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Resumo Pediatria - Integrada

Doenças Exantemáticas

Sarampo
Quadro clínico
● Caso suspeito: Todo paciente que, independente da idade e situação vacinal,
apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhado por tosse, coriza e/ou
conjuntivite.

● Período prodrômico: 2 a 4 dias, febre alta, tosse, coriza, mal estar, conjuntivite

● Manchas Koplik: consideradas patognomônicas. São lesões de 2 a 3 mm, cor


branca, base eritematosa, na região jugal, duração 1 a 3 dias, desaparece logo
após surgir exantema

● Período exantemático: exantema cutâneo maculopapular, geralmente região


retro-auricular, auge 2 a 3 dias, evolui para tronco e membros
○ 4 a 7 dias ⇒ descamação furfurácea.
○ Os sintomas gerais acentuam-se no início do exantema.
○ No 5 dia vai evoluindo e desaparecendo as lesões ⇒ ficam mais
acastanhadas

Complicações
● Quando a febre persistir após 3 dias de exantema
● Principais: OMA e pneumonia
● O sarampo em bebês com menos de 1 anos é a que mais causa complicações.

Diagnóstico
● Clínico
● Para confirmar: exame sorológico (ELISA) - 1° a 28° dias do aparecimento do
exantema (IgM e IgG ) e Coleta de PCR em amostras biológicas (sangue, secreção
nasofaríngea, urina, saliva, e líquor) nos primeiros dias de exantema.

Conduta
● Internação
● Medicamentos sintomáticos, hidratação
● Coleta de ELISA e PCR
● Vitamina A ⇒ tratamento
● Prevenção: vacina ⇒ tríplice viral
○ Caso confirmado: Ideal tomar a vacina em até 72 horas ⇒ se já tiver
tomado as duas doses da vacina, não precisa tomar
○ Imunoglobulina: <6 meses, gestante sem imunidade prévia,
imunodeprimidos
● Notificação compulsória

Rubéola

● Período transmissibilidade: 5 a 7 dias antes do exantema até 5 a 7 dias após seu


surgimento
● Caso suspeito: paciente com febre e exantema, acompanhado de linfoadenopatia
(retroauricular, occipital, cervical), independente da idade e situação vacinal

Quadro clínico:
● Nas crianças geralmente não aparecem os exantemas.
● Período prodrômico: febre baixa, cefaleia, dores generalizadas (artralgias e
mialgias), coriza e tosse. Geralmente não é observado em crianças.
● Período exantemático: exantema cutâneo róseo, máculo papular e puntiforme
difuso, distribuição crânio-caudal, início face, couro cabeludo e pescoço, extensão
para todo o corpo ⇒ 5 a 10 dias.
○ Observa-se linfadenopatia, principalmente retroauricular, cervical e
occipital, que aparecem 5 a 10 dias antes do exantema.
● Complicação: Síndrome da Rubéola Congênita → comprometimento do SNC,
catarata congênita, cardiopatia.
● Diagnóstico: ELISA e PCR

Varicela

Quadro clínico
● Período prodrômico: até 3 dias, febre baixa, cefaléia, anorexia e vômitos
● Período exantemático: caracterizada pela presença de febre e erupção cutânea,
pápulo vesicular, lesões umbilicadas na sua região central, e evoluem para forma
de crostas, até cicatrização ⇒ Acomete mucosas

Complicações: Pneumonia e sepse

Conduta:
● Vacinação
● Em gestantes: tomar imunoglobulina específica para o vírus da varicela zoster-
VZIG até 96h após o contato. Após o decorrer das 96 h, pode iniciar o aciclovir.
● Notificação só em casos de surtos

Escarlatina

● Streptococcus pyogenes
● Transmissão por contato direto e próximo com paciente que apresenta
faringoamigdalite estreptocócica aguda

Quadro clínico
● Início agudo: febre alta, vômitos, dor de garganta e sintomas gerais (cefaleia,
calafrios, mal estar, dor abdominal)
● Período exantemático: de 12 a 18 horas após o início dos sintomas
○ Erupção eritematosa puntiforme, que embranquecem à pressão, confluente
em dobras cutâneas e áreas de pressão (sinal de Pastia); pele áspera
(consistência de lixa), expansão do exantema em 24 horas, face eritematosa
com palidez peri-oral (sinal de Filatov), apresenta descamação (em “luva” e
em “bota”)
● Enantema: aumento das amígdalas, com edema, hiperemia e exsudato. Faringe
com edema e hiperemia, língua em framboesa, palato com petéquias.

Diagnóstico:
● Cultura de orofaringe é o principal exame
● Testes rápidos até sair a cultura → detecção de antígeno
● ASLO

Tratamento
● Penicilina G benzatina, nas doses de 600.000 UI, intramuscular, para crianças
menores de 25 quilos, e 1.200.000 UI para maiores de 25 quilos e adultos, em dose
única.
● Eritromicina ou cefalosporinas = indicada para pacientes alérgicos às penicilinas

Exantema Súbito ou Roséola

Quadro clínico
● Febre alta, irritabilidade → início súbito, com febre alta (39°-40°C) e extrema
irritabilidade, em contraste com o bom estado geral.
● Em alguns casos ocorrem sinais de comprometimento respiratório (tosse, coriza
e/ou pneumonite) ou gastrintestinal (diarreia, dor abdominal).
● Após três a cinco dias há declínio brusco da febre e o aparecimento do exantema,
com sensível melhora do humor.
● Exantema maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não
coalescentes, que se assemelham à rubéola ou ao sarampo leve
● Acomete inicialmente o tronco e, em seguida, a face, a região cervical e a raiz dos
membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas), sem descamação ou com
discreta pigmentação residual.
● Sinais e sintomas clínicos inespecíficos mais frequentes: adenomegalias cervicais
e/ou retroauriculares, hiperemia de orofaringe e edema palpebral.
Eritema Infeccioso

● Casos típicos: exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema difuso, com
distribuição em "vespertílio" e edema das bochechas (fácies esbofeteada); as
outras regiões da face, como o queixo e a região perioral, são poupadas
● Febre de 38°C há 10 dias, com duração de 2 dias, além de manchas avermelhadas
pelo corpo, com início em face.
● Informar a escola, mas a criança pode frequentar a escola → após o exantema
não tem infecção.
● As manchas ressurgem após exposição solar

Síndrome de Kawasaki

Critérios diagnósticos - febre + quatro critérios.


● Febre com duração > 5 dias
● Conjuntivite asséptica
● Exantema polimorfo seguido de descamação (extremidades, períneo)
● Alterações de mucosa oral: hiperemia, edema, secura e fissura de lábios, língua em
“framboesa”, enantema difuso
● Alterações de extremidades: hiperemia palmoplantar, edema endurado de mãos e
pés, edema das articulações falangeanas, descamação periungueal na fase mais
tardia
● Adenomegalia cervical não supurativa.

Tratamento:
● Imunomodulador: Gamaglobulina endovenosa 2g/kg em dose única ( 8 a 12 horas)
● Aspirina 80 -100mg/kg/dia 4x/dia (1 semana)
● Aspirina 3-5 mg/kg/dia 1x/dia
Consulta Pediátrica

● Puericultura é a consulta periódica de uma criança ⇒ promoção da saúde em


toda a sua plenitude para que a criança seja um adulto saudável

Cronograma de consultas:
● Consulta de orientação aos pais no 3° trimestre da gestação
● Consulta ao nascimento ⇒ sala de parto e antes da alta
● Consulta na 1ª semana de vida ⇒ entre o 3º e o 7º dia de vida (domiciliar ou
ambulatorial)
● Consulta no final do 1° mês ou antes se necessário

Anamnese
● Antecedentes pessoais da criança ⇒ antecedentes patológicos e alimentares,
questionando acerca da gestação, nascimento e período neonatal.
● Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) ⇒ aparecimento de habilidades
motoras, aquisição de linguagem gestual e falada, controle esfincteriano e
desenvolvimento socioafetivo da criança com membros da família e amigos.
● Antecedentes vacinais devendo além de registrar as vacinas tomadas e períodos
em que foram realizadas, registrar eventos adversos (locais ou sistêmicos) caso
tenham ocorrido.
● História de formação da família, relacionamento dos pais e aceitação da criança
neste processo.
● Habitação ⇒ compreensão acerca das condições de vida e saúde da criança e sua
família, de modo a conseguir compreender se existem fatores de risco para
doenças respiratórias, infecto-parasitárias e dermatológicas.
● Hábitos atuais da criança ⇒ alimentares, intestinais, urinários, sono, higiene
corporal e bucal, lazer e atividade física. Quanto tempo a criança fica exposta a
telas de telefone, tablets, televisão, etc.

Exame físico
● Peso:
○ Normal (perda de até 10% ao nascer e recuperação até o 15º dia de vida)
○ Baixo peso ao nascer (<2500g)
○ Macrossomia (>4000g)
● Face: pesquisar assimetria, malformação, deformidade ou aparência sindrômica
● Pele: pesquisar presença de edema, palidez, icterícia, cianose, presença de
assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas palmo-plantares (sífilis)
● Crânio: realizar exame das fontanelas
● Olho: observar presença de secreção purulenta (importante descartar infecção por
gonococo, clamídia e herpes vírus)
● Tórax: observar assimetrias, se há sinais de sofrimento respiratório, verificar os
pulsos, FC e se há presença de sopros cardíacos.
● Abdome: contar movimentos respiratórios abdominais, se há presença de hérnia
inguinal ou hérnia umbilical.
● Avaliação neurológica: Observar os reflexos de sucção, preensão palmar-plantar.

Diagnósticos - CEVADA
● C - crescimento ⇒ estatura adequada, baixa ou alta para a idade
● E - estado nutricional ⇒ eutrófica ou distrófica
● V - vacinação
● A - alimentação
● D - desenvolvimento
● A - ambiente físico e emocional

Curvas de IMC

Estatura
Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM)

Alimentação até 24 meses de vida:


● Aleitamento materno exclusivo até 6 meses
● Na ausência ou impossibilidade do LM: fórmulas infantis (garantidas para filhos de
mães HIV+)
● Na impossibilidade de fórmulas infantis adequadas:

Suplementação **
● Ferro: a partir dos 6 meses
○ 1 mg/kg peso/dia - sulfato ferroso 25 mg/ml (cada ml = 25 gotas)
○ Em aleitamento materno: 6º ao 24º mês de vida
○ Leite de vaca: desde a interrupção do AM até 24º mês de vida
○ Fórmula enriquecida: 6º ao 24º mês de vida

● Em prematuros (pré-termos)
○ RN pré-termo com peso entre 2500 e 1500 g ⇒ 2 mg/kg de peso/dia, a
partir de 30 dias até 1 ano. Depois 1mg/kg/dia por mais 1 ano.
○ RN pré-termo com peso entre 1500 e 1000 g ⇒ 3 mg/kg de peso/dia por 1
ano. Após este período, 1 mg/kg/dia por mais um ano.
○ RN pré-termo com peso <1000 g ⇒ 4 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias
durante um ano. Após este período, 1 mg/kg/dia mais 1 ano
● Vitamina D e A
○ AM: 1º semana de vida até 12 meses ⇒ depois aumenta para 3 gotas 12-24
meses.
○ Leite de vaca: 1º semana de vida até 12 meses ⇒ depois aumenta para 3
gotas 12-24 meses.
○ Fórmula enriquecida: 1º semana de vida até 12 meses ⇒ depois aumenta
para 3 gotas 12-24 meses.

● Aleitamento com leite de vaca ⇒ suplementar com Vitamina C,A,D e ferro

Queixas Cardiológicas

● Miocardiopatia hipertrófica = causa morte súbita em jovens


○ Ocorre desorganização das fibras levando à fibrose → leva a uma arritmia
grave

Principais cardiopatias congênitas:


● Comunicação interventricular
● Comunicação interatrial tipo secundum
● Persistência do canal arterial
● Coarctação de aorta
● Tetralogia de Fallot
● Estenose pulmonar
● Estenose aórtica
● Transposição de grandes vasos

Conceitos
● Perda de consciência = perde a consciência de si mesmo e de sua condição → não
responde a estímulos.
● Perda da consciência não sincopal = perda de consciência não atribuível a
hipoperfusão cerebral
○ Causada por hiperglicemia, intoxicação alcoólica ou drogas, concussão por
trauma craniano.
● Convulsão = perda de consciência geralmente acompanhada de movimentos
involuntários.
○ Meningite pode induzir a manifestações neurológicas, como a convulsão.
● Síncope = que é a perda de consciência súbita e do tônus muscular, que passa
rápido, por causa de uma hipóxia ⇒ hipoperfusão cerebral
● Síncope por estímulo vasovagal = mudança postural, pródromos, não tem relação
com o esforço.
● Pré-síncope: tem os sintomas, mas a pessoa não chega a cair ⇒
comprometimento parcial da consciência
● Pseudo-síncope: quando a pessoa simula um desmaio → aparência de perda
transitória de consciência sem haver perda de consciência
Sinais de alerta na síncope: (não vagal)
● Evento: colapso súbito, sem pródromos, ao exercício, palpitações cardíacas,
posição supina
● Exame físico normal
● História clínica positiva → ex: se tem alguma doença cardíaca
● História familiar positiva → perguntar se na família já teve algum histórico de
morte súbita.
● Síncope causada por ruídos intensos ou estresse emocional
● Uso de medicações que prolongam o QT: citalopram, azitromicina, ondansetrona.
● Atividade tônico-clônica (cardíaca ou neurológica)

Dor torácica
● Queixa cardiológica muito frequente no ambulatório
● Dor precordial → ósteo-muscular é mais comum na criança

Sinais de alerta
● Dor anginosa
● Dor ao exercício aeróbico, de intensidade moderada ou maior, não atribuível a
outras causas.
● Na história da doença atual: queixa de dispneia ou cansaço excessivo, história de
síncope inexplicável e não sugestiva de vasovagal, desconforto ou dor torácica,
palpitação, principalmente se associados ao esforço físico ou depois ⇒ maior risco
de evento cardiovascular

Sopro
● O sopro cardíaco é a maior causa de encaminhamento para a investigação de
cardiopatia congênita.
● Sopro inocente → ocorre em 80% das crianças com 3 a 4 anos.
○ É pior em estados hidrodinâmicos (febre)
○ Não é patológico
○ Sem sintomas
○ Sem abaulamentos, impulsões ou frêmitos, bulhas normais
○ Geralmente é sistólico
○ Restante do exame é normal (ictus, precórdio, bulhas)
○ Ruído venoso: o fluxo que vem da jugular entra na cava superior e faz uma
pequena turbulência. Se comprime a veia jugular, o barulho some (quando
deita ou vira o pescoço)
A criança vomitadora - Refluxo Gastroesofágico

Refluxo Gastroesofágico Fisiológico do RN

● Queixa comum em consultas com lactentes (bebês até 1 ano de idade)


● “Meu filho vomita tudo que mama”
● “Eu vivo com a roupa cheirando azedo, devido à regurgitação do meu bebê”
● Processo fisiológico: imaturidade do esfíncter esofágico inferior
● O lactente tem ganho ponderal adequado
● A regurgitação melhorar +- com 12 meses de vida, senão surgir sintomas
associados como diarreia, constipação, febre ou dificuldade de ganho ponderal

Critérios de Roma IV
● Obrigatória a presença das duas seguintes condições em lactentes sadios (3
semanas a 12 meses) =
○ 1. dois ou mais episódios de regurgitação por pelos menos 3 semanas
○ 2. ausência de náuseas, hematêmese, aspiração, apneia, déficit de ganho
ponderal, dificuldade para alimentação ou deglutição, postura cervical
anormal
Conduta
● Esclarecimento aos pais sobre o caráter benigno e transitório dessas
manifestações, orientar que o aleitamento materno natural exclusivo deve ser
mantido.
● Se caso, surgir outros sintomas associados, os pais devem retornar e explicar as
queixas aos pediatra
● Após mamar colocar em pé
● Elevação da cabeceira (dormir em posição supina)

Alimentação
● Manter AM exclusivo
● Se toma fórmula ou é misto: utilizar fórmulas espessadas (anti regurgitação)
● Fracionar a dieta: dar menos leite

Refluxo Gastroesofágico Patológico


Quadro clínico
● Regurgitações e vômitos de intensidade variável, dificuldade nas mamadas, déficit
de ganho ponderal, choro, irritabilidade, recusa alimentar (a criança fica se
jogando para trás

Diagnóstico
● Não tem nenhum padrão ouro
● Raio-X esôfago-estômago-duodeno contrastado ⇒ Deve ser solicitado para
excluir anormalidades anatômicas do trato digestório alto
● Endoscopia digestiva alta com biópsia ⇒ Solicitada na suspeita de complicações
(esofagite, estenose péptica, esôfago de barrett)
Tratamento
● Bebê - Lactente
○ Orientação postural
○ Orientação técnica menstrual
○ Antiácidos de contato = sintomático e diminui a acidez noturna
○ Inibidor de bomba de prótons = apenas se confirmado esofagite erosiva
pela endoscopia
● Criança e adolescente
○ Tratamento Dietético ⇒ Redução do peso
○ Elevação do decúbito durante o sono
○ Evitar alimentos antes de deitar
○ Evitar alimentos ácidos - chocolates, frituras, cafés, bebidas cafeinadas,
refrigerantes, apimentados, ácidos e alimentos a base de tomate
○ Evitar cigarro e álcool
○ Medicamentoso
■ Antiácidos de contato ⇒ apenas sintomático
■ Inibidor de bomba de prótons ⇒ sinais de esofagite

Refluxo gastroesofágico patológico associado à dermatite atópica

● EF: choroso, irritado, aspecto emagrecido, corado, hidratado, presença de pele


seca, lesões eritematosas, ressecadas, com descamação em tronco e face

Em caso de alergia alimentar


● AM exclusivo ⇒ mudar a dieta da mão (exclusão de proteína LV)
● Criança em uso de fórmula ⇒ dar fórmula hipoalergênica

Causas de Vômito
● Estenose hipertrófica de piloro ⇒ vômitos não biliosos, lactente faminto, oliva
pilórica
● Atresia duodenal ⇒ distensão gástrica, ausência de ar nas demais alças intestinais
● Estenose duodenal (estômago com muito ar e grandão)
● Megacólon Agangliônico
● Invaginação intestinal ⇒ presença de muco sanguinolento exteriorizando pelo
ânus
Doenças Tireoidianas

Hipotireoidismo primário
● Falta do hormônio pela própria tireóide ⇒ tireóide está insuficiente
● TSH aumenta, T4 pode estar normal ou baixo

Hipotireoidismo Central
● Deficiência hormonal do TRH (hipotálamo) ou TSH (hipófise)
● TSH baixo ou normal e T4 baixo
● Melhor parâmetro no hipotireoidismo central é o T4, assim vamos saber se precisa
aumentar ou diminuir a dosagem hormonal
● Tratamento = reposição hormonal com levotiroxina

Hipotireoidismo Congênito (primário)

● A criança já nasce com esse defeito. A tireoide não produz bem o hormônio, que é
primordial intraútero e pós-natal.
● É a principal causa evitável de deficiência mental.
● Na Sd. de Down ⇒ maior prevalência.
● Disgenesia = malformação da tireoide (85%)
○ Agenesia: O paciente nasce sem tireoide.
○ Hipoplasia: tireoide nasce menor que o normal.
● Disormonogênese = é a falta da enzima para produzir o hormônio (falta as enzimas
que capta iodo, faz iodização, o passo a passo do iodo fica prejudicado).

Quadro clínico
● RN e Lactentes
○ Hipoatividade, choro fraco e ronco (por edema de cordas vocais),
dificuldade alimentar, sucção débil, distensão abdominal, macroglossia,
icterícia prolongada, fontanelas amplas, hipotonia.
○ Constipação intestinal, pele seca, palidez cutânea, extremidades frias,
mixedema, livedo, obstrução nasal, bócio (presente ou não), hérnia umbilical
○ Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor

● Crianças pré escolares e escolares


○ Velocidade de crescimento reduzida, bócio (defeito de síntese), deficiência
intelectual
Exames
● Dosar T4 livre, anti tireoglobulina e anti peroxidase tireoidiana (anti-TPO).
● USG da tireóide
● Cintilografia da tireóide

Diagnóstico
● Triagem neonatal - exame do pezinho ⇒ papel filtro
● Avaliação tireoidiana: TSH + T4 ⇒ TSH alto e T4L baixo

Tratamento
● Reposição do hormônio tireoidiano como o medicamento levotiroxina
○ Iniciar o tratamento até 10/14 dias - no máximo até 30 dias de nascimento
● Em crianças que não conseguem engolir, o comprimido deve ser triturado,
misturado com um pouco de água. O comprimido deve ser ingerido, pela manhã,
em jejum, idealmente 30 minutos antes do café da manhã.

Hipotireoidismo Transitório

Causas
● Mães tratadas com drogas antitireoidianas
● Excesso ou carência de iodo
● Hipotireoidismo materno → passagem de anti-tpo para o feto
● Passagem placentária de anticorpo bloqueador do TSH
● Prematuridade: imaturidade do eixo (TSH, T4, T3 menores)
● RN doentes (T3 e T4 baixos)
● Mutações (heterozigose) THOX/DUOXA

Hipotireoidismo Congênito Central

● Causas: deficiência no TRH, na ação do TRH, na produção do TSH


● Acompanhado de outras deficiências hormonais hipofisárias em geral
● Má formação do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide
● T4L baixo e TSH baixo ou normal
● Tratamento: reposição hormonal com Levotiroxina (T4)

Hipotireoidismo Adquirido Primário

Tireoidite de Hashimoto
● Mais comum no Hipotireoidismo adquirido
● Início insidioso
● Mais frequente a partir da puberdade.
● Relacionada a outras comorbidades
○ DM1, vitiligo, doença celíaca - doenças autoimunes
○ Relacionada também a síndromes genéticas (Down, Turner, etc)
● Tem história familiar
● Pode ter bócio, por conta da inflamação crônica
● Adquirido primário: defeito que acometeu diretamente a hipófise
Diagnóstico:
● TSH e T4L
● USG da tireóide = vai está super vascularizada - é uma característica.
● Anti-TPO
● História Familiar

Quadro clínico
● Baixa estatura, atraso no crescimento, puberdade atrasada, anemia, pele seca,
sonolência, constipação, alterações cardíacas.

Outras causas de Hipotireoidismo Adquirido Primário


● Déficit de iodo
● Uso de medicamentos ⇒ Lítio, amiodarona
● Doenças infiltrativas ⇒ Cistinose, histiocitose
● Irradiação da tireóide
● Tireoide subaguda ⇒ Raro - após infecção viral

Hipotireoidismo Subclínico

● Paciente apresenta hipotireoidismo subclínico por tireoidite de Hashimoto


● TSH alto, mas T4 se mantém normal
○ TSH passou de 10, mesmo que T4 esteja normal, a gente trata.
● Criança está com déficit de crescimento, indo mal na escola
● Tratamento é mais pela sintomatologia

Doença de Graves - Hipertireoidismo

● TSH baixo e T4L alto

Quadro clínico
● Tríade: bócio difuso, exoftalmia e hipertireoidismo
● Mudança de comportamento, insônia, irritabilidade, diarreia, emagrecimento,
sudorese, bócio difuso e proptose (grande maioria), avanço da idade óssea,
aceleração do crescimento, aumento do apetite, tremores de extremidades.

Diagnóstico
● TSH baixo e T4 alto
● Anticorpo anti-receptor de TSH (TRAB) elevado
● Dosar anti-TPO

Tratamento
● Medicamentoso
○ Betabloqueador (propanolol) - 1mg/kg/dia de 8 em 8 horas
○ Metimazol 0,1 - 1 mg/Kg/dia (até 30mg)
● Iodoterapia: >5 anos, bócios pequenos a moderados
● Cirurgia: < 5 anos, bócio muito grande

Bronquiolite e Sibilância

Bronquiolite Viral Aguda


● 1º episódio agudo de sibilância em lactentes, precedido por um quadro catarral de
vias aéreas superiores (rinite, tosse, com ou sem febre).
● Principal agente: VSR (Vírus sincicial respiratório)

Fatores de Risco
● Prematuridade, displasia broncopulmonar ou outras doenças respiratórias crônicas
(pela redução da função pulmonar), idade menor que 12 meses, sexo masculino
(provavelmente se deve ao menor calibre das vias aéreas), aglomeração, ausência
de aleitamento materno, cardiopatia congênita e imunodeficiência.

Quadro clínico
● Início com resfriado comum por 2 a 3 dias, com ou sem febre (baixa).
● No 3º dia: pior dia, geralmente é quando vão no médico
○ Tosse, sibilância e sinais de desconforto respiratório (taquidispneia,
retrações torácicas e de fúrcula, gemido, batimento de asas de nariz e
dificuldade na alimentação).
○ Ausculta: estertores crepitantes (< 3 meses) ou subcrepitantes e sibilos.
● Apneia em prematuros e lactentes menor de 2 meses de vida: sintoma precoce da
BVA.
● A grande maioria são quadros leves com melhora após 1 a 3 dias.

Diagnóstico
● O diagnóstico é baseado na história clínica e no exame físico, não necessitando
de exames
● Mas se precisar:
○ Pesquisa de vírus nas crianças internadas (aspirado de nasofaringe – IF e
RT-PCR).
○ Rx de tórax em crianças internadas: presença de atelectasias e
pneumotórax.
○ Oximetria para detectar a hipoxemia (<94%) e acompanhar a resposta à
oxigenioterapia.
Tratamento
● Basicamente = suporte com O2 e hidratação

Indicação para internação


● Desconforto respiratório ou incapacidade para manter a hidratação adequada.
● Grupo de alto risco: < 3 meses, prematuros, pneumopatas, cardiopatas e
portadores de imunodeficiências (internação em um estágio mais precoce da
doença).

Sibilância Recorrente do lactente e do pré-escolar


● Presença de 3 ou mais episódios de sibilância em crianças menores que 5 anos e
maiores de 1 mês de vida
● Nem todas crianças que chiam são asmáticas
● A bronquiolite é apenas o 1º caso, depois é essa sibilância recorrente

Fatores de risco
● Desenvolvimento pulmonar: os poros de Kohn nas crianças ainda está em
desenvolvimento ⇒ Faz atelectasias mais fácil
● Infecções virais precoces ⇒ ida precoce à creche - rinovírus*
● Genética, sexo masculino, displasia broncopulmonar, DRGE
● Fatores exógenos: desmame precoce, tabagismo passivo, prematuridade, baixo
peso ao nascer.

Diagnóstico
● Presença de sibilância recorrente
● Tosse espasmódica noturna
● Desconforto respiratório e despertares noturnos

Diferença de sibilância e asma


● Fenótipo do lactente sibilante (LS) transitório (infecções virais) ⇒ sibilância
recorrente
● Fenótipo LS com múltiplos fatores desencadeantes: asma?
○ Poeira, animais, ácaros, infecções virais também
○ Nesse caso, devemos pensar em asma
Exames
● Raio x de tórax
● Testes alérgicos têm ↓ positividade
● Pesquisar DRGE: teste terapêutico com inibidor bomba de prótons, phmetria
● Em casos graves: TC tórax, broncoscopia com lavado broncoalveolar, biópsia
pulmonar

Tratamento
● Se o diagnóstico for sibilância recorrente ⇒ tratar como na asma:
○ β2 agonista de curta ação nas crises nos sibilantes intermitentes
■ Só usamos para resgaste da crise
■ Crises esporádicas usamos só o beta 2 de curta
○ Pré-escolares sibilantes persistentes: β2 agonista de curta ação nas crises +
anti-LTR (leucotrieno) ou CE inalatório
● 1ª coisa ⇒ B2 de curta duração para as crises + corticóide inalatório para
tratamento
● Se a criança não melhorar:
○ Ou aumentamos a dose do corticoide inalatório
○ Ou associamos com montelucaste (anti-LCT)

Vacinação

● Imunidade passiva naturalmente adquirida: é de curta duração e pode ser


obtida por transferência da mãe para o filho (placenta, amamentação).
● Imunidade passiva artificialmente adquirida: também de curta duração, é
obtida pela administração de soros e imunoglobulina humana.
● Imunização Passiva Intencional: fornecimento de anticorpos homólogos ou
heterólogos.
● Imunidade ativa naturalmente adquirida: é duradoura, obtida através de
infecção ou doença.
● Imunidade ativa artificialmente adquirida: duradoura, obtida pela inoculação
de vacinas.

Tipos de vacinas
● Vacinas inativadas
○ Microrganismos inteiros inativados
■ Poliomielite - VIP ⇒ Antes de 1 ano
■ Vacina contra coqueluche de células inteiras
■ Hepatite A
○ De toxinas naturais inativadas
■ Tétano e difteria
○ De Subunidades ou de fragmentos de microorganismos inativados
■ Influenza ⇒ vírus morto e esquartejado - não é causador de gripe
● Pode dar febre, como evento adverso de vacina normal
■ Acelular contra Coqueluche
○ Polissacarídicas da cápsula envolvente do agente infeccioso ▪
■ Pneumococo 23
■ Febre Tifóide
● Vacinas conjugadas
○ Polissacarídeo da cápsula envolvente do agente infeccioso + proteína =
○ Complexo indutor de resposta imune T-dependente
■ Hib
■ Pneumococo Infantil (10 e 13)

● Vacinas combinadas
○ Contém antígenos de mais de um agente infeccioso
■ Pentavalente
● Vacina contra a Coqueluche de células inteiras
● Tem na DTP ou pentavalente (dtp + Hep B + HIB)
■ Tríplice Viral
● 10 anos ⇒ febre amarela
● 11 a 14 anos ⇒ Reforço com ACWY
● HPV
○ Agora, meninos e meninas = 9 a 14 anos
○ 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas.
Proteção
● BCG ⇒ protege contra formas graves de TB
● Hepatite B
● Pentavalente ⇒ proteção contra difteria, tétano, pertussis (coqueluche), hemófilos
influenza b e hepatite B
● Poliomielite (VIP) ⇒ proteção contra poliomielite causada pelos vírus tipo I, II e
III
● Poliomielite oral (VOP) ⇒ protege contra Poliomielite causada pelos vírus tipo I e
III
● Rotavírus ⇒ proteção contra Gastroenterites por rotavírus
● Pneumococo 10 ⇒ proteção contra doenças invasivas causadas pelos 10 sorotipos
de pneumococo contidos na vacina
● Meningococo C ⇒ proteção contra doença meningocócica sorogrupo C
● Tríplice Viral ⇒ proteção contra sarampo, caxumba e rubéola
● Tetraviral ⇒ sarampo, caxumba, rubéola e varicela
● Influenza ⇒ proteção contra o vírus influenza e as complicações da doença,
principalmente as pneumonias.
● HPV ⇒ prevenção de câncer do colo do útero, vulvar, vaginal e anal, lesões
pré-cancerosas ou displásicas, verrugas genitais e infecções causadas pelo
papilomavírus humano

Dor em Membros

Dores Funcionais
● 90% das dores músculo esqueléticas em crianças
● Faixa etária: 4 - 14 anos
● Chama-se funcional porque não se identifica uma condição patológica subjacente
(anatômica, infecciosa, inflamatória, metabólica ou neoplásica)
● Períodos assintomático entre as crises
● Dor funcional é mais longa - porque geralmente não é tão importante.
○ Orgânica é menor, porque é importante e vai ao médico.
● Dor funcional não limita as atividades e não leva a claudicação

Características:
● Dor de longa duração, difusa, bilateral, não limita atividades, não causa
claudicação, sem sintomas gerais, não altera sensibilidade, não altera amplitude
dos movimentos
Dor funcional - Dor do crescimento

● Difusa, profunda e bilateral


● Duração e periodicidade variáveis
● Melhora com massagem e calor local
● No dia seguinte acorda bem e nem lembra da dor
● Exame físico normal
● NÃO É RELACIONADA AO CRESCIMENTO
● Não ocorre durante o estirão de crescimento, é antes.
○ Provavelmente por acúmulo de ácido lático, por isso quando faz massagem,
melhora a dor.
● É uma dor funcional benigna, por isso os pediatras costumam falar para acalmar
os pais

Sinais de alerta
● Interferência com as atividades
● Limitação do movimento
● Edema articular
● Dor unilateral
● Piora da dor durante a noite
● Piora progressiva da dor
● Claudicação
● Envolvimento de braços, costas
● Acompanhada por parestesias e formigamentos
● Dor à palpação muscular
● Dor à movimentação passiva
● Diminuição da força muscular
● Dificuldade ou alterações à marcha
● Dor persistente e resistente aos analgésicos
● Manifestações sistêmicas: perda de peso, febre, astenia

Dores Orgânicas
● Curta duração, localizada, limita atividades, pode ter claudicação, pode haver
sintomas gerais, pode haver aumento da sensibilidade, pode haver alteração na
amplitude dos movimentos

Dores Músculo esqueléticas Mecânicas

● É dor orgânica, patológica, característica do sistema osteomuscular ainda em


maturação
● São dores que se intensificam com o movimento, porque ainda está em maturação
● Essa tem relação com o crescimento.
● São mais localizadas ⇒ mais frequente em MMII e coluna (> impacto)
● Associadas a traumas agudos ou repetitivos, superuso (atletas)
● Faixa etária: 10 - 15 anos (>velocidade de crescimento)
● Podem ter formas diferentes de instalação.
● Instalação:
○ Aguda: trauma
○ Insidioso: osteocondroses
○ Intermitente e de longa duração: superuso (atletas)
Causas:
● Síndrome de hipermobilidade articular
● Lesões de superuso ⇒ osteocondroses, traumas por esforço repetitivo, fraturas por
estresse
● Deslocamento epifisário proximal do fêmur
● Sd. patelofemoral, plica sinovial, cisto poplíteo
● Osteocondrite dissecante
● Espondilólise e espondilolistese

Síndrome de hipermobilidade articular benigna (SHAB)

● Articulações possuem uma maior amplitude dos movimentos em indivíduos hígidos


e outros com doenças que influenciam nessa condição
● Maior potencial de lesões musculoesqueléticas
● Causa mais comum de dores mecânicas nos membros em crianças
● Faixa etária: 3- 10 anos; meninas
● Dores à tarde ou à noite, após um período de atividade física

Tratamento
● Calçados específicos, palmilhas e órteses de proteção
● Analgésicos e/ou AINH (pós-atividade)
● Fisioterapia
● Natação

Osteocondroses

● Desordens que afetam o esqueleto em crescimento


● Em geral, ocorre nas epífises ou equivalentes epifisários (parte distal das
extremidades)
● São multifatoriais, mais frequentes em atletas, tem a ver com crescimento
anormal, trauma, superuso da placa de crescimento em desenvolvimento e dos
sítios de ossificação circunjacentes. (multifatorial)
● Atletas jovens
● Dor localizada, piora com exercício
● Mais frequente nos quadris, joelhos, pés e coluna
Doença de Legg- Calvé- Perthes

● Necrose avascular do núcleo secundário de ossificação da epífise proximal do


fêmur durante o desenvolvimento da criança
● Trombose → necrose → fragmentação → reparação → pode deixar sequela.
○ 5 fases: sinovite, necrose, fragmentação, ossificação e sequela
● Processo de reparação substitui osso morto por osso novo
● Revascularização: em 36 meses
● Doença é autolimitada
● Idade: 4 e 9 anos (2 a 16 anos)
● Meninos (4:1), raça branca
● Mais frequente lado esquerdo
● Claudicação intermitente e insidiosa (mais crônico)
● Acompanhada ou não de dor no quadril
● Dor referida na coxa, região inguinal ou joelho
● Exame físico: há limitação dolorosa da abdução, rotação medial do quadril
afetado

Tratamento conservador
● Repouso das atividades que agravam
● Muletas ou órteses para tração ou abdução para manter o quadril numa posição
adequada.
● Fisioterapia para manter a mobilidade do quadril

Tratamento cirúrgico
● Tratamento cirúrgico indicado quando ocorre necrose de mais de 50% da cabeça
femoral

Doença de Osgood - Schlatter

● É um processo inflamatório da região da tíbia por microtrauma


● Causa orgânica mais comum de dor região anterior do joelho
● Microtraumas por tração ou esforço repetitivo
● Dor localizada que piora com digitopressão

Tratamento
● Conservador (gelo, AINE, físico, fortalecimento muscular).
● Crioterapia
● Cinesioterapia
● Alongamento dos músculos isquiotibiais e quadríceps
● Fortalecimento equilibrado de ambos

Sinovite Transitória do Quadril

● É um distúrbio inflamatório auto-limitado do quadril, sendo mais frequente do lado


direito e em meninos de 2-12 anos.
● Se caracteriza por um processo inflamatório agudo, não específico, da membrana
sinovial da articulação do quadril, levando a dor e/ou impotência funcional
segmentar.
● Tem caráter fugaz, que regride rapidamente mesmo sem tratamento.
● Principal causa de claudicação na criança
● História de infecção viral recente
● Dor, claudicação, limitação do movimento
● Inflamação inespecífica com hipertrofia da membrana sinovial e derrame articular

EF: Quadril abduzido e rotacionado externamente e teste de rotação positiva.

Exames complementares e tratamento


● Hemograma , PCR e VHS normais
● RX quadril: distensão da cápsula articular
● USG de quadril: derrame articular

Tratamento: Repouso, Analgésicos, AINH

Artrite séptica

● Febre alta, muita dor, quadro grave!!


● Dor severa em repouso e piora com mínimo movimento
● Mais comum: membro inferior (joelho, quadril, tornozelo) - monoarticular
● Via hematogênica (+ frequente), através da pele e expansão de processo
infeccioso adjacente
● Infecção prévia
● Mais frequente: Staphylococcus aureus

Diagnóstico e tratamento
● Hemograma: leucocitose com neutrofilia
● Velocidade de hemossedimentação (VHS): ↑↑↑
● Proteína C reativa (PCR): ↑↑↑
● Hemocultura: positiva em até 40% dos casos
● Análise do líquido sinovial – Citologia: acima de 50.000-100.000/mm³ – Gram e
cultura
● Radiografia: pouco valor na fase inicial
● Ultrassonografia: derrame articular (guiar punção), RM
● Antibiótico IV (cobertura para S. aureus) 2 a 3 semanas, Analgesia
● Drenagem cirúrgica e lavagem da articulação
● Fisioterapia

Rinite Alérgica

● Tem que ter obstrução nasal e rinorreia


● Fator genético
● Precisa estar sensibilizado

Quadro clínico
● Prurido: nasal, palato, olhos, faringe, laringe e ouvidos
● Rinorreia clara
● Obstrução nasal, anosmia, hiposmia e perda do paladar
● Sintomas oculares ⇒ Reflexos neurais
● Sintomas sistêmicos: mal-estar geral, cansaço, irritabilidade e insônia
● Edema das pálpebras
● Linhas de Dennie-Morgan
● Facie adenoideana
● Prega acima da ponta nasal
● Mucosa das conchas hiperemiadas ou pálida, edematosa, coberta por fina
secreção hialina

Diagnóstico
● Clínico: anamnese e exame físico
● Laboratorial:
○ Determinação de IgE sérica total e específica ⇒ para pesquisar a etiologia
○ Testes cutâneos (punctura ou prick-test) ⇒ para pesquisar a etiologia
○ Aumento de eosinófilos séricos

Tratamento
● Não farmacológico: redução da poeira doméstica e ácaros, reduzir antígenos de
animais domésticos, evitar ambientes com mofo (limpar com água sanitária)
● Farmacológico: Anti-histamínico anti H1, descongestionantes, corticóides tópicos
nasais
● Ideal: Anti-histamínico + corticoides tópicos nasais por 2-3 meses
Asma

● Doença heterogênea caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, com
história de sibilos, falta de ar, aperto no peito e tosse

Classificação

Diagnóstico
● Clínico = anamnese + exame físico
○ Dispneia, tosse crônica, sibilância, desconforto torácico ⇒ durante a noite e
primeiras horas da manhã
○ Presença de sibilos = intensos, agudos, finos, contínuos
○ Tempo expiratório e/ou inspiratório prolongado
● Sibilos
● Espirometria

Tratamento
● Uso do espaçador
○ Checar e corrigir a técnica do inalador
○ De como a mãe está dando o remédio para criança
○ Usamos o espaçador na bombinha, chacoalha, inspira, espera 8-10
segundas e solta
○ Em cada jato deve ser feito o processo, chacoalhar, encaixar o espaçador,
inspirar, e esperar por 6-10 respirações
Tratamento para menores de 6 anos

Crianças de 6-11 anos


● PRIMEIRO PASSO =
○ Usamos em sintomas de asma < 2 x ao mês
■ Baixa dose de corticoide toda vez que usamos o SABA
● SEGUNDO PASSO =
○ 2 crises ou mais no mês
■ Corticoide inalatório contínuo + SABA nas exacerbações
● TERCEIRO PASSO
○ Acorda em crise na maioria dos dias
■ 1ª Opção = Dobra a dose de corticóide inalatório ou adiciona o LABA
ao SABA
■ Isso continua usando o SABA
○ Formoterol - LABA diferente - tem ação rápida, então também broncodilata
■ 2ª opção = Usa baixa dose de corticoide inalatório + LABA com baixa
dose contínuo
■ Quando exacerba aumentamos a dose do budesonida + formoterol
■ Estratégia marte: usar formoterol em baixas dose no lugar de LABA
contínuo → quando ele exacerbar, não precisa dar SABA, só
aumentar o formoterol contínuo
○ Depois disso, se não resolver, tem que mandar para o especialista ⇒
começa a ter comprometimento pulmonar

Acima de 12 anos
● Passo 1 =
○ Damos corticoide inalatório + SABA nas crises
○ Se exacerbou ⇒ já faz protocolo marte
Infecções do Trato Urinário (ITU)

● A Infecção do Trato Urinário (ITU) é caracterizada pela fixação e multiplicação


bacteriana no trato urinário
● Baixa = Acometimento do trato urinário inferior
○ Infecção vesical (cistite)
● Alta = Acometimento do trato urinário superior
○ infecção do parênquima renal (pielonefrite)
● Retardo do diagnóstico e tratamento ⇒ Risco de lesão renal e hipertensão

Fatores de risco
● Baixa idade (< 1 ano)
● Demora para iniciar tratamento eficiente da pielonefrite aguda
● Obstrução anatômica ou neurogênica
● Refluxo vesico-ureteral severo
● Episódios recidivantes de pielonefrite clínica aguda
● Qualquer causa que gere estase urinária

Vias de contaminação
● Via Hematogênica = principalmente em menores de 1 ano, porque o sistema está
imaturo, e nos preocupamos porque rapidamente essas crianças podem ter sepse
● Ascendente = Principalmente entéricos (em crianças > 1 ano)

Etiologia
● Principal = Escherichia coli
● Se não for por E. coli, temos que ir atrás porque provavelmente tem alguma
malformação do trato urinário, ou em crianças maiores pode ter um cálculo renal

Quadro clínico
● < 3 meses = febre, choro, irritabilidade, vômitos, letargia, mama menos (anorexia),
baixo peso ponderal
● > 3 meses = também pode ter sintomas inespecíficos como os lactentes
● Pré-escolares e adolescentes = disúria, urgência miccional, fazer xixi a noite
(começar ou voltar a fazer)

Fatores predisponentes
● Meningomielocele com bexiga neurogênica
● Refluxo Vesicoureteral
○ Alteração funcional - valva incontinente
○ Então, a urina reflui da bexiga para o ureter
○ Depende do grau do refluxo, para a classificação
■ Grau 1 = contraste chega até metade do ureter, mas sem dilatação
■ Grau 2 = contraste chega até o cálice sem dilatação
■ Grau 3 = contraste chega até o cálice com dilatação média
■ Grau 4 = contraste chega até o cálice com dilatação maior
■ Grau 5 = contraste chega até o cálice com dilatação maior - ficando
até tortuoso - a dilatação chega até o cálice

● Constipação Renal Crônica


○ Proximidade anatômica do intestino com a bexiga ⇒ acumula fezes no reto
⇒ Comprime a bexiga, dificultando a micção ⇒ retenção urinária ⇒
Proliferação de patógenos ⇒ ITU

● Estenose de Válvula de uretra posterior


○ Bexiga dilatada
○ USG ⇒ Bexiga de esforço (bexiga redondinha)
■ Dilatação da uretra posterior
■ Bexiga espessada
■ Pode chegar nos rins ⇒ rins e ureteres dilatados

● Estenose de Junção Uretero-piélica

Diagnóstico
● Urina tipo 1 + Urocultura
● Critério diagnóstico = piúria e/ou bacteriúria + urocultura positiva
● Coleta: saco coletor, jato médio, sondagem vesical (mais confiável), punção
supra-púbica

Tratamento Empírico
● < 3 meses
○ Sempre parenteral
○ Aminoglicosídeos ou cefalosporina de 3 geração
○ Considerar associação com ampicilina

● 3 meses a 15 anos
○ Abaixo de 1 ano, com febre, dificilmente fazemos tratamento ambulatório -
sempre ficamos com pé atrás, e tentamos internar
○ Amoxacilina com clavulanato
○ Ceftriaxona (+ usado)

Tratamento profilático
● Objetivo = manter a urina estéril e tentar prevenir recidivas de ITU
● Nitrofurantoína
● Sulfametazol

Investigação
● USG de Vias Urinárias
○ Crianças < 2 anos no 1º episódio de ITU
○ Crianças > 2 anos com ITU febril recorrente
○ Crianças de qualquer idade com
■ antecedente familiar de doença renal ou urológica
■ baixo ganho ponderal
■ hipertensão arterial
■ Quando tem falha terapêutica

● Uretrocistografia Miccional
○ Criança em qualquer idade com infecção urinária febril recorrente
○ USG de vias urinárias alterado

● Cintilografia Renal Estática (DMSA)


○ Fazemos durante o acompanhamento da criança, para avaliar as cicatrizes
○ Pielonefrite

● Cintilografia Renal Dinâmica (DTPA)


○ Igual a outra, mas com outro contato, avalia mais a função e não cicatrizes

Infecção do Trato Urinário Baixo

● Ausência de febre, BEG, Giordano negativo


● Diagnóstico Clínico
● Conformação: Urina 1 + Urocultura
● Tratamento: antibiótico empírico (cefalexina)
● Acompanhamento: retorno em 48-72h e podemos colher uma urina tipo 1 depois no
fim do tratamento.

Infecção do Trato Urinário em Lactentes

● 3 meses de vida, com febre de 39ºC


● Febre sem sinais localizatórios
● Mais comum no trato urinário alto
● Urina tipo 1 e urocultura ⇒ coletar a urina com sonda, saquinho coletor ou punção
suprapúbica
● Resultado esperado: Bacteriúria, presença de Nitrito, urocultura positiva
● Tratamento: Internamos, com antibioticoterapia
● Acompanhar e investigar os fatores de risco

Inflamação da Glande e prepúcio (Balanopostite)

● Fator predisponente = fimose


● Diagnóstico: Exame físico, Urina tipo 1 e urocultura
● Tratamento: Higiene adequada, pomada tópica com antibiótico e aguardar
resultado da urocultura (para ver se precisa tratar infecção de urina). Como não
tem febre, o antibiótico é só tópico
IST - Uretrite Gonocócica

● Ag. Etiológico: Neisseria gonorrhoeae (diplococos gram negativo)


● Quadro clínico: disúria, descarga purulenta
● Diagnóstico: clínico, bacterioscopia
● Tratamento:
○ Ceftriaxone: 250mg, dose única
○ Associar Azitromicina, 1g, oral, dose única (Clamídia)
● Tratar parceira (o)
● Reforçar o uso de preservativo

Candidíase Genital

● Quadro clínico: Hiperemia intensa de intróito vaginal, edema, escoriações e


secreção vaginal em grumos.
● Diagnóstico: citologia com presença de micélios
● Tratamento: antimicrobianos locais (nistatina, miconazol)
● 10 anos, peso >40 kg ⇒ fluconazol oral

Vulvovaginites

● Quadro clínico: Leucorréia – 95%, prurido, disúria, eritema vulvar, erosões,


maceração, ulceração
● Exame físico
○ Alterações cutâneas vulvares: escoriações, edema, eritema, maceração e
descamação epitelial
○ Sinais de má higiene
○ Secreção vaginal amarelada

● Exame da secreção vaginal


○ Vulvovaginite de repetição
○ Suspeita de abuso
○ Secreção purulenta abundante
○ Suspeita de ISTs
○ Secreção sanguinolenta e fétida ⇒ corpo estranho

● Tratamento
○ Pomada local com antibióticos nos casos refratários
(metronidazol+nistatina+benzalcônio)

● Casos refratários sem germe específico


○ Antibiótico de largo espectro
■ Amoxacilina
■ Amoxacilina com clavulanato
Aleitamento Materno

● Aleitamento materno exclusivo = apenas leite materno (ou leite humano de outra
fonte)
● Aleitamento materno predominante = quando dar leite materno + água ou
bebida à base de água (chá) ou suco ⇒ antes dos 6 meses
● Aleitamento materno complementado = LM + alimento sólido ou semi-sólido
● Aleitamento misto ou parcial = LM + outro tipo de leite (fórmula, de vaca)
● Duração ideal: LM exclusivo até 6 meses = é suficiente em nutrientes e em água

Dificuldades na amamentação
● Traumas mamilares, ingurgitamento, mastite: sempre corrigir a técnica e manter a
amamentação.

Amamentação e Pega
● Técnica de amamentação
○ Posicionamento:
■ Rosto de frente para a mama
■ Corpo do bebê próximo ao da mãe
■ Cabeça e tronco alinhados
■ Bebê bem apoiado.
○ Pega:
■ Mais aréola visível acima da boca do bebê
■ Boca bem aberta
■ Lábio inferior virado para fora
■ Queixo tocando na mama

A posição invertida é boa quando tem traumas mamilares


Leite humano =
● O leite humano tem menos caseína e menos proteinas
○ São proteínas de boa qualidade ⇒ melhora a digestão
○ Possui células ⇒ macrófagos, neutrófilos, linfócitos T e B
○ IgA secretória, IgM e IgG
○ Presença de fator bífido ⇒ acídica as fezes, impedindo a reprodução de
enteropatógenos
○ Lactoferrina ⇒ proteína bacteriostática ⇒ protege o trato gastrointestinal
○ Lisozima ⇒ ação bactericida e antiinflamatória
○ Estimula a formação de uma microbiota intestinal favorável

Desvantagens do leite de vaca =


● Possui gorduras com baixo teor de ômega 3 e 6
● Os carboidratos são insuficientes
● Possui taxas elevadas de proteínas
● Relação caseína/proteínas do soro inadequada ⇒ dificulta a digestão e a
absorção das proteínas
● Baixos teores de minerais como o ferro e taxas elevadas de sódio
○ Causa anemia ferropriva (carência de ferro) e sobrecarga renal (pelo sódio)
● Carência de vitaminas ⇒ precisa complementar com FERRO, VITAMINA A, C, E, D.
● Teores insuficientes de oligoelementos

Problemas relacionados
● Fissura mamilar:
○ Manter o aleitamento
○ Iniciar a mamada na mama menos afetada
○ Ordenhar a mama antes da mamada
○ Usar diferentes posições para amamentar
○ Analgesia sistêmica, evitar o contato dos mamilos com as roupas

● Mastite
○ Não interromper o aleitamento
○ O esvaziamento adequado da mama é o ponto mais importante no
tratamento e deve ser feito, preferencialmente, pela mamada.
○ Analgésicos e antitérmicos
○ Antibiótico se necessário ⇒ mínimo de 10 dias

● Abscesso mamário

○ O tratamento consiste na drenagem cirúrgica e antibioticoterapia


Indicações e contraindicações da amamentação

● HIV - oferecer fórmula láctea infantil


● Antineoplásicos
Contraindicações absolutas ● Uso de Amiodarona
● Imunossupressores
● Antimicrobianos
● Fenindiona

● Infecção herpética - suspender quando tiver


vesículas na mama. Manter a amamentação na
pele sadia.
● Varicela - isolamento da mãe até que as lesões
adquirem a forma de crosta. Pode ser
ordenhado o leite da mama desde que não
entre em contato com as lesões.
● H1N1 - aleitamento materno com máscara e
lavagens das mãos
● Dengue - permitir aleitamento materno, exceto
se a condição clínica da mãe não permitir
● Covid-19 - recomenda-se distanciamento entre
Amamentação mãe e filho de 2 metros, além do uso de
Temporariamente Suspensa máscaras e álcool gel
● Hepatite A - O aleitamento pode ser liberado,
mas indica-se a administração de
imunoglobulina humana para o recém-nascido
● Hepatite B - AM após profilaxia
● Hepatite C - não amamentar nos períodos de
carga viral elevada
● Cocaína - suspensão do leite por 24h
● Álcool - suspender por 3-4 horas
● Sífilis - Permitir o aleitamento materno,
exceto se lesões nas mamas
● Abscesso mamário - suspender o aleitamento
materno na mama afetada e terapia
antimicrobiana

● Citomegalovírus - pode-se considerar o


congelamento e posterior pasteurização do leite
antes de oferecê-lo à criança, como forma de
inativar o vírus.
● Toxoplasmose - não há risco de transmissão
pela amamentação
● Fenilcetonúria - é permitido aleitamento
materno misto com dosagens séricas de
fenilalanina
● Galactosemia - usar fórmula com base em leite
de vaca isenta de lactose ou fórmula de soja.
● Leucinose - usar fórmula específica; manter a
amamentação desde que seja possível
monitorar os parâmetros (crescimento)
A Consulta do adolescente

Tempos da consulta
● A consulta é dividida didaticamente em “Tempos”
○ Anamnese com o adolescente
○ Anamnese com a família
○ Exame Físico
○ Hipótese diagnóstica e conduta
● O importante é sempre ter em algum momento da consulta, ter uma conversa a
sós com o adolescente

Puberdade
● Feminino = 8-13 anos
● Masculino = 9-14 anos

Prescrição de anticoncepcional
● Devemos prescrever se o adolescente pedir, orientar sobre os cuidados e uso de
camisinha
● Não devemos quebrar o sigilo
● Contracepção de emergência = levonorgestrel 1,5mg (dose única)

Crescimento
● Velocidade de crescimento = 5-6 cm por ano
● As meninas iniciam o estirão de crescimento 2 anos antes dos meninos.
● Ja o pico de crescimento do sexo masculino é maior do que o feminno.

Ganho Ponderal
● Masculino - peso e estatura junto
● Feminino - primeiro estatura e depois peso.

Desenvolvimento Genital
● Sexo masculino
○ G1 – pênis, testículos e escroto de aparência e tamanho infantis
○ G2 – Início de aumento de testículos e escroto. Pele escrotal mais fina e
avermelhada ⇒ Início da puberdade
○ G3 – continua o crescimento do escroto e o pênis aumenta principalmente
em comprimento.
○ G4 – Continua o crescimento de testículos e escroto (pele mais enrugada e
escurecida).
■ Aumento do pênis em comprimento e diâmetro. Glande evidente.
○ G5 – Genitais adultos em tamanho e forma.

● Sexo feminino
○ M1 – Mamas infantis. Somente elevação da papila.
○ M2 – Broto mamário. Elevação da mama, aréola e
da papila, com aumento do diâmetro da aréola.
○ M3 – Crescimento da mama e aréola. Não há
separação dos contornos das mamas e da aréola.
■ Aréola e papila se encontram no mesmo
plano
○ M4 – Crescimento e projeção da aréola e da papila
formando uma elevação acima do nível da mama.
■ Aréola e papila projetadas acima do plano
da mama.
○ M5 – Mamas adultas. Projeção apenas da papila. A
aréola retorna para o nível da mama.
■ Projeção da papila

Desenvolvimento de Pilosidade Pubiana


● P1 – Ausência de pêlos pubianos.
● P2 – Crescimento esparso de pêlos finos, curtos,
discretamente pigmentados, lisos ou discretamente
encaracolados (base do pênis,
● grandes lábios)
● P3 – Pêlos mais pigmentados, mais espessos e mais
encaracolados, distribuindo-se na região pubiana
● P4 – Pêlos do tipo adulto, porém em menor quantidade,
NÃO atingindo a superfície interna das coxas.
● P5 – Pelos adultos em tipo e distribuição, atingindo a
superfície interna das coxas.

Queixas Frequentes dos adolescentes

Acne
Classificação
● Leva em consideração a lesão predominante (por ser polimórfica)
● Relacionados com influência hormonal - principalmente os andrógenos → aumento
da produção do sebo → hiperqueratinização , com obstrução do folículo piloso
● Obstrução do folículo + sebo que não consegue sair → comedão (acúmulo de
gordura ou queratina → é o cravo)
○ Leva a proliferação bacteriana → hidrolisam essa gordura em ácidos graxos
livres = pápulas (espinhas).
■ espinha é a evolução do comedão para a pápula.
● Processo inflamatório pode levar a quimiotaxia de neutrófilos, ativação do
complemento e indução de anticorpos (ativando a resposta imunológica de cada
indivíduo)
○ resposta inflamatória e imunológica
● GRAU I - acne comedogênica

● GRAU II – acne pápulo-pustulosa


○ presença de pápulas com ou sem pústulas.

● GRAU III – acne nódulo-cística

● GRAU IV – acne conglobata


○ Conglomeração de lesões, podendo levar a formação de abscessos com
saída de secreção

Tratamento:
● Sabonetes e loções
○ ácido salicílico + enxofre ou associação dos dois (mais usual)
■ Nomes: Salisoap, Salder S
■ Ácido → tem comportamento anti inflamatório → usado nas acnes
inflamatórias.
○ Triclosano (soapex)
■ Sabonetes à base de triclosano → tem ação esfoliativa
○ Triclosano + ácido salicílico
■ Dermotivon

● Anti Comedogênicos:
○ Retinóides tópicos =
■ Ação: Levam a normalização da queratinização folicular e atuam na
hiperpigmentação residual.
■ Efeitos colaterais:
● Eritema leve (vermelhidão), descamação superficial, além de
fotossensibilidade (deve ser utilizada à noite e retirada
durante o dia). Devemos associar com filtro solar.
■ Fármacos:
● Tretinoína
● Adapaleno
● Retinaldeído
● Retinol
○ Peróxido de benzoíla =
■ Ação:
● Diminui a secreção sebácea, queratinolítico e é fortemente
antibacteriano
■ Efeitos colaterais:
● Irritação, podendo levar a dermatite de contato, pode
manchar tecidos e descolorir cabelos e peles bronzeadas. Não
é fotossensível
■ Fármacos:
● Temos em forma de gel e creme
● Referência: Benzac e Clindoxyl control
○ Ácido azelaico=
■ Ação:
● Queratolítica e antibacteriana, além de despigmentante
(principalmente em pessoas com a pele mais escura).
■ Fármacos:
● Também tem em forma de gel (peles mais oleosas) e creme
(pele mais seca) em diferentes concentrações
● Azelan, Dermazelaic, Dermizan
● Antibióticos:
○ Fármacos:
■ Clindamicina
■ Eritromicina
○ Ação:
■ Utilizar com anti comedogênicos: diminui a resistência bacteriana e
aumenta a sua eficiência.
○ Não devem ser empregados em associação com antibióticos sistêmicos.

● Tratamentos tópicos: associações comerciais


○ Epiduo - age nos comedões e lesões inflamatórias
○ Vitacid Acne
○ Adacne clin/ Deriva C micro
○ Clindoxyl gel

● Antibióticos sistêmicos:
○ Tetraciclina / Oxitetraciclina
○ Tempo médio de tratamento: de 3 a 4 meses
○ Evitar o uso de antibiótico sistêmico com antibiótico tópico
● Isotretinoína Oral:
○ Formas graves, casos resistentes à terapia convencional, recidivantes ou
que estejam deixando cicatrizes.
■ Mesmo que seja grau 2, se tiver muitas cicatrizes → é candidato a
tomar Roacutan
○ Age em todos os fatores fisiopatológicos.
○ Dose: 0,5 a 1 mg/kg/dia.]
■ O tempo de tratamento vai de acordo com a dose total acumulada
(geralmente de 4 - 10 meses).
○ Monitorização dos níveis lipídicos, enzimas hepáticas e hemograma no
início, a cada 1 ou 3 meses e ao término do tratamento.
○ Cuidado porque é teratogênico.
■ Assinar termo de responsabilidade e consentimento.

Esquema didático de tratamento:


● GRAU I:
○ Sabonetes ou Loções ⇒ ácido salicílico + enxofre ou associação dos dois
(mais usual)
○ Anticomedogênico
○ Filtro Solar FPS 30 oil free

● GRAU II:
○ GRAU I (Sabonetes ou Loções, Anticomedogênico e Filtro Solar FPS 30 +
Antibiótico Tópico

● GRAU III:
○ GRAU I + Antibiótico Sistêmico

● GRAU IV:
○ Isotretinoína oral

● O esquema é flexível → se o paciente estiver com acne grau II muito exuberante já


podemos pular para o tratamento com isotretinoína

Epifisiólise
● Escorregamento gradual e súbito, para trás e baixo, da epífise sobre a diáfise,
resultado de um enfraquecimento do anel pericondral da fise proximal do fêmur.
● Escorregamento para trás e baixo
● É devido ao enfraquecimento da cartilagem de crescimento.

Características:
● Dor em face medial da coxa até a região inguinal, com ou sem claudicação
● Alteração da marcha → inclinação do dorso para o lado comprometido e
posicionamento do membro em rotação externa.
● Exame Físico:
○ Claudicação em grau variável
○ Limitação na rotação interna e na abdução do quadril
○ Dependendo da situação pode ter um encurtamento do membro afetado
(proporcional ao escorregamento)
● Paciente mantém sempre em RE e durante a RI → temos limitação e dor.

Classificação clínica
● Aguda: < 3 semanas (início súbito)
● Crônica: > 3 semanas (insidioso)
○ Crônica Agudizada: dor crônica + exacerbação
● Se consegue ou não suportar carga
○ Instável: não consegue suportar a carga
○ Estável: consegue suportar a carga (principalmente peso do corpo).

Diagnóstico
● Clínico e radiográfico
● Radiografia dos 2 quadris nas incidência ântero-posterior e Lauenstein (posição de
rã)

Classificação radiológica

Sinal de Trethowan = traça-se uma linha na cabeça do fêmur e acetábulo.


- No lado acometido, temos um distanciamento entre a cabeça do fêmur e o
acetábulo (ocorre na linha de Klein: borda superior do colo femoral)
Tratamento
● Repouso, tração cutânea.
● Sempre cirúrgico → fixação.

Ginecomastia
● Proliferação transitória do estroma e tecido ductal mamário no sexo masculino
durante a puberdade (não há desenvolvimento alveolar terminal ← progesterina).
● Resultado do desequilíbrio hormonal entre os níveis de estrógenos e andrógenos
circulantes.
Clínica
● Disco subareolar, de tamanho variável, fibroelástica, móvel, não aderente a tecidos
subadjacentes, uni ou bilateral, simétrico ou não
○ Pode aparecer de um lado, sumir e aparecer do outro lado.
● Dor de leve intensidade e hipersensibilidade à palpação ou ao toque da própria
roupa
● Sinais relacionado com o desenvolvimento puberal (Pico de incidência entre 13 e 14
anos / G4)
○ por ocorrer na puberdade.

Classificação clínica:
● Grau 1 - < 1cm de diâmetro
● Grau 2 – 1 – 4cm de diâmetro
● Grau 3 – 5cm ou mais de diâmetro – Macroginecomastia

Ginecomastia patológica:
● Esteróides, anabólicos, abuso de álcool
○ devido ao aumento da síntese ou atividade estrogênica ou devido a inibição
da síntese ou atividade androgênica.
Investigação laboratorial:
● Na prática, não se faz.
● Mas se fizerem:
○ FSH, LH, testosterona total, estradiol, TSH, T4 livre, prolactina, DHEA,
S-DHEA, βhCG, fosfatase alcalina, AST, ALT, proteínas totais e frações, uréia,
creatinina, HMG
○ Cariótipo (Sd. Klinefelter)
○ USG de mamas
○ USG de testículos
Conduta
● Expectante
○ Normalmente regride entre 6 meses e 2-3 anos
● Tratamento Cirúrgico
○ Ginecomastia grau III ou Macroginecomastia
○ Ginecomastias com mais de 2/3 anos de evolução
○ Repercussões psicossociais graves

Escoliose
Conceito
● Desvio lateral da coluna, acompanhada de rotação dos corpos vertebrais

Epidemiologia
● Deformidade da coluna mais frequente no adolescente
● Predomina no sexo feminino
● 80% dos casos é do tipo idiopático
● Padrão de curva mais comum: desvio torácico para direita

Exame físico
● Desnível dos ombros e das asas ilíacas
● Assimetria do tronco com proeminência ocasional da parede torácica anterior e
posterior
● Desalinhamento entre a região occipital e a fenda glútea
● Elevação do hemilado dos corpos vertebrais à flexão anterior do tronco
● Manobra de Adams: desnivelamento.
● Triângulo de talhe: entre a curvatura e o braço.
Diagnóstico
● Clínico.
● Complementamos com radiológico → determinar a curvatura e tratamento

Tratamento
● Fatores de pior prognóstico:
○ Dupla curva
○ Menor idade (menor maturidade óssea)
○ Maior grau de curvatura
● Curvatura de 20°
○ Acompanhamento clínico a cada 3 meses
● Curvatura 20 – 40°
○ Tratamento conservador (fisioterapia, órteses*) e avaliação a cada 3 meses
● Curvatura >40°
○ Tratamento cirúrgico *coletes de Boston e Milwaukee

Distúrbios menstruais
● Menarca
○ Intervalo médio entre a telarca e a menarca: dois anos e meio;
○ 2-3 primeiros anos: irregulares e anovulatórios

● Ciclo menstrual normal


○ Intervalo: 21 a 35 dias
○ Duração: 3 a 8 dias
Distúrbios
● Referente a intervalo:
○ Polimenorréia: intervalos menores que 21 dias
○ Oligomenorréia: intervalos maiores de 35 dias
● Referente à quantidade::
○ Hipermenorréia: duração do fluxo (> 8 dias)
○ Hipomenorréia: duração do fluxo (< 3 dias) e/ou volume menstrual (< 30 ml)
○ Menorragia: volume menstrual (> 80ml)
○ Metrorragia: sangramento uterino em intervalos irregulares, sem caráter
rítmico e com duração e volume variáveis

Amenorréias
● Primária ⇒ Ausência da menarca em:
○ Adolescente de 14 anos que ainda não iniciou o desenvolvimento puberal
○ Adolescente de 16 anos com desenvolvimento puberal normal.
● Secundária
○ Ausência de menstruações em um intervalo equivalente ou total de pelo
menos 3 ciclos ou 6 meses ou 18 meses após a menarca.

Amenorreia primária
● Avaliar se os caracteres sexuais estão presentes ou não.
○ Se tiver presentes e concordantes
■ Afastar causas anatômicas
● Criptomenorréia: hímen imperfurado ou septos vaginais
transversos
● Avaliar se útero e vagins estõa presentes
○ Se estiver ausentes →
■ cariótipo XX → anomalia mullerianas.
■ cariótipo XY → insensibilidade completa aos
androgênios
○ Se estiverem presentes →
■ investigar o eixo HHO.
○ Ausência de caracteres sexuais → não estão produzindo hormônios sexuais.
■ Causas:
● Disgenesia gonadal
● Síndrome de Turner
● Falência ovariana primária
● Insensibilidade parcial aos androgênios
● Cirurgia, quimioterapia, radioterapia

Amenorreia secundária
● 1° afastar gravidez.
● Anovulação crônica (principalmente SOP)
● Perda de peso e de gordura corporal (bloqueio central)
● Exercício físico intenso (bloqueio da função ovariana)
● Stress (diminui pulsatilidade do GnRH)
● Hipotireoidismo (bloqueio central)
● Hiperprolactinemia (medicamentos)
● Alterações uterinas - Sinéquias/ endometrites (principalmente em história do DIP e
abortamentos).

Investigação da amenorréia secundária


● Exame de imagem - afastar malformação (amenorreia primária)
● Afastar gravidez (amenorréia secundária)
● Dosagem de prolactina e TSH
● Caso TSH e prolactina estejam normais vamos fazer o teste da progesterona
○ Se o teste for positivo significa que a paciente não produz progesterona de
maneira adequada, então vamos fazer reposição
○ Se não responder ao teste de progesterona vamos fazer teste com
estrógeno e progesterona, para mimetizar o ciclo
■ Se esse teste vier negativo = causa canalicular
■ Se o teste vier positivo = dosar FSH e LH
● Se estiverem elevados → falência gonadal
● Se estiverem reduzidos ou normais → disfunção hipotálamo
hipofisária
Síndrome Metabólica
Alterações no metabolismo lipídico
● Relação Glicemia (mg/dl) /Insulina (μU/ml)
○ < 7: hiperinsulinemia
○ < 4,5: resistência à insulina
● Índice de HOMA-IR
○ Ponto de corte: 2,5 – 4 (< 3,16)

Diagnóstico
● Exame físico: busca de sinais específicos
● Acantose nigricans

Critério de diagnóstico de síndrome metabólica


● Obesidade abdominal + presença de 2 desses 4 critérios.
● Critério obrigatório é a circunferência abdominal.

Tratamento
● Individualizado
● Processo demorado
● Gradativo
● Demanda esforços não só da criança ou do adolescente, mas de toda a família.
● Tratamento nutricional
○ Primeira etapa – Mudanças conceituais e de comportamento
○ Segunda etapa – Mudanças quantitativas
■ gradativa quantidade dos alimentos consumidos em excesso
■ ↓ porções e evitar repetições
○ Terceira etapa – Mudanças qualitativas
■ Melhorar a qualidade da dieta: • Consumo crescente de alimentos de
grande importância nutricional
○ Quarta etapa – Manutenção
■ Nesta fase o próprio paciente ou sua família utiliza as informações e
os aprendizados adquiridos nas fases anteriores para se adaptar às
diversas situações (festas, viagens e cotidiano), controlando os
excessos, realizando substituições e buscando atingir a alimentação
equilibrada
● MEV
○ 60 min de atividade moderada a intensa por dia (atividade física para
crianças deve ser lúdica)
○ Redução para 1 a 2 horas/dia de atividade sedentária (TV, computador, etc)

Sala de Parto

Sala de parto:
● Assistência perinatal - perinatologistas (obstetra + pediatra) ⇒ fundamental no
primeiro minuto “de ouro”, porque se nesse primeiro minuto tiver assistência
rápida com boa resposta, será uma criança saudável
● Preciso ter dados maternos bem conhecidos
● Anamnese
● Material adequado, preparado
Antes do nascimento - sala de parto
● Anamnese materna: fatores antenatais e fatores relacionados ao parto
● Perguntar para a mãe (mas nem sempre ela vai estar bem para te informar),
então, o ideal é chegar antes para conversar com ela.
● Tem que deixar todo material de reanimação preparado.

Fatores de risco que aumentam a probabilidade de reanimar:


● Dados da anamnese materna:
○ DM, HAS, DHEG
○ Gestação múltipla
○ Infecção materna
○ Sangramentos no 2° ou 3° trimestre
○ Ausência de pré-natal
○ Drogas
○ Diminuição da atividade fetal
○ Óbito fetal ou neonatal anterior

O que observar logo ao nascimento para garantir uma boa assistência ao RN?
● RN é termo?
● Está respirando ou chorando?
● Tônus está adequado?
● Se as três perguntas forem positivas = termo, saudável, boa vitalidade.
○ Significa que a criança nasceu bem, então não precisa de pressa nem para
clampear o cordão (esperar de 1 a 3 minutos)
■ Clampeamento tardio → prevenir anemia
○ Antes de clampear podemos aquecer o bebê → fazer contato pele a pele
com a mãe, secar o RN e depois fazer o clampeamento tardio
○ Realizar amamentação na 1ª hora após o nascimento
■ Golden Hour
APGAR
● Com quantos minutos refaço o apgar?
○ Faço no 1° minuto → 5 minutos → pode ser preciso fazer com 10 minutos.
○ Se fez no 1° minuto e está tudo ótimo, preciso refazer no 5° minuto. Só deixo
de fazer o 10° minuto se ele já atingiu nota 7.
○ Se a nota for inferior a 7 → faço de 5 em 5 minutos, até 20 minutos (4 notas).
○ O 5º minuto representa o valor prognóstico:
■ Se o apgar do 5º minuto for menor que 5 o RN pode ter sequelas
neurológicas
■ 0 a 2 = depressão neonatal
■ 3 a 4 = moderada
■ 5 a 6 = leve
■ 7 a 10 = boa vitalidade

Sala de parto para o bebe a termo, com boa vitalidade - cuidados:


● Ver FC, Batimentos cardíacos, sinais de cianose.
● Manter ele aquecido e incentivar o aleitamento materno na 1° hora.
● Administrar vitamina K = 1 mg IM.
○ Serve para prevenir a doença hemorrágica do RN
● Prevenção da oftalmia neonatal = colírio de nitrato de prata 1% (Método de Credé).

Classificação do RN
● Pré-termo < 37 semanas
● Termo - 37 - 42 semanas
● Pós-termo > 42 semanas

Alojamento conjunto
● Mães precisam estar estáveis, sem nenhum problema. Sem contraindicações para
permanência com seu bebê.
● RN também deve estar estável, com boa vitalidade, capacidade de sucção e
controle térmico.
● Peso de 1800 a 2000 g
● IG > 34 semanas
● RN com acometimentos que não conferem gravidade, também podem ir para o
alojamento

Triagens de rotina
● Teste do pezinho
● Teste do olhinho
● Teste da orelhinha
● Teste do coraçãozinho
● Teste linguinha
● Displasia congênita de quadril 
● Primeiras vacinas: Hepatite B e BCG intradérmica
○ A vacina de hepatite B pode ser feita na sala de parto (porque deve ser
feita nas primeiras 12h de vida).
Reanimação Neonatal

1° etapa: Tudo isso em 30 segundos.


● Clampeamento imediato
○ Levar o bebe para a mesa de reanimação
○ Secar o bebe + aquecer.
● Aspiração
● Primeiro a boca, depois as duas narinas
2° etapa:
● Ventilação
○ Técnica CE: com a mão não dominante, faz um C na base da máscara e um
E com os outros dedos.
○ Ciclo de VPP (ventilação compressão positiva) - ritmo: aperta o ambu, solta
solta (1x2)
● Faz isso por 30 s e vê a resposta do bebe.
● 1° etapa + 2° etapa = 1 ciclo.
○ Depois de 1 ciclo, se o bebe não voltar, reavalia a técnica.
■ Se a técnica estiver adequada e mesmo assim não volto -> IOT.
3° etapa:
● IOT + massagem.
● Técnicas:
○ Técnica dos polegares ⇒ Mais usada
○ Técnica dos dedos indicadores.
● Ritmo das massagens:
○ 3x1 - ou seja, aperta 3x o peito e ventila 1.
● Faz por 30 s e reavalia
○ Se ainda não voltou, inicia drogas.

4° etapa:
● Drogas - adrenalina.
● Pode ser pela cânula, EV ou intraóssea.
● Pode dar até 3x adrenalina.
● Continua massageando + ventilando + drogas.
Final:
● Preciso esperar 20 minutos para constatar óbito (depois da massagem,
ventilação e drogas).
Diarreia

● Tem um desequilíbrio entre a absorção intestinal e a secreção/excreção intestinal


● Então vai perder eletrólitos e nutrientes ⇒ desidratação e desnutrição
● Melhora sozinha ⇒ só precisamos hidratar e nutrir a criança
● Diarreia aguda é até 14 dias de diarreia (2 semanas)
○ Se passar disso é persistente e mais perigosa pois pode matar por
desidratação e desnutrição
● Etiologia: vírus, bactérias, parasitas, fungos, não infecciosas (alergias,
intolerâncias, medicamentos)
● Fisiopatologia: (sempre predomina 1, mas os mecanismos podem se somar)
○ Osmótico
■ Lesão da mucosa ⇒ redução da concentração de lactase nas
vilosidades ⇒ aumento da lactose na luz intestinal ⇒ aumento da
osmolaridade na luz ⇒ lactose fermenta gera ácidos e gases ⇒ dor,
distensão abdominal e fezes aquosas (fezes explosivas)
○ Secretor
■ Não tem lesão da mucosa ⇒ enterotoxinas que fazem ação diarreica
⇒ A toxina é absorvida pelo retículo endoplasmático, abre os canais
de cloro, e libera cloro, sódio e água (Usa o maquinário da célula, e
não mata a célula) ⇒ diarreia
■ Não tem sangue nem muco
■ Temos que esperar o efeito da toxina passar
■ Cólera e E. coli enterotoxigênica
○ Inflamatório
■ Invasão da mucosa e submucosa ⇒ por isso sangra ⇒ indução do
processo inflamatório ⇒ febre, mal-estar ⇒ diarréia
muco-sanguinolenta
■ Shigella
○ Alteração da motilidade
■ Invasão e lesão da mucosa intestinal ⇒ lesão das microvilosidades ⇒
diminuição da absorção ⇒ nutrientes e eletrólitos no cólon provoca
diarreia osmótica ⇒ lesão na mucosa acentua a não absorção de
água e sódio ⇒ acelera o trânsito intestinal
● EF: Sinais de desidratação (pulso filiforme) e desnutrição (+ grave quando
presentes)
Violência Infantil

Formas de maus tratos


● Abuso físico: uso da força física de forma intencional, não acidental
● Negligência: não atendimento das necessidades básicas da criança, com variáveis
níveis de gravidade ⇒ forma mais comum de violência
● Violência psicológica: palavras, atitudes, comportamentos e/ou ambientes
negativos criados por adultos e/ou crianças e adolescentes em torno destes, de
caráter repetitivo, extenso e deliberado
● Síndrome de Munchausen por Procuração/Transferência: quando um cuidador
produz (inventa, simula ou provoca) de forma intencional sintomas na criança ou
no adolescente.
● Violência Sexual: qualquer tipo de atividade erótica ou sexual que desrespeita o
direito de escolha de um dos envolvidos
○ Aguda: em mulheres adultas, adolescentes ⇒ agressor desconhecido
○ Crônica: crianças ⇒ agressor da família
○ Exploração sexual: relação sexual de crianças e adolescentes em troca de
dinheiro ou outro benefício
● Bullying: forma de agressão física ou psicológica, intencional, feita de maneira
repetitiva, de forma individual ou coletiva
● Cyberbullying: uso de ferramentas tecnológicas para realizar a agressão

Sinais de Alerta
● Qualquer lesão em crianças jovens que ainda não deambulam (equimoses, lesões
na boca, fraturas e lesões intracranianas ou abdominais).
● Lesões em múltiplos sistemas orgânicos.
● Múltiplas lesões em diferentes estágios de cicatrização.
● Marcas de objetos ⇒ marcas de cigarro, chapinha de cabelo, etc.
● Lesões em localizações não usuais, tais como tronco, orelhas, face, pescoço ou
parte superior dos braços.
● Lesões significativas inexplicadas.
● Evidência de negligência.

Exames
● Principais exames hematológicos: hemoglobina, hematócrito, plaquetas,
coagulograma, fundo de olho.
● Sorologias para IST’s ⇒ Em casos de suspeita de violência sexual
○ Beta HCG precisa ser feito também
● Principais exames de imagem: Radiografia de corpo inteiro em crianças menores
de dois anos e seletiva em crianças que já conseguem relatar fatos, como traumas
anteriores em determinada região.
● Na suspeita de maus tratos (< 2 anos) ⇒ fazer radiografia de corpo inteiro

Conduta
● Medidas de proteção Legais
○ Estatuto da Criança e do Adolescente
○ Proteção integral da criança e do adolescente
● Se for para a VARA da infância e juventude, a criança só pode ter alta, sair do
hospital, com autorização da VARA
● Conselho tutelar não pode retirar a guarda da criança, apenas a VARA

Diabetes Mellitus na Pediatria

Critérios Diagnósticos
● Diabetes
○ Glicemia plasmática de jejum ≥ 126 mg/dl
○ Glicemia ao acaso > 200 mg/dL OU
■ Glicemia de jejum alterada
○ Glicemia duas horas após sobrecarga de 75g de glicose anidra ≥ 200 mg/dl
OU
○ HbA1c ≥ 6,5%.
○ São necessários dois exames alterados para confirmação diagnóstica.

● Pré-diabetes
○ Glicemia de jejum entre 100 mg/dl e 125 mg/dl OU
○ Glicemia de 2h após sobrecarga com 75g de glicose entre 140 mg/dl e 199
mg/dl OU
○ A1C entre 5,7% e 6,4%

Diabetes Mellitus Tipo 1


● DM1 = mais comuns em jovens, com insulinopenia precoce e etiologia autoimune
○ Ausência da secreção de insulina (tipo 1)
○ Poliúria, polidipsia
○ Podemos pedir os anticorpos
● Etiopatogenia: suscetibilidade genética + fator desencadeante = Reação
autoimune ⇒ DM1
● No diabetes tipo 1, o pâncreas não produz insulina por causa da destruição
autoimune das células beta pancreáticas, desencadeada por exposição ambiental
em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Quadro clínico
● Emagrecimento, poligafia, polidipsia, poliúria, perda de força (massa)
● Em casos graves: cetoacidose diabética ⇒ náuseas, vômitos, dor abdominal,
desidratação, alteração do nível de consciência, hálito cetônico, respiração
acidótica (respiração de Kussmaul) - glicemia plasmática (>200 mg/dL), acidemia
(pH < 7,3) e bicarbonato < 15 Meq/L
● No lactente: lactente desidratado, diurese clara e abundante, taquidispnéia -
acidose)

Tratamento
● Insulinoterapia: subcutânea - aplicar em áreas diferentes para evitar
complicações
○ Pode ter lipodistrofia ⇒ por aplicação da injeção no mesmo lugar sempre
● Monitorização
● Dieta flexível
● Atividade física - sempre
● Educação em diabetes (família)
● Hemoglobina glicada: a cada 3 meses

Dose da Insulina diária


● 0,3 – 0,5 UI/Kg/dia (lactentes)
● 0,5 – 1,0 UI/Kg/dia (crianças)
● 1,0 – 2,0 UI/Kg/dia (adolescentes)
Conduta frente a hipoglicemia
● Sintomas leves/hipoglicemia assintomática: 15 g de carboidrato
○ 1 bala
○ 1 sachê de glicose
● Sintomas intensos: 30 g de carboidratos
● Paciente inconsciente:
○ Glucagon 30mcg/Kg IM/SC (domicílio)
○ Glicose EV: 0,2-0,5mg/Kg EV

Conduta frente à hiperglicemia


● Insulinoterapia sob forma bolus : correção
● Insulinas que podem ser utilizadas:
○ Insulina de ação rápida (insulina regular humana)
○ Análogos de insulina ultrarrápida (lispro, aspart, apidra)

Exames laboratoriais
● Dosagem da hemoglobina glicada: a cada 3 meses
● Avaliar laboratorialmente perfil lipídico
● Avaliar doenças autoimunes mais associadas: hipotireoidismo e doença celíaca

Diabetes Mellitus Tipo 2


● Resistência à insulina
● Quadro clínico: obesidade (predomínio de gordura visceral), acantose nigricans,
baixa estatura
● Diagnóstico: Glicemia e Hb glicada ⇒ só precisa fazer elas para ter o diagnóstico
● Tratamento:
○ A primeira coisa é mudar os hábitos de vida ⇒ redução do peso
○ Metformina ⇒ tratamento de diabetes tipo 2 acima de 10 anos de idade,
para obesidade e RI, esteatose hepática e síndrome de ovários policísticos

Diabetes Mellitus do Adulto Jovem (MODY)


● Hiperglicemia de início precoce (<25 anos de idade)
● História familiar de 2 a 3 gerações com DM antes dos 25 anos
● Anticorpos anti pancreáticos negativos
● Peptídeo C detectável (>0,6 ng/dL) após cinco anos do diagnóstico de DM.
● DD com DM1 e necessitam de baixas doses de insulina.

Anemias

Diagnóstico das anemias


● Clínico
● Hemograma = hematócrito, Hb, hematimetria, VCM, contagem de reticulócitos
● Eritrograma: avaliação morfológica
● Leucograma
● Contagem de plaquetas
● Avaliação de ferro circulante - ferro sérico
● Avaliação das reservas de ferro - ferritina
● Eletroforese de HB - defeitos na Hb
● Função hepática e renal, sangue oculto nas fezes
● Sorologias

Anemia ferropriva*

Características
● É uma insuficiência de ferro
● Tem Microcitose, hipocromia com anisocitose

Marcadores laboratoriais → na prática colhe hemograma e ferritina


● Dosagem do ferro sérico (< 30 mg/dl)
● Aumento da capacidade total da ligação da transferrina (>250-390 µg/dl)
● Diminuição da saturação da transferrina (< 16%)
● Ferritina
○ Menores de 5 anos <12μg /L
○ 5-12 anos < 15μg/L

Quadro clínico:
● Apatia, cansaço, irritabilidade, taquicardia, gastrite atrófica, sangramento da
mucosa intestinal, distúrbio de conduta e de percepção, distúrbio psicomotor
● Palidez: face, palmas das mão, mucosa conjuntival e oral

Fatores de risco
● Gestação ⇒ alimentação inadequada, não uso de suplemento de ferro profilático,
complicações nutricionais, parasitoses
● Parto e nascimento ⇒ clampeamento precoce do cordão umbilical, ausência de
aleitamento materno na primeira hora de vida, parasitoses.
● Primeiros 6 meses de vida ⇒ ausência de aleitamento materno exclusivo até 6
meses de vida, introdução precoce de alimentos e outros leites (ex: leite de
vaca)
● A partir dos 6 meses ⇒ alimentação complementar inadequada, baixa ingestão de
ferro heme, não uso de suplemento de ferro profilático, elevada necessidade de
ferro, parasitose.

Tratamento
● Uso de sais de ferro 3 a 5 mg de ferro elementar/kg/dia (fracionado de 2 a 3 vezes)
por 3 a 6 meses
● Primeira reavaliação após semanas
● Sais de ferro
○ Sulfato, citrato, gluconato, quelato
○ No SUS – sulfato ferroso 125 mg/ ml
○ - 20% de ferro elementar – 25mg/ml
○ De 3 a 6 meses ou até normalização dos níveis adequados
Triagem
● Teste do pezinho: identifica anemia falciforme e outras hemoglobinopatias

Anemia Falciforme*

● Mutação genética - Beta-globina (HBB)


● Lesa o eritrócito e gera células falciformes
● Importante fazer aconselhamento genético

Quadro clínico
● Dor nos ossos e articulações, dor, infecções frequentes, atraso no crescimento e da
puberdade, icterícia.

Diagnóstico
● Anemia normocítica ou microcítica com reticulose
● RDW aumentado
● Pedir dosagem de ferro, ferritina, saturação de transferrina, capacidade de ligação
da transferrina (para descartar ferropriva) ⇒ se tudo vier normal, suspeitamos de
falciforme
● Pedimos Eletroforese

Tratamento
● Penicilina nas crianças desde os 2 meses até aos 5 anos de idade, para evitar o
aparecimento de complicações como a pneumonia, por exemplo.
● Alguns casos necessitam de transfusão sanguínea

Talassemias*

● O traço talassêmico (talassemia minor) constitui o principal diagnóstico diferencial


de anemia ferropriva.
● Hb baixa (geralmente >9g/dL), VCM baixo, RDW normal, Eletroforese Hb com A2
aumentada /hepatoesplenomegalia ausente
● Microcitose, hipocromia, policromatofilia

Anemia fisiológica do lactente

● Tem relação com a anemia fetal


● O bebê quando nasce tem um nível de Hb de 17, que tem alta afinidade com o
oxigênio. Quando nasce, ele recebe uma quantidade de oxigênio muito maior por
estar no ambiente externo, com isso vai diminuindo a Hb.
● Nas primeiras semanas a oxigenação renal está alta, com isso não libera
eritropoetina.
● A eritropoetina é liberada após 90 dias quando a Hb cai ⇒ A hemoglobina fetal
tem uma meia vida de 90 dias.
● Investigação laboratorial: Não há necessidade
● Não há indicação de tratamento ⇒ Manter AM exclusivo . Apresenta estoque de
ferro adequado . Dosagem de ferro e ferritina normais. Existe a indicação de
prevenção da anemia ferropriva com uso de dose profilática de ferro.

Anemia Hemolítica

● Causada pela destruição de eritrócitos por auto anticorpos


● Quadro clínico: icterícia, mudança na cor da urina
● Anemia hemolítica: familiar com história de anemia + cálculos de vesícula +
esplenomegalia
● Tem aumento de reticulócitos
● RDW variável

Anemia de Fanconi

● Síndrome familiar com início na infância


○ Hipoplasia da medula óssea - aí com isso tem Pancitopenia,
○ Malformações de rádio e polegar
○ Anomalias renais e de pigmentação cutânea
○ Deformações faciais, microcéfalo
○ Deficiência mental

Megaloblástica

● Causada por deficiência de B12

Suplementação de Ferro

● Ferro: a partir dos 6 meses até 24 mês de vida


○ 1 mg/kg peso/dia - sulfato ferroso 25 mg/ml (cada ml = 25 gotas)

● Em prematuros (pré-termos)
○ RN pré-termo com peso entre 2500 e 1500 g ⇒ 2 mg/kg de peso/dia, a
partir de 30 dias até 1 ano. Depois 1mg/kg/dia por mais 1 ano.
○ RN pré-termo com peso entre 1500 e 1000 g ⇒ 3 mg/kg de peso/dia por 1
ano. Após este período, 1 mg/kg/dia por mais um ano.
○ RN pré-termo com peso <1000 g ⇒ 4 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias
durante um ano. Após este período, 1 mg/kg/dia mais 1 ano
Sd. Nefrótica

● Causa mais comum de edema generalizado


● Ocorre diminuição da pressão oncótica capilar ⇒ retenção renal de água e sódio

Critérios
● Hipoalbuminemia e Hipercolesterolemia
● Proteinúria intensa (>50 mg/kg/dia) ⇒ urina espumosa
● Edema generalizado (anasarca)

● Sd. nefrótica idiopática ⇒ lesão histológica mínima (em crianças)


● Não pode dar diurético

Exames para diagnóstico


● Proteinúria de 24h, eletroforese de proteínas, complemento total, C3 e C4,
sorologias

Tratamento
● Dieta hipossódica e normoproteica
● Corticoterapia
● Infusão de albumina ⇒ em casos de hipovolemia, anasarca, ascite volumosa.

Sd. Nefrítica *

● Tríade: Hipertensão, hematúria (alteração da cor da urina) e edema

● Infecções das vias aéreas superiores ⇒ pensar em nefropatia por IgA


● Diagnóstico sindrômico: presença de acantócitos no sedimento urinário ⇒
hemácias dismórficas
● C3 e C4 baixos
● Mecanismo: glomérulo inflamado ⇒ tem diminuição da TFG ⇒ edema por
hipervolemia intersticial
Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica

● História de infecção por streptococcus pyogenes


● Edema periorbitário (principal manifestação), hipertensão arterial e hematúria
● Geralmente é uma criança de 5 anos, que teve infecção de garganta ou de pele,
com síndrome nefrítica e diminuição de C3.

Exames na Sd. nefrítica


● ASLO ⇒ após 2 semanas de infecção
● Anti-estreptoquinase
● Anti-hialuronidase
● Anti-DNAse B

Tratamento
● Terapia de suporte, acompanhamento ambulatorial, repouso, restrição hídrica e
dieta hipossalina
● Penicilina ⇒ S. pyogenes

Distúrbios da Puberdade

Puberdade
● Meninas: 8-13 anos ⇒ marco é o broto mamário (M2)
● Meninos: 9-14 anos ⇒ marco é o aumento do volume testicular
● Telarca: aparecimento do broto mamário
● Pubarca: aparecimento de pelos

Puberdade Precoce Pregressa


● Estadiamento puberal adiantado, associado com o avanço da idade óssea

Puberdade Precoce Central


● Síndromes genéticas
● LH baixo
● Tratamento: agonistas do GnRH ⇒ acetato de leuprorrelina ou Triptorrelina

Puberdade Precoce Periférica


● Gônada com funcionamento autônomo
● Doenças da suprarrenal ⇒ ex: tumor de adrenal

Puberdade atrasada
● > 13 anos na menina
● > 14 anos nos meninos

Atraso Constitucional de crescimento e puberdade (RCCP)


● Em relação ao padrão familiar
● Ocorre desaceleração do crescimento
● Tratamento: Testosterona IM

Hipogonadismo Hipogonadotrófico
● Adquirida: por traumas, tumores, radioterapia, infecção
● Ocorre diminuição de FSH, LH, Testosterona, Progesterona, Estrogênio

Hipogonadismo Hipergonadotrófico
● A gônada não funciona
● Tem aumento de FSH e LH
● Pode ser adquirido: trauma cirúrgico, etc.
● Congênito: Klinefelter e Turner
● Tratamento: terapia com testosterona ou estrogênio

Diarreia Crônica e Sd. da má absorção

● Diarréia crônica: processo diarreico com duração >30 dias ou 3 episódios de curta
duração, em 2 meses.

Dor Abdominal Crônica

● Crônico: > 3 meses


● Dor abdominal funcional: ocorre na ausência de uma causa anatômica,
inflamatória ou dano tecidual.

Giardíase
● Dor periumbilical em cólica, fezes endurecidas intercalada com fezes amolecidas:
pode cronificar
● Distúrbio absortivo: achatamento das vilosidades
● Diagnóstico: Hemograma completo (pensando em anemia ferropriva),
parasitológico de fezes em 3 amostras e urina 1

Doença Péptica gastrointestinal


● Processo inflamatório: doença orgânica
● Falha na homeostase entre fatores de defesa e agressores da mucosa
gastrointestinal
● QC: dor em região epigástrica, que piora em jejum ou com alimentos ácidos e
hábito intestinal normal
● EDA com pesquisa para H Pylori
● Tratamento: omeprazol, claritromicina e amoxicilina

Constipação Crônica - Impactação


● QC: dor abdominal, alteração no hábito intestinal (constipação) e distensão abd
● Pode-se solicitar RX de abdome na dúvida: região em que há maior impactação
Deficiência de Lactase - Rotavírus
● Lesão das vilosidades intestinais: pode levar a dor abdominal crônica devido a
diminuição da dissacaridase (lactase) → intolerância à lactose pós enterite
infecciosa
● Aumenta osmolaridade luminal: diarreia
● QC: dor, distensão, flatulência e hiperemia perineal

Doença Celíaca - Má absorção


● Dor abdominal crônica recorrente
● QC: dor abdominal crônica recorrente, distensão e flatulência, diarréia crônica/
esteatorréia, perdas peso, alterações de crescimento e lesões de pele
● Critérios de Roma IV: sorologia anticorpo anti transglutaminase IgA e dosagem de
imunoglobulina A

Constipação Intestinal Crônica Funcional

● Eliminação de fezes endurecidas com dor, dificuldade ou esforço acompanhada ou


não, por comportamento de retenção para evitar a evacuação, aumento no
intervalo entre as evacuações (menos de 3 evacuações por semana) e
incontinência fecal involuntária secundária à retenção de fezes (fecaloma). 

Incontinencia fecal retentiva


● Eliminação involuntária de parte do conteúdo retal secundariamente ao acúmulo
de fezes impactada no reto e/ou no cólon
● Basicamente o reto enche de coco e a pessoa caga nas calças.

Incontinência fecal não retentiva (encoprese)


● Evacuações plenas em locais inapropriados com o contexto social, pelo menos uma
vez ao mês, por crianças com mais de 4 anos
● Causa psicogênica/psiquiátrica

Incontinência por comportamento retentivo


● A criança fica com medo de evacuar, por motivos como dor

Tratamento
● Desimpactação com Clister glicerinado 12%. 
● Polietilenoglicol  ⇒ é um carboidrato, que não é absorvido - açúcar inerte que
puxa água para o bolo fecal, hidratando-o
● Laxativos osmóticos, óleo mineral
Linfonodomegalias

Linfadenite Bacteriana

● S. aureus, Streptococcus A
● Na região cervical estão relacionados a infecções de vias aéreas superiores, lesões
de pele, infecções dentárias
● QC: febre e aumento do linfonodo (doloroso) e hiperemia da pele adjacente
● Diagnóstico: não precisa de exames complementares
● Tratamento: Amoxicilina, amoxicilina + clavulanato, cefalosporina, Clindamicinas
ou macrolídeos
● Se precisar de terapia endovenosa: Clindamicina, ampicilina-sulbactam,
ceftriaxona e vancomicina
● Caso não haja resposta em 48 a 72hs de antibioticoterapia - avaliar formação de
abscesso ⇒ USG, TC ou RNM com contraste

Doença da Arranhadura do Gato

● Bartonella henselae - bacilo Gram -


● Transmissão: pulga do gato - a transmissão em humanos ocorre por
mordida ou arranhadura do gato em bacteremia
● QC: Linfadenopatia localizada + história de contato com gatos
infectados. Pode ter febre baixa, astenia e cefaléia.
● EF: pápula, vesícula ou pústula no local da inoculação
● Diagnóstico: clínico
● Tratamento: Melhora espontaneamente em 2 a 4 meses
● Para melhorar os sintomas: Azitromicina, punção do abscesso se necessário

Mononucleose infecciosa

● Causada pelo vírus Epstein-Barr (Herpes humano 4)


● QC: Crianças: febre baixa prolongada, com ou sem
linfonodomegalia, tosse, rinorreia, faringite
● Adolescentes e adultos: Febre, faringite, linfonodomegalia,
hepatoesplenomegalia, astenia, exantema maculopapular
● Pode causar complicações neurológicas, dermatológicas e
respiratórias
● Exames:
● Inespecíficos: Linfocitose com atipia linfocitária ( > 10% de linfócitos atípicos),
aumento de enzimas hepáticas
● Específicos: Anticorpos heterófilos, Anticorpos específicos contra o capsídeo viral
(Anti- VCA IgM e IgG)
● Tratamento: analgésicos, antitérmicos, hidratação oral abundante, nutrição
adequada, repouso e limitação das atividades físicas por até 3 semanas após início
dos sintomas (risco de ruptura esplênica)

Leucemias
● Leucemias linfóides agudas (LLA) correspondem a até 80% dos casos
● Faixa etária mais acometida entre o 2º e 5º ano de vida
● Decorre da expansão clonal de células progenitoras (blastos) na medula óssea
● Diminuição da produção de precursores de eritrócitos, leucócitos normais e
plaquetas
● QC: Dor óssea, febre, palidez, astenia, petéquias, equimoses,
hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia generalizada
● Lab: anemia normocítica e normocrômica com diminuição de reticulócitos,
leucocitose ou leucopenia, trombocitopenia.
● Diagnóstico: Mielograma ⇒ Pelo menos 25% de blastos na medula óssea
● Tratamento:
○ Quimioterapia sistêmica e intratecal
○ Transplante de medula óssea
● HEPATOMEGALIA E FEBRE EM CRIANÇAS PODE SER LEUCEMIA

Crise Febril

● Crise convulsiva associada a febre (≥ 38ºC)


● Criança na faixa etária de 6 a 60 meses de idade (pico 18 meses) ⇒ até 5 anos de
idade
● Sem evidência de infecção ou inflamação do SNC ou alteração metabólica

Crise febril simples (80%)


● Tônico-clônicas generalizadas
● <15 min
● Não recorre nas primeiras 24 horas
● Exame neurológico pós-ictal: normal

Crise febril complexa ou atípica


● Início focal/parcial
● > 15 min
● 1 ou + recorrências nas primeiras 24 horas.
● Exame neurológico pós-ictal: alterado (ex: paralisia de Todd)

Intervenção terapêutica
● Em até 5 minutos
● Passou de 5 minutos temos que dar benzodiazepínico ⇒ diazepam ou midazolam
Características da Crise febril benigna
● Idade: 6 meses a 5 anos
● Crise convulsiva: tônico-clônica generalizada
● Duração: até 15 minutos
● Retorno do nível normal de consciência após término da convulsão
● Documentação da febre (≥ 38oC)
● Única crise convulsiva em 24 horas
● Ausência de doença neurológica prévia

Indicações de coleta de líquor - Punção lombar


● Todas < 6 meses de idade com crise febril
○ Coletar sempre
● 6-12 meses: avaliar presença de sinais meníngeos e se negativo considerar em:
○ Colher quando:
■ Não vacinadas para S. pneumoniae/ H. influenzae tipo b/ Neisseria
meningitidis
■ Em uso de antibiótico
○ Quando não colher:
■ Vacinação completa e sem estar em uso de antibiótico
● Acima de 1 anos ⇒ valorizamos mais os sinais meníngeos

Tratamento
● Benzodiazepínicos nas crises com duração > 5 minutos (Diazepam ou Midazolam)
● Prevenção de novos episódios: Benzodiazepínico (Diazepam) via retal nas crises
febris recorrentes

Febre sem sinais localizatórios

● A criança chega com um quadro de febre repentina


● Precisa pedir exames ⇒ líquor, urina I, urocultura, hemocultura, hemograma,
radiografia de tórax, com internação e antibioticoterapia empírica.
● Febre com menos de 7 dias de duração, que após anamnese e exame físico
cuidadosos não tem a causa estabelecida.
● FSSL: clinicamente bem + hemocultura positiva
● Só é febre sem sinais localizatórios quando a criança tem menos de 3 anos de
idade.

Fatores de risco
● Meninas: <1 ano, raça branca, temperatura >39ºC, febre por mais de 2 dias
● Meninos: < 6 meses, raça não branca, não postectomizados, febre >39ºC, febre > 1
dia
● Se a criança estiver com mal estado geral, já considera sepse

Conduta: olhar fluxograma


Pneumonia Adquirida na Comunidade

● É a criança que tem pneumonia e que estava na comunidade nos últimos 30 dias.
Além disso, a manifestação da pneumonia tem que ter sido em 48-72 h de
internação.
● O paciente não pode ter sido internado nos 30 dias que antecedem o diagnóstico
● Infecção do trato respiratório inferior

0-7 dias
● Streptococcus agalactiae (70%) ⇒ penicilina cristalina + amicacina
● Gram negativos (enterobactérias) ⇒ Cefalosporina de 3ª geração ou amicacina

7-28 dias
● S. Aureus ⇒ oxacilina + amicacina
● Gram negativos (enterobactérias) ⇒ Cefalosporina de 3ª geração ou amicacina

28 dias a 3 meses
● Pneumonia afebril do lactente, taquipnéia, hipoxemia, tosse, ausência de febre,
conjuntivite prévia
● Staphylococcus aureus ⇒ oxacilina
● Streptococcus pneumoniae ⇒ Amoxicilina Vo ou Penicilina
● Sem vacina Hib: amoxicilina + clavulanato

28 dias a 3 meses - Atípico = afebril do lactente = intersticial.


● Quando é um quadro de pneumonia atípica ⇒ Cobrir para clamídia, todos os vírus
respiratórios pneumocystis.
● Tratamento = Macrolídeos

3 meses - 2 anos
● Ótimo estado geral → amoxa ou peni.
● Mal estado geral = cobrir outros agentes (Haemophilus influenzae Staphylococcus
aureus) com amoxa + clavulanato + oxacilina
● Se for VSR = não damos antibiótico
● Se for influenza ⇒ Damos oseltamivir
IVAS - Infecções das Vias Aéreas Superiores

Herpangina (coxsackie)

Mão -pé-boca

Dermatopatias

Impetigo Não Bolhoso

Tratamento
● Cuidados locais e remoção de crostas 
● Lesões perioral/ perinasal → sempre dar antibiótico sistêmico. 
○Antibiótico sistêmico:
■ Cefalosporinas, oxacilina, clindamicina e vancomicina
● Lesões em locais isoladas → antibiótico tópico. 
○ Antibiótico tópico (7 - 10 dias): longe da boca e nariz
■ Mupirocina ( Bactroban ) 
■ Retapamulina ( Altargo)
■ No posto de saúde: nebacetin (bacitracina)
● Streptococcus ⇒ amoxicilina (penicilina)

Impetigo Bolhoso

Tratamento
● Cuidados locais (água e sabão anti-séptico) 
● Antibiótico tópico ⇒ Lesões isoladas, sem febre. 
● Antibiótico sistêmico (Oxacilina, cefalosporina, eritromicina, clindamicina, etc.) 
○ Indicações
■ Se criança com febre, lesão extensa → risco da pele escaldada
(mesmo patógeno) → internar + Atb sistêmico.
■ Internado: Oxacilina
■ Para casa: cefalosporina de 1°

Erisipela

Tratamento
● A maioria das vezes precisa internar, porque a criança
fica bem mal. 
● Penicilina 7-10dias 
● Elevação de membros (porque está com linfedema).

Celulite

Tratamento
● Oxacilina, cefalosporinas de 1º geração/
clindamicina/vancomicina ⇒ 10 dias
● Quando tem risco de pegar a infecção no osso → internação
○ Ex: perto do cotovelo. 
Celulite da Face

● Periorbitária 
○ Com porta de entrada: 
■ S. aureus, Streptococcus pyogenes 
○ Sem porta de entrada : 
■ Pneumococo, H. influenzae, Moraxella, S.aureus ou Streptococcus
pyogenes 
● Orbitária 
○ Pneumococo, H. influenzae, S. aureus, Streptococcus, anaeróbio

Como diferenciar a celulite periorbitária da orbitária?


● 5 sinais ⇒ orbitária (1 dos 5 sinais já suspeita)
○ Proptose
○ Dor que a criança fala que está com dor dentro do olho
■ Geralmente só melhora com morfina de tanta dor
○ Qualquer alteração de acuidade visual
○ Conjuntiva bulbar (faz parte da órbita) → aspecto arroxeado. 
○ Peço para criança olhar para o lado, para cima e para baixo → não
consegue , porque pega a musculatura extrínseca do olho.
Conduta
● Celulite orbitária
○ Internação
○ Antibiótico
■ Amoxicilina + clavulanato
■ Cefalosporina de 3° e 2° 
■ Cefuroxima
○ * Fazer TC de órbita (porque muitas vezes tem abscesso e precisa drenar)

● Celulite periorbitária
○ Antibiótico
■ Perguntar se machucou o olho ou foi picado
● Se sim: cobrir aureus e pyogenes → Oxacilina
■ Se não tiver porta de entrada → cobrir agentes do seio
● Amoxicilina + clavulanato
● Cefalosporina de 3° e 2° 
○ Internar também. 

Pós septal (orbitária)


Pré-septal (periorbitária)

Pós-septal (orbitária)

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