CARIOLOGIA
→ Doença comportamental.
FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE
→ Idade= o período critico para o desenvolvimento
de lesões de cárie é entre o inicio da erupção
dentária até sua oclusão funcional, pois nesse fase
o esmalte não está totalmente desenvolvido e a
ingestão de açúcar atrapalha a maturação dos
minerais dos esmalte, a pós-maturação do esmalte
é o melhor momento para a aplicação de flúor.
→ Estado motivacional= interesse e grau de
motivação do paciente e núcleo familiar,
manifestados por uma reação positiva á
orientação fornecida.
→ Risco de cárie= identificação de pacientes com
maiores chances de desenvolvimento de lesões,
avaliado principalmente pela sua experiencia
anterior de cárie.
FATORES RELACIONADOS AO PROFISSIONAL
→ Conhecimento cientifico= saber o que orientar,
quais as medidas para o controle da doença.
→ Modelo de atendimento=
• Cirúrgico (restaurador)= tratamento dos
sintomas, condutas invasivas.
• Promoção de saúde= controle da doença,
condutas não invasivas.
→ Habilidade de transmitir conhecimento= saber
como orientar, como transmitir as informações
para obter mudança de comportamento.
HÁBITOS DIETÉTICOS
→ Podem ser transmitidos entre o núcleo familiar.
→ Relacionado à cultura e costumes alimentares.
→ O conceito de doença cárie era baseado no
tamanho dos instrumentos e materiais disponíveis,
filosofia centrada no tratamento invasivo.
→ Se atentar à situação da lesão, se aguda ou
crônica, o diagnóstico deve ser clinico.
→ Cárie é uma doença biofilme-açúcar dependente,
incomunicável (difícil de identificar).
→ Sacarose é o tipo de açúcar que reduz muito o pH
bucal, favorecendo o surgimento de lesões de
cárie.
→ O aleitamento materno não causa cárie.
PSICOLOGIA
→ Estabelecer rapport= harmonia, afinidade,
concordância, técnica de comportamento que tem
como objetivo melhorar seu poder de
comunicação e relacionamento com as pessoas.
→ Educar- orientar- acompanhar para melhorar a
qualidade de vida.
→ Remover hábitos bucais (chupeta e mamadeira)
até os 2 anos.
→ Orientar o núcleo familiar de acordo com o
contexto em que estão inseridos.
→ Criar formas de controlar o comportamento
infantil, tirando o foco de hábitos que causam
lesões de cárie.
→ Escala de Frankl=
• Tipo 1= definitivamente negativo.
• Tipo 2= negativo.
• Tipo 3= positivo.
• Tipo 4= definitivamente positivo.
DECISÕES TERAPÊUTICAS E PROTOCOLOS
CLÍNICOS
1. Análise do pH.
2. Protetor labial=
• Protege durante a aplicação de jato de
bicarbonato.
• No isolamento e na colocação do
afastador bucal.
• Na prevenção do ressecamento
provocado pelo frio.
• Lubrifica os lábios evitando rachaduras.
• Tem sabor agradável e é retirado com
facilidade da superfície labial.
3. Inphloral= produto natural para higiene oral, Tea
Tree (antifúngico, antibacteriano, antiviral,
analgésico natural) e Petit Grain.
4. Instrução de higiene oral=
• Dentifrício com 1450 ppm F= indicado
para crianças acima de 6 anos, colgate
neutroaçúcar e oral b antiaçúcar.
• Dentifrício 1100 ppm F= crianças até os 5
anos de idade
• Bebê= não fazer higiene até os 30 dias, a
imunidade vem do leite materno,
massagear o rolete gengival com dedeira.
• 1º mês ao 1º dente= dedeira de silicone,
coelho MAM ou gaze, acostumar com a
manipulação da boca.
• Escova infantil de acordo com a idade, à
partir do primeiro dente
• Fita dental com cera.
 • Inspeção tátil (sistema americano)= sonda
exploradora, pode prender por outros
fatores (diâmetro, pressão exercida e
morfologia da superfície), pode causar
dano iatrogênico irreversível, pode ser um
meio transmissor de microrganismos
cariogênicos para outros dentes, o ideal é
utilizar uma sonda com ponta romba,
utilizada sem pressão, principalmente
para remover o biofilme remanescente
após profilaxia ou detritos na fissura.

• Tomada da decisão terapêutica= utilizar

as melhores evidencias cientificas,
escolher entre não intervir, mínima
intervenção e intervenção restauradora
de acordo com a lesão, considerar
número, tipo, aparência e localização das
lesões de cárie.

5. Evidenciação do biofilme=
• Gel para escovação dental utilizado na
evidenciação de placa bacteriana.
• Instruções de uso= escovar os dentes com
o gel e enxaguando.
• Eviform gel dental 30g.
• Paciente de prevenção= fazer 4
aplicações, uma por mês.
• Paciente de reabilitação= fazer 4
aplicações, a cada 2 meses.
• Dentição mista= sempre corar o
permanente.
• Anotar o resultado e calcular índice de
placa de Greene e vermillion (média
aritmética).
6. Profilaxia= pasta profilática Villevie.
7. Diagnóstico e plano de tratamento=
• Identificação das necessidades ou da
doença.
• Análise dos sinais e/ou sintomas.
• Exame sistemático, ordenado e completo
para a identificação de alterações nos
tecidos bucais (padrão internacional).
• Inspeção visual (sistema europeu)=
superfícies dentárias limpas e secas, boa
iluminação.
 CÁRIE
→ Disbiose açúcar biofilme dependente.
→ Processo dinâmico.
→ pH normal= 6,8 a 7,2.
→ O desafio cariogênico é baseado na interrupção
constante da remineralização dentária, que ocorre
de acordo com a frequência, consistência e
momentos da alimentação rica em sacarose, que
diminui o pH do meio fazendo com que haja a
perda mineral, não permitindo o tempo necessário
(40-60 min) para que a saliva regularize o pH
(tampão) e comece o processo de remineralização.
→ Queda constante de pH, higiene deficiente sem
desorganização do biofilme (bactérias
cariogênicas).
Alimentação rica em sacarose
↓ vazios.
pH bucal menor que 5,5
↓
Demineralização (cálcio de fosfato)
↓ 40-60 min
• O complexo dentinho-polpa tenta conter
o avanço da lesão.
• Formação de uma zona
hipermineralizada.
• Retração dos prolongamentos dos
odontoblastos.
• Esclerose (obliteração da dentina
intratubular) dos túbulos dentinários.
• Diminuição da permeabilidade dentinária.
• Formação de dentina terciária,
modificação na forma da cavidade pulpar
(quanto mais rápido, mais irregular).
• Quanto mais rapidamente de desenvolver
o processo carioso, mais difícil será para o
complexo dentinopulpar se defender da
agressão.
• Morte celular de odontoblastos.
• Permanência de túbulos dentinários
• Deficiência na formação de dentina
terciária.
• Processo ativo= dentina amolecida,
coloração amarelada clara/ castanho
claro.
• Processo inativo= dentina escura e
endurecida.

Saliva (tampão)
ART
↓ → Abordagem minimamente invasiva que visa
paralisar a progressão da lesão cárie.
Remineralização
→ Restaurações de lesões cavitadas em dentina.
↓ → Remoção seletiva de tecido cariado.
→ Utilização de cimentos de ionômero de vidro de
Equilíbrio alta viscosidade.
→ Mesmo as lesões cavitadas de abertura mínima
→ Alterações em dentina=
podem ser restauradas pela técnica.
• ocorre pois os fatores etiológicos não
→ Utilização de instrumentos manuais para ampliar a
foram controlados.
abertura da cavidade, remoção de esmalte sem
• Apresentam um halo de esmalte
suporte.
contornando a lesão.
→ Instrumento cortante colocado na abertura da
• O processo ativo pode demonstrar
cavidade e girado nos dois sentidos (ponta
inflamação gengival devido a presença de
piramidal).
biofilme.
• A dentina possui túbulos dentinários e
prolongamentos celulares de
odontoblastos (é um tecido vivo, rico em
células, com capacidade de defesa contra
o processo carioso).
• Podem ocorrer repercussões
dentinopulpares em lesões restritas ao
esmalte.
• A desmineralização da dentina tem inicio
quando a lesão atinge a junção
amelodentinária.
→ Limpeza da cavidade=
• Instrumentos manuais=
colheres/curetas de dentina ou
escavadores manuais.
• Remoção do esmalte sem suporte
(propenso a fraturas).
• Lesões proximais= utilizar
instrumento rotatório para auxiliar na
abertura da cavidade.
→ Escavação com instrumentos manuais=
• Remoção apenas da dentina
decomposta para paralisar a
progressão cariosa.
• Rotatório= mais rápida, porem gera
sobreparo.
• Manual= tão eficaz quanto o
rotatório, evita sobreparo.
• Remoção seletiva de tecido cariado.
→ Aspectos atraumáticos=
• Crianças mais receptivas ao
tratamento do que quando são
utilizados instrumentos rotatórios.
• Maior grau de aceitação.
• Técnica promove baixo grau de
dor/sensibilidade e de desconforto.
• Mínima destruição do tecido dentário
(OMI)
• Minimiza danos aos dentes
adjacentes (iatrogenias)
• Redução da necessidade de anestesia
local.
• Redução da ansiedade odontológica
para crianças e adultos.
• Menos estresse para paciente e
profissional.
→ Cimento de ionômero de vidro=
• Liberação de flúor (cárie secundária,
remineralização de lesões).
• Reservatório de flúor (recarrega-se
quando há flúor em sua superfície).
• Adesão química às estruturas
dentárias (maior nas regiões
mineralizadas, como no esmalte).
• Coeficiente de expansão térmica
semelhante ao dente (altera-se
pouco com variações térmicas).
• Biocompatibilidade com os tecidos
dentários.
• Civ de alta viscosidade= tem maior
sobrevida das restaurações e
selantes, propriedades superiores
(escoamento, resistência à
compressão, adesão e etc).
• Respeitar proporção pó-liquido.
→ Sobrevivência de restaurações=
• Quanto maior o número de
superfícies envolvidas, maior a taxa
de falha das restaurações.
• Taxa de falha para superfície única
em 2 anos= 3,5%.
• Taxa de sobrevida para restaurações
de 1 face semelhantes às de
amálgama= 80-90% após 3 anos.
• Múltiplas superfícies= 49% para o
ART e 43% para amálgama.
• Comparação entre ART e RRC em
molares decíduos após 2 anos=
- classe I ART= 96,7%
- classe I RRC= 91%
- classe II ART= 76,1%.
- classe II RRC= 82%.
→ Técnica operatória=
• Instrumentais= espelho bucal, pinça
clínica, sonda exploradora, cortador
de esmalte, escavadores, colheres de
dentina, espátula aplicadora,
esculpidores, espátula hollemback,
espátula plástica para manipulação.
• Materiais de consumo= bolinhas de
algodão, roletes de algodão, gaze,
vaselina, CIV, bloco de papel, cunhas,
matriz metálica, papel carbono, pote
dappen.
• 1. Profilaxia com pedra pomes e
água.
• 2. Lavagem e secagem do elemento
dentário.
• 3. Isolamento relativo com roletes de
algodão.
• 4. Alargar a entrada da cavidade com
alargador de esmalte ou machado
para remoção de esmalte sem
suporte.
• 5. Remoção seletiva do tecido
cariado= pares circundantes livres e
parede pulpar com tecido afetado.
• 6. Limpeza da cavidade com bolinha
de algodão embebida em água.
• 7. Secagem com bolinha de algodão
seca.
• 8. Colocar 2 gotas de liquido no bloco
de manipulação, a primeira gota,
posicionada no canto, possui bolhas
de ar e deve ser usada para o
condicionamento, sem deixar de
pressionar, mova o frasco para o
centro do bloco e dispense a segunda
 gota, esta não deve conter bolhas e
será usada para a manipulação.
• 9. Condicionamento da cavidade e
das fóssulas e fissuras com ácido
poliacrílico com bolinha de algodão
por 15 segundos (condicionar todas
as paredes) + lavagem e secagem.
• 10. Manipulação do CIV segundo o
fabricante.
• 11. Inserção do CIV na cavidade com
aplicador, empurrar o material em
todas as paredes.
• 12. Compressão digital com vaselina
por 20 segundos.
• 13. Remoção dos excessos.
• 14. Checagem da oclusão.
• 15. Remoção do isolamento.
• 16. Jejum por 1 hora.
FLUORTERAPIA
→ Escovação dental supervisionada= lesão inicial
em esmalte não cavitado.
→ Verniz fluoretado= lesões iniciais em esmalte
não cavitado e lesões moderadas em esmalte
cavitado.
• Alta concentração de fluoreto de
sódio.
• Enquanto os vernizes fluoretados
ficam em contato com o esmalte
dental, ele começa a liberar fluoretos
sobre o dente (fluoreto de cálcio e
fluorapatita)
• Normalmente, eles ficam grudados
por um período em torno de 24
horas.
• É uma suspensão de fluoreto de
sódio em solução alcoólica de
vernizes naturais
• A grande expectativa é de que,
ficando o flúor retido por meio de
verniz junto à superfície do esmalte,
por tempo maior que aquele
observado nas aplicações tópicas, ele
é liberado lentamente reagindo com
o esmalte de
maneira duradoura.
• Aplicação=
1. Isolamento dos dentes do
paciente onde o verniz será
aplicado (isso pode ser feito
com o auxílio de roletes de
algodão);
2. Logo em seguida, a
superfície dos dentes deve
ser secada com um spray de
ar;
3. O sugador é utilizado para
impedir o acúmulo de saliva
e deixar a boca seca;
4. Aplicar o verniz com um
pincel microaplicador
odontológico;
5. Para finalizar, os excessos
que ficaram em contato com
a gengiva são removidos.
→ Diamino fluoreto de prata= lesões moderadas em
esmalte cavitado e lesões avançadas em dentina
cavitada.
• 38%.
• Seu mecanismo de ação está relacionado
à obstrução dos túbulos dentinários,
observado por meio de
microrradiografias.
• A ação cariostática acontece como
produto da reação entre o DFP e o
componente mineral do dente, ele
paralisa as enzimas ligadas ao processo da
cárie, que estão presentes na parte
orgânica do elemento dentário.
• Inibe ou minimiza a degradação de
colágeno.
• Ação do íon flúor sobre a estrutura
dentária e dos íons prata sobre o
biofilme.
• Aumenta a resistência do esmalte ao
processo DES/RE.
• Efeito antibacteriano.
→ Selante de fossas e fissuras= lesões moderadas em
esmalte cavitado e dentina.
→ ART= lesões avançadas em dentina cavitada.
→ Bochechos com solução fluoretada=
• Fluoreto de sódio a 2% com aplicação
semanal ou quinzenal
• A recomendação é fazer bochecho único
1 vez/dia, para a concentração de 0,05%,
preferencialmente antes de dormir, por 1
min, com volume em torno de 7 mℓ. De
acordo com a concentração da solução, o
número de bochechos pode ser diário
(0,05%) semanal ou quinzenal (0,2%),
como já mencionado.
→ Gel e mousse fluoretado=
• Aplicados com moldeiras.
• A forma em gel do fluorfosfato acidulado
é a mais utilizada.
→ Flúor acidulado=
• Aplicação única.
• Essas soluções ácidas, quando aplicadas
sobre a superfície do esmalte, promovem
reação na qual grande quantidade de
flúor deposita-se sobre o esmalte em
pouco tempo. Esse fato deve-se à alta
concentração de flúor contido na solução,
em pH baixo.
• A grande vantagem dessa técnica é a
formação de fluoreto de cálcio, que
servirá de reservatório de flúor para
mantê-lo por mais tempo na cavidade
bucal.
• Tem um tempo de aplicação de 4
minutos; após a aplicação, é
recomendado não beber água ou
alimentar-se por 30 minutos.
• Como a frequência de aplicação é de duas
a três vezes ao ano, não há risco de
fluorose dentária.
→ Fluoreto de sódio a 2%=
• Fortalecimento dos dentes por meio da
remineralização do esmalte, e isso se dá
pela reposição de cálcio na superfície.
→ Fluoreto de cálcio=
• O fluoreto de cálcio revestido por cálcio e
fosfato desempenhará um papel
fundamental nos processos de
desmineralização e remineralização do
esmalte, servindo como reservatório
contínuo de íons flúor quando o pH
na placa bacteriana diminui, pois haverá
solubilização da camada de cálcio e
fósforo ao redor do fluoreto de
cálcio (CaF2), que, uma vez exposto,
também se solubiliza liberando íons flúor,
que reduzirão a desmineralização
e ativarão a remineralização.