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Aparelho - Solos (2020 - 07 - 06 16 - 41 - 49 UTC)
Aparelho - Solos (2020 - 07 - 06 16 - 41 - 49 UTC)
A seguir apresentamos uma cópia do trabalho apresentado pelos engenheiros Mendes Sobrinho & Yama-
naka, no Congresso Pan-americano de Conservação de Solo.
1.2. INTRODUÇÃO
O trabalho ora apresentado ao Congresso Pan-americano de conservação do Solo, constitui contribuição
dos seus autores à simplificação e universalização da classificação de solos para fins práticos.
A importância do problema é sentida, de forma aguda, no Brasil e, acreditamos, em países como o nosso,
onde o baixo grau de educação, prestigia usos e costumes arcaicos, em detrimento da aplicação de métodos
baseados em normas técnicas universais.
Planejamento de uso de solo é uma decorrência do aceleramento do desenvolvimento econômico da agri-
cultura. Cadastramento rural constitui ponto de partida para qualquer reformulação de política agrária. Enco-
rajamentos financeiros, ao incentivo do desenvolvimento rural, depende de avaliação de imóveis para garan-
tia de empréstimos. Em todos esses casos a classificação de solo para medir-lhe a capacidade de produção é
fundamental.
Por outro lado, prédios rústicos, quer para cadastramentos, taxação fiscal, empréstimos ou desapropria-
ção para utilidade pública, devem ter um valor. Só através da classificação técnica do fundiário básico, a
terra, se poderá atribuir-lhe valor adequado e preço, que é a medida desse valor, considerando o solo como
unidade ou elemento capaz de produzir bens de importância econômica.
No Brasil, inclusive o Estado de São Paulo, não obstante sua condição de unidade evoluída do país, pre-
pondera um critério simplista, para classificação de terras. Quer para ações judiciais, para taxação territorial
por parte do poder público e mesmo para garantia de empréstimos pelos institutos oficiais de financiamento,
o método arcaico vem sendo aceito. Além de incaracterístico, o processo rotineiro é regionalizado, impedindo
uniformização de critérios a levantamentos da capacidade potencial de produção do solo.
A imprecisão dos métodos chamados 'práticos' pode gerar arbitrariedade porque não logra emancipar-se
da influência pessoal do classificador. A história de nosso tribunais, sejam de justiça ou de impostos e taxas,
é rica de incoerência, muitas vezes, menor por imperícia dos expertos, do que pela imprecisão dos métodos
de julgamento da capacidade de uso das terras e, conseqüentemente do seu valor.
Mesmos engenheiros agrônomos, quando nomeados peritos em questões judiciais de terras, vem usando
sistemas rotineiros à falta de processo acessível que lhes permita classificar expedita e cientificamente o
solo.
AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS
Otávio Teixeira Mendes Sobrinho e Isidro Yamanaka
2
Exemplifiquemos, ainda com o nosso país, acerca dos inconvenientes da inexistência de método prático,
mas apoiado em critérios científicos, para avaliação da capacidade de produção do solo. Em diferentes áreas
os usos e costumes consagraram nomenclaturas regionais, para designação da capacidade de produção do
solo. Como produtos de empirismo, as denominações São vagas. As terras geralmente são agrupadas , den-
tre outras, sob denominações de: 'cultura', 'pastagem', 'cerrado', 'campo' e não raro, se desdobram nas de-
signações de 'meia cultura', 'cultura de segunda', 'de terceira' e, assim por diante, seguindo uma inteira ga-
ma ditada pela imaginação do leigo a falta de norma disciplinadora da matéria.
Acontece que essa classificação é tanto mais insistente quando se sabe que é usada, indistintamente, em
extensos tratos de chão, geralmente por todo um Estado, embora a composição pedológica dessas áreas
seja heterogênea. Uma 'cultura de primeira' ao norte ou a leste dessas regiões facilmente corresponderá a
sua homônima ao sul ou a oeste do mesmo território. Além do mais, nomenclatura popular é vaga e, por
isso aleatória. O mais hábil experto não será capaz de estabelecer limites definidos à 'qualidades de terras',
jamais encontrará elementos para caracterização do ponto onde acaba uma 'cultura de primeira' e onde
principia a 'cultura de segunda'.
Há, praticamente, três lustros conta o Estado de São Paulo com uma seção de conservação do Solo, no
Instituto Agronômico, dedicada à pesquisa acerca do uso racional da terra na agropecuária. Paralelamente,
uma divisão de Conservação do Solo e um Centro de treinamento Básico de Conservação do Solo, ambos do
Departamento de Engenharia e Mecânica da Agricultura, de desempenham das funções de extensionismo do
bom uso da terra na exploração rural. Essas dependências técnicas da Secretaria da Agricultura deste Esta-
do, estabeleceram normas científicas disciplinadoras da classificação das terras segundo a capacidade de uso
ou de produção.
Estamos certos de que um instrumento de campo, como o classificador ora apresentado, muito auxiliará
os especialistas desses departamentos.
Manda a sinceridade que confessemos não ser o classificador invenção nossa. Diversos colegas idealiza-
ram instrumentos bem mais primitivos mas nem por isso perdem a virtude de pioneiros na matéria. Nosso
mérito, se o tivermos, consiste na preocupação do assunto, no aprimoramento do aparelho, e na sua divul-
gação, através deste certame, apresentando um classificador aperfeiçoado, tanto quanto possível versátil, de
fácil manejo e, o que é importante, portátil, para ser levado ao campo, à semelhança de uma régua de cál-
culo de bolso.
Resolvemos dar ao aparelho o nome de CLASSIFICADOR NORTON em homenagem a E.A. NORTON, 'Chi-
ef Physical Surveys Division' do Soil Conservation, dos EE.UU., pioneiro do método científico da classificação
de solos segundo a capacidade de uso.
a b c
1 2 3 4 5 6
FERTILIDADE muito alta alta média baixa muito baixa
PROFUNDIDADE mais de 2 m de 2 a 1 m de 1 a 0,5 m de 0,5 a 0,25 m menos de 0,25 m
PERMEABILIIDADE muito rápida rápida moderada lenta
DRENAGEM excessiva adequada fraca muito fraca
INUNDAÇÃO ocasional freqüente mto freqüente
PEDREGOSIDADE sem pedras < 1% de 1 a 10% DE 10 A 20% DE 20 A 50% > 50%
DECLIVIDADE (A) 0 a 2% (B) 2 a 5% (C) 5 a 10% (D) 10 a 20% (E) 20 a 40% (F) > 40%
EROSÃO LAMINAR 25 cm Hz A 15 a 25 cm 5 a 15 cm < 5 cm atingiu Hz A vossorocas
EROSÃO EM SULCOS 7 - rasos ocas. 8 - rasos freq. 9 - rasos mto freq. 10 - md ocas. 11 - md freq. 12 - md mto freq.
13 - prof. Ocas. 14 - prof. Freq. 15 - prof. Mto freq. 16 - mto prof. Ocas. 17 - mto prof. Freq. 18 - atingiu Hz C
a janela para leitura dos símbolos representativos da variação dos fatores determinantes da capacidade de
uso do solo.
b coluna dos fatores determinantes da capacidade de uso do solo.
c quadro das convenções dos limites das variações dos fatores determinantes da capacidade de uso do
solo.
Classe Uso
A B
1-2 3 4 1 -2 5 3 -4 -5
1-2 3 4 5
2 1-3 4
2 1-3-4
1 2 3
1 2 3 4 5 6
A B C D E F
1 2 3 4 5 6
7 8-10 9-11-13 12-14 15-16 17-18
Compreende a tabela dos símbolos representativos da variação dos fatores determinantes da capacidade
de uso do solo.
AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS
Otávio Teixeira Mendes Sobrinho e Isidro Yamanaka
5
Uso
CENTRAIS ELÉTRICAS DE SÃO PAULO S.A.
Departamento Jurídico
1 2 3 4 5 6
FERTILIDADE muito alta alta média baixa muito baixa
PROFUNDIDADE mais de 2 m de 2 a 1 m de 1 a 0,5 m de 0,5 a 0,25 m menos de 0,25 m
PERMEABILIIDADE muito rápida rápida moderada lenta
DRENAGEM excessiva adequada fraca muito fraca
INUNDAÇÃO ocasional freqüente mto freqüente
PEDREGOSIDADE sem pedras < 1% de 1 a 10% DE 10 A 20% DE 20 A 50% > 50%
DECLIVIDADE (A) 0 a 2% (B) 2 a 5% (C) 5 a 10% (D) 10 a 20% (E) 20 a 40% (F) > 40%
EROSÃO LAMINAR 25 cm Hz A 15 a 25 cm 5 a 15 cm < 5 cm atingiu Hz A vossorocas
EROSÃO EM SULCOS 7 - rasos ocas. 8 - rasos freq. 9 - rasos mto freq. 10 - md ocas. 11 - md freq. 12 - md mto freq.
13 - prof. Ocas. 14 - prof. Freq. 15 - prof. Mto freq. 16 - mto prof. Ocas. 17 - mto prof. Freq. 18 - atingiu Hz C
1
1
2
2
A
1-2
1-2
7
2
2
3
3
B
1-3
3
3
1
4
4
8-10
1-3-4
Lavoura sem restri-
I
4
4
D
ções
9-11-13
Lavoura com práti-
II
cas simples
2
1 -2
Lavoura com práti-
III
cas intensas
4
5
5
5
12-14
Lavoura esporádica;
IV
Pasto
5
6
F
15-16
Pastagem sem res-
V
trições
6
3
17-18
3 -4 -5
ticas simples