partir de sondagens realizadas com
recuperação de testemunhos.

O valor de RQD é calculado a partir de carotes de sondagem, pelo quociente entre o somatório
do comprimento dos fragmentos com comprimento igual ou superior a 10 cm, com o comprimento
total do carote de sondagem. As amostras que não são recuperadas, fragmentos muito pequenos
de rocha e rocha muito alterada não são englobados na equação.

∑ comprimento dos tarolos com mais de 10 cm


R. Q. D (%) = ∗ 100 Equação 1
comprimento total da furação

7
Figura 3 - Procedimento para medição e cálculo do RQD (Hoek, 2007)

É também um conceito base de outros parâmetros de classificação como o Rock Mass Rating
(RMR) e o Q-system, que irão ser abordados mais à frente.

Tabela 4 - Valores tabelados do R.Q.D. adaptado de (Deere, 1963)

RQD (%) Qualidade do maciço rochoso


<25 Muito fraco
25-50 Fraco
51-75 Médio
76-90 Bom
91-100 Excelente

2.1.4. Recuperação (TCR)

A recuperação do testemunho em sondagens é também uma medida quantitativa da qualidade


da rocha e da zona que a sondagem atravessa. É medido pela Equação 2.

8
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒𝑚𝑢𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑚)
𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑇𝐶𝑅) = Equação 2
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑟𝑎çã𝑜 (𝑚)

Recuperações muito baixas podem indicar terrenos pouco competentes, e, possivelmente,


presença de zonas de fraquezas (zonas de falha) e/ou zonas intensamente fraturadas
(descontinuidades abertas).

As zonas de elevada fraturação, em geral, são zonas que possuem reduzida competência
geotécnica, sendo por isso importante possuir o máximo de informação possível para determinar
as propriedades do maciço rochoso nessa zona.

2.2. Classificações Geomecânicas

As classificações geomecânicas são fundamentais para caracterizar e avaliar o comportamento


dos maciços rochosos, bem como auxiliar no dimensionamento de sistemas de sustimento,
contribuir para eficiência económica das operações de desmonte e ainda na prevenção e
segurança (Pinheiro, 2013).

Existem várias classificações geomecânicas que foram sendo criadas ao longo do tempo por
vários autores, sendo possível observá-las na Tabela 5. No presente trabalho a classificação
mais frequentemente utilizada foi o Q-system porque os dados das sondagens a que se teve
acesso, apresentavam valores de Q’, e sendo essa a classificação que mais é seguida pela
empresa.

Tabela 5 - Principais classificações geomecânicas, adaptado de (Pinheiro, 2013)

Classificação Principais parâmetros Avaliação Autores


Qualidade
Resistência da rocha intacta; geomecânica do
GSI - Geological Descrição das condições maciço rochoso; (E. Hoek &
Strength Index geológicas e geotécnicas do Módulo de Brown, 1997)
maciço deformabilidade do
maciço
Resistência à compressão do
Qualidade
MRMR - Mining Rock material intacto; (Laubscher,
geomecânica do
Mass Rating RQD; 1990)
maciço rochoso
frequência de fraturação
Qualidade
Índice de qualidade da rocha,
geomecânica do
RQD;
maciço rochoso;
Número de famílias, alteração e
Q-system - Rock Módulo de
rugosidade das descontinuidades; (Barton et al.,
Tunneling Quality deformabilidade do
Condições de percolação de 1974)
Index maciço;
água;
Definição do
Estados de tensão no maciço
sustimento e
encaixante da escavação.
revestimento.

9
Qualidade
geomecânica do
Índice de qualidade da rocha, (Bieniawski,
maciço rochoso;
RQD; 1989);
RMR - Rock Mass Ângulo de atrito do
Espaçamento das (Bieniawski &
Rating maciço;
descontinuidades; Bernede,
Período de auto-
Condições da percolação de água 1979)
suporte; Método de
escavação
Geologia, tipo de rocha
e estrutura geológica; (Deere,
Descrição dos testemunhos de
RQD - Rock Quality Grau de faturação; 1963);
sondagem;
Designation Qualidade (Deere &
Grau de fraturação da rocha.
geomecânica do Deere, 1988)
maciço rochoso.
Fraturação e sentido
Características geotécnicas das da escavação; (Wickham et
RSR - Rock Structure
descontinuidades; Caudal Água subterrânea e al., 1972); (E.
Rating
efluente à escavação condições geotécnicas Hoek, 2007)
da escavação.
Estabilidade de taludes
SMR - Slope Mass Direção das descontinuidades; (Romana,
e técnicas de
Rating Direção e inclinação dos taludes; 1993)
contenção

2.2.1. Q-SYSTEM – Rock Tunneling Quality Index

A classificação Q-System, desenvolvida por Nick Barton (Barton et al., 1974) no Instituto
Geológico Norueguês (NGI- Norwegian Geothechnical Institute) é baseada num grande número
de observações em escavações subterrâneas. Perante os dados adquiridos, propuseram uma
classificação que é sustentada num índice de qualidade Q baseado na análise de seis fatores
considerados relevantes para caracterizar o comportamento dos maciços rochosos e as
eventuais necessidades de suporte adicional. O valor deste índice Q varia numa escala
logarítmica desde 0.001 a 1000.

𝑅𝑄𝐷 𝐽𝑟 𝐽𝑤
𝑄= ∗ ∗ Equação 3
𝐽𝑛 𝐽𝑎 𝑆𝑅𝐹

Sendo:

• RQD - Designação da Qualidade da Rocha;


• Jn - Número de famílias de juntas;
• Jr - Valor da rugosidade da junta crítica;
• Ja - Valor da alteração da junta crítica;
• Jw - Fator da água subterrânea;
• SRF - Fator de tensões.

O primeiro quociente (RQD/Jn) pode ser definido como termo que caracteriza a estrutura do
maciço e constitui uma medida do tamanho dos blocos. O segundo quociente (J r/Ja) caracteriza
as descontinuidades e a resistência ao cisalhamento ao longo das superfícies das fraturas. O

10
terceiro quociente (Jw/SRF) representa a tensão ativa. O fator SRF caracteriza o estado de
tensão no maciço.

A partir desta classificação também é possível obter o valor de Q’. Este valor representa o
sistema modificado desta classificação e é calculado apenas com os dois primeiros quocientes,
ou seja,

𝑅𝑄𝐷 𝐽𝑟
𝑄′ = ∗ Equação 4
𝐽𝑛 𝐽𝑎

Figura 4 – Visão de todos os parâmetros considerados no Q-system (Pinheiro, 2013)

• A cada parâmetro irá corresponder um valor tabelado consoante a sua avaliação. Esta
avaliação poderá ser um pouco subjetiva e variar consoante a pessoa que avalia a rocha.
Nas Tabela 4,

Tabela 6,

Tabela 7,Tabela 8,

Tabela 9 eTabela 10 apresentam‐se os seis parâmetros intervenientes na classificação Q‐


system.

São eles:

• Número de famílias de descontinuidades;


• Índice de rugosidade das descontinuidades;

11
• Grau de alteração das descontinuidades;
• Fator de redução do caudal de água;
• Fator redutivo de tensões.

Tabela 6 - Número de famílias de descontinuidades, J n (adaptado de Barton et al., 1974)

Número de famílias de descontinuidades Jn Notas

A – Nenhuma ou poucas 0.5-1.0


B – Uma 2
Para intersecções
C – Uma ou mais descontinuidades esparsas 3
utilizar 3.0 x Jn
D – Duas 4
E – Duas ou mais descontinuidades esparsas 6
F – Três 9
G – Três ou mais descontinuidades esparsas 12 Para bocas de
H – Quatro ou mais, descontinuidades esparsas, maciços entrada do túnel
15 utilizar 2.0 x Jn
fraturados
I – Rocha esmagada, tipo terreno 20

Tabela 7 - Índice de rugosidade, Jr (adaptado de Barton et al., 1974)

Índice de rugosidade das


Jr Notas
descontinuidades
a. Contacto das superfícies das
descontinuidades
b. Contacto entre as paredes de rocha antes 1. As descrições das alíneas a) e b) referem-se
de 10 cm de escorregamento a escalas de amostragem de pequena e média
A – Sem continuidade 4 dimensão, respetivamente.
B – Rugosas, irregulares,
3
onduladas
C – Suaves e onduladas 2
D – Polidas e onduladas 1,5 2. Adicionar 1.0 se o espaçamento médio da
família de descontinuidades mais relevante for
E – Rugosas ou irregulares, planas 1,5 maior que 3 m.
F – Lisas, planas 1
G – Polidas, planas 0,5
c) Não há contacto entre as paredes de rocha
das descontinuidades
H – Zona contendo minerais 3. Jr igual a 0.5 pode ser usado para
argilosos e suficientemente descontinuidades polidas e planas contendo
1 lineações, se essas lineações estiverem
espessa de modo a impedir o
contacto entre as paredes orientadas na direção de menor resistência.
I – Zonas esmagadas contendo
areias de modo a impedir o 1
contacto entre as paredes

Tabela 8 – Valores da alteração da junta crítica, Ja (adaptado de Barton et al., 1974)

Descrição do Parâmetro Peso

12
Grau de alteração das descontinuidades Ja фr(ᵒ)
aprox.
a) Contacto entre as paredes de rocha das descontinuidades
Paredes duras, compactas, preenchimentos impermeáveis 0,75 -
Paredes não alteradas, somente com leve descoloração 1 25 a 35
Paredes ligeiramente aletradas, com partículas arenosas e rochas
2 25 a 30
desintegradas não brandas
Paredes com partículas siltosas ou areno-siltosas 3 20 a 25
Paredes com partículas de materiais moles ou de baixo ângulo de
atrito, tais como caulinite, mica, gesso, talco, clorite, grafite, etc., e 4 8 a 16
pequenas quantidades de argilas expansivas
b) Contacto entre as paredes de rocha das descontinuidades antes de 10 cm de
escorregamento
Paredes com partículas de areia e rochas desintegradas, etc. 4 25 a 30
Descontinuidades com preenchimentos argilosos
6 16 a 24
sobreconsolidado (contínuo, mas com espessura < 5 mm)
Descontinuidades com preenchimento argiloso sub-consolidado
8 12 a 16
(contínuo, mas com espessura < 5 mm)
Descontinuidades com enchimento argiloso expansivo, como por
exemplo montmorilonite (contínuo, mas com espessura <5mm). O
8 a 12 6 a 12
valor de Ja depende da percentagem de argila e do excesso de
água
c) Não há contacto entre as paredes de rocha das descontinuidades
Zonas ou bandas com rochas desintegradas ou esmagadas (ver G,
6,8 ou 8 a 12 6 a 24
H e I para condições do material argiloso)
Zonas ou bandas siltosas ou areno-argilosas, com pequena fração
5 -
de argila
Zonas contínuas de argila (ver G, H e I para condições do material 10, 13 ou 13 a
6 a 24
argiloso) 20

Tabela 9 - Fator de redução do caudal de água, Jw (adaptado de Barton et al., 1974)

Fator de redução do caudal de água Jw Pressão água (MPa)


A – Escavações secas ou caudal afluído pequeno, isto é
1 <0,1
<5L/min localmente
B – Caudal médio ou pressão que ocasionalmente arraste
0,66 0,1 - 0,25
o preenchimento das descontinuidades
C – Caudal elevado ou pressão elevada em rochas
0,5 0,25 - 1
competentes sem preenchimento
D – Caudal elevado ou pressão elevada 0,33 0,25 - 1
E - Caudal excecionalmente elevado ou pressão
0,2 - 0,1 >1
explosiva, decaindo com o tempo
F – Caudal excecionalmente elevado ou pressão contínua,
0,1 - 0,05 >1
sem decaimento

Tabela 10 - Fator redutivo de tensões ou estado de tensão do maciço, SRF (adaptado de Barton et al.,
1974)

Fator redutivo de tensões SRF Notas


a) Zonas de fraqueza intersetando a escavação, o que
pode causar perdas no maciço rochoso aquando da
1. Para a alínea a) reduzir os valores de SRF
escavação do túnel
de 25% a 50% se as zonas alteradas
A – Ocorrência de zonas alteradas
influenciarem, mas não intersectarem a
múltiplas contendo argilas ou rochas
10 escavação.
quimicamente desintegradas em torno da
cavidade (a qualquer profundidade)

13
B – Zonas de baixa resistência contendo
argila ou rocha quimicamente desintegrada 5
(profundidade de escavação ≤ 50 m)
C – Zonas de baixa resistência contendo
argila ou rocha quimicamente desintegrada 2,5
(profundidade de escavação > 50 m)
D – Zonas múltiplas de corte em rocha
competente, sem argila, com rocha
7,5
desintegrada na vizinhança (qualquer
profundidade)
E – Zonas singulares de corte em rocha
competente, sem argila (profundidade de 5
escavação ≤50 m)
F – Zonas singulares de corte em rocha
competente, sem argila (profundidade de 2,5
escavação ≥50 m)
G – Descontinuidades abertas, fraturação
5
muito intensa (qualquer profundidade)
b) Rocha competente, problemas de tensões na rocha
σc/σ1 σϴ/σc SRF
H - Tensões baixas,
próximo da superfície,
>200 <0,01 2,5
descontinuidades
abertas
2. Para os casos da alínea b) e para tensões
I - Tensões médias,
200- virgens fortemente anisotrópicas (se
condições de tensão 0,01-0,3 1
10 medidas): quando 5≤σ1/σ3≤10, reduzir σc
favoráveis
para 0,75σc. Quando σ1/σ3>10, reduzir σc
J - Tensões altas,
para 0,5σc, onde σc é a resistência à
estrutura rochosa
compressão simples, σ1 e σ3 são as tensões
muito fechada
principais máxima e mínima, e σθ a tensão
(usualmente favorável
10-5 0,3- 0,4 0,5-2,0 tangencial máxima (estimada através da
para a estabilidade,
teoria da elasticidade).
pode ser desfavorável
para a estabilidade das
3. Ainda para a alínea b), quando a
paredes)
profundidade da coroa é inferior ao vão,
K - Explosões deve-se aumentar o valor de SRF 2,5 a 5
moderadas de rochas 5-3 0,33-0,16 5-10 vezes (ver H).
maciças depois >1 hora
L - Explosões
moderadas de rochas
3-2 0,65-1 50-200
maciças em poucos
minutos
M - Explosões intensas
<2 >1 200-400
de rochas maciças
c) Rocha esmagada: plastificação de rochas
incompetentes sob a influência de altas pressões de
rocha
N - Pressão moderada
1-5 5-10
da rocha esmagada 4. Casos de rocha esmagada podem ocorrer
O - Pressão elevada da para profundidades H>350Q1/3. A resistência
>5 10-20
rocha esmagada à compressão do maciço é de,
d) Rochas expansivas: atividade química expansiva aproximadamente, 0.7γQ1/3 onde γ é o peso
devida à presença da água volúmico da rocha em kN/m3.
P - Pressão de
5-10
expansão moderada
Q - Pressão de
10-15
expansão elevada

O valor de Q permite definir classes qualitativas do maciço rochoso e fornece informações sobre
a estabilidade e a eventual necessidade de suporte em escavações subterrâneas. Essas classes
estão representadas no ábaco de Barton, na Figura 5.

14
Figura 5 – Ábaco para determinação do Q-system e escolha do tipo de sustimento (adaptado de Barton et al., 1974)

Para este efeito, (Barton et al., 1974) definiram um parâmetro adicional para a escavação a que
chamaram de Dimensão Equivalente (DE). Esta dimensão é obtida dividindo o vão, o diâmetro
ou a altura de escavação, por um valor denominado de ESR (Excavation Support Ratio). O valor
de ESR está relacionado com o uso pretendido para a escavação e o grau de segurança que é
exigido ao sistema de suporte instalado para manter a estabilidade da escavação. Os valores de
ESR podem ser obtidos da Tabela 11.

Tabela 11 - Valores de ESR (Barton et al., 1974)

Classe Tipo de escavação ESR


A Cavidades mineiras temporárias 3-5
Poços verticais de secção circular.
B 2,5-2
Poços verticais de secção quadrada ou retangular
Cavidades mineiras definitivas, túneis de aproveitamentos hidráulicos
C (exceto túneis sob pressão), túneis piloto, túneis de desvio, escavações 1,6
superiores de grandes cavidades
Cavernas de armazenagem, estações de tratamento de águas, pequenos
D 1,3
túneis rodoferroviários, chaminés de equilíbrio, túneis de acesso
Centrais subterrâneas, túneis rodoferroviários de grande dimensão, abrigos
E 1
de defesa, bocas de entrada, intersecções
F Centrais nucleares subterrâneas, estações de caminhos-de-ferro, fábricas 0,8

15
Esta classificação geomecânica fornece ainda uma estimativa para o comprimento (C) das
pregagens e ancoragens, valor que pode ser avaliado através da largura da escavação (L), do
valor de ESR e da altura da escavação H, em metros, como se apresenta na Tabela 12.

Tabela 12 – Expressões para o comprimento de pregagens, adaptado de (Barton & Bieniawski, 2008)

Pregagens Ancoragens
0,15 ∗ 𝐿 0,40 ∗ 𝐻
Coroa 𝐶(𝑚) = 2 + 𝐶(𝑚) =
𝐸𝑆𝑅 𝐸𝑆𝑅
0,15 ∗ 𝐻 0,35 ∗ 𝐻
Hasteais 𝐶(𝑚) = 2 + 𝐶(𝑚) =
𝐸𝑆𝑅 𝐸𝑆𝑅

2.3. Tipos de Sustimento

O sustimento pode ser definido como um conjunto de ações, com recurso a elementos
estruturais, que garantam a estabilidade de escavação, durante o tempo em que ela vai ser
utilizada. O principal objetivo do sustimento de uma escavação subterrânea é auxiliar a massa
rochosa a auto suportar-se.

O tempo de autossustimento depende da largura e da distância entre a face do túnel e o último


suporte instalado. Também é influenciado pela forma das aberturas, exemplificando, será maior
para aberturas com o teto em arco do que para um teto plano. Para contribuir para o aumento
do tempo de autossustentação poderão ser usadas detonações controladas, no entanto, estas
contribuem negativamente pelos danos e abalos causados pelo desmonte com recurso a
explosivos. É importante referir que a distância do sustimento à frente da escavação denomina-
se de vão-livre (Ferreira, 2015).

2.3.1. Betão projetado

O betão projetado consiste num tipo de sustimento composto por uma mistura de cimento, areia,
agregados, água, fibras e adjuvantes (plastificantes e acelerador de presa). Pode ser aplicado
através de dois tipos de métodos, a projeção por via seca e a projeção por via húmida, em que
diferem principalmente na adição de água à mistura. O betão projetado é colocado nos hasteais
e nos tetos dos acessos subterrâneos e nas galerias de exploração.

Quando usado em conjunto com rede malha-sol e fibras, a sua utilização permite o controlo das
deformações do terreno e de qualquer deslocamento e queda de pequenos fragmentos de rocha.
Isola, também, a superfície do maciço rochoso, impedindo que este se deteriore (por oxidação).
Serve ainda para evitar a corrosão da malha-sol e dos parafusos quando aplicado por cima, de
modo a evitar a exposição destes com o ar (Costa, 2017).

16
As fibras metálicas são colocadas como reforço no betão para aumentar a resistência à tração.

2.3.2. Parafusos de resina

Os parafusos de resina diminuem a possibilidade de abertura de fissuras, prevenindo assim o


deslocamento e a queda de blocos. Como este tipo de parafusos é revestido com resina,
possuem um longo período de vida, sendo aplicados em infraestruturas de longa duração como
as galerias de acesso ao minério por exemplo. Este tipo de sustimento consiste num conjunto de
barras de heliaço (parafusos) que serão suportadas no maciço por um ligante (a resina), sendo
que na extremidade do parafuso, visível da galeria, é colocada uma chapa em contato com o
maciço, que é pré-tensionada. Ao serem pré-tensionados, estes parafusos fazem com que se dê
um “reaperto” das fissuras, diminuindo assim o risco de colapso de blocos. (Costa, 2017)

Os heliaços em terrenos muito meteorizados podem não ancorar devidamente devido as


condicionantes de furação, limpeza e injeção de resinas. Quando acontece, a alternativa é a
aplicação de parafusos expansivos do tipo swellex.

Vantagens:

• Instalação simples
• Fornece suporte imediatamente após a sua instalação
• Quando colocado corretamente forma ancoragens muito fortes em rochas de fraca
qualidade

Desvantagens:

• Custo elevado
• As resinas são caras e têm prazo de validade

17
Figura 6 - Parafusos Heliaço em rede metálica do tipo malha-sol

2.3.3. Parafusos expansíveis do tipo Swellex

A aplicação dos parafusos Swellex pode realizar-se mecanicamente utilizando um jumbo


adaptado à função (Figura 8), que imediatamente após a execução do furo aplica o prego e
realiza a sua expansão injetando água a alta pressão no interior do tubo. O mecanismo de
ancoragem do parafuso swellex depende de forças de fricção a uma carga que se aproxima da
capacidade de carga final do parafuso. O encaixe mecânico entre o parafuso e a rocha impede
que o parafuso deslize e parafuso adapta-se às irregularidades do furo (Stillborg, 1986).

Os parafusos Swellex são patenteados pela Atlas Copco.

18
Figura 7- Esquematização do Swellex antes e após a expansão (Fonte: Evert Hoek & Wood, 1987)

Vantagens:

• Instalação rápida e simples


• Fornece suporte imediato após a sua instalação
• Resistem bem à tração

Desvantagens:

• Custo elevado
• Requer uma bomba para instalação
• É necessária proteção contra a corrosão se for usado a longo prazo
• Estão sujeitos a esforços de corte nos hasteais (devido a descontinuidades semi-
verticais) e resistem mal ao corte
• Têm vida útil que pode ser prolongada dependendo da ação de agentes externos como
ar e água e das condições do maciço.

19
Figura 8 - Jumbo de sustimento

2.3.4. Rede eletrossoldada

A rede eletrossoldada do tipo malha-sol consiste numa rede de aço soldada que é fixada ao
maciço com parafusos de resina, sendo estes colocados em zonas de sobreposição da malha.
Este tipo de sustimento é normalmente aplicado em infraestruturas permanentes ou em zonas
críticas (maciço extremamente fraturado em risco de colapso). Num maciço fraturado com
possível queda de blocos, mesmo que o betão projetado ceda, a rede malha-sol ao ser composta
por aço e possuir maior resistência à tração apenas se deforma, evitando o colapso e queda de
material, salvaguardando trabalhadores e equipamentos (Costa, 2017).

A utilização de rede metálica, tipo malha-sol, é correntemente utilizada no suporte primário de


túneis, aplicando-se conjuntamente com o betão projetado, as cambotas metálicas ou com as
pregagens. Em qualquer dos casos, a utilização de rede metálica é um método de suporte
aconselhável em maciços com fracturação significativa, uma vez que constitui um método menos
dependente de erros de observação ou de insuficientes métodos de pré-dimensionamento. Para
auxiliar o ajuste da rede ao betão, é habitual colocar um parafuso nas extremidades da rede de
modo a auxiliar a fixação da malha ao betão (Gomes, Galiza, et al., 2007).

20
Figura 9 – Fixação dos empalmes da rede metálica

2.3.5. Cabos de aço

A inserção de cabos é utilizada em locais onde existam vãos de grandes dimensões


(nomeadamente zonas de bancadas), pois possuem uma maior capacidade de carga e
comprimento quando comparados com os outros métodos de sustimento geralmente usados
para suster zonas de elevado raio hidráulico e/ou terrenos de blocometria elevada.

Este tipo de sustimento consiste na inserção de um cabo de aço (de diâmetros e comprimentos
variados) constituído por filamentos entrelaçados no maciço rochoso. A ligação e a grande
capacidade de carga são transmitidas ao maciço por uma calda de cimento (com composição
variável) que é injetada depois no furo, com o cabo. Após o cabo estar colocado no maciço e o
cimento já ter sido injetado, é apertada uma chapa que reduz a dependência à ligação cabo/calda
que fica enfraquecida devido à deficiente injeção e desvios de tensão. Os cabos previnem a
progressão da fracturação e instabilidade do terreno e, uma vez que não é pré-tensionado,
admite alguma deformação do terreno.

Visto que o cabo é envolto numa calda de cimento, estes adquirem um longo período de vida e
um comportamento relativamente eficaz, mesmo nos terrenos mais fraturados (Costa, 2017).

21
Figura 10 - Cabos de aço no topo de um desmonte, suporte de rocha encaixante

2.4. Explosivos

Uma das primeiras decisões a tomar, a nível de projeto de desmonte, diz respeito à definição do
método de escavação, que, normalmente, em presença de um maciço rochoso competente
implica a perfuração e o desmonte com explosivos, enquanto para rochas brandas ou solos
envolve o uso de meios mecânicos (Figura 11). Nos terrenos de tipo intermédio, poderão ser
usados explosivos para desagregar e técnicas de escarificação ou de ataque pontual (Cardoso,
2015).

Entende-se por escavabilidade de um maciço rochoso, a sua capacidade de resistência à ação


proporcionada pelos equipamentos de escavação, tanto mecânicos quanto explosivos. Esta
competência do maciço para ser desagregado, é um fator determinante nas fases de projeto e
de execução (Bastos, 1998).

O método desenvolvido por J.A. Franklin (Franklin et al., 1971) foi inovador, porque propôs uma
sistematização do conceito de escavabilidade. Tem por base uma classificação do maciço
rochoso com base em parâmetros obtidos em testemunhos de sondagens, relacionando a
resistência da rocha (Is50 -índice de resistência à carga pontual) com o espaçamento médio entre

22
fraturas. Estes parâmetros podem ainda ser correlacionáveis com outras grandezas, o Is 50 com
a resistência à compressão simples e com o número de Schmidt; o espaçamento médio entre
fraturas com o RQD.

Este método, conforme se pode observar na Figura 11, define quatro métodos de desmonte do
maciço rochoso:

• Escavação mecânica;
• Escarificação;
• Uso de explosivos para desagregação;
• Desmonte com explosivo.

Figura 11 – Classificação da escavabilidade de maciços rochosos. (adaptado de Franklin et al., 1971)

2.4.1. Impedância

A impedância do explosivo é o produto da velocidade de detonação pela densidade de carga do


explosivo. O critério de seleção de um explosivo baseia-se na relação da sua impedância com a
impedância acústica do maciço rochoso. Quando se faz a escolha do explosivo tem-se em conta
o seguinte critério: a impedância do explosivo a utilizar deverá ser o mais próxima possível da
impedância acústica do maciço rochoso, que é o produto da velocidade sísmica no maciço pela
densidade da rocha desse maciço (Martinho, 2012).

23
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑉𝐷 ∗ ϒ𝑐 Equação 5

𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑎𝑐𝑖ç𝑜 = 𝑉𝑝 ∗ ϒ𝑟 Equação 6

Onde:

VD – Velocidade de detonação

ϒc – Densidade da carga explosiva

Vp – Velocidade das ondas sísmicas

ϒr – Densidade da rocha

Se a Impedância=Impedânciamaciço obtém-se o acoplamento acústico. Como dito anteriormente,


quanto mais próximo de 1 for esta relação, mais correta é a escolha do explosivo. (Martinho,
2012)

É possível estimar a velocidade das ondas sísmicas P no maciço. A relação foi proposta por
Barton (1991) e expressa-se por:

𝑉𝑝 (𝑘𝑚/𝑠) = log 𝑄 + 3.5 Equação 7

2.4.2. Diagramas e geometria

A principal diferença entre um desmonte em bancada e um desmonte numa galeria subterrânea


é que na frente da galeria a ação do explosivo se desenvolve apenas para uma frente livre
enquanto num desmonte em bancada existem duas frentes livres. Deste modo, numa galeria,
torna-se necessária a criação de uma nova frente livre para que a rocha se possa partir e ser
projetada para frente. Essa nova frente livre tem o nome de caldeira, ou caldeiro.

Figura 12 – Diferentes caldeiras com furos largos (Gomes, Carneiro, et al., 2007)

24
Com o desenvolvimento dos equipamentos de perfuração e a técnica dos furos paralelos,
permitiram idealizar novos tipos de desenho de caldeiros sempre com o mesmo objetivo que é
de obter o máximo avanço por pega. Os furos largos são furos de grandes diâmetros que não
são carregados com explosivo.

O caldeiro (ou caldeira) pode ser colocado em qualquer local da galeria ou túnel devendo
escolher-se um local de rocha pouco fraturada. A localização do caldeiro tem influência na
projeção do material pós detonação, no consumo de explosivo e no número de furos do
diagrama, dependendo também do perfil transversal do túnel. Para obter uma distribuição mais
uniforme do material desmontado, o caldeiro deverá ser colocado no centro e próximo da soleira.
Neste caso haverá projeções menos extensas e menor consumo de explosivo, mas a remoção
do material é difícil devido à compactação do material. A posição central junto à coroa provoca
uma distribuição do escombro mais extensa o que facilita o carregamento do escombro, mas o
consumo de explosivo é maior (Gomes, Carneiro, et al., 2007).

Se forem usados dois ou mais furos de grande diâmetro, o valor de Φ será dado pela seguinte
equação:

𝐷 = 𝜑√𝑛 Equação 8

Em que:

D – Diâmetro fictício;

Φ – Diâmetro de cada furo;

n – Número de furos deste tipo.

O rendimento da pega depende do diâmetro do furo de grande diâmetro, também conhecido


como furo largo. Quanto maior for o diâmetro do furo largo, maior será o rendimento da pega
(Figura 13).

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑔𝑎 Equação 9


𝜂 (%) = ∗ 100
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑟𝑎çã𝑜

25
Figura 13 - Influência do diâmetro dos furos livres no avanço por pega (Gomes, Carneiro, et al., 2007)

Considera-se a distância entre centros, a. Quando se utiliza vários furos largos, a=1,5D

Figura 14 - Distância entre centros

No presente trabalho foram desenhados vários diagramas de fogo que tiveram por base a Figura
15.

26
Figura 15 - Parâmetros usados para o cálculo da distância entre furos nos diagramas de fogo (Gomes,
Carneiro, et al., 2007)

Os diagramas desenhados no presente trabalho tiveram como base os parâmetros da Figura 15.

A carga específica enquadra-se nos cálculos finais dos diagramas de fogo. Através da Equação
10, pode ser determinada a carga específica para a totalidade da pega de fogo. O valor calculado
no diagrama de fogo para a carga específica pode ser comparado com o diagrama da Figura 16,
para efeitos de controlo do cálculo do diagrama de fogo.

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 Equação 10


𝑞=
á𝑟𝑒𝑎 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 ∗ 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

27
Figura 16 – Carga específica, q (Gomes, Carneiro, et al., 2007)

A perfuração específica também se enquadra nos cálculos finais dos diagramas de fogo. Através
da Equação 11, pode ser determinada a perfuração específica para a totalidade da pega de fogo.
O valor calculado pela equação para a perfuração específica pode ser comparado com o
diagrama da Figura 17, para efeitos de controlo do cálculo do diagrama de fogo.

𝑛º𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 Equação 11


𝑏=
𝑎𝑟𝑒𝑎 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 ∗ 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Figura 17 – Perfuração específica, b (Gomes, Carneiro, et al., 2007)

28
2.5. Número de estabilidade, N’

Mathews K.E., Hoek D.C., Wyllie D.C. e Stewart S.B.V. propuseram um método empírico para
avaliar a estabilidade das câmaras de desmonte e dimensioná-las, baseando-se num número de
estabilidade (Mathews et. Al. 1980). Mais tarde, em 1988, Yves Potvin expandiu o gráfico de
estabilidade original com mais 175 casos de estudo e introduziu o número de estabilidade
modificado N’ (Potvin, 1988). O método representa os fatores chave que influenciam o projeto
de dimensionamento e estabilidade das aberturas para o desmonte em bancada em minas
subterrâneas. Utilizando informação sobre a resistência do maciço rochoso e sua estrutura, bem
como o estado de tensões, forma e orientação da abertura, o autor conseguiu prever cenários
final da estabilidade sem suporte, com suporte e instabilidade mesmo com suporte. Este método
também sugere rácios de densidade e dimensionamento do sustimento aplicado com cabos de
aço na zona respetiva de estabilidade com suporte (E. Hoek et al., 1993).

O número de estabilidade modificado, N’, representa a capacidade de o maciço rochoso


permanecer estável sob certas condições de tensão e orientação.

É calculado pela seguinte expressão:

𝑁 ′ = 𝑄′ ∗ 𝐴 ∗ 𝐵 ∗ 𝐶 Equação 12

Em que:

• Q’ - É o sistema modificado da classificação Q-System, de Barton;


• A - Representa o fator relativo ao estado de tensões da rocha;
• B - O fator de influência das descontinuidades face à estabilidade do desmonte;
• C - O fator relativo ao dimensionamento do plano de orientação da abertura da stope.

Sistema de adaptação da classificação Q-system, Q’:

O sistema Q´ é calculado com base no mesmo procedimento da classificação de Barton,


assumindo uma redução dos fatores de tensão (SRF) para 1,0. O sistema não é aplicado em
condições hidrogeológicas anómalas, tornando assim o fator respetivo (J w) em 1.0. Ficando
assim o cálculo Q´ adaptado, igual à Equação 4.

Fator do estado de tensões rocha, A:

O fator A reflete a atuação da tensão nas superfícies em profundidade. Este é determinado pela
tensão compressiva não confinada da massa rochosa e a tensão que atua paralelamente às
faces do desmonte da rocha intacta é definida por testes laboratoriais. A tensão compressiva
induzida é dada pela modelação numérica ou assumida por valores referenciados em
publicações. O valor de A é determinado a partir do valor de tensão da rocha intacta sobre a
tensão compressiva induzida na abertura (Ferreira, 2015).

29
Quando:

𝜎𝑐 Equação 13
< 2 ; 𝐴 = 0.1
𝜎1

𝜎𝑐 𝜎𝑐
2< < 10 ; 𝐴 = 0.1125 ∗ − 0.125 Equação 14
𝜎1 𝜎1

𝜎𝑐
> 10 ; 𝐴 = 1.0 Equação 15
𝜎1

𝜎𝑐
Figura 18 – Valores do Fator A paradiferentes rácios de (E. Hoek et al., 1993)
𝜎1

Fator de influência das descontinuidades face à estabilidade do desmonte, B:

Este fator considera a ação das descontinuidades face à estabilidade do desmonte e é


responsável pela influência de fraturas críticas na estabilidade da superfície do stope. Na maioria
dos casos, as ruturas controladas ocorrem ao longo das superfícies de descontinuidade que
geram um ângulo raso com a superfície do desmonte, estas são denominadas de
descontinuidades críticas. Este ângulo, que torna o elo de ligação entre a rocha e a
descontinuidade pode ser quebrado pelos efeitos do rebentamento, tensão, ou outra família de
descontinuidades. Quando o ângulo se aproxima de zero, acontece um ligeiro aumento da
tensão, já que os blocos de rocha fraturados funcionam como uma viga. A influência da
fraturação crítica na estabilidade da escavação é maior quando é paralela à superfície livre e
menor quando é perpendicular. O fator B depende da diferença entre a orientação da fraturação
ou diaclasamento crítico e o desmonte da mina (E. Hoek et al., 1993).

30
Figura 19 - Valores de B para diferentes ângulos entre a superfície do stope e as descontinuidades
críticas. Adaptado de (E. Hoek et al., 1993)

Fator de orientação do desmonte, C:

O fator final, C, é um ajuste para os efeitos do peso gravítico. Podem ocorrer ruturas no teto
induzidas pela gravidade e nos hasteais do desmonte devido à escavação ou deslizamentos.
Nos abatimentos gravíticos dependentes do ângulo de inclinação da superfície do desmonte (θ),
o fator C pode ser diretamente calculado pela equação 𝐶 = 8 − 6 ∗ cos (𝛼) ou pelos gráficos
das Figura 18 e Figura 19.

Este fator tem o valor mínimo de 2 e máximo de 8. No caso de quedas gravíticas pode-se calcular
o fator C diretamente no gráfico da Figura 20 ou no gráfico da Figura 21 quando se trata de
deslizamentos.

31
Figura 20 - Fator de ajustamento gravítico, C, para quedas gravíticas. Adaptado de (Potvin, 1988)

Figura 21 - Fator de ajustamento gravítico, C, para deslizamentos. Adaptado de (Potvin, 1988)

Raio hidráulico

O fator S, correspondente ao Raio Hidráulico, é calculado pela expressão:

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐴 𝐴∗𝐵 Equação 16


𝑆= 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒
= 𝑃 = 2(𝐴+𝐵)

O raio hidráulico pode ser calculado para o teto da escavação e para os hasteais, assumindo
assim números de estabilidade, N´, para ambas as estruturas da escavação.

Utilizando os valores de N´e S, a estabilidade do desmonte pode ser estimada pelo gráfico da
Figura 22, que representa a estabilidade de desmontes baseados em casos de minas

32
Canadianas (Potvin, 1988). Este método contempla um sustimento com base em cabos de aço,
tornado mais adequados à estabilidade do stope. Pela interpretação de Mark Stephen Diederichs
e Douglas Jean Hutchinson (Hutchinson & Diederichs, 1996), a zona do gráfico correspondente
a uma estabilidade com suporte por cabos, delineado pelo limite das duas curvas externas, indica
quando estes são necessários e efetivos. Quando o raio hidráulico aumenta ou o número de
estabilidade diminuí, na área referida, o risco de queda ou instabilidade aumenta e o tempo de
auto suporte é reduzido, indicando uma malha de sustimento por cabos mais curta e cabos com
maior comprimento. Na Figura 10 é possível observar cabos de aço aplicados nos hasteais de
uma bancada.
Número de estabilidade modificado, N’

Raio hidráulico, m

Figura 22 - Gráfico de estabilidade modificado, identificando zonas de terreno estável, instável e uma
zona de transição, adaptado de (Potvin, 1988).

O Método do Gráfico de Estabilidade Modificado (Potvin, 1988) é o método de dimensionamento


de bancadas mais utilizado atualmente, vindo o aumento do número de casos de estudo reforçar
as conclusões tiradas por (Mathews et Al., 1980).

33
3. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E
GEOLÓGICO

34
3.1. Localização Geográfica

Situado no coração do Baixo Alentejo, no distrito de Beja, o concelho de Aljustrel tem algumas
vantagens em termos de localização devido à sua proximidade com o porto de Sines (70 km),
nomeadamente quando se pensa em termos de exportações de matérias-primas, bem como do
porto de Setúbal (130 km) e do porto de Huelva (200 km). Aljustrel, localidade associada a
explorações mineiras desde tempos longínquos, fica apenas a 160 km da cidade de Lisboa.

Na

Figura 23 é possível observar a vista aérea de Aljustrel com o couto mineiro situado à direita,
rodeado a vermelho e a lavaria no canto superior esquerdo, conforme a indicação da seta cor-
de-laranja.

Figura 23 - Vista aérea da vila de Aljustrel (adaptado de Google Maps)

O concelho de Aljustrel ocupa uma superfície de 458 Km 2, com 9234 habitantes,


administrativamente repartido por cinco freguesias: Aljustrel, Ervidel, Messejana, Rio de Moinhos
e São João de Negrilhos.

35
Figura 24 – Enquadramento geográfico do concelho de Aljustrel (Fonte: https://www.mun-
aljustrel.pt/menu/109/paisagem-e-povoamento)

3.2. Enquadramento Geológico

A Mina de Aljustrel localiza-se na zona ocidental da Faixa Piritosa Ibérica (FPI), no limite entre a
Zona de Ossa Morena (ZOM) e a Zona Sul Portuguesa (ZSP) (J. T. Oliveira et al., 2018).

O Complexo Vulcano-Sedimentar da Faixa Piritosa estende-se ao longo de 260 km desde as


proximidades de Alcácer do Sal até Sevilha. É responsável por alguns dos maiores depósitos
maciços de sulfuretos vulcânicos do mundo. É constituído maioritariamente por vulcanitos
félsicos e máficos, com pequena proporção de termos intermédios, que aparecem intercalados
numa sucessão terrígena variada, com larga predominância de xistos escuros e siltitos da era
paleozóica num período que varia entre o Devónico superior e o Carbónico. A assinatura
geoquímica dos vulcanitos é claramente bimodal, relacionada com distensão crustal. Assim,
direta ou indiretamente relacionados com este vulcanismo, ocorrem numerosos jazigos de
sulfuretos maciços ricos em metais básicos que fazem da FPI uma das principais províncias
metalogénicas do mundo para jazigos deste tipo (J. T. Oliveira et al., 2018).

A FPI encontra-se dividida em três principais unidades tectono-estratigráficas, da mais antiga


para a mais recente:

1. Grupo Filito-Quartzítico;
2. Complexo Vulcano-Silicioso;
3. Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (GFBA).

O Grupo Filito-Quartzítico é composto predominantemente por filitos, siltitos, quartzitos e


quartzograuvaques e aflora no interior de anticlinais, correspondendo ao substrato detrítico da
FPI. Os micro e macrofósseis das unidades areníticas, perto do cimo desta unidade são do
Devónico Superior. Trata-se do substrato detrítico da faixa piritosa onde predominam os xistos e

36
os quartzitos com quartzovaques subordinados, lentículas e nódulos carbonatados no topo.
Todas as serras existentes entre a mina de S. Domingos e Aljustrel, com exceção da serra
Branca, estão suportadas por rochas desta unidade (Barriga et al., 1997).

O complexo Vulcano-Silicioso encontra-se em conformidade com o Grupo Filito-Quartzítico e


consiste numa sequência vulcano-sedimentar, que possui rochas vulcânicas desde félsicas a
máficas e sedimentos, como xistos negros, xistos siliciosos, xistos borra-de-vinho, jaspes e
chertes. É nesta unidade onde se encontram os depósitos de sulfuretos polimetálicos bem como
ocorrências de manganês. Refira-se que no topo de episódios vulcânicos ácidos estão as
principais concentrações de sulfuretos (Oliveira & Oliveira, 1996).

O Grupo Flysch cobre, também em conformidade, o Complexo Vulcano-Silicioso com uma


distribuição muito espalhada a Este de arenitos. Este grupo corresponde à zona de mudança do
vulcanismo para sedimentação e corresponde à base do Grupo do Culm, que é composto por
uma formação basal xistenta, uma sequência turbidítica principal e uma formação limitada de
arenitos (Onézime et al., 2003).

Figura 25 – Geologia de Aljustrel e localização geográfica das cinco massas mineralizadas: São João,
Moinho, Estação, Algares e Feitais. (Ferreira, 2015)

É na FPI que se encontram dispersas algumas das maiores massas de sulfuretos do mundo
incluindo Rio Tinto, Neves-Corvo e Aljustrel. Em Aljustrel, os cinco depósitos inseridos na

37
concessão, exibidos na Figura 26, encontram-se delimitados por falhas, denunciando a sua
possível origem em ambiente hidrotermal. Estes são essencialmente piríticos, apresentando,
apenas localmente, quantidades significativas de calcopirite (Cu), esfalerite (Zn), galena (Pb).

No seu conjunto, os minérios da FPI contêm um volume de metais verdadeiramente


extraordinário que comprova a elevada produtividade da atividade hidrotermal mineralizante
nesta bacia durante aquela breve janela de tempo. De um modo geral, os depósitos típicos da
FPI incluem concentrações (“clusters”) de duas a seis massas de sulfuretos maciços e respetivos
stockworks. Os depósitos de sulfuretos maciços da FPI possuem também uma variedade notável
no que respeita às rochas que diretamente os hospedam e aos estilos de mineralização que se
lhes associam (Ferreira, 2015).

Figura 26 - Massas minerais dentro da área de concessão da Mina de Aljustrel (Mata, 2019)

38
Figura 27 – a) Mapa geológico da ZSP; b) Mapa tectónico da ZSP (adaptado de Onézime et al., 2003)

3.2.1. Geologia local

A geologia de Aljustrel é caracterizada por um subsolo Paleozóico da ZSP e uma sequência


moderna sedimentar da Bacia Terciária do Sado. A falha ativa da Messejana, com movimentos
NE-SW, define a margem SE desta bacia, a qual se encontra confinada ao bloco norte-ocidental
da falha (Figura 28). A falha da Messejana, que se estende desde a costa alentejana até aos
arredores de Madrid, possui um desligamento horizontal de 2,5km. Ao longo desta estrutura é
possível observar a ocorrência de um dolerito de idade Jurrásica (Candeias, 2008).

O anticlinório de Aljustrel CVS está representado numa secção NW-SE ao longo de 1, 5km.Perto
da falha da Messejana, na área de S.João, as estruturas Paleozóicas são afetadas por
movimentos senis, tendo atualmente uma direção NE-SW (Candeias, 2008).

Encontram-se identificadas muitas falhas com direção NW-SE, principalmente nas orlas menores
dos anticlinais. A falha de Aljustrel é uma das maiores estruturas e materializa o contacto SW
entre o Complexo Vulcano-Silicioso e o grupo Flysch. As falhas tardias varriscas, com direção
NNE-SSW produziram importantes movimentos direitos, provavelmente conjugados com os da
falha da Messejana. Este sistema encontra-se representado de SE para NW pelas falhas de
Esteval, Azinhal, Feitais, Represa, Castelo e Moinho (Candeias, 2008).

39
Figura 28 - Geologia da região de Aljustrel com representação da falha da Messejana (Fonte: Candeias,
2008)

3.3. Notas Históricas

As minas de Aljustrel possuem notas históricas bastante interessantes, desde a sua exploração
pelo povo romano até ser atualmente uma referência no país no que diz respeito às suas
explorações a minas subterrâneas. Citando a informação histórica no site do município de
Aljustrel (https://www.mun-aljustrel.pt/menu/114/historia-da-mineracao):

“A exploração de metais em Aljustrel, a mineração e a metalurgia, tiveram início em finais


do 3º milénio a.C., durante a Idade do Cobre, tendo sido recolhidos materiais que o
comprovam no morro de Nº Srª do Castelo, local onde se situava o povoado desse
período. Este local está equidistante dos potentes chapéus de ferro de Algares e S. João
do Deserto, sítios onde teria lugar a exploração mineira.

A ocupação da Idade do Bronze situava-se no morro de Mangancha, mais próximo dos


filões de S. João do Deserto. Estando a investigação deste local ainda em curso, não
podemos avançar muito mais considerandos sobre a exploração mineira neste período.

Em finais do séc. I a.C. tem início no morro de Mangancha a ocupação romana, tudo
indicando que aí se terá instalado uma guarnição militar que terá dado início à exploração

40
mineira e à construção de um novo povoado, Vipasca, situado mais próximo de Algares
e com fácil acesso, no local hoje conhecido como Valdoca ou Vale da Oca. Esta
exploração mineira durou até ao séc. IV d.C., com oscilações na produção coincidentes
com as crises do Império, sendo então abandonada, pelo menos com o carácter
industrial com que até aí tinha tido lugar.

Só voltamos a encontrar referência à existência de uma mina no Foral de 1252, em que


a Ordem de Santiago da Espada reserva para si os rendimentos da mina, porventura um
sinal de que a mina continuava a produzir. Mais tarde, início do séc. XVI, no rol de minas
existentes no país do Regulamento Mineiro de Ayres do Quintal, vem mencionada a mina
de Aljustrel. Em meados do mesmo século, num documento de D. João III, refere-se à
existência em Aljustrel de um funcionário régio que afinava e vendia aos pintores, um
pigmento conhecido como Azul de Aljustrel.

Novo hiato cronológico e, em 1848, é atribuída a primeira concessão de exploração


mineira em Aljustrel a um cidadão espanhol, Sebastião Gargamala, que poucos trabalhos
efetuou perdendo, assim, a concessão. A mesma é então atribuída à Lusitanian Mining
Company que também só labora durante dois anos, pelo que a concessão é então
transferida para uma firma portuguesa, a Companhia de Mineração Transtagana, que dá
início a uma exploração em grande escala, durante quinze anos, com introdução de
transporte ferroviário e tratamento do minério. Devido a uma conjuntura desfavorável no
mercado internacional, a empresa acaba por falir e a concessão passa para a casa
bancária Fonseca, Santos & Vianna.

Este banco vai-se associar a uma empresa belga e criar a Société Anonyme Belge des
Mines d’Aljustrel, que vai explorar a mina até 1973, embora ao longo da sua existência
se tenha associado com novos parceiros e assumido outras designações.

Em junho de 1973 a concessão transita para a posse da empresa Pirites Alentejanas,


SARL, de capital predominantemente nacional (Estado com 50%, CUF com 40% e Mines
d’Aljustrel com uma quota de 10%). Entretanto com as nacionalizações ocorridas em
1975, o Estado português passou a deter 90% do capital da empresa, ficando os
restantes 10% em poder dos belgas.

Entretanto, em 2001 o complexo mineiro de Aljustrel foi adquirido pela empresa


canadiana EuroZinc Mining Corporation que, em 2009, vendeu a mina a um grupo
português que alterou a designação da empresa para ALMINA - Minas do Alentejo, S.A.”

Como referido anteriormente, a concessão Mineira de Aljustrel engloba seis massas


mineralizadas de sulfuretos maciços vulcanogénicos e polimetálicos: Moinho, Feitais, Algares,
Estação, Gavião e São João. No passado, as massas de Algares e São João foram alvo de
exploração. Atualmente, apenas as massas de Moinho e Feitais se encontram em exploração
para a produção de concentrados de zinco e de chumbo.

41
42
4. ESTUDO DE CASO

43
4.1. Introdução ao estudo de caso

A presente dissertação é resultado de um caso de estudo do jazigo de São João, na mina de


Aljustrel, cenário do qual se conseguiram dados para sustentar as propostas que aqui serão
apresentadas.

Na mina de Aljustrel o desmonte é efetuado por subníveis com posterior enchimento. A


exploração inicia-se com a escavação de uma rampa de acesso, em formato helicoidal
descendente, e a partir da rampa inicia-se a abertura dos diferentes níveis, criando as galerias
de acesso ao corpo mineralizado em cada nível. A escavação das galerias de produção
prossegue e o comprimento da galeria é correspondente ao encontrado e prospetado pela
mineralização. No final do traçado de cada galeria, com dimensões 5A x 5L m, efetuam-se os
alargamentos aumentando a secção da mesma, entrando aqui no processo inicial para a
realização do desmonte em bancada. Após a execução do procedimento descrito para o nível
da galeria inferior inicia-se a perfuração vertical (Ferreira, 2015).

Esta perfuração permite a realização da exploração por bancadas, para os quais é necessária a
escavação de uma chaminé, ou slot, a fim de gerar a primeira frente livre para movimentação do
maciço rochoso a desmontar com recurso a explosivos. A partir daqui inicia-se o desmonte em
fatias ou cortes por perfuração vertical. O material desmontado na galeria é extraído na galeria
inferior com pás carregadoras e LHD´s. No final da exploração de cada cavidade, esta é cheia
com material de enchimento desde o nível de perfuração até ao imediatamente seguinte. Em
cada nível existem várias cavidades geradas, que são cheias com pastefill. Para obter um
controlo de estabilidade da exploração e de minimizar os variados danos provenientes de
colapsos ou outras instabilidades, e redução a diluição do minério, são consideradas galerias
com um raio hidráulico máximo estável definidos de acordo com o método do gráfico de
estabilidade (Ferreira, 2015).

A quantificação referente à resistência de um maciço rochoso, dureza e outros parâmetros que


podem ser ensaiados em laboratório são facilmente determinados. No entanto, a avaliação da
qualidade e tipo de comportamento esperado para um maciço rochoso in-situ é mais complexa.
Através de várias pesquisas realizadas, foram desenvolvidos métodos empíricos para determinar
a quantificação relativa à integridade do maciço rochoso, estimando, assim, as propriedades
mecânicas para o dimensionamento e suporte das escavações subterrâneas. Estes métodos são
denominados de sistemas de classificação de maciços rochosos.

A estrutura do log geotécnico é baseada nos requisitos de aplicação da classificação de maciços


rochosos, usando o sistema Q-modificado de (Barton et al., 1974), que após a observação e
análise de um grande número de escavações subterrâneas, propuseram uma classificação que
assenta na definição de um índice de qualidade Q baseado na análise de 6 fatores considerados
relevantes para a caracterização do comportamento dos maciços rochosos e obtenção de
necessidades de suporte (Martinho, 2015).

44
4.2. Aquisição e tratamento de dados

Todo o tratamento de dados realizado no âmbito da presente Dissertação, tem origem na tabela
do Anexo 1. Essa tabela foi resultado da compilação de vários log’s geotécnicos que foram sendo
elaborados ao longo dos últimos três anos, em campanhas de sondagens incidentes sobre o
jazido de São João da Mina de Aljustrel. Na primeira coluna da tabela está o código da
sondagem, por exemplo, JM18003 que pode ser interpretado da seguinte forma: A primeira letra
corresponde ao nome do jazigo, neste caso, Jazigo de São João. A segunda letra corresponde
ao local onde foi efetuada a sondagem, se foi em Mina ou à superfície. Os dois primeiros números
correspondem ao ano em que a sondagem foi efetuada, 2018. O restante é a
identificação/número da sondagem.

Figura 29 - Exemplo de um log geotécnico (documentação interna, ALMINA)

O valor de Q’ (Q-modificado) foi obtido durante a elaboração do log geotécnico. (Ver Equação
4). O valor de Q foi obtido posteriormente, multiplicando Q’ por Jw/SRF. (Equação 17)

𝐽𝑤 Equação 17
𝑄 = 𝑄′ ∗
𝑆𝑅𝐹

O valor selecionado para Jw foi de 1, assumindo uma escavação seca ou de baixo caudal (ver

45
Tabela 9), com base no histórico de escavações no jazigo do Moinho. O valor de SRF
selecionado foi de 2.5 (ver Tabela 10) para zonas competentes sem graus de alteração elevados
(W4-5 e W5) e de 7.5 para as zonas menos competentes com graus de alteração elevados,
geomecanicamente denominadas zonas de “falha”.

A abordagem inicial foi filtrar a tabela por litologias. Os códigos das litologias estão expressos na
Tabela 13.

Tabela 13 - Litologias

Código Designação
ARG, ARGn Argilito
CHF, CHT Cherte
DOL Dolerito
JSP Jaspe
MSX Sulfureto Maciço (Minério)
RUN, FRHY Tufos Riolíticos
STWK Stockwork/fissural
VSD, VAT Tufos vulcânicos de sedimentos finos

De seguida, considerou-se que as amostras de sondagem com graus de alteração W4-5 e W5


foram consideradas como zona de falha e estudadas como de uma litologia única se tratasse,
devido aos constrangimentos geotécnicos aquando da sua escavação e suporte. O código
escolhido para esta nomenclatura geomecânica foi FLT. Também foi criada uma nomenclatura
mineira, denominada de ESC (escombro) que engloba todas as litologias que não têm
aproveitamento económico. Por outras palavras, tudo o que não seja minério é considerado
escombro.

Foram consideradas 606 amostras, contemplando mais de 5000 m de sondagens. Desse


universo de amostras, 202 delas, ou seja, 1/3 da amostra, foi considerado FLT.

Tabela 14 - Sondagens com grau de alteração W4-5 e W5

%(m)/Total %(m)/total Q´ Q
Litologia n % (n) metros
de falha final(tudo) méd Méd
RUN/FRHY 88 44% 918,65 54,2% 17,9% 0,130 0,017
JSP/CHT 1 0% 4,75 0,3% 0,1% 0,500 0,067
ESC
ARGN 17 8% 91,05 5,4% 1,8% 0,055 0,007
VAT/VSD 19 9% 102,85 6,1% 2,0% 0,063 0,008
STWK 28 14% 201,3 11,9% 3,9% 0,070 0,009
MSX 49 24% 375,8 22,2% 7,3% 0,594 0,079

TOTAL* 202 1 1694,4 100% 33,1% 0,223 0,030

46
Tabela 15 - Sondagens com grau de alteração W1-2, W2, W3 e W4

%(m)/Total %(m)/total
Litologia n % (n) metros Q´méd Q Méd
sem falha final(tudo)
RUN/FRHY 189 47% 1850,38 54,0% 36,1% 3,978 0,972
JSP/CHT 14 3% 39,45 1,2% 0,8% 2,623 0,473
ESC ARGN 8 2% 23,3 0,7% 0,5% 0,096 0,024
VAT/VSD 23 6% 137,25 4,0% 2,7% 1,89 0,704
DOL 2 0% 2 0,1% 0,0% 0,129 0,017
STWK 33 8% 146,5 4,3% 2,9% 0,958 0,351
Minério
MSX 133 33% 1228,35 35,8% 24,0% 6,154 1,953
TOTAL 402 1 3427,23 100% 66,9% 4,187 1,189

4.3. Determinação das famílias de descontinuidades

Efetuou-se um levantamento de várias famílias de descontinuidades, em duas galerias


diferentes, pelo menos, tanto de MSX como de ESC. Os resultados médios das orientações estão
explícitos na Tabela 16 e representados visualmente na Figura 30. Assumiu-se uma família
aleatória, por segurança, o que levou a um aumento do Jn (ver Tabela 6) e consequentemente a
uma diminuição do Q. Devido ao facto de a massa da Mina do Moinho estar interligada com a de
São João, os valores das orientações serão extrapolados para o jazigo adjacente, contudo no
futuro deverá ser efetuado um estudo in-situ no jazigo de São João.

Tabela 16 – Orientações das famílias de descontinuidades

Litologia/Nomenclatura Strike Dip Famílias


110 60 F1
MSX
330 80 F2
135 75 F1
ESC
240 80 F2

47
Figura 30 – Projeção estereográfica do ESC (à esquerda) e do MSX (à direita) no software Steronet

Figura 31 - Levantamento das famílias principais de fraturas de MSX na mina do Moinho

48
4.4. Dimensionamento de Sistemas de Sustimento

Com a finalidade de propor alternativas aos sistemas de sustimento com base nos dados obtidos
e por nós trabalhados, foi utilizado ábaco de Barton (Figura 5). No ábaco original, existem nove
classes que dividem o material de acordo com o índice de qualidade da rocha como indicado na
Tabela 17.

Tabela 17 - Classes do índice de qualidade da rocha original, adaptado de (Barton et al., 1974)

Intervalo de Q Qualidade do maciço


0,001 0,01 Excecionalmente mau
0,01 0,1 Extremamente mau
0,1 1 Muito mau
1 4 Mau
4 10 Razoável
10 40 Bom
40 100 Muito bom
100 400 Extremamente bom
400 1000 Excecionalmente bom

No entanto, as sondagens analisadas tinham valores de Q muito baixos e não se justificava a


utilização de todas as classes. Assim, dividiu-se o ábaco em 4 zonas, com a finalidade de
apresentar uma proposta de um diagrama de sustimento para cada uma delas. Essa divisão
pode ser observada na Tabela 19.

O valor de ESR considerado foi de 1,6 (Tabela 11) por se ter considerado que a maior parte das
galerias abertas seriam definitivas. Na secção 5A X 5L, a dimensão equivalente (DE) será então
o quociente entre a altura da galeria (5 m) e o valor de ESR (1,6), correspondendo ao valor de
3,13 m.

Para efeitos de simplificação, uniformização ou otimização, optou-se por se usar o mesmo valor
de DE para as duas secções, após se verificar que a diferença não iria causar anomalias
significativas nas quantidades de betão a dimensionar.

Tabela 18 - Valores de ESR e de DE

5A X 5L 5,5A X 5L
Secção H L H L
5 5 5,5 5
Galerias Galerias Galerias Galerias
definitivas temporárias definitivas temporárias
ESR 1,6 4 1,6 4
Dimensão
3,13 1,25 3,44 1,25
equivalente(m)

49
Os valores de Q foram projetados no ábaco, com o valor da DE obtido, procedendo-se de seguida
à divisão pelas quatro zonas. A linha a vermelho indica a espessura de betão projetado, em cm.
Na zona 4 é possível observar uma gama de 25 a 15 cm de betão projetado, pelo que decidiu-
se usar o valor intermédio, 20 cm. Quanto ao espaçamento da malha de pregagens, o valor
obtido foi de 1 m.

Na Zona 3, a espessura de betão projetado varia de 15 a 9 cm, então usou-se o valor intermédio
de 12 cm numa tentativa de uniformização e otimização produtiva. Em relação à malha de
pregagens, de acordo com o ábaco, o valor varia de 1.0 a 1.4 m e o valor escolhido foi de 1 m
por motivos de segurança e para facilitar em termos práticos a colocação do parafuso.

Na Zona 2, a espessura de betão projetado varia de 9 a 6 cm, então usou-se um valor intermédio
de 7 cm numa tentativa de uniformização e otimização produtiva. Em relação à malha de
pregagens, de acordo com o ábaco, o valor varia de 1.4 a 1.9 m e o valor escolhido foi de 1.5 m
para facilitar em termos práticos a colocação do parafuso e também para salvaguardar a
estabilidade do maciço rochoso.

Na zona 1, não existe necessidade de colocar betão projetado e a malha de pregagens terá um
espaçamento de 2 m.

Comprimento das pregagens para ESR=1 (m)


Vão Livre ou altura / ESR (m)

Qualidade do Maciço Rochoso, Q

Figura 32 - Ábaco para dimensionamento de sustimentos, adaptado de (Barton, 2008)

Na Figura 32Figura 32 - Ábaco para dimensionamento de sustimentos, adaptado de (Barton, 2008) é


possível observar o ábaco de (Barton & Bieniawski, 2008) adaptado para o caso em estudo. As

50
zonas estão subdivididas por intervalos de Q (ver Tabela 19) e cada uma representa diferentes
tipos de sustimento. A linha inferior representa o valor constante da dimensão equivalente,
calculado na Tabela 18. A divisão foi efetuada de forma a diminuir o número de zonas e tornar a
escolha do tipo de sustimento o mais uniforme possível.

Tabela 19 - Proposta de sustimento de acordo com a zona do ábaco

Malha Espessura betão


Zonas Intervalo de q
pregagem (m) (cm)
Zona 4 0,001 0,01 1 20
Zona 3 0,01 0,20 1 12
Zona 2 0,20 2 1,5 7
Zona 1 2 2 s/betão

Na Tabela 20 observa-se a quantidade de sondagens de cada litologia, por cada zona


geotécnica. O somatório das sondagens por zona está explícito em percentagem no gráfico da
Figura 33.

Tabela 20 – Quantidade de amostras de cada litologia por zona geotécnica

Litologias Zona 4 Zona 3 Zona 2 Zona 1


ARG/ARGN 17 8 0 0
JSP/CHT/CHF 0 10 2 3
VAT/VSD 15 20 6 1
RUN/FRHY 58 121 52 47
STWK 23 29 8 1
MSX 13 83 37 50
∑= 126 (21%) 271 (45%) 105 (17%) 102 (17%)
TOTAL 604

Como é possível observar na Tabela 20, a maior parte das sondagens, quase 83%, encontram-
se nas zonas 4, 3 e 2, as piores zonas a nível de comportamento geomecânico do maciço, com
baixos RQD’s, baixas TCR e, que consequentemente, necessitam da utilização de betão
projetado para suportar a galeria. A Zona 4, com 21% do total de amostras analisadas, necessita
de um reforço adicional ao betão, como já foi anteriormente explicado. O RUN é a rocha
encaixante mais frequente e, portanto, aparece em maior número, em praticamente todas as
zonas, à exceção da Zona 1, em que o MSX apresenta mais 3 amostras.

51
Quantidade de amostras por zonas geotécnicas

17%
21%

17%

45%

zona 4 zona 3 zona 2 zona 1

Figura 33 – Quantidade de amostras por zona geotécnica

Tabela 21 – Características do terreno sem inclusão de zonas de falha (com graus de alteração W1 até
W4)

Terreno SEM W4-5 E W5


%(m)/Total %(m)/total RQD TCR
Litologia n % (n) metros Q´méd Q Méd
sem falha final(tudo) médio médio
ESC 236 59% 2052,38 59,9% 40,1% 3,53 0,877 17,57% 83,30%
STWK 33 8% 146,5 4,3% 2,9% 0,958 0,351 17,93% 85,44%
MSX 133 33% 1228,35 35,8% 24,0% 6,154 1,953 24,41% 88,06%
TOTAL/MÉDIA 402 100% 3427,23 100% 66,92% 4,187 1,190 19,86% 85,10%

Tabela 22 - Características do terreno em zona de falha (com graus de alteração W 4-5 e W5)

FLT (W4-5 E W5)


%(m)/Total %(m)/total Q´ RQD TCR
Litologia n % (n) metros Q Méd
DE falha final(tudo) méd médio médio
ESC 125 62% 1117,3 65,9% 21,8% 0,113 0,015 4,31% 66,84%
STWK 28 14% 201,3 11,9% 3,9% 0,07 0,009 4,87% 70,89%
MSX 49 24% 375,8 22,2% 7,3% 0,594 0,079 6,44% 70,03%
TOTAL/MÉDIA 202 100% 1694,4 100% 33,1% 0,224 0,030 4,90% 68,03%

52
O terreno sem inclusão de zonas de falha, da Tabela 21, pode ser frequentemente associado às
zonas geotécnicas de melhor qualidade (Zonas 1, 2 e 3), com maiores índices Q, maiores RQD
e TCR, comparativamente ao terreno com inclusão de zonas de falha, da

Tabela 22. Este último pode ser associado maioritariamente à zona 4, zona com fraco
comportamento geotécnico, RQD e TCR baixos, como já descrito anteriormente.

Secção 5A x 5L

Mediante a Tabela 19, efetuou-se uma esquematização da proposta de sustimento no software


AutoCAD. As Figura 34, Figura 36 e Figura 37 representam as geometrias das propostas para
as 4 zonas na secção 5A*5L.

Figura 34 – Proposta de sustimento para a zona 4 para a secção 5A*5L.

Nos piores casos da zona 4, poderá mesmo ser necessário a aplicação de elementos de reforço
especial, tais como colocação de rede metálica eletrossoldada, cambotas, betão moldado entre
outros, a definir caso a caso e mediante a avaliação da frente de escavação. A colocação de
cambotas, está esquematizada no lado esquerdo da Figura 34. No lado direito, observa-se a
esquematização da segunda proposta para a zona 4. Quando o terreno assim o permitir, ou seja,
quando não for necessário a aplicação de cambotas, a proposta para esta zona será a aplicação
de uma rede metálica eletrossoldada, betão projetado com fibras metálicas com 20 cm de
espessura e 12 pregagens numa malha de 1 m, com a primeira a ser colocada a 1,5 m da base.

Cambotas, cimbres metálicos ou costelas metálicas estão representadas na Figura 35.

53
Figura 35 – Cambotas

Figura 36 – Proposta de sustimento para a zona 3 (esquerda) e zona 2 (direita) para a secção 5A*5L

Na zona 3, a proposta esquematizada na Figura 36, tem betão projetado com fibras metálicas
com 12 cm de espessura e uma malha de pregagens espaçada de metro a metro perfazendo um
total de 12 pregagens por metro de avanço.

54
Na zona 2, também esquematizada na Figura 36Figura 37, propõe betão projetado com fibras
metálicas com 7 cm de espessura e uma malha de pregagens espaçada de 1,5 em 1,5 metros
perfazendo um total de 7 pregagens por metro de avanço linear.

Figura 37 - Proposta de sustimento para a zona 1 para a secção 5A*5L (direita)

Na zona 1, a proposta esquematizada na Figura 37Erro! A origem da referência não foi e


ncontrada., possui uma malha de pregagens espaçada de 1,5 em 1,5 metros, com o primeiro
parafuso a ser colocado a 2,4 m de altura, perfazendo um total de 7 pregagens por metro de
avanço linear. Não há necessidade de usar betão projetado nesta zona.

Na Tabela 23 pode-se observar os comprimentos de pregagens, calculados segundo as fórmulas


da Tabela 12.

Tabela 23 – Comprimentos padrão para as pregagens na secção de 5Ax5L, segundo (Barton &
Bieniawski, 2008)

Comprimento (m)
GALERIA 5A x 5L
Coroa Hasteais
Pregagens (definitivas) - Heliaço 2,5 2,5
Pregagens (temporárias) - Swellex 2,2 2,2

55
Figura 38 - Sustimento com malha-sol interrompido

Na Figura 38 é possível observar um sustimento com malha sol do lado esquerdo que foi
interrompido por se ter transitado de uma zona geotécnica 4 para uma zona 2, evidenciado pelas
condições geomecânicas do maciço rochoso. Porém, do lado direito da figura, observam-se
fraturas no betão, o que indica que o terreno está em descompressão, verificando-se a
necessidade de aplicação de uma reabilitação com reforço adicional.

Secção 5.5A*5L

Figura 39 – Proposta de sustimento para a zona 4 para a secção 5,5A*5L

56
À semelhança do que acontece na secção de 5A*5L, nos piores casos da zona 4, poderá mesmo
ser necessário a colocação de cambotas, esquematizadas no lado esquerdo da Figura 39. No
lado direito, observa-se a esquematização da segunda proposta para a zona 4, semelhante à
usada na secção 5A*5L. Nas zonas 3, 2 e 1 as propostas são análogas às apresentadas
anteriormente na secção 5A*5L.

Figura 40 - Proposta de sustimento para a zona 3 (esquerda) e zona 2 (direita) para a secção 5,5A*5L

Na Tabela 23 pode-se observar o comprimento das pregagens, dimensionadas segundo as


fórmulas da Tabela 12. Os valores são os mesmos para as duas secções porque no cálculo do
comprimento apenas entra a largura da galeria.

Figura 41 - Proposta de sustimento para a zona 1 com secção 5,5A*5L

57
4.5. Dimensionamento de diagramas de fogo

Após análise dos diferentes tipos de maciço rochoso, com distintas características geológico-
geotécnicas, concluiu-se que, numa tentativa de otimização e padronização de
dimensionamentos produtivos, era vantajoso e produtivo para os avanços efetuar um diagrama
de furação para o sulfureto maciço (rocha mais resistente, menos meteorizada e com melhores
características de competência geomecânica) e outro para todas as litologias envolventes e
classificadas de escombro (ESC) que geralmente apresentam características de meteorização e
fraturação mais elevadas, portanto menor competência geomecânica.

Nas zonas de falha (W4-5) é importante efetuar uma avaliação mais pormenorizada da
meteorização, fraturação e resistência, e ponderar a escavação mecânica em alguns casos
(consultar ábaco de Franklin da Figura 11). Este tipo de terreno pode ser frequentemente
associado à Zona 4, enquanto um tipo de terreno com W1 pode ser associado à Zona 1.

O espaçamento dos diagramas está evidenciado na Tabela 24.

Figura 42 - Proposta de diagrama de fogo para a secção 5A * 5L para escombro e maciço

58
Figura 43 - Proposta de diagrama de fogo para a secção 5,5A * 5L para escombro e maciço

No lado direito das figuras, com a designação de maciço, observa-se o diagrama standard para
Sulfureto Maciço, associado a graus de alteração W1-2 e índice de fraturação F1-2. Do lado
esquerdo, com a designação de escombro, está esquematizado o diagrama standard para pegas
típicas em escombro, com graus de alteração W3 e índice de fraturação F4-5. Como dito
anteriormente, as zonas geotécnicas não podem ser associadas aos diagramas de escombro ou
maciço pois estes resultam de classificações geológicas.

Por razões produtivas, optou-se por manter a carga por furo em 7 kg. Assim, pode afirmar-se
que em terrenos mais fraturados e mais meteorizados, associados a escombro, o número de
furos pode ser diminuído e, consequentemente, aumentado o espaçamento entre os mesmos.
Para efeitos de cálculo de consumos específicos optou-se por manter a mesma carga dos furos
de produção nos furos de contorno. Porém, é uma boa prática fazer o carregamento dos furos
de contorno com canas e cordão detonante, de forma a reduzir a concentração de carga ou até
mesmo equacionar um uso de pré-corte para minorar danos no maciço rochoso.

59
Tabela 24 – Espaçamentos médios dos diagramas de fogo

Espaçamento médio (m)


Secção Terreno 1ºQuad 2ºQuad 3ºQuad 4ºQuad Produção Contorno Soleira
MSX 1 1 1
5A*5L
ESC 1,25 1,25 1,25
0,27 0,56 1,19 1,98
MSX 1 1 1
5,5A*5L
ESC 1,25 1,25 1,25

Os valores dos quadrados são referentes ao caldeiro, que está representado na Figura 44.

Figura 44 - Medidas do caldeiro, em metros

4.6. Resistência à Compressão Uniaxial

Os ensaios de determinação da resistência à compressão uniaxial foram realizados numa prensa


Hidráulica (Figura 2), constituída por dois discos de aço que transmitem a carga axial na base e
no topo do provete, como esquematizado na Figura 1.

O comprimento dos provetes deve ser 2,5 a 3,0 vezes superior ao seu diâmetro e este, deve ser
relacionado com o maior grão mineral da rocha na proporção 10:1.

O ensaio consiste na aplicação contínua da carga axial transmitida pela prensa sobre os
provetes. De acordo com a norma, a velocidade de carga a utilizar deverá ser de 0,5 MPa/s.

60
Na Figura 46 é possível observar um provete antes do ensaio começar e depois do ensaio
acabar, quando ocorre a rutura. Assim que ocorrer a rotura total da amostra regista-se a tensão
máxima aplicada (ISRM, 1979).

Figura 45 – Introdução do diâmetro e altura do provete (esquerda) e Resultados finais do ensaio (direita)

Figura 46 – Carote de MSX, antes do ensaio Figura 47 – Carote de STWK, antes e depois do ensaio
(Esquerda) e depois do ensaio (Direita)

61
Figura 48 – Carote de RUN, antes e depois do ensaio. (São duas amostras diferentes)

É possível estimar os valores de resistência à compressão simples. Para tal, bastará recorrer à
classificação proposta pela ISRM, representada na Tabela 3, que, em função do grau de
qualidade da rocha, correlaciona a resistência à compressão simples (σc) e o índice de carga
pontual (IS(50)) com o comportamento do material face àquelas descrições.

Os ensaios de resistência à compressão serviram como base para o cálculo do Fator A, usado
no dimensionamento da estabilidade dos desmontes em bancada.

Tabela 25 – Valores médios dos ensaios de resistência a compressão efetuados

Litologia RCU (MPa) Classe de Resistência


Sulfureto Maciço 81,5 R4

Riólito (Rocha encaixante) 45,2 R3

Stockwork 30,1 R3

4.7. Desmonte em bancada e Número de estabilidade N’

Devido ao facto de a massa da Mina do Moinho estar interligada com a de São João os valores
dos ensaios do estudo do estado de tensão do Moinho serão extrapolados para o jazigo
adjacente. Tal, não dispensa um estudo das tensões in situ no jazigo de São João. O mesmo
encontra-se mais tectonizado, evidenciado pelo maior estado de fraturação e meteorização
relativa das diferentes litologias face à mina do Moinho. Tal facto pode ser justificado, também,
devido à maior proximidade da falha da Messejana.

62
Foi efetuado um estudo do estado de tensões no jazigo do Moinho em 2010 com medição nas 3
componentes, vertical e duas horizontais em 3 pisos com valores indicados na Tabela 26.

Tabela 26 - Estudo do estado de Tensões efetuado em 2010 (fonte: documento interno ALMINA)

Estado de Tensão Natural do Jazigo do Moinho


Piso 265 Piso 304 - C9 Piso 380

Valor Direção Inclinação Valor Direção Inclinação Valor Direção Inclinação

Sigma 1 (MPa) 7,5 S53ºW 30ºSW 11,1 N34ºW 50ºNW 11,5 S16ºW 29ºSW

Sigma 2 (MPa) 5,3 N7ºW 40ºNW 5,8 S77ºE 32ºSE 11 N58ºW 26ºNW

Sigma 3 (MPa) S61ºE 35ºSE 5,1 S28ºW 22ºSW 5,4 N66ºE 50ºNE

Características E = 71,7 GPa E = 102,6 GPa E = 75,6 GPa


Elásticas
Coef. Poisson = 0,29 Coef. Poisson = 0,3 Coef. Poisson = 0,3

Tabela 27 - Equações das retas dos sigmas

Sigma Equações
σ1 y = 0,0307x + 0,3345
σ2 y = 0,0521x - 9,1298
σ3 y = 0,0039x + 3,9

Apenas os primeiros três valores de sigma foram recolhidos, nas cotas de 265, 304 e 380 m. Os
restantes foram calculados segundo a reta de regressão linear obtida. Os valores de σ1 foram
usados no cálculo do fator A.

Tabela 28 - Valores de Sigma 1, 2 e 3 nas diferentes cotas

Cota (m) σ1 σ2 σ3
265 7,5 5,3
304 11,1 5,8 5,1
380 11,5 11 5,4
400 12,61 11,71 5,46
420 13,23 12,75 5,54
440 13,84 13,79 5,62
460 14,46 14,84 5,69
480 15,07 15,88 5,77
500 15,68 16,92 5,85
520 16,3 17,96 5,93
540 16,91 19 6,01

63
Tensões (σ1, σ2, σ3)

20
y = 0,0307x + 0,3345
18

16

14 σ1
Valor do sigma σ

σ2
12
σ3
10 Linear (σ1)
y = 0,052x - 9,0979
8 Linear (σ1)
Linear (σ2)
6
Linear (σ2)
4
y = 0,0038x + 3,934 Linear (σ3)
2

0
0 100 200 300 400 500 600
Cota do piso (m)

Figura 49 – Gráfico de tensões σ1, σ2, σ3

Com o auxílio do Engenheiro Tiago Ferreira foram efetuados quatro ensaios que consistiram na
execução de estudos de estabilidade e definição de raios hidráulicos máximos para faces de
desmontes à cota -450 na mina do Moinho.

Ensaio 1: Faces de desmonte coroa, paredes e topo sem exposição da rocha encaixante sem
suporte por cabos

Tabela 29 – Ensaio 1

Ensaio 1 – S/ exposição da rocha encaixante e sem suporte por cabos de aço


Raio
Face de
Litologia Q´ A B* C N´ Hidráulico
desmonte
máximo (m)
Coroa 4,63 0,5 0,2 6 (1) 2,78 4
Sulfureto
Parede 4,63 0,5 0,2 3 (2) 1,39 3,2
maciço
Topo 4,63 0,5 0,2 3 (3) 1,39 3,2

64
Assumiu-se:

(1) - Inclinação do desmonte de 75º (valor aproximado da inclinação média da massa


mineralizada)

(2) - Família de descontinuidades mais inclinada, 80º (ver levantamentos geotécnicos do moinho
no maciço e stockwork/riólito) e considerou-se o valor de C=3 (retirado do gráfico da Figura 21)

(3) - Valor mínimo assumido por segurança, face ao desconhecimento da direção preferencial
planeada para os desmontes e os ângulos críticos entre a família de diáclases mais desfavorável

Figura 50 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 1

Ensaio 2: Faces de desmonte coroa, paredes e/ou topo com exposição da rocha encaixante no
topo sem suporte por cabos

Tabela 30 – Ensaio 2

Ensaio 2 – C/ exposição da rocha encaixante e sem suporte por cabos de aço


Raio
Face de
Litologia Q´ A B C N´ Hidráulico
desmonte
máximo (m)
Coroa Maciço 4,63 0,5 0,2 6 2,78 4
Parede Riólito 2,77 0,2 0,2 3 0,33 2,1
Topo Riólito 2,77 0,2 0,2 3 0,33 2,1

65
Figura 51 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 2

Ensaio 3: Faces de desmonte coroa, paredes e/ou topo sem exposição da rocha encaixante
com suporte por cabos

Tabela 31 – Ensaio 3

Ensaio 3 – S/ exposição da rocha encaixante com suporte por cabos de aço


Raio
Face de
Litologia Q´ A B C N´ Hidráulico
desmonte
máximo (m)
Coroa 4,63 0,5 0,2 6 2,78 6
Sulfureto
Parede 4,63 0,5 0,2 3 1,39 4,5
maciço
Topo 4,63 0,5 0,2 3 1,39 4,5

66
Figura 52 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 3

Ensaio 4: Faces de desmonte coroa, paredes e topo com exposição da rocha encaixante no
topo e com suporte por cabos

Tabela 32 – Ensaio 4

Ensaio 4 – C/ exposição da rocha encaixante com suporte por cabos de aço


Raio
Face de
Litologia Q´ A B C N´ Hidráulico
desmonte
máximo (m)
Coroa Sulfureto 4,63 0,5 0,2 6 2,78 6
Parede Riólito 2,77 0,2 0,2 3 0,33 4
Topo Riólito 2,77 0,2 0,2 3 0,33 4

67
Figura 53 - Gráfico de estabilidade do Ensaio 4

Considerações:

• Esta análise foca-se apenas numa proposta de dimensionamentos para faces de


desmontes compreendidos entre as cotas -400 e -500.
• Este estudo não dispensa uma análise do estado de tensões in-situ da mina de São
João, uma vez que os valores estão extrapolados da mina do Moinho e isso influencia o
fator A.
• Não dispensa uma análise de cartografia geotécnica in loco em galerias de acesso aos
respetivos desmontes e aprimoramento dos fatores B e C e possível modelação 3D.
• Os valores de raios hidráulicos propostos com e sem cabos baseiam-se num estudo
empírico de Potvin e Mathews, tal terá continuidade para um estudo futuro de pormenor
e dimensionamento de câmaras subterrâneas de desmonte, por zonas geotécnicas
dentro da mineralização e ajustes nas diferentes cotas, com particular dependência do
método de desmonte e enchimento a aplicar na mina.
• Com base na experiência, e históricos de tratamento de dados os valores de N´ para
obtenção do raio hidráulico máximo admissível sem suporte por cabos, consistiram na
interseção com a primeira curva limítrofe da zona cinzenta do gráfico.
• Com base na experiência, e históricos de tratamento de dados os valores de N´ para
obtenção do raio hidráulico máximo admissível com suporte por cabos, consistiram na
interseção com a segunda curva limítrofe da zona cinzenta do gráfico, pré zona instável.

4.8. Consumos específicos

São aqui apresentados consumos de betão, pregagens, perfuração específica e explosivo.

68
Tabela 33 – Consumos específicos de betão

Betão projetado (m3)


Por pega Por metro linear
ZONAS
5A * 5L 5,5A * 5L 5A * 5L 5,5A * 5L
Zona 4 14,8 15,8 3,7 4,0
Zona 3 8,9 9,5 2,2 2,4
Zona 2 5,2 5,5 1,3 1,4

𝑉 𝑏𝑒𝑡ã𝑜 = 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∗ 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 1,3 Equação 18

O volume é expresso em m3 e o perímetro, comprimento e espessura é dado em metros. O fator


de sobredimensionamento (1,3) é usado para colmatar irregularidades do terreno, mantendo
espessura constante e considerando, também, o fator de ressalto associado, de
aproximadamente 15%.

Tabela 34 – Quantidade de parafusos aplicados por metro de exploração

Parafusos por metro linear


5A * 5L 5,5A * 5L
Zona 4 12 14
Zona 3 12 12
Zona 2 4,67 4,67
Zona 1 4,67 4,67

O número de pregagens da zona 3, 2 e 1 não varia da secção 5A*5L para 5,5A*5L apesar de
aumentar a altura da secção porque o primeiro parafuso é colocado mais acima.

Tabela 35 – Perfuração específica

Metros de rocha perfurada/m3 de rocha desmontada


5A * 5L 5,5A * 5L
MSX 2,40 2,18
ESC 2,12 1,93

69
A perfuração específica foi calculada segundo a Equação 11.

Tabela 36 – Quantidade de emulsão

Quantidade de emulsão (kg)


Por pega Por metro cúbico de rocha desmontada
5A * 5L 5,5A * 5L 5A * 5L 5,5A * 5L
MSX 329 329 3,44 3,13
ESC 287 287 3,00 2,73

A quantidade de carga utilizada foi 7 kg por furo. Como já se dimensionou novos diagramas de
fogo optou-se por manter a quantidade de explosivo por furo, sendo o mesmo do tipo emulsão a
granel, atualmente em vigor.

4.8.1. Análise de impedâncias

Foram efetuados ensaios para determinar a densidade das amostras e os resultados obtidos são
os apresentados na Tabela 37.

Tabela 37 - Impedância das litologias

V propagação Impedância
Rocha γr (g/cm3)
(m/s) maciço
Maciço 4,2 3791 15921
STWK 2,86 3045 8710
Escombro 2,6 3443 8952

Tabela 38 - Impedâncias de alguns explosivos analisados, retiradas dos catálogos da própria empresa

V detonação γc
Impedância
(m/s) (g/cm3)
Subtek™ Eclipse™ 4600 1,2 5520
Subtek™ Charge 5810 1,1 6391
ORICA
Subtek™ Charge™ i 4600 1,2 5520
Subtek™ Charge i CS 5859 1,1 6445
RIOMEX 10000 DS 5950 1,1 6545
RIOFLEX MX 10000 5525 1,17 6464
MAXAM
RIOFLEX GX 10000 4925 0,975 4802
RIOFLEX GX 7000 4900 1,025 5023

70
Tabela 39 – Relação de impedâncias entre o tipo de terreno e o explosivo

MSX STWK ESC


Subtek™ Eclipse™ 2,884 1,578 1,622
Subtek™ Charge 2,491 1,363 1,401
ORICA
Subtek™ Charge™ i 2,884 1,578 1,622
Subtek™ Charge i CS 2,470 1,351 1,389
RIOMEX 10000 DS 2,433 1,331 1,368
RIOFLEX MX 10000 2,463 1,347 1,385
MAXAM
RIOFLEX GX 10000 3,316 1,814 1,864
RIOFLEX GX 7000 3,170 1,734 1,782

O Subtek™ Eclipse™ é o explosivo atualmente usado em bancadas e o Subtek™ Charge i CS


é usado em galerias de drift. Os explosivos que apresentam relações de impedância mais
próximas de 1 são os mais indicados para qualquer tipo de terreno. No entanto, devem ser
considerados outros fatores no momento da escolha do explosivo como o transporte, a
densidade e o seu comportamento na presença de água, por exemplo. A escolha do explosivo
não se deve focar apenas na sua relação de impedância, embora seja um dos fatores a ter em
conta.

71
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS
FUTUROS

72
5.1. Conclusões

Para além das pequenas conclusões que foram sendo referidas ao longo do trabalho, cabe agora
efetuar um balanço e assinalar as maiores conclusões desta dissertação.

O grande objetivo deste trabalho era efetuar uma parametrização geotécnica do


desenvolvimento mineiro subterrâneo do jazigo de São João e foi cumprido, nomeadamente com
propostas de dimensionamento de sustimento e de diagramas de fogo. Os restantes objetivos
do trabalho também foram cumpridos.

As zonas geotécnicas 4, 3 e 2 necessitam de aplicação de betão projetado, estimando-se que


83% do desenvolvimento irá necessitar desse tipo de suporte. Na zona 4, na secção 5,5A*5L,
por exemplo, é estimado um gasto de 4 m3 de betão por metro linear de desenvolvimento.

Em algumas galerias que atravessam zonas de falha e, em casos pontuais, poderá ser
necessário recorrer a desmonte mecânico (roçadora) e aplicação de algum tipo de sustimento
especial como por exemplo cambotas e betão moldado em zonas com grau de alteração W5 e
presença de água, que deverá ser avaliado por uma equipa especializada para esse efeito.

É importante cartografar todas as frentes de avanço com um levantamento ao pormenor de todas


as descontinuidades existentes no maciço rochoso, desde o processo inicial, começando pelas
sondagens, seguidas do zonamento geomecânico e aplicação para o modelo de blocos. Uma
equipa especializada levanta esses valores de Q in-situ e complementa a informação pré-
existente. O tipo de sustimento a aplicar varia consoante a qualidade do maciço rochoso e esta
pode variar muito numa curta distância. Obtendo os valores reais da classificação Q, é possível
calcular o máximo vão-livre do maciço rochoso. Assim é possível determinar os avanços
admissíveis, mas estes só devem ser avaliados pega a pega e por equipas especializadas em
mecânica de rochas.

73
5.2. Desenvolvimentos/trabalhos futuros

Em perspetiva de estudos futuros, seria interessante abordar os seguintes temas:

• Estado de tensões do jazigo de São João e um estudo de desenvolvimento de desmonte


em bancada.
• Estudo sobre a carga específica utilizada nos furos, tentando otimizar o ciclo produtivo
da bombagem de emulsão.
• Estudos de novos diagramas de fogo com diferentes diâmetros de furação larga,
geometria e cargas específicas, padecendo de estudos geotécnicos mediante os
avanços do desenvolvimento.
• Fazer um estudo de novas misturas de betão a aplicar em novos desenvolvimentos, a
utilizar nas zonas 4, 3, 2, em terrenos com presença de água, por exemplo, com
aplicação de aditivos com fins de cicatrização.
• Otimização do fator de sobredimensionamento do betão.
• Estudar a influência da afiação de bits na otimização do ciclo de perfuração.
• Estudos de otimização de novos sistemas de suporte a aplicar na zona 4, pregagens
autoperfurantes com resinas expansivas, por exemplo.
• Efetuar um estudo/analise técnico-económica do uso de pré-corte com o objetivo de
reduzir danos no maciço rochoso.

74
6. REFERÊNCIAS

Aires‐Barros, L. (1991). Alteração e alterabilidade de rochas. Instituto Nacional de Investigação


Científica, INIC, Lisboa, 384 pp.

Barriga, F. J. A. S., Carvalho, D. De, & Ribeiro, A. (1997). Introduction to the Iberian Pyrite Belt.
SEG Neves Corvo Field Conference, 27(January), 1–20.

Barton, N., & Bieniawski, Z. T. (2008). RMR and Q - Setting records. February.

Barton, N., Lien, R., & Lunde, J. (1974). Engineering Classification of Rock Masses for the Design
of Tunnel Support. In Norg Geotek Inst, Publ (Issue 106). https://doi.org/10.1016/0148-
9062(75)91319-4

Bieniawski, Z. T. (1989). Engineering rock mass classifications: a complete manual for engineers
and geologists in mining, civil, and petroleum engineering.

Bieniawski, Z. T., & Bernede, M. J. (1979). Suggested methods for determining the uniaxial
compressive strength and deformability of rock materials. International Journal of Rock
Mechanics and Mining Sciences & Geomechanics Abstracts, 16(2), 138–140.
https://doi.org/10.1016/0148-9062(79)91451-7

Candeias, C. M. L. (2008). Caracterização ambiental da zona envolvente à área mineira de


Aljustrel. http://hdl.handle.net/10773/2738

Cardoso, J. G. (2015). Estudo comparativo entre diversas técnicas de desmonte para


optimização económica e ambiental. Instituto Superior Técnico.

Costa, P. M. M. (2017). Geologia Mineira em Neves-Corvo Acompanhamento de trabalhos de


fundo de mina e de prospeção mineira.

Deere, D. U. (1963). Technical Description of Rock Cores (pp. 16–18).

Deere, D. U., & Deere, D. W. (1988). The Rock Quality Designation (RQD) in Practice.

Ferreira, T. (2015). Geomecânica aplicada à estabilidade de explorações mineiras bench and fill:
o caso do jazigo de Feitais, Minas de Aljustrel.

Franklin, J. A., Broch, E., & Walton, G. (1971). Logging the mechanical character of rock.
Transactions of the Institution of Mining and Metallurgy, Section A: Mining Technology,
80(770), 1–9.

Gomes, L., Carneiro, G., & Vieira, A. (2007). Escavações subterrâneas I. Instituto Superior de
Engenharia do Porto.

Gomes, L., Galiza, C., & Vieira, A. (2007). Escavações subterrâneas II. Instituto Superior de

75
Engenharia do Porto.

Hoek, E. (2007). Pratical Rock Engineering.

Hoek, E., & Brown, E. T. (1997). Practical estimates of rock mass strength. 34(8), 1165–1186.
https://doi.org/10.1109/HiPC.2019.00003

Hoek, E., Kaiser, P. K., & Bawden, W. F. (1993). Support of Underground.

Hoek, Evert, & Wood, D. F. (1987). Support in Hard rock Underground Mines. Industrial Research,
35, 1–6.

Hutchinson, D. J., & Diederichs, M. S. (1996). Cablebolting in Underground Mines. BiTech


Publishers Ltd.

ISRM. (1979). Suggested methods for the quantitative description of discontinuities in rock
masses. In International Journal of Rock Mechanics and Mining Sciences & Geomechanics
Abstracts (Vol. 16, Issue 2, p. 22). https://doi.org/10.1016/0148-9062(79)91476-1

ISRM. (1981). Basic geotechnical description of rock masses. International Journal of Rock
Mechanics and Mining Sciences & Geomechanics Abstracts, 18(3), 43–44.
https://doi.org/10.1016/0148-9062(81)90994-3

Laubscher, D. H. (1990). A geomechanics classification system for the rating of rock mass in mine
design. JOURNAL OF THE SOUTH AFRICAN INSTITUTE OF MINING AND
METALLURGY, 90(10), 257–273. https://doi.org/10.1016/0148-9062(91)90830-f

Martinho, A. R. (2015). PROCEDIMENTO PARA ELABORAÇÃO DE LOG GEOTÉCNICO.

Martinho, J. F. D. C. (2012). O Uso De Explosivos Na Escavação De Túneis: Implementação Do


Dimensionamento De Diagramas De Fogo Em Folhas De Cálculo. 179.

Mathews K.E., Hoek D.C., Wyllie D.C., Stewart S.B.V. (1980). Prediction of stable excavation
spans for mining at depths below 1000 metres in hard rock. Report to Canada Centre for
Mining and Energy Technology (CANMET), Department of Energy and Resources; DSS File
No. 17SQ.23440-0-90210. Ottowa.

Mata, L. E. P. S. da. (2019). Análise de estabilidade em desmontes de zinco no jazigo de Feitais.


Instituto Superior Técnico.

Oliveira, J. T., Relvas, J. M. R. S., Pereira, Z., Matos, J. X., Carlos, J., Rosa, D. R. N., Munhá, J.,
Jorge, R. C. G. S., & Pinto, Á. M. M. (2018). O complexo Vulcano-Sedimentar da Faixa
Piritosa: estratigrafia, vulcanismo, mineralizações associadas e evolução tectono-
estratigráfica no contexto da Zona Sul Portuguesa. September, 1-37 pp.

Oliveira, T., & Oliveira, V. (1996). Síntese da Geologia da Faixa Piritosa, em Portugal, e das
Principais Mineralizações Associadas.

76
Onézime, J., Charvet, J., Faure, M., Bourdier, J.-L., & Chauvet, A. (2003). A new geodynamic
interpretation for the South Portuguese Zone (SW Iberia) and the Iberian Pyrite Belt genesis.
Tectonics, 22(4), n/a-n/a. https://doi.org/10.1029/2002TC001387

Pinheiro, R. F. S. (2013). Classificações geomecânicas mineiras para o dimensionamento de


maciços rochosos: o aplicativo MGC‐RocDesign|Calc. Instituto Superior de Engenharia Do
Porto.

Potvin, Y. (1988). EMPIRICAL OPEN STOPE DESIGN IN CANADA.

Romana, M. R. (1993). A Geomechanical Classification for Slopes: Slope Mass Rating.


Comprehensive Rock Engineering. Vol. 3, 575–600. https://doi.org/10.1016/B978-0-08-
042066-0.50029-X

Stillborg, B. (1986). Professional Users Handbook for ROCK BOLTING (T. T. PUBLICATIONS
(ed.); Vol.15).

Wickham, G.E.; Tiedemann, H.R.; Skinner, E.H. (1972). "Support determination based on
geologic predictions". In Lane, K.S.; Garfield, L.A. (eds.). Proc. 1st North American Rapid
Excavation & Tunnelling Conference (RETC), Chicago. 1. American Institute of Mining,
Metallurgical and Petroleum Engineers (AIME), New York. pp. 43–64

77
7. ANEXOS

78
Anexo I – Tabela de todos dados recolhidos a partir das sondagens.

Código From TCR W


To (m) Litologia Q´ RQD (%) Q
sondagem (m) (%) (alteração)
JM18001A 35,6 36,5 ARGN 0,067 100 0 W4-5 0,009
JM18001A 53,5 56,95 ARGN 0,067 100 4,058 W4-5 0,009
JM18001A 66,9 69,95 ARGN 0,033 50,820 0 W4-5 0,004
JM18001A 100,15 105,65 ARGN 0,033 87,273 0 W4-5 0,004
JM18001A 113,55 117,15 CHF 0,083 30,556 3,056 W2 0,033
JM18001A 28,6 30 fqRHY 6,143 92,857 61,429 W1-2 2,457
JM18001A 30 50,9 fqRHY 0,056 78,469 6,124 W4-5 0,007
JM18001A 50,9 61,6 fqRHY 5,748 96,729 34,486 W2 2,299
JM18001A 90,3 93,6 fRHY 2,818 83,333 28,182 W3 1,127
JM18001A 87,85 90,3 MSX 0,083 81,633 0 W3 0,033
JM18001A 94,3 95 MSX 3,714 92,857 18,571 W1-2 1,486
JM18001A 101,15 107,2 MSX 2,645 93,388 13,223 W2 1,058
JM18001A 117,15 117,75 MSX 0,067 100 0 W4-5 0,009
JM18001A 121,6 124,4 MSX 31,071 96,429 62,143 W1-2 12,429
JM18001A 124,4 131,1 MSX 0,067 69,403 9,701 W4 0,027
JM18001A 131,1 141,85 MSX 5,284 97,209 26,419 W1-2 2,113
JM18001A 141,85 153,4 MSX 0,042 79,654 1,991 W5 0,006
JM18001A 154,7 163,5 MSX 7,727 98,864 38,636 W1-2 3,091
JM18001A 172,65 184,05 MSX 5,807 98,684 29,035 W1-2 2,323
JM18001A 184,05 193,05 MSX 0,042 96,667 9,111 W4-5 0,006
JM18001A 51,2 51,9 MSX 0,083 78,571 0 W3 0,033
JM18001A 69,95 74,35 MSX 0,182 90,909 27,273 W4-5 0,024
JM18001A 75,15 77,2 MSX 4,585 100 22,927 W3 1,834
JM18001A 77,2 85,95 MSX 0,067 81,486 8,114 W4-5 0,009
JM18001A 85,95 96 MSX 4,378 99,005 21,891 W2 1,751
JM18001A 96 100,15 MSX 17,590 100 70,361 W1-2 7,036
JM18001A 105,65 111,05 MSX 13,926 100 69,630 W1-2 5,570
JM18001A 111,05 117,85 MSX 7,824 100 39,118 W1-2 3,129
JM18001A 120,3 123,75 MSX 10,319 100 51,594 W1-2 4,128
JM18001A 137,55 143,95 MSX 0,067 56,250 3,125 W4-5 0,009
JM18001A 0 10 RUN 5,320 90,500 26,600 W1-2 2,128
JM18001A 10 28,6 RUN 0,104 65,054 12,473 W3 0,042
JM18001A 61,6 80,9 RUN 0,056 74,093 5,389 W4-5 0,007
JM18001A 224,45 232,2 RUN 0,042 59,355 2,581 W4-5 0,006
JM18001A 0 8,6 RUN 6,395 88,372 31,977 W2 2,558
JM18001A 8,6 14,5 RUN 0,083 92,373 4,407 W3 0,033
JM18001A 14,5 21,95 RUN 6,107 99,329 48,859 W1-2 2,443
JM18001A 21,95 35,6 RUN 0,056 67,399 8,938 W4-5 0,007
JM18001A 36,5 41,15 RUN 1,005 100 5,806 W3 0,402
JM18001A 58,55 61,1 RUN 5,637 100 45,098 W1-2 2,255
JM18001A 131,4 137,55 RUN 0,062 86,992 11,220 W4-5 0,008

A-1
JM18001A 143,95 152,7 RUN 0,069 41,143 0 W4-5 0,009
JM18001A 80,9 87,85 STWK 0,056 11,511 0 W4-5 0,007
JM18001A 93,6 94,3 STWK 0,056 100 0 W4-5 0,007
JM18001A 95 97 STWK 0,056 100 0 W4-5 0,007
JM18001A 97 101,15 STWK 3,464 98,795 55,422 W2 1,386
JM18001A 107,2 109,9 STWK 0,083 59,259 0 W2 0,033
JM18001A 117,75 121,6 STWK 0,067 50,649 0 W4-5 0,009
JM18001A 153,4 154,7 STWK 0,042 100 0 W5 0,006
JM18001A 163,5 172,65 STWK 0,058 60,109 10,492 W4-5 0,008
JM18001A 193,05 208,6 STWK 0,132 94,212 19,743 W4 0,053
JM18001A 208,6 224,45 STWK 0,056 72,555 6,057 W4-5 0,007
JM18001A 41,15 51,2 STWK 0,056 78,607 7,960 W4-5 0,007
JM18001A 51,9 53,5 STWK 0,062 81,250 15,000 W4-5 0,008
JM18001A 74,35 75,15 STWK 0,083 87,500 12,500 W4 0,033
JM18001A 123,75 131,4 STWK 0,042 94,771 0 W4-5 0,006
JM18001A 109,9 113,55 VSD 0,083 69,863 0 W2 0,033
JM18001A 56,95 58,55 VSD 31,875 100 63,750 W1-2 12,750
JM18001A 61,1 66,9 VSD 0,067 100 3,448 W4-5 0,009
JM18003 44,55 45,5 ARGN 0,083 100 0 W3 0,033
JM18003 66,2 74,5 ARGN 0,067 88,554 12,048 W4-5 0,009
JM18003 83 85,3 ARGN 0,042 73,913 0 W4-5 0,006
JM18003 121,6 124,3 ARGN 0,067 90,741 0 W4-5 0,009
JM18003 18,8 25,8 fqRHY 5,024 93,571 60,286 W1-2 2,010
JM18003 25,8 43,1 fqRHY 0,056 52,717 8,960 W4-5 0,007
JM18003 75,7 79,7 fRHY 8,219 100 65,750 W1-2 3,288
JM18003 62,4 64,2 MSX 0,083 100 0 W4-5 0,011
JM18003 90 100 MSX 7,500 98,000 37,500 W1-2 3,000
JM18003 100 101 MSX 0,083 100 10 W4-5 0,011
JM18003 104,4 110,5 MSX 0,083 96,721 4,098 W4-5 0,011
JM18003 110,5 121,6 MSX 6,180 100 30,901 W3 2,472
JM18003 124,3 130,7 MSX 14,063 100 56,250 W2 5,625
JM18003 130,7 137,45 MSX 0,056 90,370 2,963 W4-5 0,007
JM18003 137,45 139,45 MSX 8,000 100 40 W1-2 3,200
JM18003 140,3 143,45 MSX 27,619 100 55,238 W2 11,048
JM18003 143,45 152,75 MSX 0,042 77,419 5,914 W4-5 0,006
JM18003 0 4,6 qRHY 3,478 86,957 17,391 W2 1,391
JM18003 4,6 18,8 qRHY 0,103 81,831 12,324 W3 0,041
JM18003 45,5 46,5 RUN 0,067 100 0 W4-5 0,009
JM18003 46,5 50,3 RUN 2,474 100 49,474 W1-2 0,989
JM18003 43,1 44,55 STWK 0,414 86,207 49,655 W4 0,166
JM18003 50,3 62,4 STWK 0,042 72,314 0 W5 0,006
JM18003 64,2 66,2 STWK 0,225 82,500 27,000 W2 0,090
JM18003 101 104,4 STWK 0,192 100 28,824 W4-5 0,026
JM18003 139,45 140,3 STWK 2,941 100 23,529 W1-2 1,176

A-2
JM18003 152,75 165,05 STWK 0,056 33,740 1,057 W4-5 0,007
JM18003 89,1 90 VAT 1,333 100 0 W1-2 0,533
JM18003 74,5 75,7 VSD 0,056 100 10 W4-5 0,007
JM18003 79,7 83 VSD 0,042 39,394 0 W4-5 0,006
JM18003 85,3 89,1 VSD 0,069 65,789 12,368 W4-5 0,009
JM18004 74,5 83,9 ARGN 0,063 19,681 0 W5 0,008
JM18004 138,4 144 fRHY 0,744 96,964 17,857 W3 0,298
JM18004 87 89,9 MSX 0,063 18,966 0 W5 0,008
JM18004 96,95 104,45 MSX 0,063 61,333 6,667 W4-5 0,008
JM18004 120,15 128,25 MSX 7,716 95,185 30,864 W1-2 3,086
JM18004 128,25 134,3 MSX 2,000 79,339 3,802 W2 0,800
JM18004 134,3 138,4 MSX 24,065 98,293 72,195 W1-2 9,626
JM18004 144 149,75 MSX 0,113 81,565 18,087 W4-5 0,015
JM18004 0 22,2 RUN 0,167 83,153 9,234 W1-2 0,067
JM18004 22,2 28,5 RUN 0,063 36,508 9,206 W4-5 0,008
JM18004 28,5 34,5 RUN 7,200 89 36 W1-2 2,880
JM18004 34,5 42,2 RUN 0,063 53,247 2,727 W4-5 0,008
JM18004 42,2 61,9 RUN 0,145 91,218 11,574 W4 0,058
JM18004 61,9 64,75 RUN 64,561 100 96,842 W1-2 25,825
JM18004 64,75 74,5 RUN 0,125 84,821 7,282 W4-5 0,017
JM18004 83,9 87 STWK 0,063 25,806 0 W5 0,008
JM18004 89,9 96,95 STWK 0,063 30,496 1,986 W4-5 0,008
JM18004 113,6 120,15 STWK 0,132 76,183 10,534 W4-5 0,018
JM18004 104,45 113,6 VAT 0,063 38,798 0 W5 0,008
JM19001 77,8 83 ARGN 0,042 54,808 0 W4-5 0,006
JM19001 102,1 104,6 ARGN 0,025 12,000 0 W5 0,003
JM19001 74,05 75,5 CHF 0,083 24,138 0 W2 0,033
JM19001 76,5 77,8 CHF 6,154 100 30,769 W3 2,462
JM19001 52,6 54,15 MSX 12,903 100 64,516 W1-2 5,161
JM19001 75,5 76,5 MSX 0,083 100 0 W2 0,033
JM19001 83 85,05 MSX 0,083 29,268 0 W3 0,033
JM19001 87,5 93,3 MSX 0,124 99,138 18,621 W4-5 0,017
JM19001 93,3 97,35 MSX 35,185 100 70,370 W1-2 14,074
JM19001 97,35 102,1 MSX 0,083 73,684 5,895 W4-5 0,011
JM19001 104,6 105,9 MSX 0,128 76,923 15,385 W4 0,051
JM19001 109 112,15 MSX 0,152 98,413 22,857 W4 0,061
JM19001 131,2 136,9 MSX 0,056 70,175 2,632 W4-5 0,007
JM19001 0 17,1 RUN 0,083 75,146 9,064 W2 0,033
JM19001 17,1 21,3 RUN 5,565 100 44,524 W1-2 2,226
JM19001 21,3 24,2 RUN 0,056 100 6,897 W4-5 0,007
JM19001 24,2 26,6 RUN 6,771 100 27,083 W1-2 2,708
JM19001 26,6 36,5 RUN 0,042 90,909 4,242 W4-5 0,006
JM19001 54,15 56,2 RUN 20,732 100 41,463 W1-2 8,293
JM19001 60,9 64,4 RUN 13,571 100 54,286 W1-2 5,429
JM19001 85,05 87,5 RUN 0,067 81,633 8,571 W4 0,027

A-3
JM19001 136,9 142 RUN 0,042 63,725 1,961 W4-5 0,006
JM19001 36,5 45,3 STWK 0,056 88,636 9,659 W4-5 0,007
JM19001 45,3 48,35 STWK 10,656 91,803 42,623 W1-2 4,262
JM19001 48,35 52,6 STWK 0,093 100 13,882 W3 0,037
JM19001 105,9 109 STWK 0,083 67,742 6,452 W4 0,033
JM19001 112,15 131,2 STWK 0,056 45,407 3,780 W4-5 0,007
JM19001 64,4 69,4 VAT 1,760 100 13,200 W1-2 0,704
JM19001 69,4 74,05 VAT 0,050 75,269 0 W4-5 0,007
JM19001 56,2 60,9 VSD 0,089 100 15,957 W4-5 0,012
JM19002 134,6 135,2 ARGN 0,083 100 0 W4 0,033
JM19002 135,75 137,7 ARGN 0,083 76,923 7,179 W4 0,033
JM19002 106,55 108,15 fqRHY 3,333 96,875 0 W3 1,333
JM19002 108,7 111,1 fqRHY 7,361 100 22,083 W2 2,944
JM19002 111,5 112,75 fqRHY 18,800 96,000 37,600 W2 7,520
JM19002 114,1 115 fqRHY 0,125 77,778 0 W4 0,050
JM19002 68,2 70,35 MSX 0,426 90,698 25,581 W4 0,171
JM19002 71,2 72,95 MSX 0,167 100 0 W4 0,067
JM19002 84,6 85,4 MSX 0,156 100 18,750 W4 0,062
JM19002 87,4 93,85 MSX 0,250 96,899 8,062 W3 0,100
JM19002 97,9 99,9 MSX 0,125 87,500 0 W4 0,050
JM19002 105,1 106,55 MSX 18,966 93,103 37,931 W2 7,586
JM19002 108,15 108,7 MSX 27,273 90,909 36,364 W2 10,909
JM19002 111,1 111,5 MSX 37,500 87,500 37,500 W2 15,000
JM19002 115 130,4 MSX 7,240 98,052 28,961 W2 2,896
JM19002 130,4 134,6 MSX 0,125 98,810 5,952 W4 0,050
JM19002 33,55 66,75 RUN 0,083 87,048 7,259 W4 0,033
JM19002 67,65 68,2 RUN 0,083 63,636 0 W4 0,033
JM19002 70,35 71,2 RUN 0,083 82,353 0 W4 0,033
JM19002 72,95 80,65 RUN 0,083 75,974 1,688 W4 0,033
JM19002 93,85 97,9 RUN 0,083 93,827 2,469 W4 0,033
JM19002 137,7 171,1 RUN 0,104 92,814 12,425 W4 0,041
JM19002 66,75 67,65 STWK 0,083 61,111 0 W4 0,033
JM19002 80,65 84,6 STWK 0,608 100 27,342 W3 0,243
JM19002 85,4 87,4 STWK 0,125 92,500 10 W3 0,050
JM19002 112,75 113,6 STWK 4,412 94,118 11,765 W3 1,765
JM19002 135,2 135,75 STWK 0,250 90,909 0 W3 0,100
JM19002 99,9 105,1 VAT 0,125 98,077 2,308 W3 0,050
JM19002 113,6 114,1 VAT 3,333 100 0 W2 1,333
JM19003 92,6 94,45 ARGN 0,083 94,595 0 W4 0,033
JM19003 20,7 57,1 fqRHY 0,083 74,780 6,484 W4 0,033
JM19003 61,1 64 fqRHY 0,333 100 6,897 W4 0,133
JM19003 97 98,7 JSP 0,167 50 0 W1-2 0,067
JM19003 60 61,1 MSX 0,083 90,909 0 W4 0,033
JM19003 79,8 81,7 MSX 0,544 94,737 32,632 W3 0,218
JM19003 102 117,5 MSX 0,156 69,677 18,774 W4 0,063

A-4
JM19003 0 20,7 RUN 0,125 71,981 4,203 W3 0,050
JM19003 73 77,6 RUN 0,083 91,304 3,261 W4 0,033
JM19003 94,45 97 RUN 0,083 41,176 4,706 W4 0,033
JM19003 98,7 100,7 RUN 0,333 50 20 W3 0,133
JM19003 118,8 127,6 RUN 0,083 90,909 3,977 W4 0,033
JM19003 57,1 60 STWK 0,083 39,655 7,586 W4 0,033
JM19003 77,6 79,8 STWK 0,105 81,818 10,455 W4 0,042
JM19003 81,7 83,6 STWK 0,125 78,947 0 W3 0,050
JM19003 86,75 89 STWK 0,278 82,222 22,222 W3 0,111
JM19003 91,25 92,6 STWK 0,156 59,259 15,556 W3 0,062
JM19003 117,5 118,8 STWK 0,096 100 11,538 W4 0,038
JM19003 64 73 VAT 0,083 92,778 6,333 W4 0,033
JM19003 83,6 86,75 VAT 0,083 82,540 0 W4 0,033
JM19003 89 91,25 VAT 0,083 57,778 0 W3 0,033
JM19003 100,7 102 VAT 0,083 76,923 0 W4 0,033
JM19004 44,7 62,6 fRHY 0,063 58,101 5,531 W4-5 0,008
JM19004 62,6 69,6 fRHY 1,768 96,857 28,286 W3 0,707
JM19004 69,6 75 fRHY 0,222 75 4,444 W4-5 0,030
JM19004 75 80,5 fRHY 1,773 77,273 42,545 W3 0,709
JM19004 103,25 117,35 MSX 13,333 98,085 40 W2 5,333
JM19004 117,35 125,3 MSX 2,667 94,843 9,686 W2 1,067
JM19004 125,3 130,15 MSX 22,887 100 68,660 W2 9,155
JM19004 130,15 146 MSX 7,083 90,410 26,562 W2 2,833
JM19004 146 153,25 MSX 0,333 48 3,448 W2 0,133
JM19004 153,25 164 MSX 3,150 84 11,814 W3 1,260
JM19004 164 186,25 MSX 8,734 86,247 26,202 W1-2 3,494
JM19004 186,25 188,8 MSX 0,083 26,275 0 W4-5 0,011
JM19004 190 193 MSX 0,333 42,667 0 W4-5 0,044
JM19004 193 198,5 MSX 15,758 97,091 47,273 W1-2 6,303
JM19004 198,5 200,25 MSX 0,167 50,286 5,714 W4-5 0,022
JM19004 202,45 205,95 MSX 0,250 60 9,714 W4-5 0,033
JM19004 0,15 22,35 RUN 2,667 81,757 2,658 W2 1,067
JM19004 22,35 34,05 RUN 12,593 93,419 37,778 W1-2 5,037
JM19004 34,05 42,8 RUN 2,000 60,114 2,743 W2 0,800
JM19004 42,8 44,7 RUN 26,316 100 78,947 W1-2 10,526
JM19004 80,5 98,8 RUN 0,063 37,104 0,546 W4-5 0,008
JM19004 188,8 190 RUN 0,063 30 0 W4-5 0,008
JM19004 205,95 209,4 RUN 0,063 28,116 0 W4-5 0,008
JM19004 98,8 103,25 STWK 0,083 75,281 6,292 W4-5 0,011
JM19004 200,25 202,45 VAT 0,063 47,727 0 W4-5 0,008
JM19005 151,6 153,2 ARGN 0,063 69,375 0 W5 0,008
JM19005 30,65 38,6 fqRHY 0,063 68,050 0 W5 0,008
JM19005 38,6 43,3 fqRHY 2,203 100 19,825 W3 0,881
JM19005 43,3 53,65 fqRHY 0,063 82,319 6,647 W5 0,008
JM19005 53,65 58,2 fqRHY 4,620 97,143 55,442 W3 1,848

A-5
JM19005 81,85 84,85 MSX 1,451 99,333 21,768 W4 0,580
JM19005 90,85 91,2 MSX 1,333 100 0 W4 0,533
JM19005 92,5 103,1 MSX 8,269 100 41,344 W1-2 3,308
JM19005 103,1 107,75 MSX 3,098 100 15,488 W4-5 0,413
JM19005 107,75 111,1 MSX 19,403 100 77,612 W4-5 2,587
JM19005 115,55 122,1 MSX 7,580 100 30,318 W1-2 3,032
JM19005 135,85 137,95 MSX 0,167 89,524 0 W4-5 0,022
JM19005 137,95 151,6 MSX 0,623 95,678 18,691 W4 0,249
JM19005 58,2 72,85 RUN 0,083 80,614 7,105 W5 0,011
JM19005 72,85 75,5 RUN 5,391 100 32,345 W3 2,156
JM19005 84,85 86,7 RUN 0,063 69,189 0 W5 0,008
JM19005 89,8 90,85 RUN 0,063 73,333 0 W5 0,008
JM19005 91,2 92,5 RUN 1,859 100 22,308 W3 0,744
JM19005 167 174 RUN 2,889 100 26 W3 1,156
JM19005 176,05 182,8 RUN 0,785 100 14,133 W4 0,314
JM19005 182,8 206 RUN 0,081 99,440 12,969 W4-5 0,011
JM19005 75,5 81,85 STWK 0,063 88,346 2,165 W5 0,008
JM19005 86,7 89,8 STWK 0,063 68,387 0 W5 0,008
JM19005 114,85 115,55 STWK 2,095 100 31,429 W3 0,838
JM19005 129,5 135,85 STWK 0,677 100 30,481 W2 0,271
JM19005 111,1 114,85 VAT 0,167 97,867 0 W3 0,067
JM19005 122,1 129,5 VAT 0,063 72,973 0 W5 0,008
JM19006 277,65 284,1 ARGN 0,063 57,829 0 W4-5 0,008
JM19006 51,2 57,35 fRHY 0,547 99,837 16,423 W3 0,219
JM19006 57,35 71,2 fRHY 0,632 89,025 75,884 W4-5 0,084
JM19006 71,2 80,2 fRHY 8,069 99,444 64,556 W3 3,228
JM19006 80,2 90 fRHY 1,510 95,204 15,102 W3 0,604
JM19006 90 96,9 fRHY 0,167 100 7,246 W4-5 0,022
JM19006 96,9 101,7 fRHY 3,688 100 36,875 W3 1,475
JM19006 101,7 117,6 fRHY 0,063 76,415 6,792 W4-5 0,008
JM19006 119,5 120,1 MSX 3,333 100 20 W1-2 1,333
JM19006 127,8 227,2 MSX 2,187 96,338 10,936 W2 0,875
JM19006 227,2 232 MSX 0,167 2,708 0 W4-5 0,022
JM19006 232 238,2 MSX 2,000 79,677 5,806 W2 0,800
JM19006 238,2 240,1 MSX 0,167 48,421 0 W4-5 0,022
JM19006 240,1 277,65 MSX 2,000 92,170 3,542 W2 0,800
JM19006 284,1 301,1 MSX 0,167 81,000 4,412 W4 0,067
JM19006 308,75 312,1 MSX 0,200 85,075 0 W4-5 0,027
JM19006 314 315,3 MSX 3,462 100 27,692 W1-2 1,385
JM19006 316,7 324,7 MSX 0,250 95,625 0 W4-5 0,033
JM19006 0,12 14,45 RUN 2,066 85,834 10,328 W2 0,826
JM19006 14,45 20,7 RUN 0,200 54 12,000 W4-5 0,027
JM19006 20,7 41,1 RUN 8,591 90,441 34,363 W2 3,436
JM19006 41,1 51,2 RUN 0,063 55,743 4,356 W4-5 0,008
JM19006 120,1 126,5 RUN 0,333 96,562 6,094 W4 0,133

A-6
JM19006 126,5 127,8 RUN 0,063 84,615 0 W4-5 0,008
JM19006 301,1 308,75 RUN 0,063 63,529 0 W5 0,008
JM19006 312,1 314 RUN 0,333 87,895 7,895 W3 0,133
JM19006 315,3 316,7 RUN 0,333 96,429 0 W3 0,133
JM19006 117,6 119,5 STWK 0,333 100 0 W3 0,133
JM19007 30,9 35,35 fqRHY 1,278 94,382 20,449 W3 0,511
JM19007 35,35 58,75 fqRHY 0,063 53,675 3,419 W4-5 0,008
JM19007 74,65 76,35 MSX 20,392 100 61,176 W1-2 8,157
JM19007 91,9 95,2 MSX 25,589 87,879 57,576 W1-2 10,236
JM19007 114,1 114,65 MSX 4,848 90,909 18,182 W3 1,939
JM19007 116,8 118,05 MSX 2,667 100 8,000 W3 1,067
JM19007 120,65 123,8 MSX 4,063 90,476 15,238 W3 1,625
JM19007 0,22 26,2 RUN 2,667 79,215 9,353 W2 1,067
JM19007 26,2 30,9 RUN 0,063 26,596 0 W4-5 0,008
JM19007 58,75 66 RUN 1,641 86,897 32,828 W3 0,657
JM19007 66 74,65 RUN 4,694 93,873 23,468 W3 1,877
JM19007 109,15 114,1 RUN 0,333 89,899 3,838 W4 0,133
JM19007 114,65 116,8 RUN 0,651 97,674 26,047 W3 0,260
JM19007 118,05 120,65 RUN 0,063 48,077 5,385 W4-5 0,008
JM19007 123,8 132,8 RUN 0,064 63,222 10,222 W4-5 0,009
JM19007 132,8 156,6 RUN 0,222 82,521 5,714 W4 0,089
JM19007 156,6 161,7 RUN 0,063 33,725 0 W4-5 0,008
JM19007 76,35 91,9 VAT 0,066 74,277 10,547 W4-5 0,009
JM19008 121,25 127,6 ARGN 0,063 23,622 0 W4-5 0,008
JM19008 25,4 47,05 fqRHY 0,336 89,330 20,185 W4 0,135
JM19008 47,05 57,4 fqRHY 0,855 99,130 41,063 W4 0,342
JM19008 91,8 97,2 fqRHY 0,783 88,704 37,593 W4 0,313
JM19008 90,55 91,8 MSX 9,067 86,400 27,200 W1-2 3,627
JM19008 97,85 98,6 MSX 0,333 53,333 0 W4-5 0,044
JM19008 106,1 113,6 MSX 2,027 83,333 15,200 W2 0,811
JM19008 113,6 121,25 MSX 22,092 100 66,275 W2 8,837
JM19008 127,6 132,7 MSX 0,125 79,216 0 W4-5 0,017
JM19008 138,65 149,3 MSX 2,667 74,460 8,732 W3 1,067
JM19008 160,35 168,65 MSX 4,920 93,133 59,036 W4 1,968
JM19008 168,65 172 MSX 0,167 98,507 7,164 W4-5 0,022
JM19008 172 184,8 MSX 6,484 97,266 38,906 W3 2,594
JM19008 184,8 201,2 MSX 0,083 90,244 7,134 W4-5 0,011
JM19008 0,11 25,4 RUN 3,849 69,632 14,433 W2 0,513
JM19008 57,4 90,55 RUN 0,063 50,256 0,392 W4-5 0,008
JM19008 97,2 97,85 RUN 0,063 66,154 0 W5 0,008
JM19008 99,6 106,1 RUN 0,063 46,154 0 W4-5 0,008
JM19008 132,7 138,65 RUN 0,459 83,193 13,782 W4 0,061
JM19008 149,3 160,35 STWK 0,063 73,846 9,050 W4-5 0,008
JM19008 201,2 215,5 STWK 0,071 78,322 11,329 W4-5 0,009
JM19008 215,5 221,7 STWK 1,653 100 26,452 W3 0,220

A-7
JM20001A 126,3 127,9 ARGN 0,063 64,375 0 W5 0,008
JM20001A 0 13,25 fqRHY 5,453 90,785 65,434 W2 0,727
JM20001A 108 116 fRHY 0,500 76,125 5,375 W4 0,067
JM20001A 119,6 122,4 fRHY 0,839 100 16,786 W4 0,112
JM20001A 122,4 124 JSP 2,667 52,500 0 W3 0,356
JM20001A 88,7 104,5 MSX 0,167 33,987 3,734 W4-5 0,022
JM20001A 116 119,6 MSX 0,333 77,222 8,056 W4 0,044
JM20001A 127,9 130,9 MSX 0,261 91,667 15,667 W4-5 0,035
JM20001A 130,9 132,85 MSX 28,376 100 85,128 W1-2 3,783
JM20001A 132,85 159,15 MSX 0,083 49,848 7,833 W4-5 0,011
JM20001A 13,25 88,7 RUN 0,063 49,662 4,201 W4-5 0,008
JM20001A 104,5 108 RUN 0,125 56,571 0 W4-5 0,017
JM20001A 159,15 163 RUN 0,063 28,571 0 W4-5 0,008
JM20001A 124 126,3 VAT 0,063 15,217 0 W4-5 0,008
JM20002 27,3 39,7 MSX 4,452 97,177 16,694 W2 0,594
JM20002 42,9 49,75 MSX 0,508 58,248 12,701 W1-2 0,068
JM20002 118,55 123,35 MSX 0,400 90,833 5,833 W3 0,053
JM20002 123,35 126,15 MSX 6,116 92,143 48,929 W2 0,815
JM20002 127,35 138,85 MSX 0,111 57,130 0 W4-5 0,015
JM20002 0 2,5 RUN 0,083 82,400 0 W4-5 0,011
JM20002 2,5 8,6 RUN 21,967 94,918 65,902 W1-2 2,929
JM20002 8,6 12,25 RUN 0,233 83,014 13,973 W1-2 0,031
JM20002 12,25 20,25 RUN 0,083 80,750 0 W4-5 0,011
JM20002 20,25 24,55 RUN 0,222 91,628 3,721 W4-5 0,030
JM20002 24,55 27,3 RUN 0,083 62,545 0 W4-5 0,011
JM20002 39,7 42,9 RUN 0,400 77,188 6,250 W4-5 0,053
JM20002 49,75 51,4 RUN 0,083 90,303 0 W5 0,011
JM20002 51,4 57,75 RUN 0,876 97,165 14,016 W3 0,117
JM20002 57,75 62,85 RUN 0,083 62,941 0 W5 0,011
JM20002 62,85 66,95 RUN 0,894 95,122 10,732 W4 0,119
JM20002 117,15 118,55 RUN 0,083 60 0 W4-5 0,011
JM20002 126,15 127,35 RUN 0,063 100 0 W5 0,008
JM20002 138,85 144,85 RUN 0,063 46,333 0 W4-5 0,008
JM20002 66,95 80,75 VAT 0,133 95,435 0 W4 0,018
JM20002 80,75 85,3 VAT 0,576 100 12,967 W3 0,077
JM20002 85,3 92 VAT 0,267 98,209 2,388 W4 0,036
JM20002 92 102,55 VAT 0,063 0,000 0 W4-5 0,008
JM20002 102,55 107,6 VAT 0,845 84,950 12,673 W3 0,113
JM20002 107,6 113,55 VAT 0,083 71,765 1,681 W4-5 0,011
JM20002 113,55 117,15 VAT 0,063 73,889 0 W5 0,008
JM20003 65,4 80,3 ARGN 0,063 78,188 1,812 W4-5 0,008
JM20003 18 26 fRHY 1,906 99,625 31 W2 0,254
JM20003 64,9 65,4 MSX 2,400 100 32 W3 0,320
JM20003 86,4 95 MSX 1,333 93,256 8,953 W4 0,178
JM20003 95 97 MSX 0,250 53 0 W4-5 0,033

A-8
JM20003 97 101,8 MSX 0,500 90,625 0 W4 0,067
JM20003 101,8 104,7 MSX 16,782 91,034 50,345 W1-2 2,238
JM20003 104,7 108,2 MSX 0,063 88,571 0 W4-5 0,008
JM20003 108,2 113,6 MSX 5,580 100 20,926 W2 0,744
JM20003 120,5 151,5 MSX 3,318 94,290 37,323 W3 0,442
JM20003 151,5 159,45 MSX 14,423 95,346 54,088 W2 1,923
JM20003 159,45 163,4 MSX 1,305 90,633 14,684 W4 0,174
JM20003 0,15 16,1 RUN 2,667 82,821 9,279 W3 0,356
JM20003 16,1 18 RUN 0,167 27,368 0 W4-5 0,022
JM20003 26 64,9 RUN 0,063 59,357 5,116 W4-5 0,008
JM20003 80,3 86,4 RUN 0,167 64,262 3,934 W4-5 0,022
JM20003 114,3 120,5 STWK 0,063 84,839 0 W4-5 0,008
JM20003 163,4 175 STWK 0,063 73,276 4,741 W4-5 0,008
JM20005 31,9 40,3 fqRHY 0,125 75,595 4,167 W4 0,017
JM20005 40,3 43,6 fqRHY 6,465 100 38,788 W2 0,862
JM20005 43,6 48,6 fqRHY 0,125 89 9,400 W4 0,017
JM20005 80,9 94,15 fqRHY 0,167 92,075 6,868 W4 0,022
JM20005 94,15 96,25 fqRHY 1,905 100 22,857 W2 0,254
JM20005 96,25 110,8 fqRHY 0,083 78,694 5,498 W4 0,011
JM20005 135,95 141 MSX 0,125 69,307 8,119 W4 0,017
JM20005 150 159,35 MSX 0,167 60,963 0 W4-5 0,022
JM20005 159,35 169,5 MSX 1,235 96,059 18,522 W2 0,165
JM20005 175,25 191,4 MSX 13,978 99,876 55,913 W1-2 1,864
JM20005 191,4 198,4 MSX 0,250 69,429 1,714 W4-5 0,033
JM20005 198,4 200,75 MSX 24,468 100 48,936 W2 3,262
JM20005 200,75 203,1 MSX 0,222 97,872 0 W2 0,030
JM20005 203,1 206,2 MSX 9,194 100 36,774 W2 1,226
JM20005 206,2 216,3 MSX 0,094 68,317 5,644 W4 0,013
JM20005 217,65 220,95 MSX 0,063 63,636 0 W4 0,008
JM20005 0 10,75 RUN 12,977 89,302 25,953 W2 1,730
JM20005 10,75 31,9 RUN 0,167 54,846 2,884 W3 0,022
JM20005 57,4 65,6 RUN 0,125 94,512 9,878 W4 0,017
JM20005 65,6 80,9 RUN 13,758 98,693 55,033 W2 1,834
JM20005 110,8 116 RUN 2,933 88,462 11,731 W2 0,391
JM20005 116 135,95 RUN 0,063 73,434 2,256 W4 0,008
JM20005 141 150 RUN 0,063 77,778 1,222 W4-5 0,008
JM20005 169,5 175,25 RUN 0,083 77,565 6,087 W4-5 0,011
JM20005 216,3 217,65 RUN 0,038 88,889 0 W4-5 0,005
JM20005 220,95 221,6 RUN 0,038 46,154 0 W4-5 0,005
JM20006 46,2 50,15 CHT 0,222 84,810 8,101 W1-2 0,030
JM20006 0 30,3 fqRHY 0,125 65,017 5,578 W4 0,017
JM20006 58,75 64,55 fqRHY 0,222 100 3,793 W3 0,030
JM20006 74,1 75,1 JSP 2,667 50 0 W1-2 0,356
JM20006 30,3 43,25 MSX 0,125 64,479 3,243 W4 0,017
JM20006 50,15 51,1 MSX 0,175 78,947 10,526 W2 0,023

A-9
JM20006 104,05 116,1 MSX 0,167 65,145 5,311 W4 0,022
JM20006 43,25 46,2 RUN 0,125 72,881 4,068 W4 0,017
JM20006 51,1 55,3 RUN 0,125 79,762 0 W4 0,017
JM20006 55,3 58,75 RUN 3,961 95,652 23,768 W2 0,528
JM20006 89,9 97,65 RUN 0,083 74,194 0 W4 0,011
JM20006 124,1 210,95 RUN 0,083 71,445 2,464 W4 0,011
JM20006 210,95 215,35 RUN 0,063 56,818 0 W4-5 0,008
JM20006 215,35 249,1 RUN 0,083 88,741 7,319 W4 0,011
JM20006 249,1 259,55 RUN 0,145 82,775 11,579 W4 0,019
JM20006 259,55 270,1 RUN 9,147 99,526 18,294 W2 1,220
JM20006 270,1 278,15 RUN 0,083 97,516 0 W4 0,011
JM20006 116,1 124,1 STWK 0,063 49,375 0 W4 0,008
JM20006 64,55 70,4 VSD 1,852 93,162 11,111 W2 0,247
JM20006 70,4 74,1 VSD 0,167 82,432 0 W4 0,022
JM20006 75,1 89,9 VSD 0,125 79,730 1,419 W4 0,017
JM20006 97,65 104,05 VSD 0,083 48,438 0 W4 0,011
JM20007 42,5 43,6 CHT 0,125 45,455 0 W2 0,017
JM20007 43,6 53,65 CHT 7,662 82,587 15,323 W1-2 1,022
JM20007 53,65 55 CHT 0,130 74,074 10,370 W3 0,017
JM20007 55 62,9 CHT 15,854 97,468 63,418 W1-2 2,114
JM20007 0 4,4 fqRHY 38,182 94,318 50,909 W2 5,091
JM20007 12 14,4 fqRHY 16,875 87,500 33,750 W2 2,250
JM20007 26,2 35,15 fqRHY 16,927 91,620 33,855 W2 2,257
JM20007 103,3 109,2 MSX 0,347 57,627 13,898 W3 0,046
JM20007 4,4 7 RUN 0,250 82,692 0 W3 0,033
JM20007 7 11,2 RUN 29,048 98,810 58,095 W2 3,873
JM20007 11,2 12 RUN 0,125 68,750 0 W4 0,017
JM20007 14,4 26,2 RUN 0,167 69,915 2,288 W4 0,022
JM20007 35,15 42,5 RUN 0,075 63,946 0 W4 0,010
JM20007 62,9 69,6 RUN 0,194 74,627 15,522 W4 0,026
JM20007 69,6 76,5 RUN 0,083 56,522 0 W4 0,011
JM20007 76,5 93,4 RUN 0,125 82,840 5,148 W4 0,017
JM20007 93,4 103,3 RUN 0,063 56,061 1,414 W4 0,008
JM20008 92,4 94,95 ARG 0,167 84,314 0 W4 0,022
JM20008 99,3 105,5 ARGN 0,083 56,452 1,935 W4 0,011
JM20008 18,7 33,1 fqRHY 0,063 63,542 0,694 W4 0,008
JM20008 33,1 52,5 fqRHY 0,247 83,763 14,845 W4 0,033
JM20008 52,5 59,9 fqRHY 0,058 51,351 0 W4 0,008
JM20008 59,9 62,1 fqRHY 0,293 93,182 13,182 W4 0,039
JM20008 87,1 92,4 fqRHY 0,083 74,528 0 W4 0,011
JM20008 98,5 99,3 JSP 0,375 50 12,500 W1-2 0,050
JM20008 86,2 87,1 MSX 0,125 44,444 0 W4 0,017
JM20008 105,5 111,6 MSX 6,967 97,541 13,934 W2 0,929
JM20008 111,6 124,8 MSX 27,424 100 54,848 W2 3,657
JM20008 124,8 128 MSX 0,167 82,812 3,125 W4 0,022

A-10
JM20008 128 145,1 MSX 22,865 98,830 45,731 W2 3,049
JM20008 163,25 171,65 MSX 0,075 95,833 7,976 W4 0,010
JM20008 171,65 179,9 MSX 12,970 98,182 51,879 W2 1,729
JM20008 191,05 194,15 MSX 0,125 75,806 7,097 W4 0,017
JM20008 0 9,9 RUN 14,343 93,434 28,687 W1-2 1,912
JM20008 9,9 18,7 RUN 0,125 72,727 5,114 W4 0,017
JM20008 62,1 86,2 RUN 0,063 37,759 1,784 W4 0,008
JM20008 94,95 98,5 RUN 0,094 73,239 2,817 W4 0,013
JM20008 179,9 191,05 RUN 0,312 89,238 31,211 W4 0,042
JM20008 194,15 212,9 RUN 0,063 80,533 0 W4-5 0,008
JM20008 145,1 163,25 STWK 0,083 94,490 3,967 W4 0,011
JM20009 0 6 fqRHY 2,367 85 35,500 W4 0,316
JM20009 9 30,8 fqRHY 1,222 75,550 73,349 W4-5 0,163
JM20009 115,9 160 fqRHY 0,150 90,340 5,397 W4-5 0,020
JM20009 47,2 51,95 JSP 0,500 48,842 0 W4-5 0,067
JM20009 30,8 44,6 MSX 0,250 44,565 5,870 W4-5 0,033
JM20009 102,3 115,9 MSX 0,167 66,691 8,824 W5 0,022
JM20009 58,4 62,1 qRHY 6,622 83,784 26,486 W3 0,883
JM20009 6 9 RUN 22,889 97,333 68,667 W2 3,052
JM20009 44,6 47,2 RUN 0,063 68,077 0 W4-5 0,008
JM20009 51,95 58,4 RUN 0,125 93,178 4,651 W4-5 0,017
JM20009 62,1 68,2 RUN 0,369 93,279 14,754 W4-5 0,049
JM20009 73,4 88 RUN 2,353 91,096 15,685 W4-5 0,314
JM20009 160 180,6 RUN 0,165 89,223 13,204 W4-5 0,022
JM20009 180,6 186,4 RUN 7,716 93,621 30,862 W3 1,029
JM20009 186,4 191,25 RUN 0,180 91,753 21,649 W4-5 0,024
JM20009 100,4 102,3 VAT 0,091 58,947 0 W4-5 0,012
JM20009 68,2 73,4 VSD 0,045 60,192 0 W4-5 0,006
JM20009 88 99,7 VSD 0,045 62,821 0 W4-5 0,006
JM20010 100,9 122,5 MSX 0,063 53,426 4,398 W2 0,008
JM20010 0 7,9 RUN 0,234 85,570 16,835 W3 0,031
JM20010 7,9 10,5 RUN 40,192 100 80,385 W2 5,359
JM20010 10,5 23 RUN 0,157 87,600 18,880 W4 0,021
JM20010 23 41 RUN 0,063 55,667 0,556 W4-5 0,008
JM20010 41 48,85 RUN 1,250 83,057 8,153 W3 0,167
JM20010 48,85 68,1 RUN 10,545 92,883 31,636 W3 1,406
JM20010 68,1 75,65 RUN 1,250 84,901 3,311 W3 0,167
JM20010 75,65 100,9 RUN 0,063 55,881 0,832 W4-5 0,008
JM20011 41,65 47,95 fqRHY 1,270 99,206 11,429 W2 0,169
JM20011 0 5 RUN 0,167 73,000 6,000 W4 0,022
JM20011 5 11,4 RUN 0,083 54,688 1,875 W4 0,011
JM20011 11,4 41,65 RUN 0,075 61,653 2,215 W4 0,010
JM20011 47,95 54,65 RUN 0,063 92,537 9,104 W4 0,008
JM20011 54,65 60,6 RUN 0,042 26,891 0 W4 0,006
JM20011A 0 22,5 RUN 0,094 58,889 1,511 W4 0,013

A-11
JM20013 91,95 97,25 ARG 0,063 51,887 0 W4-5 0,008
JM20013 3,7 10,9 fqRHY 17,813 93,750 71,250 W3 2,375
JM20013 18,2 25,05 fqRHY 3,543 89,489 26,569 W3 0,472
JM20013 29,25 55,2 MSX 0,500 78,613 6,243 W4-5 0,067
JM20013 97,25 128,8 MSX 0,136 44,596 0,856 W4-5 0,018
JM20013 0 3,7 qRHY 2,919 81,351 21,892 W4 0,389
JM20013 10,9 18,2 RUN 0,063 78,767 0 W4-5 0,008
JM20013 25,05 29,25 RUN 0,042 80,476 0 W5 0,006
JM20013 55,2 70,25 RUN 0,063 80,266 4,120 W4-5 0,008
JM20013 70,25 91,45 VSD 0,167 67,028 5,047 W4 0,022
JM20015 101,7 104,5 ARG 0,125 54,643 0 W4 0,017
JM20015 6 11,65 fqRHY 5,782 99,646 69,381 W2 0,771
JM20015 11,65 15,45 fqRHY 1,105 92,368 29,474 W3 0,147
JM20015 15,45 18,65 fqRHY 5,729 96,250 34,375 W2 0,764
JM20015 133,6 137 fqRHY 0,045 72,059 0 W4 0,006
JM20015 137 146,5 fqRHY 1,028 89,158 30,842 W4 0,137
JM20015 146,5 197,7 fqRHY 0,091 84,551 7,539 W4 0,012
JM20015 81,7 86,7 MSX 0,045 80,400 2,600 W4 0,006
JM20015 113,1 117 MSX 0,045 77,179 0 W4 0,006
JM20015 117 119 MSX 1,250 95,000 37,500 W2 0,167
JM20015 119 126,2 MSX 0,083 80,694 18,194 W4 0,011
JM20015 126,5 131,2 MSX 0,045 46,809 0 W4 0,006
JM20015 0,02 6 RUN 0,111 84,783 12,207 W4 0,015
JM20015 18,65 65 RUN 0,091 62,654 4,617 W4 0,012
JM20015 65 70,4 RUN 8,580 81,111 51,481 W2 1,144
JM20015 70,4 81,7 RUN 0,045 47,876 0 W4 0,006
JM20015 86,7 101,7 RUN 0,045 67,733 4,267 W4 0,006
JM20015 106,3 113,1 RUN 0,045 84,412 0 W4 0,006
JM20015 131,2 133,6 RUN 1,944 95,000 29,167 W2 0,259
JM20016 8,05 30,1 fRHY 0,045 82,041 8,118 W4-5 0,006
JM20016 90,95 93,3 JSP 0,202 63,830 16,170 W4 0,027
JM20016 30,8 48,75 MSX 0,283 70,474 11,309 W4 0,038
JM20016 48,75 57,35 MSX 7,849 99,186 47,093 W3 1,047
JM20016 57,35 80 MSX 0,147 90,155 23,576 W4 0,020
JM20016 82 83 MSX 0,167 55 0 W3 0,022
JM20016 99,75 105,15 MSX 4,198 95,741 25,185 W2 0,560
JM20016 105,15 170 MSX 0,045 74,773 4,009 W3 0,006
JM20016 170 226 MSX 1,333 81,143 5,732 W3 0,178
JM20016 226 248,15 MSX 1,500 67,043 1,174 W3 0,200
JM20016 249,5 271,8 MSX 0,045 54,664 0 W4-5 0,006
JM20016 0 8,05 RUN 0,063 88,571 3,602 W4 0,008
JM20016 80 82 RUN 0,045 70 7,500 W4-5 0,006
JM20016 83 90,95 RUN 0,045 80,126 0 W4-5 0,006
JM20016 94,05 97,35 RUN 0,045 73,333 0 W4-5 0,006
JM20016 98,95 99,75 RUN 0,045 62,500 0 W5 0,006

A-12
JM20016 30,1 30,8 STWK 0,167 80 0 W4-5 0,022
JM20016 248,15 249,5 STWK 0,121 77,778 26,667 W4 0,016
JM20016 93,3 94,05 VAT 0,045 86,667 0 W4 0,006
JM20016 97,35 98,95 VAT 0,045 34,375 0 W5 0,006
JM20017 22,25 31 fqRHY 0,159 73,714 12,686 W4 0,021
JM20017 31 33,7 fqRHY 5,062 92,593 30,370 W2 0,675
JM20017 33,7 47,05 fqRHY 0,083 73,034 4,419 W4 0,011
JM20017 71,2 80,3 MSX 0,075 50,549 1,429 W4 0,010
JM20017 85,7 99,9 MSX 0,125 90,141 8,873 W4 0,017
JM20017 99,9 109,2 MSX 8,226 97,312 32,903 W2 1,097
JM20017 109,2 129,2 MSX 0,158 95,000 15,800 W4 0,021
JM20017 138,85 170 MSX 0,083 88,764 8,604 W4 0,011
JM20017 170 173 MSX 0,063 48,333 0 W4 0,008
JM20017 0 5,3 RUN 0,400 90,566 6,415 W1-2 0,053
JM20017 5,3 22,25 RUN 3,520 87,906 31,681 W2 0,469
JM20017 47,05 52,15 RUN 27,157 91,176 54,314 W2 3,621
JM20017 52,15 53 RUN 0,167 82,353 0 W4 0,022
JM20017 53 58,4 RUN 13,981 95,370 27,963 W2 1,864
JM20017 58,4 71,2 RUN 0,094 67,188 8,516 W4 0,013
JM20017 80,3 83,4 RUN 0,094 83,871 4,839 W4 0,013
JM20017 190,4 192,3 RUN 0,112 100 17,895 W4 0,015
JM20017 129,2 138,85 STWK 0,155 97,409 18,653 W4 0,021
JM20017 173 190,4 STWK 0,063 90,230 3,793 W4 0,008
JM20017 83,4 85,7 VAT 0,150 78,261 0 W4 0,020
JM21002 105,7 117,25 ARG 0,063 50,823 2,511 W4-5 0,008
JM21002 141,5 147,9 ARG 0,063 39,063 0 W3 0,008
JM21002 87,6 105,7 MSX 0,083 65,801 7,956 W4-5 0,011
JM21002 117,25 122,8 MSX 0,063 96,216 9,550 W4-5 0,008
JM21002 125,55 141,5 MSX 0,182 92,727 21,818 W2 0,024
JM21002 0 5 RUN 0,083 77 0 W4-5 0,011
JM21002 5 16,4 RUN 6,107 96,754 48,860 W2 0,814
JM21002 16,4 55,1 RUN 0,063 73,385 7,545 W4-5 0,008
JM21002 55,1 75,6 RUN 8,317 96,683 33,268 W1-2 1,109
JM21002 75,6 87,6 RUN 0,063 61,333 5,333 W4-5 0,008
JM21002 122,8 125,55 RUN 0,083 81,091 0 W4-5 0,011
JM21002 147,9 169,4 RUN 0,083 82,047 7,628 W4 0,011
JM21002 181,2 213,2 RUN 0,083 69,688 0,313 W4 0,011
JM21002 169,4 181,2 STWK 1,314 92,627 10,508 W3 0,175
JM21003 181,8 182,8 DOL 0,091 62,000 0 W4 0,012
JM21003 182,8 183,8 DOL 0,167 20,000 0 W3 0,022
JM21003 13 41,8 fqRHY 0,125 84,201 7,569 W4 0,017
JM21003 54,4 56,25 fqRHY 0,158 70,270 23,243 W4 0,021
JM21003 56,25 57,55 JSP 0,333 76,923 10 W3 0,044
JM21003 53,9 54,4 MSX 0,167 70 0 W3 0,022
JM21003 74,95 99,4 MSX 2,730 95,706 36,401 W3 0,364

A-13
JM21003 102,75 105,95 MSX 2,083 85,937 46,875 W3 0,278
JM21003 116,7 171,1 MSX 0,258 95,864 15,460 W3 0,034
JM21003 0 13 RUN 3,046 75,385 22,846 W2 0,406
JM21003 41,8 52,3 RUN 0,091 81,905 3,238 W4-5 0,012
JM21003 171,1 181 RUN 0,045 69,192 1,111 W4 0,006
JM21003 181 181,8 RUN 0,167 56,250 0 W3 0,022
JM21003 99,4 102,75 STWK 0,466 88,060 68,358 W4 0,062
JM21003 105,95 116,7 STWK 0,045 77,674 7,442 W5 0,006
JM21003 57,55 73,4 VSD 0,068 89,590 8,707 W4 0,009
JM21004 38 40,5 fRHY 0,063 100 0 W4-5 0,008
JM21004 40,5 45,6 fRHY 4,488 91,765 40,392 W3 0,598
JM21004 56,9 60,9 fRHY 1,000 88,750 6,500 W4 0,133
JM21004 19,1 28,4 MSX 10,134 92,043 40,538 W2 1,351
JM21004 47,05 48,5 MSX 0,083 18,621 0 W4-5 0,011
JM21004 48,5 54,45 MSX 5,462 90,588 32,773 W3 0,728
JM21004 54,45 56,9 MSX 0,111 60,816 0 W4-5 0,015
JM21004 0 8,3 RUN 0,083 63,494 8,675 W4-5 0,011
JM21004 8,3 15,3 RUN 5,125 98,857 41 W3 0,683
JM21004 15,3 17,75 RUN 0,085 100 10,204 W4 0,011
JM21004 28,4 38 RUN 4,375 90,938 35 W2 0,583
JM21004 66,8 84,2 RUN 0,050 57,644 0,747 W4-5 0,007
JM21004 17,75 19,1 STWK 0,083 62,963 0 W4-5 0,011
JM21004 63,2 66,8 STWK 0,083 81,111 3,889 W3 0,011
JM21004 60,9 63,2 VAT 0,083 63,478 0 W4-5 0,011

A-14
Anexo II – Carote de MSX (antes)

A-15
ANEXO III - Carote de MSX (depois)

A-16
Anexo IV – Ensaio de resistência a compressão em litologia RUN

LABORATÓRIO GEOTÉCNICO
Relatório de Resistência à Compressão Uniaxial em carotes de sondagem
(NP EN 1926-2000)

NUMERO DE AMOSTRAS LOCAL ENSAIO Laboratório Geotécnico


DATA DE PREPARAÇÃO CURA sem
LITOLOGIA RUN DIÂMETRO 63 mm
ZONA DE EXTRAÇÃO ALTURA
ORIGEM Caroteca DATA DE ENSAIO 30/04/2021

Planos de anisotropia
Orientação do eixo de
carga face ao plano de
anisotropia

Provete Tensão de rotura (KN) Resistência (MPa) Massa (g) Altura (mm) Observações
1 73,323 32,522 1465 173
2 285,991 91,745 1458 174
3 111,550 35,785 1175 138
4 174,516 53,585 774 93
5 131,520 42,191 1199 145
6 36,364 11,251 868 98
7 225,261 72,263 1469 174
8 131,744 42,263 1166 135
9 65,746 21,155 1441 166
10 152,459 48,908 1270 144

Média (MPa) 45,1668


Desvio padrão 22,3173

Classe de resistência R3

Observações

Operador Responsável
Data Data

A-17
Anexo V – Ensaio de resistência a compressão em litologia MSX

LABORATÓRIO GEOTÉCNICO
Relatório de Resistência à Compressão Uniaxial em carotes de sondagem
(NP EN 1926-2000)

NUMERO DE AMOSTRAS LOCAL ENSAIO Laboratório Geotécnico


DATA DE PREPARAÇÃO CURA sem
LITOLOGIA MSX DIÂMETRO 63 mm
ZONA DE EXTRAÇÃO ALTURA
ORIGEM Caroteca DATA DE ENSAIO 30/04/2021

Planos de anisotropia
Orientação do eixo de
carga face ao plano de
anisotropia

Provete Tensão de rotura (KN) Resistência (MPa) Massa (g) Altura (mm) Observações
1 195,455 62,701 2576 172
2 206,632 64,098 1518 100
3 759,652 243,693 2650 175
4 54,247 16,806 1510 99
5 95,942 27,538 2271 152
6 402,098 128,992 2372 170
7 56,185 18,024 2072 165
8 280,104 89,856 2389 176
9
10

Média (MPa) 81,464


Desvio padrão 71,076

Classe de resistência R4

Observações

Operador Responsável
Data Data

A-18
Anexo VI – Ensaio de resistência a compressão em litologia STWK
LABORATÓRIO GEOTÉCNICO
Relatório de Resistência à Compressão Uniaxial em carotes de sondagem
(NP EN 1926-2000)

NUMERO DE AMOSTRAS LOCAL ENSAIO Laboratório Geotécnico


DATA DE PREPARAÇÃO CURA sem
LITOLOGIA STWK DIÂMETRO 63 mm
ZONA DE EXTRAÇÃO ALTURA
ORIGEM Caroteca DATA DE ENSAIO 30/04/2021

Planos de anisotropia
Orientação do eixo de
carga face ao plano de
anisotropia

Provete Tensão de rotura (KN) Resistência (MPa) Massa (g) Altura (mm) Observações
1 117,437 37,673 1250,6 128
2 74,739 22,583 891,2 75
3
4
5
6
7
8
9
10

Média (MPa) 30,128


Desvio padrão 7,545

Classe de resistência R3

Observações

Operador Responsável
Data Data

A-19
Anexo VII – Sequência de detonação e proposta de temporização, em ms
(DF ESC 5A*5L)

A-20
Anexo IX – Imagens espaciais das sondagens efetuadas (Vulcan MaptekTM)

A-21
A-22
A-23
Anexo X – Caixas de sondagens do jazigo de São João

A-24
A-25
ANEXO XI – Folha de campo de levantamento de famílias de
descontinuidades

A-26

Você também pode gostar