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Alterações a introduzir na escolaridade obrigatória, em

Portugal, de modo a melhorar a formação dos alunos.

Opinião pessoal:
A escolaridade obrigatória é compreendida em 4 níveis de ensino, são eles:

 1º Ciclo: 1º, 2º, 3º e 4º Anos;

 2º Ciclo: 5º e 6º Anos;

 3º Ciclo: 7º, 8º e 9º Anos;

 Ensino secundário: 10º, 11º e 12º Anos.

Apesar de haver um nível de escolaridade obrigatório até aos 18 anos, muito


do conteúdo que é tratado pelo programa escolar não é concreto e enquadrado em
nenhuma área concreta. É compreensível a grande abrangência fornecida aos
primeiros 2 ciclos, no entanto há falta de especificação a partir do 3 ciclo.

Este é um assunto bastante subjetivo, na medida em que envolve opiniões


e não facto em concreto, assim considero que o ponto de abordagem deste
trabalho recai sobre a minha opinião pessoal.

Considero, como referido anteriormente, que o método de ensino em


Portugal é bastante retrógrado, uma vez que o aluno não tem a possibilidade de
escolha de algo mais concreto que visa a especificação numa área em concreto.
Desde o 7º ano é fornecida a opção de escolha entre algumas áreas, que vão ao
encontro do gosto do indivíduo, como a música e a arte (disciplina de EV), no
entanto estes módulos de ensino não levam ao foco concreto em nenhum ponto,
apenas são criadas com o objetivo de diversificar o portfólio de educação do aluno,
mas que acabam por se refletir unicamente na sobrecarga horária.

Já no ensino secundário, apesar de haver uma maior especialização e


haver escolha entre o ensino normal ou cursos profissionais, continua a haver falta
de encontro entre os objetivos dos alunos e a matéria das disciplinas. É de relevar
também uma intensa carga horária (na maioria das escolas), que podia ser
reduzida se os métodos de ensino fossem mais concretos.

Provavelmente um dos maiores problemas da nossa escolaridade


obrigatória reside no facto de não haver um estudo mais aprofundado das
capacidades tecnológicas de que dispomos atualmente. Uma vez que o objetivo
humano, e da sociedade, é o avanço e progressão tecnológica, não considero
haver um motivo razoável pelo qual as inovações de que dispomos não serem
integradas naquilo que é o nosso método de ensino. Uso o exemplo da disciplina
de matemática, na qual continua a ser necessário realizar contas de cabeça, ou à
mão, enquanto que dispomos de calculadoras que conseguem resolver problemas
elaborados e equações complicadas. A abordagem feita à utilização deste recurso
é mínima ou quase inexistente, o que leva a uma falta de conhecimento dos
alunos das funcionalidades de que dispõe, e que são úteis uma vez que na prática
o importante é o raciocínio matemático e o resultado final, não o método de
realização do problema em questão, problema esse que no dia a dia é resolvido
com diversos instrumentos de cálculo. Falo também do programa da disciplina de
português, que é inadequado em certos pontos, tais como a análise exaustiva de
obras literárias portuguesas que não visam a aprendizagem da língua por parte do
aluno, mas apenas uma interpretação subjetiva de um texto ou poema que pode
ter diversos pontos de abordagem. Falando neste assunto, gostava também de
realçar o facto de ser erróneo submeter o aluno a uma interpretação específica
fornecida por critérios previamente definidos e baseados em outra visão da obra
por parte de um indivíduo diferente. Assim, há falta de liberdade no que toca à
expressão de maneiras de ver e analisar o que nos rodeia e o que nos é proposto.

O ensino foca-se desta maneira na padronização da sociedade, uma vez


que tenta limitar as opiniões livres e expressivas dos alunos através de critérios de
avaliação que levam à restrição da opinião individual.

Também, dentro do tema da padronização da sociedade, penso que o


nosso sistema de ensino peca em pontos como a familiarização dos nossos
próximos contribuintes, para a segurança social, com o tema do dinheiro. Aquilo
que é a meta de muitos e que faz com que a sociedade seja o que é hoje e que a
faz mexer, é um tema muito pouco, ou mesmo não enquadrado no que é o
programa de aprendizagem. Esta falta de informação acerca deste bem leva à
criação de medo e incertezas por parte daqueles que acabam o percurso escolar e
se deparam com o mundo do trabalho e com diversas novas questões como a
gerência de uma conta no banco ou a declaração de IRS.

A falta de implementação de campanhas de institucionalização políticas nas


escolas provoca a consequente indecisão na hora do voto daqueles que se
revelaram maiores de idade e se confrontam pela primeira vez com o direito de
voto.

Por último realçar também o facto de quem o sistema de ensino atualmente


praticado em Portugal leva ao sentimento de que apenas aqueles que tem boas
notas são realmente inteligentes, no entanto essa não é uma afirmação
verdadeira, uma vez que a realização de um teste se baseia mais numa
capacidade proveniente da memória, ou seja decorativa, do que um raciocínio
verdadeiro. Este facto leva a que seja mais procurado um bom histórico na pauta,
através de diversos métodos entre eles a cópia, do que propriamente a
aprendizagem da matéria em si.
Maneiras de melhorar a formação dos alunos:

De maneira a melhorar aquilo que é a atual condição do ensino português,


considero que seria necessário haver uma reformulação dos critérios de
aprendizagem, de maneira a ir ao encontro daquilo que é a evolução da
sociedade.
Medidas concretas:
 Alargar os critérios específicos, de maneira e abranger diferentes
interpretações de obras literárias e textos trabalhados na escola (focado na
disciplina de português);
 Dinamizar o formato das aulas. Este ponto visa a criação de novas
maneiras de transmitir a matéria ao aluno, através da captação da sua
atenção e da criação de um espaço mais propício à aprendizagem, para
além dos formatos atuais de aulas, focadas apenas na audição do professor
e que presam o silêncio dos alunos.
 Criação de momentos específicos, nomeadamente através de uma nova
disciplina ou apenas uma reunião dos alunos com o diretor de turma, que
tem por objetivo dar asas à criatividade dos indivíduos, uma vez que o
método atual de ensino, como já referido, padroniza as pessoas, o que leva
à repressão de personalidades mais extrovertidas e criativas.
 Utilização e explicação de formas de reunir as capacidades cognitivas dos
alunos juntamente com os recursos atualmente disponíveis, tais como
computadores, calculadoras, inteligência artificial entre outros importantes e
úteis meios de desenvolvimento humano.
 No que toca ao dinheiro e outas faculdades práticas do nosso dia a dia no
mundo do trabalho tais como a declaração do IRS, penso que estas deviam
ser temas a abordar de forma significativa e não apenas superficial no
nosso percurso escolar de maneira a informar os indivíduos do país acerca
da sociedade que estes estão inseridos e consequentemente
desenvolverem uma preparação para o enquadramento desta.
 Criação de campanhas políticas ou disciplinas direcionadas a este setor.
 De maneira a resolver o último problema apontado por mim, considero que
fosse eticamente correto mudar o sistema de modo a valorizar mais o
ensino em si através de testes práticos e da não penalização severa dos
erros, ao invés da valorização da capacidade decorativa. Esta atitude ia
levar, a meu ver, à criação de um ambiente escolar mais descontraído, justo
e adequado à realidade do trabalho e da vida, uma vez que no mundo do
trabalho não se aprende através de uma explicação fornecida por um
professor, mas sim através dos erros cometidos por cada um de nós (erros
esses que são punidos na escola e que levam à criação do medo de errar e
por consequência à não evolução do aluno após deixar o sistema de
ensino, uma vez que este terá receio de aprender por si mesmo).
Conclusão

Em suma, o método de ensino praticado no nosso país tem diversos pontos


que são retrógrados e que não visam a evolução do ser humano, limitando-se a
despejar matéria, muitas vezes nem usada novamente no percurso de vida do
indivíduo, enquanto devia tentar educar pessoas para a criação de qualidades
realmente úteis e concretas. Também nos deparamos diariamente com a
incoerência do percurso escolar, que em teoria pretende o desenvolvimento de
novas capacidades e a consequente evolução da sociedade, mas não faz usufruto
dos meios que tem ao seu dispor. Para além da falta de abordagem sobre
matérias relevantes, na escola não há o desenvolvimento de capacidades
monetárias, o que leva à desinformação acerca daquilo que é o mundo que nos
rodeia. Finalmente, não é transmitida uma ideia política aos alunos, principalmente
do ensino secundário, facto este que consolida na falta de opinião política destes
mesmos.

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