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HOSPITAL DAS CLÍNICAS

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP

POP GE011 – ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO INTRAMUSCULAR EM REGIÃO


VENTROGLÚTEA – REVISÃO MAIO/2021

1. OBJETIVO: É o ato de administrar o medicamento no tecido muscular através de punção,


especificamente na região glútea.

2. ABRANGÊNCIA: Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

3. MATERIAIS E RECURSOS NECESSÁRIOS:

3.1. Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s): luvas de procedimento e óculos de


segurança.

3.2. Materiais Específicos para o Procedimento: Bandeja, carrinho auxiliar, 01 seringa


preparada com a medicação a ser administrada; 01 agulha calibre 30 mm x 0,70, recipiente
com algodão, 01 bandagem adesiva (stoper) se houver, 01 almotolia de álcool 70INPM e
prescrição médica.

4. PROCEDIMENTOS:

1. Realizar higienização das mãos com água e sabão antisséptico (mínimo 30 segundos) ou
álcool gel (mínimo 15 segundos);

2. Verificar a prescrição médica, que deve conter o nome do paciente, número do leito, nome
do medicamento, dose da medicação, via de administração, horário aprazado, frequência da
administração;

3. Reunir os materiais na bandeja;

4. Conferir se o nome do medicamento, dose da medicação, via de administração estão de


acordo com a prescrição médica. Também conferir se o medicamento está dentro do prazo de
validade;

5. Colocar identificação na seringa que contém a medicação, com as seguintes informações:


nome completo e número do RG hospitalar do paciente, nome do medicamento, dose prescrita,
via de administração, hora de administração;

6. Colocar a bandeja no carrinho auxiliar;

7. Seguir para o leito do paciente;

8. Realizar higienização das mãos com água e sabão antisséptico (mínimo 30 segundos) ou
álcool gel (mínimo 15 segundos);

9. Perguntar para o paciente e/ou acompanhante: “Qual seu nome?”, “Qual é sua data de

nascimento?”, “Sabe seu número de registro hospitalar?”;

10.Conferir os dados da pulseira de identificação com os dados relatados;

11. Explicar o procedimento e finalidade ao paciente e/ou acompanhante e o medicamento a


ser aplicado;

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12.Realizar a higienização das mãos com água e sabão antisséptico (mínimo 30

segundos) ou álcool gel (mínimo 15 segundos);

13. Colocar os óculos de segurança;

14. Calçar luvas de procedimento;

15. Colocar o paciente em posição confortável, expondo somente a região ventroglútea;

COLOCAR FOTO CONFORME POP.

16. Posicionar a palma da mão não dominante sobre o trocânter;

17. Localizar a crista ilíaca ântero-superior com o dedo indicador;

18. Deslizar o dedo médico em sentido ao glúteo, formando um “V”;

19. Fazer antissepsia do local, com algodão embebido em álcool 70 INPM, realizando fricção,
com movimentos circulares, da região de aplicação para a região externa; cobrindo uma área
de 5 cm de diâmetro, aproximadamente;

20. Desprezar o algodão utilizado e esperar a região secar;

21. Remover a capa da agulha;

22.Segurar a seringa horizontalmente com a mão dominante;

23. Realizar a aplicação ao centro do “V”, e a agulha com o bisel voltado para cima formando
um ângulo de 90º, mantendo a mão dominante na seringa;

24. Aspirar, tracionando o êmbolo com a mão que fixava o músculo, observando a possível
entrada de sangue na seringa (em caso de presença de sangue, retirar a agulha e aplicar em
outro local);

25. Introduzir lentamente a medicação pressionando o êmbolo com o polegar, observando


possíveis reações;

26.Aguardar de 3 a 5 segundos e retirar a seringa com movimento rápido e firme;

27.Acionar o dispositivo de segurança da agulha;

28.Colocar o algodão, que estava na mão não dominante, no orifício da punção, sem
massagear, até a completa hemostasia;

29.Colocar bandagem adesiva (stopper), logo após;

30. Colocar o material utilizado na bandeja;

31. Manter a unidade em ordem e o paciente confortável;

32. Desprezar os materiais em locais apropriados;

33. Lavar a bandeja com água, sabão e após, secar, friccionar álcool 70INPM e guardá-la;

34. Limpar o carrinho auxiliar com álcool 70INPM;


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35. Retirar as luvas de procedimento;

36. Realizar higienização das mãos com água e sabão antisséptico (mínimo 30 segundos) ou
álcool gel (mínimo 15 segundos);

37. Retirar os óculos de segurança, lavá-los com água e sabão, secá-los e, em caso de utilizá-
los em leito de paciente em precaução de contato, após a secagem, friccionar álcool 70INPM;

38.Realizar higienização das mãos com água e sabão antisséptico (mínimo 30 segundos) ou
álcool gel (mínimo 15 segundos);

39. Checar prescrição médica;

40. Realizar as anotações de enfermagem no Sistema de Informação Hospitalar (SIH). Anotar


via de administração do medicamento, local de aplicação, reações adversas (locais e
sistêmicas) e as medidas adotadas.

5. CONTINGÊNCIA:

Caso o SIH esteja indisponível, a solicitação dos materiais e medicamentos deve ser realizada
manualmente e posteriormente transcrito e solicitado via sistema. Na falta da agulha 30 mm x
0,70 não é recomendada a realização da técnica neste músculo.

6. OBSERVAÇÕES:

1. Ler a prescrição, atentamente, todas as folhas, inclusive o verso, no mínimo por duas vezes,
confirmando sempre os dados de identificação do paciente.

2. O profissional que iniciou o preparo do medicamento deve realizá-lo até o término do


procedimento, evitando distrações e interrupções.

3. Implementar a prática de verificação dos nove certos da terapia medicamentosa: prescrição


certa, paciente certo, medicamento certo, forma de apresentação certa, via certa, dose certa,
hora certa, orientação ao paciente certa, registro certo da administração.

4.A região ventroglútea apesar de pouco utilizada em nosso meio, apresenta maior segurança
na aplicação, bem como possuir capacidade para maior injeção de volume, sendo uma área
pouco vascularizada, sem a presença de nervos importantes e grandes vasos.

5. Injeções intramusculares não devem ser administradas em locais inflamados, edemaciados


ou irritados, nem em locais que contenham verrugas, sinais congênitos, cicatrizes ou outras
lesões.

6. Se aspirar sangue durante a punção, retirar a agulha e puncionar em outro local.

7. Ao administrar as injeções intramusculares é necessário realizar o rodízio do local de


aplicação durante sequências de injeções.

8. Em casos de dúvidas na administração dos medicamentos, estas devem ser esclarecidas


com o enfermeiro, prescritor ou farmacêutico previamente à execução da mesma.

9. A escolha do local para a injeção intramuscular, de acordo com o volume a ser infundido,
bem como a escolha da agulha, deve ser de acordo com os quadros abaixo:
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COLOCAR OS QUADROS 1 E 2.

Quadro 3 - TEM ESTE TAMBÉM CASO SEJA NECESSÁRIO:

A escolha do comprimento da agulha dependerá do perfil corpóreo de cada indivíduo e da


região escolhida para se realizar a aplicação, conforme quadro abaixo.

Paciente perfil corpóreo/idade Local de aplicação Comprimento/calibre da agulha

Adultos com peso normal e/ou Deltóide, glúteo, ventro glúteo 30x7 ou 30x8 mm
acima do peso
Vasto lateral 25x7 ou 25x8 mm

Adolescente e adulto com perfil Glúteo, ventro glúteo 30x7 ou 30x8 mm


magro
Deltóide, vasto lateral 25x7 ou 25x8 mm

Crianças acima de 2 anos Vasto lateral e glúteo 25x7mm

Perfil normal

Crianças a partir de 2 anos Vasto lateral e glúteo 20x 0,55 mm

Perfil magro

Crianças menores de 2 anos Vasto lateral 20x 0,55 mm

Correlação entre perfil corpóreo/idade, local de aplicação do injetável, comprimento e calibre da


agulha.

Fonte: Adapatado. HU-UFGD. Hospital Universitário – Universidade Federal da Grande


Dourados. Unidade de Vigilância em Saúde. Procedimento Operacional Padrão nº 009 –
Preparo e Administração de Medicação Intramuscular no Adulto. Dourados: HUUFGD, 2020.
Disponível em: <http://www2.ebserh.gov.br/documents/16692/5539970/POP.DE.009+-
+PREPARO+E+ADMINISTRA%C3%87%C3%83O+DE+MEDICA
%C3%87%C3%83O+INTRAMUSCULAR+NO+ADULTO.pdf/f4c66fa5-caa6-4604-a0b6-
00448aede243>. Acesso em 25 de Maio de 2021.

Fonte: Disponível em: < http://www.plenamedicamentos.com.br/>, acessado em 25 de Maio de


2021.

10. Na recusa do medicamento,“bolar” (fazer círculo ao redor do número) o item na prescrição


médica, registrar na anotação de enfermagem, comunicar o enfermeiro e médico. Na ausência
do medicamento prescrito no estoque da farmácia, “bolar” o item na prescrição médica, realizar
anotação de enfermagem, comunicar o enfermeiro e o médico prescritor.

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11. Registrar todas as ocorrências inerentes a administração dos medicamentos tais como
adiamentos, cancelamentos, suspensões, desabastecimento, recusa do paciente e eventos
adversos e comunicar ao enfermeiro.

12. Na ausência dos seguintes itens na prescrição médica: nome do medicamento, volume,
dosagem e via de administração, comunicar o enfermeiro ou o médico prescritor.

13.Os horários correspondentes a administração dos medicamentos devem ser checados pelo
mesmo profissional que realizou o procedimento, imediatamente após sua administração,
através de símbolos, como /, ou O, √.

14. A checagem dos medicamentos prescritos deve ocorrer individualmente para todos os itens
da prescrição e para todos os horários de cada item de prescrição. É indispensável à colocação
da rubrica com o nº do conselho, logo acima do horário aprazado, visando à identificação do
profissional que realizou a ação.

15. Para a checagem das medicações, utilizar caneta de cor azul ou preta nos turnos da manhã
e da tarde e na cor vermelha no turno da noite ou conforme padronização do serviço de
enfermagem.

16. O SESMT orienta que os óculos de segurança devem ser lavados com água e sabão
neutro e secado com papel macio e, apenas em casos de procedimentos de assistência com
pacientes de isolamento e/ou projeção de secreções e líquidos biológicos, após a secagem,
deve ser utilizado 70INPM. Em ambos os casos, após a lavagem, evitar friccionar o papel para
secagem, nas lentes.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.PARECER COREN-DF N°009/2004. Locais para administração por via intramuscular das
medicações Benzilpenicilinas Benzatina e Potássica – Procaína e demais medicações aquosas
de volume de 1,5 até no máximo 5ml.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. RDC ANVISA 36/2013 – Institui ações para segurança do
paciente em serviços de saúde. Brasília, DF: ANVISA, 2013.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS 2.095/2013 – Aprova os Protocolos Básicos de


Segurança do Paciente. Anexo 3: Protocolo de segurança da prescrição, uso e administração
de medicamentos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013.

4. MJDB; MENDONÇA, AM; PRANUVI, MB. Manual de Procedimentos Operacionais Padrão do


Terceiro Andar Esquerdo – Administração de Medicações. Hospital Estadual Bauru. 2004. 24p.

5. Norma Regulamentadora 32 – Segurança e Saúde no trabalho em Serviço de Saúde.


Portaria MTE-GM 485: 2005

6. EBSERH. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação. Divisão de


enfermagem. Procedimentos Operacionais Padrão: Preparo e Administração de
Medicação por Via Intramuscular. HULW – Hospital Universitário Lauro Wanderley – João
Pessoa: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2019. Disponível em:<
http://www2.ebserh.gov.br/documents/220250/4092009/POP+018+ADMINISTRA
%C3%87%C3%83O+DE+MEDICAMENTO+VIA+INTRAMUSCULAR.pdf/2356b763-4625-4954-
939a-c78dc4461210> Acesso em: 25 de mai de 2021.
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7. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP Nº


010/2020.Ementa: Administração de medicamento via intramuscular. Disponível em:
<https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/Parecer-010.2020-Administra
%C3%A7%C3%A3o-de-medicamento-via-intramuscular.pdf> Acesso em: 25 de mai de 2021.

8. GOMES, B.R.P.; PAES, G.O.; TRAVERSO, F.A. (Re)discutindo a técnica de administração de


medicamentos pela via intramuscular: revisão sistemática. Rev Fun Care Online. 2019.
Disponível em: file:///C:/Users/SIMONEPC/Downloads/3998-40226-2-PB%20(5).pdf. Acesso
em: 25 de mai de 2021.

9. Fortes, AVS. Administração segura de medicamentos: Proposta de protocolo de orientações


para equipe de enfermagem. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Pró
reitoria de Pós-graduação (PRPG), Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
(Profissional), Goiânia, 2017.

Revisão: Monique Antonia Coelho, Amanda dos Santos Cecílio, Ana Carolina Sanches Antonio,
Daniele de Oliveira Gomes, Priscila Eburneo Laposta Spadotto e Thaís Amanda Leccioli.

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