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1 Lynn Colby, PT, MS 1 John DeWitt, PT, DPT, SCS, ATC SS lM Estrutura ¢ funso do jociho 765 ARTICULAGOES D0 COMPLEXO DO JOELHO 765 Articalagio tibiofemoral 765 Articulagdo patelofemoral 766 Funcho Da PATELA 766 Alinhamento patelar 768 Compressio patelar 767 Funcho Muscuan. 768 Fungdo muscular extensora do joelho 768 Fungéo muscular flexora do joeiho 769 Estabilidade dindmica do joetho 769 0 JonLHo E A MARCHA 769 Controle muscular do joetho durante a marcha 769 ‘Comprometimentos do quadril do tornozelo 770 Dor nerenioa € Lesbes NeRVOsAS 770 Principais nerves sueitos a eso no joetno 770 Fontes comuns de dor referida 770 1 Tratamento de distirbios e cirurgias do joetho 770 HIPOMOBILIOADE ARTICULAR: TRATAMENTO CONSERVADOR. 770 Patologiasarticulares comuns e comprometimentos associados 770 Hipomobilidade articular: tratamento — fase de protesio 772 Hipomobilidade articular: tratamento — fases de ‘movimento controlado € de retorno a funglo 772 ‘CRURGIA ARTICULAR & TRATAMENTO S-OPERATORIO. 775 Reparo de defeitos na cartlagem articular 776 ‘Atroplastia total do joelho 778 DisFungKo PATELOFEMORAL: TRATAMENTO CONSERVADOR 789 Patologias patelofemoras relacionadas 789 Etiologia dos sintomas 790 ‘Comprometimentos comuns, limitagbes nas atividades € restrigbes & participagdo 790 ‘Sintomas patelofemorais:tratamento — fase de protesso 791 ‘Sintomas patelofemorais:tratamento ~ fases de movimento controlado e de retorno a fungio 751 INSTABIUDADE PATELAR: TRATAMENTO CRORGICO Pis-oreRaTénio 795, Visto geral das opges crkrgicas 795, 1 Carolyn Kisner, PT, MS Realinhamento proximal do mecanismo extensor: reparo ‘ou reconstruc do ligamento patelofermoral medial ¢ procedimentos relacionados 796 Procedimentos de realinhamento distal: transferéncia do tendio da patela com o tubéreulo tibial e procedimentos relacionados 801 LeSBES UGAWENTARES: TRATAMENTO CONSERVADOR. 803. Mecanismos de lesio 803 Lesbesligamentares na mulher atts 808 Deficiéncias estruturas e funcionais comuns, limit atividades ¢ restrigdes & participagio: Cimitasbesfunconas! ineapacidades) 804 Lesbes igamentares:tratamento conservador 804 LESDeS LIGAMENTARES: TRATAMENTO CIRURGICO E FOS-OPERATORIO 807 Contexto 807 Reconstrugio do ligamento cruzado anterior 809 Reconstrugio do ligamento cruzado posterior 820 .RUPTURA DE MENISCO: TRATAMENTO CONSERVADOR 823 Mecanismos de lesSo 823 Deficiéacas estrturais¢ funcionals comuns,lmitagdes nas. [RUPTURA DE MENISCD: TRATAWENTO CRURGICO E ROS-OFERATORO 823 Reparo de menisco 824 Meniscectomia parcial 828 Bl IntervengSes com exercicios para o joelho 828 TEOWCAS DE EXERCIOS PARA AUMENTAR A FLEKEIUDADE A AMPLITUDE DE MOVIMENTO. 829 Para aumentar 2 extensio do joelho 829 Para aurnentar a flexdo do joclho 830 Para aumentar a mobilidade da banda iliotibial no joelho 831 EXEACIIOS PARA DESERVOLVER E NIELMORAR 0 DESEMPENHO MUSCULAR E 0 CONTROLE FUNCIONAL 831 Exercicios em cadela aberta (sem apoio de peso) 832 Exercicios em cadeia fechada (com apoio de peso) 835 Progresso funcional para 0 joelho 8: ATIVIOADES DE APRENDADO INDEPENDENTE. 839 764 A articulagio do joelho é projetada para mobilidade e cestabilidade; produz o alongamento encurtamento funcional do membro inferior para levantar e abaixar o corpo ou para mover 0 pé no espaco. Com 0 quadril ¢ 0 tornozelo, apoia o ‘corpo quando se estd em pé e & a unidade funcional priméria pparaatividades que envolvem caminhar, subir, descere sentar. ‘Como nos outros capitulos desta parte do livro, este ca- pitulo € dividido em trés secdes principais. Os tépicos mais importantes da anatomia e funcio do complexo do joelho sio revistos na primeira segio deste capitulo, seguidos pelos con- tedidos sobre tratamento de distirbios ¢ cirurgias. A terceira segdo inclu intervengdes com exercicios para a regido do joe- tho. Os Capitulos 10a 13 apresentam informagdes gerais sobre ‘5 principios de tratamento. O leitor deveré estar famiiariza- do com a matéria desses capitulos e ter conhecimentos de ‘exame e avaliagio para que possa elaborar, de modo efetivo, ‘um programa de exercicios fisioterapeuticos, a fim de melho- rar a fungio do joelho em pacientes com comprometimentos decorrentes de lesio, patologia ou apés uma cirurgia. @ Estrutura e fungao do joelho s 08808 que constituem a articulagio do joeiho sio 0 ‘femur (regito distal) com seus dots cOndilos, a tibia (regito ‘Proximal) com seus dois patdstibiais eo grande osso sesamol- de dentro do tendo do misculo quadriceps femoral, patela. E uma articulagdo complexa em termos anattmicos e biome- ‘enicos (Fig, 21.1). A articulagio tibiofibular proximal, com relagio a sua posigdo anatOmica, situa-se préximo do joelho, ‘mas é envolvida por uma cipsula articular separada e funciona biomecanicamente junto 20 tornozelo, Desse modo, aarticu- lacdo tibiofibular proximal ¢ discutida no Capitulo 22. ARTICULACOES DO COMPLEXO DO JOELHO ‘Uma cépsula articular frouxa envolve duas articulagBes: a tibiofemoral ea patelofemoral. Os recessos da cépsula fo mam as bursas suprapetelar, subpoplitea ¢ bursa do misc; Jo gastrocnémio. As pregas ou 0s espessamentos da sinévia Toa Capitulo 21 Jocho 765 persistem do tecido embriologico em até 60% das pessoas podem se tornar sintométicas com micro ou macrotrau- Articulagao tibiofemoral Caracteristicas. A srticulagio do joetho é uma junta biaxial do tipo dobradica modificada, com dois meniscos interpos- tos suportados por ligamentos e misculos. A estabilidade anteroposterior é dada pelos ligamentos cruzados; a estabi- lidade mediolateral ¢ dada pelos ligamentos colaterais medial (tibial) ¢ lateral (fibular), respectivamente (Fig. 21.2). * A parte 6ssea convexa & composta por dois condilos assi- ‘métricosna extremidade distal do ffmur. O cbndilo medial mais longo do que o céndilo lateral, 0 que contribui para ‘o mecanismo de travamento do joetho. A parte dssea concava é composta dos dots platos tibiais na regio proximal da tibia, com seus respectivos meniscos fibrocartilaginosos. © platd medial é mais largo do que 0 pilat6 lateral * Os meniscos melhoram a congruéncia das superficies ar- ticuladoras. Eles sioligados aos cOndilos tibiais e& cépsu- la pelos ligamentos coronérios, sio ligados um 20 outro peloligamento transverso ¢ patela por meio dos ligamen- tos patelomeniscais. Podem estar presentes também os ligamentos meniscofemorais anterior ¢ posterior conec tando 0 menisco lateral ao fEmut.* O menisco medial fica firmemente inserido na cépsula articular, assim como no ligamento colateral medial, ligamentos cruzados anterior «€ posterior e misculo semimembransiceo. O menisco late- ral insere-se no ligamento cruzado posterior e no tendo do miisculo popliteo, por meio de ligacdes capsulares." Por causa da insergio relativamente firme do menisco me- Figura 21.2 0 menisco medial se prende nos Egamentos clateral mesial, ‘7uzado anterior e rutado posterior. 0 menico lateral também se prende no ligameto eruzado posterior (a cpsuiaartcular fl removida para visualiza- {ho}. (De Hartigan" In Levangiee Norn, . 408, com permis) 766 Parte IV dial em comparacio com 0 menisco lateral (ver Fig. 21.2), este tem maior possibilidade de sofrer ruptura quando ocorre um golpe lateral no joetho. Artrocinemética. A mecinica articular éafetada pelas posi- ‘ghes de cadeia abertae fechada do membro e estio resumidas no Quadro 21.1. Ocorre rotagio durante os movimentos de flexio ¢ de extensio do joelho. * Durante os movimentos da tibia sem apoio de peso, em cadeia cinemitica aberta, 0 plat6 cdncavo desliza na mes- ‘ma diregio que o movimento do oss0. A extensio terminal faz que a tibia rode lateralmente sobre o fémur; com a flexio, a tibia roda medialmente. ** Com os movimentos do férmur sobre uma tibia fixada com apoio de peso, em cadeia cinemitica fechada, os cOndilos convexos deslizam na diregio oposta ao movimento do osso, ‘Mecanismo de trava ou parafuse. ‘ rotacio que ocorre en- tre 0 cindilos femorais ¢ a tibia durante os graus finais de extensio é chamada de mecanismo de trava ou parafuso. ‘Quando a tibia se acha fixada com o pé de apoio no solo, a ‘extensio terminal faz que o fémur rode medialmente (0 cdn- dilo medial desliza mais posteriormente do que 0 céndilo lateral). Ao mesmo tempo, o quadril se move em extensio. ‘A tensio no ligamento iliofemoral, que ocorre com a exten io do quadril,reforca a rotagio medial do fémur. A medida ‘queo joelho édestravado, o femur roda lateralmente. O des- travamento do joelho ocorre indiretamente com a flexéo do ‘quadril ediretamente por meio da acéo do misculo popliteo. ‘Uma pessoa incapaz de fazer a extenséo completa do quadril (Contratura em flexio do quadril) no consegue ficar em pé cereta ¢ travar 0 joelho, ndo tendo, portanto, essa fungio es- tabilizadora passiva. Articulagéo patelofemoral Caracteristicas. A patela € um osso sesamoide dentro do tendio do quadriceps femoral. Articula-se com a fossa inter- "* * Pode também ser relatado um distirbio nas respostas de equilibrio em pacientes com artrite.** LimitagBes comuns nas atividades e restrigdes & participagao (limitagSes funcionais e incapacidades) * Com 05 sintomas agudos ¢ nos estigios avangados de degeneragao, hi dor durante 0 movimento, apoio de peso marcha, que pode interferir no trabalho ou em ativida- des rotineiras em casa ou na comunidade. * Hi limitagio ou dificuldade nas atividades com apoio de peso controlado que envolvem flexi do joelho, como sen- tar ¢ levantar de uma cadeira ou do vaso sanitirio, descer ¢ subir escadas, inclinar-se para a frente ou agachar * No estigio final da artrte, a atividade fisica fica acentuada- ‘mente limitada, com menor participagio nas atividades de lazer (como caminhar, praticarjardinagem, nadar, participar de atividades esportivas) ¢ nas que envolvem o culdado da «asa (como varrer ot lavar 0 chio,limpas, fazer compra) Hipomobilidade articular: tratamento — fase de protecdo Ver no Capitulo 11 as diretrizes gerais para o tratamen- to de lesdes articulares agudas e diretrizes especificas para Ode AR, Intervengies com exercicios para cada regi8o do corpo Controlar a dor € proteger a articulagio ‘Educagao do paciente. £ importante ensinar ao paciente mé- todos para proteger a articulagio, incluindo posicionamento no leito ou uso de talas para evitar contraturas deformantes, ‘exercicios de amplitude de movimento (ADM) e isométricos intermitentes para manter a mobilidade catividades Funcionais seguras que reduzam as cargas sobre 0 joetho, Adaptagdes funcionais, Instruir 0 paciente para que mini- minimizar amplitudes de flexdo de joetho que sobrecarre- guem a articulacio durante o apoio de peso. Se necessirio, durante uma fase de exacerbacio da artrit, fazer 0 paciente usar muletas, bengalas ou um andador para distribuir as for- «28 a0 longo dos membros superiores enquanto caminha. Manter a mobilidade dos tecidos moles ¢ da articulagéo Exercicios de ADM passivos, ativoassistidos ou ativos. Usa técnicas de ADM dentro dos da dor e mobilidade disponivel. O paciente pode ser capaz de realizar ADM ativa em decibito lateral com a gravidade eliminada ou executar ADM autoassistida. Tracao articular graus I ou II e destizamentos anteriores/ Posteriores. Aplicar técnicas suaves, se tolerado, com a arti- culagio na posigio de repouso (25° de flexao). Essas técnicas so usadas para inibir a dor e manter a mobilidade articular. © alongamento ¢ contraindicado nesse estégio. Manter a funcdo muscular e prevenir aderéncias da patela Exercicios isométricos intermitentes. Fazer o paciente realizar exercicios isométricos intermitentes com foco nos masculos quadriceps femoral e nos isquiotibiais, sem produzir dor, com ‘0 joetho em virias posicdes, isométricos com foco no quadri- ‘ceps femoral com elevacio da perna e isométricos intermi- tentes subméximos em cadeia fechada. Os exercicios isomé- tricos intermitentes so descritos com detalhes na ultima secio deste capitulo. Os exercicios isométricos que exercitam ‘© quadriceps femoral podem ajudar a manter a mobilidade da patela quando @ articulagao tibiofemoral estiver imobili- zada ¢, portanto, sio ensinados rotineiramente apés cirurgias ‘ou quando a articulagdo ¢ imobilizada com gesso. Hipomobilidade articular: tratamento — fases de movimento controlado ¢ de retorno & fungo ‘A medida que a inflamagio diminui eos tecidos articu- lares sio capazes de tolerar cargas maiores, as metas do tra- tamento se modificam para lidar com os comprometimentos ue interferem nas atividades funcionais. O tratamento do Paciente sofre progressio com a insergio de exercicios com ‘movimentos controlados eatividades que enfocam 0 retorno seguro a0s resultados funcionais desejados. Educar 0 paciente * Informar o paciente sobre sua condliglo, o que esperar com respeito A recuperacio e como proteger as articulages. ‘= Ensinar ao paciente exercicios seguras para fazer em casa, como progredi-los e como modificé-los quando os sinto- ‘mas forem exacerbados pela doenca ou pelo uso excessivo. ‘Tem sido mostrado que exercicios como os de fortaleci- ‘mento, alongamento e ADM, especificamente elaborados, € 0 uso de uma bicicleta estaciondria melhoram os resul- tados funcionais em pacientes com OA em um programa de exercicios domiciliares.* E importante enfatizar que ‘manter a fora nos misculos de suporte ajuda a proteger estabilizar a articulacio e que os exercicios de equilfbrio ajudam a redurir a incidéncia de quedas. * Instruir o paciente para que realize exercicios de ADM ativos « técnicas isométricas com frequéncia durante 0 dia, em especial antes de apoiar 0 peso, de modo a reduzir 0s sinto- ‘mas dolorosos que ocorrem com o apoio de peso inicial.”* * O paciente com OA ou AR deve ser alertado para que al- terne atividade com repouso. Evidencias em foco Em um estudo randomizado controlado™ de 134 pa- "” £ um procedimento aberto como aquele usado na artroplastia tradicional. Contudo, a ATJ minimamente invasiva envolve uma incisio menor que afe- ta menos os tecidos moles, desse modo reduzindo a dor pés- -operatéria e tornando mais répida a recuperagio. Acessos

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