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Remuneração e Salário
Remuneração e Salário
ROTINA
TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA
Miriany Stadler Ilanes
Remuneração e salário
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de
serviços em decorrência do contrato de trabalho. Já a remuneração é a
soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por tarefa
etc.) a outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho,
como horas extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insa-
lubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagem,
etc. Nesse sentido, remuneração corresponde a um gênero, ao passo que
salário designa uma espécie desse gênero. O termo remuneração passou
a indicar a totalidade dos ganhos do empregado pagos diretamente ou
não pelo empregador e o termo salário a indicar os ganhos recebidos
diretamente pelo empregador pela contraprestação do trabalho.
Neste capítulo, estudaremos as diferenças entre remuneração e salário.
Para isso, conceituaremos os dois objetos do presente estudos e, em
seguida, analisaremos o que são parcelas salariais e não salariais, bem
como as formas de estipulação do pagamento do salário.
Remuneração e salário
O vocábulo salário designa a quantia em dinheiro que uma pessoa recebe em
decorrência da execução de um serviço e que é conferido de forma regular a
cada período de tempo. O salário foi assim denominado em decorrência da
prática de entregar sal em troca de determinada atividade, convenção que é
entendida ao considerarmos que o sal era um elemento escasso e necessário,
2 Remuneração e salário
fator que elevava o seu preço no mercado. Posto isso, associamos o salário
de um trabalhador à sua produtividade, ainda que essa relação em muitas
ocasiões seja questionável.
Assim, o salário é um complexo de parcelas, não de uma única verba.
Todas essas parcelas têm caráter contraprestativo, não necessariamente em
função da precisa prestação de serviços, mas em função do contrato. Afinal,
nos períodos de interrupção, o salário continua devido e pago. As parcelas são
devidas e pagas diretamente pelo empregador, conforme o modelo referido
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no seu art. 457, caput, e pelo
conceito legal de salário mínimo (DELGADO, 2017).
A figura do salário partilha com o próprio trabalho o encanto pessoal
maior existente na relação empregatícia. O salário estabelece a parcela central
devida ao empregado no contexto da relação de emprego, afirmando-se como
um dos temas principais e mais cíclicos das lutas dos obreiros ao longo dos
últimos dois séculos.
Segundo Delgado (2017, p. 799):
[...] a empresa passou a ser inserida por partidos distintos do próprio Direito
do Trabalho, passando a traduzir, muitas vezes, noções e realidades que,
tecnicamente, jamais poderiam confundir-se com o conceito trabalhista es-
pecífico de salário. Assumindo as cores de verdadeiro símbolo, a palavra
salário, paulatinamente, veio a designar institutos e figuras jurídicas não só
estranhos ao ramo justrabalhista como aos próprios interesses mais imediatos
do próprio trabalhador. Trata-se, aqui, das chamadas denominações impróprias
da figura do salário.
Por isso, essas parcelas não produzem os reflexos clássicos de qualquer verba
de natureza salarial. Diversamente das verbas salariais, essas parcelas não
têm o papel de retribuir o trabalho oferecido pelo empregado, uma vez que a
sua finalidade é ressarcir eventuais gastos na realização do serviço, reparar
prejuízos causados pelo empregador ou funcionar como penalidade. Cabe
ressaltarmos que as parcelas não compreendem a remuneração do empregador,
não sendo consideradas como rendimento.
Como parcelas de natureza não salarial podemos citar as diárias de viagem,
a verba de representação, as indenizações reparatórias, as penalidades e a
ajuda de custos. Além delas, existem outras parcelas de natureza não salarial
legalmente apontadas, como o salário-família, a participação nos lucros ou
resultados da empresa, o abono pecuniário de férias, o vale-transporte, entre
outras (DELGADO, 2017).
Salário-tarefa
O salário-tarefa é aferido por meio da fórmula combinatória entre os critérios
de unidade de obra e unidade de tempo. Acopla-se a um certo parâmetro tem-
poral (hora, dia, semana ou mês) determinado montante mínimo de produção
a ser alcançado pelo trabalhador.
Por esse sistema, caso o trabalhador atinja a meta de produção em menor
número de dias da semana, por exemplo, dois efeitos podem ocorrer, a juízo
do interesse do empregador:
Fique atento!
Para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus
algumas medidas legais surgiram que afetam as relações de trabalho e
demandam acompanhamento específico: