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Sam Crescent-Cape Falls 06-Love My Pain
Sam Crescent-Cape Falls 06-Love My Pain
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Cape Falls 06 - Love My Pain
Ele quer que Isabel pare, mas ela não sabe se pode. Não há
maneira fácil de ajudá-la. Mas ele não vai embora como muitas
pessoas em sua vida. Ele não deixará de amá-la e nem de ampará-
la.
Isabel pode encontrar a força para ver que não precisa mais
se machucar?
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Ela fez isso novamente, embora ele tivesse ordenado que não se
machucasse. Edward Banner agarrou a parte de trás do seu pescoço
enquanto caminhava para fora da sua própria masmorra pessoal.
Estava tão louco que podia sentir o gosto. Ele foi ao Control, o clube
para dominantes que era de propriedade do seu amigo, William.
Edward era necessário lá e agora estava muito chateado. Se não
precisasse estar em outro lugar, Isabel não teria se machucado.
Porra!
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cortando. Ela parecia uma viciada em drogas recebendo sua próxima
dose, só que tirava sangue do seu corpo. Edward acreditava que
poderia ajudá-la. Agora não tinha tanta certeza. Como poderia ajudar
alguém que claramente tinha alguns problemas muito sérios? Que tipo
de pessoa se corta? Tentou levá-la para conversar com um médico, mas
ela não aceitou. Ele queria que fosse ao aconselhamento, mas ela disse
que não. Não havia como forçá-la, mesmo que quisesse.
Não que Isabel fosse sua mulher. Não. Estava apenas ajudando-
a. Nada estava acontecendo entre eles e nunca aconteceria.
Edward olhou para cima para ver Ryan, um dos Dons do clube,
vindo em sua direção. Ryan era uma pessoa regular de Cape Falls e,
uma vez que a cidade tentara fazer uma mudança, Ryan se assumiu
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como um homem dominante. Agora trabalhava no Control e se
divorciou da mulher com quem foi forçado a se casar e odiar.
Cape Falls não era uma cidade muito boa. Era um lugar antigo
com valores antiquados. Até um ano atrás, eles acreditavam que os
casamentos deveriam ser arranjados e que o lugar de uma mulher era
dentro de casa. Foi preciso terem descoberto sobre uma gangue que
havia cometido estupros contra as mulheres, para que a cidade
finalmente percebesse a verdade. Gabriel, o xerife da cidade, os forçou
a enxergar a verdade, mostrando as evidências. Desde então, a cidade
estava tentando se corrigir, para finalmente entrar no século vinte e
um.
— Obrigado.
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— Você conhece Isabel Benson.
— Se machuca?
— Eu não sei.
— Você está cuidando dela e não descobriu por que está fazendo
isso?
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— Você pode sair.
— Não, acho que preciso ficar. Você pode precisar de ajuda com
isso.
— Não, se ela quiser que você vá embora, então você irá, porra.
—Isabel, Ryan está aqui. Tudo bem se ele ficar ou você prefere que
ele vá embora?
Ela olhou para ele que viu suas lágrimas. Percebendo quão
emocionalmente machucada ela estava. Ele estava completamente
fodido.
Olhou para a coxa dela. O sangue escorria pela perna e ele estava
puto. Deveria ter cuidado da sua lesão em vez de prendê-la.
Sem dizer uma palavra, foi em sua direção e a ajudou a sair das
correntes, movendo-a em direção à espreguiçadeira que havia no canto.
Ele não disse uma palavra enquanto olhava para o corte em sua coxa.
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— Não peça desculpa — ele disse. A última coisa que precisava
ouvir era outro pedido de perdão. Era tudo o que ela dizia e ele estava
cansado de ouvir. — Você precisa ver ou conversar com alguém?
— Não estou.
— Você está.
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sabia nada sobre autoflageladores ou do que eram capazes. Eles se
machucam pela dor? Pela adrenalina?
Edward fez uma pausa e olhou para Isabel. Sophie era a irmã
mais nova. Isabel foi deixada para cuidar da irmã enquanto seus pais
fugiam e Deus sabe o que mais. Foi a responsabilidade por sua irmã
que a levou a começar com os cortes?
Que diabos deveria fazer? Estava perdido sobre isso. Suas coxas
e até os braços estavam marcados por feridas antigas. A visão do
sangue não parecia perturbá-la. Ela vestia roupas que cobriam as
marcas. Ninguém sabia o que fazia. Todos apenas a olhavam como uma
mulher normal. Ela era normal?
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Isabel olhou para Edward e se perguntou o que poderia fazer para
fazê-lo feliz. Ela era uma decepção. Seu coração doía enquanto o
observava limpar sua ferida. Era uma bagunça completa e total. Todos
disseram isso durante toda sua vida. Todos a deixaram e ela sabia que
estragaria tudo com Edward, assim como fez com todo o resto. Tudo o
que fez foi tentar ajudar, mas simplesmente não conseguia parar de
arruinar tudo.
— OK.
— O clube BDSM?
— Devagar.
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estocar o bar principal. A parte BDSM do clube não permite álcool. Sei
que está ficando louca aqui sem fazer nada.
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Ela explodiu rindo.
— Não é nada.
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— Já lhe disse para me dizer quando algo está errado ou se você
não gostar de alguma coisa. Agora é um desses momentos.
Mais uma vez, ele queria que ela falasse sobre o que pensava.
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— Como pretende impedir isso?
— Posso esperar por mais. Não quero que você se apresse com
toda a história.
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Sua bagunça. Ela não disse mais nada enquanto ia para a
cozinha. Quando entrou, olhou em volta e viu todas as facas que ainda
estavam no lugar. Ele não tentou escondê-las. Não era estúpida o
suficiente para usar uma faca.
Ela quis dizer o que disse para ele na masmorra. A última coisa
que queria era morrer. Gostava de viver, especialmente agora. Sophie
estava cuidada e Isabel conseguia cuidar de Edward. Cozinhando para
ele, lavando a roupa e cuidando da sua bela casa.
Não.
Estava sentindo.
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Edward não voltou a falar, manteve sua promessa. No dia
seguinte, a levou para o Control. Era o único clube BDSM da cidade e
foi através do seu amigo, William, que Edward havia chegado a Cape
Falls.
— Não sei se é uma boa ideia. Mas desta forma, sei que ela não se
machucará. — Ele não podia entrar em outra sala e vê-la usando a
lâmina em seu corpo novamente.
— Não sei o que é, só sei que quero que ela pare. — Ele se sentia
indefeso e era uma emoção que não estava acostumado.
— Você percebe que ela não é problema seu? Não é sua submissa
ou sua mulher.
— Isso é fodido demais. Não virarei as costas para ela. — Ele olhou
para Isabel. Seu cabelo loiro estava puxado para trás em um rabo de
cavalo. Ela vestia um jeans e uma camisa branca de manga comprida.
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Para quem a olhasse, era como a garota da casa ao lado. Doce,
charmosa e bonita. Ele sabia que, debaixo dessas roupas, ela tinha
uma bandagem em uma coxa e o interior dos seus braços tinham várias
cicatrizes. Algumas desapareceram e outras ainda eram novas.
Edward não queria ser como todo mundo em seu passado. Todo
mundo simplesmente se afastou, deixando-a. Ele era o cara que se
afastava e não queria mais ser assim. Quando olhava para Isabel,
queria ser seu tudo. Poderia ajudá-la. Sabia disso em sua alma.
— Sei que tipo de cara sou, quando se trata de Isabel, não posso
sair. Eu não vou. — Ele havia tentado. Após testemunhar pela primeira
vez ela se cortando, tentou ficar longe. Durou um dia inteiro. Ficou
louco imaginando o que diabos ela estava fazendo e não estava apenas
se preocupando. Gostava da companhia dela. Era divertida. Houve
momentos no ano passado, quando pôde esquecer o que ela fazia. Nem
tudo era sobre os cortes. Isabel adorava assistir filmes, ler livros, falar
sobre tudo e qualquer coisa. Adorava ouvir sobre crescer na Inglaterra,
algumas das palavras que ele dizia como lixo, idiotas, besteiras e coisas
assim.
Passar o tempo com Isabel o fazia se sentir vivo, mesmo que fosse
mais velho do que ela. Uns bons dez anos, certo, muito mais velho.
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Nem queria pensar sobre a diferença de idade. Para ele, a idade não
importava. Era uma jovem linda e havia momentos em que olhava em
seus olhos e estava convencido de que ela estava gritando, chorando,
pedindo ajuda. Ele queria ser o único a ajudá-la.
— Não, desculpe.
— Fale baixo.
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— Ela precisa ir para o hospital? — William perguntou. — Se ela
é tão assustadora e está ruim, realmente tem que procurar
profissionais.
— Não é desse jeito. É ... não sei. Posso falar com ela. Posso fazer
isso, ok? Não é como se virasse as costas e ela se cortasse. Não é uma
ocorrência regular. Não é como se todas as semanas na sexta-feira às
três horas, se cortasse. — Edward passou a mão pelo rosto. — Estou
trabalhando nisso. Ela não quer ver ninguém, já lhe perguntei isso.
Não quer. Não a jogarei em algum tipo de hospital para que eles possam
lhe picar e cutucar. Não desistirei dela. Sou o único que se importa com
isso. — Não pôde evitar dizer exatamente como se sentia.
— Você está indo bem, Edward. Ela parece bem para mim. —
William inclinou a cabeça em direção ao bar. — Eles estão apenas
conversando e se divertindo. Acalme-se, porra, antes de causar
problemas aqui. Você é o único que vejo que está com algum problema.
Edward não podia negar isso. A lesão que tinha visto era algo que
não conseguia tirar da cabeça. Estava tão preocupado e, ainda assim,
Isabel claramente estava se cortando há muito tempo. Ela costumava
encobrir, escondendo a evidência. Sua própria irmã não sabia o que
estava acontecendo.
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— Você queria?
Ela assentiu.
O olhar dela foi para Edward e ele observou enquanto ela mordia
aquele lábio gordo que estava morrendo de vontade de afundar os
dentes.
Quando Edward viu pela primeira vez o que ela fazia, lutou com
seus próprios demônios. Quando Isabel chegou pela primeira vez,
estava mais focado em tentar obter sua ajuda, conhecê-la e ajudá-la
com a irmã. Então a irmã dela foi embora e eram apenas os dois,
íntimos. Agora, lutava consigo mesmo por causa dos seus cortes,
mesmo que por diversas vezes a forma como olhava para ele lhe dava
a certeza de que queriam as mesmas coisas.
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— Essa é uma boa ideia. — Edward lhe ofereceu o braço. — Você
quer vir comigo?
— Adoraria um tour.
Esta era a primeira vez que ele a levava pelo clube. Control era
uma boate na frente e um clube BDSM na parte de trás. Havia muitos
membros. A maioria deles de fora da cidade, mas nos últimos meses,
alguns dos locais se juntaram. Ryan era um deles e estava treinando
para ser um Dom.
— Como disse, ouvi rumores. Não sei o que é real e o que não é.
Estou sempre aberta.
— Ambos?
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— Não. Não me importo.
Edward fez uma pausa para olhar nos olhos dela. Ela estava
mordendo aquele lábio, mostrando-lhe que estava nervosa.
— Ah.
— Sim.
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conhecido você se estivesse lá. — O sorriso dela valia cada segundo de
preocupação. Observou como ela colocava um pouco de cabelo atrás
da orelha e o calor encheu suas bochechas. Ele a fez corar.
—Sim, estou.
Ela assentiu.
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lhe dava o tour como se estivessem em algum tipo de museu. Ele estava
falando um assunto sério e ela não conseguia se concentrar nem por
alguns minutos.
— Minha masmorra.
— Hã?
— Ah.
— O que foi?
— Sim.
Como ela ficaria se ele trouxesse outra mulher para casa? Não
que isso fosse problema seu, mas o próprio pensamento a machucava
muito.
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— Não falaremos sobre isso, certo?
Ele deu vários passos e Isabel não pôde evitar entrelaçar os dedos,
esfregando as mãos, ela estava entrando em pânico. Gostava de
Edward. Gostava muito dele.
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tornava ainda mais tentador. Quando era garçonete no restaurante, viu
muitas mulheres interessadas nele.
Cape Falls era uma cidade de merda. Ela odiava isso aqui. Se
pudesse, teria deixado esse lugar há muito tempo, como seus pais. Que
a deixaram com Sophie e agora não havia como ela sair.
Queria ser tudo para ele e algo mais. Poderia até mesmo ser
possível para ela encontrar algo especial com ele?
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Ela observou enquanto sua feição ficava tensa.
— Até que você encontre uma submissa que queira jogar nesse
lugar.
A língua dele passou por seu lábio e ela se abriu para ele. Nunca
tinha sido beijada antes e Edward estava tornando seu primeiro beijo
memorável. Ela passava a maior parte das noites sonhando com isso.
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experiência. Ela o queria, ansiava por seu toque e precisava dele mais
do que qualquer outra coisa.
— É por isso que não terei uma submissa, Isabel. Não há mais
ninguém que eu queira além de você.
— Por quê? — ela perguntou. Não havia motivo para não poderem
estar juntos. Nada os impedia.
Ele bateu em sua coxa onde ela havia se cortado na noite passada.
— Posso parar.
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— Posso fazer isso. — Ela seguiu instruções a vida toda. Isabel
sabia melhor do que qualquer outra pessoa como segui-las.
Ela assentiu.
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com a qual tinham que viver. Ela estava lidando com isso há muito
tempo.
Isabel lambeu os lábios. Parte dela queria mentir, mas sabia que
também não seria correto.
Não importava o que precisava fazer. Faria tudo o que ele quisesse
e seria qualquer coisa que precisasse que fosse.
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Levar Isabel em um tour não foi tão ruim assim. Edward estava
achando tudo surreal quando se tratava dela. Ela queria ser sua
submissa, mesmo sem saber de tudo.
— Fale baixo.
— Ela está distraída. Nunca diria nada que ela realmente pudesse
ouvir. Eu tenho alguma educação.
— Hã?
— Sim. Minha esposa era gay e nos casamos porque nossos pais
queriam e não porque queríamos. Você certamente chegou a uma
cidade estranha.
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— Gosto de estranho. É o normal que não aguento. — Ele olhou
para Isabel, tentando entendê-la. Em um momento, ela parecia tão
frágil que imaginar uma vida juntos parecia fora de questão. Ele achava
que isso era porque sabia sobre os cortes.
— Pela maneira como ela te olha, acho que terá que ser cuidadoso.
— Ryan estava limpando seus óculos energicamente. Edward notou
que ele gostava de tudo perfeito, limpo, mesmo na sua sala de jogos.
— Está apaixonada por você e se isso não for amor, significa que
ela tem sentimentos profundos, amigo.
Ryan o interrompeu.
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irmãzinha nasceu, ela fez tudo o que pôde para cuidar dela. Durante o
ensino médio, teve empregos para ajudar a pagar as contas.
— E os pais dela?
Tudo o que ele queria era fazer a coisa certa por ela.
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— Ela estava preocupada que eu encontrasse outra mulher. Acho
que está preocupada comigo expulsando-a ou algo assim.
— Isso faria sentido. Por toda sua vida ela colocou os outros em
primeiro lugar, mas agora acho que quer você e não sabe como lhe dizer
isso. Provavelmente tem medo que você veja alguma falha nela ou
encontre outra pessoa. Vi a maneira como Isabel te olha, Edward.
Como se sente sobre ela?
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outro dia para reclamar sobre uma menina com uma saia curta. Era
indecente e pecaminoso me disseram.
— Só estava curioso.
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submissos no clube poderia ser ruim para ela. Isabel se machucava
fácil e ele realmente não sabia como reagiria a esse tipo de estilo de
vida. Não queria apressá-la.
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Ele não os convidou para sua casa ao longo do último ano. Ao ver
todos regularmente no Control, não via o ponto de convidá-los para sua
casa.
— Tudo bem, mas não tenho amigos, então tudo está mais que
bom.
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Isabel olhou para o menu do sofisticado restaurante italiano. Ela
nunca esteve em um lugar tão grande. Edward os tirou de Cape Falls
e os levou em direção a um restaurante da cidade vizinha.
Ela sorriu.
— Sim, perfeito.
Ele sorriu.
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— Você não estava nem ouvindo.
— Sim, estou.
Edward se inclinou tão perto que sentiu sua respiração contra seu
rosto.
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— Queria te dobrar sobre a mesa, levantar sua saia, puxar sua
calcinha para baixo e colocar meu pau tão profundo dentro da sua
boceta que você não poderia andar corretamente por dias.
Edward riu.
— Acho que você teria gritado comigo, querida. Mas, não acho que
ficaria tão chocada.
— Eu não…
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Ela franziu a testa. Eles realmente não falaram sobre isso. Além
dele ficar com raiva e, depois de alguns momentos tensos, tudo pareceu
desaparecer ao fundo. Esta foi a primeira vez que alguém falou com ela
assim.
— Por quê?
— Estou sozinha.
— Não! Você não está sozinha. Isabel, olhe para mim, querida.
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— Você começará a remover outros objetos da casa agora? As
facas da cozinha? — perguntou ela.
Está sim!
Foi legal. Mais do que legal. Ele acariciou até as pontas dos seus
dedos e então a agarrou.
— Não sei.
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Ela sabia que não se importava com a dor, pois a sensação da faca
afundando em sua carne era um alívio bem-vindo. Havia sempre o
ponto em que doía demais e ela parava. Isso nunca foi um problema
antes. O corte dava-lhe um alívio e nunca realmente analisou sobre o
que gostava nisso. Era o controle, a sensação de poder fazer algo que
ninguém mais poderia. Ser punida por Edward seria diferente? Poderia
lidar com esse tipo de dor?
— Estou dentro.
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Edward ficou na porta do porão, ou como gostava de pensar, sua
masmorra do prazer. Antes mesmo da casa ter sido equipada com
móveis, ele se certificou que este quarto fosse perfeito. Ser um Dom
estava no sangue dele. Era o que apreciava, o que ansiava. Agora,
queria Isabel mais do que qualquer outra coisa no mundo.
— Sim.
Isso foi um longo tempo se cortando. Merda. Isto era como sua
Bíblia, sua forma de vida e ela estava entregando a ele. Isabel realmente
queria isso e quando olhou nos olhos dela, viu a força dentro deles.
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— Ninguém mais sabe? — ele perguntou.
— Ok.
— Agora, nós não temos nenhum acordo real, então você pode ser
exatamente como é.
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— O que você quer dizer?
— Meu foco será te agradar, Isabel. Esta não é uma via de mão
única. Minha missão será dar-lhe prazer, trazer mais amor, alegria e
estrutura para sua vida.
— Foi difícil não fazer isso. Sou novo nisso, Isabel. Cometerei
erros, assim como você. A partir deste dia, não haverá mais cortes.
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— Posso fazer isso. — Ela estava esfregando as mãos e Edward
segurou as duas.
— E se eu não quiser?
Ela assentiu.
— Pode ser. Isto é somente sobre mim e você, e será mais fácil.
Não se preocupe com qualquer outra coisa.
— Gosto de conforto.
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Hardcore é uma palavra inglesa que não possui uma tradução literal na língua portuguesa, mas pode ser interpretada com o
significado de “algo feito ou executado de forma extrema”.
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— Eu também. — Ela colocou um pouco de cabelo atrás da sua
orelha.
— Não. Sei que você não esteve com mais ninguém. Quero saber
sobre a primeira vez que você se cortou, como se cortou, por que fez
isso?
— Por favor.
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Ela fez uma pausa e ele observou como estava respirando
profundamente. Ele segurou suas mãos. Este dia, qualquer que fosse,
mudou a mulher na frente dele. Aos treze anos, ela se cortou e
encontrou alguma coisa e continuou a fazê-lo até os vinte e cinco anos.
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— Mamãe e papai foram investigados. A senhora nos julgou mais
do que adequados e depois foi embora. Meus pais mostraram que nos
forneciam um teto sobre nossas cabeças, comida e nós íamos para a
escola. Não tínhamos contusões de nenhum tipo, nunca nos
machucaram. Por que nos levariam para longe de pais que nos
tratavam bem? A cidade de Cape Falls, também não gosta de estranhos
e todos apoiaram meus pais. Quando ela saiu, meus pais,
simplesmente... estavam tão bravos e tão desapontados comigo.
Disseram-me que deveria ter mantido a boca de Sophie fechada, que
se precisasse de comida, então deveria ir à loja. Continuavam gritando
e ameaçando, com raiva, tudo estava se acumulando e eu não sabia o
que fazer ou o que pensar e, finalmente, eles saíram do trailer para ir
buscar Sophie porque eu era inútil. Não equivalia a nada e estava
sozinha.
— Sei qual é.
— Peguei isso e bati na minha coxa. Foi só.... Não sei por que fiz
isso, só que não consegui parar. Eu usava um jeans desbotado, é o tipo
de tecido grosso, mas consegui atravessar, senti a dor contra a pele e
apertei ainda mais até finalmente perfurar a pele. No momento em que
a pele se rompeu, parei. — Ela respirou fundo. — Eu consegui respirar,
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pude pensar com mais clareza e entender o que aconteceu. Não consigo
nem começar a descrever como foi... libertador. Fiquei finalmente livre.
Eles não podiam controlar isso, nem poderiam tirar isso de mim.
— Ela ainda não sabe. Por um longo tempo, alguns meses, não fiz
nada. Era meu segredo, sabe. Foi bom ter um segredo, então tudo
começou a se acumular novamente e o compasso simplesmente não
funcionou como da última vez. Papai tinha esses aparelhos de barbear
antiquados com lâminas. Ele gostava de ter um barbear bem rente. Eu
estava no nosso minúsculo banheiro e ele os havia deixado lá. Muitos
deles. Nem me lembro do que pensei. Peguei um, olhei para a lâmina e
era como se estivesse fora de mim. Não tinha nenhum controle. Era
apenas um meio para o que eu queria que acontecesse. Eu mantive
essa lâmina e guardei os outros longe para que Sophie não se
machucasse.
— Sim.
— Sim.
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— Bom. Nós podemos fazer isso. Acho que posso ajudá-la. Se você
quiser minha ajuda.
— Sim, eu quero.
— Você está mais perto da minha idade e não parece tão mal-
humorado quanto os outros homens. Todos parecem ferozes e você
parece um pouco divertido. — Ela sorriu para ele. — Posso perguntar?
Edward disse que se tivesse alguma pergunta poderia fazer isso.
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— Exploraram a sala de jogos?
— Você tem certeza que esta é a vida que deseja? Estar aqui no
Control e ajudar os outros submissos assim como você? — perguntou
Peter.
— Quero ser o que ele precisa. — respondeu ela. Isso era estranho,
falar sobre suas decisões com Peter. — Não podemos falar sobre isso?
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Para resistir à tentação, ela nem tinha assistido nenhum dos
vídeos de pornografia que tanto amava. Em vez disso, se concentrou no
clube, aprendendo o máximo que pôde.
— Sim, gosto. Isso me relaxa, sei que traz muito prazer por ser
quem sou, especialmente para Rose.
— Sim, amo, com todo meu coração. Ela é a razão pela qual acordo
todos os dias e respiro.
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Passando os dedos pelos cabelos, respirou fundo várias vezes. A
tristeza era normal para ela. Estava acostumada a se sentir triste. O
que não estava acostumada era estar em torno de pessoas que
claramente se amavam e amavam com todo o coração. Agarrando o
equipamento de limpeza do armário de abastecimento, saiu para o
salão principal que servia como boate ao invés de um clube BDSM.
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— Olá, irmã — disse ela.
— No Control?
— Sim.
Sophie rosnou.
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— Não sou inteligente. — Não, sou a estúpida.
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— Estou bem. — Ela empurrou o celular, querendo fazer qualquer
coisa além de olhar para ele. Era embaraçoso pensar no que ela fazia.
— Eu só... gosto de limpar.
— Está bem. Está tudo bem. Eu teria ligado se não estivesse bem.
— Estou bem.
Ela sorriu.
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— Há algo de errado com ela? — Sophie perguntou, três dias
depois.
— Não gosto disso. Falo com Is sobre tudo e agora você está me
dizendo que não posso. Não gosto disso.
— Você a ama?
— O quê?
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— Eu me importo muito.
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simplesmente assumiu que pelo fato de Isabel ser a irmã mais velha,
tinha que passar por tudo, enquanto ela era uma pequena pirralha.
Pelo menos ela se abriu para ele, deu-lhe uma razão para
acreditar que se importava e que queria a ajuda que ele queria dar.
— Sim, ok. Não pararei de falar com ela. Também não mentirei.
— Não estou pedindo que minta. Quero que você considere o que
ela passou para chegar aqui. Ela precisa de mim e eu preciso dela —
ele declarou. — Você não tem ideia do que está acontecendo com sua
irmã. Você presume tudo e sabe o quê? Isso é bom. Isabel não pode
confiar em você ou em qualquer outra pessoa.
— Edward? Eu não...
— Não quero ouvir nada. Eu lhe disse o que fazer e se você valoriza
sua irmã por um segundo, fará o que digo. Não pedirei novamente.
— Você a ama?
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Ela disse adeus. Pendurando o telefone, ele encarou o quarto onde
Isabel estava dormindo. Levou alguns segundos para se acalmar e para
controlar a raiva.
Três dias atrás, Peter chegou até ele e lhe contou o que aconteceu.
Edward não sabia ainda o que estava errado ou por que Isabel de
repente se retirou, mas queria descobrir. Tudo o que seu amigo estava
fazendo era falar sobre sua esposa e Isabel mudou. Por quê?
Ele não achou que Isabel faria um pedido de ajuda. Ela não pediu
ou queria ajuda e a situação não mudou quando ele assumiu a frente.
Esta era uma situação muito complexa. Ele não queria pensar
nisso como um problema. Este não era um problema que precisava ser
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resolvido. O médico advertiu que nunca conseguiria impedir que ela
repetisse seu ciclo e, se tentasse algo tão drástico, poderia enviá-la em
uma espiral como forma de lidar com isso. Nunca se machucou ao
ponto de ser hospitalizada, de uma maneira estranha, tinha controle.
Edward não conseguia entender. Se alguém se machucava, então tinha
que haver algo errado. Automutilação, não era assim. Odiava esse
sentimento de desamparo.
Ele abriu o kit. Era tão limpo, tão conciso e tão químico na sua
pequena caixa. Havia lenços umedecidos e lâminas novas. Não havia
lâminas enferrujadas. Todas estavam afiadas e prontas para uso.
Duvidava que ela tivesse usado a mesma lâmina duas vezes.
Seu amigo havia dito para ele começar a pensar sobre seus
sentimentos quando se tratava dela. Isabel não era apenas uma mulher
que poderia usar e descartar. O próprio pensamento o deixou
aborrecido.
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Olhando para a mulher que o tinha nas mãos, sabia que isso era
muito além do cuidado. Estava conectado com essa mulher. Não
importava o que, tinha que ter certeza de que ela estava segura, era
cuidada e que era amada. Mais do que tudo, ela era amada.
— Ei — ela disse.
— Ei você.
— E quanto ao Control?
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— Você não precisa dizer coisas agradáveis para mim. — Ela se
sentou com o cobertor ao redor do colo. Ele observou enquanto
colocava o cabelo atrás da orelha e soltou um suspiro. — Não preciso
de mimos.
— Obrigada, Edward.
Ele riu.
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Isso para ele, era para toda a vida. Ela iria lhe pertencer. William
achava que estava louco por fazer esse compromisso tão cedo depois
de apenas anunciar suas intenções. Edward simplesmente sabia.
Nenhuma mulher jamais o deixou se sentindo assim.
Ele a queria.
— Não. Eu não digo. Nunca fui o tipo de pessoa que diz qualquer
merda se não quiser dizer. Você diz coisas que não significa nada e as
pessoas acabam se machucando. Não faço isso. Essas mulheres
sabiam que eu só queria uma coisa. Nunca quis me sentar e assisti-
las, ou gastar meu tempo para conhecê-las. Certamente não queria
compartilhar refeições, minha vida, minha casa, meus amigos. Quero
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compartilhar isso com você. Nunca esconderei nada de você, amor. Eu
prometo.
— Sim.
Ela assentiu.
Ele assentiu.
— Sim.
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— É o que quero, querida. Quero esse tipo de amor. — Ele pegou
sua mão e deu um aperto. — Talvez possamos encontrar isso um com
o outro?
Foi cativada por Edward e agora queria ser tudo que ele precisava.
Fazia quase duas semanas que ele lhe tirara o kit e não sentia a
falta disso. Não havia um ritual semanal em sua vida para o kit. Não
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era como se ela houvesse estipulado um dia todas as semanas e então
seguisse isso.
Ela usava quando não aguentava mais. O período mais longo que
ficou sem se machucar foram três meses. Três meses ela pode
aguentar. Duas semanas eram fáceis.
O corte em sua coxa estava curado e não sabia como dizer a ele.
Seu corpo estava em chamas por ele. Ela o queria muito. Seus
sonhos à noite ficaram mais quentes.
— Desculpe?
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Deixe de ser criança. Você tem vinte e cinco pelo amor de Deus.
Contenha-se.
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Inclinando a cabeça, ela apertou os dentes. A última coisa sobre
a qual estava pensando era o corte. A respiração dele estava no topo
das suas coxas, perto da sua boceta.
— Sim, sim, estou bem. — Não, na verdade não estou. Você quer
a verdade, estou com vergonha. Porcaria, a primeira solução para o
nosso relacionamento, mesmo sendo bem-sucedido, é a verdade e a
confiança. — Estou excitada. — Isso ia contra tudo o que conhecia e
acreditava. Eu não deveria falar o que estava pensando ou sentindo.
— Posso sentir o cheiro e também posso ver que sua calcinha está
molhada.
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Ele riu e então ela ofegou quando a mão em sua coxa se moveu
entre suas pernas. Edward acariciou sua boceta e, pela primeira vez,
sentiu... algo diferente. Não era a irmã mais velha de Sophie ou Isabel,
o fracasso, a que se cortava ou a garçonete. Era somente Isabel.
Havia mais para ela do que o corte, do que sua irmã, do que tudo
o que já aconteceu.
Era uma pessoa inteira e ninguém jamais quis saber quem ela
era. Somente Edward. Ele era o único que se importava, que queria
saber e ser parte de quem ela era. Não havia mais ninguém no mundo
com o qual pudesse ser sincera. Ele era o único com quem podia
conversar, ser natural. Edward era a única pessoa que a queria.
76
Edward percebeu sua excitação e sabia que estava lutando para
esconder sua necessidade dele. Tinha ficado um pouco desapontado
quando ela inicialmente mentiu, mas então lutou e disse a verdade. A
felicidade que sentia não poderia nunca ser tirada dele. Eles fizeram
progresso. Era pequeno, mas para ele, era real. Eles finalmente
avançaram.
Ela nunca teve um homem entre suas coxas. Isso era tudo novo.
Ele tinha verificado seu computador enquanto ela estava se vestindo.
Não houve buscas recentes por pornografia. Ele se sentou algumas
vezes nessa mesma cadeira, imaginando-a assistindo aqueles vídeos
pornográficos e se tocando. Agora mantinha uma grande caixa de
lenços em sua gaveta para se limpar sempre que surgisse a
necessidade.
77
— É errado eu sentir desejo por ela, Doc?
— Eu a quero. Quero fazer sexo com ela, porra, construir uma vida
com ela. Está errado? Isso me faz algum tipo de pervertido? —
perguntou. Isso era o que passava por seus pensamentos por todo o ano
passado. Poderia pensar em uma vida sexual com ela, quando sabia o
que fazia? Parecia quase impossível acreditar que poderia querê-la e
ainda assim sua excitação nunca morreu. Sua necessidade por ela
nunca se dissipou.
78
o médico, pensou que sua reação a ela era errada, algo que deveria
esconder. Não era. Longe disso.
Ela assentiu.
— Isso é tudo por você. — Ele não a foderia hoje. Nenhum deles
estava pronto para o sexo ainda. Quando chegasse a hora de tirar sua
virgindade, ambos estariam mais do que preparados. Dirigindo a mão
para cima e para baixo ao longo do seu pau, ele olhou para o corpo
dela. — Você virá aqui para ver qual o prazer que tenho para você? —
Ele deu uma piscadela e observou enquanto ela ria.
79
— Você não é uma garota, longe disso.
— Estou todo aqui, querida. Não tenho nada para esconder. — Ele
se afastou da mesa e se virou para que ela visse todas as partes dele.
— Sou todo seu.
80
Ela era uma mulher linda, todas as curvas naturais e ele adorava
que logo lhe pertenceria. Iria reivindicar todas as partes dela para si.
— Estou nervosa.
— Você não tem motivos para estar. Se quiser parar agora, não
vamos mais longe.
— E quanto a ele?
Ele riu.
— Sim. Por que não? Somos só nós dois. Temos o dia todo e não
quero que você fique nervosa.
81
— Tudo bem, estou meio preocupada. Não sei o que acontecerá.
Estou realmente esperando que ninguém ligue. Especialmente Sophie.
— Porque não sei o que diria a ela. E se ela perguntar o que estou
fazendo?
— Você diz a ela que está passando algum tempo comigo. — Ele
estendeu a mão, empurrando um pouco o cabelo atrás do seu ombro.
— Não é grande coisa. Ninguém telefonará. Nem entrar, e sabe o quê?
— O quê?
Ela assentiu.
82
— Toda noite. Penso em nós.
— Você se tocou?
Ele não desviou o olhar, mesmo quando sua mão se moveu entre
suas coxas.
Sua boca estava seca por ela. Sentir seu sabor nunca seria
suficiente e temia que nem em uma vida inteira.
83
Parecia que Edward queria devorá-la e ela queria seus lábios em
seu corpo. Acariciando seu clitóris, ela não resistiu a olhar para o pênis
dele e percebeu que ele ainda estava duro. Edward se inclinou para
frente e ela ofegou quando ele abriu os lábios da sua boceta. Olhando
para baixo, viu seus dedos grandes segurando-a aberta.
Você o ama.
Ela assentiu.
— Bom.
84
seu clitóris, passando a língua sobre o botão inchado antes de se
mudar para sua entrada. Não a penetrou, mas continuou provocando-
a.
Ela o queria dentro dela, embora ele lhe disse que não faria isso
hoje.
— É isso, goze para mim, Isabel. Não pare. Você não precisa
segurar nada. Dê esse orgasmo para mim. — Pediu ele.
Ela gemeu.
Ela cobriu o rosto e depois abriu os dedos para olhar para ele.
85
— E você? — perguntou ela.
Não havia uma parte dela que ele não viu antes. Pela primeira vez,
ela não sentiu a necessidade de cobrir seu corpo.
— Eu quero, Edward.
— É tão bom. Você não faz ideia de como é bom. Quero mais.
Enrole os seus lábios sobre o meu pênis. Sugue na sua boca.
86
Ele gemeu.
Sua mão tocou seus cabelos e ele passou os dedos pelas mechas.
Ela gemeu enquanto ele puxava um pouco.
Ela não era perfeita e ainda assim ele pensava que era.
— Oh, porra, querida. Você não tem ideia de quão perfeita sua
boca é. — Ele gemeu e fodeu o rosto dela.
Edward gozou por todo seu peito e seios, drenando cada gota.
Sim, não havia dúvida. Ela se apaixonou e não havia como voltar
atrás.
87
Três semanas depois
88
desleixado. O Control estava crescendo, mas ainda tinha um papel
como Dom residente para ajudar os treinadores.
William resmungou.
— Por favor, você não é normal. Você nunca foi o tipo de ajudar
uma garota como Isabel.
— Ouvi dizer que sua garota, Daisy, era uma cadela de primeira
classe no começo.
— É alguma coisa.
89
— Sua ex se mudou? — perguntou William.
— Não sei. Não nos falamos desde o divórcio. Pensei que éramos
amigos. Acho que esperava que continuássemos amigos e que não
haveria dificuldades.
— Você disse a sua esposa que não a amava e que nunca a amou.
— Sim. Penso sobre isso o tempo todo. Não há nada para mim
aqui. Não tenho nada a perder e a cidade levará muito tempo para
seguir em frente. Estamos caminhando lentamente em direção ao
século XXI, mas não rápido o suficiente. Quero sair, explorar. Não
quero que os meus últimos dias sejam aqui.
90
— Não é algo que acho que alguém realmente se preocupe. Pensei
muito nisso. A cidade está cheia de pessoas que odeiam isto aqui.
Mesmo assim, não vão embora. Olhe para Peter e Laura. Eles
cresceram aqui e nenhum deles se foi. Eu também não. Penso que se
não sair quando somos jovens, não iremos mais. É a maldição de Cape
Falls.
Edward olhou sobre o ombro de Peter e viu que sua mulher estava
sozinha.
— Com licença.
Ela riu.
91
— Estou bem. Todo mundo está perguntando como estamos
passando. Nunca tive tanta atenção. — Ela cobriu suas bochechas. —
Estou meio envergonhada. Eles querem saber se você ainda parece um
britânico no quarto.
— Eu sei. Você não vai tão longe comigo. — Ela passou a mão
para cima e para baixo em suas costas.
Eles não tinham ido além de explorar. Ele não queria apressá-la
e agora sabia com certeza que o corte em sua coxa estava
completamente curado. Hoje, ela usava um vestido até o joelho com um
cardigã que cobria seus braços. Mesmo que quisesse exibi-la um
pouco, ela não deixaria. Isabel tinha que manter a maior parte do seu
corpo coberto.
92
— Eu sei, baby. Importo-me com você e não arruinarei sua
primeira vez correndo como um adolescente excitado. Nós temos todo
o tempo no mundo.
— Por quê?
— Eu sei e não tenho problemas com isso. Não sabia que você era
uma pequena coisa curiosa.
— Eu sou muito curiosa e sei que você está indo devagar comigo.
Só quero poder te dar o que me dá. — Ela estendeu a mão, tocando seu
rosto.
93
— Obrigada.
— Você não tem nada para agradecer. Acredite, vamos para a sala
de jogos. Com todas as perguntas que você tem feito, espero que saiba
uma coisa ou duas. — E só porque não conseguiu resistir, ele deu um
tapa no traseiro dela.
— Mesmo?
Edward assentiu.
94
Edward olhou para Gabriel, o xerife que queria deixar a cidade
segura, para sua esposa, Amy. Então olhou para os irmãos Steer.
Mesmo William falou sobre deixar a cidade algumas vezes. Houveram
tantas multas, tanto dano, tanta dor apenas para abrir um simples
clube. Ele se perguntava se houvesse outra onda de ódio em relação ao
Control, seu amigo partiria ou não?
95
Virando-se em um círculo completo, ela sabia o que tinha que
fazer. Removendo a roupa, cuidadosamente a dobrou e colocou em uma
cadeira. Quando estava completamente nua, caminhou em direção ao
espelho de corpo inteiro e olhou para si mesma. Baixando os braços,
permitiu-se olhar para o corpo que passara anos prejudicando. Sua
perna estava completamente curada e sentiu lágrimas nos olhos
enquanto olhava para o estrago. A parte superior das suas coxas
tinham a pior evidência do que tinha feito para si mesma. Seus braços
eram os próximos.
— Você é inútil. Você não faz nada direito. Tudo o que precisávamos
que fizesse era cuidar da sua irmã!
Uma falha.
96
Eu nunca quis morrer.
Um novo começo.
Edward enviou uma mensagem para que ela soubesse que ele não
demoraria muito, por isso estava ajoelhada no chão, as pernas
espalhadas, esperando.
97
Ela baixou a cabeça e não demorou muito para ele descer as
escadas. Segundos depois, viu seus sapatos em frente a ela e ainda
assim permaneceu na mesma posição.
Ele acariciou sua cabeça e seu rosto até o queixo. Com um dedo
em seu queixo, levantou sua cabeça e ela olhou nos olhos dele. O
sorriso em seu rosto valia cada segundo de dúvida que teve.
— Sim. Eu quero.
98
Não que ele também não quisesse. Não era só sobre o que Edward
queria. Isso era sobre o que ambos queriam, o que ambos desejavam.
Ela fantasiou sobre esse quarto e o que ele faria com seu corpo.
— Estou feliz.
Edward correu as pontas dos seus dedos para cima e para baixo
em sua coluna vertebral. Com cada escorregadela para baixo, se
aproximava mais do seu traseiro até que finalmente correu a ponta do
dedo na dobra da bunda dela. Ele se afastou e olhou para o seu corpo.
Ela estava com uma necessidade irresistível de se cobrir, mas se
conteve. Isso não era o que queria fazer. Não queria se esconder dele.
Ele era a única pessoa para quem queria permanecer aberta.
Olhar fixamente para os olhos dele era fácil. Cada vez que fazia
isso, sentia-se como se estivesse se perdendo novamente. Ao contrário
de tantas vezes no passado, quando olhou para Edward, não viu nada.
Ele também não viu nada quando olhou para ela. Ele a viu. Para
99
Edward, ela existia em seu mundo, em sua vida e era mais do que
suficiente para torná-la real.
Ela sorriu. Ele sempre queria que espalhasse suas coxas para ele.
Mesmo quando estavam na cama juntos, ele a teria deitada
completamente aberta para ele.
— Agora quero que você brinque com essa linda boceta, Isabel.
Quero assistir você provocando seu clitóris e ver como goza, mas só
quando eu mandar. Você não pode simplesmente gozar. Preciso saber
que mereceu.
Ela assentiu.
Isabel não sabia como faria isso, mas para Edward, ela faria.
100
Ela estava ofegante, mas continuou a brincar com o clitóris
enquanto Edward observava. Ele estava tão perto, seu pênis tão perto
dela.
101
Ver Isabel esperando por ele em uma pose submissa realmente o
atingiu com força. Edward observou enquanto ela passava seus dedos
por sua fenda, a deixando úmida e suculenta. Seu clitóris estava muito
inchado quando apareceu para fora do seu capuz, brilhando para ele.
Ele lambeu os lábios, desejando um gosto dela.
— Não, você não pode ter o meu toque ainda. Quero observar você.
102
— Sim, Edward.
— Não, sua mão. Amo suas mãos no meu corpo, Edward. Você
bate na minha bunda até ficar vermelha. Não porque fui má, mas
porque ambos precisamos disso. Seu toque marcando meu corpo.
103
Ele faria isso agora. Só queria mais algum tempo para jogar antes
de fazer isso.
— Pronta?
104
Voltando para a cama, parou ao lado do seio esquerdo. O mamilo
ainda estava muito duro. Inclinando-se, pegou o mamilo na boca,
sugando-o. Quando fez isso, tirou o grampo de borboleta da sua
pequena caixa, abriu o fecho e colocou-o em seu mamilo.
Desta vez, seu gemido foi mais gutural, mas ainda estava lá. Ele
amava suas respostas e quando terminou recuou da cama para
admirar seu trabalho.
Perfeição.
105
— Eu sei, querida. — Em breve.
Quando ela estava no ponto onde não havia retorno, ele soltou
sua bunda, pegou os grampos e soltou-os.
Ela gritou quando seu orgasmo correu sobre seu corpo. Ele bebeu
seu gozo, saboreando o gosto enquanto ela pulsava repetidamente.
Finalmente, quando acabou, ele sabia que não podia esperar mais
um segundo. Não queria esperar. Movendo-a em direção aos
travesseiros para que pudesse descansar, agarrou uma das suas mãos
e entrelaçou os dedos. Batendo os lábios sobre os dela, alcançou entre
eles e começou a escorregar seu pênis dentro dela. Mesmo quando ela
gritou seu nome quando ele tirou sua virgindade, Edward não parou.
106
— Eu nunca quis fugir. Nem uma vez. Queria pertencer a você,
completamente. — Ela levantou, pressionando a cabeça contra a dele.
— Obrigada.
— Você não tem nada para me agradecer, amor. Sinto muito por
ter te machucado.
— Não me importo.
107
—O que ele está fazendo? — Isabel perguntou.
108
Edward também usou o tempo para acorrenta-la e ter seu
caminho perverso. Ela gostou disso. Gostava quando estava à mercê
dele. Ele fez as coisas mais deliciosas para seu corpo.
— Porra, idiota.
109
— Não, não, não, não, não, não, não, não. — Ela gritou a última
palavra. Sabia o que queria e não podia fazê-lo. Não queria fazê-lo.
Ela não precisava que ele explicasse a pergunta. Era fácil saber
do que ele estava falando.
— Nada.
Não havia realmente uma rotina. Era por isso que sempre
carregava seu kit. Se estivesse lá, sabia que poderia contar com isso.
Seu kit especial a ajudou acima de tudo.
Diga a ele.
110
contra essa necessidade. Parecia quase como um vício, algo que não
podia controlar. No entanto, não era a necessidade de se cortar. Não,
era a necessidade de livrar sua mente das vozes.
— Daisy.
— Ela não disse nada ruim ou malicioso. Foi... sou eu. Sou uma
estúpida. Sou a única que não consegue lidar com isso. Sou tão inútil.
— Então, se ela não disse nada ruim o que foi que ela disse?
— Como você pode sentir essas coisas por mim? Olhe para mim.
111
— Não valho a pena. Sou.… olhe para mim. Sou um pesadelo. —
Lágrimas mais uma vez encheram seus olhos e caíram por suas
bochechas. Segurou a árvore como se fosse uma tábua de salvação. —
Sou uma pessoa horrível. Não consigo nem lidar com outras pessoas
quando dizem o quanto elas se amam. Não sou digna de amor.
— Não.
— Você está certa. Não precisa me ouvir. Também não sou digno,
baby. Ninguém me ama. Sou apenas a piada de um cara britânico que
gosta de uma garota que provavelmente é jovem o suficiente para ser
minha filha. Quer saber? Não dou a mínima. Sei o que quero e sei como
me sinto e ninguém pode tirar essa merda de mim. Ninguém. — Com
isso ele pressionou os lábios contra o pescoço dela. — Seus pais não
deveriam ter feito a merda que fizeram com você. Eles estavam errados
e não mereciam você. Sophie também não te merece. Ninguém merece
você. Nem mesmo eu.
112
— Pode confiar em mim, Isabel. Você pode depender de mim. Eu
não te contaria ainda porque não sabia se você estava pronta, mas não
esperarei mais um segundo. Eu te amo.
Ela engasgou e virou a cabeça para olhar por cima do ombro para
ele.
— Você ama?
— Sim, eu amo. Quer saber por que estou aqui? Por sua causa.
Teria saído de Cape Falls há muito tempo. Você é o único motivo que
me mantém aqui. Ninguém mais, nada mais. Mudarei para onde você
precisar ir. Irei onde quer que você precise ir. — Ele pressionou outro
beijo em seu pescoço. — Não me segurarei e não a deixarei ir. — Suas
mãos se moveram de seus braços para envolver sua cintura. — Eu amo
você, Isabel. Por favor, me diga – um dia você poderia me amar?
Ela soluçou.
113
Ele me ama.
Ele me ama.
114
Três meses depois
115
— Você sabe, pessoas com pouca consciência. — Gabriel caiu em
sua cadeira com um suspiro. — Você sabe que vim para Cape Falls por
várias razões. Pensei que era apenas um lugar agradável, sabe? Pensei
que poderia fazer algo bom por aqui.
— Ficar aqui, acho. Ela gosta daqui e acha que é um bom lugar
para as crianças, mas eu não sei. Ela nunca esteve longe de Cape Falls.
Acho que qualquer outro lugar a assusta.
— Entendi.
— Você viveu na Inglaterra. Acha que seria bom para meus filhos?
— Você faria bem. Apenas não ligue para eles, pessoas não
naturais. Não gostamos disso.
Gabriel sorriu.
116
— A cidade ama você, Gabriel. Eles prometeram fazer mudanças.
Isso levará um tempo e você mostrou a eles exatamente o que estavam
fazendo.
— Estou pedindo para considerar não ir, ok? Pense nisso. Você
fez muitas mudanças aqui, certo?
— Sim.
Edward riu.
117
— Verdade.
— Ainda não. É estranho. Sei que ele fez a mala e colocou sua
merda no carro, mas ainda não cruzou os limites da cidade. Acho que
ele vai até o limite de Cape Falls, fica lá por um tempo e depois volta.
Edward concordou.
— Os pais dela?
118
todos os dias. Muitas vezes ele a encontrou com os olhos fechados,
murmurando algo sob sua respiração.
119
— Olá, minha nova pessoa favorita em todo o mundo — atendeu
Sophie, rindo.
Ele e Isabel disseram a Sophie que eram um casal. Claro, ela tinha
que telefonar para ele para informá-lo que ela já estava esperando por
isso.
Ele tinha esquecido quão falante Sophie poderia ser. Pobre Isabel.
Ela provavelmente nunca pode dizer uma palavra.
120
Ele revirou os olhos.
— Acho que foi alguns dias após Is fazer dezoito anos. Eu tinha
doze. Eles nos disseram que estariam de volta em alguns dias.
Disseram que deixaram algum dinheiro para ela. Depois, que me
lembre, era apenas nós duas. Is trabalhando para nos manter e eu indo
para a escola. Ela me ajudou a estudar e passar no vestibular. Você
sabia que ela deixou o curso que ela estava fazendo? — Sophie
perguntou.
Sophie suspirou.
— Não sei. Sei que Is estava com medo de alguém tentar. Ninguém
tentou. Todo mundo sabia que nossos pais tinham ido embora. Boa
viagem para eles também. Nunca gostei de como conseguiam fazer Is
chorar. Já faz quase oito anos. Duvido que eles voltem. Provavelmente
estão mortos em algum lugar.
121
simplesmente se sentava lá e aceitava. Eventualmente, eu era a única
humilhada.
— Ela está bem? — Isabel perguntou. Ela não falava com a irmã
a alguns dias.
— Você terá trabalho com meu lugar então. Não se preocupe com
a despesa também. Estará tudo coberto.
122
— Também senti sua falta. — Ele segurou sua mão e deu um
beijo, aquecendo-a. Ela pressionou suas coxas juntas lembrando a
sensação de quando ele entrava dentro dela. — Por que você não me
disse que tinha deixado o curso online?
— Por quê?
— Então, me explique.
123
— Foi muito difícil, ok? Não sou natural em algo assim. Eu só...
não quero perder meu tempo. Sim, foi divertido fazer algo diferente,
mas não me chamou a atenção. Não vi o ponto de desperdiçar o tempo
de outra pessoa. Havia estudantes lá com paixão real e eu
simplesmente não tinha isso.
Nenhum som veio dos seus lábios quando olhou para ele. Não
sabia o que dizer ou o que pensar.
124
— Eu acho que seu problema é que sempre espera falhar, e você
nunca falhará.
— Como você pode dizer isso? — Ela apontou para seus braços e
depois suas coxas. — Olha o que eu faço.
— Isso não tem nada a ver com fracasso, querida. Nada mesmo.
Sophie é uma mulher forte, engraçada e independente. Ela deixará
alguém louco por se apaixonar por ela. Você deveria estar orgulhosa.
Você fez isso. Ninguém mais. Você a ajudou. Trabalhou horas loucas
em um restaurante para mantê-la vestida, alimentada e se certificou
de que ela obtivesse a educação que merecia.
Lute!
— Quando olho para você, não vejo falhas e sei quão difícil foi para
você, querida. Posso ver quão difícil foi. Não sei como passou por isso.
Você era mãe antes mesmo de se tornar irmã. Essa merda não está
certa.
Ela sorriu.
125
— Não, não quero. Sei o que quero e não quero continuar
desperdiçando meu tempo com algo que odeio. Não quero ir para a
faculdade.
— Então estou feliz por você por tomar essa decisão sozinha.
— Quarto.
— Então leve sua bunda para lá. Quero você nua, caso contrário,
sem jogos.
126
Ele ergueu a camisa sobre a cabeça, mostrando os incríveis
abdominais que ela amava. Edward dobrou o dedo, dizendo-lhe para ir
em direção a ele. Ela não lutou contra isso.
— Não quero que você resista. — Ela levantou seu rosto e bateu
os lábios sobre os dele. Mergulhando a língua em sua boca, aprofundou
o beijo, choramingando quando ele bateu no seu traseiro ao mesmo
tempo em que o agarrou.
127
— É isso aí. Diga-me o que você quer, querida. Diga-me o quanto
você quer.
— Você.
Ela era dele. Não havia dúvida. Todas as partes dela pertenciam
a ele e não havia luta, não que ela quisesse lutar.
128
— É isso aí, querida. Grite meu nome. Sou eu que está fodendo
você. Sou o único que te ama e nada mudará isso. Você pertence a
mim.
Ele montou sua boceta e não havia como negar. Ela pertencia a
ele e nunca haveria mais ninguém.
129
— O que você acha que isso fará? — Isabel perguntou.
— Não sei o que fará. Não sei se isso a ajudará. Só sei que tenho
que fazer algo.
130
ela e a irmã poderiam ter encontrado. Ela nem percebia o perigo em
que estava, o que só o irritava.
— Não. Se você tivesse feito isso, Sophie talvez não fosse a mulher
que é hoje. Você fez o melhor por ela, querida. Não se arrependa disso.
— Quero. Acho que seria uma boa mãe. — Ela explodiu rindo. —
Sim, certo, seria uma boa mãe. Isso é uma piada.
— Por quê? Você fez um excelente trabalho com Sophie. Ela foi
bem cuidada e amada. Você amava tanto sua irmã que desistiu de tudo.
Você a levou para a escola, a pegou, cuidou dela, a ajudou. Você fez o
que qualquer outra mãe faria. Você simplesmente não recebeu o título
de mãe.
— Não importa.
131
— Não, não é verdade. Qualquer criança que chamar você de mãe
receberá um ótimo tratamento.
— O quê?
— Quero todos com você. Acho que você seria uma excelente mãe
e não conheço ninguém em quem confiaria meus bebês. — Ele se
inclinou e deu um beijo em seus lábios. Ele observou quando Isabel
lambeu os lábios, parecendo um pouco chocada. — Vamos. Vamos ver
esse trailer.
— Uau, parece que nunca fui embora. — Ela avançou e ele viu o
pouco espaço disponível que elas tinham. — Sophie tinha uma dessas
coisas redondas, não consigo lembrar como se chamavam e ela passava
horas tentando fazê-las girar em torno da sua cintura. — Ela foi em
direção a porta do trailer e ele percebeu como hesitava.
Ela foi até essas portas e colocou a mão em uma delas. Quando
abriu, revelou o banheiro onde tudo começou.
132
— Eu sei, querida.
— Sim, Isabel. Você era a mais forte. Não há muitas pessoas que
poderiam ter feito o que você fez. Você foi a única que lidou com a
merda toda mesmo quando não deveria. — Ele beijou sua cabeça e a
abraçou, recusando-se a soltá-la. — É por isso que sei que será uma
mãe incrível. Você ama ferozmente. Ama sua irmã e fez tudo o que pôde
para protegê-la. Isso não te deixa fraca, isso te fortalece. Você é uma
mulher forte, Isabel. Só precisa perceber isso.
133
O silêncio caiu no pequeno trailer. Das lembranças que Sophie
lhe contara e do que sabia sobre o passado de Isabel, podia vê-las
brincando ainda crianças.
— Sim.
— Eu. Limparei tudo. Por favor, podemos fazer tudo este ano? Eu
sei que é pedir muito, mas eu farei tudo.
Ele suspirou.
134
— Eu sei, mas quero que ela tenha esse Natal. Por favor.
— Acho que já sabe que sou um otário para você. Tudo o que
precisa fazer é pedir e eu darei.
— Bom, podemos sair agora? Não quero ficar aqui nem mais um
minuto.
Ele não achava que este seria o fim da sua luta. Estava em
consultas constantes com o médico, recebendo conselhos e dicas sobre
a melhor maneira de lidar com cada estágio. Estava realmente feliz por
estarem fazendo progresso.
135
— Sim. Eu verifiquei os limites de Cape Falls. Não havia nenhum
sinal dele. Nenhum sinal dele em lugar nenhum. Até passei na casa da
ex dele e ela não o viu. Ryan decidiu fazer a pausa.
— Não. Cape Falls é minha casa. Se Edward quiser ir, irei com
ele. — Já fazia algumas semanas desde que ele a levou ao parque de
trailers onde cresceu.
Peter bufou.
136
— Acho que você está errado. Eu o amo e ele me fez melhor.
— Não. Peter pode ser um pé no saco às vezes. Não quero que ele
preocupe você. A única pessoa que Peter ama é sua esposa e a ama
muito. Você é boa para Edward e ele se importa muito com você.
— Não deixarei Edward. Ele tem sido incrível para mim. Não sou
fraca.
— Como?
137
— O que ele disse? — ela perguntou.
— Obrigada.
— Ei, o que você está fazendo abraçando minha garota? Você sabe
que isto é proibido, certo?
138
Ela encolheu os ombros.
139
Cape Falls está se movendo em uma direção positiva, uma nova direção
e precisarei de toda a ajuda de vocês para guiá-la.
Com o silêncio que a rodeava, ela permitiu que sua mente vagasse,
pensasse sobre tudo o que estava acontecendo dentro do seu mundo,
passado e presente. Depois da sua visita ao parque de trailers, ela fez
uma promessa de lutar contra os sentimentos ardentes dentro dela.
Sempre que a escuridão ameaçava levá-la, ela lutava contra isso.
Mesmo quando a pressão crescia dentro dela, ela encontrava alguns
meios para pará-lo.
140
— Eu estava e então estava mais interessado no que você estava
fazendo. — Ele pegou sua mão e ela olhou para seus dedos
entrelaçados. Unidos. Foi isso o que a fez mais forte também. Edward,
ele nunca pediu. E lhe deu muito.
— Não fiz nada, querida. Você fez tudo isso, não eu. Simplesmente
me apaixonei por você e queria ajudá-la de qualquer maneira que
pudesse.
141
Ela pode fazer isso.
142
— Isso é tão incrível! — Disse Sophie, colocando a próxima bola
na árvore. — Como você fez isso?
143
Seriam apenas os três, com o que ele estava mais do que feliz.
Isabel não gostava de grandes multidões e ela certamente não precisava
delas.
— Não, ela não está grávida e sim, espero que com o tempo
possamos ter filhos. Primeiro, quero que ela tenha algum prazer.
144
— Concordo totalmente. Se alguém o merece é a Is. — Ela apertou
as mãos e continuou repetindo a palavra, por favor.
Ele guardou o anel no bolso e assentiu para que ela voltasse para
a árvore. — Não dê pistas.
— Não vou. Estou tão animada. Já faz muito tempo desde que
estive em casa. Você pode acreditar que realmente senti falta de Cape
Falls? — ela perguntou. — Quão confuso é isso?
145
A árvore já tinha as luzes acesas e ele pegou o controle remoto.
— Está perfeito.
Sophie piscou para ele que revirou os olhos. Ela estragaria sua
surpresa. Edward queria que o dia da sua proposta a Isabel significasse
algo, que fosse uma lembrança que ela nunca esqueceria.
O jantar foi divertido. Ele adorava ver as duas irmãs juntas, rindo,
falando sobre a vida delas enquanto cresciam. Isabel parecia bem. Ela
parecia feliz e saudável, o que significava tudo para ele.
Mais tarde naquela noite, depois que Sophie foi para a cama e
Isabel subiu, ele fechou a casa.
Ela assentiu.
146
— Sim, só estava olhando. — Seus dedos estavam acariciando o
comprimento de uma cicatriz ou pelo menos as linhas de múltiplas
cicatrizes. — Há momentos em que parece que este é o corpo de outra
pessoa. O que fiz, não parece certo. Não parece verdade.
Ela assentiu.
— Por quê?
— Porque, mesmo quando olho para mim e vejo o que fiz, ainda
penso sobre isso às vezes. As vezes isso é tudo em que consigo pensar.
147
— Então nós levamos um dia de cada vez, como sempre fizemos.
Não tenho pressa para que isso entre nós termine, querida. Já lhe disse
uma vez e direi de novo. Estou nisso para a vida.
Ela choramingou.
— Nós podemos ficar calados. — Ele pegou sua mão e levou-a para
o quarto. — Posso provar isso para você.
148
— Sim, eu me lembro. — Isabel picou um pouco de salsa e
acrescentou ao tempero que tinha criado. Havia algumas frutas
cítricas, muitas especiarias, sal e açúcar. Agora, só precisava adicionar
o peru.
— Claro.
— Não, eles não, Is. Você sabe, não há muitas pessoas que fariam
o que você fez.
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— Claro que existem.
Ela congelou.
— O quê?
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— Na quinta série, lembra? Eu estava sendo intimidada porque
morava em um parque de trailers e você tinha que remendar meu jeans.
Bem, você sempre me disse que eu poderia permitir isso me deixar para
baixo ou poderia erguer meu queixo, pois eu podia viver em um trailer,
mas era uma pessoa muito boa e ninguém poderia tirar isso de mim.
Tenho o controle da minha própria vida. Foi o que você me disse e que
é melhor aproveitar ao máximo.
— Disse a ela que acho que Is será uma ótima mãe. Você não acha
que ela será?
— Não tenho dúvidas. Você será uma mãe incrível Isabel e sei que
meus filhos te amarão muito.
— Seus filhos?
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empolgação de Sophie. Quando ela voltar para a faculdade, este lugar
não será o mesmo novamente.
Isabel começou a rir. Ela não pôde evitar. Sua irmã era um pouco
maluca às vezes.
Puta merda.
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— Sim, quero me casar com você. Já te disse. Estou nisso para a
vida e não mudará. Você quer se casar comigo e me tornar o homem
mais sortudo em Cape Falls?
— Sim, ela disse sim. Eu posso ser a dama de honra? Não, espere,
eu quero ser dama de honra. Por favor, por favor, por favor?
— Sabe que para uma mulher adulta, você age como uma criança
às vezes. — Edward disse.
— Por favor, não é todo o dia que sua irmã mais velha se casa e
fiz parte disso. Ei, o que aconteceu com sua ideia de proposta no grande
dia, hein? Isso é amanhã, olá, você não deveria estar esperando? —
Sophie perguntou.
Isabel não conseguia parar de rir. Sua irmã sempre foi o tipo de
pessoa que dizia coisas como esta.
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Ela não conseguia parar de rir. Estava tão feliz.
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Três anos e meio depois
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pensar cada vez menos sobre as pressões e mais sobre como apreciar
o que tinha.
Por toda sua vida ela pensou que era fraca e, ainda assim, fora
forte. Só não tinha visto isso ainda.
Olhando para a irmã, viu que Sophie tinha Mia apoiada no quadril
enquanto falava com Ryan. Aqueles dois começaram a se aproximar.
Não sabia se alguma coisa aconteceria. Sua irmã era uma grande bola
de energia.
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—Sim, está. — Ela estendeu a lata. — Queria dar isso a você. —
Edward olhou para a lata por vários segundos. — Vá em frente, pegue.
Não morderá.
— Está vazia.
Ela sorriu.
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