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Lógica Computacional

Material Teórico
Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Manuel Fernandez Paradela Ledón

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Implicação e Equivalência Lógica
e Álgebra das Proposições

• Contextualização;
• Implicação Lógica e Equivalência Lógica;
• Equivalências Notáveis e Álgebra das Proposições;
• Forma Normal.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as características da implicação e equivalência lógica;
• Conhecer as principais equivalências na álgebra das proposições;
• Conhecer as características das formas normais;
• Analisar exemplos e resolver exercícios.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

Contextualização
Como já é de amplo conhecimento, a lógica computacional é a base da compu-
tação, de modo que utilizamos os seus conceitos em atividades do dia a dia e para
resolver problemas. Já a álgebra das proposições é um dos tópicos da lógica mais
relevantes para a computação, pois é a base para o projeto de circuitos digitais, ou
seja, de portas lógicas e álgebra de Boole.

Assim, para o entendimento do conteúdo, o estudo das relações de implicação


e de equivalência, de grande importância na lógica, será realizado de maneira
sucinta, como convém ao nosso estudo. Antes, porém, definiremos alguns con-
ceitos introdutórios.

Portanto, nesta Unidade veremos a implicação e equivalência lógica e os conec-


tivos utilizados, os quais serão importantes para aplicarmos a álgebra das proposi-
ções utilizando as principais hipóteses lógicas equivalentes, adotadas principalmen-
te para a simplificação e manipulação de expressões lógicas com vistas à prova da
validade de argumentos.

Por diversos algoritmos de manipulação de proposições da lógica proposicional


assumirem que tais proposições são apresentadas em um formato predefinido, cha-
mado de forma normal, veremos as formas normais conjuntiva e disjuntiva.

Bom estudo!

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Implicação Lógica e Equivalência Lógica
Entre os tópicos abordados nesta Unidade, iniciaremos com o estudo da relação
entre as proposições compostas, com dois relacionamentos: implicação lógica e
equivalência lógica.

Implicação Lógica
De acordo com a definição, dadas as proposições compostas P e Q, diz-se que
ocorre implicação lógica – ou relação de implicação – entre P e Q quando a propo-
sição condicional P → Q é uma tautologia.

Notação: P ⇒ Q.

Importante! Importante!

Os símbolos ⇒ e → têm significados diferentes: ⇒ entre duas proposições dadas indica


uma relação, isto é, que a proposição condicional associada é uma tautologia; enquanto
→ realiza uma operação entre proposições, dando origem a uma nova proposição p → q
(que pode conter valores lógicos V ou F).

Para que você melhor entenda, veja o exemplo a seguir, cujo objetivo é mostrar a
seguinte relação: (p ∧ q) ⇒ (p ↔ q) – observe que temos duas proposições compostas:

P(p, q) = p ∧ q

Q(p, q) = p ↔ q

Para isso, devemos construir a tabela-verdade das proposições P e Q – para


facilitar, faremos tudo na mesma tabela – e aplicar o operador → entre as quais
(P ⇒ Q), caso a tabela gerada seja uma tautologia, determinando que existe impli-
cação lógica entre as proposições.

Tabela 1
P Q
p Q p∧q p↔q P⇒Q
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

Como P ⇒ Q é uma tautologia, então, (p ∧ q) ⇒ (p ↔ q), isto é, ocorre a impli-


cação lógica entre P e Q.

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UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

Algumas implicações lógicas também são conhecidas com regras de inferência


ou de derivação; pois da verdade da proposição antecedente podemos concluir a
verdade da proposição consequente.

Sempre que o antecedente é verdadeiro, obtemos o consequente verdadeiro, isto


é, nunca ocorre a implicação falsa, pois teria de acontecer, na tabela-verdade, pelo
menos uma linha em que o antecedente fosse verdadeiro e o consequente, falso. Na
seguinte Tabela apresentamos algumas implicações lógicas notáveis:

Tabela 2
Denominação Implicações lógicas
Modus ponens, ou método de afirmação P ∧ (P → Q) ⇒ Q
Modus tollen, método da negação, ou Lei do absurdo ~Q ∧ (P → Q) ⇒ ~P
Silogismo hipotético (P → Q) ∧ (Q → R) ⇒ (P → R)
Silogismo disjuntivo (P ∨ Q) ∧ ~P → Q
Dilema construtivo (P → Q) ∧ (R → S) ∧ (P ∨ R) ⇒ (Q ∨ S)
Dilema destrutivo (P → Q) ∧ (R ⇒ S) ∧ (~Q ∨ ~S) → (~P ∨ ~R)
Simplificação conjuntiva (P ∧ Q) ⇒ P
Simplificação disjuntiva, ou adição P ⇒ (P ∨ Q)

Elabore a tabela-verdade de cada


uma das implicações lógicas apre-
sentadas na Tabela 2 e verifique
que todas são tautológicas.

Equivalência Lógica
Conforme a definição, dadas as proposições compostas P e Q, diz-se que ocor-
re uma equivalência lógica entre P e Q quando as tabelas-verdade geradas pelas
proposições compostas P e Q forem idênticas, ou seja, quando a bicondicional
P ↔ Q for uma tautologia.

Notação: P ⇔ Q – lê-se: P é equivalente a Q.

No exemplo a seguir o objetivo é verificar se as proposições P e Q são equiva-


lentes; para tanto, considere:

P(p, q) = (p → q) ∧ (q → p)

Q(p, q) = p ↔ q

Para isso, devemos construir a tabela-verdade das proposições P e Q – para


facilitar, faremos tudo na mesma tabela – e aplicar o operador ↔ entre as quais

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(P ⇔ Q), caso a tabela gerada seja uma tautologia, o que determinará equivalência
lógica entre as proposições.

Tabela 3
P Q
p q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p) p↔q P⇔Q
V V V V V V V
V F F V F F V
F V V F F F V
F F V V V V V

Assim, (p → q) ∧ (q → p) ⇔ (p ↔ q) é uma tautologia, ou seja, as proposições P


e Q são equivalentes, e conforme pode ser observado na tabela-verdade, as colunas
P e Q são iguais.

O estudo desses dois tipos especiais de tautologia – implicação e equivalência


lógica – é utilizado na prova por dedução natural.

Equivalências Notáveis
e Álgebra das Proposições
De acordo com o conteúdo apresentado, duas proposições lógicas são equiva-
lentes quando exprimem os mesmos resultados, ou seja, o papel que desempe-
nham é o mesmo. A seguir veremos as equivalências lógicas notáveis, estas que são
utilizadas na álgebra das proposições; ou seja, assim como na Matemática Básica,
onde estudamos operações algébricas com números reais e complexos, na álgebra
das proposições estudamos operações envolvendo proposições.

Negação da Negação – Dupla Negação: ~(~p) ⇔ p


Tabela 4
p ~p ~(~p)
F V F
V F V

De acordo com essa tabela-verdade: ~(~p) ⇔ p.

Logo, a negação da negação – dupla negação – de uma proposição é logicamente


equivalente à proposição.

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UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

Importante! Importante!

A lógica do cotidiano é diferente da lógica computacional, pois é comum em português


ao afirmar sentenças como esta: Não, não vou ao cinema. Onde se deseja representar um
reforço de que não irá ao cinema – ou seja, reforço da negação. Contudo, na lógica com-
putacional usar duas vezes a negação significa afirmar a sentença. Veja este exemplo:
p: Não tem ninguém aqui.
~p: Tem ninguém aqui.
~(~p): Tem alguém aqui.
Não tem ninguém aqui é logicamente equivalente a Tem alguém aqui.

Leis de Morgan
A seguir veremos as duas equivalências notáveis que compõem as conhecidas
leis de Morgan.

Negação da Conjunção
Analisaremos um exemplo para melhor entendimento da equivalência; para isso,
considere as seguintes proposições:
• P(p, q) = ~(p ∧ q): Não é verdade que a comida é farta e saborosa é logica-
mente equivalente a:
» Q(p, q) = ~p ∨ ~q: A comida não é farta ou não é saborosa.
» Ou seja: P ⇔ Q = ~(p ∧ q) ⇔ ~p v ~q

Para confirmar a equivalência, considere a seguinte tabela-verdade das proposi-


ções compostas P e Q:

Tabela 5
P Q
p q p∧q ~(p ∧ q) ~p ~q ~p ∨ ~q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

Resultados iguais
Observe, na tabela-verdade, que: ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q

Logo, a negação de uma conjunção (∧) é logicamente equivalente a uma disjun-


ção (∨).

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Negação da Disjunção
Considere o exemplo a seguir, com as proposições compostas P e Q:
• P(p,q) = ~(p ∨ q): Não é verdade que 2 é número par ou 3 é número ímpar é
logicamente equivalente a:
» Q(p,q) = ~p ∧ ~q: 2 não é número par e 3 não é número ímpar.
» Ou seja: P ⇔ Q = ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q

Para verificar a equivalência negação da disjunção, observe esta tabela-verdade:

Tabela 6
P Q
p q p∨q ~(p ∨ q) ~p ~q ~p ∧ ~q
V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Resultados iguais
Assim: ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q

Logo, a negação de uma disjunção (∨) é logicamente equivalente a uma conjunção (∧).

A partir de então apresentaremos o nome e a equivalência lógica correspondente,


ressaltando que as apresentadas anteriormente e as seguintes são aplicadas da manei-
ra mais simples ao seu pleno entendimento; porém, a equivalência pode ser aplicada
em proposições mais complexas, bastando ser mantida a lógica da equivalência.

Leis Idempotentes
c.1) p ∨ p ⇔ p

c.2) p ∧ p ⇔ p

Leis Comutativas
d.1) p ∧ q ⇔ q ∧ p

d.2) p ∨ q ⇔ q ∨ p

Importante! Importante!

Não existe a comutativa para o operador condicional (→).

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Leis Associativas
e.1) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ r

e.2) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ r

Leis Distributivas
f.1) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

f.2) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

Condicional
g.1) ~(p → q) ⇔ ~(~p ∨ q) ⇔ p ∧ ~q

g.2) p → q ⇔ ~q → ~p

g.3) p → q ⇔ ~(p ∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q

Bicondicional
h.1) p ↔ q ⇔ (p → q) ∧ (q → p)

h.2) p ↔ q ⇔ q ↔ p (comutativa)

h.3) ~(p ↔ q) ⇔ ~p ↔ q ⇔ p ↔ ~q

Ou:

~(p ↔ q) ⇔ (p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ q)

Absorção
i.1) p ∧ (p ∨ q) ⇔ p

i.2) p ∨ (p ∧ q) ⇔ p

Complementares ou Identidade
Considere t = tautologia e c = contradição:

j.1) p ∨ ~p ⇔ t

j.2) p ∧ ~p ⇔ c

j.3) ~t ⇔ c

j.4) ~c ⇔ t

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j.5) p ∨ t ⇔ t

j.6) p ∧ c ⇔ c

j.7) p ∧ t ⇔ p

j.8) p ∨ c ⇔ p

Saiba mais sobre as equivalências lógicas no vídeo disponível em: https://youtu.be/jYWlfCw6IK4;


Explor

assim como veja exemplos de equivalências lógicas em: https://youtu.be/KGAOeHyWefY.

Para melhor entendimento da aplicabilidade das equivalências lógicas notáveis


apresentadas, demonstraremos a relação entre as proposições compostas P e Q
utilizando álgebra das proposições; para isso utilizaremos o método dedutivo, con-
siderando as seguintes proposições:

P(p, q, r) = (p → q) ∨ (p → r)

Q(p, q, r) = p → q ∨ r

Objetivo: demonstrar que P ⇔ Q. Para tanto, aplicaremos as equivalências lógi-


cas notáveis em P, as quais indicadas em cada linha, até mostrar a equivalência à Q:

(p → q) ∨ (p → r) Condicional.
~p ∨ q ∨ ~p ∨ r Comutativa.
~p ∨ ~p ∨ q ∨ r Idempotente.
~p ∨ q ∨ r Associativa.
~p ∨ (q ∨ r) Condicional.
p→q∨r
Podemos observar que a proposição resultante é Q e é mais simples, pois a
quantidade de conectivos lógicos é menor, sendo equivalente à proposição P, ou
seja, P ⇔ Q.

Veremos outro exemplo para reforçar o conteúdo, cujo objetivo é demonstrar a


relação R ⇔ S entre as proposições compostas R e S; assim:

R(p, q) = ~(p ∨ q) ∨ (~p ∧ q)

S(p) = ~p

Para isso, aplicaremos as equivalências lógicas notáveis em R, indicadas em cada


linha, até mostrar a equivalência à S:

~(p ∨ q) ∨ (~p ∧ q) Leis de Morgan.


(~p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ q) Distributiva.
~p ∧ (~q v q) Complementares.

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UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

~p ∧ t Complementares.
~p Condicional.
Podemos observar que a proposição resultante é S, portanto: R ⇔ S.

Forma Normal
Para facilitar os mecanismos de dedução, torna-se necessário, em alguns casos,
transformar determinada proposição de uma forma para outra, especialmente à
normal. Isto se deve ao fato de alguns sistemas automáticos de dedução utilizarem
apenas essas formas para trabalharem.

Diz-se que uma proposição está na Forma Normal (FN) somente se contém ape-
nas os conectivos ~, ∧ e ∨.

As proposições a seguir estão na FN:


• ~p∧~q
• ~(~p ∨ ~q)
• (p ∧ q) ∨ (~q ∨ r)

Já as proposições lógicas compostas mostradas a seguir não estão na forma normal:


• ~p → q
• a∨b→q
• a↔b

Toda proposição pode ser levada para uma FN equivalente, eliminando os co-
nectivos → e ↔, se existirem. Para isto, basta utilizar as equivalências a seguir:

p → q ⇔ ~p ∨ q

E:

p ↔ q ⇔ (~p ∨ q) ∧ (p ∨ ~q)

Nesta Unidade estudaremos duas FN:

Forma Normal Forma Normal


Conjuntiva Disjuntiva
(FNC) (FND)

Forma
Normal
(FN)

Figura 1 – Formas normais

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Tais como os nomes sugerem, FNC e FND priorizam o alcance dos conectores
de conjunção (∧ na FNC), ou disjunção (∨ na FND).

Forma Normal Conjuntiva (FNC)


Uma proposição está na FNC se todas as seguintes afirmações forem verdadeiras:
• Contém, quando muito, os conectivos ~, ∧ e ∨;
• O conectivo ~ não aparece repetido (como ~~), nem tem alcance sobre ope-
rações ∨ ou ∧; por exemplo, um termo como ~(p ∧ q) não seria permitido. Ou
seja, a negação (~) só é permitida sobre uma proposição simples;
• Uma conjunção ∧ pode ter alcance sobre uma disjunção ∨, mas o contrário
não seria permitido; por exemplo, p ∧ (q ∨ r) seria permitido, mas uma propo-
sição como p ∨ (q ∧ r) não seria aceita na FNC.

Vejamos as seguintes proposições na FNC:


• ~p∧~q
• ~p ∧ q ∧ r
• (~p ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r)

Para qualquer proposição pode-se determinar a FNC realizando as seguintes


transformações:

T1) Eliminam-se os conectivos → e ↔ utilizando estas equivalências:

p → q ⇔ ~p v q

E:

p ↔ q ⇔ (~p ∨ q) ∧ (p ∨ ~q)

T2) Eliminam-se as negações repetidas e parênteses precedidos de ~ pelas


equivalências da dupla negação e leis de Morgan.

T3) O alcance do operador de disjunção (∨) sobre o resultado da conjunção


(∧) é eliminado pela equivalência das leis distributivas:

p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

E:

(p ∧ q) ∨ r ⇔ (p ∨ r) ∧ (q ∨ r)

Para melhor entendimento, veja o seguinte exemplo, no qual cada equivalência


aplicada é indicada em uma linha:
• Determinar a FNC da proposição: ~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r))

~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r)) Leis de Morgan.


~((p ∨ q) ∧ ~q) ∧ ~(q ∧ r) Leis de Morgan.

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UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

(~(p ∨ q) ∨ ~(~q)) ∧ (~q ∨ ~r) Dupla negação e leis de Morgan.


((~p ∧ ~q) ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r) Lei distributiva.
((~p ∨ q) ∧ (~q ∨ q)) ∧ (~q ∨ ~r) Complementares.
(~p ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r) Está na FNC.

Forma Normal Disjuntiva (FND)


Consideraremos que uma proposição lógica está na FND se e somente se as
condições forem verdadeiras, vejamos:
• Contém, quando muito, os conectivos ∨, ∧ e ~;
• O conectivo ~ não aparece repetido (como ~~), nem tem alcance sobre ope-
rações ∨ ou ∧; por exemplo, um termo como ~(p ∧ q) não seria permitido.
Ou seja, uma ~ opera apenas sobre uma proposição simples;
• Uma disjunção ∨ pode ter alcance sobre uma conjunção ∧, mas o contrário
não seria permitido; por exemplo, p ∨ (q ∧ r) seria permitido, mas uma propo-
sição como p ∧ (q ∨ r) não seria aceita na FND.

Assim como na FNC, qualquer proposição que não esteja na FND pode perma-
necer, cabendo aplicar as transformações indicadas a seguir:

T1) Eliminam-se os conectivos → e ↔ utilizando as seguintes equivalências:

p → q ⇔ ~p v q

E:

p ↔ q ⇔ (~p ∨ q) ∧ (p ∨ ~q)

T2) Eliminam-se as negações repetidas e parênteses precedidos de ~ pelas


equivalências da dupla negação e leis de Morgan.

T3) O alcance do operador de conjunção (∧) sobre o resultado da disjunção


(∨) é eliminado pela equivalência das leis distributivas:

p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

E:

(p ∨ q) ∧ r ⇔ (p ∧ r) ∨ (q ∧ r)

Para melhor entendimento, veja o seguinte exemplo, no qual cada equivalência


aplicada é indicada em uma linha:
• Determinar a FND da proposição: (p → q) ∧ (q → p)

(p → q) ∧ (q → p) Condicional.
(~p ∨ q) ∧ (~q ∨ p) Leis distributivas.
(~p ∧ (~q ∨ p)) ∨ (q ∧ (~q ∨ p)) Leis distributivas.
(~p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ p) ∨ (q ∧ ~q) ∨ (q ∧ p) Complementares.
(~p ∧ ~q) ∨ t ∨ t ∨ (q ∧ p) Complementares.
(~p ∧ ~q) ∨ (q ∧ p) Está na FND.

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Já no caso a seguir temos a classificação em FN, FNC, FND ou nenhuma das formas:

a) a ∧ (b ∨ c) FN e FNC.
b) a ∧ (b ∨ ~~c) FN.
c) (p → q) ∧ (q → p) Nenhuma das formas.
d) ~(p ∧ ~q) FN.
e) ~p ∨ ~~q FN.
f) a ∧ (b ∨ c ∨ d) FN e FNC.
g) a↔b Nenhuma das formas.
h) a ∨ (b ∧ c) FN e FND.
i) a∧b FN, FNC e FND.
Observe que nas formas normais não estamos interessados em simplificar as pro-
posições compostas, mas sim determinar a sua forma normal conjuntiva ou disjuntiva.

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UNIDADE Implicação e Equivalência Lógica e Álgebra das Proposições

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Lógica Computacional
https://goo.gl/NU6q9u

 Vídeos
Lógica Aplicada à Computação
https://youtu.be/F8DSwa_qO-Y

 Leitura
Apostila de Lógica
https://goo.gl/JcQR7S
Equivalências Lógicas
https://goo.gl/EyypVW

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Referências
DAGHLIAN, J. Lógica e álgebra de Boole. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

LEITE, A. E. Raciocínio lógico e lógica quantitativa. Curitiba, PR:


InterSaberes, 2017.

NICOLETTI, M. C. A cartilha da lógica. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

SILVA, F. S. C. Lógica para computação. São Paulo: Cengage Learning, 2006.

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