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Várias Doenças
Várias Doenças
11.3 Citros
José Carlos Fachinello & Jair Costa Nachtigal
11.3.1 Gomose, podridão do pé ou podridão das raízes
Agente causal: Phytophthora citrophthora e Phytophthora
parasitica
Os principais sintomas são lesões na parte basal do tronco,
nos ramos mais baixos e nas raízes, com formação de goma exudada
através de rachaduras na casca. As folhas tornam-se amarelas nas
nervuras principais e secundárias, devido à menor circulação de seiva
(Figura 76).
As plantas atacadas apresentam queda de folhas, morte dos
ramos e, por fim, morte da planta.
A incidência desta doença aumentou devido, principalmente,
à utilização de porta-enxertos suscetíveis, porém resistentes ao
declínio.
11.3.2 Verrugose
Agente causal: o agente causal da verrugose é o
fungo Elsinoe fawcetti, na laranjeira azeda e limoeiro, o E. australis,
na laranja doce, e E. fawcetti var. scabiosa, nas tangerineiras.
A verrugose ataca somente tecidos jovens e os maiores
prejuízos são causados quando ocorre nos frutinhos, nos quais a
casca adquire manchas corticosas que prejudicam a aparência (Figura
77).
11.3.5 Tristeza
A tristeza é uma doença causada por vírus, que é transmitida
das plantas doentes para as plantas sadias através do pulgão preto
(Toxoptera citricidus), o que faz da tristeza uma doença endêmica no
Brasil.
De acordo com o comportamento das plantas face aos danos
provocados pela tristeza, é possível dividir as plantas cítricas em 4
grupos:
GRUPO 1 - cultivares tolerantes ao vírus, como as laranjeiras
doces, exceto a laranja Pêra; tangerineiras; limoeiro Cravo; limoeiro
Rugoso; tangeres e alguns tangelos.
GRUPO 2 - cultivares intolerantes ao vírus, mas que
permitem a multiplicação do vírus em seus tecidos. Neste grupo
estão os pomeleiros, limeiras, limoeiro Galego, laranjeira Pêra e
cidreiras.
GRUPO 3 - cultivares tolerantes e que não permitem a
multiplicação do vírus em seus tecidos. O Poncirus trifoliata e alguns
de seus híbridos pertencem a este grupo.
GRUPO 4 - cultivares intolerantes e que não permitem a
multiplicação do vírus em seus tecidos, pois ocorre morte da célula
quando inoculada com o vírus. A laranjeira azeda e os limoeiros
verdadeiros são os representantes deste grupo.
Os sintomas da tristeza são variáveis de acordo com o grupo
ao qual pertence a planta, porém, de modo geral, caracteriza-se por
alterações na coloração das folhas e nervuras, redução no
crescimento, seca da extremidade dos ramos, depressões no tronco e
ramos finos (caneluras).
Não existe controle químico para a tristeza, o que
recomenda-se é a utilização de porta-enxertos dos grupos 1 e 3 e à
premunização de cultivares-copa intolerantes ao grupo 2.
11.3.6 Exocorte
A exocorte não é causada por vírus e sim por um viróide
formado por um ácido ribonuclêico duplo, sem capa protêica.
Os sintomas se manifestam a partir dos 4 aos 7 anos de
idade em plantas infectadas e são caracterizados pelo definhamento
das plantas, vegetação esparsa e cloroses nas folhas.
A principal forma de transmissão é através da enxertia com
borbulhas ou garfos retirados de plantas contaminadas. Já o principal
método de controle é a utilização de plantas matrizes sadias,
normalmente obtidas de clones nucelares ou pela técnica de
microenxertia de ápices vegetativos.
11.3.7 Declínio
O declínio dos citros é uma doença cujo agente causal não é
conhecido até o momento. Caracteriza-se pelo murchamento das
plantas cítricas com idade superior a 5 anos. A morte total da planta
ocorre de 1 a 5 anos, devido a disfunções dos vasos do xilema.
O único método de controle, até o momento, é a utilização de
porta-enxertos tolerantes como a laranjeira Caipira, tangerineiras
Sunki e Cleópatra e tangelo Orlando. O Citrumelo também é
considerado como tolerante ou imune ao declínio.
11.3.8 Clorose variegada
A clorose variegada dos citros (CVC), conhecida como
amarelinho, é uma doença causada pela bactéria Xylella fastidiosa,
que atinge todas as variedades de citros comerciais.
A bactéria é transmitida e disseminada nos pomares por insetos
vetores. Como ainda não há uma forma específica de combate
àXylella fastidiosa, os citricultores devem implantar em seus pomares
as estratégias de manejo da doença. .
O manejo da CVC exige cuidados e dedicação por parte do
citricultor e está baseado em três estratégias:
Utilização de mudas sadias
Poda de ramos com sintomas iniciais em plantas com mais de dois
anos e erradicação de plantas abaixo dessa idade;
Controle do vetor - cigarrinhas
Os sintomas muitas vezes são confundidos com a toxidez por
boro ou deficiência de potássio ou de zinco.