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|i Estrutura ¢ funcéo do punho € da mio 652 ARTICULAGOES 00 PUNHO E DA MAO 652 Articulago do punho - caracteristicas e artrocinematica 652 Articulagdes da mao ~ caracteristicas ¢ artrocinematica 652 Funcho oA Mio 654 ‘Misculos do punho ¢ da mio 654 Padrdes de preensto 656 -PRINIPA'S NERVOS SUJETOS A PRESSKO E TRAUMA NO PUNO E NA MAO 657 Distarbios neurais no punho 657 ‘Dor referida © padrdes sensitivos 657 1 Tratamento de distirbios e cirurgias do punho ¢da mao 657 HIPOMOBILIDADE ARTICULAR: TRATAMENTO CONSERVADOR 657 Patologias articulares comuns ¢ comprometimentos: assoctados 657 Limitagdes comuns nas atividades ¢ restrigdes & participago imitagdes funcionais/incapacidades) 659 ‘ipomobildade articular: tratamento ~ fase de protego 660 ‘Hipomobilidade articular: tratamento ~ fase de movimento controlado ¢ de retorno a fung3o 660 ‘Artroplastia do punho 663 ‘Artroplastia com implante metacarpofalingico 657 ‘Artroplastia com implante interfalangico proximal 672 ‘Artroplastia carpometacarpal do polegar 675 © punho ¢ o elo final das articulages que posicionam ‘a mio para atividades funcionais ¢ tem a funcio significati- vvade controlar a relacio comprimento-tensio dos misculos multiarticulares da mio & medida que se ajustam as vari atividades ¢ tipos de preensio.* A mao é um instramento de valor por meio do qual controlamos ¢ manipulamos nosso ambiente e expressamos ideias e talentos. Tem também a importante fungio de fornecer feedback sensorial a0 sistema nervoso central Ruptura de tendo associada com AR: tratamento cirirgico 1 pés-operatério 678 ‘Les®es POR TRAUMA CUMULATIVO/ESFORCO erermvo 681 Tendinopatia 681 LLesbes TRAUMATICAS NO PUNHO E NA MAO 682 Entorse simples: tratamento conservador 682 ‘Tendées flexores da mio lacerados: tratamento cindrgico € 682 ‘Tendées extensores da mio lacerados: tratamento cinirgico € pés-operatério 691 |B Intervengdes com exercicios para punho € mio 698 TEOMICAS PARA MOBILIDADE MUSCULOTENDINEA 698 Exercicios de deslizamento ¢ bloqueio de tendio 638 Mobilizagdo do tecido cicatricial para aderéncias de tendo 700 TEMAS DE EXERCICO PARA AUMENTAR A FLEXIBIUDADE E ‘A AMPUTUDE DE MOVIMENTO. 701 ‘Técnicas de alongamento geral 701 ‘Téenicas de alongamento para misculos intrinsecos € smultiarticulares. 701 Exenclcios PARA DESENVOLVER E MELHORAR (© DESEMPENHO MUSCULAR, 0 CONTROLE [NEUROMUSCULAR E 0 MOVIMENTO COORDENADD 702 ‘Técnicas para fortalecer 0s miseulos do punho ¢ da mdo 703 Destreza € atividades funcionais 705 ‘ATIMDADES DE APRENDIZADO INOEPENDENTE. 705 Este capitulo ¢ dividido em trés seedes principais. A pri- ‘meira seco faz uma breve revisio da estrutura e da funcio bastante complexas do punho eda mio - informagées que si0 importantes para poder tratar de forma efetiva os problemas da mio. A segunda secio descreve distirbios comuns ¢ dire- trizes para o tratamento conservador e p6s-operatério. A ilti- ‘ma segio descreve técnicas de exercicios comumente usadas para alcangar as metas de tratamento durante os estigios de Ccatrizacio dos tecidos e as fases de reabilitagio. 651 652 Parte IV @ Estrutura e fungao do punho eda mao Os ossos do punho consistem em porgio distal do rédio, escafoide (E), semilunar (SL), piramidal (Pir), pisiforme (P), trapézio (I), trapezoide (Tz), capitato (C) ¢ hamato (H). A iio e 0s cinco dedos sio constituidos de cinco metacarpais 14 falanges (Fig. 19.1). ARTICULACGES DO PUNHO E DA MAO Articulag3o do punho ~ caracteristicas e artrocinematica A articulacdo radiulnar (RU) distal nao é parte da arti- culagio do punho, embora a dor e os comprometimentos ‘nessa articulacio do antebraco sejam, com frequéncia, des- eritos pelo paciente como dor no punho, Sua estrutura ¢ fungio sio descritas no Capitulo 18. ‘A articulacdo do punho é multiarticular e feita de duas juntas compostas. £ biaxial, permitindo flexao (flexio volar), ‘extensio (dorsiflexio), desvio radial (abdugéo) ¢ desvio ulnar (adugio). A estabilidade é fornecida por numerosos ligamen- tos: colateral ulnar ¢ radial, radiocarpal dorsal e volar (pal- mar), ulnocarpal ¢ intercarpal. pisiforme ¢ lassificado como um osso carpal e esté alinhado no sentido volar ao piramidal, na fileira proximal de carpais. Nio faz parte da articulagio do punho propria- mente dita, mas funciona como um osso sesamoide no ten- dao do flexor ulnar do carpo. Articulagio radiocarpal Caracteristicas. 4 articulacio radiocarpal (RC) 6 envolvida por uma cipsula frouxa, porém forte, reforgada pelos liga- ‘mentos compartilhados com a articulacio mediocarpal. A superficie articuladora biconcava € a extremidade distal Figura 19.1 Ossos do complex do puro ec mio, Intervengies com exercicios para cada regi8o do corpo do ridio € 0 disco radiulnar (disco articular); ela ¢ angulada evemente no sentido volar e ulnar. A superficie articulado- ra biconvexa éa superficie proximal combinada do escafoide, semilunar ¢ piramidal. O piramidal articula-se primariamen- te com o disco. Esses trés 0880s carpais sio mantidos unidos [por nuumerosos ligementos interdsseos. Artrocinematica. Durante os movimentos do punho, a filei- 1a proximal convexa de oss0s carpais desliza na direglo opos- ta ao movimento fisioldgico da mao. A artrocinemitica & resumida no Quadro 19.1, Articulaggo mediocarpal Caracteristicas. A articulagdo mediocarpal é composta entre as duas fileiras de carpais. Tem uma cépsula que é também continua com as articulagdes intercarpais, As superficies dis- tis combinadas do escafoide, semilunar e piramidal articu- Jam-se com as superficies proximais combinadas do trapério, trapezoide, capitato e hamato. Artrocinematica. As superficies articuladoras do capitato & hhamato slo, em esséncia, converas e deslizam nas superficies articuladoras concavas de uma porgio do escafoide, semilunar ¢ piramidal, de modo que, com a flexdo ¢ a extensio, assim ‘como no desvio radial e ulnar, suas superficies combinadas deslizem na diregdo oposta ao movimento fisiolégico. {As supericies articuladoras do trapézio e do traperoide sto céncavas e deslizam na superficie distal convexa do es- ‘cafoide, de modo que, com a flexio ¢ a extensio, suas super- ficies combinadas destizem na mesma diregio que 0 movi- mento fisiolégico, Como o trapezoide é unido ao capitato, tanto, deslizam no sentido dorsal sobre o escafoide durante ‘0 desvio radial ¢ no sentido volar durante o desvio ulnar. ‘Os movimentos fisioldgicos do punho resultam em um movimento complexo entre as fileiras proximal e distal de ‘08808 carpais. Como os trapézios cOncavos deslizam no sen- tido dorsal sobre 0 escafoide e o capitato e hamato convexos deslizam no sentido volar sobre o semilunar € o piramidal durante @ extensdo ¢ o desvio radial, o movimento resultante € uma torgdo em supinagio da fileira distal sobre a fileira proximal. Ocorre uma torgio em pronagio durante a flexio ‘€0 desvio ulnar a medida que os trapézios deslizam no sen- tido volar, e ocapitato e o hamato deslizam no sentido dorsal.* Essas relagdes artrocineméticas esto resumidas no Quadro 19.1. Articulagdes da mio - caracteristicas € artrocinematica Articulagdes carpometacarpais dos dedos Il a V CCaracteristicas. As articulagies carpometacarpais (CMC) fica ‘encerradas dentro de uma cavidade articular comum inchaem as articulagSes de cada metacarpal com a filera distal de ossos carpaise as articulagées entre as bases de cada metacarpal. ‘As articula;Ses dos dedos I III e TV sio uniaxiis planas; a articulagio do quinto dedo ¢ biaxial. Flas sio suportadas pelos ligamentos transversos ¢ longitudinais. © quinto metacarpal é 0 ‘mais mével com o quarto sendo o préximo mais mével. A flexio Capitulo 19 Punhoembo 653 PREETI erccnnt erie nameetiin Movimento fisioligico Rolamento Deslizamento Articulagio radiocarpal: movimento da fileira proximal de carpais Flexo do punho Volar Dorsal Extensio do punho Dorsal Volar Desvio radial Radial Ulnar Desvio ulnar Vinar Radial Articulagées mediocarpais: movimento da fileira distal de carpais Flexo do punho Volar Cel dorsal TeTe volar Extensio do punho Dorsal Celt volar Te Te dorsal Desvio radial Radial Celt ulnar Te Te dorsal Desvio ulnar vinar Cel radial TeTz volar Articulagdes carpometacarpais dos dedos I-V: movimento da falange proximal Flexo (arco aumentado) Volar Volar _Extensio (arco diminuido) Dorsal Dorsal Articulagao carpometacarpal do polegar: movimento do primero metacarpal _ Flexio Uinar Ulnar Extensio Radial Radial Abdugio Volar Dorsal Adio Dorsal Volar Articulagdes metacarpofalingicas dos dedos II-V: movimento da falange Flexio Volar Volar Extensio Dorsal Dorsal Abxtucto Afasiando-se do ceniro da mio ‘Adugtio Em diregdo ao centro da mio Articulagdes interfalingicas ¢ articulagdo MCF do polegar: movimento da flange Flexio ‘Volar Volar Extensio Dorsal Dorsal dos metacarpaisaadugio adicional do quinto dedo contribuers ‘para o arqueamento da mao (mio em concha), o que melhora a hhabilidade da mio de segurar objetos de diferentes tamanhos. A ‘extensio dos metacarpais contribui para o achatamento da mio, -melhorando a habilidade de soltar os objetos. Artrocinematica, As superficies proximais deslizam na di- rego volar com a flexio e na diregio dorsal com os movi- _mentos de extensio da mio (ver Quadro 19.1). Articulago carpometacarpal do polegar (dedo 1) Caracteristicas. A articulagio CMC do polegar 6uma articula- ‘go biaxial em forma de sela (selar) entre o trapézio ea base do ‘Primeiro metacarpal. Tem uma cépsula frouxa e grande ampli- ‘tude de movimento (ADM), o que permite a0 polegarafastarse ‘da palma da mio para oposicio nas atividades de preensio. Artrocinemética. Para aflexdo/extensio do polegar (compo- nentes de oposigéo/reposigio, respectivamente) no plano frontal, a superficie do trapézio & convexa ¢a base do meta- ‘carpal € cOncava; portanto, sua superficie desliza na mesma regio que 0 0550 em angula¢io. Para abdugio/adugio no plano sagital, a superficie do trapézio é cdncava ¢ o metacar- pal €convexo portanto, a superficie do metacarpal desliza na diregdo oposta a0 movimento fisiolégico (ver Quadro 19.1). Articulagdes metacarpofaléngicas dos dedos Il a V Caracteristicas. As articulagées metacarpofalingicas (MCE) silo biaxiais condiloides. Cada articulacio é suportada por ‘um ligamento volar e dois colaterais. Os colaterais sio ten- sionados na flexaio completa ¢ impedem a abdugio e adugio nessa posicio. Artrocinemética. A extremidade distal de cada metacarpal ‘convexa e a falange proximal é cincava. A superficie pro- -ximal da falange proximal rola e desliza na mesma direcio que 0 movimento fisiolégico (ver Quadro 19.1). 654 Parte IV ‘Articulagbes interfalangicas e MCF do polegar ‘Caracteristicas. Hii uma articula¢ao interfalangica proximal (IEP) uma distal (IED) para cada um dos dedos Ifa V. 0 ‘polegar possui apenas uma articulagéo interfalingica, embo- ra a articulacio MCF do polegar seja uniaxial e, portanto, funcione de modo similar as articulagoes IR. A articulagio [MCE do polegar difere no fato de ser reforgada por dois os- ‘os sesamoides na superficie volar, o que melhora a alavanca do misculo flexor curto do polegar. Cada uma dessas arti- ‘culages ¢ uma articulagio uniaxial em dobradiga. ‘A cipsula de cada articulacio ¢ reforgada com ligamentos colaterais que ficam tensionados na extensio. A partir da re- ‘gio radial paraa ulnar nos dedos If a V, a amplitude de flexto/ ‘extensio das articulagdes aumenta. Isso permite maior oposi- ‘gio dos dedos ulnares com o polegar ¢ também causa uma preensio em potencial mais apertada no lado ulnar da mio. Intervenges com exercicias para cada regi8o do corpo Artrocinemética. A superficie articuladora na extremidade dlstal de cada falange é convexa; a superficie articuladora na ‘extremidade proximal de cada falange & cincava. Portanto, ‘a superficie proximal de cada falange rola e desliza na mesma direglo que 0 movimento fisioligico (ver Quadro 19.1). FuncAo DA MAO Masculos do punho e da mao ‘A fungao complexa da mio ocorre como resultado de ‘um equilibrio ¢ controle de forcas abrangentes entre os mis- ‘culos extrinsecos e intrinsecos do punho e da mao. As agbes ‘primérias e secundirias dos misculos da mio e do punho ‘sto resumidas na Tabela 19.1 ¢ iustradas na Figura 19.2. Asi Movimentadores primrios Movimentadores secundérios Punho Flexi Flexor radial do carpo Flexor superficial dos dedos Fiexor ulnar do carpo Flexor profundo dos dedos au Palmar longo Flexor longo ¢o polegar Extensio Extensor radial longo do carpo Extensor do indicador Extensor radial curto do carpo Extensor ulnar do carpo dos Extensor do dedo minima Extensor curto do polegar 0 do carpo Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do ca Extensor curto do polegar Desvio winar Fiexor uinar do carpo Extensor ulnar do carpo Polegar (dedo 1) Oposigao CMC ‘Oponente do polegar Flexio CMC Oponente do polegar Extensio CMC ‘Abdutor longo do polegar Extensor longo do polegar ‘Abdugto CMC ‘Oponente do polegar Fexor curt do polegar (eabege lateral) ‘Abdutor longo do polegar ‘Abduter curto do polegar = Extensor curto do polegar . ‘Adugto CMC ‘Adutor do polegar(orimeir iterdsse0 volar) Fexor curto do polegar(eabega medial) Extensor longo do polegar Flexo MCF Fexor curto do poiegat Fiexor longo do polegar Extensto MCF Extensor curto do polegar Extensor longo do polegar = tepsor loan do leper Flexio IF Fiexor longo do polegar Extensto IF Extensor longo do polegar ‘Abdutor curto do polegar ¢ adutor do poles ‘para posigdo neutra por meio da inser tendo extensor {continva) Capitulo 19 Punhoembo 655 Asio Movimentadores primérios Movimentadores secundérios edos Ila V (a funglo desses misculos varia com as posigSes/movimentos articulares) Flexio MCF Lumbricais Interbsseosvolaes € dorsais Flexor superficial dos dedos Flexor profundo dos dedos Extensio MCF Extensor 60s dedos Extensor do deco minimo Extensor do indicador ‘Aedugdo MCF Interdsseos dorsais (bservagio: 0s tendées da ala proximal dos interbsseos ‘Abdutor do ded minimo ‘tem mais influgneia na articulagso MCFI* ‘Adugio MCF _ Interésseos volares Flexio IF Flexor superficial dos dedos (\FP apenas) Flexor profundo dos dedos (IFP¢ IFD) Extensto IF ‘Lumbrieais, interbsseos dorsais evolarese —_(Observagdo: os tenddes da ala distal dos interbsseos tem ‘extensor dos dedos via mecanismo extensor mais influéncia nas aticuiagbes IF)" Figura 19.2 Os miseulosedvinsecos¢intrnsecas do punho eds mio cram um equlfoio de foras que feta sfungBo a mo, RelagSes comprimento-tensio ‘A posicio do punho controla o comprimento dos miis- culos extrinsecos dos dedos. A medida que os dedos ou 0 polegar flexionam, o punho precisa ser estabilizado pelos -miisculos extensores do punko para impedir que o flexor profundo ¢ o flexor superficial dos dedos ou o flexor lon- ‘go do polegar o flexionem simultaneamente, A medida que ‘a preensio se torna mais forte, a extensio sincronizada do punho alonga os tendoes flexores extrinsecos através do punho e mantém um comprimento geral mais favorivel da ‘unidade musculotendinea para uma contragao mais forte. Para uma extensio forte dos dedos ou do polegar, os :isculos flexores do punho estabilizam ou flexionam o pu- rho de modo que os misculos extensor dos dedos, extensor do indicador, extensor do dedo minimo ou extensor longo do polegar funcionem de forma mais eficiente. Além disso, ‘corre 0 desvio ulnar. Os mésculos flexor e extensor ulnar do carpo ficam ativos a medida que a mio se abre. Mecanismo extensor ‘Em termos estruturas, a expansio extensora (capuz ex- tensor) é formada pelo tendio do extensor dos dedos, sua ‘expansiio de tecido conjuntivo, as fibras dos tenddes dos inte- résseos dorsais e palmares e dos lumbricais (Fig. 19.3)“ Cada parte dessa estrutura tem um efeito no mecanismo extensor. = Uma contragio isolada do misculo extensor dos dedos produz mio em garra (hiperextensio MCF com flexio IF decorrente da tragao passiva dos tendies flexores extrin- ‘ecos, também chamada de posigio de gancho). 656 Parte IV Intervenges com exercicias para cada regi8o do corpo Vista lateral Banda Expansto extonsora (capuz extoncor) ‘Tendio inerdsseq sagial Tendo do, tee Tendo central os dedos: ‘Banda lateral Tendo terminal ‘Lumbrical Ligament metacarpal A transverso protundo Figura 19.3 struturas anatbicas do mecarismo extensor: (A) vista lateral (8) vista dorsal. erro texto desrga0 cas relagdes funciona. * Aeextensio IFP e IFD ocorre simultaneamente e pode ser 60* e desvio ulnar >45°." Procedimentos operatérios A artroplastia MCF ¢ 0 equilibrio dos tecidos moles rela~ 2008 ‘© Manter a mobilidade do ombre, cotovelo ¢ antebrago. ~ Fazer ADM ativa de ombro, cotovelo ¢ antebraco. Isso & de importincia particular para pacientes cuja AR esteja afetando miltiplas articulagées do corpo. * Melhorar a ADM funcional dos dedos e manter o desliza- ‘mento dos tenddes dentro de suas bainhas. ~ Iniciar flexdo ¢ extensio IFD e IFP ativa, com as articu- Jagies MCF mantidas em extensio pela drtese dinimica. Se estiver sendo useda uma drtese estitica, remové-la ‘ensinar 0 paciente a estabilizar manualmente as articu- lagoes MCF em extensio, ~ Fazer flexio MCF ativa indolor, comecar com as articu- lagies IF em extensio e, depois, extensio das articula- ‘goes MCF assistida manualmente ou pela Grtese dini- mica. A értese dindmica, em geral, permite no mais do ‘que 60° a 70" de flexio MCE™™ Estabilizar manualmen- te as articulagoes IF em extensio ou imobilizé-las tem- porariamente em extensio com fita adesiva e depresso- res de lingua durante as sessbes de exereicios, de modo ‘que os lumbricais ajam para flexionar as articulagdes MCE Se mltiplas articulagées MCF tiverem sido subs- tituidas, 0 que em geral ocorre em pacientes com AR, fazer o paciente exercitar uma articulagao MCF por vez para ter certeza de que aflexao ea extensio aumentario ‘em cada uma das articulagdes MCF. Se o paclente estiver tendo dificuldade para flexionar ativamente aarticulagio MCF do dedo minimo, o quarto € o quinto dedos pode- rio ser unidos com fita adesiva em alguns momentos para que o dedo anclar assista na flexio do dedo mini- mo.si72i0 ~ Sento for permitido remover a értese para os exercicios, ensinar 0 paciente como fazer desvio radial ativo das articulages MCF colocando a mio aberta com a palma para baixo sobre uma mesa, estabilizando 0 dorso da mio com a mio oposta e deslizando ("caminhando") os dedos em direeao 20 polegar. ~ Incluir flexdo combinada ativa dos dedos e oposicio do polegar com cada dedo, enfatizando a pinga polpaa pol- paem vez da pinga lateral. Precaugdes: durante 0 exercicio, evitar pressao lateral do polegar contra os dedos, 0 que poderia contribuir para a re Intervengdes com exercicios para cada regio do corpo corréncia de uma deformidade com desvio ulnar dos dedos. Observar cuidadosamente a incis8o durante a flexio MCF, certificando-se de evitar tenso excessiva sobre a pele € atra~ so no fechamento da ferida, = Prevenir aderéncias ao longo da cicatriz da incisdo. ~ Fazer mobilizagio suave da cicatriz, quando as suturas tiverem sido removidas. Exercicio: fases de protecio moderada e minima ‘A meta da fase de protegdo moderada, que comega com cerca de trés a quatro semanas ou com até seis semanas no 1p6s-operat6rio, é alcancar extensio ativa completa das arti- cculagdes MCF (sem folga extensora) ¢ continuar a aumentar a flexio MCF ativa o mais cedo possivel durante essa fase da reabilitacdo para o uso funcional da mio." No inicio dessa fase, ou com cerca de 6 semanas, pode ser permitido remover a 6rtese extensora dindmica para exer- cicios se as articulagdes MCE estiverem estiveis. Exercicios de fortalecimento com intensidade muito baixa ¢ 0 uso leve da mio para AVD sio também iniciados por volta de quatro ‘a seis semanas, Se as articulagées estiverem estaveis ¢ bem ‘alinhadas e houver flexdo MCF suficiente sem déficit na ex- tensio ativa, o tempo diirio de uso da értese durante as ati- vVidades gerais é gradualmente descontinuado, comecando com cerca de seis semanas ou até com 12 semanas se a esta- bilidade da articulagdo for questionével.'©7* Durante a fase de proterido minima, que comega por vol- tade8a 12 semanas do periodo pés-operatério, enfatizam-se © fortalecimento progressivo da musculatura do punho e da mio e o uso crescente da mao para atividades funcionais, a0 ‘mesmo tempo reforcando os principios de protecio articular. 'Na maior parte dos casos, um paciente tem permissio para usar completamente a mao em tarefas funcionais leves a mo- deradas com 12 semanas de pds-operatério, ‘Metas ¢ intervengdes. As metas durante as fases de protecio moderada ¢ minima incluem os processos descritos a se- guinea # Continuara aumentar a ADM ¢ 0 controle ativo das arti- callagies MCE. ~ Fazer o paciente continuar os exercicios de flexio ativa ‘com a drtese dindmica ou com a drtese estitica removi- ‘dae mesmo depois que a 6rtese de uso didrio tena sido descontinuada. Acrescentar alongamento passive suave, um dedo por vez, para aumentar a flexio. ~ Enfatizar a extensio MCF ativa com o punho na posicio ncutra as articulagdes IF flexionadas (a posigio da mio intrinseca negativa/punho em gancho) para reforgar a ‘agao do masculo extensor dos dedos e minimizar a in- fluencia dos extensores intrinsecos dos dedos. Esse mo- ‘vimento também promove o deslizamento dos extenso- res extrinsecos dentro das bainhas tendineas. ~ Reforgar a extenso MCF no final da amplitude manten- do a posigéo estendida brevemente em cada repeticio, * Restaurar a ADM do punho, = Quando a értese dindmica puder ser removida durante ‘© exercicio, iniciar ADM ativa do punho, enfatizando a ‘extensio, Certificar-se de que os dedos estejam relaxados durante 0s movimentos do punho. = Melhorar a forga funcional da mao e do punho. ~ Com sels a cito semanas de pés-operatdrio, fazer 0 pa- Procedimento ‘Modelos, materiais ¢ fixacio dos implantes tipo de artroplastia de articulagao IFP escolhida pelo ci- rurgido depende da patologia de base, da extensio dos compro- ‘metimentos e deformidades associadas e da. doc rurgiio. Como nas artroplastias MCF, hé duas categorias de artroplastia de implante para as articulages IFP: um espagador articular de silicone flexivel de uma pega!” ou um sistema ‘de substituicio da superficie (articular total) com dois compo- nentes (nfo articulado) e minima estabilidade feito de metal e plistico ou carbono pirolitica2*"!? Os componentes de uma substituigdo de superficie feitos de metal e plistico so presos por meio de fixacio cimentada. Em contraste, os modelos de carbono pirolitco envolvem a fixagSo press-fit nio cimentada. ‘O implante de silicone, projetado por Swanson durante a década de 1960, continua em uso nos dias de hoje.'*** Os sistemas de substituicio de superficie com duas peas, primei- ramente desenvolvidos durante o final da década de 1970, tm ‘pasado por muitas mudangas e melhoras no desenho."'*’O modelo de substituigdo de superficie permite maior mobilida- de articular do que 0 modelo de silicone de uma peea, porém no fornece estabilidade inerente, Portanto, quando a artro- plastia IFP é considerada apropriada para pacientes com AR, que tipicamente tém estabilidade articular comprometida como resultado do dano aos tecidos moles periarticulares se~ cundério a sinovite crénica, o implante de silicone de uma pega tende a ser usado para proporcionar alguma estabilidade para aarticulagio. Em contraste, a artroplastia de substituicio de superficie €usada quase exclusivamente em pacientes com OA ouartrite p6s-traumatica, porque os ligamentos colaterais ‘em geral estio intactos ou podem ser reparados. Procedimentos operatérios Em geral, ¢ feita uma incisio longitudinal curva na face dorsal da articulagio IFP. Ocasionalmente, & usado um acesso ‘volar (palmar) ot lateral. Na abordagem dorsal, usa-se tanto

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