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Fertilidade do Solo: o que é, relações com

outras disciplinas e conceitos básicos

Manoel Evaristo Ferreira1 e Mara Cristina Pessôa da Cruz1

1. Introdução

As plantas são constituídas, em média, por 15% de matéria seca e 85% de água. Deste total
de matéria seca, 90% são representados pelos elementos químicos carbono (C), hidrogênio (H) e
oxigênio (O), o que resulta em 1,5% da planta para outros elementos. Na Tabela 1 têm-se
elementos químicos que são encontrados nas plantas. Dentre eles estão, principalmente:
nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cloro (Cl),
cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn), os quais são
nutrientes de plantas.
Nutrientes de plantas são elementos químicos que as plantas absorvem e que são
essenciais ou indispensáveis para o seu crescimento, desenvolvimento, produção e reprodução.
Na Tabela 2 estão os nutrientes de planta sob a ótica da Fertilidade do Solo, segundo a
classificação em macro e micronutrientes. Na Tabela 3 encontram-se íons de nutrientes de plantas
e respectivos raios iônicos, com o objetivo de demonstrar que o critério para definir os macro e os
micronutrientes não é o do tamanho do elemento químico, mas sim o da quantidade absorvida
pela planta, o que se verifica na Tabela 4.

Tabela 1. Elementos químicos encontrados nos tecidos das plantas.


Elemento
Oxigênio Fósforo Rubídio Estrôncio Chumbo
Carbono Enxofre Zinco Zircônio Cádmio
Hidrogênio Alumínio Molibdênio Níquel Césio
Cálcio Sódio Cobre Arsênio Selênio
Potássio Ferro Titânio Cobalto Mercúrio
Nitrogênio Cloro Vanádio Flúor Rádio
Silício Manganês Boro Lítio (+70 da tabela
Magnésio Crômio Bário Iodo periódica)
Fonte: Yagodin et al. (1986).

1
Depto. de Ciências da Produção Agrícola, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Jaboticabal (SP).
Edição revista em 2020.
2 Ferreira & Cruz

Tabela 2. Macronutrientes e micronutrientes de plantas e respectivos símbolos.


Macronutrientes Micronutrientes
Primários Secundários
Nitrogênio N Cálcio Ca Boro B Manganês Mn
Fósforo P Magnésio Mg Cloro Cl Molibdênio Mo
Potássio K Enxofre S Cobre Cu Níquel Ni
Ferro Fe Zinco Zn

Tabela 3. Raio iônico de alguns nutrientes de plantas.


Elemento Íon Raio Elemento Íon Raio
nm nm
+
Potássio K 0,133 Cloro Cl- 0,181
2+
Cálcio Ca 0,099 Cobre Cu2+ 0,072
2+
Magnésio Mg 0,066 Manganês Mn2+ 0,080
Fonte: Weast et al. (1986).

Tabela 4. Quantidade total de nutrientes na parte aérea das culturas de soja e cana-de-açúcar,
para produção de 4,0 t de grãos de soja e 100 t de colmos de cana.
Nutriente Quantidade extraída Nutriente Quantidade extraída
kg/4,0 t soja kg/100 t cana g/4,0 t soja g/100 t cana
Nitrogênio 332,0 145,8 Boro 308 433,2
Fósforo 27,2 24,2 Cloro 2.060 -
Potássio 128,0 210,9 Cobre 104 87,2
Cálcio 48,8 61,9 Ferro 1.840 3.297,0
Magnésio 26,8 28,2 Manganês 520 2.496,7
Enxofre 61,6 38,7 Molibdênio 28 -
Zinco 244 582,2
Fonte: modificado de Sfredo (2008) e de Otto et al. (2019).

Enquanto o carbono, o hidrogênio e o oxigênio vêm da água ou do ar, os outros elementos


são praticamente fornecidos pelo solo. Esses outros elementos no solo (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu,
Fe, Mn, Mo, Ni e Zn), em conjunto, caracterizam o que se denomina fertilidade do solo. Fertilidade
do solo é, portanto, a habilidade de um solo fornecer nutrientes às plantas, ou é a capacidade
intrínseca de um solo para fornecer nutrientes às plantas em quantidades adequadas e em
proporções convenientes.
O solo que apresenta fertilidade alta é um solo fértil. Todo solo fértil é produtivo? O que é
solo produtivo? Solo produtivo é aquele no qual se obtém boa produtividade. A produtividade de
uma área é determinada por vários fatores, entre os quais estão: ar, calor, luz, água, suporte
mecânico e nutrientes. Assim, um solo produtivo é um solo fértil, mas não necessariamente um
solo fértil será produtivo, pois a falta de água ou limitações em qualquer outro dos fatores citados
levarão a baixa produtividade.
Fertilidade do solo: Conceitos básicos 3

Dos fatores que afetam a produtividade e que foram citados anteriormente, apenas a luz
não está ligada ao solo, o que caracteriza uma relação solo-planta muito importante. Cada fator
afeta diretamente a produção e, ao mesmo tempo, indiretamente, por meio da estreita relação
que mantém com os outros. Assim, considerando que no solo a água e o ar ocupam os espaços
porosos, fatores que afetem a relação solo-água, afetarão também a relação solo-ar. Por outro
lado, mudança na umidade do solo afetará a sua temperatura. Como último exemplo, a
disponibilidade de nutrientes é influenciada pelo balanço solo-água, bem como pela temperatura
do solo. A compreensão desse exemplo será facilitada com o avanço dos estudos específicos de
fertilidade do solo, sendo este um dos objetivos desta disciplina.
No estudo da fertilidade do solo, as principais perguntas que devem ser respondidas são:
um solo de fertilidade baixa pode ser transformado em um solo de fertilidade alta? Um solo de
fertilidade alta pode ser transformado em um solo de fertilidade baixa? O solo tem algum
mecanismo de resistência a mudanças em sua fertilidade? A resposta é sim para as três perguntas.
Solos pobres ou com fertilidade baixa poderão, por meio de adições feitas principalmente
pelo homem, serem transformados em solos férteis. Entre os processos de adição têm-se a
calagem, por meio da qual é feita a correção da acidez e a adição de cálcio e magnésio ao solo; a
adubação orgânica, que implica na adição de nutrientes por meio de resíduos orgânicos de origem
vegetal ou animal; e a adubação mineral, por meio da qual é feita adição de nutrientes por meio
de produtos ou substâncias minerais. Por outro lado, solos de boa fertilidade podem ser
transformados em solos de baixa fertilidade, devido aos processos de perda de nutrientes:
lixiviação (os nutrientes são perdidos dissolvidos na água que percola através do perfil do solo);
remoção nos produtos colhidos (os grãos, os tubérculos, os frutos, etc., colhidos das áreas de
produção e usados na alimentação humana e animal contêm quantidades variáveis de N, P, K, Ca,
Mg, S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn); erosão (os nutrientes associados às partículas do solo são
perdidos quando as enxurradas arrastam quantidades variáveis de solo de um local para outro).
Na Figura 1 é apresentado, esquematicamente, o ciclo envolvendo solo fértil, solo pobre e
processos representativos de como o solo pode ganhar ou perder nutrientes.
Embora o solo esteja sujeito a processos de perda e de ganho, a sua fertilidade nem
sempre é alterada bruscamente, principalmente no que se refere às perdas. Essa resistência a
perdas e ganhos (até certo ponto) deve-se à presença de partículas no solo que apresentam
propriedades coloidais e que são responsáveis pelo que se chama de sistema ou poder tampão.
4 Ferreira & Cruz

Figura 1. Representação esquemática dos processos que levam ao enriquecimento e ao


empobrecimento do solo.

2. Relações da fertilidade do solo com a produção agrícola e com outras disciplinas


A agricultura e a pecuária, campos do exercício profissional de Engenheiros Agrônomos e
de Zootecnistas, são as responsáveis pela produção primária de alimentos para os animais e para o
homem.
O principal papel de Agrônomos e de Zootecnistas é aumentar a produtividade das
culturas, o que deve ser conseguido por meio da utilização racional dos insumos agrícolas, entre
eles calcário e adubos, e de outros fatores de produção. Por exemplo, calagem e adubação
adequadas podem representar ganho médio de produtividade de 40%.
Pode-se afirmar que só faz calagem e adubação corretamente quem conhece fertilidade
do solo. Mas fertilidade do solo não é apenas quantificação do que o solo tem. É também
conhecimento de atributos do solo, das reações que ocorrem com elementos químicos de
interesse nesse meio e de como eles se comportam, fatos importantes para definir não só o que
aplicar, mas como e quando aplicar calcário e adubo.
Para entender a Fertilidade do Solo são necessários conhecimentos de mineralogia do solo,
solos, química, microbiologia e de outras áreas. A Fertilidade do Solo é a base para estudos de
calagem e de adubação de culturas. É pré-requisito para a Pedologia e para a Adubação de
Culturas, e é uma das preocupações da Conservação do Solo. Sem dúvida, somente fará um bom
curso em qualquer das disciplinas da área de produção vegetal na FCAV quem tiver boa base de
Fertilidade do Solo.
Fertilidade do solo: Conceitos básicos 5

3. Conceitos básicos

ABSORÇÃO: refere-se à penetração de superfície, por exemplo, penetração de água e de


nutrientes (ou de um outro íon) através das raízes das plantas. Pequena quantidade de
nutrientes pode ser absorvida através das folhas.
ADSORÇÃO: refere-se à adesão ou retenção de substâncias ou íons à superfície de um sólido. Obs.
Nos solos ela se refere à atração dos íons e das moléculas de água pelas partículas coloidais.
ADUBAÇÃO (de solo): é a aplicação de adubo no solo procurando corrigir a deficiência de um ou
mais nutrientes para as plantas ou manter a fertilidade do solo.
ADUBO OU FERTILIZANTE: é qualquer material, natural ou manufaturado, que contém um ou mais
nutrientes de planta, que se adiciona ao solo ou diretamente sobre a planta com a finalidade de
suprir um ou mais nutriente de planta.
AGREGADO: aglomerado de partículas unitárias (de areia, silte e argila) que se forma devido às
atrações entre partículas ou por meio de agentes cimentantes como óxidos de ferro e matéria
orgânica.
ASSIMILÁVEL OU DISPONÍVEL: quantidade de um nutriente no solo em forma química acessível às
raízes e em compostos que podem ser facilmente convertidos a estas formas durante o ciclo de
crescimento das plantas.
ÁTOMO: parte constituinte de uma substância simples e que representa a menor quantidade
dessa substância suscetível de combinação química. Portanto, toda substância é formada de
átomos. O átomo é formado por um núcleo positivo que contém nêutrons e prótons, cercado
de elétrons.
CALAGEM: é a operação de aplicar pó calcário ao solo visando corrigir a acidez.
CALCÁRIO: rocha sedimentar composta basicamente de calcita (CaCO3) ou dolomita
(CaCO3.MgCO3) que, depois de moída, pode ser usada para corrigir a acidez dos solos.
CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA, CTC ou valor T: quantidade de cargas negativas ou de cátions
retidos, por unidade de massa ou de volume de solo.
Obs.: A CTC determinada a pH 7,0 (ou 8,0) é denominada CTC potencial, e a obtida ao pH natural
ou de campo, de CTC efetiva.
CROSTA TERRESTRE: é o mesmo que litosfera; é a camada externa consolidada da Terra. A sua
espessura é da ordem de 35 km.
6 Ferreira & Cruz

CULTIVO MÍNIMO: sistema de preparo (cultivo) que reduz o número das operações mecanizadas
ao mínimo necessário para criar a condição adequada para a semeadura e a germinação das
sementes.
DESSORÇÃO: liberação de um íon ou molécula de uma superfície. O oposto de adsorção.
ELETRÓLITO: substância que em solução se dissocia totalmente em íons.
EROSÃO: é todo o arrastamento, no sentido horizontal, de partículas de solo, seja por meio da
água ou do vento. Como consequência tem-se perda de elementos químicos que fazem parte
da estrutura de partículas sólidas do solo ou de íons que estão adsorvidos a elas.
ESTRUTURA DO SOLO: conjunto de agregados que ocorrem em um solo.
FERTILIDADE DO SOLO: é a capacidade intrínseca de um solo para fornecer nutrientes às plantas
em quantidades adequadas e em proporções convenientes.
FOTOSSÍNTESE: processo pelo qual as plantas captam a energia luminosa, combinando água e
dióxido de carbono para formar os carboidratos. O pigmento clorofila é requerido para a
conversão da energia luminosa em energia química.
FRAÇÃO ARGILA: são as partículas minerais da fase sólida do solo menores do que 0,002 mm de
diâmetro. É constituída por minerais secundários, principalmente minerais de argila silicatados,
e de óxidos de ferro e de alumínio.
ÍNDICE DE SATURAÇÃO POR BASES, V%: é a proporção de bases trocáveis presentes no solo, em
um dado momento, em relação a sua CTC (CTC potencial), expressa em porcentagem. É,
portanto, a relação entre os valores SB e CTC multiplicada por 100. O mesmo que Porcentagem
de Saturação por Bases.
ÍON: átomo ou grupo de átomos que está eletricamente carregado em consequência da perda ou
do ganho de elétrons. No solo o íon se refere a um elemento ou a uma combinação de
elementos eletricamente carregados, que resulta da dissociação de um eletrólito na solução do
solo. O íon positivo é chamado de cátion e o negativo, de ânion.
LEI OU TEORIA DA RESTITUIÇÃO: é indispensável restituir ao solo, para evitar seu
empobrecimento, todos os nutrientes removidos nas colheitas.
LEI OU TEORIA DO MÍNIMO: a produção das culturas é regulada pela quantidade do elemento
nutriente disponível que se encontra no mínimo em relação às necessidades das plantas (Figura
2).
LEI OU TEORIA DOS FATORES LIMITATIVOS: o nível da produção agrícola não pode ser maior do
que o possibilitado pelo mais limitativo dos fatores essenciais ao crescimento vegetal (Figura 2).
Fertilidade do solo: Conceitos básicos 7

(a) (b)
Figura 2. Representação esquemática da lei do mínimo (a) e da lei dos fatores limitativos (b).

LIGAÇÃO COVALENTE: é a união entre átomos, estabelecida por meio de pares de elétrons, de
modo que cada par seja formado por um elétron de cada átomo. Há compartilhamento de
elétrons e isso determina uma ligação forte.
LIGAÇÃO ELETROVALENTE: é a força que mantém os íons unidos, depois que um átomo entrega
definitivamente 1, 2 ou mais elétrons a outro átomo. Nesta doação e aceitação de elétrons
acabam sendo produzidos cátion e ânion que se atraem. Há atração por forças eletrostáticas e
isso determina uma ligação fraca.
LIXIVIAÇÃO: é o arrastamento, pela água que percola, de íons e moléculas que estão em solução
nas camadas superiores do solo, para camadas mais profundas, podendo alcançar o lençol
freático. É um dos processos de empobrecimento da fertilidade do solo.
MACRONUTRIENTES: são elementos essenciais ou nutrientes que as plantas precisam e absorvem
em quantidades relativamente grandes. Obs.: São divididos em primários ou nobres: nitrogênio
(N), fósforo (P) e potássio (K) e secundários: cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).
MATERIAL COLOIDAL OU COLOIDE: refere-se a materiais orgânicos ou inorgânicos com partículas
muito pequenas, área de superfície correspondentemente grande por unidade de massa e
carga de superfície. Os coloides apresentam diâmetro menor do que 0,001 mm.
MICRONUTRIENTES: são elementos essenciais ou nutrientes que as plantas necessitam e
absorvem em quantidades relativamente pequenas. Obs.: São os seguintes: boro (B), cloro (Cl),
cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn).
8 Ferreira & Cruz

MILÍMETRO (mm): submúltiplo do metro; é a milésima parte do metro (10-3 m). O coloide tem
diâmetro menor do que 0,001 mm.
MINERAL: sólido homogêneo de ocorrência natural, formado inorganicamente, com composição
química definida e arranjo atômico ordenado.
MINERAL DE ARGILA: é um silicato de alumínio hidratado que apresenta estrutura laminar. As
estruturas básicas dos minerais de argila são lâminas de tetraedros de sílica (um átomo de
silício coordenado com quatro átomos de oxigênio) e lâminas de octaedros de alumina (um
átomo de alumínio coordenado com seis grupamentos -OH). Os minerais de argila que
apresentam unidade cristalográfica constituída por duas lâminas de sílica para uma de alumina
são as argilas silicatadas do tipo 2:1 e as que apresentam uma de sílica para uma de alumina,
são as do tipo 1:1.
MINERAL PRIMÁRIO: mineral que não foi alterado quimicamente desde a deposição e cristalização
da lava.
MINERAL SECUNDÁRIO: mineral que resulta da decomposição de um mineral primário ou da
reprecipitação de produtos da decomposição de um mineral primário.
NANOMETRO (nm): submúltiplo do metro; é a bilionésima parte do metro (10-9 m). Os íons têm
diâmetro menor do que 1 nm.
NUTRIENTE: é todo elemento químico que as plantas absorvem e que é essencial ou indispensável
para o seu crescimento, desenvolvimento, produção e reprodução.
PERFIL DO SOLO: é o conjunto de horizontes, num corte vertical, que vai da superfície até o
material semelhante ao que deu origem ao solo.
pH DO SOLO: é a medida da concentração dos íons hidrogênio dissolvidos na solução do solo. Obs:
pH < 7 indica solos ácidos; pH = 7, solos neutros; e pH > 7, solos alcalinos.
PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES: ver Índice de Saturação por Bases
PRODUTIVIDADE: está relacionada com a capacidade de um solo em proporcionar rendimento às
culturas.
SEPARADOS OU FRAÇÕES DO SOLO: partículas minerais, com diâmetro menor do que 2,0 mm.
Obs.: Classificadas segundo a International Society of Soil Science, de acordo com o tamanho,
nas seguintes categorias: a) areia grossa: 2,0 a 0,2 mm; b) areia fina: 0,2 a 0,02 mm; c) silte: 0,02
a 0,002 mm; d) argila: menor do que 0,002 mm.
SÓLIDO: substância caracterizada por um arranjo regular de suas partículas constitutivas, que
formam uma rede espacial definida e característica.
Fertilidade do solo: Conceitos básicos 9

SOLO: do ponto de vista da fertilidade do solo é a camada arável da crosta terrestre, onde se
desenvolve a maioria das raízes das plantas.
SOMA DE BASES OU VALOR SB: refere-se ao total de cátions, exceto Al e H, adsorvidos no solo na
forma trocável, mais a quantidade de amônio trocável.
TAMPÃO OU EFEITO TAMPÃO: nos solos, é devido à presença de substâncias que agem
quimicamente oferecendo, por exemplo, resistência a mudança de pH. Obs.: o efeito ou ação
tampão no solo é devido principalmente à fração argila e à matéria orgânica e se manifesta
também em relação ao nitrogênio, ao fósforo, ao potássio, etc.
TEXTURA DO SOLO: proporção relativa das frações areia, silte e argila de um solo.
TROCÁVEL OU ELEMENTO TROCÁVEL: é o elemento que está adsorvido ou retido pelos
componentes da fase sólida do solo e que pode facilmente trocar de posição com um elemento
dissolvido na solução do solo.

4. Literatura consultada e citada


BRADY, N.C.; WEIL, R. Elementos da natureza e propriedades do solo. 3.ed. Porto Alegre, Bookman, 2013. 686p.

CANTARELLA, H.; ANDRADE, J.C. O sistema internacional de unidades e a ciência do solo. Boletim Informativo da
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.17, n.3, p. 91-102, 1992.
CURI, N.; LARACH, J.O.I.; KÄMPF, N.; MONIZ, A.C.; FONTES, L.E.F. Vocabulário de ciência do solo. Campinas, Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 1993. 89p.
DECHEN, A.R.; HAAG, H.P.; CARMELLO, Q.A.C. Mecanismos de absorção e de translocação de micronutrientes. In:
FERREIRA, M.E.; CRUZ, M.C. P. (Eds.) Micronutrientes na agricultura. Piracicaba, Associação Brasileira para Pesquisa da
Potassa e do Fosfato/CNPq, 1991. p.79-97.
FERNANDES, M.S. (Ed.) Nutrição mineral de plantas. Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2006. 432p.
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manejo da adubação. Informações Agronômicas NPCT, Piracicaba, n.3, p.1-8, 2019.
RAIJ, B. van Fertilidade do solo e manejo de nutrientes. Piracicaba, International Plant Nutrition Institute, 2017. 420p.
SFREDO, G.J. Soja no Brasil: calagem, adubação e nutrição mineral. Londrina, Embrapa Soja, 2008. 148p. (Documentos,
305)
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YÁGODIN, B.A.; SMOIRNOV, P.; PETERBURGSKI, A. Agroquímica. Moscow, Editorial Mir Moscú, 1986. v.1. 416p.
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