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‘ivr nda aint ei i SH SR nos ne em ag, na raed ie Pas, cate PATRIMONIO CULTU E ENSINO DE HISTORIA Carmem Zeli de Vargas Gil [Rhuan Targino Zaleski Trindade ‘Organizadores i (0 DE HISTORIA # EDUCAGAO PAERINONIAL: [RUBNCIAS DE ENSINO F PESQUISA NA EDUCAGAO NASICA, Manica Martins da ‘Andria Feria Dag 10 Catto de Fnsino e Pesquisa Aplicada & Edveagio (Cepac, da verse Federal de Gos (UFG), € uma instiuigo escolar de ed- io sia e campo deestgio para diversas icensisturas da URG, que tiuos estruturadores do Projto de Ensino de Hiséea dessa escola ADO, SILVA; SAMPAIO, 2009) fundamen tambm as das ex- igcias de Educaeto Patrimonial que serie apresentadas ediscutidas| texto, Desenvolidas em periodos diferentes, elas expressam a ten- va de entreagar 0 conhecimento histérico escolar com seus objetos Investigaea0 no eampo do pateimnio’, durante a pesodo em que as yorasaruaram como professors da educa sca dest insti, primeicaexperincia resulta de um tbalbo imedisipina,enva- yl as disciplinas de Histéria e Portugués’ ellzado plas profeso- ,scravésde projets de pesquisa no ensino Fundamental segunda fo seelvida! como parte da dssplina “istria de Goi, ministada alunos do ensino mi, ‘cidade de Goiis, desde os anos 1950, fo incorporad xo mapa do r Patrimonio da Humanidade, concedido pela Organizagio das Nagées ‘vidas para Edueagao, Cidncae Cultura (Unesco) em 200, consiturse oa objeto privlegiado paraaeducagdo parimonial & recorrete, pot i pet 4, i i ese eg he Leg | bette cap ron MMe pos dete «xemplo, encontrar excuses escolares nas ruasemuscus da cidade Isso io significa entretant, que os pofessorese professors compartilhem objetios,contetdas,concezo e metodologias na abordagem da cidade ‘coma objeto da ensina eaprendizager. ‘Aintengdo deste artigo € problematizar as diferentes cancepgtes que ‘oviencam as priticas de educagiopatrimonial, dsctir 0s peessupostos teérico-metodoldgios compartthados e, por fim, apresentat os proce- imentosdidticos de cada experincia pedagégiea antes reerida, com objeto de incorporar a ensino de Hstéria na educagio bisicarelexbes sobees produ do pasado e da meméria plo campo do patrimenio. ‘Uma da prncipaiscatactersticas da educago patslmonial és he Avira das concepedes de Pao Freize,compreendida como um nsrumerto. de “alfabetizago cultural” que possbiita fzer 2 etwea do mundo para ‘compreender ownvert sociocultural ea tisetriahstérico-temporalem «que cada tum est inserdo (HORTA, 209). Esse processo, segundo seus propositores, lear ao reforgo da autoestima de indviduos e comuni- ‘daes, 3 vlorzagia da cultura bese, compreendida como mila € plus, provocarissituagies de aprendizado sobre o processo cultural, partir de sts manifestacdes, despercaraointeresse em resolver quesites gnificatvas para a vida pessoal ecole, alm de motivar nos alunos seatimentos de surpres ecurosiade,estimuland-os a quererem amn- Pliarseusautoconbecimentos. ‘Nos kim anos, essa concept tem sido submetidaa diversas ind rigs e problematizagbes. Pars autores como Milo Chagas (2006, por ‘semplo, o uso do termo “educagio pateimonal”& redundante porgue ‘lucagio seria patrimonial. Hi também diveréacias acerea da metodo logiaproposta pelo Gui de Buca Patrinovial, que indica etapas para o eu desenvolvimento, compreendidas,contemporaneamente, como ui ‘implifcagio da rela entseo patimenio ex educigo Alm disso, sI0 ‘scents as eficas sobre a grande vloczacto da educago ptrimonial pattirdos anos der, como una novidade coneetual que desvaloiza ts concepaespioneeas de Mivio de Andrade, segundo o qual ‘reservar pitrimdniohistércoéeducago" (CUSTODIO, 2008, p24), ouasiniia- tivas de Aloisio de Magallies que, feentedo Iphan, no inal dos anos de Ju70, recolocouo tema da educacio as diferentes ages promovis pelo ‘Genre Nacional de Referénca Cultural (CNRO). uta coneibuit com este debate, apresentamos 2 seguir a concepeio lle cueagto patrimonial que fandamentou as experéncias pedagéeas sequirdscuridas Tanto ma pesquisa hstrie quant no enn de i [iri, © “patrimdnio® precisa ser desnaturalizadoe histoveizado. sso igniica dizer que os bens tombados e reconhesidos como “pateiménio Iacional” nto so dados natursis, mas rodutos das pritcasealaras _jve os engendam. Ess coneepgio permite peoblematizaro tip, difan- ido pela poles oficial do ptriméni, com base no gua é preciso *co- poser edifani” 08 bens tombados pelos éxgos pblicos, dateiinadas concepgdes que orientarama pro- Ano vcago parminontat em piscussho (ensino de Hstria eo patsiménio cultural toraram-se, nos timos amos, temas de grande interesse de professors pesquisadores qu fe~ quentemente utilizam a expressio "educa patimonia!™ para nomea livers pitas eduatvas escolarese nioescolats. De acordo com al guns autores, essa expresso é herdeira da concepeoinglesa nomad erage Eatin, dfundida no Brasil no inci dos anos de 980, dura ‘um semindrio promovid pelo Museu Imperial de Ptedpois, ando fo cmpregada pela musesloga Maria de Lourdes Parceiras Horta, a0 tat daincorporago do Patrimdno Cultural nas agbeseducativas dos muse (MACHADO; MONTEIRO, 2010, p. 32). No mesmo contest, relexdes esse espeitoestimulazameaientaramcrigo de poitiaseprojetos de agenciamento e valovizagio cultural de povs e comunidades de diteret teslugares do Brasil (CUSTODIO, 2008. No ano de 1999, 2 concepcio de “educa patrimon! pss a publieagio, pelo phan, do Guia Bisa de Eluaxo Ptrinoni «de autora da pripria Mara de Lourdes Hora, em parcera com Eve Grunberge Adriane Monteto, © gus notabilizu-e pela difsio de tl metodologia que, dntre outros aspects, defini etapas de *Obsewvagi Registro, Exploragio e Apropriag30" tanto parao estudodeebjtosc pa Fondmenos ou temas de esti, concebendo possibile deel + atividadese objetivo para cada uma delas (HORTA etal 1990 Pi ‘publica, distibuida gratuitamente etambémn comerializad om fexentesinsttagBes port o Pas, colaborou como proceso de \desdeterminada concepgo de elucao e pats clay oficial” por gt nontmentos, masens ¢cidadeshiséricas devem compreender como sa produ foi engendrada pelos agentes ofclais encaregados de insite amemiracoetina, ‘No Brasil, a consrugiodo patsimnio nacional resulta de uma politica ‘ofc do Estado desenvolvda pelo drgo federal do patimenio nacional, ‘organizado com 0 nome de Servig do Patriménio Histico e Actstico ‘Nacional (Span), em 3937, ¢denominado~ tvalmente ena maior parte ‘de sua histéra~ instewto do Pateimnio Histricoe Antistco Nacional phan), Para investigeo procesto de prodagio,gestioe imposigiodede- {etiinados bens calturais como memiracoetiva da naglo, énecessirio inventaiar os discursos, as estratégia eos instrumentos queengendram 5% configuragdes assumidas pelo Iphan nos periodes de sua histra, ‘al coma ver fazendo um conjunto deaucores e autoras (CHUYA, 2009; FONSECA, 1997; GONGALVES, 1996 SANTANNA, 2003; SANTOS, 19) 1a configuragto attal do campo do patriménio, 0 agenlamento do ‘conceito de petriménio cultural ~registrado na Constituigdo de 198, at 246, como of "bens de nataresa material eimateril tomados indivdual- monte oem confunt,portadores derefertciabidentidade, aio, 3me~ tira dos diferentes geupos formadores da sociedad brasileira” (BRASIL, 006) ~ea8petias de inventroe salvaguarda do ptrtmnio material _pestadas a partied aprovago do Deeeto 3351, de4deagosto de 2000, “elineiam novas prspectivasedesaios para educao patrimonial, esse context, o articular 0 ensino de Histria eo pattimonio cul tural aos objeivs da educagio pteimonal, ¢ incorporada a diseusst0 th conceita de pstrménio, historieizago de suas milipasacepaSes € ‘investiga das polteaspblias de consrugio e prservagio do pe Trinnio no Beas, Com iso, a valarizago do pasado histrico— tana ‘eves apontada como objetivo primordial da edacago patrimoaial ~as- ‘une norasperspetras, que ie desdea ertca formas estabelecidas de ovlugo da memseacoetva nas sociedades contemporineas até pros Dosigiode rites eulturas de grupos, pessoas, ideise momumentos ad ‘tio exchidos do campo do patimenio, Para iasra 0 amplo expecta devs dseussto, sex tmada como exemple scilade de Gok desde nto, foe0 de priticas discursive eno discursivas do brgioes- tatal que, palatinamente, em aie conjuntas com outs insttuigde locas, engendraram hea ientidade de histéiea eturstia. Em vezdepatirda idea de que o patrimdnio ma cidade de Gots resulta da confgurag, no espagotrbano, ds hens materias que si suportes dda meméra nacional e regional, tentamos desconstrui esse proceso ou, em autas palavas, velar as imbricads teas de constitu enatura- lizagio de Goids como cidade histcea e write, i que casideramos 8 problematizagio do proprio objeto como um dos conteidos proposts raas pitess pedagleas de educactopatrimonial que vise incorpo- ‘arcampo do putimiaio como objeto privlegiadodoensin de His, ( seconieimento de Gods como cidade hisirica no pode ser expli> «ado apenas plo fito deter slo eaptal por mais de duzentos anos ¢ ean- ‘sevar na estat usbans, as construe do séulo XVI A insergo de Goi no mapa do patiménio nose asta simpleamente pelo deseo de reservar estes bens como vestiios do passa, cus valores seriam su ostamenteernsecos aos objetospreeistentes a qualquer classifica (0 poder de evoear, testemunhar e eternizar 0 passado no rests de qualquer eatacteristia inerente aos objetos tombados. Ao contri- tio, os dscursos produzidas no campo do patriménio sio importa tes instrumentos de delimitaio da meméria coleiva nas sociedades ‘ontemporiness (© érgio do panini nacional nfo atu para revel o valor esttico€ histo dos ens, nas insu esses lores no process de tmmbamenta€ rs piteas deinterengo reser, No caso de Goi, acidade somen- te pass ater visible como gat histrico quando fo inser na rele liscursiva do patimbaio, 2 medida qu 6 tecio da linagem Ie fl at- Ino deerminaos contd pars tora smbolo da memdvicoetia. Investigae de que forma Gols fl nsteuda como cidade histren é, portant, indagar acerca dos ates eds processos de “enguadramento da mei" na agp de Michel Pollack 8), ou sea, do trabalo de ‘onsttulgo, foemalizaedoeimposicgo da memériacoletva. CO investimento pars sliifieare dota deduragto eestabiidade uma \ierminada menséria representatives do conjunto da soeiedade configura ‘AcaDAD8 pk Goxks como ons Do PRERUMONIO, ‘A ade de Gots Hleselegi0, 0 ‘euniformizaglo da mlipliidse de Delasareclasifcar algunas eidades como *histrias"atribu tert- torialidade & histi. As insttugbes dotadas do poder de consagrar os ‘simbolos ncionals escolhem perpetar, engendeando “agares damem6= ria, como ensina Pinte Nora, onde a estabildade e preserva do es- ago fivorecem “a rlembrat¢ reensontrar do pertencimento prinepio ‘eseredo da idenidade” (NORA, 1953, p- 8} que se pretendeuniformizar ‘impor como nacional ou regional “Aobjetiagto da cidade de Gos como “lugar da memeria" resulta de ‘uma sétie de estatcgas que se entlacam: a incorporago na oxdem do discus do patrimdnio nacional, a invenge das tadigbes locals e2 mo- ‘numentaliago da potisa Cora Coraina, dora como simbolo emble tic da edad (DELGADO, 2003). "Ness process, a atuacio do fp na cidade de Golds & estratége, «dente suas ages, tém visbilidade iniiatias de edueago pattimo- bal que se trnaran exempates no histric das priticas desenvovidas pelo rio federal (OLIVEIRA, 201) No inieio da década de 1990 1 ‘Coordenagio Regional do iphan implementouo projeto *Conhecer par presevar, preserva para conhece" coma inalidade de trabalar com o alunos dag série dos nos inca das escolas da rede estadual deensina ‘Oprojetopropuna,“ateavésdeagdes educates de carsterndo formal nfocano os bens evloces que consitve 0 patrimnio local ~eoajun tos urbanos, edifcagiese objets", com o objetivo de promowr 0“ nheciment evalorizagio da singulridade da cidade de Gols, enquant «cidade tombada e protgida pela Unio, (. contato com os conceit de patsimoni,tombamentoepresersagio, bem como a identiicacio da fngios responses pela prego desses monumentos, suas competi ‘ns eatibuigies, ("0 “desenvolvimento de ua atitude consented responsabildade quanto & preservago desse patina culral ee Vogico-ambiental” (LEONEL etal, 1995 p15). Pat objetivo, a metodologi do proj consistn em promover Uke Artes Sacra, seu das Rendeins e Casa de Coa Coraina, onde lunes assistians a“paestse”c,posterorment,realizavam “atv te inaglo—ariticas ede elaborsgo de textos” (dem, 17) 0 sel Joviziam os bons visitados em pinurss, desenhos, escultiras lod esrta de poesas textos dssetatio das ages de educago patrimonialdivulgadas no perioda. 0 foco ea a “cidade tombada”, ou sea, 0 cento bistro © os bens mateias que de- ‘erlam tornat-seabjtos do conhesiment, a partir ds signfiados atte >uidos pelo phan, como garantia de sua preserratzo ‘No anode 2009, a Superintendéncia do phan em Gokispublicou o eo duced patronia: merci eidentdae da cidade de Gos. Patimsnio ara que quer com esultados do projeto que ofeeceformagio con tia, por melo de oficinase paestss, para 150 professores do ensino Fdanvental das sede privada, estadual e municipal, os quais desenvo ‘sora projtos de educa patrmonial em 16 escolas. Na apresentagao ‘do projeto, title de Patimdao da Humanidadeéevocado para jstifc ‘ea necetsidade de quea cidade considerada “museuaberto" ssaavo de oto e ages permanentce que asseurem sua desu e preservaglo" Als disso, ated wm papel estetégio& escola para promogio de ges eductivasvltadas para oreconhecimento,valorizacioe a preser- ‘ago do patrimdnio cultural, vsande i promo da Yeonseiéncia pate I" (ARES, 2010.) ‘No serem analsadas as experiéncias relatadas na publica, zparece sua gama variads de objetoselacionados com o bairro ou distro rural, tide se localiza as escoas, 28 quaist8m em comum a abordagem de feinasassociads ao pattimtini imatrial: manifestagesarcstiasdver- linda, saberesefazeres de personagens da comunidad, aém de Joins relacionados ao pateimdnio ambiental, mais preisamente 20 cer- do, Pecebe-e, também, avaloriagio da culturaindigena, Entreasme- wologas destacz-seaexploragio do bairroe do meio ambiente, lem de fests e contato des alunos com masicos cozinhetos artestos, tal tno 0 relatos de experincias dos professores eas foxografias estar pr astra atestan ‘Ocoreem, portant, algumas mudangas na concep de edueaso pa- ional desde o period de instiigio das pemeirasatvdades na ck ie Gols, sobretudoa confluncla das agbeseducatvas coma atual tea pstsimonial construida em tena da naga do registro eda pro- jg do pattinndni material, O tema central deisa deseo centro his- ser dlinead partie do objetivo de kentfcat manfesta- ino gat devivéncia dos alunos. Baretta, ‘ites estatdgen para pitcas cultoais dos seus habitantes por meio do agenciamento de con- «etosconstruidos no campo do pavimiai. As expetfncias pedagégicas 2presentadas a segur poblematizam as telagdes entre espa, tempo e memériaestabelecidas pelo regime discus vw que patrimonializu determinados lugares, momumentos, peesonagens para confer visbilidad para cade de Gos como histviaerrstia, ‘Una ExPRRIENCIA INFERDISCIPLINARS PAERIMONTO & LITERATURA ‘A primeira expeiéncin resulta do trabalho interdseplinat entre HistriaePortgues, desenolvdo com tama de 7 série aual an), la fixou uma tajetéria de educagiopatrimonial para a ciade de Gi associando patrim@nio lkeratura a parts da idela de que ambos so es: "tatégas de produgio da memeria coletiva ne socedade cantempocin (DELGADO; OLIVEIRA, 2008). 0s patrimSnios materiale material foram entrelagados ao abordar 6 pteiméaio enaigurado nos bens tort pelo iphanea esritads meméria de Cora Coralia, Ouro exo agenciad ara relaionarpatimnioeIieratu fo a investigagto das prea cul turais assosiadas alimentagio, presenter na obra dessa poetis, Assim como ocoreuem outros projeosinterdsciplinares (OLIVEIRA DELGADO, 2006, 2008}, ricca da leitura eo estudo do proceso hist rico objetvaram articular presente passado a partir de temas do cox eda rites soca. ara realizar a medio ditica (LOPES: 1997: 19978, compreend 4 aqui como um conjunto de esratégias agenciadas pelos professors para articular 0s elementos rdvicos advindos da produ academe ‘om 0 fazer pedagégico, planejado a partir das experiéncias econ ‘entos cotidianos dos alunos, foam produzidos mateias para a al dle Portugués ede Histéria como suport pa. explias aoa problem tizago, realizadas a partir de metodologias que estimalam & costa urtieipago dos alunos. ‘Como os limites deste texto no permitem reproduzire dscutir os mi ‘eras ddticos, see delineados dis tineriios que compuserin experéncia, tomas como refetncia dos conteidose stration pl ies operaconalizadas em sala de aula, ‘0 pret itinerio fi delineado pela abowdagem do tena *A east nea chad de Coli. 1993, 1994, 2000 que entende que 0 amalgama entre a autobiogsaia 0 iemoralsmo esté na fora como a autora tece suas reminisces, construndo, um 6 tempo, uma memériaautobiogréficaeuia forma ‘spec de eiago da memva clei (DEGADO, 2003 Para tragar ‘oa estatégia de leita, fi elaborada uma atvidade com duplaintle- ‘or explora autobiograia de Cor Coralin,associada as lugares a reméria da cdade de Goi, e perebere dscuticaspriticasalimentares presente em seus poems e que so exemplars do patimanioimateil ‘Nas aula de Portugués, professors traballion com o texto “Os tem- wns damemériaeacidade de Gols’, compost de trechos do artigo" ‘Coralia inven det” (DELGADO, 1999), como um exerci para in- conporat ogénero eta literria conrtrugio do conhecimento escolar. ‘0 artigo transformado em suporte da mediago ddstca, propicow ana- lisara obra d poetsa por melo de coneeitos trios que, interelacior tds com priticas de leiuea dos alunos, possibltaram compreendera leratura como estratéia de construgo da memsraeoetiva. Ao mesmo 10, 8 poenas de Coa Coalina inczaram os alunos traga seus ps ros pereursos na edad, preparando a abordagem acerca do patrimnio lpotrabalho de eampo que fei realizado em Gols (0 segunda tneivio, "dade de Gotis e0 campo do patio 00 Iasi, condurdo por outa professor, também foi desenvolido nas a fis de Portigus, Para a abordagem trie do patimaio e da pitas tf tomibamentoent Gots, Fi produsido o material didiico "Patrimonio ocional’, para introduzire colocar em perspectivahistrica a nocio de Stimsinio hstrico e atstico nacional, tal como fol construta na Juropa no fnal do séeulo XIX. Ness época, o#stadoassumia, em nome to leresse pico, as tare de slecionar os bens que simbolizam a Fug ede exercer a protjio legal desses ens, que se tornam propric= ie da nag, a serem preservados elegados para as geragies fuuras [JONSECA, 997) Dita devenvolver ese cone, fram elaborados dois textos. O prime ‘0. Reolugio Francesa ea produgio da nog de pateiménio nacional", Tove 0 objetivo desta as elages ene patimni ea objeivaga si ‘ln da mag, ou onsttigo do concen de “patrimdnio nacio- lei go de ua eid coletivadenomi- destacand a cristo do Iphan es meeanismos detombamento no Brasil ‘No final desse material iti, foram reproduzos rts documentos ‘que permitern investiga, tal como consta no titulo, as “Coneepgbes de Patimenio na Legislag Brasileira” e suas ttansformagées 20 longo do tempo: o Decreto-ein. 5, de 20 de novemibro de 1937, promulgido pelo presidente Getilio Vargas; o At. 216 da Consituigo de 1988 0 Desreto rn. 3.5shde4deagosto de 2000 que “institu o Registro de Bens Cultrais de Natuzeza material qe constitaem 0 patrimSaio cultural brasileiro" © ‘tao Programa Nacional do Patrimonio materi “Aanilise de documentos histrico em sala de ala ¢recorente, pois constituium doscixos da proposta metodo\igcade ensino de Histéria no ‘Cepae Nesse e480, 0s documentos eram problematizados & medi que ‘ proximo materi diditico era etudado,vsando celacinar as coneep- bes de patrimno cnfigoradas na legisla comas politics de Bstado “gue oricntaram, em diferentes moments, as petieas de itervengio do Tnateut do Pattiménio striae Artic Nacional na cidade de Gots. ‘asa tiabalhara soncepgoteriea de qu a cidade de Gos somente passou ater visibilidade como hgathistico quando (ol inseridano cam | doputindni por msn ds tage d phan, 6 aborado un ex, livid em tsitens: ') *Otombamento de bens soados", no inicioda déeada de 1950, quan- ‘do DPEIAN chegoa & cidade de Gots para fazer orombamento dos principals edifiins pablicns erligiosos, que reresenavam 0 acer rguitetnicodo séeulo XVI, a partir da concepcio de consagrar deter mminadas bens inyeis como monvmentoshisticos; by *A delimitagto do centro histérico” pelo phan, em 1978, qe neat ‘entorno dos prncipts monaments no ambit da protes0 do patr- Inno, denotando mudangas no campo discursivo do patrimdaio ea incorporago progessirs do tueismo nas poitieas psblias; ©) "Goi como Patriménio da Humanidade’ thulo coneedid pelt ‘Unesco etm 2001, que inaugura a atual fas viveniada pela cade, reterizada peo aumento do duo tarsi. Dhrante leita desse texto otrabaltio em sla de a . | os lung fixam estimulados a discutiro carter teletio c excidente dos eriéiog ‘estigos dos templos nfo calico, das senzalasedos bairos opetirios. ‘A telag ente o turismo ¢ o patviménio fi problematizada, desde a segunda intervenglo do Iphan a cidade de Gokis, que dlineouo centro histirico, atéa abordagem do momento asl, 2p a eoncesto do titulo ‘e Patriminio da Hiumanidade (Unesto.2ot),eintensa mobilizagio de iia enidadesculturas da cidade de Gods, dos governos municipal € ‘estadul,e do govern federal, por meio do Iphan Os alunos partiipae ram ativamente,expondo conhecimentos previo sobre o cema, vst que ‘ processo de tombamento fol amplament divulgado pela midi. DDusante as alas, fol abalhado um mapa da cidade de Goi, elabo- rado pelo phan, que permite visvaliar as diferentes fases de interven ‘90 do dreio esata no expago urbano, visto que esto demareados 08 hens isolados “fombdos em 19s, a “xtensio do tombamento do ‘Conjusto Argittdnicoe Urbanistico em 1578", a Zona de preserag30 bistdiea" ea "Srea de entoeno de preservaco do Nico Histérco" Esse ‘mapa fol ulizao também para estimuler nos letras dos poemas de ‘Cora Coralna:eadaalunoelaborou uma egendaeproduziy um *Mapada ‘memiéra de Cora Crain’, relaionando rio Vermelho esas pntes, 25. ‘as a eidade eos bens tmbados comos poemas nos quaisesses marcos rbanos sto objets da escrita da mem © trabalho pedagégico de relaciont o espag com ago do dro do timo e com 3 memaca por mei de um mapa foi um reeurso im oreane pata essa pritea da educagopatrimonial © mapa foi ecorren temente ageneiado durante o trabalho de campo realizado em Gols. OS slianos foram estimulados a uelilo como insteumento de orlentagio pura percorer a ruas da ekdade elocallat 0s monuments. Ao explo- ae as duas legendas ~a que demareava 2 interven do Iphan ea que foi elatorada pelos préprios alunos eam os marcos da memétia de Cora Colina ~ eles era guiados pela memra cles, eonfgursda tanto los hens tombados quant pels produ Iter ‘Os mapas construdos pelos alunos foram diferentes entre, pois cada um escolheu os poemas que deseara representa no "Mapa da meméria tle Cora Coraina’, demonstzando uma percep individual da letura da oletnea Entetanto, tos inka wm pont em eomum: a a0 do Jnttuigoe prservago do paeimenio foi nema possbiitando tater da nos rememora do ego son expos dd, eaborando sends se Shas yun meta cotta cofigarata no mapa pio pela Ip ta pire lnor se rer ies dos come seecnimos dere pesca de mem, st aide wear cmd como sine d experi de pesos ep edu de edo pation qv dso sia cron raRINOnoCUIRAL: PRINS CM ‘ower be ar apenas 20 tbo de vo pains hd adnan de Gol ea pratt roan abt csr con pedo et oes sya: hdc consi en soy runs wa Goe cn lg sermata ps opro nico dee SreeNu denne medio DELGADO e209 ¢ eansfoxnon oe Spun enti doa conta Sonn cro detent kc, enzo a meg i sel cdc rings pon 809 “es te mr ico ses tie Go ints seu ln nn ons soto de concn (Shiu caoarsnbeeo lea onal wali a abode ee cus dr sts inl dos onda deren cps ocular es Bs con ma etna sins socsino met, i a ion nou rage Ga go oo em si onitde gts yrs sh atl com 2 sin cna ana + sono secede mine wears Gee eo ocr deontrie dGoa ill is tyra deg romeo ado Nov os mi ees apeus tna diate eos iso da ‘sveginal a cot iii rau tne 29 ‘Sn ests seman geome donc et vii ld om dios penn Nese sentido, a discilina"Histria de Gos" consistia na possbili- dade de construi uma propostadeensino signifativa para os alunos do ensino médo, em geral movids por indagag6es mais complexas acerca do seu cocdiano da hstriado seu lugar e regi. Aestratéga metodoldgiautlizada para seesionae organiza 08 con- tedos da disciptina orientou-se pelo Pojeto de Ensino de Histri, pr silegiando a elaborasio de eos temtics, em detrimento de uma abor «lagem eronoldgeaeteleokigica do passado, e procuroudialogar com as Aiseusdes histoiogzfieas sobre os diferentes temas considerado ne cesstios par a construgo da disciplina. Nesse proceso, atematica do patrimdnio cultural ganhou fore e contribuiy para a criagio de alguns ‘sos temaiticos que posibilitaram a abordagem do tema asociado & compreenso de diferentes assuntos da hstria gional (0 eo iniulado "Cidade de Goidse o Patriménio Histtico" poss bittow inteoduzir a diseussao sobre o processo de ocupaco das regibes ‘iveradoras em Golds por meio ds urbanizagio do arial de Sontanns, ue evoiu para Via Boa de Gotis, ransformande-se em capital da (apitania de Golds, rida em 1749. No ino do século XX, Vila Boa de Goi passova ser nomeada cidade de Goi, permanecendo como capital io Fstado até o anode 1937, quando a capital trnsferu-se para Goin, yenasa partir dos anos de 19304 cidade de Gots passoua ser valorizada ino representago do passado de Gokds e “quando o drgo responsive instituigio do patvimdnio nacional, entio denominado Dietaria do imdnio Histrico e Artisco Nacional (DPHAN),chegou 3 cidade de cio da década de 195, para realizar otombameto dos prin- Is eailici pabicos ¢rligiosos" (DELGADO, 2005) 0 proceso de ao do patrimnio cultural da cidade resultou em diversos tox a um longo ecomplexo processo politico. Jodesenvolvimento do trabalho pedagigico com os alunos, inerssa- do processo de reconhecimento da cidade como patrimnio cu rentosprviosso- uo eo em vista o grande taba miditic cealizado desde p00 ato guy dela forma, marcow o maginsso histo censodeconsrugdodacdde como ‘A primeira atividade realizada fi a exbigio do videodocumentivio Ve oa, Ba Bria (ELETROBRAS, 2000), produzio, aps conclusto do process de reconhecimento da cidade come patrimonio histxen pola Unesco, para divulgae os argumentos utilizaos na indicagio da cidade ao tulo internacional. A producto dscursiva elaboreda na construgio do roteroevidenciaoagenciamenta de uma mera istics que procaroa ‘detnea, a patide alguns personagens fitos eexperiéncias os sentidos ‘que Movimento Pri-Cidade de Golis, lider da eampanhaa favor da ida- {de proewrou instil, ov sea: o de uma cidade pacaa, cercada de belezas naturasearquiteturs colonial, embaladanaturalmente pelos poemas de (Cora Corainae misicas do cancionero popular vlaboense. Nessesent- Ao, ovideodocumencio éuma importante fontehistviea, pois reine os arguments dos responses plo agenciamento do pasado pessibilita Aisutircomo o pattimsno histrie tornou-se um discurso een nt ela boraco de uma imagem da cidade. Poriss, os alunos foram estimulados debate ovideo como uma linguagem audiovisual ue buseavaconsruit ‘umentedohistéico paraacidade eer fonte dos discursos do Movimento ‘iG-Cidade de Gos, que renin diferentes suetos e agentes no process dd construgdo do dossé “Proposgio de Inscrigio da Gide de Golds ma Lista do Patrimdno da fumanidade’, necesito para candidature. ‘0 trabalho com 0 video came foate histérieaovienton-se por ura dos ‘x08 do Projto de Ensino de Histria do Cepae que, em diilogo com a rodugio da ies, defende a incorporagao da forma de producio do cor hecimento histrico como objeto do ensino de istra. Assim, fl ado- tadaaeoncepgdo de que os contesdos eas fonts ever er ratados como verses histoicamenteproduzidas e, portanto,provsérias (DELGADO} SILVA; SAMPAIO, 2009, p. 9). Consderando es concepcdo como orien tudora metedoldgiea, fi desenvolido um trabalho de anise do docu mento pela Klemieago de sua autora, 0 perodo ¢ 0 leal de produ ‘0 ptocinadores do video, os diversossujeitose discursos envohios hn constragdo da nareatia sobre a cidade de Golds, além do tater «a tonstica do Patriméni Cura, demonstrativ dos diferenes gene ‘iamentos da memdriahistérea da cidade de Goi. Assim, 0 video fol Incorpoeado na problematizagdo init do tema do patina cul ‘ono inguager audiovisual composta de sons, cores recursos tt ehisvica, repletadedntenl hhiseéva do drgo esta responsive pela presergioedefniglo de po- Iiicaspéblias para e patriménio cultural do Brasil einereduz a discus- ‘lo da histéria do pattiménio como um componente Fundamental no eabalho de edveagiopatrimonial, Assim, por melo da lua do texto, {oi desenvolvida a questo de que a nogdes de patrimOno passaram por :mudangaserefrmulagbes no decree do proceso histrico incoducida pel video (CORTES, 2007. | problematizagzo da nogio de cidade-patriménio, posibilitada ini ‘lalmente pelo eabalho ono video, ol importante fo apenas pata des- ‘saturliae os discursosinstuidos, mas também para dimensonar aex- erincia histvca da cidade, exo espag urbano, no presente, incorpora ‘usps passados, representados por diferentes estilosarqutet6nicos, nas que fl fru de ums complex politica de planejamento insti 1p6s inicio da decadénciaaueifrana regio e que instituiu 2 normat ago de espages pblios ea construcio de prédios lancjados, como a ‘casa de Cimar e Cadel. Essa experidnea fi disctit a parti dediver- sas plantas edesentiosurbanos ocalizados pelo professor Nestor Goulart Reis em Portugal e publicados no liv Images de Vase ldades do Brus {aoral (REIS, 2000). Tais documentos hstrics, am de egiizarem 0 urgumento da inexisténca de planejamento urbano no periodo colonial brasileiro, possbilitaram discutirariqueza desse trabalho de imaginario 1a cidade, 20 mesmo tempo em que ofereceram ferramentas para a pré= ria imaginago dos alunos, que se tornavam capazes de compreender 0. ‘spagourbuno no como umtcoojuntodeconstruges quese encerram em slimesmas, masque se aticulam aos ieresses dos grupos eavlvidos ©8 mica da propia edad "ora ealizarem ese trabalho de compreenso da histéra da cidade de (Goi arculada ao processo da minerago eda expansdo wrbana no sé- «lo XVI os alunos lram uma versdoadaptada do texto Vil Bor de ois ‘congue do poder netpeltane (DELGADO, sd, por meio da qual oi historia processo decriago eexpansio da minerago em Golds, om preendend o papel da cidade na conserugio de um projeto de cenraliza- ‘oe controle das atvidades mineradoras, assim como as modangas por ‘que pasion 0 espago rhano do cidade no procesto de ascensioe cise Hie mineragto. A lecuraeaiyessio desse texto, assim como a andi para otabalho da dscptna, assim como trabalho com os documentos | lz com estraia deabordgem do rset de constr do

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