Você está na página 1de 42

Resumo - História dos povos indígenas e

afrodescendentes

Aula 001
Por que países ibéricos foram os primeiros a
expandir? Por ser desenvolvido comercialmente,
Portugal foi um dos primeiros a expandir. A
dinastia Avis evitou o domínio espanhol e
começou uma nova fase em Portugal. Junto com a
igreja católica que se reestruturava e buscava por
novos fieis, iniciou a expansão.
Ao chegar ao Brasil, não houve muito interesse por
não se achar nada de valor. Porém, devidos a
ameaças ao império português, o rei percebe que
é necessário proteger o território na América.
Uma das ações foi a criação de capitanias
hereditárias doadas a nobres portugueses.
Contudo, houve desinteresse, já que informações
que chegavam sobre o Brasil eram muito confusas
- uns falavam da beleza enquanto outros falavam
da selvageria dos índios. Poucas capitanias
obtiveram sucesso: Pernambuco e São Vicente são
as principais. Nessas capitanias havia plantações
de cana de açúcar que as impulsionou.
Em 1549 Tomé de Sousa é nomeado governador
geral das capitanias e veio para cá com os jesuítas,
que tinham o objetivo de converter os indígenas à
fé católica. Esse momento é crucial para a história
indígena. Há muitos documentos dos jesuítas com
relatos sobre os indígenas que chocavam os
portugueses – tudo contado a partir de uma
perspectiva europeia.
Os indígenas
Foi encontrada uma população diversificada com
características que deixaram os portugueses
perplexos. Porém, portugueses acabaram por
dividir índios em dois grupos: Tupis-guaranis e
Tupuias, palavra genérica para designar pessoas
que fala outra língua. Essa divisão já iniciou um
processo de aculturação, que dificultou o estudo
das tribos posteriormente.
No geral, indígenas, tinham vida simples e só tirava
da terra o necessário. Não tinham cidades nem
objetos de metal, mas eram abeis com madeira,
ossos, cerâmica e fibras de animais. Não possuíam
escrita.

Tupis-Guaranis
Tupis moravam em regiões praianas e foram os
primeiros contatos de portugueses, sendo assim
tomados como padrão.
Tribos classificadas como Tupis-Guaranis possuíam
semelhanças linguísticas. Viviam na extensa região
litorânea desde São Vicente até o Maranhão.
Tupinambás, tupiniquins, tupinaê e guaranis são
exemplos.
Os Tupinambás acabaram sendo os mais famosos
por seu intenso contato com portugueses. Eles
viviam em aldeias de 400 a 800 pessoas. Aldeias
eram divididas em unidades familiares. Estas, por
sua vez, estavam estruturadas pelo parentesco
familiar e obedeciam à divisão sexual do trabalho:
homens na caça, pesca e guerra enquanto
mulheres se dedicavam a agricultura e a casa. A
agricultura era uma prática que diferenciava os
tupinambás dos demais povos tupis-guaranis –
tinham a técnica da coivara, adotada por colonos
posteriormente. Tinham ímpeto guerreiro, já que
guerra tinha funções econômicas e simbólicas para
esse povo - guerras viabilização a obtenção de
prisioneiros, ampliação territorial e criação de uma
rede de status que definia diversos aspectos da
vida em sociedade, sobretudo os matrimônios.
Praticavam canibalismo, um ritual antropofágico,
no qual o inimigo prisioneiro de guerra era (depois
de uma iniciação), morto pela sociedade vitoriosa,
e tinha suas partes distribuídas dentre os
indivíduos do grupo vencedor. A ideia era se
alimentar (simbolicamente) das características do
oponente.

Tupuias
Tupuias, em tupi, significa “fugidos da aldeia”, ou
“aqueles de língua enrolada”. Ocupavam regiões
do interior.
Portugueses se apropriaram da diferenciação feita
por tupis e chamaram tribos de diferentes raízes
linguísticas de tupuias. Estavam entre eles algumas
sociedades totalmente diversas como cariris, jês,
aimorés e caraíbas.
Pela descrição de Gabriel Soares de Souza, os
aimorés descendiam de tupuias que fugiram em
casais e foram para terras desconhecidas. Lá
ficaram por muito tempo sem ver outras tribos e
seus descendentes acabaram por criar uma
linguagem diferente.
Sendo classificados como “não-tupis”, os tupuias
eram muitas coisas diferentes, isso é, provinham
de diversos troncos linguísticos, o que torna difícil
traçar padrões culturais e sociais do tupuias.
Dentre os tupuias, os aimorés foram mais
estudados por apresentarem mais resistência aos
portugueses e a catequização. Eles habitavam o
que hoje é o estado do Espírito Santo e o Sul da
Bahia.
Os aimorés tinham a vida bélica desenvolvida e
isso se intensificou com a chegada dos europeus.
Eles chegaram a protagonizar a Confederação dos
Tamoios, uma das maiores rebeliões indígenas do
Brasil. Além disso, foram excluídos da proteção
contra a escravização do gentio, promulgada pela
Coroa portuguesa em 1570.

Diferenças sociais entre grupos indígenas


As diferenças sociais e existentes entre os grupos
indígenas exerceram grande influência nas
relculturaizações que esses grupos estabeleceram
com os portugueses, e foram fundamentais na
construção da tipologia indígena pelos mesmos
colonos.
Obras feitas pelo pintor neerlandês Albert Eckhout
(1610-1666) ajudam a analisar as imagens criadas
por europeus. As obras retratam índios brasileiros,
porém a composição das obras aponta que se
tratava de tipos diferentes de índios.
Em uma obra, está o tapuia, representado por um
homem nu, com brincos e cocares que, em tese,
seriam típicos desse povo. Em outra, vê-se um
índio tupi, que já tem suas vergonhas escondidas e
não utiliza nenhum adorno. O tupuia aparece com
índio selvagem, nu e enfeitado, enquanto o tupi
aparece como domesticado e civilizado.

Visão europeia
Europeus criaram mundo fantasioso para
descrever o novo mundo. Tudo era lindo e o mal
era desconhecido, como pode ser visto na carta de
Pero Vaz de Caminha. Tudo que era mal ou
desconhecido era visto como bestial, o que acabou
por virar lendas na Europa.
O barbarismo indígena dava aos portugueses a
ideia de que estavam levando civilização aos índios
e isso era bom. Tudo isso facilitou os argumentos
teológicos e legais para subjugar os índios.
Portugueses acreditavam que índio era um papel
em branco e moldável. Sendo assim, aceitariam
tudo facilmente. Por outro lado, havia descrições
horrorizadas com rituais antropofágicos e guerras
entre tribos. Ora se assemelhavam a Adão e Eva,
ora eram bestas-feras. Portanto, manifestaram-se
duas visões e atitudes quanto aos índios:
 Infantilidade e possibilidade de serem
moldados
 Imoralidade que justificava os castigos e a
escravidão a que foram submetidos
De qualquer maneira, portugueses acreditavam
estar fazendo um favor aos indígenas.
A diversidade indígena não despertou interesse
em Portugal. Todo interesse português estava
voltado para as Índias, enquanto outros países,
como Espanha e França, estão com o interesse
voltado para o Novo Mundo. O encantamento
desses países criou a imagem europeia sobre a
nova população que se apresentava.
A ausência de alguns elementos que europeus
julgavam necessários para uma civilização
marcavam os primeiros documentos sobre
indígenas. A nudez foi reiterada várias vezes, com
a explicação de que faltava a ideia de vergonha.
Vários exploradores também ficaram surpresos
com a ausência de F, L e R no alfabeto indígena, já
que assim não haveria como haver “fé”, “lei” e
“rei”.

Catequização
A coroa só passou a se importar com a colônia em
cerca de 1530, porém, desde os primeiros anos de
descobrimento os religiosos, na maioria, jesuítas,
trabalharam com indígenas num processo de
catequese.
Primeiramente, visitaram-se as aldeias a fim de
conhecer mais sobre a cultura e sociedade
indígena, e assim se aproveitava a oportunidade
para fazer pregações e batismos.
A segunda fase foi a catequese propriamente dita.
Indígenas foram organizados em aldeamentos
onde os objetivos eram incuti-los nas práticas
europeias. Índios batizados recebiam
ensinamentos católicos e aprendiam a ler e
escrever. Manoel da Nóbrega foi um dos que
defendeu abertamente os aldeamentos, pois,
segundo ele os índios eram tão instáveis que, com
a mesma facilidade que eram convertidos, logo
voltavam para “sua rudeza e bestialidade”.
Jesuítas faziam uso de encenações teatrais para
facilitar a aprendizagem, o que acabou dando
origem a um dos primeiros gêneros literários do
país.
Nos aldeamentos, índios também aprendiam um
ofício e depois iam trabalhar para colonos sob
tutela dos jesuítas – responsáveis pela definição de
pagamentos dos índios. Aldeamentos se tornaram
pequenas unidades econômicas.
Os aldeamentos também tinham como objetivo
acabar com a poligamia indígena e com a
liberdade sexual.
Da convivência de colonos e indígenas nos
aldeamentos surgiu a língua geral, baseada no
tupi, falada durante muito tempo na colônia. A
convivência possibilitou também mais
conhecimento sobre os indígenas.

Aula 002
Extração de pau-brasil no século XVI
Durante os primeiros anos do descobrimento, a
nova terra não teve muita atenção, já que
portugueses preferiam participar do comércio
feito no Oceano Índico, no qual produtos de
grande valor como ouro, prata, seda e especiarias
eram negociados. A preocupação veio por volta de
1530 somente.
Os primeiros anos aqui foram marcados,
principalmente, pela ação de jesuítas e de colonos
portugueses interassados na extração de pau-
brasil, obtido com trabalho indígena.

Capitanias Hereditárias
A partir de 1530 o comércio no índico passou a dar
prejuízo, ao mesmo tempo em que as colônias
portuguesas estavam sendo invadidas por outros
países da Europa. Era preciso efetivar a presença
no Brasil e conseguir tirar proveito da terra.
A primeira medida veio em 1534 – as capitanias
hereditárias. Cada uma das 16 faixas de terra seria
doada a um nobre português, chamado de
donatário, que deveria construir vilas, arrecadar
impostos redistribuir as terras a quem pudesse
cultivar.
Muitas capitanias não deram certo e muitos
donatários nem vieram ao Brasil. Assim, em 1548
foi instituído o governo geral para centralizar a
administração.

Governo Geral
Tomé de Sousa foi o primeiro governador geral e
ficou responsável pela construção de Salvador, na
capitania da Bahia, onde ficaria a sede do governo.
A capital estaria assim localizada num ponto
estratégico, próximo aos produtores de açúcar,
facilitando o controle sob a produção e a
exportação. Tudo visava garantir o exclusivismo da
Coroa Portuguesa.

Capitanias do Sul
Colonos ao Sul da colônia não respeitaram a lei de
liberdade ao gentio, já que não estavam sobre
vigilância da coroa. Para os colonos que viviam nas
capitanias de São Tomé e São Vicente, índios
passaram a ser vistos como negros da terra e
escravizados sistematicamente, servindo de mão
de obra para expansão territorial.
Entre os séculos XVI e XVIII era cada vez mais
frequente o número de expedições que
assaltavam aldeias indígenas transformando seus
habitantes em braços para o “serviço obrigatório”.
Ao contrário do que acontecia no nordeste, os
paulistas não se inseriram no circuito comercial do
Atlântico e procuravam eles mesmos pessoas que
iriam trabalhar em suas lavouras. Ao invés de irem
ao mar, paulistas se embrenharam sertão adentro.

Expedições
A procura por ouro e prata fomentou as primeiras
expedições. Entre os anos de 1591 e 1601, o
governador geral D. Francisco de Souza armou
uma série de expedições em busca de metais
preciosos. A vertente paulista, chefiada por João
Pereira Botafogo conseguiu encontrar algumas
minas próximas à cidade de São Paulo. Porém, as
expedições seguintes não corresponderam às
expectativas de colonos.

A escravidão Indígena
Antigamente, a escravidão era praticada com
povos de áreas conquistadas, sem importar a
etnia. Durante a idade média, ela foi substituída
pela servidão. Porém, persistia a ideia de que
trabalho manual era para indivíduos inferiores.
As expedições marcaram um produto interessante
para os colonos: os indígenas. Após terminar seu
governo, D. Francisco voltou a Portugal com o
intuito de colocar em prática um projeto que
visava fomentar a economia das capitanias
sulistas, tendo como base o uso da mão de obra
indígena. A busca por ouro deu lugar ao
aprisionamento de índios, mesmo com a Coroa
Portuguesa baixando inúmeras leis proibindo a
escravidão indígena.
A rentabilidade da venda de índios era grande e
acabou em ma rede de negociações nas capitanias
do sul. Nesta localidade, a mão de obra era quase
totalmente de índios. Os lucros eram tantos que
pagavam os custos e riscos de expedições cada vez
mais interioranas.

A mão de obra escrava nos engenhos de açúcar


Por questões geomorfológicas, a produção de
açúcar se concentrou no nordeste, principalmente
na Bahia e em Pernambuco. No início da produção,
indígenas eram parte significativa da mão de obra.
Na realidade, o intervalo entre os anos de 1540 e
1570 marcou o apogeu da escravização indígena
nesses engenhos.
Contudo, a descoberta de uma “nova
humanidade” (indígenas) gerou discussão entre
acerca da natureza desses homens e marcaram o
campo intelectual do século XVI. Em 1570,
seguindo determinações da igreja católica, a Coroa
portuguesa sancionou a lei que proibia a
escravização do gentio. Assim, índios não
poderiam mais servir como escravos nos
engenhos. As questões indígenas passavam a ser
decididas apenas pelos missionários.
Porém, atrás das decisões da coroa, estava o
interesse de fidalgos envolvidos com o tráfico de
negros da Guiné. Com a promulgação da lei de
liberdade dos gentios, houve substituição
crescente de índios por africanos. Essa mudança
ocorreu principalmente nas capitanias que mais
produziam açúcar e eram mais vigiadas pelo
estado português.
Embora a entrada de africanos tenha se
intensificado durante todo o período de vigência
da escravidão, parte significativa dos grupos
indígenas foi reduzida à condição de cativeiro,
muitas vezes subjugados pelos próprios
missionários.
O mercantilismo europeu tornou necessário o uso
de mão de obra escrava para sua sobrevivência. A
escravidão passou a ter caráter étnico durante o
século XV. Neste momento, portugueses chegam a
África e percebem que a venda da mão de obra
existente lá é lucrativa. Além disso, africanos
tinham crenças e cultura diferentes, fato que
justificava a escravidão. A escravidão já existia na
África quando o homem europeu a conheceu,
porém, a chegada dos europeus tornou o comércio
de escravos uma atividade intercontinental.
Contudo, escravos negros eram caros no Brasil e
então se passa a escravizar indígenas. Tal fato não
deu certo, já que índios não conheciam bem o
trabalho e adoeciam facilmente. Em consequência,
escravos negros passaram a ter preferência,
mesmo não sendo substituindo totalmente os
indígenas.

Companhia de Jesus
A educação jesuítica foi a principal entre os
indígenas. Jesuítas chegaram ao país em 1549,
com o primeiro governador geral, Tomé de Sousa.
A educação jesuítica se fazia nos moldes de vida
português. Eles acreditavam que índios
receberiam tudo bem porque foram bem
recebidos quando chegaram à região de Salvador.
Os índios, por sua vez, tratavam portugueses bem
por imaginarem que eles eram Deuses.
A inocência indígena deu a ideia de que seria fácil
dominá-los. Contudo, já nos primeiros trabalhos
com as tribos, notou-se que não seria simples, já
que índios não estavam dispostos a mudar seus
hábitos.
O momento inicial da catequese é a Fase Heroica,
de 1549 a 1570.
Em seguida tem-se a Fase de consolidação, até
1579. Nessa fase se tenta a catequização através
das crianças. Contudo, essa fase também não
funcionou muito bem.
Como colonos costumavam invadir terras
indígenas e forçá-los ao trabalho escravo, jesuítas
perceberam que era necessário um espaço próprio
para a catequese. Esse espaço seria importante
para indígenas e jesuítas, já que protegeriam
índios e facilitariam o trabalho de conversão.
Padre Manoel da Nóbrega organizou as estruturas
de ensino que estavam de acordo com as
condições das colônias. Jesuítas seguiam o Ratio
Studiorium, mas no Brasil precisaram utilizar
recursos não previstos por ele, como música,
compreensão da língua indígena, teatro e
aproximação cultural. Essa estrutura ficou
conhecida como esquema de Nóbrega e contava
com o aprendizado de português primeiramente,
seguido da doutrina cristã, escrita e leitura,
aprendizado profissional e por fim o Latim.
Jesuítas acreditavam estar fazendo um favor para
os indígenas, já que imaginava que seu modo de
vida não era correto. Indígenas procuravam tirar
da natureza somente o necessário, mas
portugueses viam isso como preguiça.
Aos poucos, a cultura indígena foi se
desintegrando e dando lugar a cultura europeia,
principalmente por conta do trabalho jesuítico.
Jesuítas também colaboraram para a
homogeneização dos povos indígenas, o que
dificultou o estudo dos povos indígenas brasileiros.

Colonos x Jesuítas
Os maiores opositores das expedições foram os
missionários. Apesar de não haver discurso nem
prática efetiva da escravização, indígenas
trabalhassem em condições muito ruins.
Centenas de aldeias foram destruídas, e milhares
de índios foram reduzidos ao cativeiro. O padre
Montoya afirmava que as expedições haviam
destruído 11 missões, o que significava o
apresamento de praticamente 50 mil índios. Padre
Lourenço de Mendonça apontou quem 60 mil
guaranis foram escravizados e levados para São
Paulo. Tais índios eram utilizados, sobretudo, na
reposição da força de trabalho da região.
As campanhas organizadas por colonos em busca
de índios ficaram conhecidas como Movimento
Bandeirante, por conta das bandeiras que usavam.
O auge do movimento aconteceu na segunda
metade do século XVII, quando os bandeirantes
Antonio Raposo Tavares e Domingos Jorge Velho
ganhavam reconhecimento em toda colônia. Por
outro lado, aumentava também o movimento de
oposição chefiado por missionários. Amparados
pela lei, os religiosos recorreram várias vezes ao
rei para denunciar abusos.
Além dos missionários, outro fator que passou a
dificultar o movimento era a distância que ele
estava atingindo, que encarecia o valor das
expedições.
Com o passar do tempo, também se iniciaram
diferentes movimentos de resistência dos grupos
indígenas. Revoltas individuais, migrações para
regiões ainda mais distantes e até mesmo
rebeliões coletivas despontaram nesse contexto,
fator que levou à diminuição significativa das
expedições.

Aula 003
Ouro Branco
Era o apelido para o açúcar, produzido em larga
escala no Brasil, por 2 motivos principais: o clima
tropical e conhecimento da plantação por parte
dos portugueses.
Os primeiros engenhos surgiram no século XVI em
toda a colônia, mas o nordeste acabou sendo a
principal região produtora pelo seu clima,
quantidade de terra, solo fértil e proximidade com
o mercado consumidor (Europa).
Fazendas produtoras de açúcar eram compostas
pelo canavial, casa da moenda, casa de purgar, a
casa-grande e a senzala. Para que a produção
desse lucro era preciso que a produção fosse a
mais barata possível.

A escravização de africanos
Ela era a melhor opção por questões mercantilistas
e também por questões filosóficas. A “nova
humanidade” era ordenada e classificada pelos
Europeus e isso ordenou boa parte da dinâmica da
sociedade da América portuguesa.
André Antonil descreveu os escravos como pés e
mãos do senhor. Todo ano se compravam escravos
novos para o engenho.
Durante muitos anos a escravidão no Brasil foi
sistêmica – índios utilizados em pequenas
produções para subsistência da colônia e negros
utilizados em atividades do mercado externo
(açúcar e mineração). Porém, ao analisar o começo
da produção de açúcar na Bahia, estudos apontam
para o uso de indígenas. A partir do final do século
XVI, índios passaram a ser substituídos por
africanos porque eram muito frágeis e também
porque o comércio de negros gerava grande
circulação de dinheiro.
A partir de 1580, africanos de diversas localidades
do continente passaram a desembarcar em peso
na América portuguesa para trabalhar como
escravos em diferentes atividades econômicas.
Eles vinham de diversas origens.
Em meados de XVI, africanos tinham valor baixo e
mais acessível, que dava retorno aos senhores em
cerca de 3 a 4 anos. Além disso, eram vantajosos
porque não conheciam as terras brasileiras e isso
dificultava as fugas e revoltas.
Além disso, havia argumentos religiosos. A igreja
católica acreditava que os negros não tinham alma
e por isso o trabalho como escravo seria uma
espécie de purgatório em vida para que eles
pudessem subir aos céus.
Baseado em registros, é possível ver o padrão que
regeu a escravidão indígena que permaneceu nos
trabalhos africanos mais tarde.
Por preferência senhorial, 60% dos escravos eram
homens, adultos e jovens.

Tráfico Negreiro para o Brasil


Ao chegar ao Brasil, africanos que em boas
condições passavam por exames e eram vendidos.
Os mais fragilizados passavam quarentena na
região portuária, onde recebiam alimentação
especial para se recuperarem. Assim que se
recuperavam, eram vendidos e estavam atrelados
aos senhores.
Além de problemas físicos, muitos escravos
sofriam de banzo, uma espécie de depressão.
Muitos morriam nos portos, fazendo com que
essas regiões fossem cheias de cemitérios. Para
muitos era preferível morrer a serem escravos, já
que acreditavam que a morte significava o retorno
a sua terra natal e seus ancestrais.

Jornada e condições de trabalho


Os escravos que sobreviviam recebiam
ensinamentos sobre o catolicismo e como se
portar frente ao senhor. Aprendiam algumas
palavras em português. Juntavam-se ao ladino e
ao crioulo no trabalho braçal em seguida.
A partir do terceiro ano na fazendo davam lucro.
Trabalhavam horas a fio e senhores eram
negligentes porque podiam comprar escravos
novos a qualquer momento.
Cuidados com alimentação, moradia e vestimenta
era responsabilidade do senhor, porém, com a
fácil reposição dos escravos, os senhores eram
negligentes.
Alimentação era composta por farinha de
mandioca ou milho, uma porção de carne e as
vezes feijão. Roupas eram de algodão e devia
durar um ano.
Ao adoecer não recebiam cuidados, já que era
mais fácil comprar novos escravos. Recebiam
punição por não alcançar a quantidade estipulada
de produção e também sofriam muitos acidentes.
Na casa da moenda muitas vezes tinham o braço
triturado pelas engrenagens e na casa de purgar
havia risco de queimaduras.
Escravos vindos da Costa do Marfim tinham
conhecimento sobre mineração e por isso iam
para regiões mineradoras. O risco lá era de
desabamento.

Economia Colonial
A obra de Caio Prado Júnior apresentou, até o
século XIX, a ideia de que o Brasil possuía sempre
um só produto responsável pela articulação da
economia. Essa obra seu ideia de que o Brasil
sempre seguiria o sentido da colonização: fazendas
de monocultura, e produtor para exportação, com
latifúndio, monocultura e escravidão.
Nessa obra também predominava o conceito de
pacto colonial: Portugal com poder do monopólio
sobre toda a produção, vetado aos colonos o
comércio com outros países. A sociedade era vista
como bipolar: senhores e escravos apenas.
Contudo, a Historiografia já mostrou que tudo foi
mais complexo.
Primeiramente, havia mão de obra indígena, e não
somente a negra.
O pacto colonial funcionava apenas na teoria, já
que colonos realizavam comércio com outros
países e regiões próximas, de maneira escondida.
Como consequência, a mão de obra assalariada
também existia. Entre senhores e escravos havia
uma camada social composta por vendedores,
colonos, produtores de comida, etc. Eram
indivíduos que praticavam atividades
diversificadas em diferentes setores da economia,
não somente no plantio e produção de bens para
exportação.
O latifúndio não se sustentava isoladamente.
Precisava manter contato com outras regiões e
mão de obra. Havia um mercado interno, aliado ao
contrabando surgido para burlar o pacto colonial.
Havia também no Brasil uma pequena parcela de
pecuaristas que produziam para consumo interno.
Essa produção era essencial para a colônia. Além
disso, escravos também tinham acesso a sua
própria roça no seu tempo livre.
A mão de obra não era somente escrava – muitos
indígenas já vendiam sua força de trabalho nessa
época. É errado acreditar que o salário só passou a
existir após a lei áurea.

Religiosidade Africana
Apesar de existirem vários povos africanos, a
religião era importante para todos. Ela foi o maior
apoio nos momentos de escravidão, pois era o
consolo dos escravos.
No continente africano, tudo era ligado a religião.
Tudo era resolvido pelo sobrenatural, ritos,
objetos sacralizados, curandeiros, adivinhos,
médiuns e sacerdotes. As crenças eram elementos
centrais e tudo girava entre a relação do natural
com o sobrenatural. Líderes eram tidos como
Deuses e isso era importante para que se
garantisse a harmonia e bem-estar das sociedades.
Cada povo tinha seus Deuses e rituais diferentes,
porém, sempre com alguns pontos em comum.
As religiões eram, na maioria, animistas: formas da
natureza possuem alma. Acreditava-se num ser
Supremo, criador de tudo. Abaixo dele, havia
entidades que se ocupavam de coisas mais
mundanas. O ser supremo só deveria ser
consultado em casos extremos.
O povo africano sofreu influência do cristianismo
desde o século I. Muitos adeptos foram
conquistados no Egito, Núbia e Etiópia. No século
VII houve a vinda do Islamismo e o cristianismo
teve dificuldade de se expandir.
Os católicos acreditavam que as praticas africanas
eram hereges e que a escravidão serviria como
uma forma de purificação. Contudo, africanos
trouxeram crenças para a América e construíram
novos laços de solidariedade, novas identidades e
novas comunidades aqui. Assim, surgiram as
religiões afro-brasileiras.
No Brasil, práticas se desenvolveram com
perseguição, mas também com aceitação dos
senhores. Cerimônias como o Acotundá ou
Calundu eram feitas, além de tradicionais cultos
que envolviam os mortos, oferendas e mandingas.
Muitas vezes, os senhores e senhoras recorriam às
crenças de suas escravas.

Aula 004
Religiosidade
Negros realizavam as festas das irmandades
negras, que reuniam escravos, libertos e mestiços
na comemoração do Santo Padroeiro. Essas
atividades tinham aval da igreja para acontecer.
Grande parte da colonização das Américas
aconteceu por meio de catequização dos indígenas
e negros que chegaram mais tarde. O fervor
religioso chegou, inclusive, a colocar Igreja Católica
e Coroa portuguesa em posições antagônicas
(como no uso de indígenas como escravos). Todos
deveriam ser católicos aqui e a igreja levava a sério
a tarefa de assegurar que ninguém se desviasse
dos propósitos divinos.
Indígenas passaram por um processo e catequese.
Negros, ao chegarem, recebiam um nome cristão e
também recebiam ensinamentos católicos nos
engenhos. Porém, negros e índios souberam ler
nas entrelinhas e, em alguns casos, a escolha
religiosa se transformou em ferramenta de luta e
resistência.
Resistência
Era constante entre escravos. Uma das formas era
a de luta aberta – embate físico. Contudo, o
sistema acabou abrindo brechas para outras
formas de resistência que, muitas vezes, utilizavam
as instituições coloniais como muleta.
Alguns estudiosos defendem que onde houve
escravidão, houve também resistência. Ela
acontecia no dia a dia, em diferentes níveis.
No caso de indígenas, uma forma comum de
resistência era o isolamento - sociedades indígenas
decidiram rumar para regiões de difícil acesso,
guiando-se pelos cursos dos rios. Contudo, há
indígenas que também foram para a luta e fizeram
da religião uma arma importante.

Religião e Resistência
Homens indígenas costumavam ter um
responsável pelos seus cultos religiosos – o pajé ou
xamã. Ele gozava de prestigio entre a tribo por
suas relações com forças sobrenaturais. Por esse
motivo, eram os principais inimigos da catequese.
Missionários conseguiam acabar com o poder do
xamã, mas não conseguiram desconstruir o
panteão e os rituais religiosos das tribos.
Da fusão entre propósitos cristãos e práticas
indígenas originou-se a “Santidade”. Esse
fenômeno era um culto sincrético e messiânico, no
qual os índios questionavam o Deus católico e
posicionavam-se contra os senhores brancos. Era
uma combinação das crenças indígenas no paraíso
terrestre com hierarquia e símbolos do
cristianismo. Os “santos” eram cultuados e
acreditava-se que eles dotariam os fiéis de força
para lutar contra os brancos, além de vitalizar os
idosos ou fazer enxadas trabalharem sozinhas. Pra
isso era necessário entoar cantos e realizar
cerimônias (regadas do alto consumo de bebidas
alcóolicas e infusão de tabaco).
Além dos “santos”, líderes do movimento se
proclamavam papas e nomeavam bispos e
missionários que tinham a incumbência de difundir
o culto em outras localidades. Houve até mesmo
um caso no qual os seguidores da Santidade
criaram uma igreja destinada ao culto de “Maria”.
A “Santidade” foi comum no século XVI,
demonstrando como índios souberam reler
interesses cristãos sob uma nova ótica que lhes
favorecia e questionava as bases do sistema
colonial.
Com o passar dos anos, muitos indígenas
morreram por epidemias. Negros escravizados
passaram a chegar também. Assim, a “Santidade”
foi perdendo seguidores e dando lugar a outras
formas de resistência.
As irmandades negras, ou irmandades de “homens
pretos” eram organizações de escravos cativos e
libertos. Casamentos entre escravos ou de cativos
com libertos ocorriam nessas organizações. As
irmandades ainda garantiam enterro e cortejo
fúnebre digno para todos os seus membros.
Muitas vezes as irmandades eram formadas por
africanos de mesma origem, reforçando
identidades oriundas do outro continente.
Escravos cultuavam entidades religiosas africanas
ou atribuíam as mesmas características de deuses
da sua terra de origem a santos católicos, como a
forte relação estabelecida entre São Jorge e o
orixá Ogum.
Irmandades foram importantes para liberdade de
escravos. Os “irmãos” faziam uma poupança para
poderem comprar a liberdade dos membros.
Anualmente, cada irmandade fazia festa para seu
santo padroeiro, com procissões, missa solene e
comemoração com muita música, dança e
batuque. Eram coroados um rei e uma rainha,
momento de grade prestígio para os escolhidos.
Muitas irmandades se tornaram prestigiosas e
viraram organizações com muito dinheiro. Um
exemplo disto está no fato de que, no Rio de
Janeiro, tanto a Igreja de Nossa Senhora do
Rosário como a Igreja de São Elesbão e Santa
Efigênia terem sido construídas na região central
da cidade.

Família
Escravos desenvolveram uma ideia de família
próxima das encontradas em religiões africanas: a
família extensa. Muitos laços familiares eram
rompidos quando chegavam ao Brasil e, portanto,
cativos encontraram no apadrinhamento uma
forma eficaz e legítima (frente os olhos dos
senhores, da Igreja Católica e do Estado) de
reconstruírem seus parentescos.
Escravos e libertos batizavam filhos de
companheiros e juravam responsabilidade sobre a
criança caso algo acontecesse com os pais. Foi
uma forma de luta pela liberdade também, uma
vez que padrinhos e madrinhas, principalmente os
alforriados e livres, se comprometiam em
empenhar-se pela obtenção da liberdade de seus
afilhados.

Deuses e entidades africanas


Africanos vindos de regiões islâmicas continuaram
acreditando em Alá e fizeram o possível para
encontrar mulçumanos aqui para cultivar suas
tradições e costumes. Escravos islamizados
criaram redes de contato no Brasil e em diversas
situações sabiam de episódios importantes que
estavam acontecendo na África ou em outras
colônias da América.
Religiões que cultuavam deuses e entidades
africanas eram comuns, mesmo com a igreja e
governo tentando proibir tais práticas. No
Maranhão, africanos minas iniciaram o culto dos
voduns; na Bahia, africanos jejes e nagôs
reverenciavam os orixás. Tanto os voduns como os
orixás eram deuses ancestrais ou heróis de
diferentes sociedades africanas. Conforme ocorria
na religião de diversos povos africanos, cada
pessoa tinha um orixá que lhe acompanhava
durante toda a vida e, para entrar em contato com
seu orixá, a pessoa deveria passar por um ritual de
possessão que era acompanhado de música e
dança. Num período de transe, a pessoa entrava
em contato com a força divina e muitas vezes
conseguia resolver seus problemas.
As crenças foram se desenvolvendo e, no século
XIX, deu origem ao Candomblé. Era formado por
“irmãos de fé”, que eram pessoas com crenças nos
mesmos orixás. Essas pessoas se reuniam em uma
casa ou terreiro comandado por uma mãe ou pai
de santo. Lá, realizavam cerimônias religiosas e
entravam em contato com seus Deuses (búzios).
Outros cultos também surgiram, como é o caso da
Umbanda. Pesquisas levam a crer que seus
primeiros cultos surgiram no Rio de Janeiro na
segunda metade do século XIX. Juca Rosa é
apontado como um dos possíveis fundadores dos
cultos que, mais tarde, daria origem à Umbanda.
Juca Rosa era tido como feiticeiro e era visitado
por escravos e pessoas ilustres da Corte que
recorriam às suas “feitiçarias” para curar doenças
do corpo e da alma. Juca ganhou fama e logo
passou a ser perseguido pelas autoridades.

Resistência Negra
Mesmo enquanto na África, negros eram
escravizados entre as tribos. A escravidão passou a
ser comercial com a chegada de povos externos,
com destaque para portugueses. O escravo era
rentável. Porém, desde o inicio houve resistência,
que muitas vezes foi escondida de livros de
história.
É engano pensar que o quilombo de palmares
tenha sido a única forma de resistência e Zumbi o
único líder.
Algumas das práticas de resistência registradas em
meados do século XVI mostram assassinatos de
senhores e capatazes, suicídios e abortos. Fugas
também aconteciam, mas era o recurso mais
radical, já que era perigoso fugir em território
desconhecido, ainda mais com capatazes seguindo
e punindo fugitivos.
O descobrimento de outro em MG, o avanço
territorial demográfico no século XVIII aumentou
as tensões sociais, politicas e econômicas no país,
principalmente em relação ao uso de mão de obra
escrava. Escravos que trabalhavam em minas
passaram a ter mais meios para resistir, como por
exemplo, o poder de compra da própria liberdade
(às vezes se apropriavam do que era extraído ou
ganhavam uma porcentagem do senhor). Há até
relatos de escravos que passavam a comprar
outros escravos para minerar por eles.
Nas minas as fugas eram mais comuns, já que
escravos trabalhavam em espaços maiores e mais
afastados. Consequentemente, a criação de
quilombos foi mais comum também. Foram
registrados vários quilombos em MG, que muitas
vezes mantiveram trocas econômicas com a
sociedade ao seu redor. Nos quilombos formaram-
se estruturas de poder autônomas sob a forma de
estado e independente da metrópole.
A cora fazia vista grossa sobre os quilombos, já que
estava preocupada com a arrecadação de
impostos.

Afro-descendência no Brasil
Ao virem para cá, Africanos traziam o que sabiam
de suas comunidades. Porém, com o
encerramento do tráfico, relações com a África são
interrompidas e a partir daí surge a cultura Afro-
brasileira.
Em 1850 o comércio interno ganhou força e
acabou com a renovação da presença africana no
país - as tradições se mantiveram, mas nada de
novo foi introduzido.
Até certo tempo atrás houve desejo de tirar do
Brasil toda a herança africana. A utilização do
termo negro era delicada e a elite incentivava a
diferença. Teses eugênicas de “branqueamento” e
de “sobrevivência do mais forte” pregavam que as
“raças inferiores” (negros e mestiços), não
sobreviveriam às dificuldades impostas pela
pobreza. Para eles, a “limpeza” era necessária ao
desenvolvimento e à modernização e ao
revigoramento da raça.
Contudo, no início do século XX, comunidades
negras passaram a exigir seus espaços.
Associações foram criadas e o preconceito passou
a ser denunciado. Nas regiões menos abastadas e
entre habitantes das regiões rurais as tradições
afro-brasileiras continuaram sendo preservadas.
As associações promoveram manifestações
culturais que preservaram as raízes da cultura
trazida pelos escravos africanos. Porém,
afrodescendentes que viviam nas cidades no início
do século XX se afastaram das tradições africanas e
assimilaram dos valores dos grupos sociais
dominantes aos quais desejavam se integrar.
No início dos anos 60, a África começou seu
processo de independência. A partir daí, a história
e a cultura africana se tornaram objeto de
interesse de diferentes grupos, inclusive dos
brasileiros afrodescendentes. Grupos que lutavam
pelos direitos dos negros ganharam força.
Abandonou-se a ideia de se tornar igual ao branco
e renasceu o interesse pela África.
As diferenças culturais existentes entre os povos
passaram a ser respeitadas e valorizadas. O
africano integrou-se à sociedade brasileira e
tornou-se o afro-brasileiro. A música e a
religiosidade são os traços mais evidentes da
presença africana entre nós. Toleradas depois de
um passado de proibições, as religiões afro-
brasileiras são cada vez mais aceitas.

Aula 005
Formas de Resistência

Fuga
Foi uma das formas mais comuns, mas senhores
tinham meios para lutar contra elas, como capitães
do mato. Em cidades grandes, a captura era por
conta da policia. Senhores faziam cartazes e
ofereciam recompensas. Quando recapturados,
escravos sofriam muitas punições violentas.
No geral, havia dois tipos de fuga na história do
Brasil:
1. Fugas por melhorias nas condições de
trabalhos. Escravos fugiam por algumas
horas e retornavam mediante alguma
negociação. Acontecia quando cativos não
podiam festejar ou visitar suas famílias.
2. Fugas para negar a escravidão. Indivíduos ou
grupos fugiam para tentar a vida de forma
alternativa. Embrenhavam-se no mato e
formavam comunidades (quilombos). Outros
iam para a cidade onde podiam se passar por
escravos libertos.

Quilombos
Eram comunidades de escravos fugidios. Lá
construíam famílias, amizades, plantavam e
criavam animais. Chegaram até a comercializar
com indígenas e vilarejos próximos.
Eram muito perseguidos por autoridades e
senhores, mas não eram isolados. Documentos
mostram que fazia muito comércio clandestino
com engenhos, fazendas e cidades próximas. Em
certos casos, quilombolas aproveitavam o cair da
noite para visitar familiares e amigos em cativeiro
ou vice-versa. Escravos não libertos chegavam a
passar horas e até dias nas festas que aconteciam
no mocambo (quilombo).
Palmares foi o quilombo mais conhecido e se
formou em XVII próximo a zona da mata
pernambucana.
No século XVIII, por conta das minas, a maioria dos
quilombos estava no sudeste. Em Minas,
quilombos causavam transtorno às cidades. As
autoridades de Vila Rica (que mais tarde seria a
cidade de Outro Preto) recebiam constantes
queixas de que quilombolas haviam roubado
propriedades ou então estavam impedindo a
passagem em alguma estrada. Quilombolas
também faziam incursões às fazendas e pequenas
propriedades para resgatar cativos.
Autoridades instituíram a figura do capitão do
mato como forma de poder e também milícias
compostas por homens brancos e escravos
libertos. Proibiram comerciantes de negociarem
com quilombolas. Em certo momento, chegou a
ser autorizado que todo quilombola encontrado
tivesse uma de suas mãos decepadas.
A região do RJ que hoje é conhecida como baixada
Fluminense foi palco de negociações frequentes
entre quilombolas e comerciantes. Havia muitos
quilombos na área, pois era para lá que muitos
escravos que trabalhavam no perímetro urbano da
Corte fugiam. A região era afastada, mas ao
mesmo tempo próxima dos grandes centros. Isso
garantia a sobrevivência dos mocambos. Junto à
região que era banhada pelo rio Iguaçu, muitos
cativos também se refugiaram nas matas da
Floresta da Tijuca.

Revoltas e conspirações
Revoltas também foram formas de resistência. Na
realidade, as conspirações de revoltas
preocupavam os senhores mais do que as revoltas
propriamente ditas, já que representavam a
possibilidade do fim total da escravidão.
Indígenas foram responsáveis por diversas revoltas
também. Entre os anos de 1554 e 1567, a
Confederação dos Tamoios foi uma revolta dos
tupinambás contra a tentativa de escravização
pelos colonos portugueses. Liderados por
Aimberê, os tupinambás se uniram e formaram a
Confederação dos Tamoios (que em Tupinambá,
significa o “mais velho”). A primeira batalha foi
vencida pelos Tamoios.
Com ajuda dos padres Manuel da Nóbrega e José
de Anchieta, as lutas pararam por um ano. Porém,
durante esse ano, colonos portugueses se
armaram e reiniciaram o processo de escravização
dos índios tupinambás.
Na segunda parte dos confrontos, Tupinambás
tiveram apoio de franceses que desejavam fundar
aqui uma França Antártica. Contudo, Mem de Sá,
governador geral, ofereceu reforço aos
portugueses e a rebelião teve fim em janeiro de
1567 quando Aimberê foi morto.
Além da confederação de tamoios, é possível
destacar Guerra dos Aimorés (1555-1673) e a
Guerra dos Potiguares (1586-1599) no século XVI.
No século seguinte ocorreram o Levante dos
Tupinambás (1617-1621) e a Confederação dos
Cariris (1686-1692).

Revolta dos Malês


Foi um movimento de escravos e libertos, em
especial os nagôs, que eram africanos
muçulmanos que sabiam ler e escrever em uma
época em que a maioria dos homens brancos e
livres não sabiam.
Faziam reuniões escondidas na cidade e marcaram
a revolta para 25 de janeiro de 1835, dia de Nossa
Senhora da Guia. Durante as festas, escravos
podiam andar com mais facilidades pelas ruas de
Salvador, e isso despistaria policiais.
Porém, na noite anterior, foram delatadas à polícia
e então diversas patrulhas foram colocadas nas
ruas. Sessenta africanos foram encontrados e,
surpresos, tiveram que antecipar o momento de
batalha.
Embora o número de escravos fosse alto, as
autoridades estavam preparadas e conseguiram
controlar a revolta. Os principais líderes ― três
escravos e dois libertos, todos africanos ― foram
fuzilados. Libertos foram deportados para a África
e escravos açoitados em praça pública. Mesmo
assim, o levante dos Malês fez com que as
autoridades redobrassem sua atenção, sobretudo
na província da Bahia.

O levante de São José do Queimado


Aconteceu quatorze anos depois da revolta dos
Malês em São José do Queimado, hoje parte do
município da Serra no ES.
Em 1844, o capuchinho italiano Gregório José
Maria de Bene chegou com a obrigação de
catequizar índios da região. Ele conseguiu
arrecadar fundos para construção de uma igreja,
que foi construída com ajuda de escravos. No ano
de 1846, ela foi batizada de igreja São José. Para
conseguir ajuda escrava, Gregório Bene havia
prometido a alforria para os escravos alegando ter
proximidade com a Família Real. Na manhã
inaugural da igreja, cerca de 200 escravos foram
exigir as cartas de alforria do padre. Como era de
se esperar, ele não havia assinado nenhuma carta,
o que levou os escravos a iniciarem um levante. Na
tarde, mais escravos se uniram ao levante e
caminharam para as fazendas a fim de obrigar que
os senhores assinassem as cartas.
As autoridades logo ficaram sabendo e no dia
seguinte a polícia já estava no local. Contando com
o apoio da população livre, as autoridades foram
eficazes no único confronto armado que tiveram
com os escravos, que fugiram para as matas.
Conforme eram capturados nas matas, os escravos
eram entregues aos seus senhores que se
encarregaram pessoalmente das punições.
Apenas 36 dos 300 escravos envolvidos foram
presos e julgados: 6 foram absolvidos, 25
açoitados e 5 considerados líderes foram
condenados a forca.
Contudo, na madrugada anterior à execução, 3 dos
5 líderes conseguiram fugir. Todavia, João e Chico
Prego, os dois escravos que não conseguiram fugir,
foram enforcados.
O padre Gregório acabou cedendo ao vício da
bebida e, em setembro de 1849, embarcou para a
Corte.

Legado dos povos indígenas e afrodescendentes

Indígenas
Mistura de culturas começou no momento em que
português chegou. Ela passa a mudar também com
a chegada de africanos. A cultura formada é a
cultura de contato, onde uma influencia na outra.
Claramente a cultura que predominou foi a do
português, porém, eles também sofreram
influências significativas. Eles adotaram hábitos
indígenas muito rapidamente, já que estavam
longe de seu ambiente natural e precisavam de
procedimentos ameríndios para facilitar sua
sobrevivência e seu desenvolvimento numa terra
tropical desconhecida e distante.
Já os indígenas, apesar de propensos à
aculturação, resistiram ao processo. A relação com
portugueses foi conflituosa, visto que nativos eram
vistos em condição de dominação. Além disso, a
relação era difícil, pois havia muita diversidade
linguística, religiosa e cultural.
De início, a influência indígena foi coloca em
segundo plano, já que o objetivo era a catequese.
Com a expulsão dos jesuítas, índios foram
relegados à inferioridade, como aconteceu com os
negros e sua cultura.

O ressurgimento do índio
No século XIX, o índio passa a ser notado
novamente. José de Alencar e Gonçalves Dias
escrevem narrativas romantizadas sobre índios. As
obras dos autores passam a chamar a atenção
para esse tema. Num momento de mudança no
país, o índio ressurge de maneira romântica e é
recolocado nos debates.
No século XX, Oswald de Andrade enfatizou a
importância da cultura indígena com o Manifesto
Antropofágico. Na semana de arte moderna, ele
chama a atenção da elite para o assunto. A elite,
que almejava modernização, passa a chamar a
atenção para essa matriz étnica. A partir daí, há
exaltação do passado anterior à chegada dos
portugueses, valorização do estudo das línguas
indígenas e defesa do índio como símbolo
nacional.
A ideia ganha mais força com obras de Gilberto
Freyre em 1930, que enalteceu a contribuição
indígena para a formação da cultura brasileira.
No Governo de Getúlio Vargas ocorreu uma
expansão do interesse pela cultura indígena e
políticas indigenistas.
Mesmo com aprofundamento das questões
indígenas, índios teriam que lutar por seus direitos
e expressar seus próprios pontos de vista em
relação a sua terra, comunidade, cultura e história.
Em 1980 houve uma reação indígena, auxiliados
por pessoas envolvidas em questões étnicas e
ecologias, em prol dos seus territórios.
Em 1988, há Inclusão de alguns artigos na
constituição, que lhes garantia direitos, entre eles
suas terras.

Legado indígena
Muitos aspectos do dia a dia brasileiro são
indígenas:
• Palavras incorporadas ao português;
• Os objetos;
• As técnicas de manejo do ambiente
(coivara);
• As espécies domesticadas;
• Conhecimentos de medicina.

Africanos
Os africanos eram uma variedade de povos com
sistemas muito próximos de símbolos, ritos e
crenças.
Com a vinda deles ao Brasil, a cultura afro-
brasileira foi se desenvolvendo. Mesmo assim, ela
se relacionava com a cultura europeia dominante.
O homem europeu tinha uma cultura
“civilizadora”, porém, o português foi obrigado a
aceitar alguns aspectos africanos, como na
lavoura, onde quem conhecia as técnicas eram os
negros.
As tradições africanas, apesar da perseguição da
igreja, ganhou notoriedade no Brasil. As
habilidades de sacerdotes africanos em lidar com
folhas, drogas e venenos despertavam
desconfiança dos senhores. Eles eram vistos como
líderes pelos escravos e procurados por senhores.
A denominação mais antiga para rituais religiosos
de matriz africana é Calundu. No Brasil, ele sofre
influência da igreja católica, mas também
influencia. Desse sincretismo surgiram várias
características do catolicismo brasileiro.
Do sincretismo nasce também o Candomblé, que
Candomblé não é parecido com nada praticado na
África ― surgiu do contexto brasileiro. Ele era
constituído de um espaço de recriação de laços de
família e reconstrução dos vínculos de identidade
no novo contexto. Os negros reinventaram suas
tradições.

Cultura e religião hoje


É importante não considerar as religiões e a
cultura como fixa que não sofrerem mais
influências. Hoje elas são mais livres e mais
discutidas e, consequentemente, mais aceitas.
Cultura afro-brasileira é aquela reinventada no
Brasil, sob as novas condições e os novos tempos,
sempre em transformação.

Aula 006
Teorias Raciais do século XIX
Na segunda parte do século XIX o Brasil era ainda
um dos únicos países na América que dependia de
mão de obra escrava, presente em diversas partes
da sociedade – escravos negros foram parte dos
pelotões que lutaram a guerra do Paraguai, por
exemplo.
O Brasil estava num período de construir sua
história e memória, e precisava de um herói
nacional. O movimento indianista, no
Romantismo, transformou o índio nesse herói e
bom moço e levantou debates, no cenário
intelectual, sobre a questão do índio no Brasil.
Contudo, ao mesmo tempo em que exaltava o
índio, diminuía outras parcelas da população.
Os estudos das relações sociais no Brasil sempre
acompanhou a tentativa de criar uma população
independente e soberana. Estudos que se
dispunham a examinar a sociedade esbarravam no
problema das raças, que foi peça fundamental das
ciências não só aqui como em todo o mundo.
George Cuvier foi o primeiro a usar o termo raça
no contexto científico. A definição científica de
raça apareceu numa época em que ideais
igualitários emergiam, vindos da revolução
Francesa. Essa contradição acabou reacendendo
debates entre monogenistas e poligenistas.
 Monogenistas – acreditavam que todas as
espécies eram de mesma origem e que
diferenças eram consequência da maior ou
menor proximidade com o Éden.
 Poligenistas – acreditavam que não há
origem comum entre espécies, e que cada
tipo de espécie tinha seus núcleos de
produção específicos.

Algumas disciplinas surgiram por conta do


poligenismo: antropologia criminal (criminalidade
como algo genético), frenologia (estudo da
capacidade humano de acordo com o tamanho do
cérebro) e craniologia (estudo do crânio).
Em 1889, Darwin lança “A Origem das Espécies” e
causa alterações no conceito de raça. Poligenistas
e monogenistas adaptam as visões de Darwin as
suas vertentes, mas, como o período é de
questionamento á igreja católica, poligenistas
saem na frente.
Teorias como a sociologia evolutiva de Spencer e o
determinismo de Buckler ganham forças.
Diversidade cultural passa a ser visto como
diferença e, quanto mais longe uma espécie
estivesse da outra, melhor seria. Homens foram
divididos e hierarquizados. A miscigenação passou
a ser vista como um erro e subversão ao sistema.
A publicação de Darwin e questões sobre a
evolução gerou necessidade de um novo sistema
explicativo. Assim, a antropologia social surgiu
com a ideia de que o homem tinha sim uma
origem comum, mas diferenças eram vistas como
etapas diferentes de um processo evolutivo.
Ao mesmo tempo, surgem perspectivas
deterministas. A primeira, de Ratzel e Buckle dizia
que o desenvolvimento de um país está
relacionado ao meio físico. A segunda, o
“darwinismo social” dizia que miscigenação era
algo negativo, já que transmissão de
características adquiridas não era possível. Escolas
deterministas defendiam hierarquização e
superioridade de uma raça. A ideia serviu de base
para a Eugenia, que acredita que progresso só é
possível em sociedades puras.
A eugenia serviu bem a Europa, que já acreditava
ser um grupo superior e que desta maneira
civilizaria outros povos. Os EUA também
provaram, na época, que se desenvolvimento se
deu ao fato de terem evitado a miscigenação.
O Brasil foi uma colônia até 1822 e por isso essas
ideias chegaram aqui e caminharam junto com a
formação da identidade nacional. As primeiras
ideias de Brasil se deram com museus, institutos
geográficos e faculdades de direito e medicina. O
nacionalismo e ciência se misturavam, mas traziam
consigo uma questão: o problema da mestiçagem.
A ideia de supremacia branca parecia se
comprovar no Brasil, mas a massa de mestiços
lembrava a todo o momento que o Brasil era uma
nação majoritariamente mestiça, o que inibiria o
progresso.
O país virou um laboratório vivo para cientistas,
como Thomas Buckle, Arthur de Gobineau e Louis
Agassiz que analisaram o fenômeno da
mestiçagem aqui. Contudo, as conclusões não
foram esperançosas. Porém, aceitar e reproduzir
essas teorias iria prejudicar a construção do país.
Cientistas brasileiros precisavam de uma resposta
original ao problema da mestiçagem, descartando
o que era problemático para a construção de um
argumento racial no país.
Debates se agravaram com abolição da escravidão.
Abolicionistas defendiam a liberdade, mas tinha
dúvidas sobre a igualdade de direitos, por conta do
contexto racialista. Quando essa discussão passou
a fazer parte de assuntos ligados à cidadania no
Brasil, a importação de teorias deixou de ser
suficiente.
Neste momento marcado por abolição,
proclamação da república e necessidade de
criação de uma unidade nacional, a raça se torna
problema para intelectuais brasileiros. Segundo
Renato Ortiz, havia um dilema: “como tratar a
identidade nacional diante da disparidade racial?”.
Nesse contexto, os cientistas sociais Silvio Romero,
Nina Rodrigues e Euclides da Cunha se incumbiram
da tarefa de pensar e colocar o Brasil no caminho
da civilização. A mestiçagem e principalmente o
elemento negro foram o foco de seus trabalhos e
serviram para a formação de uma determinada
ideia de Brasil. Os três cientistas identificaram a
diversidade racial como entrave para
desenvolvimento do país. Viam a fusão de raças
como causador de atrasos, o que serviu para
viabilizar políticas de desenvolvimento, entre elas
o branqueamento.

Identidade nacional
A imagem do Brasil é de um país mestiço e
harmônico. Vários romances também fortalecem
essa ideia. Porém, a realidade é diferente.
Durante o século XIX, por conta do etnocentrismo,
a ideia de mestiçagem não era boa e rebaixava
índios e negros. Muitos estudiosos acreditavam
que o desenvolvimento não seria possível aqui,
por conta da mistura de raças.
Contudo, o contexto no Brasil era ambíguo: visão
etnocentrista ao mesmo tempo em que
proclamação da republica trazia ideia de que todos
eram iguais perante a lei. Na sociedade, porém, a
realidade era diferente. Negros e indígenas era
vistos como inferiores. A pobreza entre esses
grupos era vista como incapacidade dessas raças
de se desenvolverem.
A ideia de que miscigenação era algo ruim foi
incorporada por brasileiros e suas instituições de
ensino. Silvio Romero, da escola de direito de
recife, defendia que miscigenação poderia levar ao
branqueamento, que era o ideal difundido da
época.
João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional
do RJ, disse que com a entrada do século XXI, os
mestiços teriam desaparecido do Brasil e que
negros já estariam extintos. Roquete Pinto, diretor
do I Congresso Brasileiro de Eugenia, previu que
em 2012 a população seria composta de 80% de
brancos e 20% de mestiços, sem negros ou índios.
No Brasil, a eugenia não foi marcada por
extermínio como na Europa, mas pela ideia de
branqueamento.

Indígenas
Sobre eles havia duas visões diferentes: a da
romantização, ajudada pela literatura, e a de
barbárie, que seria um obstáculo para o
desenvolvimento. Houve até ideia de extermínio
indígena.
José Bonifácio de Andrada e Silva era influente e
tinha uma ideia mais romântica sobre os
indígenas. Sua ideia era de integração aos índios
na sociedade, por meio de casamento entre
brancos e indígenas, por exemplo.
Não existia a ideia de respeito a cultura indígena,
somente a ideia de integração deles ao modelo de
sociedade vigente.

Século XX
A partir dos anos 30, há crescimento e
industrialização do país e ideia sobre miscigenação
se modifica. Era interessante para o governo
Vargas integrar pessoas a fim de fazer o país
crescer economicamente.
A identidade nacional passa a ter ideia de
integração. A visão não era mais de raças
diferentes, mas sim de culturas distintas. Surgem
nessa época os símbolos do Brasil: feijoada,
samba, capoeira, etc.
A obra Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre
ajudou a passar uma imagem positivada do
mestiço e o colocou como produto genuinamente
nacional.
Houve a criação do Serviço de Proteção aos Índios
e Localização de Trabalhadores Nacionais, que
tinha como objetivo principal a integração
indígena. O órgão visava a convivência pacífica, ao
mesmo tempo em que desejava povoar o interior
com indígenas que pudessem aumentar a
produtividade agrícola em suas terras.
Em nenhum momento, até então, a ideia foi de
valorização da cultura indígena.

Você também pode gostar