Você está na página 1de 12

1- Defina Psicopatologia:

Campbell (1986) define a psicopatologia como o ramo da ciência que trata da natureza

essencial da doença ou transtorno mental - suas causas, as mudanças estruturais e

funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação. [...] A psicopatologia, em

acepção mais ampla, pode ser definida como o conjunto de conhecimentos referentes

ao adoecimento mental do ser humano.

2- O que é anamnese? Quais os itens a serem investigados? Explique cada um deles:

A anamnese é realizada por meio da entrevista (nunca encarada como algo banal, a

entrevista, juntamente com a observação cuidadosa do paciente é, de fato, o principal

instrumento de conhecimento da psicopatologia).

A entrevista psicopatológica permite a realização dos dois principais aspectos da

avaliação:

1. Anamnese: histórico dos sintomas e sinais que o paciente tem apresentado ao longo

de sua vida, seus antecedentes pessoais e familiares; história familiar e meio social.

2. Exame psíquico (ou exame do estado mental atual)

I. IDENTIFICAÇÃO

Os dados são colocados na mesma linha, em sequência (tipo procuração).

- Idade em anos redondos (ex. “35 anos”);

- Gênero;

- Cor: branca, negra, parda, amarela;

- Nacionalidade;

- Grau de instrução: analfabeto, alfabetizado, ensino fundamental, médio ou superior;

- Profissão;

- Estado civil (não necessariamente a situação legal, mas se o paciente se considera ou não

casado, por exemplo, numa situação de coabitação);

- Religião;

- Número do prontuário.

II. QUEIXA PRINCIPAL (QP):

Deve-se colocá-la entre aspas e nas palavras do paciente.

Ex: “Não tenho mais vontade de viver”.

III. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA):


Relato da “doença psíquica”!

“Descrever cronologicamente o aparecimento dos sintomas atuais, a intensidade

destes sintomas, problemas de adaptação, sociais ou familiares, devido a eles. Podem

ser relatadas todas as modificações de hábitos após o surgimento dos sintomas.

Relatar tratamentos anteriores e internações hospitalares prévias. Citar as respostas

aos tratamentos anteriores e o nível de recuperação. Referir as medicações!”

IV. HISTÓRIA PESSOAL (HP):

De forma sucinta, tudo o que se refere à vida pessoal do paciente.

Os tópicos são separados em parágrafos:

- De nascimento e desenvolvimento (infância):

- Escolaridade

- Lembrança significativa

- Puberdade

- História sexual

- Trabalho

- Hábitos: uso do álcool, fumo ou quaisquer outras drogas.

- Por fim, citar história médica: cirurgias doenças, etc.

V. HISTÓRIA FAMILIAR (HF):

Ênfase a história familiar consanguínea: citar se os pais são vivos, idade e doenças

somáticas e psíquicas dos mesmos. Fazer o mesmo em relação aos irmãos, filhos, tios e

sobrinhos. Se houver falecimentos, citar causa e data. Assim como, doenças mentais.

Descrever a relação do paciente com os seus familiares.

VI. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP):

Nesta etapa, investigam-se os antecedentes mórbidos do paciente.

Devem constar somente as doenças físicas. Viroses comuns da infância, desmaios,

convulsões e sua frequência, doenças, operações, acidentes, traumatismos (sintomas,

datas, duração), internações e tratamentos.

VII. EXAME PSÍQUICO (E O) (Exame do estado mental atual):

Até aqui, tivemos um relato feito pelo paciente ou dados colhidos por familiares.

Registramos e organizamos as informações!

Cessa esse relato do paciente e passa-se a ter o registro da observação do


entrevistador ou terapeuta, no momento da(s) entrevista(s).

No exame psíquico, as anotações deverão ser feitas de forma que alguém de fora da

área “Psi” possa compreendê-las. Para melhor organização, usa-se a forma de

parágrafo para cada um dos assuntos, sem, porém, titulá-los.

No exame psíquico, não se usam termos técnicos; o que se espera que seja registrado

aqui são aspectos objetivos que justifiquem os termos técnicos (apenas na súmula).

Ex: “Paciente apresenta-se inquieto, demonstrando desassossego, mas podendo ainda

controlar sua agitação.” Isso corresponde ao que se chama de "hipocinesia moderada”.

Esse termo não será aqui utilizado. Ele aparecerá somente na súmula quando se estiver

apontando o termo técnico indicativo da psicomotricidade do paciente.

3- Defina e exemplifique três alterações da/do:

- Sensopercepção: Define-se sensação como o fenômeno elementar gerado

por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou

dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores,

estimulando-os. Os estímulos sensoriais fornecem a alimentação sensorial aos

sistemas de informação do organismo. As diferentes formas de sensação são

geradas por estímulos sensoriais específicos, como visuais, táteis, auditivos,

olfativos,gustativos, proprioceptivos e cinestésicos (Goldstein, 2010).

Por percepção, entende-se a tomada de consciência, pelo indivíduo, do

estímulo sensorial. Arbitrariamente, então, se atribui à sensação a dimensão

neuronal, ainda não plenamente consciente, no processo de sensopercepção. Já a

percepção diz respeito à dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica

do processo, à transformação de estímulos puramente sensoriais em fenômenos

perceptivos conscientes (Grondin, 2016). Nessa linha de raciocínio,

Piéron(1996) define percepção como a tomada de conhecimento sensorial de

objetos ou de fatos exteriores mais ou menos complexos.

A sensação é considerada, portanto, um fenômeno passivo; estímulos físicos(luz,

som, pressão) ou químicos atuam sobre sistemas de recepção do organismo.

A percepção seria fenômeno ativo; o sistema nervoso e a mente do sujeito

constroem um perceptível por meio da síntese dos estímulos

sensoriais,confrontados com experiências passadas registradas na memória e


com ocontexto sociocultural em que vive o indivíduo e que atribui

significado às experiências. Tal percepto, ou seja, a percepção final, é, dessa

forma, apreendido pelo sujeito consciente.

➔ Alucinações verdadeiras: possui todas as características da percepção em

estado de lucidez.

➔ Pseudoalucinações: mais representação do que realmente percepção; os

relatos são vagos. É um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação,

dela se diferencia por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma

imagem perceptiva real. Apresenta mais as características de uma

representação.

➔ As alterações da sensopercepção são as alucinações, como tem outra questão

relacionada, não coloquei nesta, pois ficaria repetitivo.

- Atenção: A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o

estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto (Cuvillier,

1937). A atenção se refere, portanto, ao conjunto de processos psicológicos que

torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em

unidades controláveis e significativas. Os termos “consciência” e “atenção” estão

estreitamente relacionados. A atenção é um processo psíquico que concentra a

atividade mental sobre determinado ponto, traduzindo um esforço mental. É

resultado de uma atividade deliberada e consciente do indivíduo – foco da

consciência – a fim de inserir profundamente nossa atividade no real.

Bleuler destaca duas qualidades na atenção: a tenacidade (manter) e a vigilância

(desviar).

➔ hipervigilância: exagero; facilidade com que a atenção é atraída pelos

acontecimentos externos;

➔ distração: não de déficit propriamente, mas superconcentração ativa da

atenção sobre determinado ponto.

➔ distraibilidade: ao contrário da distração, um estado patológico - instabilidade

e mobilidade acentuadas da atenção voluntária, com dificuldade ou

incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa.

- Orientação: A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente!


Elemento básico da atividade mental.

➔ Autopsíquica: paciente reconhece dados de identificação pessoal e sabe quem

é;

➔ Alopsíquica: paciente reconhece os dados fora do eu; no ambiente:

➔ Temporal: dia, mês, ano em que está; em que parte do dia se localiza (manhã,

tarde, noite);

➔ Espacial: a espécie de lugar em que se encontra, para que serve; a cidade onde

está; como chegou ao consultório;

- Linguagem: A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade

humana, talvez a mais característica de nossas atividades mentais. É o principal

instrumento de comunicação dos seres humanos. É fundamental na elaboração e

na expressão do pensamento.

➔ Logorréia (fluxo incessante e incoercível de palavras), para-respostas (responde

a uma indagação com algo que não tem nada a ver com o que foi perguntado),

etc.

➔ Neologismo (criação de palavras novas)

➔ Glossolalia: (falar gutural e pouco inteligível é interpretada nesse contexto –

“línguas estranhas”)

- Consciência (apenas quantitativas): A definição neuropsicológica: estado vígil

(vigilância) - a consciência ao grau de clareza do sensório. Estado de estar

desperto, acordado, vígil, lúcido.

A definição psicológica: a soma total das experiências conscientes de um indivíduo

em determinado momento. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do

sujeito.

A definição ético-filosófica: campo da ética, da filosofia, do direito ou da teologia.

Refere-se à capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as

responsabilidades (“Conscientização”), engajamento na dinâmica social de

determinada cultura. Trata-se da consciência moral ou ética.

➔ Obnubilação da consciência (ou turvação): grau leve (pact pode parecer

sonolento, com compreensão dificultada). Numa primeira avaliação, o paciente

pode já estar claramente sonolento ou parecer desperto, o que pode dificultar


o diagnóstico desse estado. De qualquer forma, há sempre diminuição do grau

de clareza do sensório, com lentidão da compreensão e dificuldade de

concentração. Nota-se que o indivíduo tem dificuldade para integrar as

informações sensoriais oriundas do ambiente

➔ Torpor: Pact pode ser despertado apenas por estímulo enérgico, é um grau

mais acentuado de rebaixamento da consciência. O paciente está

evidentemente sonolento; responde ao ser chamado apenas de forma

enérgica e, depois, volta ao estado de sonolência evidente.

➔ Sopor: é um estado de marcante e profunda turvação da consciência, de

sonolência intensa, da qual o indivíduo pode ser despertado apenas por um

tempo muito curto, por estímulos muito enérgicos, do nível de uma dor

intensa. Nesse momento, o paciente pode revelar fácies de dor e ter alguma

gesticulação de defesa. Retorna, então, muito rapidamente, em segundos, à

quase ausência de atividade consciente. Portanto, aqui, ele sempre se

mostra intensamente sonolento, quase em coma.

➔ Coma: nível mais elevado de alteração da consciência. Não é possível qualquer

atividade voluntária. É a perda completa da consciência, o grau mais profundo

de rebaixamento de seu nível.

- Pensamento: Compreenderemos o conceito de pensamento a partir de seus

processos, pela capacidade de organizar as ideias de curso, forma e conteúdo!

➔ Curso: Trata-se da velocidade com que o pensamento é expresso e pode ir do

acelerado ao retardado, passando por variações. Pode-se apresentar como

uma lentidão, (retardo do pensamento), uma aceleração (fuga de ideias) ou

uma interrupção no curso de apresentação das ideias (bloqueio ou roubo do

pensamento).

Descarrilamento: há uma mudança súbita do que se está falando.

➔ Forma: Na verdade, é um conceito difícil de se explicar. Porém, pode-se dizer

que a forma é a maneira como o conteúdo do pensamento é expresso. ·

Fuga de ideias: paciente muda de assunto a todo instante, sem concluí-los ou dar

continuidade (comum na mania).

Desagregação do pensamento: perda de coerência


➔ Conteúdo: É a expressão do tema propriamente dito!! Para se classificar uma

ideia de delirante tem-se que levar em conta alguns aspectos: a

incorrigibilidade (não há como modificar a ideia delirante por meio de

correções).

- Afetividade (Humor e emoções): A afetividade revela a sensibilidade intensa da

pessoa frente à satisfação ou frustração das suas necessidades. A tonalidade

afetiva com que alguém se relaciona, às ligações afetivas que o paciente

estabelece com a família e com o mundo, perguntando-se sobre: filhos, pai, mãe,

irmãos, marido ou esposa, amigos, interesse por fatos atuais.

➔ EMOÇÕES, sentimento súbito de curta duração. Momentâneas,

desencadeadas por estímulos significativos.

➔ Humor (expressão do humor): É a percepção que a pessoa tem do mundo.

Constitui o estado basal e fundamental... É como o paciente diz sentir-se:

deprimido, angustiado, irritável, ansioso, apavorado, zangado, expansivo,

eufórico, culpado, atônito, fútil, autodepreciativo.

Os tipos de humor dividem-se em:

- normotímico: normal;

- hipertímico: exaltado;

- hipotímico: baixa de humor;

- distímico: quebra súbita da tonalidade do humor durante a entrevista;

➔ Apatia: é a diminuição da excitabilidade emocional. Os pacientes queixam-se

de não poder sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada...

➔ Anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com

determinadas atividades e experiências da vida.

➔ Indiferença afetiva e “bela indiferença”: descrita particularmente na histeria

como uma “bela indiferença”. Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível

diante dos sintomas que o paciente apresenta.

- Vontade: Está relacionada aos atos voluntários: É uma disposição (energia)

interior que tem por princípio alcançar um objetivo consciente e determinado.

➔ O instinto é definido como um modo relativamente organizado, fixo e

complexo de resposta comportamental de determinada espécie.


➔ O desejo é um querer, um anseio, um apetite, de natureza consciente ou

inconsciente, que visa sempre algo, que busca sempre a sua satisfação.

➔ A inclinação é a tendência a desejar, buscar, gostar etc. A motivação

investiga-se como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado.

Os impulsos patológicos - atos impulsivos - predominam as ações psicomotoras

automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão (Piromania, frangofilia,

automutilação).

➔ O indivíduo pode se apresentar normobúlico: vontade normal.

➔ Vontade rebaixada: hipobúlico.

➔ Exaltação patológica: hiperbúlico.

4- Cite os principais tipos de delírios:

● Delírio de perseguição: vítima de uma perseguição. Nestes casos, a pessoa considera

que está a ser perseguida por inimigos que lhe querem fazer mal. Este dano pode ser

físico ou moral. A perseguição física tem a ver com tentativas de a envenenar, matar,

etc. Enquanto que a segunda, refere-se ao fato de difamar, desacreditar a pessoa.

● Delírio de grandeza ou megalomaníaco: consideram-se superiores aos outros em

diversos aspectos. Podem considerar-se os reis de todos os seres humanos, que é a

única pessoa inteligente que existe no mundo, que é a pessoa mais rica de todas.

● Delírio de referência: consideram que tudo o que se passa à sua volta é por algum

motivo, nada é deixado ao acaso. Vê-se a si próprio como o centro de tudo, o que

dizem na televisão ou o que acontece no mundo tem a ver com ele, com os seus

pensamentos e as suas ações.

● Delírio erotomaníaco: este tipo de delírio é mais frequente nas mulheres. A pessoa

está convencida de que outra pessoa que, normalmente, pertence a uma classe social

superior, está perdidamente apaixonada por ela.

https://www.youtube.com/watch?v=XzQtvQ6GNWI&t=10s

● Delírio místico: base religiosa. Considera-se que é um mensageiro de Deus que tem

que cumprir uma missão divina ou que a virgem lhe encomendou uma missão.

Considera que os vários fatos da vida são sinais enviados para confirmar a sua missão.

● Delírio de ciúmes: A pessoa tem a certeza que o seu parceiro está sendo infiel. Em

todos os lados vê sinais, fatos ou situações que confirmam as suas suspeitas. Olhares,
palavras e ações são consideradas como indícios da traição. As interpretações erradas

que fazem da realidade, reforçam as suas ideais e motivam comportamentos de

assédio e perseguição dos seus parceiros.

5- Quais os principais tipos de alucinações?

● Alucinação auditiva-verbal: mais frequente nos transtornos mentais. O paciente

escuta vozes sem qualquer estímulo real. São vozes que geralmente o ameaçam ou

insultam. Quase sempre a alucinação audiovisual é de conteúdo depreciativo e/ou de

perseguição. Em alguns casos, as vozes ordenam que o paciente faça determinadas

coisas...

● Alucinações visuais: visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença de

estímulos visuais. Diagnóstico das alucinações visuais: ocorrem tanto em estados

normais e fisiológicos como em estados de adormecimento (alucinações hipnagógicas)

ou na fase de despertar do sono (alucinações hipnopômpicas) e em estados de fadiga e

de emoção intensa. As alucinações visuais simples (pontos ou cores brilhantes)

ocorrem em casos de enxaqueca, doenças oftalmológicas, sobretudo quando há perda

total ou parcial da visão. Já as alucinações visuais complexas (incluem figuras e imagens

de pessoas, por exemplo) se manifestam em doenças neurológicas ou por uso de

substâncias psicoativas.

● Alucinações táteis: O paciente sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos

animais correndo sobre sua pele. As alucinações táteis com pequenos animais ou

insetos geralmente ocorrem associadas ao delírio de infestação...

● Alucinações olfativas e gustativas: relativamente raras - “sentir” o odor de coisas

podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado, etc. Lembranças ou sensações

olfativas normalmente vêm acompanhadas de forte impacto emocional. Ocorrem na

esquizofrenia e em crises epilépticas...

● Alucinações cenestésicas e cinestésicas: pacientes apresentam sensações incomuns e

claramente anormais em diferentes partes do corpo, como sentir o cérebro

encolhendo ou o fígado despedaçando. Vivenciadas pelo paciente como sensações

alteradas de movimentos do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas

encolhendo ou um braço se elevando. Ocorrem na esquizofrenia...

● Alucinações combinadas: experiências alucinatórias nas quais ocorrem alucinações de


várias modalidades sensoriais (auditivas, visuais, táteis, etc.) ao mesmo tempo. O

indivíduo vê uma pessoa que fala com ele, toca em seu corpo e assim por diante.

Ocorrem com maior frequência em síndromes com alteração do nível de consciência,

mas também podem aparecer na esquizofrenia...

6- Qual a diferença entre delírio e delirium?

Delirium: síndrome confusional, com rebaixamento do nível de consciência.

DELIRIUM x DELÍRIO

O delirium diz respeito, portanto, aos vários quadros com rebaixamento leve a

moderado do nível de consciência, acompanhados de desorientação temporoespacial,

dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus variáveis, agitação ou

lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase

sempre visuais. Trata-se de um quadro que oscila muito ao longo do dia.

DELÍRIO é uma crença “tem uma pessoa me seguindo…” “eu serei escolhido para ser o

ministro do Japão, pois sou muito inteligente…”

DELIRIUM é um rebaixamento da consciência, o indivíduo não sabe onde está, pode

estar agitado ou com lentificação.

7- Qual a diferença entre Delírio e Alucinação?

● Delírio: Segundo Karl Jaspers (1883-1969), as ideias delirantes, ou delírio, são

juízos patologicamente falsos. Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que

tem origem no adoecimento mental. Sua base é mórbida, pois ele é motivado por

fatores patológicos (Jaspers, 1979).

Ideias delirantes típicas, observadas na prática clínica, são, por exemplo:“Tenho

certeza de que meus pais (ou os vizinhos) querem me envenenar”, "As Pessoas que

trabalham em minha empresa fizeram um plano para acabar comigo,primeiro me

desmoralizando, para depois me prender e torturar”, “Eu sou a nova divindade que

tem poderes para acabar com o sofrimento no mundo a hora que quiser",

“Implantaram um chip em meu cérebro que comanda meus pensamentos".

Entretanto, cabe assinalar que não é tanto a falsidade do conteúdo que faz um juízo,

uma crença, ser um delírio (embora quase sempre a crença delirante seja falsa), mas

sobretudo a justificativa para a crença que o delirante apresenta, o tipo de evidência

que lhe assegura que as coisas são assim.


● Alucinação: define-se alucinação, desde a primeira metade do século XIX, a

época de Esquirol, como a percepção de um objeto, sem que este esteja presente,

sem oestímulo sensorial respectivo. Portanto, alucinação é a percepção clara e

definida de um objeto (voz,ruído, imagem) sem a presença de objeto estimulante

real. Alguns autores chamam de alucinações verdadeiras aquelas que têm todas as

características de uma imagem perceptiva real (nitidez, corporeidade, projeção no

espaço exterior,constância). As alucinações, na grande maioria dos casos, são

percebidas pelos dois ouvidos, dois olhos e duas narinas. Entretanto, casos raros

que implicam apenas um ouvido, um olho ou uma narina, ou apenas um hemicampo

visual,também foram descritos (Aleman; Larøi, 2008).

“Torna-se bastante difícil afirmar se o caso é de uma alucinação, com elaborações ideativas em

torno dela, ou de uma ideia delirante sobre algo que aparentemente tem uma dimensão

sensorial. Nessas situações, sugere-se que se opte por classificar o fenômeno por meio do

caráter predominante da experiência: quando sensorial, considera-se como alucinação, quando

ideativo ou de caráter mais interpretativo, como delírio.”

Dalgalarrondo, Paulo.Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais/Paulo

Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre :Artmed, 2019.

8- Qual a diferença entre Ilusão e alucinação?

● Ilusão é a percepção deformada da realidade, de um objeto real e presente, uma

interpretação errônea do que existe.

● Alucinação é uma falsa percepção, que consiste no que se poderia dizer uma

“percepção sem objeto”, aceita por quem faz a experiência como uma imagem de uma

percepção normal, dadas as suas características de corporeidade, vivacidade, nitidez

sensorial, objetividade e projeção no espaço externo.

9- O que seria Hiperestesia e Hipoestesia?

● Hiperestesia: para a psicopatologia, é a condição na qual as percepções encontram-se

aumentadas em sua intensidade ou duração. Os sons são muito amplificados (um ruído

parece um estrondo); as imagens visuais e as cores tornam-se mais vivas e intensas.

Ocorre nas intoxicações por alucinógenos, como o LSD.

● Hipoestesia: para a psicopatologia, é a percepção do mundo como mais escuro, por

exemplo; as cores tornam-se mais pálidas e sem brilho; os alimentos não têm mais
sabor; e os odores perdem sua intensidade - observada em alguns pacientes

depressivos.

10- Defina Memória:

A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já

ocorridos. A capacidade de memorizar relaciona-se intimamente com o nível de

consciência, com a atenção e com o interesse afetivo.

Você também pode gostar