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E-Book 4 - Ética e Responsabilidade Social - Diagramado - RevisadoLP
E-Book 4 - Ética e Responsabilidade Social - Diagramado - RevisadoLP
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 4
1 ÉTICA DO CUIDADO ....................................................................................................... 4
2 PROBLEMAS ÉTICO-SOCIAIS DO MUNDO .................................................................... 10
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 14
APRESENTAÇÃO
Olá, estimado (a) estudante! Vamos dar continuidade aos nossos estudos!?
Neste bloco, vamos explorar as concepções da crise ética que a nossa sociedade vem
passando na contemporaneidade e sobre os diversos aspectos do cuidado. A partir
destes temas, é possível refletir sobre os valores da nossa sociedade, bem como tecer
uma crítica sobre as percepções das pessoas em relação às outras.
1 ÉTICA DO CUIDADO
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=m5AX4tb1lbc
Assim como é mostrado no vídeo, para pensar em ter cuidado com o próximo, é
necessário estar suficientemente bem conosco, é necessário trabalhar diversos
elementos internos e nos conhecer o suficiente: nós nos cuidamos o suficiente? Você se
cuida o suficiente? Vamos debater no fórum 04, temas que acreditamos ser relevantes
para a compreensão da importância do cuidado.
Partindo da ideia teórica do cuidado, Steinkamp (1999), traz uma síntese de sua
interpretação associada às prerrogativas de Foucault.
Foucault acentua justamente que o cuidado de si não significa uma existência individualista e apolítica, e
sim — na medida em que se refere ao sujeito do agir — expressamente uma existência política: “ Entre o
ocupar-se consigo- mesmo e o ocupar-se-com-outros há um vínculo de finalidade”. A imprescindível
dependência do outro contém igualmente sobretudo o seguinte aspecto: eu necessito do outro para sair
do estado de estultícia (tolice, burrice, singeleza) e encontrar-me como sujeito. Na terminologia atual,
portanto, poder-se-ia entender a estultícia como determinação alheia, direcionamento a partir de fora,
como incapacidade de decidir como sujeito: como carência de autoestima para resistir às múltiplas
influências, opiniões e sugestões. (STEINKAMP, 1999, p. 275).
Ainda não sabemos ao certo o que originou o vírus da Covid-19, mas como essa
pandemia e outras epidemias que o mundo passou até os dias atuais, sabemos que a
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=bq5wEeKnl-o
Refletindo sobre o exposto pelos autores, podemos pensar que nossa sociedade
passou muitos anos negligenciando aspectos sociais diversos. Embora exista
uma crise ética na contemporaneidade, esses problemas já existiam antes e
talvez, nos dias atuais, a projeção das mídias e das redes sociais trouxe os
problemas para uma nova perspectiva, para um debate mais aberto sobre as
relações.
Ainda na citação acima, é falado sobre o endurecimento de leis, dentre outras
coisas. Será que nós só funcionamos com a imposição de leis? Prefiro
acreditar que a sociedade em que vivemos é muito melhor do que isso. Muito se
fala, sobretudo, sobre aspectos de educação, a qual possui o poder de
transformar vidas e formar pessoas com valores sólidos, nós continuamos a ter
fé nesta premissa, mas a transformação que a sociedade precisa é lenta e,
muitas vezes, até perdemos a esperança.
No fim, toda a argumentação exposta nos faz questionar o motivo de as pessoas
não se importarem com os problemas da sociedade como deveriam. Nossa
sociedade vem passando por sérios problemas de consumo, isto também
acarreta uma série de problemas relativos ao desperdício, que, em
consequência, ocasiona problemas ambientais.
É sabido que todas as sociedades encontram escolhas conflitantes e paradoxos
sobre os aspectos de preservação ambiental e produtividade. Diversos países
da Europa já exploraram em demasia seus recursos naturais em troca de
riqueza, mas chegaram a um ponto em que seu modelo de desenvolvimento, de
extrativismo sem planejamento, não é sustentável a longo prazo. Não é racional
explorar os recursos sem pensar no efeito futuro destas ações e, em linhas
gerais, demorou para se perceber que os recursos naturais são finitos.
O Brasil vem sendo muito criticado pelas suas decisões de política ambiental.
Notícias, como a presente na Imagem 02, fazem com que questionemos as
prioridades do nosso país, uma vez que possuímos regras ambientais já
permissivas e somos apresentados a situações como a exposta, em que é
solicitado que tornemos as mesmas mais permissivas ainda.
Fonte:https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/09/23/ministerio-da-economia-pede-para-
meio-ambiente-afrouxar-regras-a-pedido-do-setor-privado.ghtml
ANDRADE, Eliane Oliveira de; GIVIGI, Luiz Renato Paquiela; ABRAHÃO, Ana Lúcia. A ética
do cuidado de si como criação de possíveis no trabalho em Saúde. Interface-
Comunicação, Saúde, Educação, 2017.
AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. O cuidado, os modos de ser (do) humano e
as práticas de saúde. Saúde e Sociedade, v.13, n.3, p.16-29, set-dez 2004. Disponível
em: <
https://www.scielo.br/j/sausoc/a/nvGMcCJJmpSSRjsGLhH8fmh/?lang=pt&format=pdf
>. Acesso em: 26 de dezembro de 2021.
BACKES, Dirce Stein et al. Concepções de cuidado: uma análise das teses apresentadas
para um programa de pós-graduação em enfermagem. Texto & Contexto-Enfermagem,
v. 15, p. 71-78, 2006.
FOUCAULT, Michel. A ética do cuidado de si como prática de liberdade. In.: Ditos &
Escritos V – Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forence Universitária, 2004.