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Urocultura, coprocultura

UROCULTURA
UROCULTURA
• Utilizada para diagnóstico das infecções no trato
urinário, controle de tratamento ou em pacientes
assintomáticos com maior risco de infecção.
• As infecções podem ser causadas por higiene
inadequada, retenção urinária, obstrução urinária,
uso de catéteres, ato sexual.
• Principais agentes E. coli; Klebsiella pneumoniae;
Proteus spp; Sthphylococcus saprophyticus;
Enterococcus spp.
Origem das amostras:
• Coletadas por pacientes ou coletadas por meio
de aspiração suprapúbica e utilização de catéter.
• Jato médio da primeira urina da manhã após
higienização local.
• Retenção urinária de no mínimo 2 horas.
• Em crianças saco coletor
• Amostras deverão ser processadas até duas horas
depois da coleta ou armazenas em refrigeração,
não excedendo o prazo de 24 horas
Técnica de semeadura quantitativa em
placas

• Homogeinizar a urina sem centrifugar.

• Imergir a alça calibrada de 0,01 mL ou 0.001 mL na


urina de forma vertical

• Semear a placa em Agar Cled e MacConkey

• Incubar em estufa de 35ºC de 18 a 24 horas


Técnica de semeadura quantitativa em
placas

• Se o resultado da cultura for negativo após as


24 horas e na sedimentoscopia foi observado
a presença de bactérias ou número elevado de
leucócitos, incubar por mais 24 horas.

• Realizar a leitura de Gram.


Cultura em Ágar MacConkey
• O cristal violeta presente no meio inibe o
crescimento das bactérias Gram positivas.

• Diferenciador para fermentadores de lactose


que produzem colônias rosa. Bactérias não
fermentadoras de lactose não produzem
alteração de cor pela manutenção do pH do
meio.
Cultura em Ágar Cled (CYSTINE LACTOSE ELECTROLYTE
DEFICIENT)

• Crescimento de bactérias Gram +, Gram - e


leveduras.

• Cor do meio; azul.

• Colônias lactose positiva; cor amarela

• Lactose negativa: cor azul.


Características das colônias
• Escherichia coli: colônias opacas, amarelas
com ligeira cor amarelo escuro no centro, com
cerca de 1,25 mm de diâmetro. As não
fermentadoras de lactose formam colônias
azuis
Características das colônias
• Espécies de Klebsiella: colônias muito
mucosas, cor variável de amarelo a branco
azulado
Características das colônias
• Espécies de Proteus: colônias azul translúcidas,
geralmente menor que E.coli
• Espécies de Salmonella: colônias planas, cor azul
• Enterococcus faecalis: colônias amarelas, com
cerca de 0,5 mm de diâmetro
• Staphylococcus aureus : colônias amarelas, com
cerca de 0,75 mm de diâmetro
• Pseudomonas aeruginosa: colônias verdes, com
superfície prateada e periferia rugosa
INTERPRETAÇÃO

• Crescimento com alça de 0,001mL (1:1000) –


1 colônia = 1000 UFC/ mL

• com alça de 0,01 mL (1:100) – 1 colônia = 100


UFC/ mL
Resultado

• Negativo para culturas inferiores a 100.000


UFC/mL

• Positivo para culturas acima de 100.000


UFC/mL
Identificação:
• Observar o crescimento nas culturas Cled e
MacConkey
• Crescimento em MacConkey e Cled: repicar a
colônia para o Rugai ou série bioquímica para
identificação da enterobactérias. Incubar por
24 horas a 37º C
• Crescimento no Cled: realizar prova de Gram e
diferenciar Staphylococcus de Streptococcus
COPROCULTURA
COPROCULTURA
• Utilizado para pesquisa de bactérias
causadoras de alterações no trato intestinal.
Os patógenos de maior importância
clinica

• Enterobactérias: Salmonella, Shigella,


sorotipos da E. coli, Yersínia enterocolítica

• Vibriões: Campylobacter jejuni e Vibrio


cholerae
E.coli
• E.coli enteroinvasiva
• E. coli enterotoxigênica
• E.coli enteropatogênica
• E.coli entero-hemorrágica
• E.coli enteroagregativa
Salmonella
• Enterite:
– Sintomas aparecem entre 6 a 48 horas após
ingestão de substâncias contaminadas, com
manifestações de náusea, vômito e diarréia não
sanguinolenta.
• Febre entérica (tifóide):
– As bactérias causadoras da febre entérica passam
através das células que revestem os intestinos e
são ingeridas por macrófagos. Multiplicam-se
após serem transportadas para o baço, fígado e
medula óssea.
Shigella

• Invasão e destruição da camada epitelial da


mucosa com intensa reação inflamatória.
Raramente invadem a circulação.
• Cólicas abdominais, diarréia, febre e fezes
sanguinolentas
Campylobacter jejuni
• Bactérias Gram -, , espiraladas, móveis, não
fermentadoras, catalase +, nitrato+
• Causam enterite com dor abdominal, diarréia
sanguinolenta, calafrios e febre.
Vibrio cholerae
• Gram -, móvel, oxidase +, fermentadores de
glicose e sacarose
• Causam cólera: doença caracterizada por
diarréia súbita, intensa e vômitos
AMOSTRAS
• As amostras deverão ser coletadas em frasco
apropriado, processadas em até 1 hora da coleta,
podendo ser refrigeradas de 2 a 8 ºC até 24
horas, desde que estejam com meio conservante
(glicerina tamponada ou Cary Blair).
• Entre as amostras não aceitáveis estão as fezes
enviadas em fraldas, contaminadas com urina ou
coletadas com conservante a mais de três dias,
etc.
MEIOS DE CULTURA
• Meios diferenciais:
• Agar MacConkey
• Agar E.M.B (eosina-azul de metileno)

• Meios seletivos:
• Ágar SS
• HE (Hektoen Enteric)
• XLD ( Xilose-Lisina-Desoxicolato)
Agar S.S
• Cor original do meio: vermelho alaranjado.
• Colônias com centro negro (H2S) ou colônias
incolores: suspeita de Salmonella.
• Colônias incolores: suspeita de Shigella spp.
• Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de
Escherichia coli ou Klebsiella spp.
Agar S.S
• As bactérias não fermentadoras de lactose são
incolores.
• As bactérias fermentadoras de lactose
aparecem na cor rosa.
Ágar SS
Caldo de enriquecimento

• Selenito : utilizado para o enriquecimento e


isolamento de Salmonella spp. e Shigella spp.

• Tetrationato: Meio de enriquecimento para


Salmonella spp
Técnica de semeadura
• Semear uma alçada de fezes no Mac Conkey e
S.S
• Semear 3 ou 4 alçadas no caldo selenito
• Incubar as placas a 35ºC +/- 1 grau por 18 a 24
horas e o selenito por 12 a 18 horas.
• Após as 18 horas de incubação e não havendo
crescimento no Agar S.S, semear uma amostra
da superfície do caldo selenito em outra placa
de S.S e incubar de 18 a 24 horas.
Técnica de semeadura
◦ Fezes líquidas ou material colhido em swab:
 Semear diretamente nas placas

◦ Fezes sólidas:
 Preparar solução 10% salina tamponada
glicerinada (para enterobactérias).
 Semear em McConkey, SS e caldo tetrationato ou
selenito
 Do tetrationato, semear em Verde brilhante (VB)
ou SS
IDENTIFICAÇÃO
• Repicar as colônias desenvolvidas nas placas
em meio Rugai ou E.P.M e incubar a 35ºC +/- 1
grau de 18 a 24 horas.
• Identificação conforme tabela
• Realizar a soroaglutinação em diagnóstico
positivo para E.coli, Salmonella spp e Shigella
spp
AGLUTINAÇÃO
• Em uma lâmina colocar uma colônia isolada e
pingar uma gota de anti-soro correspondente
a cada sorotipo.
• Homogeinizar e fazer a leitura
• Positivo para a aglutinação com o respectivo
antisoro.
ANTIBIOGRAMA
Antibiograma

• Prova de sensibilidade aos antibióticos

• Utilizado para microorganismos cuja


sensibilidade às drogas normalmente não seja
previsível
Métodos de sensibilidade:
Difusão- KIRBY BAUER

• Discos de papel com antibiótico são colocados


na superfície do ágar semeado com a bactéria.
• O método informa se a bactéria é resistente,
sensível ou se possui sensibilidade
intermediária à determinado antibiótico pela
medição do halo de inibição
Fatores que influenciam o halo de
inibição

• Composição do meio de cultura: algumas


substâncias presente no meio de cultura
podem atuar na diminuição do halo de
inibição. Por este motivo, utiliza-se a
padronização do meio de cultura, utilizando-
se para o antibiograma o meio Mueller
Hinton.
Fatores que influenciam o halo de
inibição

• Densidade do inóculo: quanto maior o


inóculo, menor a sensibilidade e por este
motivo é necessária a utilização de uma
padronização.
Fatores que influenciam o halo de
inibição

• Período de incubação: quanto maior o período


de incubação, maior é a probabilidade do
aparecimento de bactérias menos sensíveis a
ação do antibiótico à medida que a droga
deteriora.
Técnica
 Com a alça de semeadura, transferir 3 a 4
colônias (teste indireto) com a mesma morfologia
e inocular em 2,0 a 3,0 mL de solução fisiológica
estéril.

 Esperar 15 minutos observando a turbidez da


solução.

 Utilizar como referência de turbidez o tubo 0,5 da


escala de Mc Farland ( tubo com água e cloreto
de bismuto).
Técnica
• Com um swab estéril, semear a solução no
Agar Mueller Hinton.

• Aguardar 5 minutos à temperatura ambiente


para que o inóculo seja completamente
absorvido pelo ágar.

• Colocar o disco com o auxílio de uma pinça


previamente flambada.
Técnica

• Incubar de 18 a 24 horas à 35 +/- 1º C

• Medir o diâmetro dos halos.

• Classificá-los quanto a resistência,


sensibilidade intermediária e sensibilidade.
Métodos de sensibilidade:
Diluição
• Verificação quantitativa da atividade do antibiótico.
• Diluições do antibiótico são incorporadas ao caldo
ou Agar, o qual é inoculado com o organismo em
teste.
• A menor concentração que inibe o crescimento na
incubação noturna de 12 horas é conhecida como
CMI (concentração inibitória mínima)
ETEST ®
• MÉTODO QUANTITATIVO
• CONSISTE EM UMA FITA DE PLASTICO INERTE,
TRANSPARENTE, MEDINDO 5,5mm DE
LARGURA E 60 mm DE COMPRIMENTO
• DE UM LADO ESTÁ IMPRESSA UMA ESCALA DA
CIM EM µg/ml E DO OUTRO UM GRADIENTE
EXPONENCIAL DO ANTIMICROBIANO

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