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Universidade de Évora Escola Superior de Enfermagem São João de Deus

Ano Letivo: 2022/2023


3º Ano - 5º semestre

Ana Marques Nº 49162


Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica

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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica

Doenças exantemáticas o Sinais associados

febre
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA
Doenças exantemáticas muito comuns em pediatria EXANTEMAS
As doenças exantemáticas são doenças infeciosas
cujo exantema (manifestação/erupção cutânea) é Mácula
essencial para o diagnostico lesão cutanea plna <1cm
diametro
Enantemas (manifestações nas mucosas)
Perante uma doença com exantema, devemos sempre
Pápula
colocar as seguintes questões:
saliencia elevada com <1 cm
o Existem outros casos semelhantes na escola ou diametro
em casa, houve passeios no compo ou ngestão
de medicmanetos recentes? Nem sempre
exantema significa infeção, podendo também Vesícula
tratar-se de uma alergia uma pápula que contém fluidos
o Quais são as características do período claro e seroso
prodrómico (antes das manchas aparecerem)
o Existem outras manifestações clinicas
associadas (por ex. febre tosse, olho vermelho)? Pústula
o Quanto ao exantema, qual foi o local de inicio, pápula com liquido purulento
características evolução e duração
.
DIAGNOSTICO:
Crosta
 Anamnese
 Exame objetivo
 Adequada caracterização do quadro clinico e
das lesões cutâneas
Petéquias e púrpuras
ASPETOS IMPORTANTES DA HISTÓRIA
CLÍNICA

 Idade
 Antecedentes pessoais CLASSIFICAÇÃO DE ACORO COM A
o Doenças exantemáticas prévias ETIOLOGIA
o Imunização
o Imunossupressão  Vírus
o Fármacos  Bactérias
 História da doença atual  Outros
o Quando surgiu
o Período prodrómico Sarampo
o Febre
o Sintomas respiratórios, O sarampo é uma das infeções virais mais
gastrointestinais, neurológicos contagiosas.
o Qual a evolução Habitualmente benigna e que se cura ao fim de
 Contexto epidemiológico e viagens poucos dias.
 Época do ano
 Exame físico Em alguns casos, pode tornar-se grave ou mesmo
o Estado geral fatal.
o Caracterização do exantema e
enantema
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Contudo, é uma doença com possibilidade de Habitualmente 2º semana de doença, mas pode
eliminação, uma vez que a transmissão é coincidir com o exantema
exclusivamente entre pessoas e há uma vacina muito
o Pneumonia- pode ser grave e até mortal,
eficaz disponível gratuitamente, PNV
principalmente se má-nutrição e nos extremos
O sarampo era um dos cinco exantemas clássicos da da vida
infância. o Encefalite- a encefalite é rara mas associada a
elevada morbilidade e mortalidade
O sarampo pode ser grave o Panencefalite esclerosante subaguda- encefalite
O sarampo pode ser fatal lenta, meses ou anos após o sarampo. Ocorrem
num em cada 100 mil casos.
Idades muito jovens  Primeiro surgem alterações do
Desnutrição/imunodeficiência comportamento e intelectuais e depois
alterações motoras, convulsões, coma e
Complicações (pneumonia, encefalite) morte
 Infeção especificamente humana
 Contágio- de pessoa a pessoa por gotículas
CAUSAS PARA A COBERTURA VACINA BAIXA
respiratórias vacina eficaz, passível de
NOS PAÍSES EUROPEUS
eliminação
 Período de incubação: período entre  Famílias ou comunidade cujas características
exposição e inicio dos sintomas- 8-12 dias culturais ou socioeconómicas podem estar
 Período de contagio- um dia antes dos associadas a baixas coberturas vacinais. Ex.
sintomas 8cerca de 4 dias antes do inicio do migração de população cigana dos países de
exantema) até quatro dias após o aparecimento leste
de exantema  Mito- VASPR- baixa da cobertura vacinal em
resultado da publicação de Andrew
O sarampo apresenta vários sintomas em diferentes
relacionando a vacina com o autismo
fases.
Numa primeira fase o chamado período
prodrómico febre (igual ou superior a 38ºC)
conjuntivite, congestão, corrimento nasal e tosse.
Também logo nos primeiros dias podem surgir as
manchas de Koplik que são pequenos pontos brancos na
muscosa oral (na parte de dentro da boca junto aos
molares)
Entre o 3º e o 7º dia é habitual aparecer o exantema
maculopapular com inicio no rosto e alastram pelo
tronco e pernas permanecendo durante quatro a sete dias
Sensação de doença garne prostração. Mesmo os
casos não complicados
Os critérios clínicos para classificar o caso como
sarampo são a febre e o exantema maculopapular Em pessoa vacinadas a doença apresenta um quadro
juntamente com pelo menos um dos 3 seguintes: tosse, clinico mais ligeiro e com muito baixa probabilidade de
rinite ou conjuntivite contágio (conhecida como sarampo modificado)

Mas só se confirma o caso, se alem de preencher A forma clássica de sarampo surge em indivíduos
estes critérios clínicos também análises laboratoriais. não vacinados, caracteriza-se por um quadro clinico que
pode ser grave podendo ter complicações e levar à
morte. A contagiosidade destes casos é muito elevada.
COMPLICAÇÕES Em 2018, 93% dos casos estiveram associados a
o OMA complicação frequente surtos cuja origem da infeção teve inicio em casos
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importados de outros países nomeadamente Itália, Período prodrómico
franca, EUA, Ucrânia…
Geralmente nas crianças febre ou mal-estar 24h a
48h antes do exantema.

Rubéola Exantema- evolução rápida maculopapular para


vesicula e desta para crosta
Vírus Togaviridae Início no tronco e progressão rápida para face e
 Período de incubação: 14-23 dias extremidades (poupa palmas)
 Período de contagio: 7 dias antes e 7 dias após Pode atingir couro cabeludo
o aparecimento de exantema
 Transmissão: É muito pruriginoso
o Mucosas respiratória ou gotículas de DIAGNOSTICO:
saliva
o Na gestação pode ser transmitido ao  Lesões em diferentes estádios
feto

Complicações
Período prodrómico
o Infeção bacteriana secundária
Não tem sintomatologia ou é leve- febre baixa ou o Encefalite
ausente. o Pneumonia viral
o Nevralgia pós-herpética
Exantema- maculopapular desaparece em 3-6 dias
Linfadenopatia quase sempre presente
(retroauricular e occipital) Tratamento sintomático:

 Banho diário em água tépida


 Ao limpar ter cuidado de não esfregar par anão
Infeção da mulher no 1º trimestre de gravide risco de
romper as vesiculas
embriofetopatia::
 Cortar as unhas rente
o Cardiopatia (persistência canal arterial,  Como antipirético apenas usar paracetamol
estenose artéria pulmonar)  Anti-inflamatórios não esteroides contra-
o Catarata, surdez, microcefalia, atraso psico- indicados (acetilsalicílico)
motor  síndrome de rubéola congénita  Antipruriginosos (atarax)
Prevenção- vacina única forma de prevenção, não há  Em caso de febre alta, tosse produtiva,
vesiculas região ocular alterações do
tratamento especifico
comportamento, cefaleias contactar médico

Varicela Se maior gravidade:

Muito contagiosa  > 13 anos (1as 24h)


 <12 m
Etiologia:
 Imunodeprimidos
 Doença viral  Infeções graves
 Vírus varicela zoster do grupo herpesvirus  RN com varicela materna

 Período de incubação: cerca 2 a 3 semanas Zoster na criança


 Período de contágio: no período do exantema
Doença viral parvovirus humano B19.
 Transmissão: contacto com secreções, contágio
direto e transmissão vertical Família parvoviridae.
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Eritema infecioso também conhecido por 5º doença.
Doença mão-pé-boca
Grupo etário pré-escola
Etiologia:
o Período de incubação: variável (4-20 dias)
o Mais frequente na primavera  Doença viral
o Período de contágio: antes do aparecimento do  Enterovirus
exantema  Coxsackie A16
o Transmissão: contato com secreções
respiratórias ou através da placenta de mães  Período de incubação: 2 a 6 dias
infetadas  Período de contágio: altamente contagiosa (1º
semana da doença). Pico de incidência verão e
inicio do outono
Período prodrómico  Transmissão: na maioria dos casos transmissão
oral-fecal. Menos frequente pela via
Geralmente não tem algum cansaço, cefaleia, febre respiratória
baixa, 1 semana antes do exantema.
Exantema maculopapular cor vermelha acentuada,
aparece na face (primeiras 2h) distribui-se para Período prodrómico
membros e tronco, não hás descamação. Regride em 1 a
Geralmente leve, com febrícula, adinamia e
4 dias, não há vacina nem tratamento especifico.
anorexia.
Exantema:

Herpesvírus humano Úlcera na mucosa oral, língua, palato e úvula.

Exantema súbito Máculas eritematosas que evoluem para vesiculas na


face plantar e espaços interdigitais das mãos e pés
6º doença ou roséola infantil ou febre dos 3 dias.
Tratamento:
Etiologia:
o Cuidado com hidratação e nutrição devido a dor
 Doença viral ao alimentar
 Espes vírus humano 6 e 7
As lesões orais e cutâneas podem ser assimétricas,
 Família herpes vírus
dolorosas e pruriginosas.
Grupo etário < 4 anos (6M a 2A)
Em algumas crianças este padrão pode ser observado
 Período de incubação: 9-10 dias no ronco, coxas e nádegas.
 Período de contágio: só no período da febre
Para reduzir a propagação viral não romper
 Transmissão: contato com secreções
vesiculas.
Prevenção:
Período prodrómico
 Higiene das mãos e objetos
3 a 4 dias febre alta (9º a 40ºC) e irritabilidade
(quando febre controlada criança ativa)
Exantema: súbito, maculopapular, inicio no tronco, Mononucleose
logo após desaparecimento da febre. Regride em 48 a
72h (sem descamação). Etiologia:

Prevenção e tratamento:  Doença viral


 Vírus
o Tratamento de suporte  Epstein-Barr (herpesvirus humanos)
o Não há vacina
Grupo etário adolescentes e adultos jovens
A mononucleose é uma doença contagiosa.
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Este vírus é transmitido através da saliva. Etiologia:
o Caracteriza-se pela tríade clinica:  Bacteriana
1. Febre
2. Dor de garganta Agente:
3. Linfadenopatia cervical  Streptococcus hemoliticus do grupo A
o Esplenomegália (50%)
o Hepatomegália (10%) Língua saburrosa inicialmente depois tipo
framboesa, descamação da palma das mãos e planta dos
O tratamento consiste de repouso e uso de pés na 2º semana de doença, descamação em dedo de
medicamentos sintomáticos. luva.
Petéquias no palato É uma infeção secundária de amigdalite.
Erupção cutânea maculopapular (5%) Febre alta de início súbito, vómito, odinofagia
Sintomas 1 a 3 meses. 24-48h depois:
Tratamento: o Exantema maculopapular- sem intervalos de
 Sintomático pele sã, exantema de pequena dimensão
o Tipo lixa- duração 3 a 5 dias
Complicações:
Tratamento- AB- penicilina, amoxicilia (eritromicina,
 Pode desenvolver estreprococos do grupo A aitromicina)
(penincilina)
Área de hiperpigmentação mais acentuadas nas
pregas de flexão.  sinal de pastia (linhas transversais)
Complicações:

 Precoces- adenite cervical/sinusite


OMA/mastoidite
 Tardias: febre reumática/glomerulonefrite
aguda.

Impetigo
Estafilococos e ou estreptococos.
Molusco contagioso Lesões características vesiculas cor de mel.

Etiologia: Tratamento-AB

o Vírus da família poxvirus


Celulite peri-orbitária
Tratamento:
Haemophilus influenzae.
 Dermatologista para curetagem de lesão
Febre, eritema, flacidez e edema da pálpebra.
(pomada anestésdia no local)
 Várias sessões com intervalos de 6 e 8 semanas AB para evitar disseminação.

Síndrome da pele escaldada


Crianças com molusco contagioso não devem
frequentar piscinas.
ETIOLOGIA BACTERIANA Toxina estafilocócica

Escarlatina
Mais frequente dos 3-12 anos.
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Meningite bacteriana  Meningites fúngicas: são as mais raras e


acontecem habitualmente em dentes crónicos,
A doença meningocócica é causada pela bactéria podem aconetecr por inalação de fungos
meningitides. As apresentações clinicas comuns da  Meningites causadas por parasitas: são mais
doença são meningite e/ou infeção da corrente comuns nos países menos desenvolvidos
sanguínea.
A meningite é a inflamação das meninges, as
membranas que revestem o cérebro e a medula espinal.
É provocada maioritariamente por vírus e bactérias mas
também por fungos ou parasitas.
A meningite meningocócica é a infeção bacteriana
das meninges e da espinal medula, provocada pela
bacetroa Neisseria meningitidis.

Septicemia meningocócica
Início- criança prostrada, erupção cutânea purpúrica.
Reanimação imediata, edemas grosseiros, dialise
peritoneal, insuficiência renal.
Tratamento: o mais precocemente possível AB (EV)

Tipos de meningite:

 Meningites bacterianas: são as mais graves e


podem ser fatais
 Meningites vírias: são as mais comuns e
geralmente as menos graves e que são causadas
por vírus como os enterovirus

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