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MédiCO Veterln6rle (J
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MI:DICA E VETERINARIA
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4~ Edição Revisada
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MOACYR G. FREITAS
FICHA CATALOGRÁFICA ()
Professor Titular do Departamento de Pa- (,
rasitologia do Instituto de Ciências Bioló-
Freitas, Moacyr Gomes de, 1914-1917. gicas da Universidade Federai de Minas (I
Entomologia e Acarologia Médica e Veterinária I por I Moacyr G~mes Gerais. Doutor. (l
de Freitas, Hélio Martins de Araújo Costa, José Oswaldo Costa e Paulo
lide. 4 ed. Belo Horizonte, Rabelo e Brasil, 1978. (~
147 ilust., 23 cm. H~LIO MARTINS DE ARAÚJO COSTA (,
1. Entomologia Médica. 2. Entomologia Veterinária. 3. Acarologia Mé- Professor Adjunto do Departamento de (\
dica. 4. Acarologia Veterinária. I. Costa, 'Hélio Martins de Araújo, - Parasitologia do Instituto de Ciências Bio- (,
II. Costa, José Oswaldo, - . III. lide, Paulo, - . IV. Tftulo. lógicas da Universidade Federai de Minas
COO 616.968 Gerais. Doutor em Parasitologia. {}
636.089 696 8 ()
JOS': OSWALDO COSTA
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Professor Adjunto da Universidade Fede-
rai de Minas Gerais.
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PAULO liDE {l
REFERt:NCIA BIBLIOGRÁFICA
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Professor Livre Docente de Parasitologia
FREITAS, M.G.; COSTA, H.M.A.; COSTA, J.O.; liDE, P. Entomologia Animai da Universidade Federai Flumi- {)
e aCllrologia médica e veterinária. 4 ad. Belo Horizonte, 1978. nense. {)
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BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS ()
1.978
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Apr~sen t ação .. ........................................................................................ . 3


Capítulo I - Filo Arthropoda ................................ . 5
) Capítulo 2- Classe Arachinida .... . ......................... . 15
) Ordem Acari .............................. . 19
Subordem lxodides 20
) F<}lllília Argasidae ..................... . 27
) Capítulo 3 - FamJ1ia Ixodidae ................................ . 35
Capítulo 4- Subordem Sarcoptiformes ......................... . 53
) Famllia Sarcoptidae ......................... . 54
) Faml1ia Psoroptidae ......................... . 57
Famt1ia Analgesidae ......................... . 60
)
Famllia Dermoglyphidac ..................... . 60
) Famllia Epidermoptidae ..................... . 60
Famllia Laminosioptidae ..................... . 65
)
Famllia Cytoditidae ......................... . 65
) Famt1ia Pyroglyphidae ....................... . 65
Capítulo 5 - Subordem Mesostigmata .......................... . 66
Famt1ia Dermanyssidae ....................... . 67
Familia Macronyssidae ....................... . 66
Faml1ia Rhinonyssidae ....................... . 67
Subordem Trombidiformes ........................ . 67
Família Demodicidae ......................... 68
Famt1ia Psororgatidae ........................ 70
Família Trombiculidae ....................... 69
Capítulo 6 - Classe Insecta ................................... 74
í
f,
Ordem Diptera ............................. 84 I
Subordem Nematocera .................... 90 f
Família Culicidae ...................... 93
Subfamília Culicinae ................. 93 f
Tribo Anophelini ................ . \05 (
Tribo Culicini ................... . 107
Capítulo 7 - Família Simullidae ............................. . 111
(
FamJ1ia Psychodidae ............................ . 116 (
SubfamJ1ia Phlebotorninae ................... . 116 I.

Faml1ia Ceratopogonidae ........................ . 124


{
Capítulo 8 - Subordem Brachycera .......................... . 127 {
Famüia Tabanidae ......................... . 127
Capítulo 9 - Subordem Cyclorrhapha .......................... . 133
{
Família Muscidae ......................... . 138 fN O I C E {
Família Calliphoridae ...................... . 149 ,
t (
Famüia Sarcophagidae ..................... . 156
160 Apresentação (
Capítulo \O - Família Cuterebridae ........................... .
Família Gasterophilidae ......................... . 165 Capítulo 1 -
FÚ~ 'Á;til;~p' ~d~ ................................. . 3
.0.0 ................ "................................... ..
5 (
Famüia Oestridae .............................. . 158 Capítulo 2- Classe Arachinida ................................................................
15 {
Capítulo 11 - Secção Pupipara ............................... . 172 Ordem Acari .............................. . 19
Faml1ia Hippoboscidae ...................... . 172 Subordem Ixodides ............................................ (
20
Capítulo 12 - Ordem Hemiptera .............................. . 175 Farmlia Argasidae ..................... . 27
Famüia Reduvüdae ........................ . 180 Capítulo 3- FamI1ia Ixodidae ................................ .
35
f
Subfamília Triatorninae .................. . 180 Capítulo 4- Subordem Sarcoptiformes ......................... . (
53
Família Cimicidae ......................... . 184 Família Sarcoptidae ......................... . 54 {
Capítulo 13 - Ordem Siphonaptera ............................ . 192 Famtlia Psoroptidae ......................... . 57
Capítulo 14 - Ordem Anoplura ............................... . 205 Famtlia Analgesidae ......................... . (
60
Família Hematopinidae ...................... . 213 Família Dermoglyphidac ..................... . 60 (
Famüia Linognathidae ..................... . 216 Familia Epidermoptidae ..................... . 60
Famüia Pediculidae ........................ . 207 Famtlia Laminosioptidae ..................... . {
Capítulo 15 - Ordem Mallophaga ............................. .
65
222 Família Cytoditidae ......................... .
Referências Bibliográficas .................................... . 228 65 l
Famtlia Pyroglyphidae ....................... . 65
Capítulo 5 - Subordem Mesostigmata .......................... . {
66
Familia Dermanyssidae ....................... . 67
Faml1ia Macronyssidae ....................... .
(
66
Família Rhlnonyssidae ....................... . 67 ~
Subordem Trombidiformes ........................ . 67 (
Famllia Demodicidae ........................ . 68
Família Psororgatidae ....................... .
Família Trombiculidae ...................... .
70
69 "
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Capítulo 6- Classe Insecta ...................................................................
74
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)
Ordem Diptera ............................ . 84
) Subordem Nematocera ................... . 90
) Família Culicidae ..................... . 93
Subfamília Culicinae ................ . 93
) Tribo Anophelini ................ . 105
) Tribo Culicini ................... . 107
Capítulo 7 - Família Simuliidae ...... _..................... _ . 111
) Família Psychodidae .............. _............. . 116
) Subfamília Phlebotominae ................... . 116
Famma Ceratopogonidae ........................ . 124
)
Capítulo 8 - Subordem Brachycera .......................... . 127
) Famma Tabanidae ........ _................ . 127
Capítulo 9 - Subordem Cyclorrhapha .......................... . 133
J Família Muscidae ........................ . 138
} Famma Calliphoridae ...................... . 149
Famma Sarcophagidae . _................... . 156
-') Capítulo 10 - Família Cuterebridae ........................... . 160
Famma Gasterophilidae ......................... . 165
) Família Oestridae .............................. . 158
Capítulo 11 - Secção Pupipara ....... _....................... . 172
) FamI1ia Hippoboscidae ...................... . 172
) Capítulo 12 - Ordem Hemiptera .............................. . 175
Familia Reduvüdae ........................ . 180
) Subfamília Triatominae .................. . 180
APRESENTAÇAo
) Família Cimicidae ......................... . 184
Capítulo 13 - Ordem Siphonaptera ............................ . 192
Capítulo 14 - Ordem Anoplura ............................... . 205
Famtlia Hematopinidae ..................... . Esta ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA. em
213
sua 4<;1 edição, foi elaborada para servir de livro-texto destinado a estudantes dos
Famtlia Linognathidae ..................... . 216
currículos médico e veterinário do Brasil.
Familia Pediculidae ........................ . 207
Capítulo 15 - Ordem Mallophaga .............................. . Esta 4'.1 edição foi cuidadosamente revista e ampliada. eliminando-se numero-
222
Referências Bibliográficas .................................... . 228 ,
~ sas incorrcções da edição anterior. Entretanto, não houve intenção dos autores em
apresentarem uma obra completa sobre Insetos e Ácaros de interesse médico e vete-
rinário. Dentro de suas limitações, os autores procuraram apresentar informações

I fundamentais sobre Entomologia e Acarologia necessárias à formação de profissio-


nais em Medicina e em Veterinária.
O objetivo da publicação foi incluir, em um volume, as informações básicas so-
bre morfologia, biologia, importância e métodos de controle dos principais insetos e
ácaros que causam injúrias ou transmitem doenças ao homem e aos animais domés-
ticos no País.
Os autores agradecem a todos aqueles que contribuiram para o aperfeiçoamen-
to desta edição.

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Moacyr G. Freitas. Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide
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CAPITULO 1 - FILO ARTHROPODA (I
CARACTERES, MORFOLOGIA, CLASSIFICAÇÃO
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I - CARACTERES
()
Corpo com simetria bilateral, constituído de anéis agrupados entre sí forman. ()
do duas ou três regiões: céfalo-tórax e abdome (ácaros) ou cabeça, tórax e abdome
(insetos). Estes metâmeros constituem o exoesqueleto. Cada metâmero pode ter um ()
par de apêndices articulados também revestido de exoesqueleto. Os órgãos internos ( )
são banhados por um líquido denominado hemolinfa que preenche a cavidade geral
ou hemocele. O coração situa·se dorsalmente. O sistema nervoso é constituído de u- ( )
ma cadeia ganglionar ventral e um centro supra-esofageano. ()
Os artrópodes constituem o maior grupo do reino animal, tanto em número
Professor Moacyr Gomes de Freitas - Natural de Cachoeiro do Itapemirim, de espécies como em número de indivíduos. Há mais de 1.000.000 de espécies des- {
Espírito Santo, nascido em 26 de dezembro de 1914. Fez o curso secun~ário em o
Vitória, E.S., e graduou-se em Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa em
critas, que constitui cerca de 4/5 dos animais conhecidos. {
1940. Obteve os títulos de "Master of Science" e Doutor em Parasitologia, respecti':.
vamente pelas Universidades de Michigan (USA) e de Minas Gerais. II - MORFOLOGIA EXTERNA
Exerceu as tarefas de professor em níveis de graduação e pós-graduação, ten-
do orientado a formação de vários profissionais em ParasitaIagia. Pesquisador meti-
culoso, Conferencista do Conselho Nacional de Pesquisas, deixou em torno de uma
centena de trabalhos publicados, além de três livros-texto.
Além das atividades técnico-científicas, da participação em bancas examina·
I
r
Na extremidade anterior, o corpo dos artrópodes apresenta a cabeça provida
de cavidade bucal e de apêndices destinados à exploração do meio e apreensão de a-
limentos. Na extremidade posterior encontram-se o ânus e a genitália.
Em continuação à cabeça seguem-se os segmentos, dos quais saem os órgãos
doras comissões e de ter sido um atuante membro do Conselho Universitário da
locomotores. Lateralmente aos segmentos, abrem-se os orifícios respiratórios ou es-
UFMG, esteve também à frente de estabelecimentos como Diretor: de 1961 a 1964
piráculos. Nos segmentos a região plana voltada para a superfície de pouso é deno-
na Escola de Veterinária e de 1967 a 1969 no Instituto de Ciências Biológicas da minada face ventral, oposta à face dorsal.
UFMG. Faleceu em 15 de março de 1977.
O esqueleto que reveste o corpo dos artrópodes, também de'nominado exoes-

-5-
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J ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide
)
queleto, é fonnado de três camadas: cutícula, epidenne e membrana basal, dispos-
)
tas de fora para dentro, respectivamente. A cutícula, que cobre toda a superfície do
) corpo e se intlete nos orifícios naturais - boca, orifícios excretores e espiráculos,
contém pigmentos e outras substâncias, incluindo um composto químico caracterís-
)
tico, chamado quitina. A epidenne, que é uma camada celular, secreta a cutícula. A
) membrana basal é delgada e não celular.
Durante o desenvolvimento os artrópodes mudam várias vezes de cutícula. À
J cutícula desprendida dá-se a denominação de exúvia. Estas mudas são chamadas ec-
) dises. A ecdise associada com mudança de fonna recebe o nome de metamorfose.
) Cada fase evolutiva seguida ou precedida de uma ecdise recebe o nome de estádio.
Cada anel da superfície do corpo dos artrópodes é constituído de placas rígi-
) das denominadas escleritos que são delimitados entre sí por suturas ou sulcos. Os es-
) cleritos e as suturas recebem denominações próprias, de acordo com as regiões do
corpo.
) Em alguns grupos de artrópodes, a cutícula é coberta por uma delgada cama- B
) da de cera que ajuda a preservação da umidade no interior do corpo.
Várias estruturas ou processos tegumentares podem ser encontrados na super-
) fície da cutícula. Alguns, denominados processos celulares, se originam de células:
c G

) outros, denominados processos cuticulares ou processos não celulares, se originam


diretamente da cutícula. Algumas estruturas se originam de uma célula situada na e-
) piderme - denominada célula tricógena ou tricógeno - e se projetam para o exte- o
) rior através de canais que atravessam a cutícula. Estas estruturas, semelhantes a pê-
)
)
los, de acordo com a fOIma e a função, recebem vária~ denominações; quando espes-
sas são chamadas de cerdas; quando delgadas são as setas ou macrotríquias; quando
achatadas são as escamas; quando de função sensorial são as "sensillae". Outros pro-
cessos tegumentares de origem- multicelular, tais como os espinhos, os esporões e os
I
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)
chifres, constituem estruturas frequentemente encontradas nos artrópodes. Os espi- I!
) nhos são peças rígidas e os esporões são peças móveis. Entre os processos tegumen- E

,1
) tares não celulares estão os nódulos, os espículos, os acúleos ou microtríquias, os tu-
bérculos e as cristas ou corrugações. I
) Os segmentos dos artrópodes, também denominados anéis, somitos ou metâ-

I
meros, na fonna típica, são constituídos dos seguintes escleritos: dois escleritos dor-
) F/G.l
sais, denominados tergitos, que constituem o noto no tórax ou tergo no abdome:
) dois escleritos ventrais, denominados esternitos, que constituem o esterno; dois es-
cIeritos laterais, de cada lado - os pleuritos, denominados epímero e episterno, se- f
)
parados por uma sutura pleural, dirigida dorso-ventralmente e que fonnam as pleu-
ras, uma de cada lado. O esclerito anterior é o epistemo e o posterior é o epímero.
O primeiro segmento do corpo do artrópode é denominado acron ou prostô- I FIGURA I: A - Estrutura .do tegumento. a - espinho multicelular; b - cerda; c _ tubérculo.
mio, e o último telson. d - espinho acel~lar; e - epicutfcula; f - cutfcula; g - hipoderme' h ~
Os metâmeros podem se apresentar grupados em três regiões distintas, como m.embrana basal; I - tricógeno; j - membrana articular. B - Cerda: C _
Pelo. D - Escama. E - Cerda glandular.
nos insetos, constituindo a cabeça, o tórax e o abdome. Nos aracnídeos os segmen-

-6- -7-
4
(
Moacyr G. Freitas. Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide (
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA

tos do corpo agrupam-se para fonnarem duas regiões denominadas céfalo-tórax e ab- (
dome. Nos miriápodes, a cabeça se distingue do resto do corpo, constituído pelo tó-
rax e abdome.
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(
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- - -J.--..r-'----'-........-a
Os artrópodes são munidos de apêndices cujo número forma e localização va-
riam muito entre as classes e as ordens.
Os apêndices cefálicos são as peças bucais e as antenas. A morfologia destes ór-
(
(

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gãos será estudada em ocasião oportuna. Os crustáceos possuem quatro antenas, os
insetos e miriápodes duas, enquanto nos aracnídeos elas são substituídas por quelí- «:
ceras. As antenas são órgãos sensoriais e as peças bucais são órgãos destinados à pre-
ensão e ingestão dos alimentos. .-
-- ......... Os apêndices torácicos, constituídos pelas pernas e asas, são de função loco- (

H___~-est-em-o
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motora. O número e a localização das pernas variam muito nos diferentes grupos de

~,.",
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artrópodes. Assim, os insetos são hexápodes, os aracnídeos são octópodes, os crus-
__ táceos são decápodes, enquanto os miriápodes possuem vários pares de pernas. As (
pernas são formadas de vários artículos ou peças, denominados podômeros. As per-
(
FIG. 2 nas de um artrópode primitivo são constituídas de um podômero basal, denominado
protopódito ao qual se articulam duas peças: uma interna - endopódito e outra ex- (
terna - exopódito. Nos artrópodes evoluídos os podômeros recebem denominações (
FIGURA 2: Diagrama da constituição externa de um metâmero torácico (Segundo Comstock). especiais. A peça basal, que se articula com' os segmentos do corpo, é a coxa, segui-
da do trocanter, femur, tíbia e tarso. Este último, via de regra, é formado de cinco (
a artículos menores e termina distalmente por uma a duas garras ou unhas. (
I-
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! III - MORFOLOGIA INTERNA (
1. Sistema Digestivo - Os artrópodes possuem um sistema digestivo dividido (
em três regiões: (
a) Intestino anterior ou estomodeu, forrado pela quitina e que é constituí-
do de cavidade bucal, faringe, esôfago e proventrículo; (
b) Intestino médio ou mesêntero, não quitinizado, constituído pelo estô- {
mago, onde os alimentos são digeridos e absorvidos;
c) Intestino posterior ou proctodéu, quitinizado, constituído pelo reto que
se abre para o exterior através do ânus.
'-
FIG.3
A estrutura do sistema digestivo varia nas diferentes classes de artrópodes. Nas '-
espécies sugadoras a faringe funciona como um órgão de sucção. O proventrículo ou
papo é encontrado nas espécies mastigadoras. Algumas espécies de crustáceos pos-
'-
suem ainda u'a moela, que tem por função triturar os alimentos sólidos. Anexas ao '-
aparelho digestivo existem as glândulas salivares, de estrutura variável nos vários gru- (
FIGURA 3: Metâmero torácico em secção transversal. a - noto; b - pleura; c .- epipódito; pos de artrópodes.
d _ protopódito; e - exopódit~; f -: en~opódito; g - externo; h - sistema nervo-
so ganglionar ventral; i - tubo digestivo; J - vaso dorsal.
'-
2. Sistema Excretor - O sistema excretor, presente em quase todos os artró- t
te
-8- -9-
(
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)
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-, ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
) d é epresentado pelos tubos de Malpighi ou por nefrídias. Nosbinsetos há dois
poes,r ._ menos de poliembrionia.
) ou mais tubos de Malpighi, encontrados livres na hemocele, qu.e s~ a re~ na ]unçao
dos intestinos médio e posterior. A função dos tubos de Malplghi consIste em cole- Os órgãos genitais masculinos constam de: (1) - um par de testículos; (2) _ um
) tar os líquidos excretados e lançá-los no reto. Os crustáceos poss~em somente um par de ductos eferentes ou ductos laterais; (3) - um par de vesículas seminais; (4) _
-, par de nefrídias, situado anteriormente, e que se abre para o exte.no~ na base do se-
gundo par de antenas. Alguns aracnídeos possuem tubos de Malplghl, enquanto ou-
um decto ejaculador; (5) - glândulas accessórias; (6) - edeago; (1) - gonóporo.
Os órgãos genitais femininos constam de: (1) - um par de ovários; (2) - um par
) tros possuem glândulas coxais. de ovidutos laterais; (3) - um oviduto comum ou oviduto mediano; (4) - uma esper-
) mateca;(5) - um gonóporo; (6) - uma câmara genital ou vagina; (1) - glândulas acces-
sórias.
) 3. Sistema Circulatório - Os artrópodes possuem um coração, constituído por
um vaso sanguíneo dilatado, situado dorso-longitudinalmente, uma aorta e vasos aos Os sexos são diferenciados pelas genitálias ou órgãos genitais externos.
) pares. O coração, que é o órgão pulsátil, está envol~do por um compartimento d~ Os ovos são ricos em vitelo. O crescimento é descontínuo e está associado
com ecdises e, às vezes, com metamorfoses.
) hemocele, chamado pericárdio. O sangue ou hemolmfa enche toda a hemocele e e
pressionado para dentro do coração através de orifícios situ~dos later~mente: ~eno­
) minados ostíolos; a saída da hemolinfa para a hemocele realIza-se por mtermedlO de
IV - CLASSIFICAÇÃO
) pequenos vasos ou artérias. As pernas e as asas são também banhadas pela hemolin-
fa.
) O Filo ARTHROPODA está dividido em subfIlos e ordens das quais as assina-

:. 4. Sistema Respiratório - As espécies de artrópodes de vida terrestre respiram


através de traquéias ou de sacos pulmonares também chamados fllot~aquéi~s. Os ~­
ladas com (. ) encerram a maioria das espécies de importância médica e veterinária.
Esta é a classificação adotada por Savory (1964)
) tr6podes de vida aquática possuem brânquias, enquanto alguns acarmos tem respI-
) ração cutânea. .
FILO ARTHROPODA
As traquéias são tubos ventilados e elásticos que se ranuficam por todo o cor-
) po do artrópode e que se comunicam com o exterior através de orifícios, chamada; ~
:. espiráculos ou estigmas, situados lateralmente aos se~entos ~o tórax e do abdome. Ii Subfilo Chelicerata
Classe Merostomata
Os espiráculos são rodeados por um esclerito denommado pe~tr~ma. , * Classe Arachnida
) Os sacos pulmonares são constituídos por numerosas lam~~ del~adas: cont!-
Subclasse Latigastra
) guas e paralelas, dispostas como as folhas de um livro e em CU!O mteno~ CIrcula a
Superordem Pectinifera

I
homolinfa que aí sofre a hematose; a comunicação com o ex tenor se realIZa através
} * Ordem Scorpiones
de espiráculos.
Sur·erordem Epectinata
)
.3ranch Jugata
5. Sistema Nervoso - O sistema nervoso central consiste de um cérebro ou
:. centro supra-esofageano composto da reunião de cinco a seis gânglios cefálicos, si-
t * Ordem Acari
Subclasse Caulogastra
) tuados dorsalmente, do qual parte para a região posterior, um par de nervos troncos
Superordem Labellata
ventrais que passam por dois gânglios ventrais em cada segmento. Do sistema nervo-
)
so central partem fibras nervosas para todos os órgãos e tecidos in1portantes.
* Ordem Araneida
Subftlo Mandibulata
) Associados ao sistema nervoso central existem órg~9s sensoriais, representados
Classe Oustacea
pelos olhos, ocelos, órgãos auditivos e olfativos, órgãos táteis e "statocysts", desti-
} * Classe Insecta
nados estes últimos a orientar o artrópode no espaço.
) * Ordem Diptera
* Ordem Hemiptera
6. Sistema Reprodutor - Os artrópodes em geral são de sexos separados, h~­
-' * Ordem Anoplura

,
)

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vendo excepcionalmente, casos de partenogênese. Alguns insetos apresentam feno-

-10-
* Ordem Mallophaga
- 11 -

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Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide (
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
fi
* Ordem Siphonaptera f
Classe Chi/opoda
Classe Dip/opoda E p Et
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FIG.4 (:
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(
FIGURA 4: Apar~lho digestivo de um inseto. B - Boca; F - Faringe; E - Esôfago; P - Pro-
ventnculo; CG - Gânglio do ceco; ET - Estômago; TM - Tubos de Malpighi; ('
I - Intestino; R - Reto; A - Ânus.
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FIGURA 5: Sistema circulatório de artrópode (esquemático). As seta~ indicam o curso da cir-
culação. a - ostíolos; b - diafragma dorsal; c - coração; d - aorta; e - cordão {'
nervoso; f - tubo digestivo; g - diafragma ventral.
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ENTOMOL OGIA E ACAROLOGIA MfDlCA E VETERINÁRIA
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Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

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:. FIG.6
) CAPfrULO 2
CLASSE ARACHNIDA. ORDEM ACARI. SUBORDEM IXODIDES.
j

•:.
)
Sistema circulatório de artrópode; secção tran~versal a nível de tórax. a - aorta;
FIGURA 6: b _ diafragma dorsal: c _. tubo digestivo: d - dIafra!,'lTIa ventral.

CLASSE ARACHNIDA

) I - CARACTERES
)
Artrópodes, regra geral, de corpo dividido em céfalo-tórax e abdome, sem an-
)
tenas, apêndices cefálicos representados por duas quel{ceras; quatro pares de patas,
) um par de palpos ou pedipalpos; peças bucais adaptadas à sucção de fluidos.
)
:; " - MORfOLOGIA

)
FIG.7
o corpo dos aracnídeos, segundo os aracnologistas mais modernos, deve ser
) dividido em prosoma e opistosoma. Prosoma é aplicado para o conjunto dos seis
primeiros segmentos do corpo. enquanto opistosoma é aplicado para a parte restan-
:; te. O prosoma corresponde ao céfalotórax; o opistosoma corresponde ao abdome.
) O prosoma pode ser subdividido em gnatosoma e podosoma. O gnatosoma,
também conhecido por capítulo ou falsa cabeça, inclui as quelíceras. o hipóstomo e
}
'd - transversal a nível do abdome. a - dia- os pedipalpos ou palpos. O podosoma inclui os quatro pares de patas; originalmente
} FIGURA 7: Sistema circulatório de art~opo e stclça~ d _ tubo digestivo; e _ cordão nervoso; o podosoma era formado de 13 segmentos, mas nas aranhas e nos acarinos a segmen-
fragma dorsal; b - coração, c - ost o os,
f - diafragma ventral. tação desapareceu completamente.
-') Nos aracnídeos, tudo o que resta além do gnatosoma é chamado idiosoma, que
corresponde ao podosoma e opistosoma, reunidos.
)
-14 - -15 -
)
)

"
,
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA

Em alguns aracnídeos existe um sulco transversal entre o segundo e o terceiro


pares de patas, que divide o podosoma em uma região anterior ou propodosoma e
outra posterior ou metapodosoma.
I
I

t
t
;
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

a (
f
(
,-
Alguns aracnologistas dividem o corpo dos aracnídeos em proterosoma, cor-
(
respondendo ao gnatosoma mais o propodosoma, e histerosoma, correspondendo ao --;s---b
metapodosoma e opistosoma. c (
Os aracnídeos possuem quatro pares de patas em todos os seus estádios de de- d (
senvolvimento, exceto no estádio larvário, que é hexapode. Cada pata consiste de e
sete podômeros. O tarso termina em uma a três garras ou unhas além de uma carún- f f
cula também denominada púlvilo. (
9
O gnatosoma possui dois pares de apêndices associados à cavidade bucal que
são as duas quelíceras e os dois palpos. As quelíceras são órgãos perfuradores, via de
h (
regra, terminando em pinças utilizadas para perfurar ou rasgar os tecidos dos hospe- (
deiros. Nas aranhas, usualmente, cada quel{cera contém uma glândula peçonhenta e A FIG, B ("
uma garra terminal, usada para perfurar o corpo da presa, que pode ser morta pelo B
veneno secretado pela glândula do veneno. FIGURA 8: A - Estrutura de parte da t " , .,
B - Ultra-es trutura de parteraquela. a - epltebo traqueal' b - tenídio' c - Íntim' a (
Os palpos, também denominados pedipalpos, são órgãos usados para auxiliar d tr" " , .
c _ cuticulina' d _ • I a. aquela. a - mltocôndria; b - célula traqueal;
a alimentação. Nos escorpiões os pedipalpos terminam em fortes pinças cuja função g _ teníd' . h :... nuc eo, e -: ~embrana basal; f - membrana plasmática; (
lO, camada de qUlÍma e proteína.
é segurar a presa. Em alguns aracnídeos, os pedipalpos são modificados no macho, (
de modo a forma~em uma vesícula seminal cuja função é armazenar esperma e trans-
e f (
rí-Io ao orifício genital da fêmea. a b c d
Nos carrapatos e em outros ácaros parasitos existe um órgão, relacionado aos (
palpos e às quelíceras, munido de espinhos recurrentes dispostos em ftleiras que é o
hipóstomo, cuja função é auxiliar a fixação do aracnídeo aos tecidos do hospedeiro. (
perfurados pelas quelíceras. {
\\ 'IV
)J ~ . ,~ {
III - CLASSIFICAÇÃO \ r /I /7 I '~r·,."7:;.~;::::;,~~~~:::----~ ________-,..-:::; {
~'+II I ; ".' 1
A classe Arachnida compreende as seguintes ordens de interesse médico e ve- I I i I I I 1 1 I 1 I (
1 I ~ : I I I I J
terinário: . I, ~'G,9 I I ! 1 {
:.111 II,IIV

iF~~~
Ordem Scorpiones - Corpo alongado, prosoma nlIo segmentado, opistosoma {
com os sete primeiros segmentos largos e os seis restantes mais estreitos; extremida- (
de posterior terminando em um aguilhão curvo para inoculaçlIo de veneno. São os
escorpiões verdadeiros. (
Ordem Araneae - Prosoma separado nitidamente do opistosoma por uma h FIG.10 9
constrição; quelíceras com um dente e glândulas de secreção venenosa. Inclui as ara- '-
nhas.
Ordem Acari - Prosoma e epistosoma fundidos; corpo distintamente separa-
FIGURAS 9 c 10:
Sistema nervoso central de um inseto a _ ' . ".
bral; c - conetivo esofagiano' d _ : ,cerebro, b ,- gangho hlpocere- '-
do em gnatosoma e idiosoma; boca relacionada com um hip6stomo. Inclui os carra-
longitudinais; f - gânglio caud~' _ g~ngl~o subeso~agl~no; e - conetivos
rácicos. ' g gangllOs abdominaiS; h - gânglios to- '-(
-16 - -17- t
(

'--
(
)
J

TOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfDICA E VETERINÁRIA


r Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
)
~ ~ t patos, os ácaros das sarnas, os piolhinhos dos ninhos das aves, etc.

~@}i~
.}
-,
.~

}
I I - MORFOLOGIA
ORDEM ACARI

B
.~
A
Os aracnídeos da ordem Acari, conhecidos mais comumente por acarinos, po-
) dem ser caracterizados pela presença das peças bucais situadas numa falsa cabeça ou
FIG. 11 gnatosoma. As peças bucais formam um complexo denominado rostro, constituído
} pelas seguintes peças: (1) - Epístome - projeção anterior do gnatosoma, também
A - Cabeça com um olho composto.
FIGURA I\:
) B _ Omatídeos destacados e aumentados. chamado labro; (2) - Duas quelíceras - às vezes que1adas, às vezes não queladas, ou-
tras vezes simples peças perfurantes; (3) - Dois pedipalpos ou palpos - tipicamente
:I de cinco artículos, podendo atuar como órgão preensor, ou órgão sensorial ou para
) a fixação; (4) - Coxa pedipalpal - às vezes fundida para formar o hipóstomo ou lábio;
(5) - Epifaringe - projeção anterior da face anterior da faringe. O resto do corpo ou
)
idiosoma, via de regra, não apresenta segmentação distinta. .
J Em muitos acarinos existem dois orifícios genitais, na fêmea: (1) - vulva, si-
tuada adiante do ânus, que é um órgão copulador onde o macho introduz o esper-
)
ma; (2) - tocóstomo, situado posteriormente, na superfície ventral, servindo como
) órgão de postura após a fertilização.
Algumas fêmeas são providas de ventosas genitais, associadas ao orifício geni-
J tal, enquanto outras possuem tubérculos copuladores usados durante a cópula.
) Alguns machos possuem ventosas copuladoras nos tarsos ou na região anal; as
) últimas são chamadas ventosas adanais.
A presença ou ausência de ventosas tarsais, também chamadas carúnculas ou
) púlvilos, e de garras e cerdas tarsais é usada na identificação das espécies. As carún-
I+---e
) culas são usadas para aderir os acarinos à superfície onde eles se locomovem. Unin-
do a carúncula ao tarso há um pedículo segmentado ou não.
) Alguns denominam ambulacro ao conjunto do pedículo com a carúncula.
f
) ----- 9
) F IG.13 II - CLASSIFICAÇAo
FIG.12
)
A Ordem ACtlfl compreende as seguintes subordens de interesse médico e ve-
) Sistema rcprodutor masculino. a . test(culos; b - vaso ~efcrcl~t~;ac o~ ~ã~lll: terinário:
FIGURA 12:
)
,. . d .. v',(cula
las aeessonas. e. , . c ., dll to eJaculador. t - ed g. g g
.senll'n'll'
noporo. Subordem [xodides - Acari com um par de estigmas abrindo-se em peritremas
) curtos; hipóstomo com dentes recurrentes; com um órgão olfativo no tarso do I q
} ovaríolos; c - ovidutos; d - es- par de patas, d~nominado órgão de Haller; sem ventosas adanais e genitais.
FIGURA 13:
Sistema reprodutor feminino. a -: ovário; h
permatcea; c - glândulas ancx.as; t - vagma. Subordem Sarcoptiformes - Acari sem estígmas; quelíceras, via de regra, ter-
)
) -18 - -19 -

)
J
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Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MI:DICA E VETERINÁRIA ()
b) - Hipóstomo - O hipóstomo é um órgão alongado, guarnecido de dentes (!
núnando em pinças; machos em geral com ventosas adanais.. .
Subordem Mesostigmata - Acari com um par de estigmas abnndo~se em pen- recurrentes dispostos em ftleiras regulares na face ventral e que se adapta às quelíce-
f)
tremas alongados; não possuem órgão de Haller;corpo geralmente protegIdo ~o~ pla- ras ventralmente. O hip6stomo é um órgã'o único resultante da fusão de duas peças
cas' quelíceras das espécies parasitas em forma de estiletes; sem ventosas geru~ais. homólogas. (l
, Subordem Trombidiformes - Acari sem estigmas ou com um par pr~x~o do c) - Palpos - Os palpos ou pedipalpos são dois apêndices, situados um de ca-
f,
. quelíceras adaptadas à perfuração; às vezes com ventosas gerutais, pal- da lado do rostro, formados de quatro artículos de forma e tamanho variáveis, mas
gnatosoma, que não penetram nos tecidos do hospedeiro. (:
pos desenvolvidos.
{i
2. Idiosoma - O idiosoma, também conhecido por corpo do carrapato, é a-
SUBORDEM IXODlDES chatado no sentido dorso-ventral, com ligeira curvatura dorsal e de contorno oval (
ou elíptico. As fêmeas, regra geral, após sugarem algum tempo, tomam-se grosseira- (,
mente globosas.
I - CARACTERES a) - Face ventral - Na face ventral implantam-se os quatro pares de patas, (,
OS Ixodides são acarinos que se caracterizam pela presença de um par d~ e~­ formadas das seguintes peças articuladas: coxa, trocânter, femur, genual ou patela, (
tígmas abrindo-se em peritremas, situados logo atrás do 3Ç ou_4Ç par de coxa~, ~ tíbia e tarso que termina em um púlvilo com duas garras ou unhas. No tarso dolÇ
p6stomo armado de dentes recurrentes e adaptado para fixaçao. Tarsos do I . P par de patas existe uma depressão, com pêlos táteis, denominada 6rgão de Haller, de (
função olfativa, situada entre dois espessamentos quitinosos que recebem o nome de (.
de patas com 6rgão de Haller. .
Os Ixodides, conhecidos por ixodídeos ou carrapatos, são ~o~~s parasl~os o- pilares - pilar anterior} pilar posterior. Posteriormente às coxas do 4Ç e 39 pares de
. 6' I I duas famílias de importância médica e vetermana: Ixodldae e patas em lxodidlle e Argasidlle, respectivamente, acham-se duas estruturas quitini- (
bngat nos. nc uem zadas, de forma variável, que são as duas placas espiraculares ou os peritremas. No
Argasidae.
(
terço anterior e na linha mediana está localizado o orifício genital e no terço poste·
rior está o orifício anal. Contornando o orifício genital, um de cada lado, estão os (
sulcos genitais. Próximo ao orifício anal, adiante ou atrás, pode existir um sulco a- (
II _ MORFOLOGIA EXTERNA
nal. Partindo do sulco anal para a margem posterior pode existir um sulco ano-mar-
ginal. Os machos de algumas espécies podem apresentar, lateralmente ao ânus, pla- (
O corpo dos carrapatos é constituído de: (1) - gnatosoma e (2) - idiosoma.
cas quitinosas denominadas placas anais ou placas adanais. (
1. Gnatosoma - O gnatosoma, também denominado capítulo ou falsa cab~ça, b) Face Dorsal - Na face dorsal do idiosoma encontra-se o escudo. No macho
. -se numa chanfradura do idiosoma denominada cameróstomo. Em Ixodldae o escudo cobre todo o corpo do carrapato, enquanto na fêmea e na ninfa o escudo {
enCaixa . - Antero ventral somente cobre uma pequena região anterior. As espécies da farm1ia Argasidlle não
o gnatosoma é anterior, enquanto em Argasid.ae situa-se em poslçao a . (
possuem escudo. Na parte dorsal não coberta pelo escudo, também denominada no-
O gnatosoma é formado de: base e peças bUCaiS. . (
A base do gnatosoma, de forma variável nos diversos gêneros e espéc~es, apre- to, podem ser observados os seguintes sulcos, aos pares: longitudinais anteriores, e
senta em alguns Ixodides um par de órgãos de fun~ão provavelmente sensorIal, deno- longitudinais posteriores, além do sulco mediano posterior mais ou merios simétrico
minados áreas porosas e que ocorrem apenas nas femeas. .
com o sulco ano-marginal, situado na face ventral. Os olhos, quando presentes, são '-
As peças bucais são representadas por: (a) - quelíceras; (b) - hlpóstomo e (c) - em número de dois e estão situados nas margens laterais da parte anterior do escu-
do, um de cada lado. A margem posterior do idiosoma pode apresentar áreas retan-
'-
palpos. I d ã
a) _ Quel íceras _ As quelíceras, situadas uma de cada .a o, s o peças
alonga- guIares, delimitadas por sulcos, denominadas festões, também observados na face '-
(
das cilíndricas e quitinosas que se acham envolvidas pela bamha das quelíceras. A ventral, geralmente em número de sete a onze, melhor evidenciados nos machos e
su ~rfície externa da bainha das quelíceras é totalmente revestida por n~erosos pouco nítidos nas iemeas repletas de sangue.
de~tícuIOs. A função das quelíceras é abrir uma incisão na pele do hos~edelfo para '-
permitir a entrada do rostro que é a d~nominação empregada para deSIgnar o con- '-
junto constituído pelas quelíceras e o hip6stomo.
- 21 -
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-20-
(
t,
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
,
,,
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)
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa José O Coo sta P ui
• . , a o lide
) III - MORFOLOGIA INTERNA
)
1. Sistema Digestivo - O intestino anterior inclui uma cavidade bucal tubular,
) formada pela aposição das quelíceras sobre o hipóstomo, seguida de uma faringe
muscular que funciona como um órgão de sucção, um esMago em S, e glândulas sa-
J livares accessÓrias. O intestino médio é representado pelo estômago volumoso ou
) ventrículo, provido de vários divertículos. À medida que o carrapato vai ingerindo Pr~osoma

) sangue, o estômago e seus divertículos vão aumentando de volume e enchendo a ca-


vidade geral do artrópode. O intestino posterior é formado pelo reto e pela vesícula
) retal.
Metapodosoma

) Os carrapatos prendem-se à pele dos hospedeiros com as garras do 19 par de



pernas e forçam o rostro a penetrar nos tecidos. As apófises das quelíceras dilace- ..
) ram os tecidos. Os dentes do hipóstomo, dirigidos para trás, funcionam como órgãos B
~

OPlstosoma
!!
) de fIxação dos carrapatos à pele dos hospedeiros. r
------..::::~~
)
.. 2. Sistema Excretor - Nos ixodides há dois tubos de Malpighi longos e sinuo-
sos que terminam na junção dos intestinos médio e posterior. Alguns carrapatos pos-
suem glândulas coxais que eliminam líquidos incolores, às vezes, de grande impor-
FIG. 14

tância na transmissão de agentes infecciosos.


) I
3. Sistema Reprodutor - Os carrapatos, geralmente são de sexos separados.
)
) a) - Sistema Reprodutor Masculino - O sistema reprodutor masculino cons-
ta, geralmente, de dois testículos dos quais partem os canais deferentes, um de cada
) testículo, que se reunem para originarem a vesícula seminal, nas proximidades do o- '"
E
) rifício geni~l masculino. o
Não há órgão copulador masculino. O macho, com o auxllio do rostro, intro- '"
~
) a..
duz os espermatozóides contidos em um espermatóforo, no orifício genital femini- Idiosoma
) no.
b) - Sistema Reprodutor Feminino - O sistema reprodutor feminino, geral-
mente consta de ovário duplo situado ao nível do 49 par de coxas, ligado ao útero
pelo oviduto. O útero se comunica com o orifício genital feminino através da vagi-
na, que é circundada por várias glândulas que entram em atividade durante a postu-
ra .. Ao nível da implantação da vagina no útero e com este se comunicando, existe
FIG. 15
um receptáculo seminal.
Nas fêmeas existe uma glândula localizada entre o gnatosoma e o idiosoma,
chamada órgão de Gené, cuja função é secretar uma substância para aglutinar os o-
vos na ocasião da postura.

4. Sistema Nervoso - O sistema nervoso central é constituído pelo centro eso- FIGURAS 14 e IS' D' . - ,.;! j :;",
. IVIsao do corpo dos ácaros
fageano ligado à cadeia ganglionar pelos nervos troncos. Os órgãos dos sentidos são

-22 -
-23 -

J
J
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M. A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDlCA E VETERINÁRIA (
f
(
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·b (
(
FIG.16 d'
{
FIG.17
(
{
FIGURA 20: {
b (
(
(
( 'I

<-
{
(
(
F IG.18 FIG.19
(
FIGURA 16: Face dorsal de um macho de Boophilus. a - olho; b - peritrema; c - prolon- (
FIGURA 17:
gamento caudal.
Face ventral de um macho de BroophilUs. a - abertura genital; b - peritrema;
(
c _ ânus; d _ prolongamento caudal; e - placas adanais. (!
FIGURA 18: Ordem Araneae FIGURA 21: (:
FIGURA 19: Ordem Scorpiones. a - pedipalpos; b - pernas; c - telson com glândula de Face dorsal de um macho de Amb/yomma cajennense.
'veneno; d - abdome; e - cefalo-torax; f - quelÍceras. (\
tO)
-24 -
- 25 -

.
,
(,
'
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
M~DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA representados pelos olhos, cerdas de percepção gustativa e olfativa, pêlos sensitivos,
áreas porosas situadas na base do capítulo nas fêmeas e por fovéolas situadas na face
ventral.

5. Sistema Respiratório -o sistema respiratório dos carrapatos consta de uma


rede de traquéias, muito ramificada, que se abre para o exterior através de dois espi-
ráculos ou estígmas, situados na face ventral entre o 3<? e o 4<? pares de coxas em Ar -
gasidae e atrás do 4<? par em Ixodidae.

6. Sistema Circulatório - Nos carrapatos a circulação é rudimentar. O sistema


circulatório consta de um coração pequeno, de pouca significação funcional. Os ór-
gãos internos são banhados pela hemolinfa.

IV - CLASSIFICAÇÃO

Na subordem lxodides há somente duas fam11ias de interesse médico e veteri-


:. nário: Ixodidae e Argasidae.

,
Famllia /xodidae - Escudo presente; gnatosoma anterior; peritremas atrás do
) 4<? pár de patas; dimorfismo sexual nítido; ciclo biológico com apenas um estádio
Face dorsal de uma fêmea de Amb/yomma cajennense. ninfal.
FIGURA 22: FamI1ia Argasidae - Escudo ausente; gnatosoma ventral; peritremas entre o
) a 3<? e 4<? pares de patas; dimorfismo sexual pouco acentuado; ciclo biológico com
) dois ou mais estádios ninfais.

)
) FamI1ia ARGASIDAE

) I - CARACTERES
)
/xodides sem escudo; .gnatosoma ventral nos adultos e nas ninfas e anterior
) nas larvas; palpos livres e tletidos; glândulas coxais entre os 1<? e 2q pares de coxas;
) orifício genital mediano, entre as coxas I e II; fêmeas sem áreas porosas na base do
capítulo; tegwnento coreáceo, rugoso, granuloso, mamilonado; peritrema entre os
:. 3<? e 4<? pares de coxas; dimorfismo sexual pouco acentuado; sem púlvilo.
)
} II - CLASSIFICAÇÃO
)
. , . b _ apófise da quelícera: c - palpo:
hlpostomo, { Há três gêneros de importância econÔlnica: Argas, Ornithodoros e Otobius.
) Estrutura do cap í tuIo. a - {tulo. f _ banha da quel cera.
FIGURA 23: d _ quelícera; e - base do cap , Gênero Argas - Face dorsal separada da face ventral por um bordo lateral nítido.
}
-27-
)
- 26-
)

,
J
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MrDICA E VETERINÁRIA

Gênero Ornithodoros - Margens laterais do corpo arredondadas, não delimi-


tando distintamente as faces dorsal e ventral; hipóstomo bem desenvolvido nos a-
r a
Moacyr G. Freitas, Hélio M. A C '
. osta, Jose O. Costa, Paulo lide
()
()
()
dultos.
Gênero Otobius - Semelhante ao Ornithodoros, com exceção do hipóstomo f)
que é vestigial nos adultos. fi
f)
Gênero Argas FIG.24 (/
Argasidae com o corpo distintamente achatado dorso-ventralmente; margens fi
do corpo achatadas, formadas de placas quadrangulares. Tegumento coriáceo, rugo- ()
so, frequentemente entremeado com pequenas protuberâncias arredondadas, cada
m (I
uma com minúsculas crateras na extremidade superior. Olhos ausentes. Sexos seme-
lhantes. Ninfas e adultos semelhantes. {
(
.Argas miniatus {
FIG.25

I - CARACTERES (,
FIGURA 24:
Tarso do primeiro par d
J ,. (
Argasídeo com corpo de contorno oval, sendo mais largo posteriormente, no d '- d e patas. a. - pulvilo' b
estádio adulto, quando visto de cima; achatado dorso-ventralmente; margem lateral FIGURA 25: F - orgao e Haller; e - pilar posterior ' - garras; c - pilar anterior {,
ace ventral de Rhipicephalus san . ' ,
formada de áreas quadrangulares típicas; adultos quando ingurgitados de sangue, de d - protarso' e _ th-' . f • 'Uumeus - a - pulvilo' b _ . {
' . " . I Ola, - femur' g _ t ,garras, c - tarso'
coloração castanha-azulada; antes da sucção são castanhos claros. Os machos me- J - anus; k - placas adanais; I _ perÚr .roc,\nte~; ,h. - coxa; i - sulco anal :
dem 4,8 x 3,4 mm, enquanto as fêmeas medem 5,45 x 3,4 mm. ema, m - OriflclO genital. ' (
No Brasil, é o carrapato comum dos galinheiros. Suga sangue de galinha, peru, (
pombo e outras aves.
(
{
II - CICLO BIOLÓGICO
(
Durante o dia os adultos permanecem escondidos em buracos e frestas dos ga- f {
c - -__~~...:
linheiros, sob as cascas de árvores ou em qualquer lugar protegido da luz. A noite
saem dos esconderijos e sobem nas aves para a sucção de sangue que dura cerca de (
30 minutos ou mais. Após a sucção os carrapatos voltam aos esconderijos e as fê- (
meas se preparam para a ovipostura. A cada sucção corresponde uma ovipostura de
120 a 180 ovos, que são pequenos, esféricos e de cor castanha. A fêmea põe cerca FIG.26 {
de 600 ovos somando-se os de todas as posturas. O período de incubação dos ovos
varia com a temperatura; nas condições naturais de clima quente é, aproximadamen-
FIGURA 26:
'-
(
te, de três semanas. A larva hexápoda, de contorno circular, ataca as aves, fixando- Face dorsal de Rhipicephalus sanguineus-
se, geralmente, na pele do peito e sob as asas onde suga durante cinco a dez dias. d - olho; e - gnatossoma' f 'tr a - palpos; b - Cestões' c es d (
' - pen ema destacado e awnentado.' - cu o;

-28- .:
-29- (
t
l
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
C AROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E A
f Depois de ingurgitada, a larva torna-se esférica e abandona a ave, voltando aos es-
conderijos onde muda a cutícula em cerca de uma semana, transformando-se no 1Q
estádio ninfal ou protoninfa. Esta procura o hospedeiro à noite, para exercer o he-
matofagismo durante 30 a 60 minutos ou mais, regressando aos abrigos, onde em
cerca de duas semanas sofre nova ecdise e se transforma no 2q estádio ninfal, ou
deutoninfa. O repasto sanguíneo é repetido e, no fim de cerca de duas semanas de
descanso e muda, aparecem os adultos. Com alimentação abundante e condições de
temperatura favoráveis, o ciclo completo pode ocorrer em, aproximadamente, dois
meses.
Os adultos copulam fora dos hospedeiros, nos esconderijos, e as fêmeas só rea-
c lizam as oviposturas após o repasto sanguíneo e cópula. Os adultos sugani somente
uma vez por mês. Após cada sucção, as ninfas e os adultos eliminam um líquido co-
xal, de grande significação na transmissão da Borrefia anserina, agente da borreliose.
FIG.21

III - IMPORTANCIA

O Argas miniatus, pela hematofagia, exerce intensa ação espoliadora, que se


manifesta por anemia e consequente mortalidade. Os carrapatos irritam as aves, du-
rante a noite, não permitindo um completo descanso recuperador. Como consequên-

FIG. 29
I
/.
-~'

cia há diminuição da postura nos aviários e desenvolvimento retardado das aves no-

(
vas.
Os maiores prejuízos, entretanto, são causados pela borreliose, transmitida pe-
lo carrapato, em qualquer de suas fases de desenvolvimento. O agente infeccioso -
Borre/ia anserina - pode ser encontrado tanto na saliva como no líquido coxal ex-
\\ cretado logo após a sucção. A transmissão da borreliose pode ser obtida através dos
ovos dos carrapatos, de modo que as larvas podem veicular a doença durante o seu
repasto sanguíneo. Uma vez infectado, o Argas pode manter a infecção durante seis
ou mais meses.
Uma outra infecção transmitida pelo A. miniatus é a protozoose causada pelo
FIG.28 Aegyptianella puf/orum, ainda não assinalada no Brasil. Experimentalmente, o A.
FIG.30
miniatus transmite o agente da anaplasrnose bovina.

'duto' b - canal dcfe-


. d um carrapato. a - esperm l .
Aparelho genital masculino e IV - CONTROLE
FIGURA 27:
rente; e - testículo.
. . 'no de um carrapato.
Aparelho genital femlfil . . d b rdo que delimita as faces Considerando-se que as larvas podem viver sem alimentos, por cerca de três
FIGURA 28: Argas com a seta Indlcan o o o meses e, os adultos e ninfas por mais de cinco anos, o combate ao parasito não é fá-
Vista lateral de um
FIGURA 29: cil.
dorsal e ventral. . ta Indicando um peritrema.
Ao . dae com a se
Vista lateral de um ...... gasl A destruição da parasitose dos aviários pode ser conseguida com aplicação de
FIGURA 30:
fosforados carrapaticidas aspergidos sobre os abrigos das aves.

-31 -
-30 -
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA I
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
Para melhores resultados as aspersões devem ser repetidas após uma semana. t
to de Cura demorada. Animais novos od
quantidade de carrapatos. Pardi & R :: t
m morrer devido ao ataque de grande
morrágicas na pele de suínos ab tid oc a 1953-1954) demonstraram manchas he-
t
Argas reflexus , , a os em Barretos ·t f
suma, provocadas pelas picadas d t ' ' mUI o semelhantes às da peste
es e argasldeo. (
~ conhecido vulgarmente pela denominação de carrapato dos pombais.
(
Além do pombo pode sugar galinhas e outras aves. Ê uma espécie muito seme-
lhante ao A. miniatus. O macho mede 4 a 5 x 3 nUl1; a fêmea jovem mede 5 x 3 mm Ornithodoros brasiliensis (
e após sucção, pode atingir 10 x 5 mm. Segundo Brumpt, a fêmea põe 50 a 80 ovos Argasídeo encontr d R· (
de cada vez. O período de incubação a 320C é de 14 a 20 dias. As larvas sugam du- "bicho "" a o no 10 Grande do Sul onde ' .
rante vários dias. As ninfas mudam quatro vezes antes de atingirem o estádio adulto.
O Argas reflexus pode transmitir a Bo"eliaãnserilla.
mouro e carrapato do chão" V.
dos galpões e dos abrigos dos animais Á . lVe:a
ob
e COnheCIdo pejos nOmes:
a terra dos pisos das casas rusticas
e forte prurido, eritema e, às vezes fe·b p~ca n~ ho~em ocasiona grande irritaÇã~
(
("
?i Primio (1952), no Rio Grand:edouga anunrus domésticos e silvestres.
ver tres anos e onze meses sem alimentos :UJ, ob~ervou que os aduJtospodem vi-
(
Gênero Ornithodoros quase seis anos. . pós alimentação podem viver durante (
Argasidae com as margens laterais do corpo arredondadas, não limitando dis- (
tintamente as faces dorsal e ventral; hipóstomo bem desenvolvido nos adultos; du-
Ornithodoros turicata
(
rante o ciclo biológico há vários estádios ninfais, geralmente quatro ou cinco; cada
estádio ninfal exige uma alimentação antes de mudar a cutícula; as ninfas e os adul- (
É um carrapato encontrado nos forr
tos só procuram os hospedeiros para a sucção de sangue que dura de cinco a trinta
os morcegos se abrigam durante o di A:se telhados de residências humanas onde (
tros animais, provocando feridas de :~át ca, ~~; dos qUirópteros, o homem e ou-
minutos. As fêmeas realizam várias posturas, intercaladas de uma alimentação san-
guínea. Os ovos são muito resistentes; quando postos recebem uma camada cimen- no Norte do Brasil. er re e e. Afinna-se que a espécie existe (
tante, à prova de água, secretada pelo órgão de Gené. O período de incubação varia
(
de uma semana a um mês. O ciclo completo depende da espécie de carrapato e da
disponibilidade de alimentação; nas condições naturais varia de seis meses a um ano. (
Os carrapatos são extremamente resistentes ao jejum; algumas espécies resistem de Ornithodoros talaje
(I
cinco a sete anos sem alimentação.
Espécie Cosmopolita. No Brasil é {
rais, Babia, Ceará Pernambuco p. {Mencontrada nos seguintes Estados: Minas Ge
lh (1940)' , lau, ato Grosso Ri d J - (
o refere-se ã presença dest ' o e aneiro e Goiás. Carva-
Ornithodoros rostratus sul de Minas Gerais onde habit e carrapato em forros de residências humanas no
d ' a v a m morcegos As pi d d {
e ema e prurido intenso no homem. . ca as os carrapatos provocam
Espécie de carrapato encontrado nos Estados do Brasil Central: Mato Grosso,
{
Goiás, Minas Gerais e São Paulo. O argasídeo vive escondido no chão das casas pri-
mitivas, ranchos e abrigos dos animais, daí o nome "carrapato do chão" pelo qual é (.!
conhecido. À noite sai dos esconderijos para sugar o homem e os animais domésti- Gênero Otobius
(
cos. O carrapato é da cor da terra e a fêmea, após a sucção, pode atingir até 13,4
Argasidae com o tegumento anui
mm de comprimento. Nas condições naturais não se conhece nenhuma infecção fa coberto por espinhos Sex
.
grlh oso, no estádio adulto. Tegumento da run·
os seme antes N d I -

transmitida por esta espécie. Experimentalmente pode transmitir os agentes da ri- margem anterior do corpo. na ninf1 • o a u to o gnatosoma está distante da (
quetsiose brasileira ou febre maculosa. póstomo bem desenvolvido' na . ~ a o gn~t~soma está próximo. Olhos ausentes. H.-
Em consequência da saliva tóxica, o O. rostratus provoca no homem, ferimen- runla e vestlgIal nos adultos. I I,
{;
-32-
-33 - ()
(
~/
t
-, Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

) IA E ACAROLOGIA MtDlCA E VETERINÁRIA


ENTOMOLOG
) Otobius megnini
)I . 'nos estádios larvários e ninfal, nas. ore-
É uma espécie de argasldeo ~ue Vive, 't s outras espécies domésticas e silves-
)
lhas de cavalos, muare~, bovin~s, ovmo~a: :u~:das são realizadas no hospedeiro. ?s
}) tres. Os adultos não sao parasitos ..T~t ão que resulta em inflamação de grau vana-
. o sangue e causam lffl aç
) parasitos sugam .
vel chtrnam Foi identificado no Vale do RiO
) . Assinalado no Brasil, segundo Flel (1976)' em animais importados do Novo
. G is por Costa & co s. . k"
) Doce, em Mmas era . nhecido por "spinose ear tlC .
. (USA) Nos Estados Umdos é co
MéXICO .
)
CAPI1"ULO 3
)

,,
Farnl1ia IXODIDAE
)
I - CARACTERES

) /xodides com escudo cobrindo toda a face dorsal do macho e somente a por-
ção anterior da fêmea, ninfa e larva; gnatosoma anterior ao idiosoma, com os palpos
)I pouco móveis; peritremas situados logo atrás do 4 C? par de coxas; fêmeas com áreas
) porosas na base do capítulo; com ou sem olhos; púlvilos sempre presentes; dimorfis-
mo sexual nítido.
)
)
" - CICLO BIOLÓGICO
)
) As fêmeas dos ixodídeos, após se destacarem dos hospedeiros, procuram um
abrigo próximo do solo, onde põem grande quantidade de ovos. O período de ovi-
) postura dura vários dias. À proporção que a postura vai se realizando, as fêmeas vão
) se afastando, deixando os ovos aglutinados, geralmente, aos milhares. Terminada a
oviposição, as fêmeas morrem. Os ovos são pequenos, esféricos e de coloração casta-
) nha.
}) O desenvolvimento do ovo até imago depende muito das condições de tempe-
ratura. Geralmente as baixas temperaturas prolongam os períodos dos estádios de
}) uesenvolvimento, especialmente dos períodos de incubação e de pré-oviposição. Du-
) rante o desenvolvimento os ixodídeos passam pelos estádios de larva hexápoda, nin-
fa octópoda e adulto.
"
As larvas eclodidas dos ovos nas pastagens sobem pelas gram{neas e arbustos e
} aí esperam a passagem dos hospedeiros para os quais se transferem. Larvas de a1gu-
) -35 -
)
-34 -
)
l,)
l
(
5 Moacyr G. Freitas ' Hélio M.A. C osta, José O. Costa, Paulo lide ,-
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
- Com II festões e olhos presentes Amb/yomma f
Com 7 festões e olhos presentes ....... . Anocentor ,-
mas espécies sobem pelas paredes dos abrigos e daí passam para os hospedeiros apro-
Festões presentes somente nos .. 'h' .... .
priados- Após sugar sangue dos hospedeiroS, durante alguns dias, a larva sofre muda cudo alm mac os es-
usu. ente sem ornamenta ão c~x (
co~ ~laca:
da cutícula e se transforma no estádio seguinte que é a ninfa. Esta que é octópoda,
após alguns dias para o endurecimento do tegumento, ingurgita-se de sangue e mu- I com. dOIS espinhos longos, 4
da novamente de cutícula, para se transformar em imago. Este espera alguns dias pa- adanals (2 pouco desenvolvidas) ....... . Rhipicephalus (
ra endurecer o tegumento, quando então ingurgita-se de sangue. As fêmeas repletas
{
de sangue se desprendem do hospedeiro e no solo, após um período de descanso, i- 6 - S~!~~e p~s-anal ausente nas fêmeas e pouco {
niciam a ovipostura. Os machos permanecem mais tempo no hospedeiro. Não se sa- . h n e nos machos, coxa I com dois es-
pm os curtos· em ambos os sexos com
{
be se os machos de todas as espécies se alimentam; certamente os de algumas espé-
cies se alimentam por um curto período, antes de procurarem as fêmeas. Algumas quatro placas adanais bem desenvol~das . Booplzi/us (
espécies copulam fora do hospedeiro, mas usualmente, a cópula se realiza no hospe-
(
deiro. De acordo com o número de hospedeiros utilizados para completarem o ciclo, Subfamília RHIPICEPHALlNAE (
os carrapatos são classificados em três grupos:
1 _ Carrapatos de um só hospedeiro - Quando os ixodídeos, em todos os três A subfamI1ia Rhi'plcep halomae inclui t A '
{
ermacentor, dos quais somente os dois p . re~ gene!os: Rhipiceplza/us, Booplzilus e
D
estádios, alimentam-se no mesmo hospedeiro, onde também se realizam as ecdises. runeuos sao representados no Brasil. (
2 _ Carrapatos de dois hospedeiros - Quando os ixodídeos noS estádios de. lar-
(
va e ninfa se alimentam no mesmo hospedeiro, onde também se realiza a primeira
ecdise; a segunda ecdise se realiza no solo e o ixodídeo adulto procura um segundo Gênero Rhipicepha/us (
hospedeiro para se alimentar.
3 _ Carrapato de três hospedeiros - Para cada estádio dos ixodídeos, corres- Palpos e rostro curtos' base do
(

p,,,,o"'~, roxo I, b(fid" M.wo, ,!.,


ralmente sem ornamentação'; olhos e ;;atosoma geralmente hexagonal. Escudo e-
ponde um hospedeiro; todas as mudas são realizadas fora dos hospedeiros. :0' p" d, p\"" ""'o';, d,,,ovolvi"" ""',
e Virgula. e um par rudunentar. Peritremasem fiorma
{
{
(,
III - CLASSIFICACÃO

Chave para gêneros da família Ixodidae, assinalados no Brasil: Rhipicephalus sanguinem <-
2 {
1 _ Escudo sem ornamentação ............ . 4 1- CARACTERES
{
Escudo com ornamentação ............ .
3 Sulco anal posterior'
uuas •ext . ,ma
ernas rudunentares; c h o com duas placas ad
rostro e al ..mternas desenvolvidas e
anais
{
2 - Olhos ausentes ..................... . com angulos laterais salientes e base p ro~ curtos; base do gnatosoma hexagonal
to;"o roO' !tê, fdoi", d, doo'" do , ; : "".. da t~O~ ro~vex"
.,otm!; r", rupó,: '-
3 _ Festões ausentes e sulco anal anterior ao Ixodes 01 lOS; com festões; escudo do m h a o, pentremas em forma de vírgul .
(
ânus ...... ······················ .
Festões presentes, sulco anal posterior ao â-
do macho c
x I 11-1 680m prolon~amento
ac o castanho sem orn - a, com
caudal; coxa I bífida O amentaçao; bordo posterior '-
A: ,mm; as femeas não alimentad . s machos medem 2,28-3 18
nus, segundo artículo dos palpos angular
lateralmente ...................... .
Haemaphysalis pos completarem a sucça-o as fiAemeas podeas medem
al 2,40-1,70 x 1' 44-1 ,68 mm
o R. sanguineus é o conhecido " m cançar 11 ,50 x 7,50 mm.
' '-
5 alguns anos no Brasil. Além d _ carrapato vermelho" do cão introd 'd
o cao, pode parasitar o gato e carnívoro's siIvestres.
UZI oRa-
'
ha
.
'-(
4 - Festões presentes ................... . 6
Festões ausentes .................... .
-37- '-
-36- '-
r • _ _ _ _ ...- _ _ _ -~ _ _ , _ ••_ _ ~-_...._. ~_,_---. ~.---
'-f
('
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas • He'lio M A Costa J ',"'
'. • ose v, Costa. PaUlo lide
ramente encontrado em ruminantes domésticos. Frequentemente associado com os
canÍs.

II - CICLO BIOLOGICO

E
É um carrapato que exige três hospedeiros para completar o ciclo evolutivo, E
pois todas as mudas são realizadas fora dos hospedeiros. A fêmea põe 2.000 a 3.000
8
ovos em toda a sua vida. Os dados abaixo foram obtidos de Roberts (1952):
~/
PERIOOO /\>
/'
DIAS
Pré-postura"-- // 3 FIGURA 31:
: - :a~e ventral de Anocentor nitens
Incubação " " ," 17 - 60 - entrema de Anocentor nitens, '
Sucção da larva 2 - 7 A
Muda da larva 5 - 23
Sucção da ninfa 4 - 9
Muda da ninfa 11 - 73
Sucção da fêmea 6 -30

As larvas não alimentadas podem sobreviver até oito meses e meio; as ninfas
seis meses e os adultos 19 meses.

III-IMPORTÂNCIA

O R, Silnguineus é comum em cães e as altas infestações provocam desde leves


irritações até anemia por ação espoliadora. O carrapato pode atacar qualquer região
do corpo, porém é mais frequente nos membros anteriores e nas orelhas, onde poue
causar sérios distúrbios.
O R. Silnguineus é considerado o principal transmissor da babesiose canina; a
transmissão pode ser transovariana. O carrapato pode transmitir igualmente a Babe-
sia caballi e a B. equi. agentes de babesioses dos cavalos, Experimentalmente o car-
rapato pode transmitir Anaplasma margina/e. agente da Anaplasmose bovina, Ri-
ckettsia rickettsii. agente da Febre das Montanhas Rochosas dos Estados Unidos ou
Febre maculosa em São Paulo e outros virus e Rickettsia. ag~n t{'~ de 01.1 tras doenças F~l"'; \"cn Ira! :te ;.!ln tiaemap/ysa/is,
do homem e dos animais domésticos.

FIGURA 32:
Face ventral de Amblyomma cajennens • "
IV - CONTROLE c - sulco cervical; d _ oriflcio ge 'tal' e, a - angulo escapular; b - capítulo'
nus; h - sulco anaI; i _ sulco ano-;~rgi~~,- sulco genital; f - peritrema; g _ â:
O controle dos carrapatos dos cães não é tarefa das mais fáceis, considerando-
"'
j
) -38-
-39 -
~.J

'1
~---.

--- --. -----


~
(,
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José U. Costa, Paulo lide
OGIA M~DICA E VETERINÁRIA f·
ENTOMOLOGIA E ACAROL
se que todos os estádios de desenvolvimento são altamente resistentes ao jejum.
Os parasitos dos cães podem ser eliminados pelo emprego de banhos ou asper-
f'
sões com fosforados carrapaticidas, repetindo-se o tratamento duas a três vezes, com f
intervalos de 14 dias.
Os canís e todos os lugares frequentados pelos cães devem ser igualmente as-
.-
CDITI pergidos com os mesmos produtos, nas mesmas concentrações. f'
.....g.
.. :J
CD

CD
...
(I
O-
O Gênero Boophilus fI
(
Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos lateral e dorsaIniente; base do gna-
tosoma hexagonal. Escudo sem ornamentação. Olhos presentes. Festões ausentes. fI
Peritremas arredondados ou ovais. Machos com dois pares de placas adanais desen- {
volvidas e geralmente com prolongamento caudal.
{
(
Boophilus microplus
(I
I - CARACTERES (
Sulco anal posterior; macho com duas placas adanais de cada lado; rostro e (
palpos curtos; com olhos e sem festões; macho com prolongamento caudal; hipósto- (
1110 com quatro fIleiras de dentes de cada lado; peritremas arredondados; escudo
sem ornamentação; coxa I bífida. Os machos são castanhos e medem 1,75-2,0 mm
( )
de comprimento x 1,05-1,20 mm de largura, enquanto as fêmeas medem 2,34- (J
2,85 x 1,14-1,50 mm e quando ingurgitadas podem atingir 13,0 x 9,0 mm e são de
coloração cinza chumbo.
{\
O B. microplus é parasito habitual dos bovinos na América do Sul, podendo (I
ser encontrado em outros hospedeiros domésticos e silvestres.
{:
{l
II - CICLO BIOLOGICO
(,
O B. microp/us é um carrapato de um só hospedeiro. As fêmeas ingurgitadas e {l
prestes a darem início à oviposição, denominadas teleóginas, desprendem-se natural-
{,
mente do hospedeiro e, no solo, procuram um lugar apropriado para a postura.
Após um período de pré-oviposição,as teleóginas iniciam a oviposição que po- (
de durar vários dias. As tele6ginas realizam posturas de 3.000 a 4.000 ovos que per-
manecem aglutinados. Os ovos medem 0,5 x 0,3 mm. Terminada a oviposição, a te-
(I
le6gina morre. (I
A duração do ciclo não parasitário nas pastagens varia em função, principal-
FIGURA 34

-40-
-41- "
---~- ...
.•. _~-.-.- _.::- ,.. -----~ ..
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A C '
mente, das condições climáticas. A temperatura mais elevada e a umidade predomi- . osta, Jose O. Costa, Paulo lide
III - IMPORTANCIA
nantes durante a estação das chuvas aceleram o desenvolvimento no meio ambiente.
Segundo Hitchcock (1955) o período de pré-oviposição foi de 19 a 39 dias a 15- N- .
ao eXIstem dados estatíst.
15,5OC. De 24 a 36 0 C este período diminui para 2 a 5 dias. Abaixo de I50C não o- gem real d ' ICOS concretos B .
corre postura. A umidade não influencia o período pré-oviposicional, mas abaixo de os prejuízos causados à ' . "no rasil, que possam dar u .
O parasitismo pelos ca pecuana petos carrapatos ma una-
60% não há eclosão. O período de incubação dos ovos varia com a temperatura: 1 D rrapatos prod d .
146 dias a 16,6OC e 14 dias a 36OC. O máximo de eclosão ocorre com umidade suo de san . . ano direto causado pela picada u; anos aos bOvinos, de três maneiras.
gue, o carrapato, COm irritação lOCal .
perior a 85%. 2. InOCulação de t . e perda
A larva, logo após a eclosão, é ovóide, amarelo-alaranjada e mede 0,5 mm de OXInas·
3. Transmissão de doenç~s.
comprimento. Neste estádio ela é conhecida por neolarva. Após alguns dias, as lar-
vas sobem pela vegetação e formam massas gregárias, geralmente na face sombreada 1. Dano Direto
das folhas. Elas·são muito ativas quando tocadas, transferindo-se para os animais A .
pIcada do carrapato r . .
que passam raspando pela vegetação. moscas produtoras de ., p ovoca Irntação e predis õe .
o. anunal ~ ataques de
A resistência das larvas nas pastagens é muito grande quando as condições cli-
máticas são favoráveis; à umidade de 90% e à temperatura de 150C a longevidade
pode atingir a mais de 200 dias. A temperatura de 350C as larvas só resistem por um
serve de via de acesso muases.:-,- pele irritada degenera p
mI de sangue, durante a agente~ Infecciosos secundários. la: ~?flamaçao local que
de carrapatos, que espol.a sua VIda parasitária. São comuns . fi emea pode Sugar 1,5
período de 16 dias. Em lugares frescos e ventilados podem sobreviver até seis meses. te, 6.000 a 10 000 Ce" Iam enorme quantidade de sangue d Inbestações de milhares
. l' meas de B . os ovino T .
No hospedeiro, as larvas procuram um lugar apropriado para a fixação; são de, entretanto sa-o obs d . mlcroplus poderiam mata s. eoncamen_
mais frequentemente encontradas na região inguinal, escudo e pescoço. Algumas lar- , erva os a· . r um animal N
tos, sem ocorrência d nunalS parasitados por mai . a realida_
vas vagam pelo corpo do animal, durante dois a três dias, antes de se fIxarem defini- carrapatos não mat e morte. Em um experimento realí o~ quantidade de carrapa_
tivamente. Após a alimentação a larva atinge 1,5 mm de comprimento. Segundo Cas- Há um esforço aram um novilho mas 500 C za o na Austrália 20 000
gi , loram capaz d ,.
tro & Pereira (1946), as larvas de B. microplus não são hematófagas e sim histiófa- danos caUsados pelos gantesco por parte do animal hos ;s. e matar um bezerro.
gas. Entre 4 a 7 dias, a larva entra em estado de imobilidade, em preparo para a pri- que nOrÍnalmente seri::rrapat~s. Esta compensação repre::t:lro para ~ompensar os
meira muda da cutícula, quando recebe o nome de metalarva. Da metalarva emerge peso vivo médio do reb:::;.vertIda em prodUÇão de carne ou d ~ desVIO de energia
a ninfa que se fixa nas proximidades do local de fIxação da metalarva. Depois de su- os carrapatos foram c t ,o de determinada região aument e elte. Na Austrália, o
gar sangue, as ninfas se imobilizam por alguns poucos dias, período em que são de- O on rOlados. ou em 200%, depois
s carrapatos concorrem eco . que
nominadas metaninfas. Estas originam formas impúberes; machos ou neandros e fê· xar consideravelmente a nomlcamente para desvalo .
meas ou neóginas. nos Estados UnI·d fi Produção das vacas leiteiras E nZar os couros e bai-
os, ICOU de . m experim t .
Os neandros se desenvolvem para machos púberes que são os gonandros e as tações média e alta bai monstrado que a produção de le.t d en os realIzados
neóginas se desenvolvem para fêmeas púberes que são as partenóginas. Os gonandros mento observou-se ~ue :aram 18,6% e 42,4%, respectivam ~ e ~ vacas Com infes-

:~:ea:~::~~~rr;:~;d~q~= : 7:~i:o:: : : ; :::P::~~ n:O ~:r:;a~d~r~-


nunca permanecem por longos períodos no mesmo lugar; frequentemente são en-
contrados junto a uma partenógina ou a uma metaninfa prestes a sofrer a muda. A
partenógina é fecundada no hospedeiro. Após a fertilização as partenóginas conti- eram, em média, quatro quiJ' c vamente, as vacas al.
os.
nuam a se alimentar de sangue, até atingirem o máximo de tamanho, quando rece- 2. Inoculação de Toxinas
bem a denominação de teleóginas. Durante a sucção os
De acordo com dados de Gonzales & coIs. (1975) os períodos de duração dos de dos bOvinos. As' carrapatos tnjetam substâncias t . ..
estágios parasitários de Boophilus microplus são os seguintes: estádio larval, 7 dias; cendente, que se ini~:~das de carrapatos podem prodUZir ÓXIcas pre~~dlciais à saú-
estádio ninfaI, 12 dias; estádio adulto dos machos e fêmeas, 27 e 22 dias respectiva· OS órgãos. Estas toxin pelos membros locomotores e em uma paralisIa do tipo as-
mente. Os dias modais de ocorrência dos diversos instares são os seguintes: metaIarva se tem notícia da d as, parece, que estão asSociadas com poucos dias atinge todos
4C? dia; ninfa Se? dia; metaninfa 11 e? dia; neandro 14e? dia; gonandro e neógina I Se? 3. Trans . - oença no Brasil. a sucção das fêmeas. Não
mlssao de Doenças
dia; parten6gina 18e? dia e tele6gina 21 e? dia. Os maiores entraves à .
Introdução de reprodutores bov.
-42- mos no Brasil são, sem
-43-

i
;',1
....
Moacyr G. Freitas. Hélio MA. Costa. José O. Costa. Paulo lide

IA E ACAROLOGIA Ml!DICA E VETERINÁRIA banhos para novas pastagens, em épocas estratégicas, de acordo com a biologia do
ENTOMOLOG . . 1 B microplus e causadas pelos carrapato. A pastagem deve permanecer em descanso por determinado tempo até
t ansIIlltidas pe o .
. e a anaplasrn ose , r marginale. que as larvas pereçam por falta de alimentação.
dúvida, a babesl~seb' mina. B. argentina e Anaplasma d t ansmitir a febre maculo- O método de rotação é aplicado para reduzir a população do carrapato ao mí-
agentes - Babeslll 1ge ta espécie de carrapato po e r
Experimentalmente es nimo necessário à manutenção do estado de premunição contra as babesioses e a a-
e Q e a brucelose. naplasmose.
sa, a fiebr No Brasil, o método de rotação das pastagens é pouco aplicado, provavelmen-
te pelo desconhecimento da ecologia do carrapato e por outros fatores de ordem e-
conômica.
IV - CONTROLE l' nto da pe-
r itante ao desenvolvune
. tância dos carrapatos como fator un . ários e dos criadores nO COI~- c) Queima das Pastagens
A unpor ocupação dos vetenn t s de bOV1-
cuária justifica plen~:t~~ ~r:Sil, o problema do controle d~o~::fo:e~ rebanhos
A queima dos pastos, no fnn do período da estação seca, é um método muito
utilizado no Brasil, embora seja condenado por alguns. O fogo destrói as hastes secas
bate a estes ecto~araslt~cia visto o País ser possuidor de ~m·s ao desenvolvimento
noS é de magna unpor fi ' condições climáticas favor vel e as camadas de folhas secas, de modo que as primeiras chuvas favorecem o brota-
d do e o erecer õ do ano mento das gramíneas nos pastos. Muitos acreditam que as queimadas têm pouco efei-
bo~OS ,o mun ticamente, durante todas as estaç ,es m de' constituir um proble- to sobre as populações de carrapatos, mas pode-se afirmar, que as larvas existentes
dos lxodldeods? pra- do Boophilus microplus ~o Pals, al
Çao é éda picada do carrapato que
A erra lca d d pOlS é atrav s b . na vegetação morrem em sua totalidade, salvo algumas larvas que penetram mais
ma de difícil solução, nã? ~ re~o~e~ :ec~Ões provocadas pelas espécies de Ba eslll e profundamente no terreno ou nas partes mais profundas da vegetação, podem esca-
vinos adquirem reslstencla as 10 . . par da ação do fogo.
os bo inale licar métodos raclon31S
pelo Anaplas~:::;: carr~patos de bov~oS c~ns;s~e e~r:~!:no, indispensável à ~a- d) Tratamento das Pastagens por Ixodicidas
O com d a se manter um baiXO mve e p . ári s mas não prejudiCial
de controle de mo o . ão contra os hematozo o, A aplicação de ixodicidas nas pastagens visando a destruição das larvas é uma
d rocesso de premuruÇ operação difícil e onerosa, principalmente, para as condições de criação existentes
nutenção o p . das de criação de
à saúde do hospedelro. 1 . al do Boophilus microplu.s nas_fa~tn á 'as medidas, a- no Brasil.

b ~o::!::s a:;~onseguido atrav~ dp~::~:;a~::n:ova;da estão na fa-


Ppo::e 2. Controle do Carrapato no Hospedeiro
re an C tr le dos carrapatos n '
adas em: (1) - on o orpo dos bovinoS. .
grup á' . (2) _Controle dos carrapatos no c O controle do carrapato no hospedeiro tem por objetivo proteger os bovinos
se larv na,
das injúrias espoliativa, mecânica e tóxica causadas pelos ixodídeos, matando-os tão
1. Controle dos carrapatos nas pastagens logo eles tenham acesso aos animais. Tratamentos periódicos dos animais parasita-
dos, concorrem indiretainente para reduzir a quantidade de larvas existentes na pas-
a) Limpeza das pastagens' aro que a natureza da vegetação :xerce g:a:de~:~ tagem. Estes tratamentos são feitos através de banhos com carrapaticidas.
Estudos ecológicos mostrar udança da vegetaçao atrav s e
fluência sobre a pOPudalação d~~ ::~:~~~:'c:n~buir
para baixar consi:a;::e~~: a) Banho de Imersão
calagem e gra gem - . 1 limpeza dos pastos c Há vários anos este vem sendo o método preferido para controle dos carrapa-
~a~:~tidade de larvas ~as pasltagens~~n::i~avoravelmente para diminuir as pos- tos dos bovinos, principalmente, nas propriedades de rebanhos numerosos. Plantas
b . natur31S das arvas, das instalações necessárias, incluindo tanque, corredores de entrada e saída, e outros
arbustos, a ngos rebanhos.
sibilidades de infestação dos detalhes, podem ser adquiridas de repartições governamentais relacionadas com a

b) Rotação das Pastagens vem sendo aplicado em vários países


O método de rotação das pasta~ns. almente nas áreas de clima tempera o,
:0 pecuária, ou de companhias especializadas. Antes da construção dos banheiros vá-
rios fatores devem ser considerados, a fnn de se obter o máximo de rendimento. O
tanque do fluido carrapaticida, que deve ser construído de alvenaria, deverá ser 10-
mundo, com resultados proveit°S::i~::. A rotação consiste na mudança dos re-
onde as estações do ano são bem -45 -
-44-
1
-, ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDlCA E VETERINÁRIA

-. calizado equidistante das várias pastagens ou invernadas, de fácil acesso aos reba- d) Banh .
ar os anunais d
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A C

d
'
. os ta, Jose'O. Costa, Paulo lide
) nhos e próximo a uma fonte de água, para facilidade de enchimento, quando neces- e) Banhar os animais escansa os ~ dessedentos;
sário. -e indispensável construir-se um tanque de menor porte (1000 litros) para en- f) Evitar exposição dO:asarum~or~ méUS frescas do dia;
J cher o banheiro e facilitar os reforços e recargas, bem como ter em mente que é tam- ) .
g EVItar banhar os animais nos'
éUS ao sol que t 1
n e, ogo em seguida ao banho'
) bém indispensável ter uma régua precisa para medir evaporação ou adição de água. açudes após o banho dias de chuva e não pennitir que el '
Os problemas de manejo do banheiro (exaustão, recarga e reforço) somente são bem h)' . les entrem em
) EnVIar ao laborato' .
solucionados quando existe equipamento preciso. Outros fatores que não devem ser ã d no, se preci
ç o o medicamento so, amostras do banho para medo
,). . II-se concentra_
) desprezados são o tipo de gado, a raça e o número de animais a serem banhados. O I Aplicar banhos mesmo d'
)
fator econômico deve pesar bastante em qualquer planejamento neste setor. Não se J') Os Intervalos
' quan o a popula - d
entre os b h _ çao e carrapatos está b,,;v
recomenda construção de banheiro para pequenos criadores, a não ser quando os fa- , , 'a1m an os deverao ' <UAa.
zendeiros se organizam em cooperativas. ll1ICI ente, todo controle deve começar co;~:: ~e acor~o com reinfestação, mas,
) ., anhos mtervalados de 8 dias
4 , Carrapatlcldas .
) b) Aspersão ou "spray"
) A aplicação do carrapaticida por aspersão pode apresentar, em determinadas a) Arsen;ca;s
circunstâncias, vantagens de ordem econômica e prática. O equipamento necessário
) ao processo de "spray", mesmo o mais sofisticado, é de custo menos elevado do que
Os arsenicais são aplicad
forma de aspersão os em banheiros. Não devem se
) a construção dos tanques para os banhos de imersão. Para pequenos rebanhos reco- . r recomendados em
Os carrapaticidas arseni .
!Jlendam-se aparelhos manuais, tipos conhecidos no comércio pelo nome de "pulve- de arsenito de ódi caIS, pouco usados atua1me
) rizadores", ou bombas motorizadas, através das quais o fluido ixodicida é aspergido, Soluções . : o, de modo que a solução do banh nte, são formulados à base
maIs lortes podem intOxicar os ' . o contenha 0,2% de As O
) sob pressão, sobre o corpo do animal. Para melhores resultados o jato do carrapati- matar os carrapatos. Banh " anunéUs e soluções mais fi 2 3, ;',

cida deverá molhar o animal no sentido oposto à implantação dos pêlos. Os resulta- a ão d os arsemcéUS não os racas podem não
) dos dependem muito da habilidade e do cuidado do operador na aplicação do carra- n~to (:/~a )sodlução.carrapaticida sofre Oxid~ã:ee: pod~r residual apreciável. Pela
)' paticida. . 2 5, e baIXO poder letal. A fun d . arsemto se transforma em arse-
se cobnr a solUÇão Com óleo Quand e eVItar tal processo químico ac
) Para maiores rebanhos é recomendado um equipamento mecânico, constituí- laço, lactose ou SOro de leit~ estiro 0 1as soluções já estão oxidadas a ailiçãOo~se1ha­
do por um conjunto de canalização dotado de vários bicos, dispostos no interior de provocando a redução do u a o desenvolvimento de bac'té ' e me-
) um corredor, que aspergem o fluido, sob pressão, sobre os bovinos que são ali intro- arsenato em a r ' - nas redutoras
ses por causa dos resíduos que delX'am semto. Nao são aceitos na maioria do ('
duzidos. Existem vários tipos de conjuntos de aspersão que são vendidos no comér- na carne. s pa -
)
cio prontos para serem montados.
b) Compostos Fosforados
O banho por aspersão é mais seguro do que o banho por imersão, principal-
Os carrapaticidas à base d
mente para vacas em gestação e animais novos. Para os banhos de aspersão, a dilui- Controle do carra . e fosforados orgânicos são
ção do produto é feita no momento da aplicação, na concentração adequada e no forados sob 'pato de bOVInOS, no Brasil. O principal ' ~plamente usados no
volume necessário. Finalmente, recomenda-se aos criadores obedecerem rigorosa- Frequ::~s 1X0dídeos consiste na propriedade de in~~canlsml' o de ação dos fos-
emente surgem no rnerc d Ir a co mesterase
:cioara o preparo de banhos de imers;o °o:ov: fonnu~ações concentrad~, indica-
mente as instruções dos fabricantes dos carrapaticidas.

3. Recomendações na Aplicação dos Banhos gem e~;!o eàn~at: c?nfo nne instruções dos fa~ri~:fe:rs:~un'
°dcarrapaticida deve ser
OXlca para os anim . O , e se obter uma d
a) Verificar o nível da suspensão ou emulsão no tanque carrapaticida, ajustando ;~:ã~,t~:a:::éodi:a, ~ode se apre:~ta:~~~~::;~~: ~ara aplicação, de aco~~:
o volume com adição de água (reforço) ou de carrapaticida (recarga). Aa - . co eCldo por calda ou lastro onnas de emulsão e sus-
b) Homogeneizar a emulsão ou suspensão, revolvendo o sedimento antes de ba- A çao reSIdUal dos carrapaticidas fosforad
nhar o gado. calda pennanece estável nos banh . os, em geral, varia de um a três dias
Dentre os vários organofosfo d eIrOS, por períodos acima de Um ano .
ra controle do carrapato de bOvino:.ao;:e:~s;o r:comendados como ixodicid~ pa-
c) Fazer a recarga do banheiro, de acordo com as instruções dos fabricantes;
es sao de uso corrente no Brasil:
-46 -
-47-

. ---------~---...--------~
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
MtDICA E VETERINÁRIA
ACAROLOGIA Amblyomma cajennense
ENTOMOLOGIA E Ral Muscatox , Bayer 21/199)
Cumafós (::: Asuntol, ~~- , t 150% - pó_molhável I - CARACTERES
( 1) - C roerClalS: Asun o
Formulações o Asuntollíquido
Hipóstomo com três fileiras de espinhos de cada lado; escudo ornamentado;
com 11 festões; sulco anal circundando o ânus posteriormente. Os machos não pos-
(2) - Fention "al" Tiguvon 50% E"C. suem prolongamento caudal, mas apresentam pequenas placas ventrais, próximas
Formulação Comercl " dos festões.
A. cajennense é espécie comum de equídeos, porém tem pouca especificidade
(3) - Oicroto1ós "al" Ektafós 50 parasitária, principalmente, nos estádios de larva e ninfa. As larvas são conhecidl6
Formulação Comercl "Ektafós 100 por carrapatinhos ou micuins e atacam o homem, severamente. Os adultos são co-
nhecidos por "carrapato estrêla" ou "carrapato rodoleiro". Este carrapato está dis-
seminado em quase toda a América, desde o Sul dos Estados Unidos até o Norte da
fós-Etil
(4) - Bromo . "al" Nexagan Argentina. f: muito comum nos pastos e cerrados, porém pouco frequente nas ma-
Formulação Comercl " tas. Durante a estação seca, as larvas são abundantes nas pastagens de Minas Gerais e
de outros Estados.
(5) - Cloropirifós "ai" Dursban 24E Os machos medem 3 x 1,7 a 4 x 2,5 mm; as fêmeas medem 3,5 x 2 a 4,2 x 2,5
Formulação Comercl " mm. A fêmea ingorgitada pode atingir 12 x 8 x 6 mm.

(6) - Etion "aI" Rhodiacida


F ormulação Comercl " Paralene II - CICLO BIOLÓGICO

O A. cajennense é espécie que exige três hospedeiros para completar o ciclo.


c) OutrOS CompostoS " aro outros compostos: Os dados que seguem foram obtidos das observações de Rohr (1909). As fêmeas fa-
Mais recentemente surgtr zem posturas de 6000 a 8000 ovos.
No fim de cada estádio de desenvolvimento, o carrapato abandona o hospedei-
(1) - Base de Dithletane "al" Abequito (nimidane) ro para realizar muda da cutícula.
Formulação comercl "
. PERlbDO DIAS
(2) - Base de tiuréia "al' D" ofen (clorometiuron) Postura 25
Formulação comercl " lp
Incubação 60 - 70 (22 0 C)
Sucção da larva 6
formaroidina " )
(3) - Base de "al" Triatox (aroltraz Muda da larva 18 - 26 (21 0 C)
Formulação comercl .
Sucção da ninfa 6
Muda da ninfa 8 -12
Gênero Amblyomma Sucção da fêmea 8 - 10
tado Olhos e festões presen- Pré-postura 10 - 12
Ge almente ornamen· t de for-
Palpos e hipóstomo lo:o:~ v:nadas, usualmente rugos~~:::U~e:te, com
teso Base do gnatos:~~; Placas adanais ausentes no m~c~~nte de forma triangu-
III - IMPORTÂNCIA

ma triangular ou re . as dos
festões; peritremas grosseu Além da ação irritante e espoliadora sobre os animais, o A. cajennense, experi-
pequenas placas próx.un
lar ou vírgula. -49-
-48 -

,.. -. ~~
• ..-r"" • ,. _.,....- ..... ""'-----.,......-. .-------~-----
'}
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MEDICA E VETERINÁRIA
) Moacyr G. Freitas, Hélio M.A C •
• osta, Jose O. Costa, Paulo lide
) mentalmente, pode transmitir aRickettsÚl rickettsi, agente da febre macu10sa e reter
A. macu/atum
o vírus da febre amarela. As picadas podem originar ferimentos na pele de cura de- A.parvum
)
morada. Transmite também Leptospira pomona. A. cooperi
) A. tigrinum
) Amblyomma aureola tum
)
Gênero Anocentor
} I _ CARACTERES

Espécie de tamanho médio caracterizada pela constância da intensidade do Rostro e palpos relativ
) namentado Com amente curtos. Peritremas c·
colorido claro do escudo, em ambos os sexos, em contraste com as manchas escuras Sem placas ·quitin sete festões, presentes. Coxas N muitollcul.ares. Escudo pouco or-
J que são raras e muito estreitas, às vezes imperceptíveis.
osas na fase ventral. matores do que as demais.
) Parasito habitual de animais silvestres, ocorrendo também no cão, no gato e
)) no homem.
Anocentor nitens
)
I - CARACTERES
) \I - CICLO BIOLOGICO

) Segundo Fonseca (1935) o ciclo biológico da espécie envolve três hospedeiros Peritrema semelhante a .
de dentes de c da I . um dISCO de telefone· hi ó
e completa-se em 139 dias. As fêmeas põem de 5.800 a 11.200 ovos. I bífida em an:b ado; sete festões pouco delinead~s. !aS~omo com quatro ftleiras
)
Os dados abaixo foram obtidos de Fonseca (1935): nos os os sexos, pequenos espinhos nas d' ~ o castanho-escuro, coxa
. . emrus; olhos distintos e pe ue-
)
DIAS
O A. nztens é parasito do . q
no Norte do Brasil há al ns paVIlhão da orelha de cavalo, tendo si .
bastanted~. assm~ado
PER rODO
Pré-postura 8 nos Estados de Minas Ge:s Gan.°áss. MAtualmente a espécie está
)' Postura 16 - 20 (24-25OC) , 01 , ato Grosso Sã: P uI
, o a o e outros.
lssemmada
. ) Incubação 50 - 52
3 - 4

,.
~. Sucção de larva .
) Muda de larva 18 - 26 " - CICLO BIOLOGICO

Sucção da ninfa 5 - 7
31 - 36 O ciclo biológico ocorre em um • .
Muda da ninfa 3.000 ovos no solo As la UnICO hospedeiro. As fême
) ções são faVOráveis· O d rvas podem resistir até 71 dias ao·· as põem cerca de
durante o desenv I·. s ados seguintes resumem os vários Je~udm, quando as condi-
} o VImento do carrapato. peno os de tempo gastos I'
I.
III - IMPORTÃNCIA ECONOMICA

Os adultos são capazes de transmitirem a febre maculosa; as larvas podem re-


PER IODO
DIAS
!
Pré-postura 3 - 15
ter a RickettsÚl durante 30 dias ap6s a sucção em um indivíduo doente. Os ovos po-
dem levar a infecção para a geração futura.
Postura
Larvário
15 - 37 i ,i
Outras espécies de Amblyomma, parasitas habituais de animais silvestres, e
Ninfa!
8 -16 I!
que podem ser encontradas nas espécies domésticas, são: 7 - 9
Fêmea adulta 9 - 23
A. brasiliensis
A. ovale Os machos vivem mais tempo no hospedeiro, tendo sido ob
servado um per{o-
-50-
-51-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M:t::mCA E VETERINÁRIA

do de parasitismo de cerca de 100 dias, a contar da data da fixação das larvas. As fê-
meas, durante o período de sucção, secretam uma substância líquida que, quando
seca, se assemelha a sangue coagulado. Provavelmente ocorre ,invasão bacteriana nos
ferimentos causados pelas picadas dos carrapatos, que acabam causando lesões de-
formantes ou mutilantes na cartilagem da orelha. O cavalo que apresenta as orelhas
caídas é conhecido, vulgarmente, por "cavalo troncho".

III - CONTROLE

Os produtos indicados para a destruição dos carrapatos dos bovinos são igual-
mente eficazes no combate aoS carrapatos das orelhas dos cavalos.
A seguinte fórmula pode ser indicada para aplicação local: BHC, contendo 12%
de isômero gama Sg; Xilol10 mI; Óleo de mamona 8S rol.

Gênero Haemaphysalis 1- CARACTERES

CARACTERES Acari de cutícula deI d


em forma d ga a, sem estígmas res' t6'
Base do capítulo sub-triangular, rostro e palpos usualmente curtos; 2q artícu· ventosas co:u;:~~~::' com fortes "chelae"; Pa1po;:~p~~~~~:~{ceras, via de regra,
Parte d .. ' o, geralmente, Com
10 do palpo com projeções laterais distintas. Olhos ausentes. Com 11 festões. Peri -
. • as coxas msere-se sob o t
tremas de contorno oval, podendo ser em forma de vírgula na fêmea. Machos sem Vlslvel da face ventral, denominada ap~~::nto, formando uma estrutura quitinosa
placas quitinosas na f~ce ventral.
segundo Krantz ( I 9 7 0 ) ' '
Astigmata. ' os Sarcoptiformes são considerados como subordem

Haemaphysalis leporisparustris
" - CLASSIFICAÇÃO
Dentição do hipostômio 3/3. Base do capítulo com duas pequenas projeções
dorsais (comua).
~ uma espécie de carrapato parasita de coelho silvestre. Nos Estados Unidos nário: Os Sarcoptiformes inc Iuem as seguintes famílias de int eresse médico e veteri-
transmite Rickettsia entre coelhos e outros roedores silvestres.
Já foi observado noS Estados do Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo e Minas Ge- Sarcoptidae
Cytoditidae
rais.
Laminosioptidae
Psoroptidae
AnaIgesidae
Dermoglyphidae
Epidermoptidae
Pyroglyphidae.

-52- - 53-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide

OGI A E ACAROLOGIA Mf.DICA E VETERINÁRIA pele dos hospedeiros. A penetração é auxiliada pelas caIÚnculas, que aderem à pele,
ENTOMOL e pelas peças bucais que cortam a epiderme. As fêmeas vivem somente nas galerias
Família SARCOPTIDAE onde se nutrem de linfa; à proporção que se locomovem vão deixando para trás os
or uma cutícula com fUlas estrias pm:alelas, ovos. A quantidade de ovos varia de três a cinco por dia, totalizando 40 a 50, que
Ácaro s de corpo globoso cob~rt:;. emas curtas com caIÚnculas tars~, sem medem 150 x 100 micros. A incubação dura três a cinco dias. As larvaS abandonam
. terrompidas por escamas ou espinh '~podosoma; quelíceras com "chelae ,sem as galerias para viverem entre as crostas na superfície da pele ou permanecem nas
Jfl • com um par vertical de setas no pr galerias onde continuam o desenvolvimento. Após alguns dias as larvas sofrem ecdi-
garras, .. ente onde cau- se e se transformam em ninfas. Há dois estádios ninfais, protoninfa e deuninfa. Os
ventosas gem1:a1s. . da ele de animais de sangue qu '. A'

OS Sarcoptidae são paras~tos P A família compreende os seguUltes ge- machos e as fêmeas podem ser encontrados na pele quatro a cirlco dias após a eclo-
uadro clínico denomUlado sarnas. são dos ovos. Os machos são mais raros e, geralmente, são encontrados em peque-
sam um q K idokoptes e Notoedres. nas galerias ou na superfície da pele, à procura das fêmeas púberes para a cópula.
neros : Sarcoptes, nem
Após a cópula, as fêmeas penetram na pele para cavar galerias onde realizam as ovi-
posturas. A fêmea, provavelmente, não vive mais do que três a quatro semanas, a-
Gênero Sarcoptes proxinladamente.
O ciclo completo, de ovo a fêmea ovígera, dura 17 dias. Os ácaros são muito
suscetíveis à dessecação e não sobrevivem mais do que poucos dias fora do hospe-
I _ CARACTERES. .
6 ti·ca humana. Parasitos seme- deiro. Em condições favoráveis podem viver três semanas fora do hospedeiro.
·· usa a sarna sarc P . d
A espécie Sarcoptes sca bleI ca . ém estes são considerados vane ~-
lhantes causam sarn~s nas espécies ~:é:!lC:i!t:~ade demonstrada ~el~ desaparecl-
des da mesma espécle. Há certo gra p em hospedeirOS não habltuaiS. . _ 1\1 - PA TOGENICIDADE
t do parasitismo após poucas gerações rimento vive em galenas na pe
men o mede 200 a 450 micros de comp ' U I e IV são muito O ataque parasitário ao homem e aos animais domésticos causa prurido inten-
O ácaro, que . os globoso e as pernas
le dos hospedeiros. O corpo é maiS ou men tas I e 11; os machos possuem ventosas so e pápulas como resultantes de uma hipe~~ensibi1ização. Os ácaros perfuram a pe-
meas possuem ventosas nas pa le e sugam linfa, podendo também alimentarem-se de células epidérmicas. A pele tor-
curtas. As fê na-se mais irritada pelo ato de coçar e pela contamirlação por bactérias, principal-
atas I U e IV. ..
nas p A es;écie inclui as .s~guintes varledades. mente Staphy/ococcus. Acredita-se que o ataque inidal não causa sirltomas. Após
S. scabiei varo homl nlS um mês ou mais, quando aparece erupção na pele, inicia-se o prurido intenso, visto o
S. scabiei varo suis paciente ter-se tornado hipersensibilizado. Da área atingida exuda um líquido seroso
S. scabiei varo ovis que ao secar fow:! no~t:lS. Os pêbs arrepiam e caem. A proporção que a área ataca-
S. scabiei varo caprae d:l :JHm"nt:l, l) prundv vai se tornando mais irltenso.
S scabiei varo bovis No cão, geralmente, a sarna sarcóptica tem início na cabeça, daí espalhando-se
S. scabiei varo equi rapidamente por todo o corpo. A infecção inicia-se pelo aparecimento de pequenas
pápulas avermelhadas com prurido, o que obriga o animal a se coçar, aumentando a
S. scabiei varo canis .
S. scabiei varo cuniculll área afetada. A região atingida torna-se seca e coberta de crostas amareladas. Os pê-
los caem e a pele apresenta-se espessa, rachada e rugosa.
Nos suínos a sarna sarcóptica é muito comum, geralmente atacando as regiões
ao redor dos olhos e das narinas e mais tarde se generalizando. Os sintomas são se-
\I - CICLO BIOLOGICO ro-
. .' clui as seguintes fases: ovo, larva, p melhantes aos descritos para os cães.
O ciclo biológico do SarcoPAtes scab/~~:sformação da deutoninfa em fê~ea o- Nos ovirlos a sarna sarcóptica atirlge somente a cabeça, raramente atacando ou-
toninfa, deutoninfa, macho ou ,fem~\~ ação. O contágio, possivelmente reallZa-se tras regiões do corpo.
vígera, provavelmente, se dá apos a ~r lZ ara um animal sadio, diretamente ou atra: As cabras são atingidas, igualmente, pela sarna sarcóptica, conforme já foi ob-
m da fêmea ou da deutomnfa P d uma hora para penetrar na
pela passage. fi· A fêmea gasta cerca e
vês de roupas, arrelOS e utens lOS. -55-
_ 54-

~--~-"
fJ
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide f
OLOGIA M~DlCA E VETERINÁRIA (
ENTOMOLOGIA E ACAR Knemidokoptes leavis

servada no Estado da GUanab:a;ica ataca p~ferentemente, a região interna das co- Espécie parasita da pele de pombos, principalmente da base das penas. O ma- {
N bovinos a sarna sarc P , o peito cho mede 140-170 micros e a fêmea 270-310micros. A fêmea é vivípara. Os aca-
o~ raramente, a base da cauda, .0 pescoç~ em cav~os, no Brasil. l! comum (,
xas e, tna1S óptica ainda não fOI observa . ' almente a cabeça, o pes- rinos provocam fratura da base das penas, irritação ao redor, com consequente que-
A sarna sare alos estabulados, atacando pnnclp da das mesmas. (,
em outrOS países em cav
coço e a espádua. {
Gênero Notoedres (
DIAGNOSTICO I I - CARACTERES
(
IV - . . dente de raspagens da pe e.
. uisados no matenal proce d o sele- (
Os ácaros devem ser pesq alizadas em várias partes o corp ,
Espécies do gênero Notoedres possuem duas setas verticais no dorso do pro-
devem ser bem profundas e re
podosoma, corpo globoso com espinhos dorsais e pernas curtas com carúnculas em
(
As raspagens I sões de aparência mais recente. 10% e aquecido ligeiramen-
cionando-se as. e tado pelo lactofenol ou potassa a , . forma de sino em pedículos não segmentados. Ânus dorsal. Machos sem ventosas ge- {
O matenal, tra . nitais e com a margem posterior não bilobada. Machos com carúnculas nos tarsos
te,éexamma
. do ao microscÓpIO.
das patas I, II e N; fêmeas com carúnculas tarsais nas patas I e II.
(
O gênero inclui a espécieNotoedres cati, agente da sarna notoédrica, semelhan- (~

S SARNAS SARCOPTICAS te à sarna sarcóptica, que ataca, principalmente, a face e as orelhas do gato. O ma- (!
V _ TRATAMENTO DA dica- cho mede de 142-155 x 116-125 micros e a fêmea ovígera 215-235 x 165-175.
. ais domésticos é tratada com me O coelho é atacado pela variedade Notoedres cati varo cuniculli (,
A sarna sarcóptica do homemn:udO~:n::ofre ou de compostos organofosfora-
(,
mentos à base de: benzoato de be a, intervalo de uma
dos. f dos duas a três vezes, com II - CICLO BIOLOGICO ()
O tratamentos devem ser repe I
s . dicados para o controle do (
semana. ticidas organofosforados, ln A evolução dos acarinos do gênero Notoedres é semeUlante ã do gênero Sar-
Geralmente, os carrapa . . coptes. As fêmeas fazem postura em galerias na pele. Provavelmente vivem duas a (, i
B. microplus, são t~bém sarmcld:~tada em banheiros apropriados. três semanas e morrem após uma postura de cerca de 60 ovos. O ciclo completo du-
A sarna dos OVIDOS deve ser . (.
vária ativa - quatro a cinco dias; I'
ra, no mínimo, 19 dias, assim distribuídos: incubação - quatro a cinco dias; fase lar-
ecdise - um a dois dias; 1ª" ninfa - dois a três
dias; 2' ecdise - um a dois dias; 2' ninfa - dois a três dias; 3' ecdise - um a dois
(
Gênero Knemidokoptes (
dias; período de fertilização e postura - quatro a cinco dias.
Knemidokoptes mutans l
Família PSOROPTIDAE t,
I - CARACTERES
. 'd ó tica ou sarna
das patas da galinha, pom-
-
(;:
Es écie agente da sarna cne~m oc p a pele das pernas das aves, s~b as esca Corpo ovóide sem espinhos dorsais; sem setas verticais no dorso do propodo- li 'I')
bo pe~s e outras aves. Os acann~s atacamdo que resulta espessamento lIIegular e soma; caIÚnculas em forma de sino, ligadas ao tarso por pedículo; somente as patas ",.. 1
s, d tite e exudaçao serosa
roas , causando erma . 'f~ III das fêmeas, possuem cerdas longas no lugar das caIÚnculas; patas IV dos machos,
é 'ri ara pOSSUI on I"
acentuado das escamas. tarsais A fêmea, que VI p , 500 mais curtas do que as patas III; ânus terminal; machos com ventosas adanais copula-
Só os machos possuem ventosasd 200":'240 x 150 micros e a fêmea 400- doras na extremidade posterior, que é bilobada.
. O macho mede e
cio genital postenor. .
x 350 micros. -57-
-56-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
1 VETERINÁRIA
C AROLOGIA Ml?OICA E
) ENTOMOLOGIA E ~ \II - PATOGENICIDADE
Chorioptes eOtodectes.
) Com os gêneros: psoroptes,
-, Os Psoroptes não cavam galerias mas introduzem as peças bucais na pele dos
hospedeiros e sugam os fluidos teciduais, causando irritação, inflamação e exudação
) Gênero psoroptes linfática que coagula, transformando-se em crostas. Os parasitos atacam qualquer re-
gião do corpo dos ovinos coberta de lã. As lesões iniciais são representadas por pápu-
) las amareladas de cerca de 5 mm de diâmetro, muito pruriginosas, que obrigam os a-
CARACTERES nimais a morderem e arranharem as áreas atingidas. Os pêlos se aglutinam e acabam
) I- d uma única espécie - psoropt~s
O gênero Psoroptes é consid~r~d~ cO~~;:d~ a outros hospedeiros, as qU:lS
se destacando em mechas. Os acarinos vivem sob as crostas formadas à custa da coa-
}
equi parasita de cavalo, c~ ~ardl~ a ~: :carinos são responsáveis pelas chama as
gulação do líquido seroso. As lesões vão se espraiando cada vez mais, levando inquie-
) , alto grau de especlficl a e. tação aos animais que, no fun de algum tempo, se apresentam emaciados, anêmicos
possuem . utro no histeroso- e fracos, geralmente terminando pela morte. A sama psor6ptica se difunde com gran-
}l samas psor6ptlcas. ossuem um escudo dorsal nO propodoso:av:~tralmente, há uma de facilidade, quer pelo contato direto, quer através de abrigos infestados.
) o~::c:eo~:da um dos dois lobos ~osterio~es ~~ema~~t~dO.
As fêmeas púbere.s Nos cavalos e nos bovinos a sarna psor6ptica, geralmente, se inicia nas regiões
ma. Na uladora. O pedículo das carunculas.e tn u::'s tubérculos que se enC3l- de pêlos longos, mas pode também atacar todo o corpo.
J ventosa cop extremidade postero-dorsal dOlS pelq A fêmeas ovígeras perdem os Os casos observados em cabras foram circunscritos às orelhas.
) aPamres~~n~:sas copuladoras dos machosl, n~~~~ ~en~ralmente no propodosoma. No coelho os parasitos causam uma sama do pavilhão da orelha que se inicia
x d' o toc6stomo, oc • ulas por hiperemia e mais tarde se transforma em crosta pardo-amareladas. No fim de al-
) tubérculos mas a quuem ho e UI na fêmea não possuem caIUnc é :es domésti- guns dias toda a orelha pode ser envolvida. A doença pode se complicar pela associa-
) Somente as pa~as.IV n? mdac de psoroptes equi encontradas nas esp Cl
As princlpa1s vaneda es ção bacteriana e invasão do ouvido interno.
) cas são as seguintes:
P. equi varo ovis
) IV - CONTROLE DE SARNA PSORÓPTICA
~)
P. equi vaI. bovis
P. equi varo caprae .
~)
O melhor método para prevenir a disseminação da sarna no rebanho consiste
P. equi varo cuniculll
na separação dos animais suspeitos· e início imediato do tratamento.
~) Na sama ovina o tratamento mais aconselhado consiste em banhos de imersão
à base de fosforados.
~) o BIOLÓGICO
\I - CICL . . ou menos. Os ovos são postos Os fosforados dl[o resultados bons, podendo ser aconselhado o Malation na
~) 10 dias ma1S • d' d-o
O ciclo evolutivo completa-se em eríodo de incubação de um a tres ~as a concentração de 0,2% na água.
~) nas margens das lesõ~s da :~ed~r:~: ~OiS a três dias, antes de sofrer~~ e~:~;:r:~
~ ;?o::~~=t~::~o:~~::~;g:Eo:':~:::;i:;~~';:
mais cedo, as quais se transfo.rm am õ m média cinco ovos por dia, tOtal1-
Gênero Chorioptes

As caIÚnculas estão unidas aos tarsos por pedículos não segmentados. Corpo
~~;aC~em início um dia depois e as feme~~: q:: de 30 a 40 dias. As fêmeas nã~ e-
zando cerca de 90 ovos em toda ~ sua V1 o' acontece com as espécies de Sarcopti ae.
t oval, sem espinhos dorsais. Machos com caIÚnculas em todas as patas; fêmeas s6 não
possuem caIÚnculas nas patas III. Machos com dois lobos na extremidade posterior.

netram na p~le
para form
áxi
ar g~:r~~~ ~o;hospedeiro.
Foi obset;'ado que; f~: ~::~:~ De acordo com Sweatman (1957), todas as espécies que parasitam os animais
domésticos, consideradas válidas, cairam em sinonímia; apenas deve ser considerada
Os machos Vivem no m mo 10 dias exceto as femeas ov ge ,
. . 'a dos acarinos morre em ' como válida Chorioptes bovis, que ataca os pés e o escroto de ovinos, os pés e a área
pedelIo, a m3lon .
do escudo de bovinos. Os machos medem 280 a 330 micros de comprimento por
sistem 20 dias ou m3lS.

-59-
- 58-

- --------_.--- ,
.. ,.--
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Ml!DICA E VETERINÁRIA
f
Moacyr G. Freitas H 'r M
190 e 230 micros de largura; as fêmeas ovígeras medem 360 a 390 micros de com- , ela .A. Costa, José o. Costa, Paulo lide t
primento por 225 a 250 micros de largura.
Assinalada no Rio Grande do Sul e no Paraná.
(
f
Gênero Otodectes t
f
Pedículos não segmentados. Machos não bifurcados posteriormente; somente
as patas III e N das fêmeas não possuem carúnculas. Machos sem lobos posteriores
f
quadrangulares. (
Com a espécie O. cynotis, agente de uma sarna auricular do cão, gato e outros (
carnívoros. Já foi assinalada no Brasil.
f
{
Família ANALGESIDAE
(
Ácaros parasitos de penas; corpo fortemente esclerosado, com a margem pos- (
terior arredondada; patas I e II igualmente com projeções látero-ventrais triangula-
res; patas III ou IV ou ambas, do macho, mais desenvolvidas que as outras. (
Gênero Megninia com a espécie M. ginglimura, encontrada em galinha, segun- (
FIG. 35
do Reis, em São Paulo; e a espécie M. cubitalis encontrada em galinha no Estado da
Bahia, por Bastos & Coelho (1963), causando lesões em quase todo o corpo, com FIG.3S {
queda de penas, espessamento epidérmico, comprometendo a saúde da ave.
(
C
Famtlia DERMOGLYPHIDAE (
Ácaros parasitos de penas; corpo esclerosado; extremidade posterior de ambos
os sexos arredondada ou ligeiramente arredondada; patas I e II dos artículos, cilín- /'
/ , (
(
dricas e com projeções; patas III e IV geralmente mais espessas do que as outras; am-
bos os sexos com placa no propodosoma. ~.~; ,/ (
\
Gênero Pterolichus, com a espécie P. obtusus, assinalada em galinhas em Mi- {.
nas Gerais, por Hipólito & Freitas (1943).
'-
Família EPIDERMOPTIDAE FIG. 37 <-
Acaridiae muito pequenos, medindo no máximo 0,4 mm de comprimento, a-
FIG.3S
<-
FIGURA 35:
Face Ventral de Demodex.
{
chatados e de contorno mais ou menos circular; com placa no propodosoma; ma- FIGURA 36:
chos bilobados posteriormente; caTÚnculas em todas as patas da fêmea; machos com FIGURA 37: Face lateral do macho de Demodex bov.
ventosas copuladoras. FIGURA 38:
Face dorsal de um Pyroglyphidae (fê
Face Ventral de um p .
IS com seta mostrando o esp{culo dorsal
emea).
yroglyphidae (Íemea).
--
(
-'-60-
'-
(
-61-
t-:
t'!....

,)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Ml!DlCA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas ' Hélio M.A. CostaJ 'O
, ose . Costa, PaUlo lide
)
)
)
)
}
)
)
.~
J
)
))
·1
FIGURA 39: Face dorsal de um Sarcoptes (fêmea).
J FIGURA 40: Face ventral de um Sarcoptes (macho).
FIGURA 43: Vista ventral de um mach - -
:. FIGURA 44: Vista d al o de Knemidokoptes.
ors de Umaf;"emea de Knemidokoptes.
)
)

./
:1
"i

FIGURA 45: Vista ventral de um fê


FIGURA 41: Face dorsal de Notoedrescati (fêmea). FIGURA 46: Vista ventral de a emea ov(gera de Psoroptes equi.
FIGURA 42: Face ventral de Notoedres cati (macho). um macho de Psoroptes equi.

-62- -63-

_ _ _ ••• _....--. _ _ -... ...... _ _ _ ___ ,~.~ ... ~e ........ --...r'·· -~.• ~,.
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
M.tDlCA E VETÉRINÁRIA
Com os gêneros represéntados no Brasil: Epidermoptes e Rivoltasia.
ENTOM.OLOGIA E ACAROLOGlA
E. bilobatus - causa pseudo-sama em galinha; observado em São Paulo e Mi-
nas Gerais, segundo Hip6lito & Freitas (1943). '
R. bifurcata - observado em galinha' em Minas Gerais, por Freitas & Costa
(1944).

Família LAMINOSIOPTIDAE

Ácaros muito pequenos, medindo no máximo 0,5 mm de comprimento; corpo


alongado, ligeiramente achatado, com poucas setas longas; patas curtas sem carún-
culas nos pares I e II; machos sem ventosas copuladoras adanais.
Gênero Laminosioptes - representado no Brasil pela espécie L. cysticola que
é encontrada no tecido sub-cutâneo de galinha e peru, onde provoca nódulos sob a
pele, que se calcificam posteriormente.

d Choríoptes (macho).
Face ventI al e Famüia CYTODITIDAE
FIGURA 47: de Choríoptes (fêmea)
Face ven tIal
FIGURA 48:
Ácaros parasitos dos sacos aéreos é aparellio respiratório, podendo ser encon-
trados na superfície do fígado de galinha. Com somente uma espécie - Cytodites
nudus que mede cerca de 0,5 mm de comprimento. O corpo é mole e de forma oval.
Todas as patas possuem carúnculas. Não possui ventosas genitais e o macho não tem
ventosa adanal copuladora.
Quando em grande quantidade pode provocar enterite, e peritonite; nas vias
aéreas é acusado de provocar sufocação.

Família PYROGLYPHIDAE

Ácaros de tegumento estriado; com escudo dorsal no propodosoma; tarsos


com ventosa e unha; abertura genital da fêmea em forma de U ou Y, coberta por um
escudo trapezoidal ou triangular.
Inclui várias espécies que se desenvolvem na poeira residencial. Trabalhos rea-
lizados, em vários países, demonstraram que a presença dos ácaros desta fam11ia, ge-
ralmente, está associada com dermatites e alergias respiratórias, como asma e rinite
alérgica no homem.
Greco e cols. (1974) assinalam a presença de ácaros do gênero Dermatophagoi-
de ChoTÍoptes (macho) des, em poeira domiciliar em Belo Horizonte. Moreira (1976) realizou um estudo so-
FIGURA 49: Face dOISal
d um OtodecteS (macho). bre a acarofauna de poeira residencial em Belo Horizonte, diagnosticando, entre ou-
Vista dorsal e
FIGURA 50: tros, Dermatophagoides farinae e D. pteronyssinus.

-65-
-64-
MoacyrG. Freltas
.
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf:DICA E VETERINÁRIA mi ' He'lio M.A. Costa J •
SSora de riquetsiose e e . ' ose O. Costa, Paulo lide
ao ncefah~e
rosa, provocando irritaç- e prurIdo.equina. Pode atac ar o h ornem; sua picada é doI o-

Famllia DERMANYSS IDAE


Quelíceras alongad
taca-se a espécie De as, em forma de estilete .
nários importados ~manys~us gal/inae, encontrad' sem dígIto móvel. Na familia d
1 . .c parasIta d alO a no Brasil . . es-
lomem. Nos Estados U . ~ g Inha e de outras av ' ~ru~elTamente em ca-
te da encefalite equina rndos fOI encontrada naturalm es d~mesticas. Pode atacar o
Se d . . ente mfectada I '
. gun o hipótese o ' . pe o VlfUS oes-
va~Iana do acarino, que' o vaus s~~~ mantido na naturez
qUI tos e destes para transmIÍlrIa às aves Das a pela transferência tran
os cavalos e o homem . . aves o vírus passaria para os mos-
so-
CAPilULO 5 - ORDEM ACARI:
SUBORDEM MESOSTIGMATA

Famllia RHINONYSSIDAE
I - CARACTERES Quelíceras peque
desenvolvidas. Tarsos c~:· Co~po oval com placas escle
Acari com um só par de estigmas laterais às coxas do 3<? par de patas, geral- ou ausentes. Parasitos das . c~nculas. Estígmas dors"; rosadas fracas e pernas bem
mente associados com peritremas alongados que se estendem até o nível do l<?par S VIas aereas d .....s com pe 't
. ternostoma tracheac I . as aves, onde podem s t rI remas reduzidos
de patas. Orgão de Haller ausente. Hipóstomo não adaptado para picar. Sem vento- nos, podendo causar m t o um e parasito das vi~s aé e omar patogênicos.
or e. reas e dos puIm-oes de caná-
sas genitais. Com escudo dorsal e placas ventrais (estemal, anal, etc.).
A subordem compreende vários grupos, dos quais somente interessa o grupo
Gamasides com as famílias seguintes: Macronyssidae, Dermanyssidae e Rhinonyssi-
SUBORDEM TROMBIDIFORMES
dae.
1- CARACTERES
.',
Faml1ia MACRONYSSlDAE
Acari sem est{gm
bem desenvolvidos Q as ou com um par próxim
Com quelíceras alongadas, com dígitos fixo e móvel; sem dentes no dígito fi- doras. . ueIíceras em forma de e til o do gnatosoma. Palpos li
s etes. Sem ventosas . vres e
xo. Peritremas alongados, escudo dorsal simples ou duplo e uma placa estemal. Pa- A subordem está divid'd adan31s copula-
. ' Somen t
mata ' consider 1 da em três gru pos: Tetrapodili T
cldae, Trombiculidae e Psore: 0.0 grupo Prostigmata que in'I ~sonemini e Prostig-
tas longas e carunculadas. e sera
Só interessa o gênero Ornithonyssus, com as espécies O. bursa e O. silviarum
conhecidas vulgarmente por piolhinho dos ninhos de galinha, muito comum nas fa- . Segundo Krantz {I970)gatidae. c UI as famllias Demodi- ,
.'
zendas e que, em altas infestações, pode provocar morte nas criações de pintos. Ata- Prostigmata. ' os Trombidifo~es sã'o considerados como SUbordem
ca o homem de maneira insuportável. Ataca, também, outras aves. O. silviarum foi
assinalado em Minas Gerais por Faccini & Massard (1974), parasitando galinhas poe-
deiras mantidas em gaiolas. I! uma espécie hematófaga que irrita as aves. Pode trans-
mitir os vírus da Doença de New Castle e o da varíola aviária.
O rato é parasitado pela espécie Bdelonyssus bacoti, incriminada como traris- .! i
- 66- -67-
; :
I

, ...''..
IF
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa Jos' O C
ta da em relação à et' 1 . ' e . osta, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
donoati"'~'
. 10 ogIa da ch da
CldaS, a popul ão d';' domodecídeo,
uma ama aumenta
sarna demodéci
oonsid ca. Sob condições desco.m.-
Família DEMODICIDAE
A doença' . : : que se _"" pela in"""" '"' ,:~'clmonte, ~ando-se a

~
cia... nar "'ar glabrar comum em cães de idade abaixo d''''' patogemcar.
I _ CARACTERES . . ao redor dos ulhor e dep<m se espr31a por
lesões são muito prongxnosas. ano.todo o corpo. ini-
Gerahn",,,, As
CorpO p,queno, m,mndo no máXimo 0,4 mm d' camp_n'o, vormilonn',
",dado, fr"""''' colorido; _as curtas locolizadaS na região an",rior, qu,Uc..
"" '"' forroa d, ostJ\e""; palpO' com três artículO'; ...rosom a cobrindo o, pmpO' III - DIAGNOSTICO
e as quolí=; proroma dbtin'o do op;s,ororna quo , tran""",\mon" ",nado;
""" estí.,..,., orifício genital f.......o abrindo'" ,ntro as coxas IV ou a"*'; orifí- Os parasitos são facilme t
sões, nos raspados da peIe e nonpús
e encontrados no material purulento colhido nas le-
dos microabscess
cio genital masculinO na face dorso!; """ ventosaS copuladoras. lo> espécies conheci· os encontrados na pele.
dar sio p_"" dor folículos pU"",' e dar glândulas sudoríparas de mamíferos.
Com o gênero Demodex que inclui as seguintes espécies:
IV - TRATAMENTO

dos raramente regridem O ~s. cães é de difícil tratamento O


A sarna demodécica d
D. folliculorum - agente do cravo do homem.
eX1~o ~
com~etne
plementares, como hl . . dos tratamentos depend . casos muito avança-
D. p/(yl/oid" _ par""o das glindul" sudorípa"" dos suíno' onde causa pústulas da no sentido de e alimentação adequadas A t e m.Ulto das medidas com-
de várior rarn'""os; pela confluência e ruptura causa feridar , úlc,'" na p,I,. a er os acarino . erapeutica de
Mal heiros (l945) _ s e os germes invaso ve ser orienta-
senc'I al da casca da castanh
' em Sao
d Paul b
o, o teve sucesso co res.
D. alP"" _ agon" da rama nodular prurlginosa, cuias I""" danifi- o couro; as- Outros medicam t a e caju. m o emprego do óleo es-

gd~
sinalada no Nordeste por Torres (1938). o vá' enosàbased
nos clínicos. O us . e benzoato de benzila· .
P rpor
do ,Jgunr cllnicor LO de ",,,ticiolar r1rtêmicor (or(orad tom "comendador
D. bovi' _ agente de nódulos ou pú,tulas na pele de oo."or, que variam derde o ta· ""prego do Ne von . aogone.." & Corta (1962) ob . os tem gdo recomend.
m'""o de uma cabo" de alfmo'" até o de um ovo de galinha; .....alada no
Nordeste, São Paulo, Guanabara, Mato GrosSO, Minas Gerais, Goiás, etc.,se-
der (1965) em:;:gou emN""uçlo a 3%,ap1icado "da ,~~:~am bom remltado, pelo
cular, na dose de 0300 leguvon em solução a 10% .lassobre os cães. Fernan-
gund Rocha & Corrêa (1954), Rocha & Par<ll (1954)' Freitas, Costa & Loo- _ d ' m por quilo d por vIa subcutâne .
o çoes e azul de tripan são lh e peso vivo, com result d . a e mtramus-
A cura é a aconse adas por outros a os satIsfatórios. Inje-
nhardt (1958).
. anim .
parente. Nos . s ongo, obser-
D. ",mi> _ agen'" da raroa domodêclca dos "er, _béro chamada I,pra dor""· va-se o retorno da infecção 31S acompanhados por tempo mai 1
Os acarino são encontrados, geralmente associados com StaphilococcUs pyo-
s
genes e outros germes. Família TROMBICULIDAE

==~~",oma
Trombidiformes. de corpo dividido em gnat
ma, assumindo
" _ PATOGENICIDADE '"' ,ompr. .en,:':"::::'n';'" a (ruma de um 8. e hh"'roro-

f~rm ~o·s
Ü' parasi'os dilatam O' fulículos pU",,", e as glândulas "b'c,as, permitindO a '"' cinco artícol", e p aro o corpo de""",ente piloso O dom cerca de I mm
da tro processo em °dssuem um processo na tíbia em dpalpos são formados
pone..... de bactérias. A saJOa demodéGica tem "Poe'o pustular , , ",ompanha a e polegar d I' rma e unh
o arma do de dentes em form d o tarso. As quelíceras possu a, oposto a ou-
de formação de crOS"'. Corno'" ""rinO' ,êm sido encontrador nor gãngliOS fuf;O· As larvas a e serra. em um dígito mó 1
cOS subcUtânoor. alguns inVestigadores ..",rpre,am o (ato como uma (are obtiga'6-
os
ria do ciclo evolutivo. Ou'ros, entreun.o , acre di_ que os parasi' ",o para aí ",lt
as e avermelhadas, daí o nome Z
p""""" se.ar no CD o al mas
':b'lCguho colorado"
das quaisnos
sãopaíses
plumosas . EIas sao
"
- pa-
h'lspano-america-
transportados por serem incapazes de retornar à superfície da pele.
Clies "dios, (requ,ntem",.e ",o encontradOS parasitador, dai a dúvida levan'
-69-
_68-
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M A C
nos. Na face dorsal as larvas possuem um escudo, de forma variável, com cerdas cu- . . osta, los' O C
e . osta, PaUlo lide
jo número é de importância sistemática. Geralmente há dois pares de olhos, um par
de cada lado do escudo. Os palpos são quelados e a garra tibial é bi ou trifurcada. As
maxilas são serrilhadas.
No Brasil, segundo Rocha & Corrêa (1954), parece que as espécies mais fre-
quentemente encontradas, parasitando cavalos e o homem são: Trombicula alfredu-
gesi e T. batatas, conhecidas também por "micuins".
Em Pernambuco, Torres & Braga (l939) descreveram Apolonia tigipioensis,
parasitando pintos. Carneiro (l952) observou-a no homem, provocando dermatite
pruriginosa.
Os trombiculídeos podem transmitir organismos do gênero Rickettsia.
No Japão as espécies Trombicula akamuski e T. deliencis podem transmitir
Ricketsia tsutsugamushi, agente da chamada Doença de Tsutsugamushi que ataca se-
res humanos. A ricketisiose é mantida nas regiões silvestres, em pequenos mamífe- \
ros, parasitados pelos trombiculídeos. Como as larvas são parasitas durante toda a
sua existência, a transmissão da doença se dá através da via transovariana.
No homem a larva causa uma pápula no local onde se ftxa na pele.

CICLO DOS TROMBICULiDEOS FIGURA 52:


Face ventral de D
ermal1ySSUs (macho)
FIGURA 51:
Os ácaros adultos são de vida livre. São encontrados em matéria orgânica. No Face ventral de D
ermal1~SUs (lemea)
solo, onde as fêmeas põem ovos esféricos. O período de incubação, em condições
favoráveis, dura cerca de uma semana. As larvas eclodem dos ovos e permanecem a-
glomeradas em qualquer substrato sombreado, próximo da superfície do solo, em
quiescência. À aproximação de um vertebrado, as larvas são ativadas pelo C02 resul-
tante do processo respiratório do animal, no qual se aderem. As larvas têm baixa es- A
peciftcidade, podendo atacar mamíferos, aves, répteis e anflbios. Após a alimenta-
ção, as larvas se desprendem do hospedeiro e caem no solo onde, após poucos dias
de quiescência, mudam para ninfas. Estas entram em quiescência, por poucos dias,
para mudarem para o estádio adulto. As fêmeas são inseminadas através de esperma-
tófaros depositados pelos machos no substrato. Não se conhece como as ninfas e
os adultos se alimentam. As larvas não sugam sangue; elas injetam um fluído que de-
sintegra o conteúdo da célula do hospedeiro. O material resultante da desintegração 8
celular é utilizado pela larva, como alimento. O fluído injetado pelo trombiculídeo ,
causa prurido cutâneo.

Faml1ia PSORORGATIDAE FIGURA 53:


A - QueIfcera d D .
B- QueU e ermal1YSSUs
Trombidiformes apresentando o idiosoma de contorno circular; quelíceras em (' O cera de Bdelonyssus
ermanysSUs II.'
FIGURA 54: . ga lI1ae - face dorsal
forma de estiletes, reduzidas; com escudo dorsal; pernas dispostas radialmente, com - Drmthol1YSsus b
ursa - face dorsal
-70-
-71 -
ETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Ml!DlCA E V
tarsos apresentando unhas e empódio. Abertura genital do macho, situada no dorso.
Fêmea com duas protuberâncias ventroposteriores.
OC,IO
Com a espécie Psorergates ovis parasita da epiderme de ovinos, onde pode
causar irritação de grau médio que pode se transfonnar em dennatite. O macho me-
antena de 167 x 116 micros, a fêmea mede 189 x 162 micros.
olho

c líplO

.spircÍc:uI O

torso
Estrutura externa de inseto.
FIGURA 55:

t íbõo

tar5 o

,..•• mpódt~o"
, fiG. 56
/ .... <:'........
, .,úl,,;Io- ~.. :.:. .',
........----'i~'" ...
, ,
, .
"90"'"

FIG.57

as da perna de insetos.
FIGURAS 56 e 57: Estrutur

-73 -
-72-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
OGIA M~DlCA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROL Na cabeça encontram-se os olhos, as antenas e as peças bucais. Os olhos, situa-
dos um de cada lado da cabeça, são compostos de numerosas áreas hexagonais ou
circulares chamadas omatídios, cujo número varia de poucas centenas a milhares.
Quando os olhos compostos estão situados contíguos, eles são referidos como ho-
1 lópticos; quando separados são dicópticos. Além dos olhos, podem aparecer os oce-
t los, geralmente em número de dois a três situados no vértex.
As antenas, de forma e estrutura muito variáveis, são um par de órgãos senso-
)
riais implantados entre os olhos.
)l
Peças bucais - As peças bucais são os órgãos encarregados da preensão e
) absorção dos alimentos, situadas ao redor ou limitando a cavidade bucal. A estrutu-
) ra do aparelho bucal varia muito entre as várias ordens de insetos. Há dois tipos
principais de aparelhos bucais nos insetos: mastigador ou mandibulado e sugador ou
) haustelado. O mais generalizado é o tipo mandibulado ou mastigador, que será estu-
) CLASSE lNSECTA dado como base para comparação. Consta de seis tipos básicos de peças (duas pares
)'
,
)
CARACTERES
CAPitULO 6 Ó COS DESENVOLVIMENTO E
METAM
MOROFROF\..:OS~I CLÁSSIFICAÇÃO

e quatro ímpares), assim distribuídas:

a. Labro ou Lábio Superior - esclerito situado abaixo do clípeo, constituindo


a cobertura dorsal da cavidade bucal.
b. Epifaringe - pequena estrutura membranosa, situada na parte posterior do
) I - CARACTERES ·Ões bem distintas:
A
labro e que possui órgãos gustativos. Ao conjunto do labro e epifaringe denomina-se
d·vidido em tres regI geralmente labro-epifaringe; esta estrutura apresenta-se arqueada formando o canal
)
Os insetos são artrópodes comaro ;eO!~en~s; com três pares ~e, ~emas:::~!~~:~ alimentar por justaposição com o hipofaringe.
) cabeça, tórax e abdome; c~m um Pde asas. respiração traqueal; onflClO gem c. Mandíbulas - um par de órgãos cortantes, fortemente esclerosados, serre a-
m ou dOls pares ,
) geralmente, c~m u sterior do abdome. dos e pigmentados, situados atrás do labro, de função trituradora.
do na extremidade pO.d classe Hexapoda. d. Maxilas - um par de órgãos de estrutura complicada, compostos de um nú-
) É também conhecI a por mero distinto de peças adaptadas à preensão e mastigação dos alimentos. Cada ma-
xila é constituída das seguintes peças: uma peça basal - cardo; uma peça mediana -
J. )
estipe; três peças distais - uma interna - a lacínia, uma lateral - a gáIea, e uma ex-
) IA EXTERNA terna - o palpo maxilar articulado e de função sensorial.
II - MORFOLOG observados embriolo-
) da cabeça só podem ser . se- e. Lábio ou Lábio Inferior - estrutura complexa que forma a parte ventral da
, Cabeça - Os seis segrnen~os d ser distinguidos na cabeça de u~ m cavidade bucal e que é constituída de três peças: sub-mento, mento e pré·mento.
) . . ·õe ou esclentos po em forma de Y mver-
gicamente. Vánas regi s t ·or é dividida por uma sutura, em al dois ramos Ao pré-mento articulam-se, de cada lado, os dois palpos labiais que são órgãos seno
to mais primitivo. A parte an eTl amo único é a sutura coron e os soriais. Saindo da margem distal do pré-mento e de entre os dois palpos estão dois
) Picraneal;. seu r
tido , chamada sutura e f ntals b ·xo
. d· tarnente a ai pares de lobos, os quais formam em conjunto a lígula. O par interno constitui as
) divergentes são as sutu~:as :~tur~ frontais é a ~ronte, e a!rea :;s~~mal, é o clípeo. glossas e o par externo as paraglossas.
) A área entre as arada pela sutura cbpeo-front ou. é denominada epi· f. Hipofaringe - pequena estrutura em forma de língua, situada na face inter-
desta, da qual se ~chad:e~abeça da fronte ao pescoço ou ~~TVl;~sterior é a occiput, na do lábio e entre as maxilas, onde vão ter os ductos das glândulas salivares for-

\~
Toda a área supenor. do ep'icrâneo é o vértice e a rCgIa0!.h s-ao as genas ou bo- mando o canal salivar na maioria dos insetos.
A A oiâo anteno r . trás dos o os ,
craneo. rett" ._ s laterais situadas abaiXO e a . Ual A região atras da
ou occipício. As reglO e d occipício está a sutura OCCIp . Estas estruturas básicas podem sofrer grandes modificações de acordo com as
h has Separando o vertex o
c ec . al ' a pós-gena.
-75-
~., sutura occipital e later e ,
-74-

.~
~.t
~\
____ • ___ ...,_; _'~'""3'~_ . ..., .• ,,~_.~ .....,...
f
~'
Moacyr G. Freitas, Hélio M•A. Costa los' O
(
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DlCA E VETERINÁRIA tos são adaptados
. para as funções re d
' e . Costa. Paulo lide
modificam-se para fo pro utoras. No macho {
ordens dos insetOs. Estas modificações serão consideradas nos capítulos referentes a de estruturas muito rmarem a genitália que, geralmente c os segmentos terminais
fêmea os últim complexas, de funções variadas e I'· ompreende um conjunto (
formad ~s ~gmentos formam a genitáli re a~onadas
com a cópula. Na
O~ ~~ndices
cada ordem dos insetOS. (
dos segmentos, denornin:l:: conSlste num ovipositor que é
2. Tórax _ Consiste de três segmentos: prot6rax, mesot6rax e metat6rax. Ca-
assu . os segmentos abdominais gonap6fises. (;
da um com um p" de pemas. As ..... quando pro..." s "",,,,,,... nO 20 e 30 sego
nu~/~
~se~oo~tim
uma posição te\escopada. podem se enemu, uns dentro do. outr'"
""nto t _icos. Estes Uês _ t o s sofrem v.naçõe s de _"",,o nas diferontes (
s '
o segmento do abdome.
ordensCada
de insetOs.
segmento torácico é constituído de um tergo ou noto (dorsal), de um (
estemo (ven t131) e piem", (Iate""'). De ..",do com a loca1izaÇ;o desSes escleritos. {
teremos: pronoto e proestemo no prin'ieirO anel torácico. Mesonoto e mesoestemo
no segundo ..el e me...oto e ..._ mo no te""i,o ",e\ Wãcico. As pleuras de III - MORFOLOGIA INTERNA
(
cada metâmero podem apresentar sub-divisões em escleritos menores: epímeros e (
epistem"'; desta forma tenam"" proepúoero e proepbtemo • mesoepim"o. meta-
1. Sistema Digestivo N . {
epúo"o, oIc. Em oIgum" ",deuS (Diptera e Siphonaptera) há um nfuRem mai'" de quase reto, que se extende ~ os m~tos o canal alimentar cons·
tuado posterionnente. a boca, mtuada na extremidade antenor,
.""até
de oum tubo
ânus si- (I
escleritos pleurais que recebem denominações especiaiS.
Algumas regiões, entretanto, já possuem designações pr6prias; assim, o noto
. tubo é difierenciado em tr
Este ' (,
em alguns insetOS é dividido por suturas em três escleritos, denominados pré-escudo, modeu,mtestino médio A
A
• •

es regiões distintas: intes . .


escudo e escutelo, como·ocorre na Ordem Diptera.
nos antedo, e post . ou mesentero e Intestino posterio tino ..teno, ou esto- (

ln....!"::'!".orra~o
As pernas dos insetos variam de tamanho e forma nas várias espécies, e consis- to são cobertos. enor são embriologicamente inva· r ou proctodeu. Os intesti- i
tem de cinco artículos: coxa; trocanter, fêmur, tíbia e tarso. A coxa é o artículo ba- te pela quitina. ;;':,';;,:nte pela quitina. O ectodenna, "",tan·
('j
sal, o trocanter é um pequeno artículo pouco distinto, o fêmur é o maior de todos, de células epiteli31.s. o médio é forrado intemamente por uma sunpl mtemamen- ( \i
a tíbia é também bem desenvolvida e o tarso é formado de um a cinco segmentos. O estomod es camada
.; <- ) ~
m""""a~:"'~ago. di~<hdo
Geralmente, o último artículo tarsal possui um par de garras e, frequentemen- . eu, que
glJlntes porções: farin e se inicia na b oca ou cavidade bucal es ...
"""tu"
A

te. uma ou mais """""" sob a fruma de almofada; a entre" ga<"" ê de-
nominada empódio e as situadas na base das garras são os pulvilos.
dores. possui
Cago ê um tubo .
papo e p,oventrículo. A farin",ti>.
p erou. e funciona como
nas se-
• nos m,"os ..ga.
em a\gun' _t:"pIes que se prolonga até o t6rax' : : : bomba de .ucção. O ero. (:
(':

f.,,;.":~~':'rao:~p~;::t ~ :=,::::::::
Tipicamente os insetos possuem dois pares de asas, um originando-se no meso-
tórax e outro no metat6rax. Algumas espécies são ápteras e outras possuem um só (,; .
: : ' ::'''_
par de asas, geralmente mesotorácico. As asas primitivas, provavelmente, eram mem- . çao do estomodeu consl·ste es e pe a presença de dentes e es . {,i
~
branoSas. Elas se originam das paredes do corpo, sendo uma membrana dupla, per- começa també di em armazen oo a1im PI- ! i

corrida por formações tubulares denominadas nervuras ou veias. As regiões entre as do com o tipo a • ",stão.:--".. às enzimas de"':n tu
O A e olunentaçao do inseto.
entos e trit1uá4os; "
a rezas que variam de acor-
(,
veias são chamadas células. As asas podem conter pequenos pêlos ou escamas.
()
'::v~::'"
mesentero ou.estôma
que se realizam . . go vana . de forma segundo
3. Abdome _ No inseto primitivo o abdome era constituído por 11 segmen-
too. mas somente oito a dez podem se< o,"""ado<· N" forro" m,", especializada>
guru _tos há funções de digo<tfo e ab";:::::':
nominados cecos gástriCOLos. ",...lmente dtuados na parte aoledo< do
""'tos.EmAí01·é
:~",.
{,;,

o número de segmentos ainda é mais reduzido. Os segmentos abdominais (urôme- O proctodeu fi mago. de-
<os) P"""'" o _
~obuia; p:~ou ::;:s;
e o "temO bem escl".,.doo e bem delimitados. A regi'o pie.' ou íleo intes. ' requentemente, está dividido em A • •

raI. onde se ab"'" oo estlgrn" resplmt6dos. ê membranosa e proguead•• permitindO ou colo.' reto. O aeo é t u b : ':stino delgado
um co.nsiderável aumento da capacidade abdominal, como pode ser constatadO nos tais _ e tennina pelo:anus.e pOSSUI número variável de papilas - cOhamadas
atado e o reto
papil
"",tos hemat6fagos antes e ap'" o _ sanguíneo (ex., b"beiros e mosquit"').
e Ao nível da junção do mesentero com o proctodeu abrem-se os tubos deasmal-
A re-
, Ge<aImente. há um p" de "tigm'" p"" cada "gmento do abdome. O abdoro ê
_pletaro desp<o<ido de apêndices• .alvo em certas larv'" Os 80 e 9<! segmen'
ente
-77-
-76-
\

\
J
)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MEDICA E VETERINÁRIA
) Moacyr G. Freitas, Hélio M.A '
) pighi, de função excretora. . Costa, Jose o. Costa, Paulo lide
Ao nível da cavidade bucal abre-se o duto das glândulas salivares, que estão si-
B
t tuadas no t6rax ou se prolongam até o abdome. As glândulas salivares variam nos di-
) ferentes insetos, podendo ser simples ou lobadas, colocadas simetricamente uma de
cada lado do corpo do inseto. De cada lado sai um duto salivar que se reunem para
) formar um canal coletor único, por onde se escoa a secreção salivar. A natureza da
) secreção salivar varia muito nos vários grupos de insetos; as espécies que se alimen-
tam de sangue de vertebrados, frequentemente produzem secreção salivar que con-
) E
tém uma substância anticoagulante. A inoculação da secreção salivar por insetos
) hematófagos, durante o ato de alimentação, provoca nos hospedeiros uma reação cu-
tânea variável de intensidade, de quase imperceptível até severa. A reação parece ser F -r---K
) consequência a uma sensibilização prévia.
) l
) 2. Sistema Excretor - A escreção nos insetos se realiza, principalmente, pelos
tubos de Malpighi, que funcionam como se fossem rins. Os tubos de Malpighi, cujo
-' número e tamanho variam de inseto para inseto, consistem de vários túbulos alonga-
FIG. se
dos fechados na extremidade livre e que se abrem na luz intestinal pela outra extre- F'G.S9
midade. A urina, que é filtrada através das células que forram internamente os túbu-
los, cai na luz destes túbulos e daí escoa para o intestino, onde é misturada com as
fezes. Antes de ser eliminada pelo ânus, uma grande quantidade de água é reabsorvi-
da pelas glândulas retais e retida no organismo do inseto. Este poder de retenção da
água varia com o inseto e com seu estádio de desenvolvimento. i:

3. Sistema Respiratório - Os insetos possuem um sistema de tubos denomina-


dos sistema traqueal, formado pela invaginação do tegumento, que se ramifica inter-
namente por todos os órgãos do corpo. Os tubos principais que são as traquéias se a-
brem para o exterior através de orifícios, localizados lateralmente nos segmentos to- eSl'pe
IIf·
tácicos e abdominais, chamados estígmas ou espiráculos respirat6rios. Os estígmas
possuem estruturas destinadas a regularizar a entrada -e saída do ar no corpo do in-
seto. palpo maxilar I
I
iI
Regra geral existem 10 pares de estígmas; nas formas típicas há um par no me-
sot6rax, um na margem anterior do metat6rax e um par em cada um dos primeiros LABia gá/ea
~ ln.) paraglossa
sete ou oito segmentos do abdome. Alguns insetos aquáticos possuem brânquias.
Os tubos traqueais se anastomosam por todo o corpo e gradualmente dimi- MAXILA
nuem de diâmetro até atingirem os tecidos mais profundos. Além das anastomoses
os tubos traqueais pod~m se comunicar com grandes sacos aéreos. Os tubos mais fi-
U@ HIPOFARINGE FIG.6 O
nos, chamados traqueíolas, penetram nas vizinhanças de cada célula do corpo do in-
seto; é aqui que se dá a difusão do oxigênio para a célula e do gás carbônico para as

-78-
-79-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
Mf.DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA
traqueíolas. Esta troca gasosa, usualmente realiza-se como consequência da contra-
ção muscular do abdome.

4. Sistema Circulatório - Os insetos têm circulação aberta. Há apenas um va-


so que se extende dorsalmente do tórax ao abdome, acima do aparelho digestivo, e
que se chama vaso dorsal. A porção dilatada do vaso dorsal, constituída de várias câ-
maras, situada posteriormente, é o coração. A porção mais delgada, situada anterior-
mente, é a aorta dorsal. Cada câmara se comunica com a hemocele por um par de o-
Xenopsy\a rifícios chamados ostíolos.
O sangue penetra pelos ostíolos, e daí pela contração do coração é impulsio-
nado para a aorta dorsal. O sangue ou hemolinfa sai da aorta para banhar os vários
órgãos internos, situados na hemocele, deslocando-se no sentido antero-posterior.
Geralmente a hemolinfa é um líquido claro, esverdeado ou amarelado, raramente ver-
melho, que serve de meio de trocas químicas necessárias ao funcionamento dos teci-
Cimex dos e órgãos.
A hemolinfa contém numerosas células denominadas hemócitos que têm as
Aede s funções dos leucócitos dos mamíferos. Alguns fagocitam células estranhas ao orga-
nismo e são, especialmente ativos nos processos de mudas e metamorfoses. Às vezes,
os hemócitos se congregam ao redor de corpos estranhos ou de larvas de marídeos.
O movimento dos músculos viscerais e dos músculos de locomoção agitam
constantemente a hemolinfa.
A constante circulação e agitação da hemolinfa, que banha todos os tecidos
Tabanus Musca do corpo do inseto, explica por que os parasitos da malária, as larvas dos fIlarídeos e
outros agentes, atingem os vários órgãos do inseto.
A principal função da hemolinfa consiste no transporte do material nitritivo
para os tecidos e recolher os produtos de excreção para os órgãos excretores.

5. Sistema Nervoso - O sistema nervoso dos insetos se enquadra perfeitamen-


te ao modelo dos artrópodes típicos. Situado na região do esôfago encontra-se o
gânglio supra-esofageano, também chamado cérebro, do qual parte uma dupla cadeia
de gânglios ventrais que se dirige para a extremidade posterior do corpo. Os gânglios
se intercomunicam com o cérebro por meio de conexões longitudinais. Usualmente
para cada segmento abdominal corresponde um par de gânglios. Desse conjunto par-
tem fibras que inervam as várias partes do corpo. Este conjunto constitui o sistema
d'visóe s ' c- l-escapo; nervoso periférico.
lia' b _ antena de inseto com suas 1 , Na frente do cérebro há um gânglio que constitui o sistema nervoso simpático
Antenas. a - Xenopsy ,
FIGURA 61: e que inerva as vísceras do inseto.
11 _ pedículo; 111 - flagelo.
Nos insetos os órgãos dos sentidos são muito desenvolvidos. Há várias células

-81-
-80-
.) Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

1 MtDICA E VETERINARIA
IV - DESENVOLVIMENTO E METAMORFOSE
-, """TOMOLOGIA E ACAROLOGIA
.,..
. das a pêlos e cerdas.
stão assocIa
árias partes do corpo, que e 'são da audição, da gustaçao,
-
Os insetos são, na maioria, ovíparos. Excepcionalmente existem algumas espé-
1 sensoriais, situadas em vãOS especiais dos senti~~s da VInhe~ido por "sensilla". Quase cies vivíparas. Geralmente os ovos são ovais, esféricos ou alongados, mas há fêmeas
) Os insetos possu~ órgl o das células senson31S é co ó ãos sensoriais que captant que põem ovos em forma de tonel ou de disco. A casca que envolve o ovo varia mui-
do o1fato, etC. O comp e~os insetos funcionam. como r~o os percevejos e as pul- to, em espessura, escultura e cor. Alguns ovos possuem espinhos ou outras estrutu-
) todos os pêlos do cor~p~ os e químicos. Alguns msetos, c temperatura, orientando-os
-, vários estímulos mecáIUC detêm pequenas alterações na em órgãoS receptores da u-
ras características na casca.
A postura é realizada, geralmente, em lugares que oferecem condições adequa-
-, gas, P
ossuem órgãos que
para os seus
hospedeirOS. OutroS,
como OS piolhos, possu
das ao desenvolvimento das formas jovens. Algumas espécies põem ovos isolados
uns dos outros, enquanto outras põem os ovos aglomerados.
) ntidade. Durante o desenvolvimento do ovo até o estádio adulto o inseto sofre uma sé-
ão artrópodes de sexos sepa- rie de transformações nas suas estruturas, com eliminação e renovação da cutícula,
) Os insetos, regra geral. s . s a ocorrência de Par-
-, 6. Sistema Reproduhtor -afroditismo. Em algumas espécble1h.as as formigas e os
os de erm ·al omo as a e ,
cujo fenômeno é conhecido por metamorfose dos insetos. A cutícula eliminada é
denominada exúvia. Antes de atingir a fase adulta, o inseto muda várias vezes de cu-
tados. Há rarOS casal Nos insetos de vida SO.CI ,c de se reproduzirem. tícula. À forma dos insetos entre duas mudas dá-se o nome de estádio. O crescimen-
) tenogênese é norm . erárias _ são mcapazes to do inseto somente se realiza na ocasião da muda, pela ruptura da cutícula do es-
.ns algumas formas - as op
J CUpl ,
. . o é constituído de
tádio anterior.

» . ' _ O aparelho genital femtntn de se originant as


O mecanismo que regula a metamorfose é um processo fisiológico complexo.

,
A cutícula nova, pela ação do ar, vai aos poucos adquirindo consistência e assumin-
) a. Aparelho Genital Fem~nol~~rmados de vários ovar.ídOlOtS, o : de cada ovário; do a coloração natural dos insetos.
or sua veZ sa f ant os oVl u os, . d •
dois ováriOs que p íolos se reunem e orm . r é a vagina. ASSOCIa a a Há insetos que se desenvolvem sem apresentarem transformações substanciais.
células germinais. Os ov~d to comum, cuja parte poste~~al em forma de saco, que As formas jovens são semelhantes às formas adultas, diferindo apenas pela dimensão.
) estes vão constituir o. ~Vldeu osterior, há uma cântara gemen~ os espermatozóides. Este tipo de desenvolvimento é chamado de ametabolia e os insetos são chamados de
) vagina, na sua extretn;e:epticulO seminal onde se ~:mecem o material para o re- ametábolos.
é a espermateca ou _
..oina estão as
glândulas anexas, qu No desenvolvimento dos insetos há dois tipos fundamentais de formas imatu-
Ainda anexas à VUfr· ras: as ninfas e as larvas. As ninfas diferem dos adultos pela ausência de órgãos geni-
vestimento do ovo. tais e pelos rudimentos de asas. As larvas, entretanto, são muito diferentes dos adul-
. é &orrnado de tos, tanto sob o aspecto morfológico como biológico. A passagem do estádio de lar-
·tal masculinO l'
. ulino - O aparelho gem . ori . ant-se os dutos va para adulto se dá através de um estádio intermediário que é apupa.
b. Aparelho Gentta~~~~o do canal alimentar, d~s : : r i o : : se abre para o Dois tipos fundamentais de metamorfose podem ocorrer no desenvolvimento
dois testículos, um de cam para constituirem o duto elac sícula seminal, onde se a- dos insetos:
eferentes. Estes se reu;e te se dilata para formar uma ~~ea. Associadas ao apare- (1) - metamorfose incompleta ou hemimetabolia
exterior. Cada duto e .~e; antes de serem injetados na \ançant nO duto ejacu1at6- (2) - metamorfose completa ou holometabolia
1 ·am os espermatoz61 : ' gl~ dulas access6rias que ·d O duto ejaculat6-
~o genitalmas~lino e : : : :a a:Upanhar os esperm~:~~t~~ genitália m asculi:
(1) Metamorfose Incompleta - Também chamadahemimetabolia. Neste tipo
rio o fluido semmal d é o 6rgão copulador. Exte rma para os 6rgãos gent-
. termina pelo edeago que 1 ã e transferência do espe de metamorfose os estádios jovens, que são ninfas, são semelhantes aos adultos. As
no . da com a copu aç o principais diferenças observadas entre as formas imaturas e os adultos são o tamanho
na está relaClona
e proporções do corpo, o tamanho das asas, desenvolvimento dos ocelos, quando
tais femininOS.
presentes, formas das antenas e peças bucais. Incluem-se neste tipo de metamorfose
os insetos das ordens Hemiptera, MaIlophaga e Anoplura.

-83 -

-82-

..--_ ...... .--


Moacyr G. Freitas. Hélio M.A. Costa. José O. Costa, Paulo lide
~DICA E VETERINÁRIA
OLOGIA E ACAROLOGIA , . 1/ - MORFOLOGIA
ENTOM . tábolos ou hemimetaboli-
O são conhecidos por hemune H . tera como pauro-
Os insetos deste gruZima (1938-1940) consideram o~ emlp
coso Autores como costah Anoplura como apometab6licos. 1. Cabeça - A cabeça dos dípteros é m6vel e ligada ao t6rax pelo cérvix. Pos-
. os MalloP aga e sui dois grandes olhos compostos, geralmente ocupando grandes áreas, separados na
metab6licos e 1 tabolia Neste tipo os es-
. nh 'da porho o m e · l' parte superior (dicópticos) nas fêmeas e contíguos em cima (hol6pticos) nos ma-
etamorfose Completa - Co eC1 o sob o ponto de vista morfo o- chos. Em alguns dípteros existem três ocelos, dispostos em forma de um triângulo
(2). M 'to diferentes dos adultos, tant é lodido é a larva e o
tádios jovens são mu~o de vista de hábitos. O indivíduo rec ~-e~ alimenta. Os inse- invertido situado num esclerito acima e entre os olhos, denominado placa ocelar ou
triângulo ocelar.
gico ~OI~O s;'b~~:te anterior ao adulto é a pupa. A t:i;;:~b6liCOS. Neste grupo
estádio tm~ la conhecidos por holometábolos ou
tos deste tipo são d Diptera e Siphonaptera. As antenas variant nos diferentes dípteros, quanto à forma e quanto ao núme-
incluem-se os insetos das or ens ro de artículos. Elas são constituídas de três regiões: uma basal - escapo, uma inter-
mediária - pedicelo, e uma distal - flagelo. O escapo e o pedicelo são peças forma-
das de um único artículo; o flagelo, entretanto, pode ser pluriarticulado. Nos dípte-
CLASSIFICAÇAO ros mais evoluídos, o flagelo ou 3Q artículo antenal pode suportar um apêndice arti-
V - lon (1964), compreende 26 or- culado, denominado estilo; quando este apêndice é em forma de cerda, recebe o no-
I Insecta de acordo com Borror e. De g na patologia médica e vete- me de arista.
A c asse ' . , cluem espécies de mteresse
dens, das quais as segumtes ln As peças bucais variant consideravelmente entre as várias espécies de dípteros.
rinária: Via de regra, elas são desenvolvidas em uma tromba ou probóscide de sucção, que
pode se apresentar curta e forte em alguns dípteros ou longa e delgada em outros. A
tera (moscas e mosquitOs) parte anterior da prob6scide é formada pelo labro-epifaringe, enquanto a parte pos-
Ordem Díp í (barbeiros e percevejos)
Ordem Hem ptera terior é formada pelo lábio que termina distalmente em dois lobos denominados la-
Ordem Siphonaptera (pulgas) d ) belas. O lábio é escavado, profundantente, em toda a sua extensão para formar u-
(piolhos suga ores ma bainha protetora da tromba. Entre o labro-epifaringe e o lábio está a hipofarin-
Ordem Anoplura (' lhos trituradores)
Ordem Mallophaga piO ge, percorrida longitudinalmente pelo duto salivar. Estas estruturas são de tal modo
ajustadas que formant o canal alimentar destinado a levar os alimentos ao tracto di-
·1 gestivo. Na subordem Cyc10rrhapha não há mandíbulas nem maxilas. Nas subor-
,\ ORDEM DIPTERA
dens Nematocera e Brachycera somente as fêmeas possuem mandíbulas e maxilas e
os machos têm somente maxilas.
I - CARACTERES t rácico' essas são
, .co par de asas, meso o ,
Tipicamente os adultos possue~ um u::atorácicas, vestigiais, r~presentadabs P: 2. Tórax - No tórax, o prot6rax e o metatórax são reduzidos em comparação
~ oucas nervuras, asas m balanclnS; peças uc
membranosas e tem p a de clava denominados halteres .ou t6rax e metat6rax ao mesot6rax. Visto pela face dorsal, só se nota o mesonoto que consta de três re-
dois ~~êndices emb!=oras; mes~tórax muit~ d~senvoIVld~~ i~~os pentâmeros; an-
giões distintas, e assim designadas da cabeça para trás: pré-escudo, escudo e escutelo.
punglt1Vas ou em ambulat6rios , SUblgualS e com Em continuação ao escutelo pode vir o p6s-escutelo ou meta-escutelo, que pode ser
reduzidos; patas, de regra, . bem desenvolvido em Nematocera. A sutura entre o pré-escudo e o escudo é deno-
tenas variáveis; holometabólicos. minada sutura transversa, e a sutura que separa o escudo do escutei o é denominada
sutura escutelar. As pleuras são formadas de dois pleuritos, separados verticalmente
pela sutura mesopleural, um anterior denominado epistemo e um posterior denomi-
nado epímero. Estas porções são ainda divididas em pleuritos menores. Assim o

-85 -
-84-
J
i}
) ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Ml!DICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A •
) . Costa, Jose O. Costa, Paulo lide
epistemo é dividido por uma sutura diagonal em dois pleuritos: um superior - me-
) sopleura e outro inferior - estemopleura. Nas moscas, o epímero ainda é dividido c Se
) em um pleurito superior - pteropleura e um pleurito inferior - hipopleu-
ra.
) As asas originam-se no mesotórax e são providas de poucas nervuras longitudi-
} nais e transversais. A disposição das nervuras é de grande significação taxonôrnica. A
designação das nervuras obedece ao sistema clássico idealizado por Comstoock e
) Needham, que admitem oito nervuras longitudinais, ramificadas ou não, assim de-
» nominadas: 1~ nervura longitudinal ou costa (C) que percorre a margem anterior da
asa; 2~ nervura longitudinal ou subcostal (SC), indivisa; 3~ nervura longitudinal ou
» radial (R), que se dicotomiza para formar a RI e o setor Rs que por sua vez se rami- FIG.62
j fica em dois ramos, os quais tornam a se dicotomizar para originarem as nervuras R2,
R3, R4 e RS; 4~ nervura longitudinal ou mediana (M), hipoteticamente quadri-rarni-
J ficada, originando geralmente os ramos MI, M2, M3 e M4; S~ nervura ou cubital
) (Cu) - que se dicotomiza em CuI e Cu2; as três nervuras longitudinais restantes,
não ramificadas são: Anl, An2 e An3; a Anl, via de regra, é representada por uma
}
.. dobra, de modo que a I ~ aparentemente, na realidade é a 2~ .
Em geral as nervuras sofrem modificações, ou pela redução ou pelo desapare·
cimento ou pela coalescência.
As mais importantes nervuras transversais são a humeral (h), entre a costal e a
sub-costa1; a rádio·medial (rm), entre a radial e a mediana; e a médio-cubital (m·cu), FIGURA 62:
Asa de inseto _ nervu "'5 "3
entre a mediana e a cubital. FIGURA 63: ras segundo teon' I .
Asa de inseto _ células segu d . Ino og:za de COmstock e Needham
A extremidade distal da asa é denominada ápice. Os espaços entre as nervuras n o teonlnol . .
ogla de COmstock e Needham.
ou células, segundo o sistema R-C-N, receberão denominações correspondentes às
nervuras imediatamente anteriores. Assim, a célula limitada anteriormente pela ner-
vura RS será a célula RS. Se há fusão de duas nervuras, como no caso da nervura ..--a---,,
:~ "--"l--fJ ---.:~. 0 -_ __
R2+3, a célula é chamada R2+3. Quando uma célula é completamente limitada por I :
,
I
I ,
nervuras, ela é denominada célula fechada; quando a célula é limitada em um dos la· C Se ; 'RI
dos pela margem da asa, é uma célula aberta. Algumas células recebem denomina-
ções especiais, mas de pouco interesse, bastando lembrar que uma célula é denomi·
nada célula discal, quando está completamente limitada por nervuras.
As asas metatorácicas são representadas pelos halteres ou balancins, considera·
dos órgãos de equilíbrio durante o vôo. Nas formas mais evoluídas, cada halter é co- Rs

berto por dois processos escamosos denominados calíptras ou escamas e álula. As


calíptras, geralmente, são de cor cinza e mais opacas do que as asas; a álula apresen- FIG.64
ta uma aparência semelhante à da asa.
As pernas são delgadas e longas; os tarsos são pentâmeros e terminam em duas
unhas ou garras. Abaixo das unhas há dois lobos - os púlvilos, entre os quais há u- FIGURA 64:
Asa de PhJebotominae C
ma cerda forte - o empódio; quando o empódio é membranoso, semelhante ao púl- . - costa; sub-costa; Q - {J -" _ À • .
vilo, é descrito como pulviliforme. , Indlces alares.

-86 -
-87-
....
Moacyr G. Freitas, Hélio M,A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
OGIA M:eDICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROL
3. Abdome - O abdome nos dípteros é fonnado de dez a onze segmentos
mas, regra geral, somente quatro ou cinco são perceptíveis. A fonna do abdome é
O subcilíndrica ou achatada. Os últimos segmentos são modificados e estão em cone-
xão com os órgãos genitais externos, isto é, terminália no macho e ovipositor na
fêmea.

III - BIOLOGIA
c
Os dípteros são insetos holometabólicos, passando portanto, durante o seu de-
k
senvolvimento, pelos estádios de ovo, larva, pupa e adulto ou imago. Durante o está-
i '
, ~
1 etal' c - ânus;
go' b - ampo a r , 'ti
dio larvário os insetos sofrem três, quatro ou mais mudas ou ecdises. As larvas são
uito a - estoma , Mal ighi' h - dlver - ápodes e podem ser de dois tipos: (1) - eucéfalo - com cabeça distinta e móvel, ar-
Sistema digestiV? de ~o:~tin~. f _ piloro; g - ~b~S ~e saü!af' k'- bomba sa- mada de mandíbulas, e maxilas com dentes quitinosos; (2) • acéfalo - com cabeça
FIGURA 65: - ~, _ gl~dulas saJivares;.l-tíu ~ dors:rls; 0 - proven-
d - papilas retais; e tral
fageano ven , 1 so~fago' n - diver cu os reduzida e peças bucais rudimentares, transfolQ1adas em ganchos internos.
cu1o eso ' ana' m - e ,
Jivar; 1 - bomba fannge , Nas subordens Nematocera e Brachycera, que são dípteros primitivos, a larva
trículo. é do tipo eucéfalo e o adulto, que se fonna no interior da pupa, emerge através de
uma fenda em T situada no dorso da pupa.
Nos dípteros superiores ou da subordem Cyclorrhapha a exúvia do último es-
tádio larvário torna-se bem esclerosada, fonnando um envólucro pupal enrijecido,
retraído, de fonna ovóide, de pigmentação escura, imóvel, que recebe o nome de
pupário. Este se rompe na parte anterior"ao longo de uma fenda que circunda a par-
te anterior do pupário, para dar saída ao imago ou adulto. A ruptura do pupário é
B causada pela pressão exercida por uma' formação membranosa, existente na região
anterior da cabeça do adulto, denominada ptilino ou ampola frontal. Após o nasci·
o mento, o ptilino retrai-se para o interior da cabeça, ou ampola frontal, deixando u-
ma cicatriz, em forma de ferradura de cavalo, chamada cicatriz ptilinal ou sutura
I ptilinal, também conhecida por sutura frontal, fissura frontal ou arco ptilinal.
\
c
A
IV - CLASSI FICAÇAo
~"""'~ ....... G
~\!',I \ l i \ \
'\ I \ ' , A ordem DIPTERA está dividida em três subordens: Nematocera, Brachycera
~ e CycIorrhapha.
F Subordem NEMATOCERA - Antenas formadas de mais de seis artículos se-
E '
al' - larva - VlS- melhantes, exceto o escapo e o pedicelo. Adultos emergem do pupário através de u-
larva - vista later ,c I dida'
, inseto. a - ovo; ~ - • " _ ulpa; f - pulpa ec o , ma fenda em forma de T.
Fases'evolutivas de um , áculo respuatoIlO, e p
FIGURA 66: ta dorsal; d - detalhe do espu FamIlias de interesse médico e veterinário:
g _ imago. Culicidae
Simuliidae

-89-
-88-
J
1
,. ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M"t.DlCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Cosl3, Jose• O. COSl3, Paulo lide

J Psychodidae
) Ceratopogonidae
) Subordem BRACHYCERA - Antenas de três artículos, sendo o último ane-
) lado. Adultos emergem do pupário através de uma fenda em forma de T.
Família de interesse médico e veterinário:
}
Tabanidae
:. Subordem CYCLORRHAPHA - Antenas formadas de três artículos. Adultos
) emergem através de uma abertura circular resultante da remoção de uma calota da
) parte anterior do pupário.
Divisão Aschiza _ Adultos não possuem sutura frontal, com limitado interes-
)
se médico e veterinário. Famílias: Phoridae e Syrphidae.
J Divisão Schizophora - Adultos possuem sutura frontal.
Secção Acalyptratae - Calíptras ausentes ou rudimentares; tórax sem
t sutura transversal; 2Q artículo antenal sem fenda dorso-longitudinal. Li-
) mitado interesse médico e veterinário, exceto a família:
) Gasterophilidae. FIGURA 67: Larva ~e Fannia caniculari, (Cyêlorr
Entre os Acaliptrate estão os Piophi1idae de interesse na tecnologia de alimen- b - estigma respiratório posterior. hapha): a - estigma respiratório anterior,
J tos. Ex.: Piophila casei que pode se desenvolver em queijos e em carne conservada.
Nesta secção está também os Chloropidae que inclui o gênero Hippelates que ali-
;, )

,:.
menta-se de sangue, pus, secreções oculares (daí o nome "lambe· olhos", sendo apon-
tado como vetor da bouba.
Secção Calyptratae - Calíptras desenvolvidas; tórax com sutura trans-
versa; 2Q artículo antenal com uma fenda dorso-longitudinal.
) Famílias de interesse médico e veterinário:
,) Muscidae
Calliphoridae
\,..' Sarcophagidae
1.::1

~:
Oestridae
j
Cuterebridae
e j t
Secção Pupipara - moscas achatadas dorso-ventralmente; tegumento f
) "!
,e
~)
coriáceo; com uma famma de interesse médico e veterinário: ,r
Hippoboscidae.

~
"

: II,
~
FIGURA 68: Vistá fron1al de um aparelho bucal d 'd , ,";1:
. .
blal; c _ palpos maxilar . d . e muscldae. a - fulcro' b • ";;(l
SUBORDEM NEMATOCERA g:- labelas; h _canal{cuI~; pse~:~~:a~::;~se- labro-ePifarlng;; ar~d:~:~~
FIGURA 69: VISl3 lateral da cabeça de . .
Adultos emergem através de uma fenda em forma de T, situada no dorso da d _ Iabel a; e _ palpo maxilar'
um fmuscOlde. a - oIh o; b - rostro',ca- u
h st eIum;
, _ antena; g _ arista.
pupa; com peças bucais completas; sem sutura frontal. Antenas formadas de mais
-91-
-90-

-""
·f

Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide


ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mr.DICA E VETERINÁRIA
de seis artículos semelliantes, exceto o escapo e o pedicelo; comprimento das ante-
nas geralmente maior do que o da cabeça e do tórax reunidos; palpos maxilares ge-
A B Y ralmente com 4 ou 5 artículos, célula cubital, quando presente, largamente aberta;
larvas e pupas geralmente aquáticas; larvas com cabeça distinta e com mandíbulas a-
_._F presentando movimentos horizontais; pupas livres e móveis.
.'
G

Família CULICIDAE

I - CARACTERES GERAIS

Dípteros nemat6ceros que se diferenciam das outras famílias da subordem pe-


la venação característica, em que a 3ª nervura longitudinal é indivisa e está entre
duas nervuras bifurcadas. Palpos maxilares com 5 segmentos, dos quais somente 4
são visíveis.

II - CLASSIFICAÇÃO

• u s a _ acrostical; b - dor~
(dorsal) mostrando macroqueta . eraiS' f _ pós-umeralS; A família Culicidae compreende as seguintes subfamluas: Culicinae, Dixünae
FIGURA 70: Tórax de mosC:latcral; d' _ calo umeral; e - ce~~as U:-alar; k _ infra-alar; 1- e Chaoborinae.
central; c - su t pleurais' i _ escutelares. J - p
g _ pré-sutural; h - no o ' A subfamllia Culicinae é a única que inclui espécies de importância médica e
supra-alar. veterinária; as subfamilias Dixiinae e Chaoborinae possuem probóscide curta, inca-
A B paz de penetrar na pele de aves e mamíferos. Apenas Culicinae possui probóscide
com palpos retos e rígidos e escamas no corpo, nas pernas e nas asas.

Subfamília CULICINAE

\ I - CARACTERES GERAIS

Probóscide alongada, adaptada para picar; antenas formadas de 15 artículos,


plumosas no macho e pilosas na fêmea; ocelos ausentes; tórax nunca proemina so-
bre a cabeça: asas estreitas, superpostas sobre o abdome quando em repouso, com
escamas nas nervuras e formando uma franja na borda posterior; abdome delgado;
larvas e pupas aquáticas.
_ acrostical; b - dorso-
. trando macroquetas. a . te- Nomes Vulgares - No Brasil, os culicíneos são conhecidos pelos nomes de
' ax de mosca Oateral), mos
Tor l ' _ Haltere; 0 - hipopleurals; P - P
FIGURA 71: , utural' m _ escute o, n mosquito, muriçoca, pernilongo, carapanã, fmcudo, mosquito branco, mosquito
central; g - pre-s l;ura' r _ mesopleura.
ropleura; q - estemop , prego, mosquito carijó, sovela, perereca, pinima.

-93 -
-92-

---.,------~ -.....
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa J • O C
' ose . osta, PaUlo lide
II - MORFOLOGIA EXTERNA

1. Cabeça - Apresenta-se grosseiramente esférica, quase totalmente ocupada a


pelos olhos. O c1ípeo projeta-se à frente para se articular com a probóscide. As an- /

tenas são alongadas, constituídas de 15 artículos subiguais, plumosas no macho e


pilosas na fêmea, emergindo logo acima do clípeo. A probóscide é quase reta nas es-
pécies hematófagas; é formada pelo lábio ou bainha da tromba que, nas fêmeas, en-
volve seis estiletes: duas maxilas, duas mandíbulas, a hipofaringe e o labro-epifarin-
ge. O lábio termina distalmente por duas labelas. A hipofaringe é percorrida em to-
da a sua extensão pelo canal salivar. A justaposição do labro-epifaringe com a hipo-
faringe forma o canal alimentar. As mandíbulas e as maxilas são lancetas que perfu-
ram a pele da vítima para permitir a entrada das peças que constituem o canal ali-
mentar. O lábio não penetra na pele e se dobra à medida que o labro-epifaringe e a
hipofaringe penetram nos tecidos do hospedeiro. Após penetrarem nos tecidos o mos-
quito injeta a saliva através da hipofaringe; em seguida aspira o sangue pelo canal a-
limentar. Além dessas peças ainda existe um par de palpos maxilares que não se en-
:n~~~~~:~:-~~~2:r- h
",,'~, "-, ,,-

caixam na bainha da tromba. , ' '--"


/
Nos mosquitos, somente as fêmeas são hematófagas; via de regra, as peças bu- k~:-
cais dos machos não possuem mandíbulas, ou, quando possuem, elas são rudimenta-
res.
Os palpos maxilares da fêmea são mais delgados, recobertos de escamas, po-
rém com escassas cerdas. enquanto os do macho são ornamentados com tufos de
cerdas no 49 artículo em Anophelini, e nos três últimos artículos em Culicini Os
palpos maxilares, nas fêmeas, são do mesmo comprimento que a probóscide nos A-
IZophelini e, no máximo, medem a metade do comprimento da probóscide nos Culi-
cini; nos machos, são tão longos ou maiores que a probóscide em ambas as tribos;
em Anophe/ini são cilíndricos nas fêmeas, enquanto nos machos têm a forma de re-
mo; em Culicini são cilíndricos em ambos os sexos.

2. Tórax - O tórax é coberto de escarnas; sua forma, coloração e arranjo são


usados na identificação das espécies. Asas arredondadas no ápice; 2~, 4l!- e 5~ nervu-
ras longitudinais bifurcadas; bordo posterior com franja de escamas alongadas. As
pernas são longas e delgadas; a coloração dos artículos tarsais é utilizada na classifi-
cação das várias espécies.

3. Abdome - Formado de 10 segmentos, sendo os dois últimos pouco distin-


tos e modificados para formarem o ovipositor na fêmea e a terminália ou hipopígio,
no macho. O hipopígio é de grande importância sistemática. FIGURA 72:
Anatomia externa d .
d e mosquito a - I b I
III - BIOLOGIA . - palpos; e - fronte' f i ' a e as; b - probóscida'
J - tÍbia' k _ ti' . ' - o ho; g - occiput· h _ . ' ' c - antena;
, emur, I - segme t b , a s a , I - art(cul ta '
As fêmeas dos mosquitos de interesse médico e veterinário são hematófagas; o - mesonoto' p i b n os a dominais' m _ bal" os rs3.JS;
, - o os pro torácicos. ' ancun; n - escu telo; _

-94-
-95 -
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(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
(
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDlCA E VETERINÁRIA f;
os machos se alimentam de sucos vegetais e néctar das flores. O repasto sanguíneo é
a necessário à maturação dos ovos, mas não para a subsistência da fêmea, que pode so-
(.
breviver também à custa de sucos vegetais. . (.
As espécies de mosquitos se diferenciam umas das outras pelos habitats, pela
fonte de alimentação, pelos hábitos e por outros fatores.
{
Os mosquitos, quanto ao habitat, podem ser classificados em domiciliares, se- (
midomiciliares e silvestres. Os mosquitos domiciliares vivem nas habitações huma-
nas e nos abrigos dos animais domésticos; suas larvas se desenvolvem nos depósitos
(

b
de água, situados nas casas ou em sua vizinhança (calhas dos telhados, latas velhas, f
vasos, fossas, etc.). As espécies semidomiciliares só penetram nas habitações huma-
g- nas para exercerem o hematofagisrno; as suas larvas e pupas criam-se geralmente nas f
águas e lagoas, brejos ou riachos, algumas vezes, muito distantes das residências. Os (
mosquitos silvestres só atacam o homem nas florestas e nas capoeiras, só acidental-
(
f- mente penetrando nas habitações; as larvas e as pupas se desenvolvem em criadouros
FIG.73 de tipo muito variado, incluindo não só os precedentes, mas também águas acumu- {
ladas em plantas e em buracos de árvores, nas matas; os adultos abrigam-se em gru-
(
tas, nas locas dos animais silvestres, nos ocos das árvores, sob as folhas, etc.
Os mosquitos ainda podem ser classificados, de acordo com o período do dia {
em que são mais ativos em: diurnos, crepusculares e noturnos. Considera-se corno
período de maior atividade aquele que corresponde ao período em que o mosquito ( .
,ESC
,M6 exerce o hematofagisrno. Assim a espécie Haemagogus spegazzinii, de hábito silves- ( '!' ' f.

tre, e o Aedes aegypti, domiciliar, picam principalmente durante o dia; o Culex fati-
gans, domiciliar, suga preferentemente à noite; a maioria dos mosquitos do gênero
Anopheles tem hábitos crepusculares, porém as espécies domiciliares em geral prefe-
<fi
{ iiI.
rem se alimentar durante a noite. Os principais fatores que orientam os mosquitos
no ritmo de atividade, parecem ser a luz, a temperatura e a umidade. O efeito da luz ( 1:l
,c'
sobre a hematofagia varia consideravelmente de espécie para espécie. Em geral os '- 1.;_
J!;,
mosquitos se mostram mais ativos à temperatura em torno de 30OC, quando a umi-
dade relativa oscila entre 40 e 80%. '- '.';1 i
Quanto à especificidade parasitária, os mosquitos variam bastante. Algumas l ";;
~! I i.
MM- espécies sugam sangUe de vários animais, muito distantes entre si, na escala zoológi-
ca. A espécie de mosquito é dita antropóftIa quando tem preferência pelo sangue
humano; quando prefere picar outros animais, é dita zoóftIa. Muitas espécies sugam
,-:'(ii1 III
o homem e os animais domésticos e silvestres, indiscriminadaptente, podendo trans-
mitir doenças dos reservatórios naturais para o homem, como a febre amarela dos
(I'!]
macacos e as encefalites a virus. {ia
Geralmente, os mosquitos copulam em pleno vôo; em muitos casos, ao cre- td Ir
~:I:í
Ii. '
púsculo, os machos reunidos em grandes números voam em círculos, quando fertili-
Vista lateral do tórax de wn ~licini. LP - lobo pro torácico; PRP - pronoto;
FIG.74 \. " I )..'

zam as fêmeas que aí penetram; este fenômeno é conhecido por dança nupcial. Al- (';
FIGURA 74: MN _ mesonoto; se _ esclerito do espiráculo; SPA - espiráculo anterior;
MP _ mesopleura; ME _ mesoepímero; ESC - escutelo; PN - pós-noto; SPP - gumas espécies, ent~etanto, copulam isoladamente, sem a dança nupcial. Uma vez
j'
!;i I~
'N
espiráculo posterior; MM _ esclerito lateral; I, 11 e III - Coxas; STP - esterno- fertilizada a fêmea tem necessidade de se alimentar de sangue, indispensável à matu-
~I~ :
~lil
pleura; PR - própleura.
-97-

~I
_96 -

-- ----- --;----- ----


-'-'- --......-.,,-~.--- ..... .....
-- _"' ...... ~. --~ .. - .. ~-- .... ,,_.~.- -----....-:- - ".- ---
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA ~DICA E VETERINÁRIA ~
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, PI.;u)o lide
ração dos ovários; após o repasto sanguíneo, entra em repouso durante um período
de dois a quatro dias, em locais que variam com as espécies, para digerir o sangue in- onteM
gerido.
Geralmente, a oviposição é realizada em águas mais ou menos paradas, prote-
gidas da ação dos ventos fortes. Algumas espécies realizam as posturas em águas de cabeça
pequena correnteza, enquanto outras põem os ovos nas águas acumuladas nas plan-
tas bromeliáceas ou buracos de árvores. Outras espécies depositam os ovos na lama
ou em pequenos depósitos artificiais de água, como latas velhas e calhas de telhados.
Pela evaporação da água, os ovos de algumas espécies podem permanecer vivos du- tórclJr
rante vários meses até que novas chuvas proporcionem condições para o prossegui-
mento do ciclo biológico. Algumas espécies põem ovos aglomerados, formando jan-
ga~, enquanto outras os põem isolados. Os ovos possuem morfologia variável e um
aparelho flutuador de constituição diferente nas várias espécies de mosquitos.
A quantidade de ovos de cada postura varia com as diferentes espécies; algu-
mas põem até cerca de 300 ovos, enquanto outras raramente põem mais de 20. Mes-
mo dentro da mesma espécie, a quantidade de ovos varia muito; provavelmente, esta
variação depende da quantidade de sangue ingerida. De um modo geral, a quantida·
de de ovos postos por uma fêmea, por postura, varia de 50 a 150. A quantidade de
ovos postos por uma fêmea, durante a sua vida, está relacionada, niro só com a lon- F/G.75
gevidade da fêmea, como também, com outros fatores, como fonte de alimentação FIGURA 75: Larva de Culicini.
sanguínea, temperatura do ambiente, etc.
O período de incubação dos ovos varia, na maioria dos casos, de dois a três
dias; em temperaturas mais baixas prolonga-se por vários dias. As larvas emergem da
casca do ovo através de um orifício circular, aberto pela própria larva. a
As larvas desenvolvem-se na água onde crescem e mudam de cutícula, quatro
b
vezes. Elas são vermiformes, ápodes e ápteras. Apresentam o corpo dividido em três
regiões: cabeça, tórax e abdome. Na cabeça há dois olhos, duas antenas, e as peças
bucais situadas ventralmente. Projetando-se para a frente da cabeça existem estrutu-
ras densamente pnosas, chamadas "escovas alimentadoras", que produzem correntes
na água, destinadas a levar partículas de alimentos à boca. A maioria das larvas ali-
menta-se indiscriminadamente de microorganismos, enquanto outras são predado-
ras de larvas de outras espéciés de mosquitos. O tórax, mais largo do que a cabeça, c
possui igualmente tufos de cerdas, que também se encontram no abdome, formado
de nove segmentos. No dorso do SI? segmento abdominal encontram-se os estigmas
respiratórios, que, em algumas espécies, abrem-se na extremidade de um tubo quiti- FIG.78
noso e alongado, denominado sifão respiratório, dotado de válvulas que se abrem
FIG.77
quando a larva sobe à superfície da água para respirar. O ânus se situa no 91? segmen-
to abdominal, ao redor do qual se acham quatro estruturas alongadas e transparentes FIGURA 76:
denominadas "folíolos branquiais", por meio dos quais as larvas retiram oxigênio da Extremidade Posterior de larva d . ".
c - branquias ao· d e culiclnl. a _. sifão re " ,.
água. Alguinas poucas larvas obtêm um suplemento de oxigênio da água, através da FIGURA 77: Extr" aIS; - escovas ventrais. e 80 spllatorJo; b - sela anal"
emldade Posterior de larva d • • segmento. •
pele. sal do segmento anal; c - escovased::ils~elini. a - espiráculos; b - placa dor-

-98-
-99-
'" '

fi
{.
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
(:
E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA As larvas são estimuladas pela mudança de luminosidade, pela movimentação fI
a c
b da água, etc.
O período larvário dura de uma a três semanas, dependendo da espécie de
f;
mosquito, da temperatura da água e da quantidade de alimento disponível no habi- (
tat. {.
As pupas, em forma de vírgula, podem permanecer imóveis na água, mas quan-
do estimuladas ~ão dotadas de grande poder de locomoção. Vivem no mesmo habi· (i
tat onde se acham as larvas, mas não se alimentam. O período pupal é de poucos (,
dias. Seu corpo é dividido em duas partes: céfalo-tórax e abdome, que termina em
f {
um par de palhetas natatórias. No céfalo-tórax há um par de trompas respiratórias.
Os adultos emergem das pupas através de uma fenda em forma de T, que se a- (
d
bre no dorso do céfalo-tórax. Após o nascimento, os adultos permanecem algum
tempo sobre a exúvia pupal até o endurecimento da cutícula. Depois de emergirem (
das pupas, os mosquitos se abrigam nas proximidades dos criadouros, em ambientes (.
úmidos e de pouca luminosidade, protegidos das correntes de ar. Após copularem as
fêmeas sugam sangue, e após a gravidez iniciam a oviposição. Alguns mosquitos re- (
pousam nas habitações humanas, enquanto outros as abandonam logo após a hema- (
tofagia. Na maioria das espécies, as fêmeas necessitam apenas de uma sucção para
cada amadurecimento dos ovários, mas em algumas, vários repastos sanguíneos são {
necessários antes de iniciar a oviposição.
(.
O tempo necessário ao desenvolvimento do ovo a adulto, em condições favo-
ráveis, varia de cerca de sete dias a um mês. As chuvas desempenham importante pa- (
pel no aparecimento dos mosquitos adultos. Após as precipitações pluviométricas, (
os mosquitos aparecem em maior quantidade devido ao aumento dos criadouros das
larvas. Chuvas torrenciais, por outro lado, são nocivas, pois arrastam as larvas e as (
'êlGljRA 73:
pupas dos criadouros. {
O tempo de vida do mosquito adulto varia de uma espécie para outra, mas de-
:f, - niilO.
pende da alimentação, do meio ambiente e de outros fatores; nas zonas temperadas {
pode chegar até seis meses, ou mais, mas nas zonas tropicais é em média, de cerca de
'-
(~~t
um mês. Os adultos podem voar a grandes distâncias, havendo referências de vários
quilômetros. Algumas espécies podem voar para as residências, à tarde, para o repas- l
" ":; to sanguíneo e regressar aos criadouros, pela manhã. Os ventos podem contribuir pa-
ra aumentar a distância percorrida pelos mosquitos.
l
{
v- CLASSIFICAÇÃO
I
A subfamília Culicinae, que inclui os verdadeiros mosquitos, é subdividida nas
t
seguintes tribos: Anophelini, Culicini, Sabethini e Toxorhynchitini, das quais, so- l
mente a última não contém espécies importantes sob o ponto de vista médico e ve- (

- :. CC _.
terinário, porque suas fêmeas não são hematófagas.

-101- ,,
(

I! ~I.
Moacyr G. Freitas. Hélio M.A . Costa, Jose. O. Costa, Paulo [ide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf.DICA E VETERINÁRIA

As principais diferenças entre Anophelini e Culicini são mostradas no quadro


abaixo:
CULlCINI
ANOPHELlNI
ADULTOS

I) Quando em repouso, o corpo colo-


1) Quando em repoUso o corpo, in- ca-se paralelamente à superfície de
cluindo a probóscide, forma um ân- pouso, com a brobóscide dirigida pa-
gulo com a superfície de pouso.
ra baixo.

2) Palpos do macho longos e não c1avi-


2) Palpos do macho longos e clavifor- formes, com as extremidades ligei-
mes. ramente encurvadas. d'

FIG.80
3) Palpos da fêmea muito mais curtos FIG.81
3) Palpos da fêmea tão longos quanto
do que a probóscide. fiGURA 80: Cabeça de Culicini.
a probóscide, porém não clavifor-
FIGURA 81: Cabeça de Anofelini. a - prob' .d
mes. e _ pedículo; f _ palpos. OCI as; b - antenas; c - pa Ipos: d - escapo:

4) Escutelo trilobado posteriormente,


4) Escutelo semilunar, com uma nIeira com um tufo de cerdas em cada lo-
regular de cerdas no bordo poste-
bo.
rior.
5) Asas geralmente não manchadas.
5) Asas manchadas, na maioria das es-
pécies.
LARVAS

6) Flutuam obliquamente à superfície


6) Flutuam paralelamente à superfície
da água.
da água.
7) Sifão respiratório presente.
7) Sifão respiratório ausente.

PUPAS
FIG.82 FIG.83
8) Trompas respiratórias mais longas e
8) Trompas respiratórias mais curtas e
cilíndricas.
em forma de funil. FIGURA 82: Tórax de Anophelini.
OVOS FIGURA 83: Tórax de Culicini.
9) Ovos postos isolados. Forma de bo- 9) Ovos postos em grupos, formando
te, com flutuadores laterais. jangadas, ou isolados, mas sem flu-
tuadores laterais.

-102 - -103 -
if
(
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide {
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
Tribo ANOPHELINI f
(
A tribo Anophelini compreende três gêneros: BironelIa, Clwgasia e Anopheles.
Anophell n, Somente interessam as espécies do gênero Anopheles, de importância na dissemina- {
ção da malária. f
(
\ Gênero Anopheles {
ovos
o gênero Anopheles está dividido em vários subgêneros, dos quais os mais im- (
portantes como transmissores dos agentes da malária são: Nyssorhynchus, Kerteszia (
e Myzomyia.
A identificação das espécies de mosquitos transmissores de malária é matéria (
para especialistas; chaves para classificação são encontradas em vários livros-texto. (
{
Subgênero Nyssorhynchus (
Os mais importantes mosquitos vetores dos agentes da malária no Brasil, exce-
(
larvas
ção feita ao litoral de Santa Catarina e Paraná, pertencem ao subgênero Nyssorhyn- (.
cllllS.
Os mosquitos adultos sugam preferencialmente ao crepúsculo, podendo entre-
{
tanto picar a qualquer hora do dia ou da noite. Algumas espécies raramente pene- (,
tram nas habitações humanas preferindo alimentarem-se em animais. Outras invadem
as residências humanas, mostrando grande aVlÚez peJo sangue ao Homem. VUrante o
{
pupas dia os mosquitos se abrigam nas proximidades dos criadouros e ao anoitecer procu- t
ram os animais ou o homem. Durante a noite são atraídos pela luz artificial.
As larvas são encontradas sempre em co)eções de água no solo: águas paradas
(
ou de pequena correnteza. Algumas espécies criam em águas influenciadas pelas ma- l
rés, sendo comuns no litoral, como o Anoplzeles (NyssorlI)'nchlls) aquasalis, que po-
ue desenvolver-se mesmo quando a percentagem de água do mar atinge a S()oA,. Ou- l
tras espécies, como o Allophelcs (Nyssorhl'nchus) darlillgi e Anopltc/cs (Nyssorhyn-
c!llls) albitarsis só se desenvolvem em águas não influenciadas pela maré. '-(
adultos Importância médica: as principais espécies do subgêneroNyssorhynchlls veta- (I
ras dos agentes da malária no Brasil são as seguintes:
Allopheles (Nyssorhynclzus) darlingi - Ocorre no litoral, mas é mais frequente (
no interior_ t considerada a mais potente espécie transmissora de malária no Brasil.
Distribui-se na maior parte da região Neo-Tropical. No Brasil, ainda não foi captu - '- ',li

.
. . . diferenças entre as tnbos
Principais
Anophelini e Culicini. rada nos s~guintes Estados: Rio Grande do Norte, Paratba, Santa Catarina e Rio '-
FIGURA 84: Grande do Sul. Desenvolve-se muito bem nas águas limpas das represas ou nos re-
'-
- 105- t-
-104 -
'-!
mansos,
E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA'

dos n
.
"
'oS nas florestas, Esta espccle p
f . o demons r
enetra nas habitações humanas du~ante
t ando acentuada antropoflha. t.
a noite, para exercer o he~ato agls:f~linos brasileiros podendo ser captura o no
d
I Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa, Paulo lide

mas do litoral dos Estados Sulinos do País, principalmente no Paraná, Santa Catari-
na e São Paulo, onde são os principais vetores da malária. São também encontradas
na Serra da Mantiqueira em altitudes acima de 1.000 metros. Os eriadouros dos
mosquitos são as águas coletadas nas folhas das bromeliáceas, conhecidas por grava-
considerado o mais doméstico dos an ouso apÓS ter se alimentado de sangue. tás ou caraguatás, onde as larvas e as pupas se desenvolvem. Parece que o ciclo bioló-
. terior das residências humanas, em rep is' _ No Brasil, esta espécie tem, ampla gico destas espécies é muito lento. São mosquitos tipicamente silvestres, mas que in-
tn Anopheles (NyssorlzYl1chus) al/uasal 'te' São Paulo. Raramente e captu-
rt al do Amapa a , . vadem as habitações situadas nas proximidades das matas, picando o homem e ou-
distribuição, ocorrendo desde Olor as e as pupas se desenvolvem nas aóU~s ln: tros animais a qualquer hora do dia ou da noite, porém em maior número ao crepús-
da fora da orla litorânea ond: as larvl . ade as habitações humanas, p.orem, e culo.
ra , O mosqmto adu to mV I'(T'. é de hábitos crc-
fluenciadas pela mare. A I les (Nyssorflvl1c!llIS) dar 111,,1, . d'f A importância dos mosquitos do subgênero Kerteszia, na transmissão da malá-
menos antropófilo do que o 110~ ze ( ualquer hora do dia ou da noite, m 1 eren- ria, foi assinalada por Lutz (1903). Mais tarde outros investigadores confirmaranl os
pusculares, podendo entretanto .Pdl~ar. a 1Não tem preferência pelo sangue humano, trabalhos de Lutz. Coutinho & cols. (1943) encontraram 6,7% de mosquitos das es-
ra ou dentro das resl enClas.
temen te, fo h pécies A. (K.) Cruzii e A. (K.) bellator naturalmente infectados pela malária no li-
odendo picar outros ve:te~rados- fil' e domesticidade, o Anopheles (Ny:~sor yl1- toral do Paraná. Os mesmos autores demonstraram que os Kerteszia invadem habita-
p Dadas a sua abundanclU, antropo I l~ dos agentes da malária, no htoral do
ções das cidades e picam o homem vorazmente.
clzus) aquasalis é um importante transm~:~~ apresenta-se com maior densidade na O combate aos mosquitos do subgênero Kerteszia é realizado, indiretanlente,
País- Pode ocorrer durante todo o ano, P pela destruição das bromélias pelo sulfato de cobre ou, diretamente, pelo emprego
estação chuvosa. . sis _ Esta espécie inclui variedades que 0- de inseticidas à base de DDT e BHC aspergidos sobre os criadouros e sobre as pare-
Anoplzeles (N)'ssorlzy/lchus) albltar os altos do interior, porém as suas larv~s des das residências.
correm tanto no litoral como ~os terr~ndas pela maré. Os criadouros são os m~s
não se desenvolvem nas águas m~uenc~aturvas com maior ou menor concentrai:0
variados, podendo ser águas límpl ~s oOu sombr;adas. t. crepuscular ou noturn a. e- Subgênero Myzomyia
de matéria orgânica, expostas ao so il
aistrada em todos os Estados do Bras. Iode duas subespécies: Os mosquitos do subgênero Myzol/1yia não são originários da América. A úni-
.,. . . t~ ia de um comp ex
Adnllte-se a eXIS enc . ' Ibitarsis ca espécie assinalada no Brasil foi, provavelmente, introduzida no País através de a-
A l/opl1eles (NysslIrllYllchus) albl.ta~:% ~Iomesticus viões vindos da África. A disseminação do Anoplu:/cs (Myzolllyia) gambiae no Nor-
Al/ofll1dcs (NyssorhY/lch"S) al!)/ta . d s habitações humanas, podendo deste provocou surtos de malária, em 1930, em Natal e em localidades situadas a
, . a se'runda mva e a
A primeira e sllvestre e ., mais de 150 quilômetros do litoral. Do Rio Grande do Norte o mosquito difundiu-
sais da malária humana.
transmitir os agentes cau se bastante pelo litoral, atingindo regiões do Ceará e outras. Em fins de 1938, o Go-
verno e a Fundação Rockefeller empreenderam uma campanha de largo vulto no
Subgênero Kerteszia sentido de erradicar, do Nordeste do País, o terrível transmissor dos agentes da malá-
ria. Em 1940 a campanha foi coroada de êxito e a América foi declarada livre do A-
. '. fluem um ,'rupo muito caracterís-
b - o [\.ertcSZ/l1 cons I '-' . d que /lOIJllelcs (Myzomyia) gambiae. responsável por uma pandemia de malária que ma-
Os mosquitos do su . gCller u caráter biológico mais marcante e o e tou cerca de 15.000 pessoas.
tico morfológica e biolo~lcall1ente. ~e orém exclusivamente em águas acumuladas
sua~ larvas não criam em aguas do so o, P •
r'
em plantas brome laceas. , .
. da mala-
dem transmitir os agentes causaiS Tribo CULlCINI
No Brasil, as seguintes especles po .
ria: AlIopheles (Kerteszia) en/zii A tribo Culieini compreende vários gêneros e espécies (lue constituem impor-
A/lopheles (Kertesz ia ) bellator . tantes transmissores de agentes etiológicos de doenças ao homem e aos animais do-
l . (Kerteszia) 110tnUllculus . mésticos.
Anoplze es . rtorânea e nas cscarpas próXI-
, . . têm sido capturadas na faixa I
As especles aCima -107 -
-106 - i,
; ·1
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, PaulO lide (
E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
{
ENTOMOLOGIA
. . uladoras de agentes de doenças P
ertencem aos gêne- \ gentes etiológicos de doenças do homem e dos animais domésticos, enquanto ou-
tras são hospedeiros intermediários de helmintos. {
As principais espécies velC
\ ros Aedes, Haemagogus e Culex.
A espécie Cu/ex pipiens fatigans é um mosquito doméstico de hábitos notur-
nos. Realiza a postura dos ovos nas coleções d'água muito poluídas, nas redondezas {
das habitações. Pode transmitir arbovirus e é um dos hospedeiros intermediários da (
Gênero Aedes Wuchereria bancrofti.
('
\ _ 'dio e de aspecto muito variado.
Os mosquitos do gêneroAedes sao de po!:e;;ositadOS, isolados, em águas :s-
Gênero Haemagogus
(
s re a geral, em forma de charuto, sa _ contradas em pequenas coleçoes (
Os ovdo~ o:em superfícies úmidas. As larvas ~ao en buracos em rochas, latas aban- O gênero Haemagogus compreende mosquitos cobertos de escamas de colori-
tagna - em troncoS de arvores, do metálico azul, verde ou púrpura. Pleuras e abdome com escamas brancas. São (
d água como em escavaçoes . . o sifão curto e escuro. mosquitos silvestres, que picam durante o dia, principalmente macacos e marsupiais
d~nada~, etc. O quarto es~~~ ~~~!ne~~~~~~s subgêneros dos quais StegomyiLl é o que vivem na copa das árvores. Tendo a oportunidade picam o homem. Várias espé-
{
O gênero Aedes est IV1 1
cies são importantes transmissoras do virus da febre amarela silvestre, que ataca ma- (
de maior interesse médico. cacos de várias espécies: sagui, mico, bugio, etc. (,
A principal espécie transmissora da febre amarela silvestre é a H. spega:zinii.
Aedes (StegomyiLl) aegypti A penetração do homem pela floresta e seu retorno,já infectado, pode provocar sur- {
tos na zona urbana onde ocorre o Aedes aegypti.
. , . Áf . . tro dUZ1 a
'd na Amén'ca possivelmente, a-
' (
l!
través dos transportes marítrrnos. O m:
uma espécie origm~la da . nca'oU:dulto apresenta, na mesonoto, ~m. dese-
as prateadas; os segmentos abd~ml~~s pos-
nho em forma de lira, formado por e~ 4 0 estádio apresenta o sifão respuatono c~-
VI - CONTROLE DOS MOSQUITOS
(
{'I
A larva o . ouso permanece em posição quase vertl-
suem cintas basais brancas.. <iuando {,
em rep , Os métodos recomendados para controle dos mosquitos dependem de vários
tanho-escuro, quase negro, , ' . fatores, entre os quais podem ser citados: espécies e hábitos dos mosquitos, configu-
al
e CI
n relaçãO
"
à superfície da agua.
alo aro as posturas dos ovos, e
m lotes durante vários dms, na su-
, ração topográfica da região e disponibilidade de recursos financeiros. Basicamente, l'
As femeas re IZ . .
{
erfície das águas ou nas suas proxrrnldade~ .. iar e antropóflla que deposita os ovos
o controle visa o combate aos mosquitos adultos nas habitações e/ou a destruição
p rl ma espécie essencialmente d~~lCil al·xas d'água, latas abandona- das larvas nos criadouros.
l
r. u I clplente como c - d
na superfície das águas de 'lua qu~r reOs ovos depositados em pequenas coleço~. e 1. Controle dos Adultos - O controle dos mosquitos adultos pode ser realiza- (
das buracos nas árvores e nas roc as. e vivos mesmo fora da água, durante v lOS
do pelo uso de telas nas entradas e janelas das habitações, de cortinados e de repe-
águ'a pela evaporação dessa, conservam-s
,
'
ualquer ho- lentes. Porém, na profIlaxia coletiva o método de escolha é a aplicação de insetici-
l
eses . d· os picando o homem a q
m "o mosquito adulto possui hábItos lur:~ar'outros animais. Durante o repoUso das nos lugares frequentados pelos mosquitos, como paredes, portas e janelas das l'
casas e nos abrigos dos animais, etc.
d dia Na falta de sangue humano pode p b'
ra o · , . em lugares som nos.
A espécie só é encontrada nas
I dos cur Esse método tem-se mostrado eficiente no controle, da malária na maioria
li
esconde-se atrás dos moveis e ais frequente no litoral e ao ong o .-
zonas de clima quente e Úl~id~6~~n~oC:10 pode ser completado en~re ~ 1 e 181~I~~
dos lugares onde é usado, porém, nos últimos anos, o controle dos mosquitos pelos tI
inseticidas, em algumas regiões, não tem dado resultados satisfatórios, em vista do a-
sos ll'água. À temperatura e ~ .' febre amarela urbana. A femea su.ga .
parecimento de linhagens de mosquitos resistentes. Geralmente as resistências até a-
l.)
l! spécie transmissora do vlrus da dúvida facilita a dlssem ma-
e " d várias pessoas, o que, sem ' gora observadas estão agrupadas do seguinte modo: (1) - mosquitos resistentes ao ('I
mais vezes por mes, atacan o .." a vive até 154 llias, pelo menOS. DDT e rnetoxicIoro e (2) - mosquitos resistentes ao BHC, Dieldrin e Aldrim. Às ve-
. Experimentalmente a leme t)
ção d a vuose. les aparecem linhagens de mosquitos resistentes aos dois agrupamentos de insetici-
Gênero Culex
. duais são transmissoras de a-
O gênero Culex inclui várias espécies, multas as q
das. '-'I
t),
- 109-
-108 - ,/~

l';,
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MIIDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A C '
. osta, Jose O. Costa, PaUlo lide
Informações sobre problemas de formulação e métodos de aplicação dos inse-
ticidas no controle dos mosquitos, assim como sobre a ocorrência de linhagens de
mosquitos resistentes aos inseticidas, podem ser obtidas nos relatórios da Organiza-
ção Mundial de Saúde (WHO).
O controle da malári1, através do ataque direto ao mosquito adulto, baseia-se
no ciclo do Plasmodium no inseto transmissor. O anofelino que suga um indivíduo
doente de malária necessita de, pelo menos, uma semana para o Plasmodium se de-
senvolver no seu corpo e atingir a forma infectante nas suas glândulas salivares. A a-
plicação de inseticidas nos abrigos e lugares frequentados pelos mosquitos reduz a
expectativa de vida dos insetos, diminuindo a probabilidade de eles picarem outro
indivíduo, em condições de inocularem os esporozóitos da malária.
O processo de aspersão ou de "spray", na aplicação de inseticidas de ação resi-
dual, é atualmente o método mais adotado mundialmente no controle da malária.

2. Controle das larvas - As larvas dos mosquitos podem ser controladas dire- . CAPIIUlO 7
Famrhas: S/MULlIDAE PSYC
tamente através de sua destruição nos criadouros ou através de medidas que impe- • HODIDAE C
• ERATOPOGONIDAE
çam o seu desenvolvimento. Nos criadouros naturais, constituídos por águas estag-
nadas dos charcos e lagoas, as larvas podem ser destruídas pelos seguintes métodos:
a. Colocação de substâncias oleosas minerais, como querozene e óleo diesel so- Família SIMULIIDAE
bre a superfície das águas, para provocar intoxicação das larvas; para aumentar a e- I - CARACTERES
ficiência do tratamento são adicionadas, aos óleos minerais, substâncias químicas
destinadas a diminuirem a tensão superficial.
b. Aplicação de inseticidas, como verde paris, DDT, BHC, clordane, dieldrin, . ?fpteros nematóceros, medindo
etc., aspergidos nos criadouros; em solução oleosa a eficácia dos inseticidas aumen- pungulva; antenas Curtas' . 1 a 5 mm de compriment . .
curtas' pai . ' ciUndncas, constituídas d o, probósclde Curta
ta consideravelmente. Os larvicidas são aplicados com aparelhos especiais, tipo bom- , pos maxIlares fo d e onze artlcul . .
centes, com redução das rma os de quatro ou cinco artlcul . os, pernas fortes e
ba compressora, sob a forma de aspersão ou "spray". No Brasil '" ne~ras, sem escamas. os, asas largas. irides-
Há grande dificuldade para se obter um controle completo das larvas dos mos- Nos países de l is..n o conheCidos vul
quitos, particularmente, nas regiões onde os criadouros são numerosos e as vias de ' garmente por simulíd
comunicação são escassas. Nas zonas rurais dos trópicos as dificuldades são ainda tórax arqueado angutae Inglesa são COnhecidos pelo nome de ~?bs'f~oIrrachudos e piuns.
o , n a s semelhant. u Ia o-fIies" d .
maiores. O sucesso obtido pelo uso de inseticidas de ação residual no controle do rencia de btíf,ft 1 es a chifres e pernas ' eVldo ao
4.10. curtas que lhes d~
mosquito adulto, resultou no quase abandono dos métodos de controle das larvas. aO Uma apa-

Algumas autoridades acreditam que o combate às larvas pelos inseticidas tem con-
corrido para o aparecimento de raças de mosquitos resistentes. " - MORFOLOGIA
Indiretamente, as larvas podem ser controladas pela supressão dos criadouros
naturais. Trata-se de processo que exige mão-de-obra cara e especializada. A drena- Os simulideos apresentam
gem dos terrenos pantanosos e escoamento das águas das lagoas é o método mais ra- lhos são conU o corpo forte e curto r .
cional de combate às larvas dos mosquitos. vididos, por U:ol~o ~ac~o e bem separados na fêm~~g~:ame~e arqueado. Os o-
Larvas de mosquitos de hábitos domiciliares são impedidas em seu desenvolvi- rante a no' a omontaI, em duas o~ õe' . mac o os olhos são di-
mento pela eliminação de depósitos abertos de água, como calhas entupidas, bebe- ocelos. As ~~~~~:!ofia
l
metade inferior cor;es:on~~ ::::~~uperior é Usada du-
douros de animais e quaisquer coleções d'água. gos do que compridos' ormadas de onze artículos, farame t rumo. Não possuem
As larvas que se desenvolvem nas águas acumuladas nas bromeliáceas e em ou- As . ,nunca do plumosas e são' n e nove ou dez, mais lar-
peças bucars são constitufda d . ( maIs curtas do que o tórax
tras plantas podem ser combatidas pela eliminação dessa vegetação. Um par de mandib I s e. 1) - Um l a b · .
u as, que são estruturas eSpatul ro-epl~aringe alongado; (2) _
ares, terminando distalmente por
- 110-
-111 -
I
,,---
tJ
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
fJ
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A Co t J ' I.
dentes recurvados; (3) - um par de maxilas, originando-se logo abaixo das mandí- . s a, ose o. Costa, Paulo lide Il!
bulas; (4) - uma hipofaringe em contato direto com o labro-epifaringe; (5) - um lá- (,
bio que serve de estojo às demais peças bucais e que termina por duas labelas.
O tórax é arqueado e não possui sutura transversa. O mesotórax é desenvolvi- f)
do. A nervura costa teonina antes do ápice da asa. As nervuras alares próximas do fj
bordo anterior são mais fortes; as demais nervuras são vestigiais. As asas nunca apre-
sentam escamas nem pêlos. As pernas são robustas.
()
O abdome é curto, cilíndrico, com oito segmentos abdominais visíveis. As ge- fi
nitálias, tanto da fêmea como do macho, são pouco distíntas.
{J
(/
III - BIOLOGIA
(
As fêmeas fertilizadas necessitam de sangue de mamíferos ou de aves para a {
maturação dos ovos, nos ovários. Os simulídeos só exercem o hematofagismo duran-
te o dia, atacando em nuvens, ao amanhecer ou à tardinha. A maturação dos ovos
{
dura dois a três dias. A postura é realizada em plantas aquáticas, em rochas ou em (
outros objetos submersos nas águas correntes. Os ovos são colocados na superfície
das águas ou ligeiramente abaixo; às vezes a oviposição se realiza em águas de gran-
( ,
de correnteza. A postura dura de três a quatro ou raramente quinze minutos. As es- {J
pécies que realizam as posturas abaixo da superfície das águas, frequentemente in-
terrompem a postura e vêm à superfície, por alguns segundos. A quantidade de ovos
{i
por postura varia, naturalmente com a espécie, porém pode oscilar entre 100 a 500. FIG,87 {
As fêmeas realizam várias posturas, geralmente, durante o dia. Várias fêmeas esco-
{
lhem o mesmo local para a postura, de modo que massas de ovos podem ser encon-
tradas em áreas muito pequenas. Algumas espécies põem ovos sobre folhas que flu- "IGURA 85:
Larva de Simulium sp a
(
tuam na superfície das águas. Os ovos são triangulares e de casca lisa; quando postos FIGURA 86: . - escovas aIim
FIGURA 87:
Pupa de Simulium sp. a _ f"d
... .
entadoras.
amentos Iraque.; . b
(
são claros, mas escurecem em 24 horas. O período de incubação depende da tempe- ->,mullum sp. adulto. _8, - casulo.
ratura e das espécies; regra geral, nos trópicos é de vários dias, mas nas regiões de {,
clima temperado pode atingir a várias semanas. {
A larva fixa-se a objetos submersos na água, por meio de uma ventosa situada
na extremidade posterior do abdome; a cabeça permanece livre na corrente da água {
para preensão de alimentos, através de uma estrutura semelhante a uma escova. Os
{
alimentos das larvas são animais e plantas microscópicas. No lado ventral do tórax
há um órgão guarnecido de ganchos, usado para auxiliar a fixação da larva, que é o {I
apêndice podal ou pseudópodo. Por meio do órgão de adesão torácico e da ventosa FIGURA 88: {I
terminal, a larva pode locomover-se imitando as lagartas geométricas. Cabeça de Simulium sp (macho).
As larvas medem de 4 a 13 mm de comprimento, de acordo com as espécies, e (;
são facilmente diferenciadas de outros insetos aquáticos. A cabeça possui um par de
mandíbulas, duas escovas alimentadoras distintas e um par de antenas.
FIGURA 89:
Cabeça de Simulium sp (fêmea). (
Na extremidade posterior do abdome ainda há uma estrutura trilobada, deno- FIG.88 {I
-112 - FIG.89 f'
- 113 - (

,""/
,/
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
M~DlCA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA núnada guelra, que se divide em novas ramificações.
Há seis estádios larvários. O desenvolvimento larvário nos trópicos dura de 10
dias a duas semanas; nos climas temperados varia de três a quatro semanas. As esta-
ções climáticas e a temperatura exercem grande influência no período de desenvol-
vimento larvário. Nos trópicos todo o período larvário pode se realizar entre cinco e
scis dias, enquanto nas zonas temperadas, as larvas podem entrar em período de re-
pouso ou diapausa, até que as condições ambientais favoreçam o desenvolvimento.
A pupa é encontrada no mesmo habitat das larvas. Antes de pupar, com auxí-
lio das peças bucais, a larva tece um casulo cônico que é firmemente fixado a rochas,
plantas aquáticas e a outros objetos. O casulo engloba a pupa, a qual conserva os fi-
lamentos traqueais de fora, que são órgãos de respiração. O número de ramificações
dos filamentos traqueais é usado na sistemática, para classificação das várias espécies.
O período pupal dura dois a três dias, podendo prolongar-se quando, a tempe-
ratura é baixa. Como a pupa está fixada em objetos submersos, a emergência do a-
dulto se realiza abaixo da superfície da água.
O processo sexual raramente é observado na natureza; provavelmente a cópu-
la se dá logo após a emergência do adulto. Tanto o macho como a fêmea sugam su-
cos vegetais, porém a fêmea necessita se alimentar de sangue para a maturação dos
ovos. Os simulídeos voam a grandes distâncias à procura de alimentos. Há referên-
cias de até 25 milhas, distantes dos criadouros.
O ciclo completo dos simulídeos nos trópicos e subtrópicos pode ser comple-
tado entre três a quatro semanas, quando as condições são favoráveis. Nas zonas de
clima temperado o ciclo completa-se entre quatro e oito semanas.

IV - PRINCIPAIS ESP~CIES BRASILEIRAS

Os entomólogos dividem as 1.000 espécies de borrachudos conhecidas para o


mundo em 15 gêneros. Na região neotropical temos aproximadamente 235 espécies
distribuídas em 5 gêneros. Para o Brasil são conhecidas 40 a 50 espécies e dois gêne-
ros: Lutzsimulium (com duas espécies apenas) e Simulium.
Algumas espécies brasileiras com sua distribuição geográfica até agora conhe-
cida:

s. pertinox- Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso.
É provavelmente a espécie mais comum do litoral do Sul do Brasil.
· B - fêmea.
. dulto A - macho , S. amazonicum - comum na região amazônica; ocorre também em São Paulo.
Lutzomyla a .
FIGURA 90:
S. catarinense - encontrada em Santa Catarina.
S. perflavllm - Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais.
S. brachycladum - Pernambuco e Bahia.
S. orbitale - Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

-115 -
- 114 -
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r- i

I
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLO
GIA M!?DICA E VETERINÁRIA
1 As peças bucais, mais ou menos do mesmo comprimento da cabeça, constam (
de um lábio que termina pelas labelas, no qual se alojam as demais peças constituí- (.
IM PORTANCIA 'd ' das pelo labro-epifaringe, hipofaringe, duas maxilas e duas mandíbulas, todas em for-
V- pode causar conSl era-
- 'muito dolorosa mas ma de estilete. O canal alimentar é fonnado pela justaposição do labro-epifaringe {
A picada dos borrachu~oS nao e e nos animais domésticos. Em 1~2~, ~u-
com a Iúpofaringe. Os palpos maxilares, fonnados de cinco artículos, são mais lon-
2e~ {
\ vel irritação, prurido
d
de borrachu os m
e inchaçao no hodm
ataram cerca
e
'rcOS
.
obO animais nas margens do DanublO, m-

:~:isndo cavalos, bovin~s, ovinos, ~:~:;~:;o~~par~itos de aves, pertencentes ao ge-


_
gos do que a probóscide. O lábio não penetra na pele do hospedeiro na ocasião da
sucção de sangue.
As antenas possuem 16 artículos; são longas e pilosas nos dois sexos.
{
Nos Estados Umdos os he, 'simulídeos. , (
O tórax é arqueado e coberto por pêlos longos. As asas possuem seis nervuras
nero LeucocytozOO/l são t~~smItl~OS :ao~os borrachudos pode provocar entemas, e-
\ Em indivíduos senslvels, a pica ., '
longitudinais, das quais a 2~é duas vezes bifurcada e a 4ª,uma vez. Elas são cobertas
por pêlos ao longo das margens e das nervuras. Quando em repouso as asas penna-
(
I demasN
etc muitas vezes graves. hos edeiros irIterrnedlanos,
, febr~~id~s" do gênero 01lchocerca evolue~ e~ do ~tlarídeo Mansonella oz- necem eretas. Os balancins são bem distintos. As pernas são longas e delgadas, reco-
«-
ema
d
" . líd
or sunu eoS.
No Amazonas a evoluçao bertas de escamas. «:
represent~ os p Simulium amazonicum. O abdome, relativamente longo, é fonnado de 10 segmentos, dos quais os dois (
zardi realIza-se no últimos diferenciam-se para constituirem a tenninália, cujo tipo é usado na identifi-
cação das espécies. Na fêmea, a forma da espermateca é muito usada na sistemática (,
Família PSYCHODIDAE do grupo. {
{
I CARACTERES .
- da tada para picar e su- II - BIOLOGIA {
, vidos de probóscide curta, a P onstituí-
Oípteros nematocero pr?s êlos longos; antenas longas, ~ , {
as cobertos intClram ente por p efVUras longitudmals bem Os flebotomíneos sãodípteros de metabolia completa. Somente a fêmea é he-
gar; corpO :~~culos; sem ocelos; asas l,anceoladas , ~~::a vez; nervuras transversais matófaga; o macho alimenta-se de sucos vegetais e outras substâncias similares. A (
das de l~ do a 2~ duas vezes bifurcada e a . d 'co artículos; dípteros sucção da fêmea dura de três a quatro minutos. A cópula pode se dar antes ou de-
desenvolvidas, sen al maxilares formados e cm pois do repasto sanguíneo. O sangue é geralmente essencial à maturação dos ovos. {
alcadas para a base da asa; P pOS ,
Os flebotomfneos são fracos voadores; executam vôos curtos e silenciosos, fazendo
rec e uenas dimensões, delicados, _ ente conhecidos pelos segumtes na-
de p ~o Brasil, os flebotomíneos s~o vulga:inha asa dura, orelha de veado, pousos a todo momento. As fêmeas raramente procuram alimentos além dos 200 '-{
metros dos criadouros, embora haja referências de mais de 1.000 metros. Após a suc-
mes: mosquito palha, biri~í, tatuq~lfa: ~;~~ubfamíiias, das quais apenas Phleboto~
A família Psychodl dae mclUl quad d' sas doenças em várias partes do mun ção a fêmea procura um local úmido e sombreado, rico em matérias orgânicas para a {
d . gentes e lver oviposição. Os ovos são alongados, ovóides, e medem de 0,3 a 0,4 mm de compri-
rninae inclui cspécies vetoras e a
do.
mento; quando postos são branco-amarelados, tornando-se pardos ou pretos, mais
tarde. A fêmea realiza várias posturas de 15 a 40 ovos de cada vez, dependendo da
'-
espécie. A postura, geralmente, é realizada durante as horas do dia, mas como é mui- '-
Subfarnl1iaP!I1ebotomi/lae to demorada, pode continuar no outro dia. Durante a postura a fêmea pode descan-
sar por alguns minutos ou várias horas. Em condições favoráveis o período de incu-
'-(
bação varia de uma a duas semanas. A emergência da larva é auxiliada por um que-
I - MORFOLOGIA - va- brador de ovos que é uma pequena estrutura quitinosa, semelhante a um espinho, si- {','
_ ' éd' são geralmente de coloraçao que
d ' portancla mica tuada na cabeça da larva, que produz uma fenda dorso-lateral na casca do ovo. As
Os flebotomíneos e 1m 2 3 mm de comprimento. (' ,
larvas se locomovem como lagartas. Há quatro estádios larvários. Em condições fa-
. de amarela-clara a cinza e medem . a d ue O tórax e forma um ângulo de apro-
A cabeça é alongada, .mais es~el~ ~ ~o corpo. Os olhos são grandes, escuros, voráveis o desenvolvimento larvário dura de três a cinco semanas. A larva do 49 está- t ,f
na
. adamente 900 com o eixO longltu 111
~;trastandO com a cor clara da cabeça.
dio, que mede 4 a 6 mm de comprimento, possui uma cabeça escura, bem definida,
tI
-117 - t '[
-116 - ~7
é
4'l
)

,
)

)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mt.DICA E VETERINÁRIA

com um par de mand(bulas e um par de antenas curtas. À cabeça seguem-se 12 seg-


mentos, sendo três torácicos e nove abdominais. As larvas são fototropicamente ne-
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa J 'O C

e
, ose . osta, Paulo lide

gativas e se alimentam de substâncias orgânicas.


)

I.-,
A larva do 49 estádio se transforma em pupa, no interior da exúvia do último
estádio larvário. A pupa rompe a exúvia e liberta-se, ficando esta aderente aos seg-
í mentos terminais, que servem de órgão de fixação. O período pupal varia de uma a
tJf duas semanas. O adulto emerge da pele pupal através de uma fenda dorso-longitudi-
, J
, ) nal, e após descansar durante algumas horas para endurecer o tegumento, copula e
voa à procura de alimentos.
) Os flebotomíneos são de hábitos noturnos, podendo picar entretanto no inte-
rior das habitações escuras e dos abrigos dos animais, mesmo à luz do dia. Durante o
dia permanecem escondidos nos lugares úmidos e escuros e ao anoitecer saem para
exercerem o hematofagismo. Picam o homem e outros animais, no interior e fora
das habitações. Não se conhece espécies exclusivamente antropófIlas. Muitos sugam
o homem, o cão, roedores, aves e répteis. Raramente são encontrados em zonas ári-
I , i
das e semi-áridas. Nos trópicos os flebotomíneos criam-se durante todo o ano. O ci- FIGURA 91:
Genitália masculina de Lutzomy;a 'a
clo completo varia com a espécie, com a temperatura, com o grau de umidade e com . to; c - oitavo esternito; d _ basis'tiIo:-ea~ar~lh? ~spiracular; b - sétimo tergi-
a alimentação nos estádios de larva; no verão é realizado entre 45 a 60 dias, mas nos g - edeago; h - Parâmetro; i _ lobo lateral' ~t~!iI.O; f - espinho do dististilo'
segmento; I - sétimo esternito. ,j - ecuno segmento; k - oitavo •
meses mais frios o desenvolvimento é mais demorado. A espécie Phlehotomlls papa-
tasi, em condições de laboratório, à temperatura de 300C, completa o ciclo entre
seis e sete semanas. Nas zonas temperadas, todos os adultos morrem na entrada do
inverno; as larvas do 49 estádio cessam as suas atividades e entram em diapausa até a
primavera, quando pupam.
-"'-,8...
~
~t1
.,
É difícil estabelecer, na natureza, o tempo de vida do inseto adulto, mas acre-
dita-se que a sobrevivência dos flebotomíneos alados é de cerca de 45 dias.
A maioria dos flebotomíneos vive nas florestas e muito raramente picam o
homem. Muitas espécies nunca foram capturadas sugando o homem. Outras espécies
vivem nos limites das matas e podem invadir as habitações humanas e os abrigos dos
animais domésticos. Algumas espécies são facilmente capturadas, em abundância, no
interior dos domicIlias do homem, como a LlltzomyÜJ longipalpis veiculadora do
calazar no Brasil.

III - CLASSIFICAÇÃO DE PHLEBOTOMINAE

Não há concordância entre os especialistas sobre classificação da subfarmlia.


Durante muitos anos, Phlebotomlls foi considerado como único gênero. Atualmen-
te, a maioria dos especialistas reconhece cinco gêneros: Phlebotomus. Sergentomyia,
BrllmptomyÜJ, Lutzomyia e Warileya. FIGURA 93:
Ovo de Lutzomyia. FIGURA 95:
Os gêneros Phlebotomus e Sergentomyia, divididos em vários subgêneros, in- :"rcURA 94: Pupa de Lutzomyia.
cluem espécies do Velho Mundo. Os outros gêneros, incluindo subgêneros, se distri- Larva de LutzomYia.

-118 -
-119 -
ri
I'I

II
I
,
f
f
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
(
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Me.mCA E VETERINÁRIA
buem pela América Central e América do Sul. (
Apenas o gênero Lutzomyia, com cerca de 280 espécies, é de importância mé-
dica. Recentemente, o gênero foi dividido em 16 subgêneros e 13 grupos de espé-
(
cies. A maioria das espécies capazes de picarem o homem, pertencem aos subgêne- (
ros futzomyÜ1 s. str., Nyssomyia, Psychodopygus e Pentomyia.
(
O gênero Lutzomyia inclui os seguintes subgêneros, grupo e espécies vetoras
ou possíveis vetoras de leishmanioses no Brasil: {
Subgênero Lutzomyia s str.
{
Lutzomyia longipalpis
Lutzomyia renei {
Subgênero Psychodopygus
(
Lutzomyia wellcomei
LutzomyÜ1 paraensis {
Subgênero NyssomyÜ1
{
Lutzomyia flaviscutellata
Lutzomyia whitmani {
LutzomyÜ1 intermedia (
Lutzomyia anduzei
Subgênero Pintomyia (
Adulto de Culicoides.
FIGURA 96: Lutzomyia fischeri {
Lutzomyia pessoa i
Grupo migonei (I
Lutzomyia migonei {" i,f
(
IV - PRINCIPAIS ESP~CIES BRASILEIRAS
(i
No Brasil as principais espécies do gênero Lutzomyia são: (
L. whitmani - Em São Paulo é a espécie mais frequente, abrangendo mais de (.
4Ü"1odos flebotomíneos capturados nas zonas florestais. Esta espécie suga vorazmen-
te o homem e os animais domésticos. {
L. pessoai - Muito frequente em São Paulo, onde constitui cerca de 30% dos { ,.
fIebotomíneos capturados. Ocorre, também, nos Estados de Minas Gerais, Paraná e
Rio de Janeiro. Como a precedente, é espécie de hábitos silvestres, mas que invade
as habitações humanas distantes até 150 metros das matas.
'-
L. migonei - Espécie de larga distribuição geográfica, ocorrendo desde a Co-
lômbia até a Argentina. Já foi assinalada em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio
'-
{!
,1

Cabeça de Culicoides fêmea. de Janeiro. É espécie silvestre, ocorrendo principalmente nas matas virgens. Pode in- (',
FIGURA 98:
Cabeça de Culicoides macho. vadir as habitações humanas.
FIGURA 97:
L. fisclzeri - Espécie brasileira, assinalada em São Paulo, Minas Gerais, Paraná (~;
e Rio Grande do Sul. Nas matas virgens é pouco frequente; a sua maior ocorrência
tI',.
-121 - ~i,'
-120 -
l~~
f .'
. Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, Jose' O. Costa Paulo I'd
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf.DICA E VETERINÁRIA EXlSt ~ . • ' 1 e

Ja o principal transmissor da LeisXma ~lodlÓgtcas ~e que a Lutzomyia longz'pal '


. em ortes eVidencias e ide' .
se dá nas capoeiras e matas de segunda formação, principalmente nas proximidades ou calazar . Illll onovam - ag t d ' plS se-
de habitações humanas e abrigos dos animais domésticos. Esta espécie suga o homem tui a es éc' - no con.tmente americano. Nos focos d en e a lelshmaniose visceral
bora ctm le predommante nas residências humanas e cala:ar aL. longipalpis consti-

En',,"n'o, .Ié ° p""mie ':":';0;"'''_P'''"' "tigo'", ,dati"""n" .;~:;'.


e os animais de sangue . percentagens de infec ão o e nas areas peridomiciliares
_ quente.
L. intermedia Encontrada no Brasil, Argentina e Paraguai, sendo mais fre-
quente nas capoeiras e nas matas de segul}da formação. Invade as residências huma- !'''''''-
000'7:' ",.. da pl"da d, Lu"omy", ';,,~' ~a~ " eo"",gulu • """""",,,o da LO
é,
nas, mesmo as localizadas nas cidades. a á.rea do Mediterrâneo a transm' _ gIpa PIS. em condições experimentais'
L. longipalpis _ Distribui-se por quase toda a América. já tendo sido assinala-
com as eVidências epidemiol' . Issao da L. donovani é realizad .
da desde o México até a Argentina. Já foi registrada em, pelo menoS, 16 Estados do n l.caasa, pelas
pemicioslts e P. ma1ór.. Na logdi
Phlebotom~, a'K:::'::o da Ldounau" darro"an; pmv,,:I'
tra espécies
. _ de Phlebotomm' ae.. Jna//de acordo
1 ebotomz
Brasil. Suga o homem, o cão, a raposa e outros animais. Até o momento é a única es-
mon',Ó";ea\iza pelo
pécie que comprovadarnente transmite a leishmaniose visceral na natureza.
r:poastOt~anguíneo, se multiPliC! nn:~~:~asal~êmeas dos flebotomíneos,
Pmi"'o
L. squamiventris _ Considerada provável vetora de leislunaniose cutânea no s agelados parasitos in e 'd .
durante o

é r"iIi'ada ; : ~7:q::'~~!Otteri'" da rming' , d, :'V~~d:;~'~ f~";'a d,


Norte L.doJ1aviscutellata
Brasil. mas Igota emig unentar dos dí t
_ Transmite a leishmaniose cutânea entre roedores, prova-
velmente em toda a região Amazônica. Normalmente não pica o homem, mas deve
~~:~:mes'dOurante
inseto infectado, provav~~!~:ed~raneso'sm
fa~to pel~s flagelados q~e' aí rsa;~~
~o
ser considerada importante na cadeia epidemiológica por manter a infecção noS re- um n , I e as !ormas
tigo"" =apam da "P""o "ngu{neo. No a'o da sue ã p,om""go'" ln·
servatórios naturais.
L. renei _ Pode transmitir a leishmaniose tegumentar em laboratório. Ocorre no or'f{ . porçao anterior do canal al' ç o, as formas promas-
1 CIO causado na pele do vertebrado elasunentar do ~ebotomíneo e penetram
nas grutas ca\cáreas de Minas Gerais e Goiás. Pica o homem vorazmente.
parte~ subtr~picais
Os flebotomfneos se dist 'b p peças bUCaIS do inseto

suge~u mais quentes das zonas t:muem pelas zonas tropicais e

te lelslunaniose.
AI' d
e
que os flebotomíneos pud peradas. ,Somente a partir do século XX é pelas
essem veicular doenças ao h ornem, prmclpalmen-
. . que se
v_ IMPORTÂNCIA MÉDICA E VETERINARIA

1. Transmissão de Lcishmaníoses - Os raroS casOS relatados de transmissão de


~~~:~ca:s~s, os flebotomíneos pOde~e:;:~i~nd~:~~~os
s aop~viamente
, .. em e provocarem severa - .
espécies do gênero Leisfzmania. através de picada de flebotomíneo s, ainda não são picados
ornem e aos e sen-
animais do-
suficientemente convincentes, embora alguns tiatios epidemiológicos tenham revela-
do a possível responsabilidade de várias espécies destes dípteros na .veiculação de
. 2. Transmissão de Outras Doen
Leisllma nia entre os hospedeiros vertebrados.
Flebotomíneos de várias espécies têm sido capturados naturalmente infecta- zida pela Barto II :I~a.
turaIS da virose deno . d " ças - Os flebotomíneos - '
a febre dos três dias" e da "M I' .sao transmissores na-
dos por flagelados, sob a forma tie promastigota, nos focos humanos de Leishmanio- si!. ne a cllifonnis, ambas doenças humanas,oque ~e ocorrem
estian30 Carrion"no
produ-
Bra-
se tegumentar. No Brasil, as seguintes espécies do gênero Lutzomyia foram captura-
das, na natureza, portando formas promastigota = L. wellcomci. L paraensis. L. da- A febre dos três dia ' ..
Carrion, também
nlcarum no P conheClda
. s por
e transmItIda pelo Phlebotomus
Verruga Peruana ét .. papatasl;. a Moléstia de
visi, L. intermedia, L. whitmani, L. fischeri, L. pessoai , L migonei, L. flaviscutellata.
T h eru, c provavelmente pela L. cOlumb' ransmltlda pela Lutzomyia ver-
L. amazonensis e L. anduzei.
Em condições de laboratório, várias espécies de flebotomíneos se infectaram , , es & cols. (1971) demonstrar .LQnus, na Colômbia.
ao sugarem animais portadores de infecção por L. leishmania hraziliensis , agente da p/dOl pode transmitir o vírus da estoma:; :;~~:r~ntalmente. que Lutzomyia tra-
leishmaniose tegumentar americana. Os flagelados se multiplicam no canal alimentar
dos flebotomíneos onde são encontrados sob a forma de promastigota. em quanti-
dade elevada, três a quatro dias após o repasto sanguíneo.
Triturados de flebotomíneos infectados natural e experimentalmente com os
Rog,lado, podom "produzi' a Inr""ião, qu""do inoculad'" ,m ""ima. ,u,"'pti·

veis. -123 -
-122-
'11:.1
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MíDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas , H')'
()
f e 10 M.A Costa J '
Família CERA TOPOGONIDAE úm' d . , ose O. Costa, PaUlo lide (
I O o~ em objetos parCialmente submersos
ou :;;filelrados: A quantidade de ovos postos na água, di~postos desordenadamente ('
1- CARACTERES
ger ente oscila entre 10 e 120 R por uma femea varia Com a espé ..
comprimento e têm forma de ban° egra geral os ovos medem cerca de 05 cdle,
(,
Dípteros nematóceros de pequeno porte, medindo entre I a 4 mm de compri- O ' ana ou charuto ' mm e
mento; tromba curta, com as peças bucais pungitivas; palpos penta-articulados; an- penado de incubação . . (
peratura d o ' vana de dois dias a uma s
tenas mais longas do que o tórax, constituídas de treze a quatorze artículos; tórax . meIO. A larva emerge através d emana, mas depende da tem- (
largo e arqueado, com patas fortes; asas superpostas quando em repouso, frequente-
tremldade do ovo; ela é muito ativa e ~ uma fend.a circular, que se abre na ex-
nuosos. Sua alimentação consiste em :artog~de por meIO de rápidos movimentos si- ('
mente manchadas, com as nervuras anteriores mais pronunciadas, porém nunca com
se ~e~envolve em lugares contendo á a ér~a ~egetal em decomposição. A larva só {.
escamas.
organlca, como em águas de có gu , pnnclpalmente onde há bastante m t' .
Os ceratopogonídeos são conhecidos no Brasil, vulgarmente, por maruins, , rregos ou rio d a ena
mosquitinho do mangue, mosquito palha, mosquito pólvora. cos nas ~ores, em locais influenciados el: e pouca correnteza, na lama, em bura- (
Nos trópIcos o período larvar'1'0 d P maré, etc. Há quatro estádios larv' .
d d ura cerca de t - anos. {
os po e ~urar d~ seis a sete semanas. res semanas, mas nos climas tempera-
O 4. estádIO larvário mede 5 6 (,
: te~ a cabeça distinta, castanho-ru:are:: ~ecco~~imento; é alongado, cilíndrico
II - MORFOLOGIA
(
os, uas manchas oculares, duas anten d as a o-escura. Possui doze segmen-
A cabeça é dirigida para baixo e posteriormente é arredondada. As peças bucais
são curtas, porém completas, sendo adaptadas para picar e sugar. A estrutura do a-
O período pupal ue no . as e uas mandJ'bulas. (
na superfíci d ' 'q S trÓpICOS dura cerca de trê di
parelho bucal é semelhante à dos simulídeos, sendo que as mandíbulas funcionam da s; eI as pcearagua.m'
As pupas medem 2 4
a mm de comp .
s as, se passa na !anla ou
_ (
como uma tesoura. Os palpos, formados de cinco artículos, possuem o 39 artículo tos d _ anecem lJ11óveis, porém ocasional nmento e sao segmenta-
e traçao.
O d
mente o abdome realiza m .
oVlmen-
(
dilatado, com uma escavação que é um órgão sensorial. Os olhos são nus e os ocelos
são ausentes. As antenas, constituídas de treze a quatorze artículos, são plumosas no s a ultos saem do pupário em o . {
ra para escurecer o tcgumcnto e expan% ucos mmutos; descansam cerca de uma ho-
macho e pilosas na fêmea.
Após fertilização, que OCOrre allr as asas. . {
O tórax é largo e convexo, porém não se projeta sobre a cabeça; não possui mentar I ger mente em nuv ti-
pêlos nem escamas. As asas geralmente apresentam manchas, às vezes, pêlos. porém d . (e sangue para maturação dos ovos A fI" e_ns, a emca precisa de se ali-
( i
c:s tCnadour?s. O vento e as chuvas não e;er:e~measdna~ voam a grandes distâncias
nunca possuem escamas. As nervuras próximas da margem anterior são mais fortes
ra Opogollldeos gran e mfluência na dl'spe - d ( ".;
, !
do que as restantes que são finas ou ausentes. A 4l!- nervura longitudinal, estende-se A '. . rsao os
da base à ponta da asa. As pernas são de tamanho médio, porém, fortes. malOna dos ceratopogonídeos su (
I,~as espéc~es sugam durante a noite. Geral ga ao amanhecer ou ao entardecer; algu-
O abdome é moderadanlente curto; na sua extremidade posterior apresenta (
clas, m~ as vezes invadem as casas. A 10 m~~t~ atacam o homem fora das residên-
os órgãos genitais externos, pouco distintos na fêmea e bem destacados no macho.
conheCida, porém tudo indica que podemnge~1 a. e dos ceratopogonídeos não é bem (;
A genitália do macho consiste de um par de pinças que são usadas para apreenderem so revIver por várias semanas.
a fêmea no ato da cópula. A estrutura da genitália do macho é usada na classificação
das espécies.
t
IV - EsPÉCIES MAIS COMUNS NO BRASIL
{
As espécies encontradas 110 Brasil {,
III - BIOLOGIA
ram bem estudadas por Lutz. pertencem ao gênero Culicoides as qu . r
C. marnm. ' . 3lS .0- {! '
Nos ceratopogonídeos de interesse médico e veterinário, somente as fêmeas C acety/us .' .' : : .' . . . . . . Rio de Janeiro
exercem o hematofagismo. Os machos se alimentam de .sucos vegetais. Poucos dias C reticu/atus ........... Mato Grosso
(I:
depois de fertilizadas e alimentadas as fêmeas iniciam a oviposição. que se realiza ge- C amazonicus' .' : .' : : : . . . . . . . Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro (I
ralmente à noite. Os ovos são postos sobre plantas, na superfície de lama, em solo C debi/ipalpis
.......
Maranhão, Pará
Pará, Paraná, São Paulo Rio de Jan .
li
-124 - , elro. l.

,
- 125-
{-'
()/,t'
M:t:.DlCA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.Ao Costa, José 00 Costa, Paulo lide
ENTOMOL OGIA E ACAROLOGIA

1 IMPORTANCIA dO'
) v- nídeos atuam co
mo hospedeiros intenne la-
0- s
Algumas espécies de ceratopogo d s animais domésticos, em algumas reglOe
) o d ftlarídeos parasitos do home~ e °ã e conhece o papel destes dípteros no
nos e d No Brasil entretanto, amda nOS
) do mun o. , . muito limita-
ciclo destes ftlarídeos. ídeos como vetores de doenças e d d
) A importância dos ceratopogon.~ os em grande quantidade, provocan o e~-
) da. Os adultos podem atacar ~s :sa::n::Sticos. Alguns indivíduos são muito senSl-
conforto às pessoas e aos anlffi
) o C grahami são os hospedeiros do marí~o
-, veis às picadas dos maruins. o

Na África Tropical~ CA:~~~7~c~eil~nema perstans), parasito d1 ~:::erc~


Dipetalonema perstans ( . di é transmitido pelo C. furens. .
)
:.
)
o o fllarídeo Mansonella ozzar:
=~u.. é trarunnitida pel.. ,,~i~'
o

70:=
losus e C obsoletus.
do ,,~o Ih. ROdolPh: En·
Na llha do Marajó, segun o m Od d atacam bovinos, principalmente. eze!-
CAPliULO 8
SUBORDEM BRACHYCERA - Fam{lia TABANIDAE
d maruins em grande quantl a e, 0t mas e edemas de carater, as
glehar , os , o °tação da pele com en e d or
) ros novos, nos quais causam lrfl tam o' ataque dos ceratopogoní eos em -
vezes, grave. Muitos bezerros não supor Os adultos emergem do pupário através de uma fenda em T. As antenas são
) rem.
mais curtas do que o tórax; são formadas de três artículos, sendo o terceiro anelado.
Arista ou estilo, quando presente, terminal. Asa geralmente com célula discal; célu-
) la cubital contrafda antes da margem, ou fechada.
) Larvas com cabeça indistinta, geralmente retrátil, apresentando mandlôulas
com movimentos verticais.
:)
Os braquíceros são considerados dfpteros intennediários entre Nematocera e
) Cyclorrhapha.

)
) Família T ABANIDAE
) 1- CARACTERES
)
Dfpteros braqufceros, com antenas constituídas de três.artículos, sendo o 39

r)
:) subdividido em anelações semelhantes, porém sem arista; cabeça semicircular, bem
separada e mais larga do que o tórax; aparelho bucal pungitivo; asas poderosas, com
t, nervuras características, principalmente as nervuras R4 e RS que delimitam a célula
apical; a R4 termina antes da ponta da asa e a RS termina na margem posterior, for-
mando uma forquilha.
)
) No Brasil os tabanfdeos são conhecidos por mutucas ou moscas dos cavalos.
As mutucas são moscas fortes, sem cerdas e que apresentam o corpo coberto de pê-
j los fmos. Compreende moscas que variam muito de tamanho de uma espécie para
) outra; algumas são do tamanho da mosca doméstica, enquanto outras podem atin-

) -126- -127-
.. ~

I,•.,.
.'
-----~(~,
(
(
r- Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
{
E ACAROLOGIA Mf.DlCA E VETERINÁRIA
(
\ ENTOMOLOGIA
. t A coloraçao
. mUI'to podendo ser pre-
- do corpo v a n a , .
h sou froxas
perfície da lama ou da água, que é o seu habitat l1atural.>_oJ1~l.e._se_!!l0ve vagarosa-
rnen~--'I.Umentando-se de outros artrópodes, como larvas de mosquitos, pequenos
(
gir até 2,5 cm de compnmen olho d . algumas espécies apresentam manc a
(.
\ a amarela, averme a a,
cws.táceos, laIVas de outras espécies de tabanídeos, como também de pequenos ane~
ta, cas tanh , lídeos..molu$cosL_~~c .., (ffie._capturam com suas poderosas mandlbulas. Algumas lar- (
no corpo. ~herbíVJ).Ias....A~ J~IVa;:qoª-ta,l:!~I<!i~-~o=êncontradas nas águâs· pouco pro-
fundas, na lama ou no solo úmido; nunca são encontnidãSriâs cõIeçõe"sde -iíguã~pro-­ (
fundas. Algumas poucas-espédeS-i>OSsúemlãiVisque se'ctes-êi-ivolvemem -büracõs'ae (
\I _ MORFOLOGIA áIVores, a vários metros acima do solo. Q.!lr~te o desenvolvimento laIVário, que du-
. do grandes olhos, via de regra . (
ra de uJ1l.JÚrês anos, há de_~!iliL~~stádios: Os caracteres das laIVas vâiiam-ccíín-
Cabeça larga, semelhante a;:rr;a t~!~t~~ ~~:~~ Em algumas espécies os olhos
as várias espécies; as laIVas maduras das menores espécies medem cerca de 6 mm ue {
h 1ó ticos no macho e cop d brilhante a púrpura.
gl:b~~iesc:nfcs com tonalidade variando de ver: o 30 artículo ou flagelo constituí- comprimento, enquanto as das maiores mutucas podem atingir até 5 cm de compri-
(
mento. Geralmente as laIVas são cilíndricas e constituídas de uma cabeça pequena,
sao 1Il0celos p:esentes ou ausentes. Antenassccoonsolid~das, de forma variável nos di-
- 's ou meno al·· . brilhan- bem distinta e retrátil, um tórax de três segmentos e um abdome de oito. Os pri- (
do de quatro a oito anelaçoes mal, maioria das espécies, uma s lencla meiros sete segmentos da região abdominal são providos de vários pares de protube-
• os A fronte apresenta, na {
ferentes gener . . odendo a- râncias que são os pseudópodos; o Bt? segmento dispõe de um tubo respiratório ou
d nominada calo. . d tadas para picar e sugar, P sifão respiratório e um par de estruturas papiliformes entre os quais se abre o ânus.
te, e A tromba é formada d: peças ~uc:s a :intes peças: um labro-epifaringe: es- (
resentar-se longa ou curta; e fo~a a. as :~a formar o canal alimentar; uma h~po­ A laIVa madura migra para as margens dos criadouros, onde a lama é mais se- {
~vado longitudinalmente na face mf~~ore~ toda a sua extensão pelo canal.sal1var : ca, quando então se transforma em pupa. Esta é semelhante à crisálida de borboleta,
faringe, em fonna de estilete, percom :ocadas uma sobre a outra; duas maxll~s, eu;
{
possuindo uma cápsula dura e quitinosa. O tamanho das pupas varia de 1/3 a 1/'2
dumand lbulas em forma de sabre, coo I maxilares formados de dOIS artl- (
as' ectlVOS pa pos , . d polegada de comprimento. O corpo da pupa é constituído de céfalo-tórax e abdome.
forma de lâminas largas, com os resp . . mente na face anterior. termman o em O período pupal é relativamente curto, oscilando entre poucos dias a duas semanas. {
culos; um lábio largo, escavado lon~l:uh~I:~rios canais finos, semelhantes às_ pseu~o. O imago abandona a pele pUPal através de uma fenda em forma de Y. Pouco
duas labelas ou paraglossas, nas ~ua~edouras As maxilas e as mandíbulas sao o~ ~~­ se sabe a respeito da fertilização das fêmeas; provavelmente a cópula se realiza nas (
traquéias existentes nas mo.scas am laterais, i'sto é, elas cortam como tesoura. a· proximidades dos criadouros. (
gãos perfurantes, com mov~entos xceto o labro-epifaringe. Os machos possuem Os adultos são grandes voadores, percorrendo vários quilômetros à procura de
b' serve de estojo às demaiS peças, e
alimentos. Os machos e as fêmeas se alimentam de substâncias doces obtidas de ve- (
w
mandíbulas. ,
W
. estreito do que a cabeça e o a om~.
M-~ _
O tórax via de regra, e mais
, possuem cmco
. células abertas postenores, chama
ar t as
getais. As fêmeas de muitas espécies necessitam de sangue de mamífero ou répteis
para o amadurecimento dos ovários. Nunca sugam aves. As mutucas são de baixa es· "-
dem apresentar manchas e semprt 1 ical e da célula discai, hexagonal. As c .1P r pecificidade, podendo sugar sangue de várias espécies de animais. {
uas células marginais, além da cé u a ap Os tabanídeos atacam o homem e outros animais durante o dia. Raramente
são bem desenvolvidas. . lodo que o tórax, possui sete segmentos bem
O abdome, geralmente maiS arg. .
penetram nas habitações humanas e nos abrigos dos animais domésticos. '{--
,. ' pouco dlstm ta. Os tabanídeos são moscas estacionais, sendo mais frequentes no início da es-
distintos. A genitáha externa e tação chuvosa e mais raras durante o período das secas. As moscas são ativas nos
dias quentes e ensolarados e sua ocorrência é maior de novembro a fevereiro, no "-(
Brasil. São moscas de larga distribuição geográfica, ocorrendo desde o nível do mar
III - BIOLOGIA d 50 a até lugares montanhosos de 2 a 3 mil metros de altitude, em uma grande quantidade
. . entre as numerosas espécies, sendo e de biótopos. Tanto ocorre em regiões de cerrado como de matas tropicais úmidas.
l
A quantidade de ovos vana ~u~to 80 150 ovos por postura. Os ovos medem (;.
700 . A espécie ChrysopS silaces poe e a f rma de torpedo ou charuto. O pe-
.
1 a 2 mm de compnmento , sa .
-o alongados e em o
oucos dias a uma semana. _ t
óodo de incubação em ger~ vana deaPfenda na casca do ovo, cai diretamente na su
A larva emerge atraves de um

-128 -
-129 -
'~" I
:1-
:l
I
)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MeDICA E VETERINÁRIA
)
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa J •
r) IV - CLASSIFICAÇÃO , ose O. Costa, PaUlo lide

,t A faml1ia Tabanidae inclui as seguintes subfamaias: Tabaninae, Chrysopinae


) e Pangoninae: As espécies de tabanídeos que picam o homem e os animais domésti-
cos no Brasil pertencem a vários gêneros, como: Tabanus, Chrysops, Fidena, etc.,
) dos quais o primeiro pertence à subfamaia Tabaninae, o segundo à Chrysopinae, e o
;) último à Pangoninae. b
Algumas espécies de Pangoninae são hematófagas mas amaioria alimenta-se de
) flores. O flagelo de Pangoninae é formado de seis a oito artículos; a probóscide é u-
iJ sualmente alongada e as labelas e os palpos são curtos. Em Chrysopinae o flagelo só
tem cinco artículos; a probóscide é curta e as labelas e os palpos são grandes. As
() moscas Chrysopinae e Pangoninae possuem espinhos na tíbia do 39 par de pernas,
I) enquanto nas Tabaninae estes espinhos são ausentes.
As moscas do gênero Tabanus são de tamanho médio ou grande, geralmente
) b
com asas claras, com antenas curtas, enquanto que as do gênero Chrysops são pe-
)
r, quenas, com asas manchadas e antenas relativamente longas.

c
() V - IMPORTANCIA

() As mutucas irritam os bovinos e equinos, impedindo que os animais pastem


(I sossegadamente. Na época das mutucas os animais são atacados por grande quantida-
de de moscas que além de provocarem uma picada dolorosa. causam um fluxo san-
() guíneo, às vezes considerável. FIG. 101
() Os tabanídeos, devido ao hábito de interromperem frequentemente as picadas,
9
I) podem transmitir, mecanicamente, germes patogênicos de um animal a outro.
FIG.100
As mutucas podem transmitir mecanicamente o Trypanosorna evansi, agente
( )
a
da surra, doença fatal, comum nos cavalos e cães na África e Ásia. Cerca de 25 espé-
r) cies de mutucas podem transmitir o T. evansi. No Brasil, as mutucas têm sido incri-
minadas como possíveis transmissoras do Trypanosorna equinum, agente do mal de
'( ) cadeiras. Nos Estados Unidos as mutucas transmitem a anaplasmose. FIG.loa
1
,) Alguns fllarídeos são normalmente veiculados por certas espécies de tabaní-
deos, nos quais se realiza o desenvolvimento dclico. Algumas espécies podem fun- FIG.l02
,I) cionar como veiculadoras de ovos da mosca berneira - Dermatobia hominis.

I;~j
FIGURA 99:
Na África, a fllária Loa loa é transmitida pelas mutucas do gênero Chrysops: Adulto de Taban .
FIGURA 100: UI Ip., a. nerVUra R4' b ' .
C silacea, C dimidiata e C. distinctipennis. Pert"1l da cabeça de Tabanid. ' . ,celUIa aplcal; c. nervura RS.
Nos Estados Unidos, a Francisella tularensis, agente da tularemia, é veiculada d - cllpeo' e láb"
rGftl
ae. a - tuberculo fron;
, - 10 Inferior ou bainh d
tal
"6'05505 (f); g _ maxil a a trompa teDlli b - Ocelos''co - Ih .
o,
pela Chrysops discalis; os rese.rvatórios naturais da infecção são roedores. As moscas
FIGURA 101: APos maxilares; I - epist~!; 7.a:~~~as;
I. }, - hjP~Caring:~~ol:::o~o~s _ p~:

r!,
transmitem a doença entre os roedores e dos roedores para o homem. e B - articulos ant . art culos antenais. P
FIGURA 102: enals de Catachloro s e Ch
Larva de Tabanidl"- a abd p rysops, respectivamente
e. 3.o segmento. -" ome'' b. ca beça; c. 1.o segmento· d 20 .
FIGURA 103: Pupo de Tabanidae. ' . . segmento;

.\~ -130 -
I~ à
tio'
~,
-131 -
----~~t},

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f)
rr Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide fi
MtDICA E VETERINÁRIA {
\i ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA
({
e ()
(I
({
({
(
FIG.10 4 (
a (
CAPITULO 9 (
a---->.' SUBORDEM CYCLORRHAPHA (,
{
I - CARACTERES {
FIG.106
Cabeça possuindo uma estrutura denominada lúnula, situada acima da inser- {
ção das antenas, no limite entre a fronte e a face, geralmente associada a duas sutu- {
ras laterais: suturas ptiliniais ou frontais. Antenas triarticuladas, tendo uma arista no
39 segmento com revestimento piloso variável ou nua. Aparelho bucal lambedor ou (
picador-sugador, com mandíbulas atrofiadas e maxilas representadas apenas pelos (
palpos unisegmentados; o lábio é bem desenvolvido, sendo rijo nas espécies hemató-
fagas e flexível nas demais, tendo um par de labelas apicais geralmente bem desen- <-
volvidas. Asas com venação relativamente simples, tendo poucas ramificações; o {
tronco das radiais tem no máximo três ramos e o tronco das medianas tem geralmen-
te dois. Célula discal via de regra presente. Abdomen robusto, com 4 a 5 segmentos l
visíveis e bem desenvolvidos, podendo haver a fusão dos dois tergitos basais; os de- {
mais segmentos são pequenos, constituindo um p6s-abdomen retraído, que pode se
extroverter durante a cópula e a ovoposição. A cabeça e o tórax podem ter cerdas li
bem desenvolvidas que recebem o nome de macroquetas.
Evolução com larvas vermiformes em 3 estádios, seguidos por uma fase de pu- '{.
-
FIG.107 pa, que se forma dentro de um pupário, resultante das modificações sofridas pela e-
. " . b - papila ce- xúvia da larva de 39 estádio. Os adultos emergem após romper uma linha de menor
, . d (Cychlorrhapha). a - es~u
. áculo respualO no , . .
. . e _ placa espu acular , resistência que circunda a parte anterior do pupário, removendo uma calota ou o-
\'
Larva de musCOl e. tral' d _ tubérculos anaiS,
FIGURA 104: fálica; c _ área esp~osa ven , pérculo e saindo pela abertura circular resultante. (>
f - espiráculo postenor. . ilas' b _ placa estigmática. Os ciclorrafos recebem a denominação vulgar de moscas, porém algumas espé-
Larva de muscóide vista postenor. a - ~.adP a ~ placa estigmática; b - espirácu-
cies mais importantes tem nomes diferenciais tais como: mosca dos estábulos, mos-
t'
,:,
FIGURA 105: . d larva de mUSCOl e.
FIGURA 106:
Espiráculo ~ostenor e
los' c - botâo.
'
"d
,. aberto de mUSCOI e.
Pupa e pupano
ca tsé-tsé, mosca varejeira, berne, etc. Esta subordem abrange os dípteros mais evo- '- :
FIGURA 107:
-133 -
-132 - '~1'
f
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
.... DlCA F VETERINÁRIA
ACAROLOGIA Me. . O mesonoto pode ter séries de macroquetas ou cerdas bem desenvolvidas (Sec-
ENTOMOLOGIA E I d' . -o Aschiza e divisão Schi-
. do constituída pe a lVlsa ção Calyptratae), que recebem denominações próprias de acordo com a sua localiza-
. dípteros superlores, sen ção (ex: dorso-centrais, pré-suturais, supra-alares, escutelares, etc.).
lUldos ou
zophora. No mesonoto podem ser encontradas faixas mais escuras, ou mesmo negras,
em número variável, geralmente 3 a 4, que ajudam na caracterização dos gêneros de
importância. Nos ângulos ântero-Iaterais do prescudo há um par de calos umerais
" - MORFOLOGIA d facetados Três ocelos seguidos por um par de escleritos, as notopleuras, que se estendem para trás, até pou-

O~:I~Ç~:~:~:~.e:r:~~~~ ~~~O~!~::~~s:u;:r;~~~~:~~o~c~:
co além do nível da sutura transversa. Nos ângulos látero-posteriores do escuto, há
1. Cabeçac; um par de calos pós-alares. Abaixo do escutelo há o pós-escutelo ou infra-escutelo,
situados na pia ' til"nal ou sutura frontal, t e n , Ab 'xo da fronte e que pode ser bem desenvolvido em algumas faml1ias (ex: Oestridae e Tachinidae).
baixo pela sutura P 1 , b o nome de lunula. al Na parte lateral do tórax dos Cyclorrhapha, as pleuras melhor evidenciadas
e em m forma de crescente, que re.ce. e d I t ralmente pelas bochechas ou ge-
são: mesopleura, esternopleura, pteropleura, hlpopleura e metapleura. No limite an-
:;~t:;: ;ela sutura ptilinal está a fa~e,;:l~:c~ ~h:mada área ptilinal na qu~ se ar- terior da mesopleura situa-se o espiráculo mesotorácico e no limite entre a metapleu-
nas. A sutura PtUin~:J.~::~~~~s::~as anten~s; antd~na~ ~~!~ ;~::auo;:~:rn~
As ra e a hlpopleura estão o espiráculo metatorácico. A presença ou ausência de pêlos
ticulam as antenas, _ e frontália a area me lana densos ou de uma fIla de fortes cerdas na hlpopleura, permite identificar algumas fa-
I mosas, etc .. Chama s ál' mllias de importância parasitológica; nos Muscidae a hlpopleura é nua ou tem pêlos
tes, glabra:ili~~; laterais à frontália estão as p~~afr~n~:~ias e mandíbulas, perman:-
finos e esparsos; nos Cuterebridae e Oestridae há pêlos longos, geralmente densos;
a sutur~ ~parelho bucal das ~oscas! ~::~~v~n~eri~r da cabeça apresen~m:s ~r~:e nos Sarcophagidae e Calliphoridae há uma fila de cerdas robustas. Na maioria dos
cendo porém os palpos max ares. ual se articulam os dois palpos m ar é for- Sarcophagidae há 4 cerdas em cada notopleura enquanto que nos Calliphoridae há
ção cônica, de~omiçn:sd~~~:i~o~Oa~st;tuídas
pelo haustelo. e 1~~e~:'r~s~~s~~~steIO
e apenas duas.
serve de base s pe..
do pelo labro-eplfannge, p
hl
ofaringe e lábio. Ao conJun
b
Asas - As nervuras alares são em menor número do que na maioria dos repre-
sentantes das demais subordens, tendo poucas ramificações; a disposição e orienta-
:~elas denomina-s; pr~b:~~~~:,Ot~p~o;I;~'a tromba é m.ol ede ~i~~~i~r~:scl~~:!: ção destas nervuras tem importância em sistemática. A 4l;! nervura longitudinal
Nas moscas am e a estrutura bilobada, denomma a da labela é a- (M 1+2) pode ser quase reta, ser encurvada em maior ou menor grau ou ter uma an-

speo;xJ:d:~~;::::;~~~ c~ama~a :e::~:~~:~~~o~:r:~::d;atuboS pseudo- gulosidade, com a extremidade distal podendo estar orientada em direção à extre-
midade da 3l;! nervura longitudinal (R4+5). fOrnlalldo uma célula estreitada perto da
de 30 canalS, mals d t alimentares.
travessada por cerca. os alimentos são introduzidos nos U?~ de minúsculos orifí- margem alar (Ex.: Musca) ou mesmo fechada antes na margem da asa (Ex.: Oestrus).
traque~s;!:~r::~seudotraque~ é perfur;~~!O~o~~~:::l~s líquidos e pequenas A 3~ e a 4l;! nervuras longitudinais podem ser praticamente retas, delimitando uma
célula aberta (Ex.: Fannia). A célula discal está quase sempre presente nos Cyc1or-
cios de três a quatro micros de d~an::~;~ ~~ redor da abertura bucal há u~au::~~~ rhapha.
partículas são levados ao canal al;;;: 10 dentes, que são os dentes prestomals, As pernas têm o 59 segmento do tarso com empódio em forma de cerda, la-
lhante a um anel conten
deado por um par de pulvilos e um par de unhas.
tura seme . geru' alimentos sólidos. b e' ríaida não retrátil, alonga-
a a mosca ln s a trom a Ir' alo
par Nas moscas picadoras, tipo ~tomoxz; rovidas de membrana pseudotraque :
3. Abdome - Os urômeros ou segmentos abdominais têm profundas modifica-
da, delgada e as I~bae:a~~od:e:~:~~;sa esei::e~te~. lábiOh~o;;;;: ~~~a~;~~;~
O ções morfológicas nos Cyclorrhapha, ao contrário dos Nematocera os quais possuem
porém cada uma e _ o labro-eplfarmge e o lp a maioria dos urômeros semelhantes entre si, com exceção dos últimos.
al oJ'am as peças picadoras
. _
que sao
al alimentar. Nos Cyc1orrhapha, os quatro ou cinco primeiros urômeros são bem desenvol-
nam pela justapoSlÇao, o can tOm o me. vidos e fortemente escIerosados constituindo o pré-abdomen; pode ocorrer a fusão
, d Diptera, e
demais subonlens e s- dos dois primeiros tergitos entre si constituindo uma peça única (o sintergito) que
2 T 6rax - Os Cyclorrhapha, como as rot6rax e o metatõrax. A su tura tr~ se alarga em direção à parte média do abdomen; a partir do 39 urômero, o pré-abdo-
. ·to mais desenvolvido do que o PC é udo) do escuto (escudo), po e
sotórax mUl . . o rescuto pr -esc men se estreita acentuadamente até o 59 segmento. Os cinco urômeros restantes são
versa do mesonoto, que dehmlta) P ausente (Secção Acalyptratae).
Secção Calyptratae ou
ser compIet a ( -135 -
-134 -
• 'r'<.

t,
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M:eDlCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. C • f
. osta, Jose O. Costa, Paulo lide
reduzidos, constituindo wn pós-abdomen, com segmentos progressivamente mais nores de imporr· . . (
estreitos e telescopados, isto é, retraídos uns dentro dos outros e ocultos dentro do ancla na Identificação das larvas· cad .
do por wn peritrema fortemente escIerosado '. a espIráculo é geralmente rodea- (
pré-abdomen. O pós-abdomen das fêmeas extroverte-se durante a postura, consti- to na parte ventral ao nível de wn e pIgmentado, que pode ser incomple-
tuindo um tubo ovopositor, bem como durante a cópula, quando tem participação d b - '
e otao. As fendas estigmátic
a pequena estrutu
od
. I
ra Clrcu ar que recebe o nome f
ativa na união das genitálias; nas fêmeas os escleritos do pós abdomen não têm dis- , as p em ser retas cu .
o numero de aberturas ou fendas em c d I ' . rvas ou smuosas; geralmente (
posição assimétrica, nem torções, como ocorre nos exemplares machos; a abertura da larva; desta forma as larvas do' 10 a táadi~ ac~ esplracular, coincide com o estádio
genital situa-se entre o 8Q e o 9Q esternitos e a abertura anal entre o 10Q tergito e o as d 20 . ' . es o têm apenas fi {
e . estádIO têm duas e as do 30 tA A wna enda em cada placa
10<:1 esternito. caracterizadas pelo fato de não te . em. tres. As larvas do 19 estádio também sã; f
Nos exemplares machos, o pós-abdomen é assimétrico em sua parte posterior . rem espIráculos ant .
por IStO denominadas de metapnêusti . I enores ou pro torácicos, sendo
(
devido à torção dos últimos urômeros e o deslocamento dos tergitos para a face ven- me de antipnêusticas, por terem eSPir~:i as arv~ do 2Qe 39 estádios recebem o no-
tral e dos esternitos para a região dorsal. No 6Q urômero inicia-se o deslocamento As larvas dos Cyclorrhapha r trê os ~~nores e posteriores. (
destes escleritos; no 7Qurômero a rotação é mais acentuada, com o espiráculo direi- O h 'b·· em s estadios antec d d J::
Saltos alimentares das larvas são . ' . ~ en o a lase de pupa. (
to e parte do tergito situados na face ventral; a inversão de posições se completa no fitófagas, fungívoras, predadoras ou ada ta: UltO v.anávels, podendo ser saprófagas.
8Q urômero, com o 8<:1 esternito situado dorsalmente, com o 8<:1 tergito geralmente homem e outros animais A m"'; p s a diversas formas de parasitismo do (
atrofiado. O 9Qurômero é considerado como o verdadeiro segmento genital dos ma- . A . ...or ou menor adapta - ã ·d
chos, com uma curvatura para a região ventral juntamente com o 1OQ urômero; des-
SU~lmportancia direta na Medicina Vete. ári ça~ VI a parasitária condiciona (
vasao de tecidos ou órgãos como condiç;n. ~,espe~l~ente com referência à in-
ta forma o 9Q tergito fica voltado para a parte posterior ou para a parte ventral do to. o ln spensavel para o seu desenvolvimen_ (
abdomen. O estudo das partes componentes do 9Q urômero tem grande importância
na sistemática especializada dos Cyclorrhapha, porém devido a sua complexidade e (
5. Pupas - Nos Cyclorrhapha a u '
às fmalidades deste livro, estes aspectos não serão abordados. larvar, a qual se torna endurecida e C!t~aí;sta cont.id~ na pele do úJtimo estádio {
denominada pupário. a a, constItUIndo Uma carapaça externa
4. Larvas - As larvas são vermiformes, ápodes, com cabeça vestigial ("acéfa- (
las") constituindo um pseudo-céfalo. O corpo é cilindróide com a extremidade ante- O pupário é geralmente ovóide ou em fornl .
cura e sendo desprovido de mobilid d
N a e.
a de barril, tendo pigmentação es- (
rior afIlada ou cônica, do tórax até o pseudo-céfalo; há um alargamento progressivo
A o pupário podem ser vistos res uí· d . {,
em direção à parte posterior, a qual é obliquamente truncada. Entretanto há notá- genero Musca a comunicação com o ~ é c~o.s os eS~lráculos da larva, sendo que no
veis variações no formato do corpo entre as espécies de importância médico-veteri- cuJos pupais, em forma de projeções situa~lta por Intermédio de um par de espirá- (
nária como nos gêneros Fannia e Dermatobill. As larvas têm geralmente 12 segmen- tros gêneros podem existir estruturas ~im.l as en~re o 5ge o 69 segmentos. Em ou-
tos, incluindo o pseudo-céfalo e o segmento anal. A cutícula torácica e abdominal é Ao completar o amadu. I a~es, maIs proeminentes.
(
geralmente revestida de espinhos ao longo de áreas ou faixas transversais. . fi rec1lTIento o 1ITIag ~
In ando o saco ptilineal (Schizophora) ou ,r o orça a parte anterior do pupário (
Na região anterior há um esqueleto céfalo-faringeano interno, constituido de locando uma estrutura em forma de calota I~etamente com a cabcç~ (Aschiza) des-
escleritos. Os escleritos anteriores são denominados de ganchos bucais ou orais, ten- , satndo pela abertura circular resultante.
(
do a forma de garras com as extremidades agudas expostas na face ventral do pseu-
do-céfalo. Os ganchos bucais se articulam com um esclerito intermediário o qual se
III -/MPORTANC/A DOS CYCLORRHAPHA
'-
une a um grande esclerito faringeano, constituído de duas lamelas laterais, unidas '''-
ventralmente. Na extremidade anterior do 1Q segmento, ou pseudo-céfalo, há um
par de antenas reduzidas, um par de pequenos palpos maxilares e um par de tubér-
culos óticos.
A importância médico-veterinária do .
um dos seguintes aspectos: s clclorrafos pode estar relacionada Com
l
,.
O 2<:1 segmento (protórax), nas larvas de 2Q e 3<:1 estádio, tem Um par de espirá-
culos laterais, semelhantes a tubérculos, com projeções que terminam em aberturas
espiraculares.
~a superfície truncada do último segmento, há wn par de espiráculos poste-
I. Transmissão mecânica de doenças
i' ::sp~.dedirosintermediários de espécies parasitas
. pOda ores e agentes irritantes
4. Agentes etiolÓgicos de miíases. (
,
("

-136 -
- 137- ,.
"

'.
,;;'i.,'
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MeDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M A C . .
Farm1ia MUSCIDAE . . os ta, Jose O. Costa, Paulo lide

I - CARACTERES

Calíptras e peças bucais bem desenvolvidas do tipo lambedor ou do tipo pica-


dor-sugador; hipopleura sem cerdas fortes abaixo do espiráculo, podcndo tcr pêlos
esparsos; 4~ nervura longitudinal (M I +2) podendo ser muito ou pouco encurvada
em direção à 3~ nervura (R4+5) delimitando uma célula com maior ou menor aber-
tura ao nível da margem alar; arista, via de regra, plumosa até a extremidade distal,
porém sem cerdas bifurcadas. Machos e fêmeas, são dicópticos, porém as fêmeas a-
presentam maior afastamento entre os olhos.

Gênero MUSCA

Musca domestica

1- CARACTERES
F IG.108
o gênero Musca inclui a M. domestica, cosmopolita, encontrada nas residên- FIGURA 108:
cias, estábulos, pocilgas, no lixo, etc. Apresenta arista plumosa, com cerdas longas; Adulto de Musca domestica.
aparelho bucal do tipo lambedor com probóscide robusta e mole; olhos glabros; tó-
rax cinza-amarelado a cinza-escuro, apresentando quatro estrias longitudinais pre-
tas, paralelas, no mesonoto; asas com a nervura MI + 2 formando uma angulosidade
semelhante a um cotovelo; abdome amarelado, com uma faixa mediana longitudinal
pedículo _
negra, no dorso, que se torna difusa ao nível do 4q segmento. Os pulvilos tarsais são
providos de grande quantidade de pêlos glandulares que secretam uma substância
que mantém os pulvilos constantemente úmidos, o que facilita a aderência das mos- B
cas nos lugares onde frequentam. Os adultos medem 6 a 9 mm de comprimento.
Larvas com a extremidade posterior lisa, sem papilas; espiráculos posteriores com a-
berturas sinuosas.
<Hlsta

II - BIOLOGIA

Os insetos adultos amadurecem em dois dias após emergirem do pupário. A


c
fêmea emite um odor sexual para atrair o macho. Para copular a fêmea projeta o 0- FIG.109
vipositor encurvando-o de encontro à abertura genital do macho, onde as peças da
genitália se fIxam entre si. A cópula dura até vários minutos e a postura se realiza
quatro dias após.
A evolução da Musca domestica depende muito das condições do clima, prin- FIGURA 109:
Tipos de antenas. a - sarcophagida . b
e, - Stomoxys; c - MU$ca.
-138 -
- 139 -
W{

(
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide (
OGIA E ACAROLOGIA M'E.DICA E VETERINÁRIA {
ENTOMOL cipalmente da temperatura. As fêmeas, fazem as posturas parceladas de 75 a 150 o-
vos de cada vez, em lugares claros totalizando 500 a 800 ovos, que são depositados f
sobre qualquer matéria orgânica fermentável, como lixo, fezes, etc. As fêmeas pro-
curam os locais apropriados para a postura, usando os órgãos olfativos situados nas (
antenas. Os ovos são brancos, ovóides e medem aproximadamente 1 mm de compri- t
mento. As moscas preferem fazer as posturas em fezes recentes de cavalos, princi-
\ palmente quando misturadas com urina e feno de capim. Elas evitam realizar postu-
ras em fezes no processo de fermentação. As fezes de suínos são atrativas para as
f
(
\ moscas até uma semana. Nas zonas tropicais e subtropicais as moscas desenvolvem-
(
se durante todo o ano, mas são mais frequentes nos meses mais quentes_ Nas zonas
temperadas a criação é interrompida no inverno, com sobrevivência das larvas e pu- (
pas no estrume.
Nas condições naturais o período de incubação é de 24 horas; à temperatura
(
de 25 a 350C a incubação é reduzida para 8 a 12 horas; à temperatura de 23 a 260C (
o período de incubação atinge três a quatro dias.
Quando as condições são favoráveis o período total dos três estágios larvários
{
dura cinco a oito dias; nos meses mais frios das regiões de clima quente, a duração (
dos estádios larvários pode prolongar-se por várias semanas. Nas fezes de cavalo ou
{
de porco, em condições favoráveis, a duração dos estágios larvários é de uma sema-
Adulto de Stomoxys calcitrans.
FIGURA 110: na; em fezes humanas é de duas semanas e no lixo é de três semanas. A larva do 1q (
estádio mede cerca de 2 mm de comprimento. Cada espiráculo do terceiro estádio
{
consiste de um anel quitinoso incluindo três fendas estigmáticas sinuosas. As larvas
são brancas, ativas e dotadas de heliotaxia negativa. Após terem atingido seu desen- {
volvimento máximo, as larvas do terceiro estádio medem de 10 a 14 mm de compri-
(
mento, dependendo da natureza e da quantidade dos alimentos e da densidade po-
pulacional. Após a 3~muda e pouco antes de puparem, as larvas abandonam a maté- (
ria orgânica e tentam penetrar na terra. O pupário, que a princípio é amarelado, tor-
(
na-se vermelho-tijolo, mais tarde. O período pupal, nas condições naturais de clima
tropical, pode durar de 14 a 28 dias ou mais; no verão, se as condições são favorá- {
veis, dura somente quatro a cinco dias.
As moscas adultas, que são atraídas por certos odores, ingerem uma grande
{
variedade de substâncias orgânicas, de origem animal ou vegetai, incluindo alimentos {
humanos, principalmente os açucarados. Os alimentos sólidos são previamente amo-
lecidos e fluidificados pela saliva e pela regurgitação de algumas gotas de alimentos
diluídos contido no papo. Gotas de líquidos são vagarosamente expelidas e ingeridas
'-(
várias vezes até que as partículas alimentares possam penetrar nas fmas pseudotra-
quéias das labelas. O alimento estocado no papo, depois reflui para a parte anterior l

FIGURA 111: Aparelho


FIG.lll

bucal de Stomoxys. a - o o,
. . f _ clípeo; g - antena.
. f . ge' d - labro;
lh . b - lábio; c - hlpo ann ,
do tubo digestivo, desce para o pro-ventrículo, daí chegando ao intestino médio, on-
de ocorre a absorção dos nutrientes.
As moscas estão sempre procurando alimentos, daí defecarem constantemen-
te, às vezes, com intervalo de cinco minutos. Frequentemente gotas de líquidos se
"'-
(
e - palpos maxilares,

-141 -
( "
-140- ~-'

t'
,. y-
.~

\ -, ENTOMOLOGIA E AC
AR OLOGIA Mf.DICA E VETERINÁRIA
. 1 IV - COMBATE ÀS MOSCAS
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

,1 . erfície de pouso. A marca desta regurglta-


desprendem da probósclde e cae: i: : : :pelas fezes, são facilmente observadas nos
O combate às moscas pode ser dirigido contra os insetos adultos ou contra o
ção, juntamente com as marcas or- desenvolvimento das larvas nos criadouros.
locais onde as mosca:' po~s~áb't s diurnos; à noite repousam nas paredes e .nos f
As M. domestica tem . I o _ ais fre uentes no verão e na pnmavera,
ros das residências e dos estabulos: S.aoo: rrem ~rante todo o ano. O inseto.adul- 1. Controle das Moscas Adultas - O mais eficiente método de matar as mos-
os climas tropicais e sub-troplcals ses mais frios vive muito mais. As cas adultas consiste em aspergir nas paredes e locais, onde elas costumam pousar.
mas n d ês mas noS me . com preparados à base de DDT, Diazinon, Malation e outros produtos clorados e
to no verão, vive cerca e um m , . vários quilómetros dos cnadouros,
, d 'grar para lugares distantes a fosforados.
moscas po em mi . A adição de piretro aos clorados e fosforados confere aos preparados uma po-
voando seis milhas em 24 hocras .. 1 de ovo a adulto é de nove dias e meio: a 160C
derosa ação fulminante contra as moscas.
Segundo Herm s, a 30
0 • o CIC o
,
Nos estábulos e outros abrigos de animais são recomendados cordões de algo-
dura 44 a 48 dias. sca ode dar oito a dez gerações no ve-
Howard (1917) estimou q~e uma m0 8a g~ração. Hodge (1911) calculou que dão absorvente, impregnados com alguns dos inseticidas clorados ou fosforados,
00 ilhoes após a . . d 191 pendurados nos tetos; à noite as moscas que são atraídas por estes cordões, entram
rão resultando 1.875.0 m b '1 dariam uma população avaha a em
du;s moscas, começando a postura e~ a r~ As causas da grande mortalidade na na- em contato com os inseticidas e morrem. Para a impregnação dos cordões, são reco-
bilhões em agosto, caso todas sobrevlVess~ . tante é'a quantidade de alimento. As mendados os fosforados misturados ao querozene na razão de 10 para 100; os clora-
. d Um fator tropor . . dos podem ser recomendados em mistura com xileno ou querozene a 25%. A mistu-
tureza são pouco conhecI as. . _ 'tas das quais morrem antes de atmgl-
larvas competem para obter altroentaçao, mm ra do inseticida com açúcar na proporção de 1:20, aumenta a eficiência do produto.
Para cada 30 metros quadrados de área de piso, dependurar 10 metros de cordão
rem a maturação.
impregnado de inseticida de contato.

2. Destruição das larvas - Para se evitar os criadouros de moscas, o lixo e as


\II - IMPORTÂNCIA
. . fezes dos animais devem ser transportados periodicamente para locais previamente
vários microrganIsmOS pa togênicos nas pa-
_ preparados e tratados, de modo a tomá-los impróprios ao desenvolvimento das lar-
A M. domestica pode transpor,tar I 'tação ou pelas fezes. Elas sao
expulsa-los pe a regurgl 'f'd di vas. Isto pode ser conseguido através de uma das seguintes maneiras:
tas no corpo, na trom ba, ou . . d'. d febres tifóides e paratl Ól e, -
, . t tes dlssemma oras as . \.. a) Espalhar as fezes em camadas delgadas sobre o solo, para permitir plena in·
consideradas como Impor ru; 1 I 'tico mastite bovina, conjuntivite, po lOmle-
solação.
senteria bacilar, cólera, carbuncu o lema ,
b) Método biotérmico - Empilhar as fezes compactamente para permitir fero
lite, etC. . . veicular cistos de muitos protozoários, como ~s da
A mosca domestica pode alé d formas vegetativas de Trzcho- mentação e alta temperatura, destinada a matar os ovos e as larvas. Este método é
. [" G' dia etc. m e . mais aconselhado para fezes de cavalos, porque fermentam mais rapidamente e pro-
Entamoeba histolytlca, E. co I, lar 'd transportar ovos dos seguintes helmm-
d as moscas po em . N ca duz alta temperatura. As fezes de suínos não fermentam tão rapidamente. As larvas
monas. Do mesmo mo o, . H diminuta, Dipylidium canznum, e -
tos: Taenia solium, T. hydatlgenIl, .H. nana, . que se desenvolvem na superfície das pilhas podem ser destruídas por produtos quí-
. A lostoma canmum, etc. I . t . Choa- micos, tais como: Bórax - 250 g por metro cúbico de esterco, distribuído sobre a
tor amerzcanus, ncy .' diária dos seguintes he mm os.
A Musca domestica é hospedelIa mtermH . e toma II mevastoma, Raillie- superfície das pilhas que deve ser, em seguida, umedecida.
uscae mlcros " o'
DDT - Aspergir sobre as pilhas de fezes na proporção de 1/2 litro de um pre-
notaenw . I'njiundibulum ' Habronema m "
tina tetragona, R. cestioillus, etc. E t d s Unidos por Cox & cols. (1912) demons- parado a 1% para cada metro quadrado de superfície.
Experimentos executados nos. s a o 't"as as moscas podem veicular de 21 c) Estrumeiras - Sob a forma de cubas apropriadas, protegidas contra as mos-
. d b s condições sam arl .á. cas, tais como a cuba de Beccari.
traram que nas cidades . e oa de cidades de más condições samt nas
a 100 mil bactérias, enquanto que mosbcas é . d) Armadilhas - O tipo de Baber consiste em quatro compartimentos, de piso
il a 500 milhões de act nas. cimentado, cercados de tela de arame grosso, destinando-se cada um a receber fezes
transportam 800 m
de uma semana. Ao redor do piso de cada compartimento há uma pequena vala COrl-

-143 -
-142 -
()
()
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. COSla, José O. Costa, Paulo lide (/
OLOGIA E ACAROLOGIA M~DlCA E VETERINÁRIA
Gênero STOMOXYS (~
ENTOM d" . das larvas das moscas
, d 'b eado na ten encm (,
te ndo líquido larvicida. Este meto o ede afsermentação para penetrarem nO sol°alPara Stomoxys calcitrans
f s em processo m nas v as e
em abandonarem as eze am das pilhas de fezes para puparem, cae nsequên- f,
Puparem.. Asa larvas, que escap m no interior das pilhas morrem em co
morrem, e q
uelas que permanecere
- - colo
1- CARACTERES
f
. do calor da fermentaçao.
Cla . d dilhas como a
de Hutchison na qual as fezes sao
' . tad s de
-
Corpo escuro, revestido de polinosidade acinzentada, tendo quatro faixas lon- (
Há outros tIpOS e arma locadas sobre tanques cIfien o,
gitudinais castanho~scuras no mesonoto e três manchas da mesma cor nos tergitos
cadas em platafonnas de ~unddo ltíela~doO' ~~ntendo substâncias larvicidas. As larvas, (
II e III do abdomen, sendo que a mancha mediana está na margem basal e as laterais
lO de profun dI'dade, cheios e qUI I - morrem. estão perto da margem distal de cada esc1erito. Tem 5 a 6 mm de comprimento e as- (
cm am das pilhas de fezes, caem na so uçao e ' 1'ncorporação de insetici-
que escap . " . os _ consiste na semelha-se à Musca domestica, porém tem aparelho bucal picador-sugador com a {
, de inseticidas slstemlc s impróprias ao desen-
e) Emprego
l"
. .' fIfi de tornar as leze , . tromba longa, adelgaçando da base para a ponta, sendo rija, com labelas pequenas,
das na ração ou na água dos anIfialS, a s mais romissores, encontram-se os varlOS
armadas com dentículos pré-estomais. A arista é pilosa em um dos lados (pectina- {
volvimento das larvas das moscas. ~ntr~o~to na lose de 44 ppm na ração ou 22 ppm
ostos organo-fosforados. O dIfie f d galinha sem aparentemente afetar a
da) e os palpos são delgados e curtos. O lábio, representado principalmente pelo {
comp . - de larvas nas ezes e , mento, abriga no interior do canal labial o labroepifaringe e o hipofaringe. Os pal-
na água impede a cnaçao pos são relativamente curtos e delgados. As asas são semelhantes às de Muscina, com
(
saúde das aves. a nervura MI + 2 encurvada, sem formar um cotovelo como em Musca. (
É conhecida vulgarmente como mosca dos estábulos ou mosca das cavalariças.
Gênero SYN1HESIOMYIA
{
(
Syntlzesivmyia Iludiseta II - BIOLOGIA
(
Após copularem, as moscas voam à procura de alimento. Tanto os machos co- {
1_ CARACTERES . .
revestido de pohnosldade mo as fêmeas são hematófagos, sugando todas as espécies de animais domésticos,
. 1 b dor Corpo escuro, 1d preferivelmente cavalos; ataca também o homem. Via de regra, são mais ativas pela
(,
Aparelho bucal é do t1~O am e. d'ais retas no mesonoto como em ~. 0-
manhã e à tardinha; durante o dia são vistas pousadas nas paredes externas e nos (
. tada tendo quatro faixas 10ngItu fi p d extremidade posterior amare-
aCfizen, abdomen axadrezado, ten o a . . mourões das cercas. Nos dias quentes as moscas sugam várias vezes por dia, mas
mestiCil. porém com o . 'ência de cerdas lllpopleurals. {
quando a temperatura é mais baixa, o intervalo entre as picadas é maior. A sucção,
lada. Difere dos Sarc~phagld.a~ pela auS al os amarelo-alaranjados; Nervura MI + 2
Muscidae de ansta nua, anten~ e. pd: a costa antes do ápice da asa. Nervura
que é dolorosa, dura três a quatro minutos. t
As fêmeas realizam as posturas em restos vegetais em decomposição, nas fezes
fortemente curvada para ~ frente, atmgInd asa. A mosca adulta mede cerca de 10

an
al longa mas não atingindo a margem a
. t . al em putrefa-
humanas e nas de outros animais. Elas preferem as fezes de cavalos, principalmente
quando misturadas com feno e urina. Em algumas zonas agrícolas as moscas reali-
'-{.l
mm de compnmen o. téria orgânica vegetal ou anIfi " . zam as posturas sob cascas de café e palhadas de arroz.
As larvas desenvolvem-se em ma _
tres semanas, em
condições favoravels. Larvas
d' or Os ovos, semelhantes aos de Musca domestica, são postos em massas de 25 a
(:
ão O ciclo evolutivo re al Iza-se em
o

., s secundárias. Não tem gran e Imp -


ç. , . J'á foram encontradas em mllase 50 de cada vez, totalizando cerca de 800 por fêmea. Os ovos medem cerca de I mm (/
desta especle de comprimento e têm uma coloração branco amarelada. As fêmeas realizam cerca
tãncia médica.
de três períodos de posturas. Antes de cada postura as fêmeas sugam três ou mais l)
vezes. {/
O período de incubação dura de um a quatro dias, na época mais quente, po-
(;
dendo se prolongar nos meses de temperatura mais baixa. No verão, em presença de
bastante alimento e umidade as larvas amadurecem entre onze e trinta dias. As lar-
'-
-145 -
ti'
-144 - ~j)~

~'
)
) ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
) Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa José O C
vas maduras medem 11 a 12 mm de comprimento com os dois espiráculos posterio- ' . osta, Paulo lide
) res pequenos, bem separados e com as fendas estigmáticas fortemente sinuosas. O tOxicloro a 0,5 ou 1%.
) pupário, que mede 5 a 6 mm de comprimento, é oval, castanho e ligeiramente acha- Os melhores resultados são obtidos atr '
tado numa extremidade. Geralmente as larvas maduras procuram os lugares mais se- e de todas as construções rurais com DO aves .de aspersão das paredes das casas
) ou fosforados. T, MalatlOn ou outros inseticidas clorados
cos dos criadouros para puparem. O período pupal é de seis a vinte dias no verão.
) As fêmeas iniciam a oviposição nove dias após terem abandonado o pupário.
Nos países de clima temperado as larvas e as pupas hibernam durante os me-
)
ses mais frios do ano. Nos climas tropicais e subtropicais as moscas ocorrem duran- Gênero NElVAMYIA
) te todo o ano, sendo, porém, mais frequentes no verão.
A evolução completa de ovo a adulto dura de vinte a trinta dias em condições Neivamyia flavicornis
)
naturais e favoráveis. A mosca adulta vive três a quatro semanas no verão e três a (= N. Iutzi)
) quatro meses na época de temperatura mais baixa.
1- CARACTERES
) A S. calcitrans raramente penetra nas habitações; prefere lugares mais claros e
não é inclinada a percorrer longas distâncias.
) Aparelho bucal picador semelhant
gos, mais ou menos do mesm; com' e ao da S. calcitrans; palpos maxilares lon-
) p~é-escudo amarelado, Com duas f!nmento da tromba; arista pilosa nos dois lados'
III - IMPORTÂNCIA
) diana mais pálida; nervura MI + 2 co:.s castanhas, estreitas, submedianas e uma me:
1. Hospedeira intermediária - A S. calcitrans é h<;>spedeira intenuediária dos abdome castanho-escuro; patas escuras. uma curvatura semelhante ã de S. calcitrans;
)
seguintes helmintos: Selaria cervi, Habronema microstoma e Echinolepis carioca.
ii" JJI
'ii!.
2. Transmissora - A mosca, mecanicamente, pode transmitir o Trypanosoma
1/ - BIOLOGIA
) evansi, o Baci/lus anlhracis, o vírus da anemia infecciosa dos equinos, o Anaplasma,
etc. A S. calcitrans é uma das principais veiculadoras de ovos da mosca berneira.
) 3. Ação irritante - Quando as moscas ocorrem em grande quantidade podem Os ovos são depositados nas fezes de
ve a dez horas; o período larvário va' d cavalos. O período de incubação é de no
) irritar os animais, provocando queda de produção leiteira em bovinos da ordem de
10%. No Triângulo Mineiro, as moscas aparecem em enorme quantidade atacando pupam e, após seis a sete dias os adultna e nove a dez dias. As larvas amadureCida;
s. )I
~ bovinos, o que tem sido objeto de preocupação dos fazendeiros. Fenômenos seme-
, os emergem do pupário.
':~ lhantes verificam-se na zona do Rio Doce. No Triângulo, provavelmente, as moscas
III - IMPORTÂNCIA
desenvolvem-se nas palhadas de arroz.
)
) Além de picarem os animais as mosc _
IV-COMBATE tantes veiculadores dos ovos da ~osca b as ~o consideradas entre os mais impor-
das moscas capturadas em Angra dos Rei:rn;,lra. Segund~ Pinto & Lopes, 18,01%
••
I:
o combate às moscas deve visar preferentemente os lugares onde as larvas se ~am ovos da Dermatobia hominis As mo ' stado do Rio de Janeiro, transporta-
desenvolvem, como as fezes de cavalos, as camas de feno, as palhadas de arroz, casca e. Os machos e as fêmeas são he~atófag~~.as preferem sugar cavalos, ao cair da tar-
de café, etc. Todo este material poderá ser queimado ou enterrado.
A aspersão dos animais, com produtos à base de DDT, não dá resultados efi-
~ À
cientes. O DDT deve ser empregado sob a fonua de emulsão ou suspensão a 1%, na
~' proporção de um galão para 30m 2 de superfície.
$) Nos animais podem ser aplicadas aspersões à base de lindane a 0,25 ou 0,50%
ou metoxicloro a 2,5%. As vacas leiteiras não devem ser tratadas, a não ser com me·

-' -146 -
-147 -

,/
I
(
(I
~oacyr G r·reltas. Hého M.A Costa. Jo,e. O. COSia, Paulo lide
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf.DICA E VETERINÁRIA
círculoerráticas.
voltas ao redor de objetos dependurados n os tetos, e frequentemente realizando f.
Gênero MUSCINA {
~ mais abundante no meio rural ' e speclalmente
de aves. . nas proximidades dos abrigos
Muscina stabulans (
(
I _ CARACTERES II - BIOLOGIA (
Muscidae com aparelho bucal tipo lambedor; antenas com os dois primeiros (
artículos e a base do terceiro de coloração vermelha; com a nervura MI + 2 curvando- , As moscas criam-se em várias matérias or . .
rem preferência para fezes de gall.nl g~lIllcas em decomposição.
la, para a oVlposiçã .
As fêmeas
(
se para a margem anterior da asa; arista pilosa; nervura anterior terminando antes da das pe1o forte cheiro de anlônia. o, possivelmente sendo atraí-
margem posterior da asa; corpo escuro coberto por penugem acinzentada; tórax (
Os ovos medem cerca de I mm d
ca. Possui dois pares de proieço-es lat e ~ompnmento. A larva é muito caracterÍsti-
com duas faixas longitudinais escuras medianas, tendo de cada lado uma faixa pou- .
co distinta; abdome inteiramente escuro ou avermelhado lateralmente. Semelhante t . J er31S e um par de . - . (
es a grandes espinhos com ram'fi _ proJcçoes dorsaiS, semelhan-
à mosca doméstica, porém é mais robusta e maior, medindo cerca de 8 mm de com- , I Icaçoes espinllO b
par de projeções, dirigidas para a f t . sas na ase; no protórax só há um {
ren e, sem espmho b .
primento. antenas; no mesa tórax há apenas 1 s asais, assemelhando-se a duas
(
par dorsal com a base espinhosa' ~: .ft~ ateral semelhante ao do protórax e um
pro~e?ões laterais e um par post~riOr.uEs~~ se~ento ab~ominal há dois pares de {
especles do gênero Fannia pod d proJeções vanam de forma nas diversas
II - BIOLOGIA ' en o ser achatadas . (
tua dores e permitindo o desenvolvo t e pectinadas, atuando como flu-
A mosca faz posturas nos tecidos vegetais e animais em putrefação, nas fezes, ce dorsal do último segmento t~en o das larvas em meios semi-Iíquidos Na fa {
etc., podendo penetrar nas habitações humanas e deixar ovos nos alimentos. Cada . • es ao os espirácul . . . -
proemmencias. O pupário é form d d os postenores, situados em duas {;
O ciclo completo pode ser re:i~ad:~~{:a d.o 3<? estádio larvário.
fêmea põe 140 a 200 ovos em grupos de oito a dez. O período de incubação é rápi-
do, dependendo da temperatura e da umidade. As larvas amadurecem entre quinze Larvas de F. canü.lIlaris te'.d mes, à temperatura de cerca de 27oC. ()
a vinte e cinco dias, quando medem 12 a 18 mm de comprimento por 5 a 6 de largu- ., . m SI o encontradas ..
aViariaS modernos as moscas provocam· t .. em muases secundárias. Nos (,
m ranquihdade para as aves.
ra. A M. stabulans é frequente nos Estados do Sul do Brasil, podendo provocar (,
miíases intestinais e miíases secundárias cutâneas.
FamI1ia CALLIPHORIDAE {

Gênero F ANNIA , - CARACTERES '-


{\
Fannia canicularis De um modo geral estes dípteros têm colo - (I
cos, azulados, violáceos, esverdeados ou cú ra?ao. escura, com reflexos metáli-
noto podendo ter ou não, três faixas ret reo~, pr~nclpa1mente no abdome. Meso-
1_ CARACTERES terem uma fila de cerdas fortes n h~ ~ ongIt~dmais. Diferem dos Muscidae por l'
loração metálica, sem manchas ax:dr IpodP eura. DIferem dos Sarcophagidae pela co- (',
Distintamente menor do que a Musca domestica, medindo 6 a 7 mm de com- das no top i ' raramente três. Naseza
euraIS, as no
larvas osabdome
., e por t erem apenas duas cer- ti
primento; aparelho bucal do tipo lambedor; prob6scide curta; arista nua; tórax oom tuados em depressões como ocorre S esptraculos posteriores não estão si-
três faixas castanhas; 4~ nervura (Ml + 2) alar curva, ligeiramente; corpo na maior par- (J
r e'.tconvergmdo
as' _ ' as fien das espiraculares são
nos _ arcophagidae·
ligeiramente em dire
ra a .lmha mediana da parte posterior d~a~t: botao e apontando obliquamente pa-
te escuro mas com o abdome mais ou menoS amarelo; a coloração amarela é mais
pronunciada no macho, sendo representada por três ou quatro manchas. t:
volVIdas; peças bucais distintas, desenvolvidas o;egmento da larva. Calíptras desen-
Depois da M. domestica é a mosca mais frequentemente encontrada no inte- ,a aptadas para lamber; arista plumo-
rior das residências humanas. O vôo da F. canicularis é característico, voando em
f
~,.
- 149-
-148 - ti
{
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
M~DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA
, 'imo do á ice· hipopleura com cerdas dis-
1 As fêmeas só realizam posturas nos bordos de ferimentos recentes de pele dos ani-
sa com pêlos longos estendendo-se .ate prox . tório. ~ervura alar M1 +2 desviada
mais de sangue quente. Todos os animais domésticos e o homem são atacados pela
b · do espuáculo respua , 'I 1 mosca, que nunca deposita ovos em tecidos necrosados.
postas em fIleiras, a alXO ando um cotovelo, sem fechar entretanto a ce u a As moscas adultas podem voar até uma distância de 11 milhas em 24 horas.
abruptamente para a fre~te: form cerdas salvo nas extremidades; compreende mos- As fêmeas põem de dez a 393 ovos de cada vez, nas margens das feridas, nas escaras
apical· segmentos abdommals sem 'd azUI·S principalmente no abdome.
, fi tálicos ver es o u , . Pha dos ferimentos ou nos coágulos sanguíneos. O período de incubação varia de onze a
cas robustas, com re exOS me,.. tantes para o Brasil: CochliomyUI e e-
Há dois gêneros com especles unpor vinte e uma horas nas condições naturais. Imediatamente as larvas penetram nos te-
cidos dos animais e iniciam a alimentação, conservando, porém, os espiráculos volta-
nicia. dos para fora, em contato com o ar. O crescimento das larvas é rápido, amadurecen-
do em quatro a oito dias após duas ecdises. As larvas maduras caem no solo e trans-
Gênero COCHLlOMYIA formam-se em pupas. No verão o período pupal pode ser completado em sete dias,
mas no inverno pode durar até cerca de dois meses. As moscas adultas só iniciam a
postura cinco a dez dias após terem saído do pupário; no cativeiro as moscas adultlfi
I - CARACTERES .
podem viver até 65 dias.
nh médio coloração metálica variando do
As espécies deste gênero têm tama o d' d A cabeça (exceto os olhos), Geralmente as posturas se realizam em intervalos de quatro dias, totalizando
t ou ao azul esver ea o. . d d cerca de 2.800 ovos. O tempo médio necessário ao desenvolvimento, de ovo a ovo,
verde escuro ao verde brilhan e . d d al anJ·ado ao amarelo. DIfere os e-
t antenas vanan o o ar 3f . é de 21 a 24 dias, quando as condições são favoráveis.
os palpos e ger aIm en e a s , nrformes e o mesonoto com al-
mais gêneros da família por ter palpos curtos e I
xas longitudinais pretas. .. • . om larvas produtoras de miíases:
Tem duas espécies de maIOr unportancIa c III-IMPORTÂNCIA

C. hominivorax e C. mace/laria.
As larvas do C. hominivorax parasitam obrigatoriamente tecidos vivos (biontó-
fagas), alojando-se em ferimentos recentes ou áreas abertas por atos cirúrgicos e não
Cochliomyia hominivorax protegidas adequadamente durante a cicatrização. Desta forma instala-se no ho-
mem e animais domésticos uma miíase primária, geralmente do tipo cutâneo; às ve-
zes as larvas podem invadir aberturas naturais do corpo, originando miíases cavitá-
I _ CARACTERES
rias de diversos tipos (nasal, ocular, auricular, oral, vaginal, anal, etc.). Quando há
tora de miíases na América, ocorrendo des-
~ a mais importante mosca produ d Chile As moscas adultas medem 8 ala
grande número de larvas e dependendo da localização, uma miíase cutânea pode o-
de o Sul dos Estados Unidos até o No~te 0tá!. ·om tonalidade verde-azulado. Ca-
riginar lesões mais profundas, até mesmo em órgãos vizinhos, passando a ter caracte-
- de coloraçao me Ica c rísticas de miíase cavitária. Estas miíases podem causar mortalidade elevada quando
mm de comprimento e sao lh dos Abdome uniformemente
beça anlarelo brilhante com olhos amarelo-averme a . não são controladas precocemente. A gravidade das lesões depende do grau de evo-
lução da parasitose, do número de larvas instaladas e maior ou menor importância da
pigmentado, sem árias pilosas contrastan~es. mprimento são cilíndricas e truncadas
região atacada. Vaz & Carvalho (1938), em São Paulo, demonstraram que as larvas
As larvas maduras medem 17 mm .e c~ bem pigm~ntados desde a origem nOS
O dois troncoS traqueals sao . tâd·o de C. hominivorax são responsáveis por um tipo de miíase na cavidade gêngivo-al-
posteriormente. s ,.. atro segmentos, no terceuo es I
espiráculos posteriores até os uI tunos tres ou qu veolar de bezerros, durante o período de erupção dos dentes. Rocha & Vaz (1950)
observaram miíases do rumen de bezerros provocados por larvas de mosca, que fo-
larvârio. 'Call"troga americana. popularmente recebe o nome ram consideradas responsáveis por 8 a 15% de mortes em um total de 300 animais
~ conhecida tambem por I
necropsiados.
de mosca varejeira.
As larvas são muito comuns no umbigo do bezerro e nos ferimentos devido à
castração. Em alguns casos elas são capazes de penetrar na pele íntegra, produzindo
II - BIOLOGIA
um tipo de miíase furunculosa.
0
A C. hominivorax não pode viver em clima de temperatura abaixo de 6 C.
-151 -
-150 -
f)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MJ::mCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa J 'O C
()
' ose . osta, Paulo lide
Os prejuízos causados pelas miíases nos Estados Unidos foram estimados em ()
16 milhões de dólares, anualmente (Yearbook, 1952). Em 1935 foram assinaladas
no Estado do Texas (USA), 1.300.900 casos de miíases; os ataques foram tão seve·
()
ros que milhares de animais morreram. (,
De um caso humano, ocorrido no Texas, foram retiradas 385 larvas, num pe· ()
ríodo de nove dias. Há citações bibliográficas que registram casos de morte de seres
humanos provocadas por larvas da mosca que se desenvolveram na cabeça, a partir {I
de ovos depositados nas narinas, quando o indivíduo dormia. (I
(I
IV - CONTROLE DAS MIIASES {i
As miíases humanas e dos animais domésticos são tratadas através da limpeza (I
das feridas e morte das larvas pela aplicação direta de inseticidas. As feridas dos ani- F/G.112 (i
mais resultantes de castrações, descornas e as de outra natureza devem ser protegidas
dos ataques das moscas, pelo uso de bandagens ou de repelentes, tais como óleo de FIGURA 112: Adulto de Cochliomyia sp. {
mamona. Sendo necessário, os ferimentos na pele dos animais deverão ser tratados {;
diariamente, para evitar oviposição das moscas ou para a remoção das larvas aí en-
contradas. No meio rural as miíases são conhecidas pela designação de bicheiras e as {
moscas por varejeiras. Os Iarvicidas à base de clorados e fosforados são os mais reco- (
mendados. Há várias fórmulas comerciais que além dos inseticidas clorados e fosfo-
rados, contêm cresóis, alcatrão, etc. (I
Nos Estados Unidos, mais precisamente nos Estados sulinos, onde a mosca (;
ocorre em grande quantidade, causando grandes prejuízos à criação de ovino~, as au-
toridades estatais empreenderam uma campanha de grande vulto, destinada à erra- {l
dicação da Cochilomyia hominil'orax. Esta campanha baseou-se no fato de a mosca (
só copular uma vez na vida. A liberação de grande quantidade de machos esteriliza-
dos por irradicação, criados em laboratório, propicia a cópula das fêmeas com ma- (
chos estéreis, o que resulta em postura de ovos estéreis. A mosca foi erradicada da {
Flórida.
(
(,
Cochilomyia mace/laria F IG.113
FIG.114
(
I - CARACTERES (
J! uma mosca muito semelhante à C. hominivorax; geralmente, a sua larva é re- (',
ferida como invasora secundária dos ferimentos. A mosca adulta, que mede 6 a 9
FIGURA 1I3:
(!
mm de comprimento, é igualmente de coloração verde brilhante. A cabeça é predo- Traquéia de COchliomy;a hominivorax.
minantemente amarela-alaranjada tendo no 4<? tergito abdominal áreas laterais com FIGURA 114:
Traq~éia de Cochliomyia macel/aria. a - placas estigmáticas· b t
{
intensa polinosidade clara, formando duas manchas visíveis sob certas incidências de querus. , - roncos tra-
{
- 152-
("
-153 - t,
e>
-, Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

-, ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MeDICA E VETERINÁRIA


luz. As larvas são semelhantes às da C. homínívorax, porém os troncos traqueais so-
mente têm pigmentação intensa perto dos espiráculos posteriores; os espinhos do
1 tegumento são de menor tamanho e as projeções digitiformes dos espiráculos proto-
1 ráxicos estão mais próximas entre si.
~ também conhecida por Callitroga macellaria.

\
")
) II - BIOLOGIA

\ ) As moscas depositam os ovos no lixo, nos cadáveres ou em outra matéria orgâ-


nica em putrefação, como em tecidos necrosados de ferimentos dos animais. O pe-
}
ríodo de incubação é de seis horas ou mais, dependendo da temperatura, principal-
J mente. As larvas só se desenvolvem nos tecidos animais em putrefação, daí serem
) conhecidas por larvas necrobiontófagas. As larvas amadurecem entre seis a vinte dias,
caem no solo e se transformam em pupas.
) O período pupal é de três ou mais dias. Os adultos vivem duas a seis semanas,
) podendo ter um raio de ação de cerca de oito milhas em 24 horas.
FIG.115
As moscas adultas são muito ativas, voando grandes distâncias à procura de
J cadáveres em putrefação, principalmente nos climas quentes e úmidos. As fêmeas
) FIGURA 115:
Adulto de Sarcophagidac (macho). depositam centenas de ovos sobre o cadáver em decomposição ou nas feridas já in-
vadidas pelas larvas de C. homínívorax, em massas de 40 a 250 ovos.
J
)
111- IMPORTÂNCIA
)
) As larvas invadem ferimentos na pele dos animais contendo tecido necrosado,
-, agravando o estado das miíases, já instaladas anteriormente. As moscas adultas po-
dem veicular ovos da mosca berneira. Santiago & 8eck (1966) registram o encontro
f} de larvas parasitando lã de ovinos no Rio Grande do Sul.

)
) Gênero Phaenicia

} I - CARACTERES
,)
Calliphoridae de coloração azulou verde metálica podendo ter reflexos cú-
r) preos e amarelados; tamanho médio; parafrontália e parafaciália cobertas por uma
~) FIG.n8
polinosidade prateada ou amarela-ouro; olhos vermelhos pardacentos; arista longae
~ plumosa; tórax sem faixas longitudinais no mesonoto.
~} As espécies do gênero Phaenícia têm uma extensa distribuição geográfica.
} As espécies brasileiras, segundo Mello (1961) são as seguintes: Phaenicia ser;-
1 FIGURA 116: Adulto de Oestrus avis (fêmea).
~} -155 -
,) -154 -

,j>

.r,
,,)
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MJ::DICA E VETERINÃRIA
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
cata, P. pallescens, P. mexicana, P. eximia e P. japuhybensis. Ainda de acordo com
II - BIOLOGIA
I(
Mello, a P. sericata foi recentemente introduzida no Brasil;P. pallescens é a espécie
mais encontrada noS terrenos baldios nas cidades; P. eximia é a espécie mais abun- {
dante nas condições naturais. As moscas Sarcophagidae OCorrem abundantemente em toda a parte, especial- I(
mente sobre matéria orgânica vegetal em decomposição, excrementos animais, cadá-
veres em putrefação, etc. Todas as espécies, de que se conhece a biolOgia, são larví-
(
II - BIOLOGIA paras. As moscas dão nascimento a um número limitado de larvas, relativamente I(
grandes, dotadas de muita atividade. As particularidades da evolução variam com as
As larvas desenvolvem-se em cadáveres em decomposição; as fêmeas deposi- numerosas espécies e com as localidades onde as moscas são encontradas. As fêmeas f
tam os ovos sobre carcaças expostas ao tempo ou em animais recentemente abatidos. podem por até 50 larvas de cada vez. O período larvário varia Com a espécie, com a {
Larvas têm sido encontradas, em tecidos necrosados de ferimentos, sendo portanto, natureza dos alimentos e com a temperatura. Larvas de algumas espécies desenvol-
necrobiontófagas. Podem desenvolver em feridas na pele do homem. vem-se em· feridas do homem e de animais, como invasoras secundárias. São moscas
(
O período larvário é rápido, podendo ser completado entre três a quatro dias. necrobiontófagas. Há várias referências sobre miíases intestinais no homem. O perío- (
Ao atingirem a maturidade a larva cai no solo para pupar. Os adultos que emergem
edoduas
pupal varia muito; em algumas espécies os adultos emergem do pupário entre uma
semanas. {
entre uma e duas semanas podem ser vistos nas carcaças, nas fezes e nas substâncias
em decomposição. Os espiráculos das larvas do terceiro estádio se localizam em uma depressão e {
as três fendas são mais ou menos retas.
(
Famllia SARCOPHAGIDAE (
I - CARACTERES
{
(
Estes dípteros são geralmente caracterizados pela coloração acinzentada do
corpo, pelas 3 faixas pretas do mesonoto, pelo abdome axadrezado tendo áreas es-
{
curas e áreas claras branco-amareladas, variando de tonalidade sob certas incidên- (
cias de luz. Diferem dos Muscidae por terem uma ma de fortes cerdas na hipopleu-
ra; diferem dos Calliphoridae pela coloração do abdome e por terem 3 a 4 cerdas no-
(
topleurais. Assemelham-se aos Calliphoridae apenas por terem o aparelho hucallam- (
hedor, as antenas com arista plumosa com pêlos de tamanho variável (geralmente li-
mitados à metade basal) e por terem a nervura M 1+2 voltada para a parte anterior da
{
asa mas sem tocar na ponta da nervura R4+5, tendo uma angulosidade brusca seme- {
lhante a um cotovelo. As fêmeas são larvíparas o que as diferencia dos Calliphoridae
cujas fêmeas são ovíparas. {
As larvas têm os espiráculos posteriores situados em depressões; as fendas es- (
piraculares são retas ou levemente onduladas, geralmente dispostas de forma assimé-
trica, apontando para a parte ventral da larva, não sendo orientadas em direção à li-
(
nha mediana da parte posterior do último segmento como ocorre nos Calliphoridae. {
A famllia Sarcophagidae inclui vários gêneros. No Brasil ocorrem várias espé-
cies dos gêneros Oxysarcodexia, Ravinia, Paraphrissopoda e Pattonela. (
(
t
-156 -
( ,j
-157 -
( :/

,{,di
r '
.. ~ Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
i ENTOMOLOGIA E ACAROLOGlA Mt::DlCA E VETERINÁRIA
mareias; asas claras. Abdome escuro ou castanho, tendo reflexos variáveis com o ân-
gulo de incidência da luz.

11- BIOLOGIA

A mosca O. ovis é muito disseminada no mundo, principalmente onde exis-


tem rebanhos de ovinos. No Brasil é mais frequente no Rio Grande do Sul. Em Mi-
nas Gerais foi assinalada por Lutz, em Três Corações. Recentemente, larvas da mos-
ca foram encontradas em ovinos, nas proximidades de Cambuquira, Minas Gerais.
A mosca é mais ativa no verão, principalmente nas horas mais quentes dos dias
ensolarados. Pela manhã e à tarde é vista nas paredes e outros locais, ao sol.
CAP"ULO 10
Ela não se alimenta; sua energia é inteiramente devotada à postura. Nos climas
, OESTRIDAE CUTEREBRIDAE E GASTEROPHILlDAE quentes as moscas adultas ocorrem durante todo o ano; são mais frequentes no ve-
Famílias •
rão. A duração da vida da mosca adulta varia de quatro a trinta e dois dias.
As fêmeas voando rapidamente ao redor dos ovinos, em frações de segundo de·
FamI1ia OESTRlDAE positam larvas na entrada das narinas dos animais. Cada fêmea pode realizar várias
posturas totalizando cerca de 500 larvas, durante os poucos dias de vida. Imediata-
I _ CARACTERES mente, as larvas, que medem aproximadamente 1 mm de comprimento, penetram
na mucosa nasal onde permanecem de duas semanas a nove meses. Daí, eventual-
fronte bem larga e olhos relativamente peque-
Dípteros robustos; cabeça com , ças bucais rudimentares; vibris- mente, as larvas migram para os seios frontais onde sofrem a primeira muda. As lar-
d tre si em ambos os sexoS, pe , vas amadurecem nos seios frontais, mas nunca conseguem atingir o cérebro. Nos cli-
nos e bem separa os en t com sutura transversa completa; pos-
rista nua'mesono o 2 1 da mas quentes, larvas de todas as fases evolutivas podem ser encontradas em qualquer
sas ausentes; antenas com a , '1 la apl'cal fechada sendo a MI + vo ta
'd 1 'do' asa com a ce u ' , época do ano. Nos climas de inverno rigoroso as moscas hibernam e as larvas perma-
escute\o mUlto esenvo Vi, 5 al' t ros grandes' hipopleura revestida de lon-
, d na R4+ 'c Ip e , , necem nos animais até a primavera seguinte. No verão, em 25 a 35 dias, as larvas po-
para a frente, termman o , " d miíases específicas e obrigatónas;
"I . I as blOntofagas causan o dem completar o amadurecimento mas, via de regra, o período larvário dura dois
gos e densos pe os, arv _ f das espiraculares mas possuem numero-
os espiráculos das larvas nao possuem as en meses e meio. As larvas maduras são expelidas para o exterior, geralmente, pelo es-
sos e pequenos orifícios. pirro. Nos climas frios as larvas abandonam os animais durante a primavera e o ve-
Com um único gênero de interesse: Oestrus. rão, mas nos climas quentes, a expulsão das larvas pode se dar em qualquer época
do ano. Algumas larvas crescem tanto nos seios frontais, nasais ou maxilares, que
não podem sair, aí morrendo.
Gênero Oestros As larvas jovens são esbranquiçadas ou ligeiramente amareladas, enquanto as
larvas maduras são marcadas por séries de faixas escuras transversais na superfície
Oestros ovis dorsal dos segmentos. Na superfície ventral de cada segmento existem espinhos
grandes, pigmentados, dispostos em flleiras, seguidos de várias flleiras de espinhos
I - CARACTERES menores.
As larvas, depois de maduras, penetram no solo para puparem; o pupário é es-
12 mm de cornprimento, é de coloração acin-
A mosca adulta, que mede 10 a or êlos curtos e castanhos. Cabeça larga, cas- curo e o período pupal dura cerca de quatro semanas nos meses mais quentes do a-
zentada escura e tem o corpo coberto p P t as curtas Tórax castanho-claro, or- no.
anh genas claras, an e n , ,
tar1ho clara; olhos cast os, rredondadas, pequenas e escuras, quando ViS-
namentado por numerosas manchas ta faixas longitudinais mal defmidas; pemas a-
to da face dorsal; mesonoto com qua ro
-159 -
-158 -
,
f)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MEDICA E VETERINÁRIA (J
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O, Costa, Paulo lide
III - IMPORTÂNCIA ()
Vidos; hipopleura revestida de longos pêlos' larvas bi '

As moscas, na ocasião da postura, causam irritação aos animais, principalmen-


pecíficas e Obrigatórias' espiráculos ge a1m' t
ceto em Dermatobia. ' r
ontofagas, causando miíases es-
en e pequenos e numerosos orifícios, ex-
f)
te carneiros, que deixam de se alimentar para se protegerem dos insetos, esconden-
Somente é de interesse o gênero Dermatobia.
f/
do as narinas de encontro ao solo ou entre a lã dos outros ovinos. As larvas, pelos ()
seus ganchos e espinhos, irritam a mucosa nasal, provocando inflamação e secreçãõ
de um exudato mucoso. Os ovinos parasitados espirram constantemente, não se ali- {"
Gênero Dermatobia
mentam bem, portanto, emagrecem. A morte não é rara, principalmente se ocorre fi
invasão secundária de agentes microbianos. As larvas de O. ovis têm sido encontra-
das frequentemente nos pulmões onde podem ocasionar pneumonia. Dermatobia hominis (;
Possivelmente as larvas eliminam alguma substância de ação tóxica prejudi- 1- CARACTERES (
cial ao organismo parasitado.
(
Mosca adulta robusta, medindo cerca de 15 mm de co '
relada com a parte superior escurecida' .. d " mprunento. Cabeça ama- (
IV - CONTROLE ,lace eprmuda cobert d iI 'd .
antenas amareladas ou de cor de tliio' ' a e p OSl ade ruiva; {
• 10, com uma faixa e 'd "
castanho-escuro com tonalI'dad I negrecl a no melO, Torax
A expulsão das larvas dos ovinos é muito difícil, devido à sua localização no , e azu , manchado de t "
animal. Injeções intranasais e de substâncias larvicidas podem ser tentadas, porém,
ao longo de áreas lonoitudin '
, O'
al pre o, com polmosIdade cinza
aIS; pernas aranJ'ada Abd f
lho metálico, com polinosidad A s, orne azul escuro, Com bri-
os resultados nem sempre são favoráveis. As seguintes drogas são recomendadas, sob C' e negra. sa castanho-clara {
pressão intra-nasal: a) cresol saponificado a 3%, na dose de 40 mI em cada narina; onheclda vulgarmente por mosca bemeira, .
{
b) tetracloretileno e parafma líquida, em partes iguais, na dose de 2 mI em cada na-
rina; c) bisulfito de carbono e parafina líquida, em partes iguais na dose de 2 mI em {
II - DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA
cada narina. (
Na África do Sul, as autoridades recomendam injeções diretas nos seios fron-
Ocorre desde o México até a Ar e ' _ (J
tais, através de perfuração no osso, realizada com o aUXIlio de um trépano. rias fontes indicam que o be g nh,na. Observaçoes esparsas colhidas de vá-
me OCorre maIS abundante t '
Peterson & cols. (l958) usaram o Dow-ET-57 (Trolene) na dose 100 mg/kg o ,

umldas, de vegetação abundante e de altitud _ ~en e nas regIões quentes e (


de peso vivo e obtiveram uma eficiência de 93,5%. As observações foram feitas três si! a mosca ocorre em quase tod E e nao supenor a 1000 metros. No Bra-
a quatro dias após o tratamento. . os os stados da Fede ã I ' (
cas do Nordeste Não e obse d O
P raç o, exc umdo as zonas se-
, rva a no ará Em M' G '
Como inseticida sistêmico é aconselhada uma mistura de Neguvon 2 g e Assun- re com maior frequência nas zonas mont~h ln~S , erros, a mosca berneira ocor- ( I

tol 0,2 g na dose de 55 e 88 mg, por quilo de peso vivo. do Estado. A mOSca berneira é mu 't 'fi osas e umldas, sendo mais rara no norte
1 o mrus requente na estação chuvosa.
(
li
FamIlia CUTEREBRIDAE III - BIOLOGIA
li
1- CARACTERES
Para a oviposição a fêmea captura um o
II
dendo-o com as pernas no qual d 't ári°utro dlptero de espécie diferente,pren_
Dípteros robustos; cabeça com fronte larga e olhos relativamente pequenos e abdome. Raramente ~vos da D heposI, a, v • os ovos, geralmente na região lateral do ti
bem separados entre si em ambos os sexos; peças bucais rudimentares; vibrissas au- , . ommlS tem sido e t d o
()
beça e outras regiões do inseto . I d ncon ra os sobre o torax, a ca-
sentes; antenas curtas e com arista pilosa ou nua; mesonoto com sutura transversa dos com ovos da própria espécl'e velCU a or Adultos de D h '" o ..
d 'd . . omlms Ja loram observa-
completa; pós escu telo pouco desenvolvido; nervura Ml+ 2 voltada para a margem an- a en os ao abdome ()
Na ocasião da postura a fêmea da D h " .
terior da asa, terminando perto da extremidade da R4+5; calípteros bem desenvol- brados, efetuando vôos curt~s d ' omlms parece ser atraída pelos verte- (J
, pousan o sobre os mesmos, onde têm oportunidade
-160 -
(',
-161-
t.;
~k'
,.-1
Moacyr G. Freitas. Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide
'IA Mf.DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOLOGIA E ACAJ(( II (II. • Dunn (1930) verificou que o tempo necessário ã larva para atingir a maturida-
. alizar a oviposição. A depOSIção dos de no homem foi de 4647 dias.
, ... de Ulsetos para re . ~ ômeno
de apreender outras esl"" I", . dura mais ou menos um mmuto e este en d Nos bovinos o período larvário é, em média de 32 dias, com uma amplitude
ovos no abdome da Vel,lIlac ::::al vertebrado ou em pleno vôo. Se o vet~r e~a.!'a . a de 29 a 45 dias. Poucas larvas são capazes de penetrar no solo seco. A umidade do
pode ocorrer no corpo cl .. ;111 , 'ia! pode ser suficiente para produzir a oVlposIá~o'lm­ solo exerce acentuada influência na emergência das moscas adultas; maior quanti-
mosca berneira, o est (1I1111 c' ItI,l~ vertebrados, foUlas ou no solo, mas somente ao ar- dade de moscas emerge do pupário em amqiente de 92,5% de umidade. À tempera-
distintamente sob re o l
'cIII'" , t:
ostos nos vá Illaclore .
s
dem 2 a 3 mm de comprimento, ficam
°
tura de 26 0 C, período pupal é de 25 dias; a 300 C é de 20 dias; a 350 C ocorre mor-
vas os ovos P ."0 creme, e me . ' te da pupa, segundo dados de Moya Borja t1966). Durante a estação fria, o período
Os ovos são de 1' ..1,",1".1 / de ridos solidamente ao corpo do mseto veICU- pupal é mais demorado. Toledo (1951) relata que em junho, o período pupal foi de
,,,. 1';\1:1 Iras, a
os opérculos volt;'c' ,.,·aI ue os reveste. . . . 58 dias e que em setembro foi de 36 dias, nas condições do Estado de São Paulo.
~~:r, graças a uma S\ll>~·t;lIlc'la ~.s~es~a vida, que é de poucos dias, realiza vanas ov~- As moscas adultas emergem do pupário nas horas mais quentes do dia. A cópu-
Uma fêmea dlll:I1 I'" ,,,cl.l.' ptura. O número total de ovos postos por f~- la realiza-se a partir de uma e meia a quatro horas após o nascimento do imago; os
osturas, em diferellt,·~ .11\,10'10: ;~.e;~ledo (1948) refere-se a uma fêmea qu: reah- casais copulam várias vezes por dia. A cópula dura, em média 9 minutos, com a am-
~ea pode atingir a V:i",I·. "'\I~I:ur;er & Baneges (1970) informam que.uma femea é
zoU oviposturas de 72(' ",\';':. l'l'~ca de 1.000 ovos, em con.diçõe~ natur31s.: o B~r~
capaz de realizar po~1 III." , .. r eiro a D. hominis realIza OVlposturas e
i; a
plitude de 4 a 21 minutos, segundo Banegas & Maurier (1967). Luz forte e tempera-
tura de 28 0 C estimulam a união dos sexos. A oviposição, segundo Neiva & Gomes
(1917), só começa três a sete dias depois da cópula.
ja (1966) observou 'l'"'' ,'/11 ,.1 :~tica' com média em torno de 34 a 38 ovos. ~ me~­ A longevidade das moscas varia de três a 19 dias. De acordo com alguns auto-
ovos no abdome de .lI//\··/ .1"llIt~'·~ll\e~te ovipostura na conhecida mosca Medtterra- res, as moscas, regra geral, vivem de quatro a seis dias.
't" tt1\l"n '-U ,
mO autor verificou. LO" 'Icentagem elevada. o ma ovi- O ciclo biológico completo da D. hominis varia em função das condições do
neo Ceratitis capiMf.I., .. 11 1 'I'" .. da c temperaturas entre 280 e 30 C favorece meio e do animal onde as larvas se desenvolveram; a duração do ciclo, segundo da-
, " ,. " • \.1
1
\
Luz forte. U\III' .\1 • •
dos de vários autores, é de 100 a 140 dias.
"
ostura. . .. dos ovos no inseto veiculador é de sei~ dias, em ~e- Guimarães (1966) observou na natureza, machos de D. /Zominis reunidos em
p O período ,k 1111 111 •.1\.1 amplitude de variação entre cmco e qUInze grupos, acreditando ser um hábito normal da mosca para fins de fertilização.
I' ,~, ... '. l'Um uma 0 0 300C e umidade rela-
.i dia à temperatu r3 L' . II l)c!as temperaturas entre 2 e d 'd
'
dias. - ; 1'1'1'1"""
A incubaçao l'
1
• ,)'i% Observou-se que as arvas na
casca do ovo a en o
,1 tiva de aproximad;tlll<'lI'" ,I. "vi~er de 20 a 24 dias. IV -INSETOS VEICULADORES
ao inseto veicu\au''I 1"'11.- \I,I>ll. )ortandoovos de D. hominis contendo larvas, pousa
Quando Ulll i,,~.·i.' ":'III'~ as larvas projetam-se rapidamente para fOI~ d~ ovo, Vários insetos têm sido encontrados, na natureza, transportando ovos de D.
em um animal de $;\lI):I\(' .\11\ " .:. do de um pêlo ao outro, a larva acab: atmgmdo a hominis. De acordo com Neel (1955), Artigas & Serra (1965) e Moya Borja (I 966).
anhando o pêlo UI' .11\\111.11 ,.I~~~almente a larva caminha alguns centlme~ros antes
os insetos veiculadores da mosca berneira são dípteros das faml1ias:
!e1e do animal. ~)!\\k \"110'11.1. ,cr. ção de 'penetraçãO pode durar cinco mmutos ou
Culicidae - Anopheles. Aedes. Psorophora;
de penetrar na er ' \!.' \\110' ..1. II.p~lr~S ferimentos produzidos por picadas. de. moscas, Anthomyidae - Fannia;
m31's Algumas lar".ls .1\'1\'" II.U trarem na pele do hospedeiro. O onfícIO de pe-
. I' 11;\ pene . h- sponta- Simuliidae - Simulium;
mosquitos ou can:II"\\'''',' \. larva atingir a maturidade e cau no c ao, e ., Muscidae - Sarcop~omusca, Stomoxys. Neivamyia. Synthesionyia. Musca;
, '11\' .lle a , mpre os esprra-
netração pennatlCCLo .11"' \"1 no tecido do hospedeiro, conserva se
Calliphoridae -. Coch/iomyia;
neamente, para ru\,.1I ~ 1.11 '\·r'\ r ora . Na pele do animal, a larva se desenvolve e pas- Tabanidae - Crysops;
... \'~ i'. I. 11
culos respiratóril,n",I .... , . 17
sa por três estádil'~ ..... ,tIS \Jrvas no cão foi estuda~o por NeIva & Gomes
O desen\'olnn\. .. ·' d 1 5 mm de comprImento por 0,3 de largur .
(1:
E~
Tephritidae - Ceratitis.
Pinto & Lopes (1933) observaram que, em certas condições do Estado do Rio
. " t1IC e , .' da Entre de Janeiro, mais de 18% das Neivamyia capturadas nas pastagens transportavam 0-
Ao penetrar na ~k .~ ..\\ . ~ l\m x 1 mm, quando realizam a pnrnerra mu . . vos de D. hominis.
oito dias as lar\'as .11::".:,·ln • ,I da A maturidade é atingida entre 35 e 40 dlas,
,\',\I\Il a mu . Neil & cols. (1955) em Costa Rica, verificaram que todos os dípteros veicula-
12 a 16 dias occrn: :t
podendo entretm h ' .•.•. ,
't:\ ';lr Jté 70 dias.
-163 -
-162 -
~I
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G_ Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide f"
(',
dores são do sexo feminino. mado de motor de automóvel.
Na ocasião da postura, a fêmea da D. hominis parece ser atraída pelos verte-
brados, efetuando vôos curtos, pousando sobre os m~smos, o~de ~ê~ oportuni~a~e
Em São Paulo, Toledo & Sauer (1950) ensaiaram com resultados satisfatórios f'
o emprego de BHC, como inseticida sistêmico. Experimentos realizados em Minas (,
de apreender outras espécies de artrópodes .para realizar a ov~poslçao. A depo~lçao
Gerais, em vacas leiteiras, utilizando-se Lindane, por via oral, nas mesmas dosagens
dos ovos do abdome da veiculadora dura maIs ou menos um mmuto, e este fenome-
. ode ocorrer no corpo do animal vertebrado ou em pleno vôo. Se o vetor escapa
empregadas por Toledo & Sauer, intoxicaram as vacas em produção leiteira.
O emprego de inseticidas clorados é, atuaImente, condenado.

no p d. . . - . d. ('
da mosca berneira o estímulo pode ser suficiente para pro UZtr a OVlpOSlçao, m IS-
d
tintamente sobre corpo de vertebrados, folhas ou no solo, mas somente dão larvas,
Surgiram, porém, inseticidas fosforados entre os quais se destacam o Ruelene
e o Neguvon. Este último é o mais largamente usado. f"
os ovos postos nos veiculadores.
{
Família GASTEROPHILIDAE (
v- IMPORTANCIA
I - CARACTERES
{'
A larva da D. hominis, vulgarmente conhecida pelo nome de berne, no Brasil,
desenvolve-se principalmente na pele de bovino e de cães, podendo atacar também
f
o homem e outros animais. Os cavalos raramente são atacados. Dípteros robustos, Com corpo densamente piloso, tendo abdome de contorno C
oral e a extremidade posterior alongada, e recurvada ventralmente nas remeas; cabe-
O berne determina uma miíase furunculosa que se caracteriza pela formação ('
ça com fronte larga e olhos relativamente pequenos e bem separados entre si em am-
de um nódulo parasitário cutâneo, avermelhado, apresentando um orifício, nO,fun-
do do qual se percebem os estígmas respiratórios da larva. As lesões podem ser mva-
bos os sexos; peças bucais rudimentares; vibrissas ausentes; antenas com :aista nua; C.:
mesonoto com sutura transversa incompleta; PÓS-escutelo reduzido· asa com as ner-
didas por larvas de outras moscas. Os movimentos das larvas provocam d~res que po-
VUras radiais muito próximas da margem anterior; nervura Ml+2 ~uas; reta, diver-
{I
dem interferir no estado geral do hospedeiro. São muito frequentes as mvasões se-
cundárias bacterianas, resultando formação de pús e até mesmo abscessos, muitas gente em rel~ção a ~4+5 delimitando uma célula apical aberta; hipopleura densa- C·
vezes profundos. me~te ~e~estlda ~e pelos.lo~gos; larvas biontófagas causando miíases específicas e C,
Os prejuízos causados pelo berne, no Brasil, são avalia~os em milhões de cru- o~ngat?nas, do tJpo cavltáno; calípteros reduzidos; as larvas do primeiro estádio
zeiros, anualmente, e são revelados por: retardamento do cresctmento, queda da pro- s~o. fuslformes e alongadas sendo mais espessas na metade anterior; no segundo es- C
dução leiteira, desvalorização do couro.c mortalidade de bezerros .. tádIO a metade posterior é mais alargada, com retração parcial do último segmento'
no terceiro estádio as larvas são ovaladas e robustas com os segmentos posteriore; C
As lesões da pele são definitivas, o que concorre para depreCIar os couros.
Navarros de Andrade (1927), realizando um inquérito em zonas de refloresta-
largos e desenvolvidos, exceto o último; fendas espiraculares típicas. C-
mento no Estado de São Paulo, num total de 819 pessoas, verificou uma prevalên- ~ moscas a~u~tas assemelham-se ãs abelhas, tanto quanto ao aspecto quanto
C,
ao zumdo caractenstico.
cia de 365 casos de berne, o que dá uma percentagem equivalente de 41,33. Houve
casos em que o autor retirou mais de 100 bernes de um único indivíduo. •. Só int:ressa ao médico-veterinário o gênero Gasterophi/us, com as seguintes C
especles: G. mtestiflll/is, G. fIIlsa/is e G. hemo"hoida/is.
{,
VI - CONTROLE
(I'
Gênero Gasterophi/us
~I

.i
Usou-se durante muito tempo o processo aconselhado por Pinheiro & Baroni

"
(1953) consistia em aspersões à base de Toxafeno ou BHC, quinzenalmente, nas . Com as seguintes principais espécies das quais as duas primeiras Ocorrem no
Brasil:
mesm~ dosagens empregadas contra os carrapatos, que reduziram em 82,3 e 72,7% 6,1,
a parasitose respectivamente.
G. fIIlS/l/is (= G. veterinus)
Pastas contendo BHC, aplicadas localmente, foram igualmente, aconselhad~ G_ intestiflll/is (= G. equi)
para matar os bernes; e na falta deste produto, o pó de fumo misturado ao óleo quel- 6;'

;}
G. hemo"hoidalis
-164 -
-165 -

,.'
~:I
",
1
7

ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfDlCA E VETERINÁRIA


Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

Gasterophilus nasalis
1
l I - CARACTERES
}
-, Corpo de coloração castanho-escura, com a cabeça amarelo-avermelhada; pê-
los claros, sendo os do tórax amarelo-avermelhados e os do abdome brancos ou ama-
) relo-claros com uma faixa larga de pêlos escuros cruzando os segmentos medianos.

-, Asas não enfuscadas. A mosca adulta mede 10 a 15 mm de comprimento.


As larvas são parasitas do tubo digestivo de cavalos, No Brasil é assinalada,
) com maior frequência, do S,tado de São Paulo para o Sul, embora as larvas tenham
sido encontradas em necrópsias realizadas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás.
J Oliveira & cols. (1971), em 1.000 cavalos abatidos no Rio Grande do Sul, verificaram
) que 86,4% estavam parasitados por larva de G. nasalis, com uma média de 56,05 lar-
vas por. animal.
) As larvas do 19 estádio são estreitas, quase que cilíndricas, com espinhos na
) margem anterior dos segmentos e dispostos em uma fIla cerrada; existem também
longos pêlos dispersos ao longo dos segmentos. As larvas do 39 estádio têm os espi-
) nhos da margem anterior dos segmentos, dfspostos em uma única ma.
:. Nas demais espécies há séries duplas de espinhos, sendo os anteriores mais de- FIGURA 117: Dermatobia hominis (fêmea).

,
)

)
senvolvidos que os posteriores.

Gasterophilus intestina/is

,
) I - CARACTERES

Mosca amarelo-pardacenta, com o tórax mais escuro do que a cabeça e o ab-


" dome; abdome com manchas e faixas esbranquiçadas indefinidas e coberto por pê-
los.
t) As larvas do 1q estádio são estreitas, quase que cilíndricas, com espinhos na
" margem anterior dos segmentos e dispostos em uma fIla cerrada; existem também
longos pêlos dispersos ao longo dos segmentos. As larvas do 39 estádio têm os espi-
)
nhos da margem anterior dos segmentos dispostos em uma única ma.
) Nas demais espécies há séries duplas de espinhos, sendo os anteriores mais de-
) senvolvidos que os posteriores.

)
Gasterophilus hemorrhoidalis
~) FIGURA 118: Gasterophilus sp (fêmea).
~)
I - CARACTERES

'j Adultos de corpo escuro, exceto a cabeça que é amarela. Pilosidade clara, com
~j
-166 -
~J
I
- 167 -

\()
~ - -----.J

"
f
r

ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide
uma faixa preta que cruza dorsalmente o tórax e o abdome. Asa não enfurcada. A
"
(
(
mosca adulta mede 12 mm de comprimento. Larvas parasitam o tubo digestivo de (
equinos. Espécie ainda não assinalada no Brasil.
(
(
II - BIOLOGIA
(
As moscas adultas da espécie G. nasalis vivem duas a três semanas, porém, não {
se alimentam. São mais comuns no verão e nos dias ensolarados. As fêmeas voam ao
redor dos equídeos com o ovipositor distendido e, cada vez que tocam no animal, (
deixam um ovo aderido a um pêlo, geralmente na região mandibular, podendo reali- (
zar também a oviposição no pescoço e no peito. Cada fêmea tem capacidade de pos-
tura de cerca de 500 ovos. Estes são de coloração castanha clara, alongados, tendo {
uma extremidade operculada. O período de incubação é, em média, de seis dias. As (
larvas, espontaneamente, abandonam a casca do ovo e caminham em direção à boca
<los cavalos, onde penetram no tecido subepitelial da mucosa bucal ou lingual. Aí (
das permanecem durante três a quatro semanas em galerias situadas entre os mola- {
res. Segundo se sabe, as larvas migram através da submucosa até atingirem a faringe,
de onde são transportadas para o estômago; a maioria das larvas é encontrada na re- {
gião do piloro, mas algumas podem fIxar-se no duodeno. Aí permanecem durante (
dez a doze meses, saindo depois com as fezes para o exterior, para puparem. O pe-
ríodo pupal dura três a cinco semanas. {
Durante a passagem das larvas da boca para o estômago, algumas frequente-
mente se extraviam e atingem' outros órgãos torácicos ou abdominais ou mesmo o
í
.:érebro. (
FIGURA 119: Pseudolvnchia canariensis.
O ciclo biológico da espécie G. hemorrhoidalis é semcUlante ao da G. nilsalis. .{
As fêmeas realizam as posturas nos pêlos ao redor da boca e das bochechas. Os ovos
s5'o escuros e possuem uma haste longa, em forma de sacarrolha, aderida longitudi- (
nalmente ao pêlo suporte. A postura é de cerca de 200 ovos e o período de incuba- {
ção é de dois a quatro dias. As larvas saem do ovo e penetram na boca. Quando ma-
duras destacam-se da parede gástrica e, antes de sairem para o exterior, fixam-se no-
vamente no reto, por poucos dias, e posteriormente no ânus por dois a três dias.
'-{
As fêmeas de G. intestinalis realizam as posturas nos membros anteriores dos
cavalos, em região situada abaixo dos joelhos, preferentemente. A oviposição é feita (,
também nos pêlos do peito, da espádua e da crina; as moscas põem cerca de 1.000 {,
ovos. Estes são escuros e são fIxados aos pêlos por uma fenda paralela que se exten-
de até a metade de seu comprimento. {,
O período de incubação é de sete dias e as larvas s6 eclodem quando são esti- {
muladas pelo calor desprendido pela língua e pelos lábios do cavalo, no ato de se co-
FIGURA 120: Melophagus ovinus
çar. Sem estímulos a larva pode sobreviver na casca do ovo até três meses. A larva (
adere aos lábios e à língua dos cavalos; elas escavam galerias nas camadas subepite- ( ,
-169 -
() I
-168 -

,'1:: '
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MeDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide
liais da mucosa bucal, de onde, aparentemente, passam para o sítio preferido do ca-
2%, aquecida à temperatura de 40 a 45 0 C. As larvas são estimuladas a aband
nal alimentar que é o estômago. No local de fIxação as larvas sofrem as mudas nor- casca do ovo, morrendo em pouco tempo. onar a
mais e, quando completamente desenvolvidas se desprendem para serem eliminadas
nas fezes. Quando saem nas fezes, a larva mede 1,6 a 2,0 cm de comprimento. O pe-
ríodo pupal varia com a temperatura e com a umidade; em geral é de três a cinco se- . 3 - Rem~ç~o das Larvas do Tubo Digestivo - O tratamento da asterofIlo .
realIzado c~m eXlto pelo emprego do bisulfeto de carbono administr:do em . se e
manas. As moscas adultas copulam logo após emergirem do pupário. O ciclo com·
las de .gelatIn~, ou por meio de sonda estomacal, na dose d~ 5 mI por I 00 u~ap~.
pleta-se em cerca de um ano. peso ViVO, apos jejum de dezoito horas. q os e
Outros .aconselh.~ o tetracloreto de carbono, na dose de 10 mI por 100 ui-
los de peso VIVO, admInistrado por meio de sonda esofagiana após" d d q.
IV -IMPORTÂNCIA horas. ' Jejum e eZOito
Neguvon (Bayer L 13/59) na ração tem sido empregado com sucesso.
As moscas adultas, no período da oviposição, inquietam os cavalos, provocan-
do pânico e disparadas dos animais pelos pastos, numa tentativa para se livrarem dos
insetos. Os animais em trabalho, num esforço para se livrarem das moscas, costumam
jogar o corpo de encontro às cercas e outros anteparos, resultando ferimentos, às ve-
zes, graves.
A migração das larvas sob a mucosa das primeiras porções do tubo digestivo,
causa pouca ou nenhuma reação aos animais atacados.
Na faringe, esôfago, estômago e duodeno as larvas produzem um processo in-
flamatório, com espessamento semelhante a um anel, ao redor da larva. Raramente
provocam perfuração nos órgãos.
As larvas das moscas do gênero Gasteroplzilus podem ca\1sar danos aos cava·
los dos seguint~s modos: (I) espoliando alimentos do estômago e de seu conteúdo;
(2) obstruindo a passagem dos alimentos do estômago para o intestino, principal-
mente quando se aglomeram na região do piloro; (3) irritação, lesão e infecção se-
cundária na mucosa gástrica; (4) irritação do reta e ânus, pelos espinhos das larvas;
(5) provavelmente por intoxicação causada pelos produtos de excreção das larvas.

V-CONTROLE

O controle da gasterofilose pode ser conseguido pelos seguintes métodos:

1 - Proteção dos Animais Contra a Oviposição das Moscas - Os cavalos, nas


horas de maior atividade das moscas, isto é, do meio dia até ao anoitecer, devem ser
retirados para locais sombreados e mais escuros.
~ igualmente aconselhada a proteção da região mandibular com uma peça de
lona ou de couro, presa ao cabresto, para impedir a oviposição das fêmeas.

2 - Destruição dos Ovos - Para a destruição dos ovos, fIxados aos pêlos dos
cavalos, é indicada a lavagem do exterior dos animais com uma solução fenicada a

-170 -
-171 -

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Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA ()
Gênero Pseudolynchia (,
Pseudolynchia canariensis t.
(~.
I - CARACTERES
{,
Hippoboscidae de cabeça mais ou menos esférica, fronte larga, vértice grande; (' .'
olhos relativamente pequenos; ocelos ausentes; machos medindo 10 mm, inclusive
as asas; fêmeas medindo 13 mm, inclusive as asas; patas anteriores e médias, mais {.
curtas. {
(
II - BIOLOGIA (.
Muito comum nos pombais, atacando principalmente pombos novos. As fê-
(
meas são larvíparas. As larvas se desenvolvem no interior das fêmeas, alimentando- (I
CAPiiULO 11 - Secção Pupipara - Família Hippoboscidae se de secreções das glândulas acessórias do útero. Logo após a larviposição, as larvas
transformam-se em pupa. O período pupal nas condições de laboratório dura de 25
{
Farm1ia HlPPOBOSClDAE a 31 dias. As moscas vivem cerca de 45 dias. Parece que os adultos sugam duas ve- (
zes em 24 horas. (.,
Os pupíparos são dípteros muito adaptados à vida parasitária, sendo quase to-
dos hematófagos, atacando aves e mamíferos.
(J
III - IMPORTÂNCIA
Possuem cabeça geralmente pequena e justaposta intimamente ao pro tórax (!
(Ex: Mellophagus). Olhos reduzidos, às vezes ausentes. Ocelos vestigiais ou ausen-
tes. Antenas com um segmento, alojadas em uma fosseta na fronte. Corpo geralmen- A Pseudo/ynchia canariensis é a transmissora de Haemoproteus cofumbae, he- (;
matozoário comum em pombos.
te largo e achatado dorso-ventralmente. Existem formas aladas, ápteras ou com asas (
vestigiais. Pernas com fortes garras, destinadas para a fIxação em pêlos ou penas dos As moscas causam irritação às aves e quando em grande quantidade podem de·
terminar a morte. {I
hospedeiros. Coxas muito separadas umas das outras em cada metâmero, com as per-
nas aparentemente inseridas nos lados do corpo e extendidas para os lados. Abdome
sem segmentação distinta com tegumento macio e coriáceo.
<-
As fêmeas são vivíparas, depositando larvas que logo estão aptas para pupar. Gênero Me/ophagus {I
Apenas na família Braulidae as fêmeas são ovíparas e a espécie Braula coeca parasi·
Melophagus ovinus l'
ta invertebrados (abelhas).
l
I - CARACTERES
(.
I - CARACTERES
Hippoboscidae sem asas; cabeça curta, larga encaixada no tórax; probóscide (i
Cabeça e tórax geralmente achatados. Palpos delgados e longos formando u-
ma bainha para a probóscida. Tórax bem delimitado do abdome, com escutelo de-
relativamente longa, medindo cerca de 1 mm de comprimento; ocelos ausentes; o-
lhos pequenos; vértice nú; tórax castanho, abdome largo, castanho-acinzentado. Os
,>
senvolvido. Asas, quando presentes, com nervuras mais fortes concentradas na re- adultos medem 4 a 6 mm de comprimento; as pernas são fortes; tarsos têm unhas ti
gião costal. Garras tarsais fortes, frequentemente armadas com pequenos dentes.

-172 -
bem desenvolvidas.

-173 -
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f.->I,
fi


Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA

Este díptero vive nos pêlos dos carneiros.

II - BIOLOGIA

As moscas são larvíparas e os estádios larvários desenvolvem-se no ú,tero da fê-


arvas se transformam em pupas em cerca de seis horas. O penodo pupal
mea. As l ..' . t'
dura dezenove a vinte e três dias ou mais, no inverno. As l~meas ~ve~ qua ro a,cI.n-
co meses, po den d o ate' pan'r dezesseis larvas . Os machos VIvem OIto dIas, em medIa.

111- IMPORTÂNCIA
CAPI'rULO 12
Só quando ocorrem em grandes infestações produzem irritação aos ovinos.
ORDEM HEMIPTERA - FAMI"LlAS REDUVIIDAE E CIMICIDAE
Podem transmitir o Trypanosoma meloplzagium.

I - CARACTERES

Aparelho bucal do tipo picador-sugador, representado por um rostro consti-


tuído por um lábio segmentado, em forma de calha, onde se alojam quatro estiletes
perfurantes; o rostro, que se origina na região anterior da cabeça, quando em repou-
so, dispõe-se em posição horizontal na face ventral do inseto, com a extremidade
distal voltada para trás. Asas anteriores ou hemélitros formados de uma parte basal
coriácea e uma parte distal membranosa. Asas posteriores membranosas. Alguns he-
mípteros são desprovidos de asas. Antenas constituídas de quatro a cinco artículos.
Tarsos, em geral, trímeros. São insetos que se desenvolvem por hemimetabolia. Ge-
ralmente possuem glândulas, que secretam uma substância de cheiro repugnante,
cujos canais se abrem na face ventral, ao nível das coxas metatorácicas.

II - MORFOLOGIA EXTERNA

1. Cabeça - Relativamente pequena, livre, de poucos movimentos, dividida


em várias áreas. Na região anterior as suturas frontais, representadas por dois sulcos
longitudinais, delimitam a fronte que se continua inferiormente pelo clípeo ou epís-
toma, mais conhecido nos hemípteros por tilo, que se apresénta sob a forma de um
lobo estreito e alongado. O tilo apresenta-se distintamente separado dos lobos late-
rais que são as genas; na base desta estão as jugas.
Quase todos os hemípteros possuem dois olhos sésseis, multifacetados, geral-
mente bem desenvolvidos que dividem a cabeça em: região ante-ocular e região pós-

-175 - .. ,
-174 - "

.'
!
.!
(.,
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÃRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide (l
ocular. Há, regra geral, dois ocelos situados entre os olhos ou um pouco atrás. Em al. fi
guns hemípteros, atrás dos olhos encontram-se os tubérculos ou calos pós-oculares. {I
As antenas são constituídas de quatro a cinco artículos c se inserem em tubérculos
anteníferos, situados nas regiões laterais da cabeça.
(,
b
O aparelho bucal, tipo picador-sugador hemipteróide, representado por um (
rostro, também denominado tromba, probóscide ou haustelo, é formado pelo lábio
(
segmentado, em forma de bainha onde se alojam um par de mandíbulas estiletifor-
mes e um par de maxilas com dupla escavação interna no sentido longitudinal. A (,
justaposição das maxilas forma dois canais, um superior mais calibroso, que é o ca-
(
nal alimentar, e outro inferior mais delgado, que é o canal salivar. O lábio, quando
em repouso, dobra sob a cabeça, para situar-se em posição horizontal em relação à (
face ventral do inseto. Sobre as mandlbulas e as maxilas situa-se o labro-epifaringe
alongado, que fecha a bainha labial na base do rostro. Não há palpos nem hipofa-
(
ringe. (
No ato de picar, somente as mandíbulas e as maxilas penetram nos tecidos;
o lábio se dobra ao nível das articulações. (
( • .l
2. Tórax - Observado da face dorsàI, o tórax reduz-se quase que exclusiva-
mente a um largo pronoto, pela redução dos mesonoto e metanoto. Ao pronoto, ge- (
ralmente trapezoidal, segue o escutelo de formato triangular. O pronoto é dividido {
por um sulco transversal, pouco distinto, em porção anterior com tubérculos e espi-
nhos pronotais anteriores e porção posterior com tubérculo ou espinhos pronotais {
látero-posteriores. ( ';
As pernas são constituídas de cinco artículos; os tarsos, na maioria são tríme- (,
ros c terminam por um par de garras curtas e recurvadas. Entre as garras pode apare-
cer ou não um pulvilo ou empódio ou arólio. (
I
;.
Os hemípteros, via de regra, possuem dois pares de asas, um metatorácico
do tipo hemiélitro. A asa mesotorácica é constituída de uma parte basal coriácea e (
uma parte distal membranosa. A parte basal, denominada cório, é subdividida em {
uma porção anterior que é o remígio ou embólio e uma porção posterior que é ova-
no ou clavo, separadas pela sutura do cmbólio ou sutura claval. Em alguns hemípte-
ros há uma parte na região distal do cório, separada por uma sutura, que é o cúneo.
'-
(I
Em repouso, as asas são mantidas horizontalmente sobre o abdome. Em al-
guns hemípteros os hemélitros são substituídos por duas escamas alares. (,::
{'
3. Abdome - É formado de onze segmentos ou urômeros. O primeiro segmen-
to é muito reduzido, principalmente no macho. Lateralmente o abdome de alguns ( :

hemípteros pode se adelgaçar para formar o conexivo, que apresenta manchas de co-
FIGURA 121: Macho de Triatoma. a -: cIlpeo; b - antena; c - olho; d - ocelos; e - espinho ~"i i
' - ,;' i
pronota1; f - lobo antenor do pronoto; g - lobo posterior do pronoto; h - es- r' :
res variáveis de acordo com as espécies. No macho o conexivo é contínuo, mas na fê-
mea ele é chanfrado na extremidade posterior, deixando o ovipositor à vista. Os últi-
cutelo; i - asa; j - conexivo; k - remur; I - tíbia; m - tarsos; n - unhas.
'..I . ,'
'• . i.
I

:(,1:
~:'

mos segmentos abdominais são modificados para formarem a genitália no macho e

-176 - -177 - !f~ii


!~1~
~ d.
- .... i f~
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MI!DIC A I·. VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas. Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide

o ovipositor na fêmea. Os segmentos X e XI fundem-se para originarem o lobo anal


ou proctígero, onde se abre o ânus. O órgão copulador masculino, edeago ou falo,
é de estrutura complicada e só é visível quando evaginado. O ovipositor formado pe-
los segmentos VIII a XIé de estrutura complexa e inclui dois pares de gonap6fises.

III - MORFOLOGIA INTERNA

1. Sistema Digestivo - O intestino anterior ou estomodeu consta do canal ali-


B
mentar formado pela justaposição das maxilas, seguido pela cavidade bucal que se
comunica com a faringe, a qual, acionada por musculatura poderosa, funciona como
uma bomba. Em continuação à faringe segue o esMago curto. O intestino médio ou
mesêntero consta de duas partes, uma anterior mais calibrosa que é o estômago, e
outra posterior mais delgada referida como intestino. O intestino posterior ou proc-
todeu consta de um reto curto, com um divertículo. Há três pares de glândulas sali-
vares situadas no tórax, cujas secreções saem pelo canal salivar formado pelas maxi-
las.

2. Sistema Excretor - ~ representado por quatro tubos de Malpighi que se a-


brem na junção do intestino médio com o intestino posterior.

3. Sistema Respiratório - Consta de traquéias que se abrem para o exterior a-


través de dez pares de estígmas, sendo dois no tórax e oito no abdome, todos situa- !'
!
dos lateralmente ao corpo. j"

i'
4. Sistema Reprodutor
a) O sistema reprodutor masculino é constituído de dois testículos, formados
por túbulos seminíferos gue se abrem nos respectivos canais deferentes. Estes se di-
latam para formarem as vesículas seminais e se continuam pelo canal ejaculador
que penetra no edeago. No canal ejaculador abrem-se os canais de quatro pares de
glândulas anexas.
b) O sistema reprodutor feminino consta de dois ovários; de cada ovário sai
um oviduto e os dois se fundem para constituírem o oviduto comum curto que se
E abre em urna vagina larga e curta. No oviduto comum abrem-se os canais das esper-
matecas ou receptáculos seminais e o de uma glândula acessória tubulosa.

IV - CLASSIFICAÇAo

Cabeças de hem(pteros. A - Panstrongylus; B .- Rhodnius; C Triatoma; A ordem Hemiptera está dividida em duas subordens, assim diferenciadas:
FIGURA 122:
O - fitófago; E - predador.
i,. ,
-178 - -179 - iii'
j;
rti •. '
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':
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f
fI
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MI!DlCA E VETERINÁRIA f'
dos pelos seguintes caracteres: (
tocerata - antenas raramente expostas, permanecendo escondidas
Subord em Cryp d "-
em escavações perto dos olhos; to as as especles sao a-
Tubérculos anteníferos bem junto aos olhos ... Panstrongylus. to>
quáticas. Não possui espécie de interesse médico.
Tubérculos anteníferos afastados dos olhos; si- f,
tuados a meio caminho entre os olhos e a extre-
Subordem Gymnocerata - antenas mais longas do que a cabeça: bem distintas;com Triatol1w;
(
midade anterior da cabeça. .. - . - ..... - .....
várias espécies importantes como veiculadoras de doen-
Tubérculos anteníferos situados próximo da ex- f
As famílias que inclJ:~ espécies de importância médica e veterinária são: Re- tremidade anterior da cabeça .............. . Rhodnius. (
duviidae e Cimicidae.
III-IMPORTÂNCIA M~DICA
..
(
Família REDUVIIDAE
As espécies transmissoras da Doença de Chagas, no Brasil são: (
I - CARACTERES {
Panstrongylus megistus - Os insetos adultos medem de 27 a 32 mm de com-
Cabeça fina e alongada, estreitando-se atrás dos olhos; rostro trise~~entado, (
primento. São barbeiros de corpo escuro, com manchas vermelhas no lobo poste-
com a extremidade distal atingindo um sulco posternal ou sulco estridulatono, quan-
rior do pronoto, na ponta do escutelo e no conexivo. ~ a espécie de barbeiro predo- (
do em repouso; antenas de quatro artículos; abdome .alargad?, com as margens lat~-
. a's asas expostas' hemiélitros sem cúneo e embóho;hemlpteros de tamanho me- minante nos domicílios em Minas Gerais, Goiás e Balda. Raramente encontrada em
rals " ., bt: íli T' residências do Estado de São Paulo. Em Minas Gerais é a principal espécie transmis- (
dio ou grande. As espécies de interesse médico estão mclUldas na su aml a. nato-
sora do Trypanosoma cruzi, agente causal da Doença de Chagas. Em certas regiões (,
minae. de Minas Gerais, 30 a 40% dos barbeiros capturados em residências rurais, revelaram-
. ,.., se portadores do agente da Doença de Chagas . {\ i
(' '

Subfam ília TRIA TOMINAE Triatoma infestam - Os barbeiros adultos atingem 24 a 26 mm de compri-
mento. Possuem o corpo escuro, com manchas amarelas no conexivo; trocanter e (
I - CARACTERES base dos fêmures amarelos. Esta espécie tem amplas distribuição geográfica na Amé- ( I,

rica do Sul. No Brasil tem sido assinalada no Nordeste e nos Estados sulinos. ~ espé-
Reduviidae com hemiélitros bem desenvolvidos, porém sem cúneo; rostro reto, cie domiciliar e peri-domiciliar. Predomina no Estado de São Paulo. ~ uma das mais (
fino, de comprimento quase igualou ligeiramente su~rior ao da cabeça; sulco trans- importantes espécies veiculadoras do Trypanosoma crnzi, no Brasil, juntamente com {'
versal pós-ocular pouco nítido; fêmeas põem ovos Isolados; escutei o com uma só o P. megistus. Em inquéritos realizados em São Paulo, mais de 60% dos insetos cap-
ponta do ápice; hematófagos obrigatórios. . _ _ turados estavam infectados pelo Trypanosoma crnzi {!
Os triatomíneos são conhecidos vulgarmente por: barbeiro, chupao e fmcao,
em Minas Gerais são Paulo e Sul de Goiás; chupança, em certas regiões de Mato Triatoma sordida - Os adultos medem cerca de 18 mm de comprimento. O
li • 1"
( ·r
Grosso; bicho d: parede, chupão e fincão no Norte e Nordeste do País; percevejo corpo é amarelo-pardacento com o conexivo apresentando manchas em forma de ,. ~

francês, percevejo do sertão, furão e rondão, na Babia. notas musicais. Distribui-se pelos países da América do Sul, abaixo da Bolívia; no
Brasil ocorre do Nordeste para o Sul. ~ uma espécie semidomiciliar. Não é conside-
rada boa transmissora do agente da Doença de Chagas, embora tenha sido encon-
II - CLASSIFICAÇAo trada naturalmente infectada pelo T. cruzi

Dos quatorze gêneros da subfamIlia Triatominae somente os três seg~intes s~o :e


Triatoma brasiliensis - espécie semi-domiciliar. Vive naturalmente em locas
de interesse médico: Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius, que podem ser dlferencla- de roedores do Nordeste e Centro do Brasil, onde já foi encontrada com infecção pe-

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.'., ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

e T. rubrofasciata, encontradas exclusivamente nas residências humanas e abrigos dos

.'
lo T. cruzi. Tem sido capturada em habitações do homem. Em Minas Gerais, 15% animais domésticos. São consideradas espécies semidomiciliares: Panstrongylus me-
dos exemplares capturados estavam infectados pele T. cruzi. gistus, Triatoma brasilliensis, T. sordida e T. pseudomaculata.
~) !odas as espécies de triatomíne~s são hematófagas obrigatórias, em todos os
Triatoma pseudomaculata - Esta espécie já foi encontrada em habitações hu- estádIOS de desenvolvimento. O sangue é mdispensável às mudas ou ecdises.
.> manas noS Estados nordestinos e de outras regiões. Tem sido apanhada naturalmen- Os triatomíneos são de hábitos noturnos. Durante o dia permanecem escondi-
~) te infectada pelo T. cruzi. É considerada espécie semi-domiciliar. dos nos seus abrigos e à noite saem para exercerem o hematofagismo. Quando estão
esfomeados suga~ até durante o dia. Logo após a sucção defecam; as fezes podem
r'~J Triatoma vitticeps _ Grande espécie de barbeiro que pode atingir 35 mm de
comprimento. Foi encontrada naturalmente ,infect.ada pelo.T. cruzi. Pode invadir es-
conter as formas mfestantes do Trypanosoma cruzi, agente da Doença de Chagas.
Para picar, o inseto dirige o rostro para frente e, apoiando-se na pele do ani-
poradicamente as residências humanas, mas e conslder~da silvestre. Cabeça com uma mal, introduz as maxilas e as mandíbulas nos tecidos do paciente; o lábio se dobra
~) faixa longitudinal mediana vermelha-tijolo. O corpo e pardo, manchado de escuro.
para per.mitir a. penetração dos estiletes. Durante a sucção os triatomíneos injetam
O pronoto tem manchas escuras no lobo posterior. Encontrada nos Estados de Mi-

t~r)
uma sahva anticoagulante, através do canal salivar, e aspiram o sangue pelo canal
nas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. alimentar. A picada não é dolorosa, mas provoca ligeiro prurido. Os barbeiros são
muito resistentes ao jejum, podendo algumas espécies sobreviverem às secas do Nor-
Rhodnius prolixus - O inseto adulto atinge 20 mm de comprimento. Trata-
deste, sem fonte de alimentação.
I se de espécie domiciliar; é a mais importante transmissora da Doença de Chagas em
Os adultos copulam alguns dias depois da última muda, mesmo antes de suga-
alguns países da América do Sul como Venezuela, Colômbia e Guiana Francesa.
rem. A sucção, entretanto, estimula a cópula. A cópula é demorada. Os machos co-
,) Também assinalada no Pará. pulam várias vezes durante a vida, mas nunca repetem no mesmo dia. As fêmeas co-
puladas e alimentadas realizam várias posturas. O período de pré-postura e a quanti-
1:,.);\ I' dade de ovos variam com as espécies, com a facilidade de alimentação e com as con-
I)) ..'lii' IV - CICLO BIOLÓGICO dições do ambiente, principalmente, temperatura. As fêmeas das espécies T. infes-
tans e P. megistus põem de 150 a 200 ovos, os quais são ovóides e operculados;
~). i: A grande maioria das espécies de Triatominae é americana. Somente a espécie
Triatoma rubrofasciata é cosmopolita. Na América os triatomíneos se distribuem
quando postos são brancos, mas tornam-se róseos ou vermelhos em cerca de uma se-
)\1 desde os Estados Unidos até a Argentina, embora cada região tenha a sua espécie
mana ..Algumas fêmeas põem ovos aderidos ao substrato, como as do gênero
''') i'1! Rhodnzus; outras põem ovos soltos, como as dos gêneros Triatoma e Panstrongylus.
..... predominante. Algumas espécies vivem em lugares de altitude média, como o
O pe:í~o de !ncubação varia de poucas semanas a mais de um mês, dependen-
-I) " Triatoma infestam, enquanto outras se distribuem na orla marítima como o T.
do da espeCle de trlatomíneo, da temperatura do ambiente e de outros fatores. As
I) rubrofasciata. ninfas são morfologicamente semelhantes aos adultos, porém são desprovidas de
Em regra geral, os triatomíneos são insetos de hábitos silvestres, vivendo asso-
asas e de armaduras genitais. O desenvolvimento pós-embrionário envolve cinco es-
I) ciados a mamíferos ou aves, em suas locas e ninhos.
tádios ninfais. A passagem de um estádio a outro, com muda da cutícula, somente
Algumas espécies adaptaram-se às condições domiciliares e vivem nas habita-
I) '!
ções humanas e nos abrigos peridomiciliares, como galinheiros, pocilgas, currais, ~ realiza após su~ção de sangue. A duração de cada estádio ninfal varia com as espé-
CIes, com ~s condIções do meio e com a frequência do repasto sanguíneo.
etc. Outras espécies tanto podem ser encontradas em seus biótopos naturais, como
U' nos domicílios humanos, sendo portanto consideradas semidomiciliares. Ainda há O CIclo completo do Rhodnius prolixus, de ovo a ovo, à temperatura de 25 a
l> 280C é, aproximadamente, de seis meses. As espécies mais estudadas no Brasil
espécies que invadem acidentalmente as residências humanas, mas que na realidade
são espécies silvestres, como por exemplo Rhodnius neglectus. Há espécies que, em
ltznstrongylus megistus e Triatoma infestans, em condições naturais, nunca termi:
~ nam o ciclo em menos de um ano.
determinadas regiões são domiciliares, e em outras são silvestres, como Panstrongy-
t). No Brasil, os barbeiros adultos começam a aparecer nos domicílios em setem-
lus megistus que é domiciliar em Minas Gerais e que na Ilha de Santa Catarma só é
bro. Em jan~iro, raramente, são encontrada~ ninfas dos três primeiros estádios, qua-
t) encontrada em nirthos de ratos e gambás. Segundo Pessoa, trata-se de raças ou varie-
se todos os IDsetos capturados nesta época são adultos ou ninfas do 5C! estádio. Já
dades que se adaptaram às condições do meio.
t> No Brasil, podem ser consideradas domiciliares as espécies Triatoma infestans no meado do ano a maioria dos barbeiros é constituída de ninfas dos primeiros es-
l) -183 -
-182 -
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide f
(
tádios, sendo raro o encontro de imagos. jos canais se abrem, na face ventral, aos lados das coxas metatorácicas e que secre·
tam uma substância de cheiro repugnante. (
(
V-CONTROLE 3. Abdome - O abdome, formado de onze segmentos, apresenta na face ven-
tral da fêmea, entre os segmentos IV e V, uma estrutura, mais conhecida por órgão (
Os barbeiros em todos os seus estádios pós-embrionários são sensíveis aos in- de Ribaga, situadà, ora na linha mediana como em Ornithoeoris toledoi, ora à direita (
seticidas clorados e fosforados. Os adultos são menos resistentes aos inseticidas do como em Omex hemipterus. Usinger (1966) deu a esta estrutura o nome de espero
que as ninfas do Sq estádio. malege que consta de duas partes, uma de origem ectodérmica, denominada ectoes- .:
Dos clorados, o menos eficiente é o DDT; o melhor triatomicida é o BHC, que
tem ação residual de um mês, quando aplicado nas residências. Aconselha-se o BHC,
permalege, e outra de origem mesodérmica, denominada mesoespermalege.
A extremidade posterior da fêmea é arredondada. Os lados do abdome não
.:
contendo 12% de isômero gama, na concentração de 500 g de pós molhável para possuem paratergitos distintos ou conexivos. Os espiráculos respiratórios abrem-se 4:
dez litros de água, aplicado sob a forma de aspersão nos locais frequentados pelo nos segmentos II e VIII. (
barbeiro, de trinta em trinta dias, até erradicação dos insetos. As estruturas genitais femininas primárias formam um homólogo de oviposi-
tor que ocupa as faces ventrais dos segmentos abdominais VIII e IX. Estas estrutu- (

FamI1ia CIMICIDAE
ras consistem de um par de gonapófises mais desenvolvido: originando-se do sego
mento VIII e de um par de gonapófises mais reduzido, formado de dois lobos delga-
.:
dos escondidos abaixo do primeiro par e originando-se do segmento abdominal IX. t
I - CARACTERES No macho, o abdome se estreita em direção à extremidade posterior, onde o f
segmento IX se apresenta assimétrico. Próximo do ápice da extremidade posterior,
Corpo achatado dorso-ventralmente, de contorno oval, coberto de cerdas, nun- na face ventral, encontra-se o parâmero, que é o órgão copulador do macho. O parâ. .:
ca medindo mais de 13 mm de comprimento; tilo robusto, alargado na parte apical; metro é sempre forte e curvado para a esquerda, quando o inseto é visto dorsalmen- (
labro usualmente curto e largo; rostro trisegmentado, não se encaixando em sulco te; sua parte externa repousa em um sulco no segmento abdominal IX. O parâmetro
do prosterno; antenas de quatro artículos; olhos compostos e salientes; sem ocelos; é escavado para receber o edeago. C
asas rudinlentares, com aspecto de duas escamas; garras tarsais apicais; são ectopa·
rasitos temporários de mamíferos e aves, conhecidos popularmente pelo nome de
«
percevejos. III - CLASSIFICAÇÃO .:
A faml1ia Cimicidae compreende seis subfam1lias, vinte e dois gêneros e se· t
tenta e quatro espécies. A famI1ia Omicidae compreende seis subfaml1ias, das quais Cimicinae e lIae-
matosiphoninae incluem espécies associadas com a espécie humana e às aves domés.
t'
ticas. f
II - MORFOLOGIA GERAL I/aematosiphoninae inclui os gêneros Haematosiphon e Ornithoeoris: com as
(
espécies parasitas de aves: Haematosiphon inodora - percevejo dos galinheiros, assi.
1. Cabeça - A cabeça tem a forma mais ou menos quadrangular ou triangular, nalado nos Estados Unidos e no México. Ornithoeoris toledoi e O. pal/idus - perce. .1(
com o tilo robusto e alargado na parte apical; o labro é usualmente curto e largo; o
rostro é triangular e não se encaixa em sulco do prosterno; as antenas são formadas
vejos de aves 110 Brasil.
.:
de quatro artículos; os olhos são bem salientes; não apresenta ocelos. Cimininae inclui os gêneros Omex e Propicimex, com as espécies: Omex lee- j
( '.

tularius, C. hemipherus, parasitos do homem, e Propicimex limais, assinalado e~


2. Tórax - O protórax apresenta expansões laterais de bordos arredondados, Pernambuco e Pará em forros de casas, onde suga os morcegos e eventualmente o
t
e uma chanfradura anterior onde se encaixa a cabeça. O escutelo é largo e de forina homem.
grosseiramente triangular. As asas são rudimentares e se apresentam como duas esca·
mas. Os tarsos terminam em garras. Os percevejos possuem glândulas odoríferas cu-

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._-..i.
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA

Gênero Cimex .a
.
•i
:
No gênero Cimex há quase duas dezenas de espécies, das quais C lactularius e
C hemipterus são conhecidos percevejos das camas do homem.
A espécie C lectularius vive nos domicílios do homem nas zonas temperadas
e tropicais. ~ um dos poucos insetos verdadeiramente cosmopolita, tendo seguido o
homem por todas as regiões do mundo. Este percevejo tem sido encontrado em to-
do o mundo, exceto na Antártica. Primariamente é um parasito do homem, mas po-
de sugar outros mamíferos e aves. As galinhas e os morcegos são hospedeiros co-
muns de C lectularius.
fIG .125
Sem dúvida, os hospedeiros originais deste percevejo são morcegos, porque 8
a maioria das espécies do gênero é parasita de Chiroptera.
O macho de C lectularius mede em média 5,34 mm de comprimento por 2,6
mm de largura, tomada no abdome; a fêmea mede 5,57 mm de comprimento por 2,6
mm de largura.
A outra espécie C hemipterus se distribui, principalmente, nas regiões tropi-
cais, raramente se extendendo além dos trópicos. ~ uma espécie parasita, principal-
mente, das residências humanas, mas que é comumente capturada em locais fre- f --
quentados por morcegos e em galinheiros. O macho mede 6,65 mm de comprimen- g .. ~~~~1.I'!íffff!.:~
to por 2,7 mm de largura; a fêmea mede 7,0 mm de comprimento, por 2,9 mm de
largura.
A espécie C foedus, Pinto, 1928 é considerada sinônimo de C hemipterus .
f1G.123 s
As duas espécies podem ser facilmente diferenciadas pelo protórax e pelas cer-
das. Em C hemipterus, o protórax tem os bordos laterais arredondados e a depressão FIGURA 123: ~ista ventral de fêmea de Cimex lecrularius. a - lábio; b - mandíbula; c - ma.
côncava anterior menos profunda, além de apresentar cerdas lisas. Em C lectularius ~lla; d -: .c1ípeo; .e - olho; f - coxa; g - fêmur; h - trocãnter; i - mesoplcura;
J - hemehtro ,rudunentar; k - metapleura; I - tíbia; m - garras tarsais; n - taro
as cerdas apresentam rebarbas em um dos bordos. so; o . espu:aculos; p - gonópodo do SI? segmento; q - gonópodo do 91? sego

mento; r - anus; s - poro genitaJ; t - abertura do órgão de Berlesc; u - meta.
esterno; v - mesoesterno; x - proesterno; z - labro; y - 1,2,3 e 4 antena c
seus segmentos; 3 - 10 segmentos abdominais.
Gênero Propicimex
FIGURA 124: Cimex hemipterus. a - clípeo; 1 - 4 - artículos antenais; b - olho; c - cabe.
ça; d - pronoto; e - mesonoto; f - élitros; g - metanoto.
Inclui a espécie P. limai, assinalada em Pernambuco e Pará em forros de resi- h
dências humanas, onde suga morcegos e eventualmente desce para sugar o homem. FIGURA 125: Cimex lectularius. a - rostro; b - c){peo;
O macho mede 6,51 mm por 1,47 mm; as fêmeas medem 7,2 mm por 1,6 mm. c - antena; d - pronoto; e - meso-noto:
r - coxa; g - metano to.
FIGURA 126: Ornithocoris toledoi. a - clípeo; b .. olho:
JV - BIOLOGIA DOS PERCEVEJOS HUMANOS .. e c - cabeça; d - pronoto; e mesonoto;
r - élitros; g - metano to.
Os percevejos das habitações humanas são insetos de hábitos noturnos. Du- ··· .. :9· .. ! f
rante o dia permanecem escondidos em fendas das paredes, nos estrados das camas,
FIG.12.
nos colchões, nas frestas dos galinheiros, etc. À noite saem dos esconderijos para e- ti
xercerem o hematofagismo. O tempo de sucção dos adultos varia de quatro a dez i'
i: i

-186 - -187 -
I:
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(
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf.DlCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M:A. Costa, José O. Costa, Paulo lide (
minutos. O abdome é capaz de enorme expansão durante a sucção, após a qual o pe- (
so do inseto pode aumentar 3{)j(,. À temperatura de 18 a 200 C, o intervalo entre
duas sucções é de cerca de uma semana; a 27 0 C é de apenas três dias. O intervalo en- f
tre as sucções, nas ninfas, é mais curto. Os adultos, na falta de alimentação, são bas- (
tante resistentes. ao jejum, principalmente na época mais fria do ano. Há referências
na literatura, de adultos que sobreviveram cerca de dezoito meses, sem alimentação, {
em temperatura entre 13 a 150C e umidade relativa de 9{)j(,. Os machos e as fêmeas (
sobrevivem mais tempo, em jejum, do que as ninfas. À temperatura de 22 0 C e umi-
dade relativa de 40 a 45%, machos e fêmeas de C lectularius, resistiram, respectiva- {
mente, 142 e 130 dias. {
Depois da cópula, que se realiza em intervalos irregulares, a fêmea inicia a pos-
tura nos esconderijos, cerca de uma semana depois. Durante a cópula, que dura pou-
(
cos minutos, o macho perfura a ectoespermalege, localizada na face ventral da fê- (
mea, com o seu órgão copulador, e injeta o esperma na mesoespermalege situada na
hemocele. Os espermatozóides atravessam as paredes da espermalege e se dirigem pa-
(
ra os conceptáculos seminais onde penetram; daí ganham as paredes dos ovidutos, (
por onde migram até atingirem os pedículos que se reunem para originarem o ovidu-
to.
(
A fecundação é extragenital e traumática. Machos e fêmeas, que não se ali- (
mentaram recentemente, não se interessam pela cópula. O macho pode copular com
a mesma fêmea ou com outra, várias vezes por dia.
(
Os ovos são operculados, ligeiramente curvos e medem aproximadamente 1 {
mm por 0,5 mm; no início são de coloração branca-pérola e mais tarde tornam-se a-
{
marelos claros. Uma fêmea tem uma capacidade enorme de postura. Foi observado
., que uma fêmea de C lectularius realiza uma postura de 541 ovos, duran te toda a sua 4:
" vida. As posturas são parceladas; diariamente as fêmeas põem um, dois, três ou mais {
ovos, isolados, durante uma semana, à temperatura de 18 a 200 C. Findo o ciclo de
postura, as fêmeas sugam novamente, e após um período latente de cinco a seis dias, (
iniciam outro período de oviposição.
(.
O período de incubação dura de quatro a dez diaS e está sujeito às condições
de temperatura. As ninfas são muito ativas e são também hematófagas. Há cinco es- {
tádios ninfais antes do inseto atingir a fase adulta. Antes de cada muda as ninfas re li
alimentam normalmente, uma vez, durante cerca de três minutos. O desenvolvimen-
to pós-embrionário do Cimex lectularius, de ovo a adulto, dura de trinta a quarenta (
dias, quando as condições de temperatura e umidade são favoráveis. Os fatores mais ~
a _ ctenídio pronotal; b - cerda antipigidial; c - pigídio;. ~ - 10~~~ter~~ importantes no desenvolvimento dos percevejos são a temperatura e a alimentação.
fi.
~
FIGURA 127:
a bdominal' e _ espermateca; f - unhas; g - segmentos tarsals, h - t ta, I
,.
mur; j - coxa; . I - cten (d'lO g
k - peças bucllls; ena!'
, m - olho', n - antena. Abaixo de 13 0 C os percevejos não completam a evolução. À temperatura de 230C o t"·
r
ciclo completo dura cerca de três meses; a 280C o ciclo é reduzido a cerca de 34
dias. '-('
Os adultos, que têm oportunidade para se alimentarem, vivem de oito a dezoi-

,'~
to meses à temperatura de 18 a 200 C; cerca de 15 semanas a 270C e cerca de dez S&
manas a 340 C.
- 188- - 189-
'<;~~J
'1 \ F ACAROLOGIA M~DICA E VETERINÁRIA
ENTOMOI ( 1, .: Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

quido celomático, durante muito tempo. O esmagamento do percevejo infectado pe-


Gênero Omithocoris
la B. recu"entis, na pele escarificada de animais de laboratório, pode provocar in-
fecção.

Ornithocoris toledoi Ambas as espécies de percevejos do homem, existentes no Brasil, se infectam


pelo 1'rypanosorha cruzi, embora não transmitam a infecção pela picada. As feses
dos percevejos são infectantes, como as dos barbeiros.
' ,(
ESp"l'I,' \' I'crceveio ~ descrita em galinheiros de São Paulo e• Minas Gerais. O
macho 1\\," I .' \ ' " " mm de comprimento por 2,5 mm de largura, A femea mede 4,4 de
,
comprtl\\l'1\ , I , I,,'r ~
-, 25 mm de largura. O corpo é de coloração castanha. VI - CONTROLE
I"lU'I,'!:I.'I ,'ls. adultos sugam com intervalos de oito dias _ aproximadamente; o
tempo ,,' ' • "'1" v'lria
\ ~lIl,. ' de oito a doze minutos. Após a sucçao os adultos copulam;a
Os percevejos podem ser perfeitamente controlados com medidas gerais de hi-
cópula .1\11;1 II I ' "I ,is a três minutos. A fêmea só copula uma vez ,
antes
,
de cada
al d postu- giene e com o uso de inseticidas, aplicados sob a fonna de pó, emulsão, etc. Já foram
ra que s,' 1111\.1.1 l'i1lco a oito dias depois. Entre cada postura ha um mterv o e apro- •
.' I', ,'1'1,' dias , quando a fêmea copula novamente. Em cada postura a fe- observadas resistências aos clorados e fosforados. Os inseticidas devem ser aplicados
XlJI1ad'\11Il'1I
de 20,5 0 e e u- nos locais onde os insetos se abrigam, de duas em duas semanas, até erradicação to-
mea pik ,
.I I' " \''.'~, cm média. O período de incubação .
à.temperatura
' " , tal.
, \
nudade 1<' .111\. " ' I \' HO% , oscila entre cinco a dez dIas. Ha cmco , estádios nmfats e ca-
• I 1 vczes antes da próxima ecdise. O desenvolvunento total de ovo a
Lindane, Clordane, Dieldrin, "Trichlorfon", Dipterex, "Ronnel" = DOW ET-
da um SlIf:·1 - ' " . • •
57,Malation e Diazinon aplicados, sob a forma de "spray", na concentração de O~ a
adulto ,""'1 I<, ,I'II l'l'rca de 48 dias , com amplitude de 36 a 85 diaS. Os adultos Vivem 1%, matam os percevejos em sua totalidade. '
de três a IIl" l' 1II,'Sl'S.
A Organização Mundial de Saúde (WHO) recomenda: (1) DDT em emulsão na
água, na concentração de 5%, aspergido sobre as paredes, camas, colchões, etc.; um
litro pode ser aplicado em 60 a 120 m 2 'de superfície; (2) no caso de resistência ao
V - IMPon rANelA
DDT, recomenda-se o Malation, na concentraçã'o de 2%, sob a forma de "spray";
(3) quando surgem resistências contra DDT e Malation, pode ser usado o Diazinon a
Os 1','I,'\l,".. 'I' 's sa-o danosos ao homem e aos demais • hospedeiros,
. .. não somente . 0,5% aspergido igualmente sobre os locais, por onde transitam os percevejos,
. , \ ,I \'1"' I "I I l• espoliação
atravcs " sanguínea' como tambem pela pOSSibilidade de velcu-
Não se conhecem repelentes contra os percevejos.
Iarem ;11;'. 'III"~
"
l\" ,\ocnças mfecclosas.
' " •
"\ ' Itldi\'Ílluos são mUito sensíveis à 'picada dos percevejos, enquanto ou- Os mesmos produtos são recomendados, nas mesmas concentrações, para a-
\
I ~IIII~ . . plicação nos galinheiros. , I
,
tIos pan'l,'\\I I , , 1"1' I'crceberem os insetos. Ao picar, o percevejo mocula uma . secre-
,
ar "111(" irritante, e provavelniente anticoagulante que provoca prundo m-
ção S 1\':"1 1,.1 II I'icada. A reação é do tipo alérgico. A escarificação da pele, com
tenso IIl' ,",U " ' . .
consequ,'II(l, ItI\ "Is;hl de agentes infeCCIOSos secundários, agrava odiestado • b' do paclen-
"
te A ur",I\·.ll' • 1'1 ".nlcada pelos insetos impede o sono, causando stúr lOS . nervosal
. \
e mCSll\l' ,I~t, " • ·~tin\§ consequentemente debilitando o indivíduo e predIspondo-o a,
doenças. I d .
'\S (l'II(.ltÚ;IS realizadas no sentido de demonstrarem o pape os percevejos
. II'~ '[l'S de agentes de doenças não revelaram resultados conclusivos. Ex-
como "Ir:\IISIl N l ' . . • .
, t I ll"tlt,' podem transmitir aPasteurella pestls, mas não há eVidenCIa de que
penm~tl
estes :I( ~'.'I,,\,'\S;lIll ser responsabilizados pela disseminação
UlS,' ,~ , "
da peste bubônica. •As
, ,\,l tratlsmissão
tentah\':ls '
da tuberculose, lepra, tifo e lelshmanlose,
, •
pelos percevejos,

de ratll r,'SIlIt.id,'S negativos . Embora não possam l"transnutir, pela pIcada, a febre re-
. t tinO lf
corrent,', ~.", '" os percevejos retêm a Bo"e 1Il recurrentls no m es o e no -
'· ... ·..$l· ·'ue

-190- - 191 -
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf:DICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa, Paulo lide ~'

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FIGURA 128: Cabeça de Ctenophalides sp ('
{
CAPliulO 13 [
ORDEM SIPHONAPTERA
<-
(',
I - CARACTERES (
lnsetos pequenos, ápteros, de corpo comprimido lateralmente, bem esclerosa-
(
do, coberto de cerdas projetadas para trás; com os metâmeros distintamente imbri- (
cados uns sobre os outros; aparelho bucal picador-sugador; pernas longas, especial-
mente as posteriores que são adaptadas para o salto; ectoparasitos de aves e mamífe-
C',)
ros; hematófagos; sofrem metamorfose completa. C,l
C,
II - MORFOLOGIA EXTERNA C I '

1. Cabeça - Cabeça, regra geral, de fonna grosseiramente triangular, quando


(;'
vista lateralmente. De cada lado da cabeça há uma fosseta antenal onde se alojam as (;
antenas, que dividem a cabeça em duas regiões - uma anterior que é a fronte, e ou-
tra posterior que é o occiput ou occipício. No occipício são observadas cerdas, cujo
()
arranjo, disposição e número são de grande importância sistemática. As genas estão
FIGURA 130: Cabeça de Xenopsy/la
V
situadas na região antero-inferior da cabeça, abaixo da fronte e na frente da fosseta
antenal_ Adiante das antenas estão os olhos simples, de pigmentação escura. Algumas
()
espécies não possuem olhos. As antenas são triarticuladas, sendo que o 39 artículo é FIGURA 129: Cabeça de Pu/ex ~;:
maior do que os dois primeiros reunidos, o qual é claviforme e de aparência anelada.
Várias espécies exibem uma fIleira de espinhos fortes e pigmentados, conhecida por
()
pente ou ctenídio genal, disposta no bordo inferior da cabeça.
Na região antero-ventral da cabeça inserem-se as peças bucais adaptadas para '()-'"
picar e sugar. O aparelho bucal da pulga consiste das seguintes peças: (I) Epifaringe-
~
-192 - - 193 -

•,
~J
'~

-- ,t-
,-, ENTOMOLOGIA E ACAROLOGlA Mf.DICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

l estilete alongado, em fonna de calha com a concavidade voltada para trás; (2) Maxi-
las - fonnadas de um par de palpos maxilares, um par de placas maxilares e um par
1
-, de estiletes alongados que são as lacínias; cada lacínia assemelha-se a uma calha, con-
vexa externamente e côncava no lado interno; a justaposição da epifaringe e das
) duas lacínias forina o canal alimentar, por ondé entra o sangue; (3) lábio - consiste
de dois palpos labiais, escavados internamente e que se adaptam externamente, co-
1 mo uma bainha, às lacínias e ã epifaringe. As secreções salivares são injetadas nos te-
-, cidos do hospedeiro através de um canal fonnado pela justaposição das lacínias.

) 2. Tórax -O tórax apresenta três segmentos bem distintos, cada um constituí-


) do do esclerito dorsal que é o noto e do esclerito ventral que é o esterno. Em algu-
FiGURA 131: Cabeça de Echidnophaga gal/inacea. mas espécies há um ctenídeo pronotal, também referido por ctenídeo protorácico,
) nq bordo posterior do protórax. Também o meso e o metanoto podem apresentar
) ctenídio. A mesopleura pode apresentar-se simples ou dividida, vertical e diagonal-
mente por uma sutura chamada sutura mesopleural, em dois escleritos: um anterior
) que é o mesepisterno e outro posterior que é o mesepímero_
) As pernas do 39 par são mais longas e robustas do que as dos outros pares e
pennitem grandes saltos; os tarsos são pentâmeros e tenninam por duas unhas. A
,t disposição das cerdas e dos espinhos nas pernas é de grande importância sistemática.
)
3_ Abdome - O abdome é fonnado por dez segmentos ou urômeros. Os uro-
) FIGURA 132: Cabeça de Tunga penetrans. tergitos e uroesternitos apresentam uma a duas meiras de cerdas_ Os estigmas respi-
ratórios abrem-se nos tergitos dos segmentos'II a VIII; o 10gestígma sempre se im-
planta em tubérculo bem distinto. Algumas espécies possuem ctenídios abdominais.
Na margem dorsal do segmento VII há duas ou mais cerdas de cada lado, bem distin-
1>
I
tas, denominadas cerdas antipigidiais. No tergito IX, tanto no macho como na fêmea,
há uma região sensorial característica, denominada pigídio ou placa pigidial. A por-
t 8 ção tenninal do abdome difere consideravelmente entre o macho e a fêmea. Nos ma-

.,
})

I
chos os três últimos segmentos se modificam para fonnarem a genitália ou tenninália.
Os esternitos do segmento IX, em algumas espécies são de grande importância siste-
mática_ A estrutura dos órgãos copuladores nos machos é muito complicada e de ca-
) pital importância sistemática; ela se constitui de um par de pinças ou tenazes, além
:) de outras peças. Na fêmea, não há genitália externa; há uma espennateca visível no
~o
E
abdome, bem quitinizada, cujas características morfológicas são utilizadas naclassifi-
)l cação.
-I
,-r~ Es ennatecas de diversas espécies de pulgas. A - Pu/ex ir~itans; ~ - ~enop. III - MORFOLOGIA INTERNA
FIGURA 133: P, h ' . C Xenopsyffa brasifiensis' D - Ctenocephafldes fells fefls,e Cte-
syl a c eoplS, - "
,) nocephalides canis; E - Nosopsyllus fasclatus.
1. Sistema Digestivo - O tubo digestivo é constituído de faringe que funciona
j como uma poderosa bomba de sucção, ligada anterionnente à hipofaringe e poste-
I}
-194 -
~)
-195 -

--'
J
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í . .-
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGlA ~DlCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide (
(
riormente, por wn longo esôfago, ao proventrículo. Internamente, o proventrículo também, da temperatura e umidade do ambiente. Estudos realizados em São Paulo
possui prolongamentos quitinosos que impede~ a regurgitaç~o do sangue que passa mostraram que o período de incubação para os ovos de Xenopsylia cheopis e X bra- f
para o estômago. O estômago é curto e pode dilatar-se consideravelmente, q~an~o siliensis, varia de sete a oito dias no inverno e de dois a cinco dias no verão. O mes -
(
repleto de sangue. Segue-se o intestino, que recebe os qu~tro tubos de Malplghi ~ mo período, verificado para os ovos de Ctenocephalides canis, por vários pesquisa-
f
A

posteriormente se dilata para formar a ampol~ retal. Há dOIS pares de glandulas Sall dores, varia de dois a quatro dias, conforme o'local onde os dados foram obtidos.
vares situados no início do abdome, dos quais saem dutos excretores. Os dutos a-
. trave~sam parte do tórax e se fundem para formarem o duto único, o qual está inter·
Linardi & Nagem (1972) verificaram que o período de incubaçlio de Ctenoce-
phalidesfelis, em Belo Horizonte, à temperatura de 23 a 25 0 C e umidade relativa de «
70 a 90%, foi de quatro dias. {
ligado, anteriormente à hipofaringe.
O conjunto de faringe, esôfago e proventrículo é chamado, por alguns autores, A ec1oslio é ajudada por um espinho quitinoso existente na cabeça da larva do
(
de intestino anterior ou estomodeu; todo o estômago constitui o intestino médio ou 19 estádio, que corta o cório, denominado "ruptor avi" ou quebrador do ovo. Há
mesêntero; e ao intestino propriamente dito são dadas as denominações de intestino três períodos larvários. A larva, que mede cerca de 1,5 mm de comprimento ao nas- {
cer, é alongada, vermiforme e constituída, além da cabeça, de três segmentos toráci- (
posterior ou proctodeu.
cos e dez abdominais, cada um provido de cerdas longas em número reduzido. Os
2. Sistema Respiratório - As traquéias são bem desenvolvidas e se comunicam últimos segmentos abdominais apresentam dois processos em forma de gancho, usa- {
com o exterior através de dez pares de estígmas, dos quais três são torácicos. O pri· dos para fixação ao substrato e locomoção, denominados apêndices anais. Na cabe- (
meiro segmento abdominal não tem estígma. Excepcionalmente, as espécies do gê- ça encontram-se as peças bucais mastigadoras e duas antenas. As larvas são amarela-
das, muito ativas, fototacticamente negativas e se alimentam de substâncias secas, (
nero Tunga apresentam apenas quatro estígmas no abdome.
como fezes das pulgas adultas e outros produtos orgânicos. Elas são encontradas nas (
3. Sistemas Circulatório e Nervoso - Os sistemas circulatório e nervoso são tí- fendas dos assoalhos, debaixo de tapetes e em outros lugares habitados por animais
hospedeiros do estádio adulto. Quando maduras, isto é, no 39 estádio, as larvas po-
(I.
picos dos insetos.
dem atingir até seis mm de comprimentq. (
Em ambiente de temperatura moderada, boas condições de alimentação e u- I
4. Sistema Reprodutor
a _ O sistema reprodutor feminino consta de dois ovários formados de qua- midade, as larvas realizam todas as mudas e atingem o período de pupa entre uma e
duas semanas, com variações entre as espécies. Faltando alimentaçlio adequada, o
'-
tro a oito ovaríolos. Há uma bolsa copuladora abaixo da ampola retal, que se comu- (
nica com a espermateca. A vulva abre-se entre o VIII e IX segmentos abdominais. período de larva pode ser prolongado, a despeito da temperatura favorável. Parece
que o ferro encontrado no sangue, parcialmente digerido e expelido pelas pulgas a- (
b - O sistema reprodutor masculino consta de dois testículos fusiformes I

ou ovóides, dos quais saem os canais eferentes. Pela fusão destes origina-se um canal dultas, é de grande importância no desenvolvimento das larvas. (
único que termina na vesícula seminal. Desta sai o canal ejaculador que se relaciona A larva de 39 estádio se transforma em pré-pupa, que pelo esvaziamento do
intestino e com a secreçlio salivar, tece um casulo oval e pegajoso, que retém partí- {
com o edeago ou pênis. Há dois pares de glândulas access6rias.
culas de poeira, de areia e de outros fragmentos, resultando um corpo de aspecto (
completamente diferentes, que é apupa.
IV - BIOLOGIA
O casulo mede aproximadamente 4 x 2 mm. O período pupal varia considera- l I
velmente. No verlio é mais curto, mas no inverno é prolongado. Na literatura há re- (
A cópula se realiza com a fêmea cavalgando o macho. Pouco depois, após suc- ferências para Ctenocephalides canis de cinco até 354 dias e para Pulex irritans de I·
• t,·

ção, a fêmea inicia a oviposição_ As pulgas realizam posturas parceladas de cerca de seis a 220 dias. 'IIl.ç
Em geral pode-se estimar que o desenvolvimento completo de várias espécies
seis ou mais ovos, totalizando 400 a 500. A espécie Spilopayllus cuniculi só conse-
de pulgas de interesse médico e veterinário dura, aproximadamente, um mês, no ve-
t"
gue maturação do ovário após sugar coelhas grávidas: o hormônio responsável é um
t

corticosteróide_ Os ovos são postos na poeira ou em locais sujos ou mesmo nos hos- rão. Sob temperatura mais baixa o inseto é menos ativo e o ciclo pode prolongar-se
pedeiros, dos quais se desprendem posteriormente; slio ovais, de coloraçlio branco- por vários meses.
pérola e medem cerca de 0,5 mm de comprimento.
O período de incubação depende, em primeiro lugar, da espécie de pulga e, ~
-196- -197 -
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)
:1 ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MrDICA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
\1 V- HABITOS
Gênero Nosopsyllus
.} Famllia Leptopsyllidae
Tanto machos como fêmeas necessitam sugar sangue. O sangue é essencial à
.} maturação dos ovos. As pulgas, regra geral, são parasitos periódicos de um único Gênero Leptopsylla
hospedeiro, podendo trocar de fonte de alimentos, frequentemente. Cada pulga tem Famllia Rhopalopsyllidae
) Gêneros Polygenis
um hospedeiro preferido, mas na falta pode sugar outro animal diferente. Algu-
,1 mas pulgas, como a fêmea de Tunga penetrans, são parasitos pennanentes. A longe- Rhopalopsyllus
) vidade das pulgas varia com a espécie, com o grau de umidade, com a temperatura e
com a alimentação. Pulgas não alimentadas, em ambiente úmido, usualmente, vivem
) muito tempo. Nosopsyllus fascÚltus foi conservada viva sem alimentação, durante
VII- CHAVE PRATICA

) dezessete meses à temperatura de 15,5OC e umidade relativa de 70%. Xenopsylla


cheopis alimentada vive 100 dias, mas sem alimento sobrevive apenas 38 dias, em Foi. adaptada de vários autores para identificação dos principais gêneros de
) ambiente úmido. Pulex irritans alimentada resistiu até 513 dias, em condições favo- pulgas de Interesse médico e veterinário, no Brasil:
) ráveis; sem alimentação sobreviveu apenas 125 dias. Temperaturas altas e secas en-
curtam o período de vida das pulgas adultas. Nos climas temperados as pulgas são L ctenídios genaJ e pronotal ausentes ........... .
2
~ mais comuns no verão; nos trópicos as pulgas ocorrem com maior frequência nos
ctenídio pronotal presente; ctenídio genal ausente' Nosopsyllus
) meses de temperatura mais baixa. ctenídios pronotal e genal presentes ......... .
3
Durante a sucção as pulgas ficam completamente alheias aos perigos externos,
t podendo ser capturadas facilmente. A sucção dura de 12 a 15 minutos; depois de cin- 2. comprimento dos três tergitos torácicos reunidos
) co minutos as pulgas começam a expelir, pelo ânus, gotículas de sangue, que vão cair menor do que o 19 tergito abdominal
4
a vários milímetros de distância. co~primento dos três tergitos toráci~~~ 'r~~~'d;s'
) maIOr do que o 19 tergito abdominal ...........
Parece que basta uma alimentação por dia, mas quando a sucção é interrompi· 5
) da, elas podem sugar várias vezes por dia.
3. c~~ olhos; ctenídio pronotal perpendicular ao cte-
) mdIO genal ............ .
Ctenocepltalides
) VI - CLASSI FICACÃO
sem olhos; ctenídio pronotai ~~;~~io' ~~ 'c't~~(di~'
genal ................................... .
)
A classificação das pulgas ainda pennanece confusa. Não há acordo entre os
) especialistas. Para fins didáticos, apenas serão consideradas as famllias que incluem 4. ~oxa posterior com uma fIleira de espinhos na face
!
representantes de certa importância médica e veterinária, segundo a classificação a- Interna ................................. .
) !:.c:hidl/ophaga
dotada por Rothschild & Hopkins (1953): co~a posterior com apenas espinhos escassos na fa-

~) Superfamilia Pulicoidea
ce Interna .............. . ................ .
TUflga
5. urotergitos com uma só fileira de cerdas

,
I Família Tungidae 6
~;;d'a~: : : :
~ Gênero Tunga urotergitos com duas fIleiras verticais de
7
) Familia Pulicidae
Gêneros Pulex 6. cdi~~d~dma fIleira de cerdas no occipício; mesopleura
VI I a
com ape~~~ ~~~ ~~;da' d~ 'c'ad~ 'l~d~ . d~ 'O~~i~í~i;:'
Ctenocephalides Xenopsylla .,
Xenopsylla

~.~
I

Superfamília Ceratophylloidea mesopleura dividida ....................... .


Pulex . I·
Famllia Ceratophyllidae
7. 59 artículo tarsal posterior mais longo do que o 29
-198 -
j -199 -

.~
J--.....I
"
r {I
(,
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M~DlCA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide {
artículo tarsal mediano; prosterno nítido ....... .
{
Rhopalopsyllus
5<? artículo tarsal posterior não mais longo do que f
o 2<? artículo tarsal mediano; prostemo rudimentar Polygenis
(
(
VIII - PRINCIPAIS PULGAS DE INTERESSE M~DICO E VETERINARIO NO BRASIL
f
Pulex i"itans - Pulga do homem. Cosmopolita. Pode sugar outros hospedeiros, mas (
raramente suga rato. Não é boa transmissora da peste bubônica, em-
bora admita-se que possa transmitir a peste entre a espécie humana.
(
Pode servir de hospedeiro intennediário para Dipylidium caninum. {
Xenopsyl/a cheopis - Pulga comum de ratos domiciliares. Cosmopolita. Principal
transmissora de peste bubônica entre ratos domiciliares e destes para. (,
o homem. Hospedeiro intennediário de Hymenolepis diminuta e Try- {
panosoma lewisi.
Ctenocephalides canis - Pulga de cães e gatos no Brasil. Pode picar o rato e outros
{
animais. Não é considerada boa transmissora de peste. ~ mais comum (
nas regiões de clima frio. ~ um dos hospedeiros intennediários de
Dipylidium caninum e Dipetalonema reconditum. (
Ctenocephalides felis - Espécie muito semelhante à precedente. Pica os mesmos hos- (
pedeiros de C. canis. Ocorre mais comumente em cães e em gatos nas
regiões de clima mais quente. Hospedeiro intermediário do Dipyli- t"
dium caninum e Dipetalollema reconditum. {
Nosopsyllus fasciatus - Pulga de rato, podendo picar o homem. ~ mais comum nas k
regiões mais frias. ~ má transmissora da peste. Hospedeiro hltenne-
{
diário de Hymeno/epis diminuta e de T. /ewisi. (
Leptopsylla segnis - Frequente em ratos. Dificilmente pica o homem. Pode transmi-
tir a peste bubônica entre ratos. Transmite o Trypanosoma /ewisi en-
(
tre ratos. Hospedeiro intennediário de Hymenolepis diminuta. {
Tunga penetrans - Pulga muito pequena, medindo apenas I mm de comprimento.
(
As fêmeas são os conhecidos bichos de pé; atacam o homem, o por-
co, o cão e outros animais.
Po/ygenis bohlsi, P. roberti e P. tripus - são espécies comuns em ratos silvestres, ra-
~
ramente picando o homem. São transmissoras da peste bubônica sil-
(
vestre. Podem transmitir a peste dos ratos silvestres para os ratos do-
miciliares.
FIGl'RA 134:
Anatomia interna de uma pulga (fêmea). a - proventrículo; b - ovários'
c - corte de um tubo de Malpighi; d - reto e glândulas retais; e - ânus; f _ boI:
t
~ ~opul~dora; g - cspcrmatcca; h. - vulva; i - vagina; j - útero; k - glândulas
sahvarcs. I - duto sahvar; m - farmge; n - esôfago. ••I
IX - IMPORTANCIA DAS PULGAS
{
1. Agentes Importunos - As picadas das pulgas em indivíduos sensíveis cau- ~
I
-200- - 201 -
'I'I.
; I
: i• . \1
:Iii --"
~'
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A, Costa, José O. Costa. Paulo lide
1 ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
sam irritação e desconforto. No homem a lesão, provocada pela picada e inoculação
de saliva, é do tipo urticariforme - uma zona central com isquemia, circundada por
} um halo avermelhado e edemaciado.
} a b Os animais com pulgas tomam-se irriquietos e para se livrarem do inseto mor-

1 h, / d~m e arranham,a pele, arrancando pêlos e escarificando os tecidos cutâneos.


As fêmeas de Tunga penetrans, após fertilizadas, penetram nos tecidos dos pés
} e de outras regiões do homem e de outros animais, deixando apenas exposta a região
-) c posterior do abdome, onde crescem devido ao desenvolvimento dos ovos. A fêmea
introduzida na epiderme constitui o conhecido "bicho de pé" ou "bicho de porco",
} muito comum no homem, nos suínos e em outros animais nas fazendas. No local de
) penetração da pulga desenvolve-se prurido intenso, que obriga o indivíduo a escari-
ficar a pele, ulcerando a região_ A Tunga penetrans favorece a instalação de blastomi-
) cose, de gangrena gasosa e de tétano. Há na literatura referências a um caso de Tun-
ga penetrans em um reprodutor bovino de raça européia que ficou impedido de in-
t seminar as vacas, por lhe faltar apoio nos pés.
)l
~ FIGURA 135:
D', ama da cabeça de um Anoplura - corte sagital. a - f:Uinge:,b - esMago:
2. Transmissão de Doenças
a) Peste Bubônica - Doença causada pela Yersinia pestis (= Pasteurella pes-
c Jagr
- duto sa I"Ivar, d - e,'stl'let'c labial'. e - estilete salivar: t - estilete maXilar:
J "
g salivanum: h - labrum: i - hipofaringe: J- abertura oral. tis), primariamente doença de roedores; o homem se infecta secundariamente, Há
) duas fomlas epidemiológicas de peste bubônica: (1) Silvestre - que ataca roedores
t
silvestres: (2) Urbana - que é uma extensão da peste bubônica silvestre e que ataca
~ os ratos de zonas urbanas e o homem.

~ A manutenção da peste bubônica urbana é realizada por pulgas do gênero Xe-


I/ops)'lla, principalmente X. cheopis. Outras pulgas, como X. brasiliensis e X. astia
podem, também, transmitir a Y. pestis. mas não são importantes sob o ponto de vis-

"~~ 9
,e
ta epidemiológico. A peste bubônica silvestre é disseminada, entre os roedores silves-
tres e entre estes e os ratos domiciliares, pelas pulgas do gênero Polygenis.
Pulgas, que se nutrem de sangue de indivíduos doentes de peste, ingerem a
Yersinia que se multiplica intensamente no estômago, a contaminação estendendo-
se ao proventrículo. A proliferação da Y. pestis é tão intensa no canal alimentar da
pulga infectada que acaba obstruindo total ou parcialmente o lume do proventrícu-
10_ As pulgas assim infectadas, denominadas pulgas bloqueadas ou parcialmente blo-
queadas, são as principais fontes de infecção da peste bubônica. A infecção da pulga
pelo bacilo da peste acaba irlterferirldo no funcionamento normal do sistema de vál-
vulas do proventrículo, de modo que as pulgas parcialmente bloqueadas não podem
reter o sangue no estômago. Como resultado, pulgas infectadas, na ânsia de sugarem.
FIGURA 136: Cabeça de Anoplura - corte tmnsversal. ~ - dentes do h~u~tel~m; b -,hauste- acabam regurgitando sangue com Y. pestis no ferimento da pele, provocado pela pi-
lum; c _ canal alimentar; d - estilete mediano; c - duto salivar, f - estilete
cada. Por outro lado pulgas bloqueadas, como não podem aspirar sangue, estão per-
ventral; g - estilete dorsal.
manentemente famintas, e durante tentativas para se alimentarem no mesmo hospe-
deiro ou em outros hospedeiros, podem inocular material irlfectante deslocado do
proventrículo.

- 202- - 203-

f
(
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MrDlCA E VETERINÁRIA {,
(i
As pulgas podem também veicular os bacilos da peste nas peças bucais, meca-
nicamente, ao picarem novoS hospedeiros após interrupção do processo alimentar. (
Há referência sobre a transmissão através das fezes, mas está mais ou menos esclare-
cido que a Y. pestis é destruída no intestino posterior da pulga.
((
A disseminação da peste bubônica na população humana se dá pela picada ti
das pulgas infectadas, que abandonam os ratos mortos e, não encontrando outros
ratos, acabam por se transferirem para o homem. Admite-se que aPulex irritans pos- f
sa transmitir a peste de homem para homem. (
b) Tifo Murino - Infecção de roedores causada pela Rickettsia typhi (= R.
mooseri), cuja transmissão se realiza pelas pulgas. A principal espécie transmissora é (
aXenopsylla cheopis. Pulex irritans e Ctenocephalidesfelis também podem transmi- ti
tir o tifo murino, porém não são importantes no elo da cadeia epidemiológica. A
Rickettsia se multiplica no intestino da pulga e a transmissão se realiza pela conta- (
CAPITULO 14
minação dos roedores com fezes. O esmagamento da pulga liberta as Rickettsia que {
penetram em qualquer solução de continuidade na pele. Não há transmissão pela pi- ORDEM ANOPLURA
cada. O homem contrai a doença através da pulga do rato; surtos de tifo murino já (
foram assinalados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Ouro Preto. I - CARACTERES
(
c) Mixomatose dos Coelhos - A pulga Spilopsyllus cuniculi é responsável pela
(
transmissão da infecção na Europa. . Inset~sápteros, de corpo achatado dorso-ventralmente; cabeça mais estreita i

do que o tor~x;.aparelho ~ucal picador-sugador, retrátil, tipo anopluróide; antenas


{
!
3. Hospedeiro Intermediário - Várias espécies de pulgas são hospedeiros inter- curtas, constlturdas de tres a cinco artículos; olhos reduzidos ou ausentes; tórax {
mediários de parasitos do homem e de animais domésticos. com os segmentos soldados; tarso com um único artículo e com uma garra tarsal o- I

São hospedeiros intermediários do Dipylidium caninum: Ctenocephalides ca- posta ao polegar da tlôia. São insetos que medem, no máximo, 6 mm de compri-
:{
i
nis, Ctenocephalides feUs e Pulex irritans. São hospedeiros intermediários de Dipeta- m~nto e q~e apresentam metamorfose incompleta. Parasitam permanentemente ma- (
lonema reconditum: Ctenoceplzalides canis e C. felis. Xenopsylla dzeopis. X. brasi- mlferos, alImentando-se de sangue. São conhecidos vulgarmente por piolhos.
liensis, Nosopsyllus fasciatus e Leptopsylla segnis são hospedeiros intermediários de i(
Hymenolepis diminuta. (
II - MORFOLOGIA EXTERNA
'i
VII - CONTROLE

As pulgas nos hospedeiros, cães e gatos, podem ser eliminadas pelo emprego
I. Cabeça - Cabeça distinta do tórax, na mesma linha horizontal do corpo
com a porção anterior às antenas em forma de cone de ápice arredondado. Quand~
t(
prese~tes, os olhos são proeminentes, porém simples. Ocelos ausentes. Antenas pen-
do DDT ou do BHC, sob a forma de emulsão ou de pó. O DDT é recomendado nas
concentrações de 5% em pó inerte ou 1% em banhos; o BHC é usado na concentra-
ta-articuladas, em geral. l
~
. A abe.ftura bucal comunica-se com dois canais superpostos: o superior, deno-
ção de 0,01% de isômero gama, sob a forma de pó ou banho. O ambiente onde os
~na~o f~nil bucaJ, representa a porção anterior da faringe; o inferior constitui uma
animais habitam deve também ser tratado, principalmente para eliminar as larvas.
mvagmaçao tubuliforme, terminando em fundo de saco, denominado saco dos esti- i(
Nos casos de pulgas resistentes ao DDT e BHC, podem ser recomendados preparados
fosforados como Diazinon e Malation emulsionados a 1%.
letes. Neste inserem-se as peças picadoras, que são constituídas por três estiletes: o I.(
v~ntral, que,é o lábio, tem a forma de uma calha onde se alojam os dois outros; o
dorsal, qu~ e o res~lta~o da fusão das duas maxilas; e o mediano, que é a hipofarin-
ge, percornda 10ngItudmalmente pelo canal sa.Iiy~. Não há mandíbulas.
:(
it
-204 -
- 205- "'i; . ;!~,
.i " . I
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-") ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MEDICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José o. Costa. Paulo lide
Adiante da abertura bucal há uma estrutura membranosa, tubulifonne, que é
-, o rostro ou haustelo, provido internamente de ganchos, chamados ganchos presto-
mais.
Chave para famI1ias:

1. Olhos bem desenvolvidos, com lentes distintas Pediculidae


1 Quando o piolho vai se alimentar, os estiletes saem através do haustelo e os Olhos vestigiais ou ausentes .................. . 2
) ganchos prestomais se fIxam aos tecidos do hospedeiro.
-, 2. Tórax - Regra geral pequeno, apresentando os três segmentos soldados. Per.
2. Placas paratergais dos segmentos abdominais forte-
mente esclerosadas, formando lobos laterais; todas
') nas robustas, caracterizadas pelo aspecto da tíbia e da garra tarsal. Esta é alongada as pernas do mesmo tamanho ................ . Haematopinidae
e recurvada, às vezes muito robusta, podendo aproximar-se de um processo no ápice Placas paratergais dos segmentos abdominais ausen-
) da tíbia, chamado prolongamento digitiforme, formando uma espécie de pinça. Em tes ou, quando presentes, grandemente reduzidos e
) algumas espécies as pernas anteriores são muito mais delgadas do que as outras. fracamente esclerosados; primeiro par de pernas
) menor do que o segundo e o terceiro pares ...... . Linogna tlzidae
3. Abdome - Abdome formado geralmente de nove segmentos, sendo que os
) dois primeiros são fundidos. No gênero Ptlzinls os primeiros cinco segmentos quase
sempre são fundidos. Os segmentos abdominais, às vezes, possuem áreas laterais es. FamIlia PEDICULIDAE
~ curas ou marrom-escuras, que são as placas paratergais, também denominadas placas
) pleurais, onde se abrem os espiráculos respiratórios. Há uma ou mais fIleiras de setas 1- CARACTERES

:. dispostas em sentido transversal nos segmentos abdominais, de importância na siste-


mática. No macho, o último segmento abdominal é arredondado, com edeago dorsal . O!hos bem distintos, placas paratergais representadas em certos segmentos ab-
) quitinizado; na fêmea ele se apresenta bifurcado, com a vulva na face ventral. A fê- dommrus por esclerosamentos que cobrem o ápice dos lobos laterais do abdome' cor-

.,
)
",
mea possui, na região ventral posterior, um par de gonópodos, que na postura pren-
de-se a um peIo suporte para facilitar o alinhamento dos ovos .
po com espinhos ou ce relas em fIleiras defInidas; sem escamas.

II - CHAVE PARA ESPÉCIES


'

);:
III - MORFOLOGIA INTERNA
) L Espiráculos dos segmentos abdominais 3-5, cada um
) O tubo digestivo é constituído de uma faringe, um esôfago, intestino médio. com uma área esclerosada circular pequena, ocor-
com uma porção anterior lobada e distensível,e intestino posterior. Quatro tubos de rendo em chimpanzé ...................... . P. sehallii
Malpighi desembocam na junção do intestino médio com o intestino posterior. Há Sem estas características .................... .
2
dois pares de glândulas salivares no tórax; um par anterior de glândulas reniformes
secretam a substância irritante da saliva. 2. Placas paratergais sem evidências de lobos laterais;
O sistema traqueal abre-se para o ex terior através de um par de estígmas meso- ocorrendo normalmente no homem, podendo ocor-
torácico e de seis a sete pares situados nas placas paratergais dos segmentos abdomi- rer em algumas espécies de macacos ........... . P. humanus
nais. Placas paratergais, pelo menos de alguns segmentos
abdominais ,mostrando lobos laterais dorsal e ven-
tralmente ............................... . 3
IV - CLASSIFICAÇÃO
3. Placas paratergais dos segmentos abdominais 5-6
Os piolhos sugadores de interesse médico e veterinário estão inclui dos nas se· com fortes lobos laterais dorsal e ventralmente; 0-
guintes famI1ias: Pediculidae, Haematopinidae e Linognathidoe. correndo em macacos da faml1ia Cebidae ....... . P. mjobergi
Placas paratergais dos segmentos abdominais 5-7
- 206-
) - 207-

\. j
<1-,\
-" ,
~I
f
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfDlCA E VETERINÁRIA (
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

com leve mas distinta evidência de lobos laterais,


f
dorsal e ventralmente; ocorrendo no homem e em
a ('
Cebidae nos trópicos do novo Mundo .......... . P. pseudohumanus
t
(
Gênero Pediculus (
I - CARACTERES «
(
o gênero Pediculus inclui várias espécies de piolhos parasitos do homem e de FIG.138
outros primatas. O piolho do homem é o Pediculus humanus, com duas subespécies f
reconhecidas:P. humanus humanus e P. humanus corporis. A primeira tem como ha- (
bitat a cabeça, podendo entretanto ser encontrada em outras regiões do corpo. A
segunda vive nas vestimentas e só procura o corpo para sugar. Morfologicamente são (
quase iguais, embora as médias das medidas do P. humanus humanus sejam meno- (
res. As duas subespécies se cruzam naturalmente e produzem indivíduos férteis. O
piolho do corpo é conhecido por piolho do vagabundo ou muquirana. (
As fêmeas medem cerca de 2,4 a 3,3 mm de comprimento; os machos medem (
em média 2 mm. FIG.137 (
{
" - BIOLOGIA
(
A fêmea do P. humanus humanus põe ovos operculados na base dos pêlos, en- (
quanto a do P. humanus corporis põe ovos nos fios das vestimentas. Os ovos sãQ ci-
mentados aos pêlos e fios suportes por uma substância secretada por glândulas es-
(
peciais, denominadas glândulas coletéricas. Esta substância é extremamente resisten- ,{
te e retém a casca do ovo, mesmo após a emergência da ninfa. Cada fêmea põe cerca
de sete a dez ovos diariamente; o adulto vive em média nove a dez dias, no caso do
(
P. humanus humanus, para uma postura média de 57 ovos; P. humanus corporis vi-
ve em média 20 dias e a fêmea põe em média 110 ovos. Na ocasião da postura a f&-
«
mea prende-se pelas garras tarsais, aos pêlos ou fios dos tecidos, nos quais deixa esca- (
.=, par os ovos que são aí fIXados, com o auxüio dos gonópodos que abarcam o pêlo. Os (
ovos medem aproximadamente 0,8 x 0,3 mm, são ovais, branco-amarelados e têm o
! opérculo perfurado, para permitir respiração do embrião. São conhecidos vulgar- FIGURA 137: Fêmea ~e Pediculus h~manus. a - austelo; b - cI{peo; c - coxa; d - espirácu- :t
mente por lêndeas. ~o; e - anus; f -, gO,nopodos; g - abertura genital; h - espiráculos abdominais;
I - plac~s pleurals; J - polegar da tíbia; k - tíbia; I - fêmur; m - garra tarsal;
(
O período de incubação, em condições normais, é de oito a nove dias. A ninfa n - trocanter; o - tarso; P - oUto; q - antena; r - labro.
que emerge do ovo é semelhante ao adulto, exceto quanto ao tamanho e aos órgãos
genitais; ela sofre três mudas antes de atingir a maturidade sexual. O desenvolvimen-
to pós-embrionário dura cerca de oito a nove dias. O ciclo total completa-se em a·
proximadamente dezoito dias, em condições favoráveis.
FIGURA 138:

FIGURA 139:
Vis~a. ventral da extremidade posterior de um macho de Pediculus humanu$ a-
espuaculos abdominais; b - edeago. .
Pt~irus pu~is. a - c:'Uto.; ~ - Coxa; c - trocânter; d - fêmur; e - tíbia; f _ tar-
so, g -. e~tlgma resplratono; h - esperrnateca; i - traquéia' j - gonopódio' k _
'! I
(
I
metapodlO. "
(
-208-
- 209- (
t:
,1
( )
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
l) ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA
l) Os piolhos picam os homens intennitentemente; a picada dura de três a dez
II minutos ou mais. Parece que são mais ativOll à noite ou durante o descanso do pa-
ciente.

\.
III-IMPORTANCIA M~DICA
l)
\1 Os piolhos são encontrados principalmente em indivíduos de baixo escalão so-
cial, que não utilizam as mínimas regras de higiene. Entretanto surtos de piolho s
\ ) vêm sendo assinalados, frequentemente, em crianças escolares. As picadas provocam
I, } prurido e erupções na pele, agravadas pela invasão de agentes secundários. Há uma
correlação positiva entre o comprimento do cabelo e o grau de infestação; as mulhe-
!)
res geralmente são mais parasitadas do que os homens.
) As seguintes doenças podem ser transmitidas pelos piolhos, ao homem:
I. Tifo Exantemático - Também chamado de tifo epidêmico, causado pela
iJ Rickettsia prowazekii; os piolhos se infectam ao sugarem sangue de indivíduos do-
) entes. A Rickettsia se multiplica nas células do epitélio intestinal do piolho, as quais
l) se rompem em cerca de quatro dias, expelindo o organismo infectante, em grande

(:. quantidade, para o lume intestinal. A Rickettsia não invade as glândulas salivares
nem o celoma dos piolhos. A transmissão não se dá pela picada do inseto nem pela
r) via transovariana. O material infectante são as fezes. A transmissão da infecção se dá

('
()
pela contaminação de ferimentos da pele com as fezes do piolho. O esmagamento do
inseto colocando o conteúdo intestinal em contato com uma abrasão na pele é outro
modo de transmissão da doença. Os piolhos morrem da infecção em poucos dias.

) 2. Febre das Trincheiras - É outra infecção, causada pela Costalimaea quinta-


F IG140
:. /la. Ao contrário da espécie precedente, aR. quintana, não invade os tecidos do pio-
lho. Não atinge as glândulas salivares nem a hemocele dos insetos. Multiplica-se ati-
) vamente no conteúdo intestinal, porém não é injuriosa aos piolhos. A fonte de infec-
) ção são as fezes. O modo de contaminação do homem é o mesmo descrito para o ti-
fo exantemático. As fezes secas conservam o poder infectante da C. quintana duran-
() te muito tempo, de modo que a infecção pode ser transmitida por inalações.
( )
3. Febre Recurrente - Os piollios adquirem a infecção, que é provocada pela
) 80rrelia recu"entis, quando sugam um indivíduo doente. A Borre/ia não se multipli-

~ ca no lume intestinal; alguns elementos atravessam a parede intestinal e se desenvol-


vem na hemocele. Seis a oito dias depois do hematofagismo a Borre/ia é encontrada
( ~~
h de Haematopinus suis. a - clÍpeo; b - antena;
FIGURA 140: Face ventral de um ma~ o ta . f _ tíbia' g _ fêmur; h - coxa; i - placa em enonne quantidade na hemocele. As glândulas salivares e o intestino não são a-
I) FIGURA 141:
c - trocanter; d - unha, c -
estemal; j - placa pleural.
Haematopinus asini.
rso, '
tingidos pela B. recu"entis. O homem dificilmente se infecta por outro meio a não
ser pelo esmagamento do inseto e libertação do conteúdo da hemocele em qualquer
"
I
ferimento da pele.
(,~
/,J
I

- 210- - 211 - I
!.

(;
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rI,~. ) I
-" ..I
(
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfDICA E VETERINÁRIA (
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide
(
IV - TRATAMENTO
prurido mais ou menos intenso, que incomoda o indivíduo. A picada produz man-
chas azuladas na pele, causadas pela saliva das glândulas reniformes.
f
A eliminação do piolho do homem é conseguida, principalmente at.rav~s de
das de hiuiene primária. O combate aos piolhos do corpo e da cabeça e feito a-
(
~ di ~ ~ ..
través de aplicação de DDT ou BHC. O DDT na concentração de IU7b em po merte {
111- TRATAMENTO
pode ser polvilhado nas vestimentas do indivíduo, com ó~imos resultad~s. Nos casos
de resistência dos piolhos ao DDT, recomenda-se o Malation a 1%. Um sunples trata- f
mento com DDT a 2% em emulsão elimina os piolhos da cabeça. t igualmente acon- Aplicação de DDT ou de isômero gama de BHC, sob a forma de pós, mistura- {
selhada uma emulsão ~oncentrada de isômero gama de BHC a 1%, que é diluída em dos a substâncias inertes.
cinco partes de água no momento antes da aplicação nos cabelos. :m alguns. casos
recomenda-se o corte do cabelo. O DDT não age sobre os ovos ou lendeas, dai reco-
,{
(
mendar-se um segundo tratamento depois de dez dias, aproximadamente. FamIlia HAEMATOPINIDAE
(
I - CARACTERES
(
Gênero Pthirus r Paratergitos dos segmentos abdominais fortemente eSclerosados, formando lo- {
bos laterais ou proeminências. Olhos ausentes ou representados por pontos oculares
I - CARACTERES
pronunciados situados posteriormente' às antenas; tórax com os pontos de inserção
(

O gênero Pthirus, com a única espécie Ptlzirus pubis, é o piolho da região pu-
das cerdas bem distintos; pernas e garras idênticas nos três pares. {/
biana do homem, vulgarmente conhecido por "chato". Os adultos medem 1,5 a 2 «:
mm de comprimento. O corpo é alargado, lembrando um caranguejo. Pernas anteri- II - CHAVE PARA G~NEROS (
ores menores e mais delgadas do que os dois pares restantes. Segmentos abdominais
com lobos laterais munidos de cerdas longas. As t1bias das pernas protorácicas não Cabeça com pontos oculares pronunciados pos- l
possuem o processo apical; as garras das pernas médias e posteriores são grandes. O teriormente ã antena ................... . Haematopinus (
"chato" não é de muita atividade, permanecendo preso a dois pelos durante vários Cabeça sem pontos oculares .............. .
dias, quase sempre com as peças bucais introduzidas na pele do indivíduo. Além da Pecaroecus (
região pubiana pode ser encontrado cm outras regiões densamente pilosas, como ca- ,
beça, sombrancelhas, axilas, etc. _;
Gênero Haematopinus
\
(
I - CARACTERES (
II - CICLO BIOLÓGICO

O gênero Haematopinus inclui várias espécies de piolhos sugadores de animais


tI
Após a cópula, que se realiza no hospedeiro, a fêmea põe os ovos nos pelos da
domésticos que, além dos danos causados pelas picadas, podem transmitir agentes mi- {I
• região pubiana ou de outras. A incubação dura sete a oito dias e o desenvolvimento cobri anos_ ,
se realiza entre treze e dezesseis dias. As ninfas desenvolvem-se como as de P. humo-
nus; o ciclo total de ovo a ovo é completado cm menos de 30 dias. Fora do hospe- ~
(:"
deiro, tanto adultos como ninfas vivem somente dois a três dias. No hospedeiro os
II - CHAVE PARA ESP~CIES PARASITAS DE ANIMAIS DOM~STICOS ~-
adultos vivem aproximadamente trinta dias. II :' I

Os parasitos se disseminam muito facilmente nos lugares de muita aglomera-


ção, através de toalhas, roupas, assentos de privadas, etc.
1. Genitália do macho com o pênis fortemente assimé- l.l,>
trico; fortemente esc1erosado de um dos lados, sen-
Não se conhece doença humana que possa ser transmitida pelo P. pubis. Causa do esta esclerosação muito dilatada, formando um ;(1 I'
I'
- 212- /«'1
I'~(J
- 213-

!,'.:.~.
I, .
tI'
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide

grande tubérculo ou dente na base ............ . 2 Haematopinus quadripertusus


Genitália do macho com o pênis do macho de ou-
1 tro modo, em V ou em Y se presente .......... . 4
É uma espécie parasita de bovino, muito semelhante à precedente, porém Um
J 2. Com 5 a 8 setas finas em um tufo na parte posterior
pouco maior. Pode atingir 4,5 mm de comprimento. Provavelmente ocorre no Bra-
sil, por se tr~tar de espécie mais prevalente nos trópicos. As fêmeas põem ovos, qua-
) de cada lobo lateral do abdome; parasito de 80S
se que exclUSIvamente nos pelos da cauda do animal. As ni nfas sobem para as regiões
bubalus e, aparentemente, de camelos ......... . H. tuberculatus
} Com não mais do que 2 a 3 setas em cada tufo nes-
da cabeça, do pescoço e de outras partes onde se tornam adultos.

J sa região do abdome ....................... . 3


) Haematopinus suis
3. Cabeça curta e larga, sendo o comprimento ligeira-
) H. eurysternus
mente maior do que a largura; parasitos de bovinos
~ o maior piolho dos animais domésticos. É a espécie parasita dos suínos, sen-
:. Cabeça alongada, cerca de 2 a 2,5 vezes mais longa
do que larga; parasitos de equídeos ............ . H. asini
do mUIto comum no Brasil. Os adultos são encontrados mais frequentemente nas do-
bras do pescoço, na base das orelhas e entre as pernas.
)
) 4. Corpo alongado e estreito, com placas paratergais
Haematopinus bufali
do abdome formando pontas agudamente cônicas;
:I parasitos de búfalos ........................ . H. bufali
) , O ~acho mede cerca de 3,1 mm de comprimento e a fêmea 4,6 mm. A cabe-
Corpo largo; placas paratergais formando proemi-
ça e senSIvelmente ~ais longa do que larga e dividida em duas porções por uma pro-
) nências arredondadas, alargadas e bem desenvolvi-
funda depressão atras da antena; o tórax é quadrangular, cerca de duas vezes mais
largo ~o ~ue lo~go; os segmentos abdominais do II a VII apresentam, de cada lado,
das; Cabeça relativamente estreita, sendo a largura
)i na metade posterior menor do que a metade do um apendlce salIente. Parasitos de búfalos.
) . comprimento da cabeça; áreas esclerosadas no dor-
so do abdome; parasitos de suínos ............ . H. suis
)
Haematopinus asini
:.
» Haematopinus eurysternus

Espécie de bovinos, sendo mais frequente em animais adultos. Mede cerca de


Piolho sugador de equídeos. Mede cerca de 3,5 mm de comprimento. Seus lo-
cais favoritos são à base da crina e a base da cauda.
):
3,5 mm de comprimento. Nos climas temperados, quando os animais passam grande
) parte do tempo no interior dos estábulos, no inverno, a população de piolhos aumen-
Haematopinus tuberculatus
) ta consideravelmente. As zonas do corpo preferidas pelo piolho são as partes supe-
riores do pescoço, base da cauda e base dos chifres; nas infestações altas, a parasito-
. )i Piolho encontrado nos búfalos, podendo parasitar bovinos. Os adultos medem
se se generaliza por todo o corpo. No verão os piolhos são raros, limitando-se às ore- cerca de 5,5 mm de comprimento.
) lhas e aos lugares de pêlos mais longos. Parece que o H. eurystemus não resiste aos
raios solares diretos e à temperatura elevada do corpo do animal. Provavelmente isto
J explica porque na região tropical do Brasil os piolhos dos bovinos não constituem I - CICLO BIOLÓGICO
} problema de grande significação.

'i
)1
. Os piolhos do gênero Haematopinus, que são ectoparasitos de animais domés-
tIcos, têm um ciclo biológico semelhante ao descrito para os piolhos humanos. As

i - 214- - 215-

J
(.j :~
\ -..\. J
(
f)
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MÉDICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide
()
(~
fêmeas põem os ovos nos pelos dos hospedeiros, fixando-os com uma substância ci- qucnos; parasitos de membros da Ordem Hyracoi -
mentante. O período de incubação varia entre nove e dezenove dias, dependendo da dea .................................... . Prolinognathus
()
espécie, das condições de temperatura e de umidade e do meio em que são ma.ntidos Setas no abdome usualmente abundantes e em duas ()
os animais. Os ovos de H. eurysternus não se desenvolvem em temperatura abruxo de ou mais fileiras; espiráculos mais desenvolvidos; na
250C. Os ovos originam indivíduos jovens, aqui denominados ninfas. Há três estádios maioria parasitos de membros da Ordem Artiodac~
()
ninfais. Cada estádio dura cerca de três a quatro dias. As formas jovens são seme- tyIa, mas com representantes parasitos da Ordem (
lhantes aos adultos, porém são menos quitinizadas e não possuem genitália desenvol- Carnivora ............................... . Linognathus
vida. Após um período de pré-oviposição de cerca de três dias, as fêmeas iniciam a {j
postura que dura vários dias. O total de ovos varia com a espécie, sendo que algumas (
fêmeas põem de um a quatro por dia. As fêmeas de H. suis põem cerca de 90 ovos, Gênero Linognathus
sendo três a seis por dia.
(
A duração da vida dos piolhos dos animais domésticos varia de 20 a 40 dias, O gênero Linognathus inclui espécies parasitas de ungulados e do cão. {
dependendo da espécie e de outros fatores de ordem ambiental.
1- CHAVE PARA ESP~Cles PARASITAS DE ANIMAIS DOMÉSTICOS {
Segmentos abdominais com mais do que uma fileira transversa de setas; espi- (
Faml1ia LINOGNATHIDAE ráculos abdominais não nascem em tubérculos. (
1- CARACTERES (
Região pós-antenal lateralmente saliente; em ovinos {
Abdome membranoso em ambos os sexos (exceto para as placas associadas e caprinos ............................... . Linognathus africanus
aos órgãos genitais; cada segmento abdominal com, pelo menos, uma fileira de pelos Região pós-antenal sem saliência lateral ........ . 2 (
em ambas as faces (dorsal e ventral). (,
2 Comprimento da cabeça o dobro de sua largura; re-
gião pré-antenal com comprimento e largura iguais. 3 (:
11- CHAVE PARA G~NEROS Comprimento da cabeça mais ou menos da mesma {
largura, ou ligeiramente mais larga; região pré-ante-
I. Olhos representados externamente por uma lente
definida; ocorrendo em Camelidae ............ . Microthoracius
nal muito mais larga do que longa ............. . 4 (
Sem vestígio de olhos ...................... . 2
(
3 Região pré-antenal alongada e aguda no ápice; mar-
gens laterais da região pós-antenal reta, com aspec- (
2. Espiráculos abdominais nascendo cm tubérculo li- to retangular; parasito de bovinos ............. .
geiramente esclerosado, o qual se projeta, discreta- Região pré-antenal aguda; margens laterais da região
L. vituli (
~
mente, do corpo; ocorrendo principalmente em Cer- pós-antenal ligeiramente convexa; parasitos de ca-
vidae e com uma espécie conhecida em bovinos .... Solenopotes prinos ... " . " ................. " ....... .
Espiráculos não nascendo em tubérculos esclerosa-
L. SICllopsis (I
• dos .................................... . 3 4 Largura da cabeça igual ao comprimento da mesma;
( j:

região pré-antenal muito curta; margens laterais da ;(:


3. Setas do abdome grandemente reduzidas em núme- região pós-antenal ligeiramente convexas ("piolho
ro, sendo normalmente duas em cada grupo media- dos pés dos ovinos") ....................... . :(,,,
L. pedalis
no (tanto dorsal como ventralmente); apenas uma Cabeça ligeiramente mais longa do que larga, região I:
fileira nos segmentos abdominais; espiráculos pe- pré-antenal bem desenvolvida, margens laterais da ii:() ,
- 216- - 217- fi~~ ,
,I,r!, ':"j:I:
c! '"
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,/

..
,-'
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfDlCA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

.,
1 região pós-antenal paralelas; parasitos de cães ..... L. setosus

')
L. vituli
)
) Atinge o comprimento de 2,5 mm. Mais comum em bovinos leiteiros e animais
novos. São encontrados no pescoço, barbeias, espádua, períneo, etc.
)
)

•,
}
L. pedalis

Mede aproximadamente 2 mm de comprimento. ~ parasito quase que exclusi-


vamente das pernas e pés de ovinos. Os piolhos desta espécie são mais comuns nos
meses mais frios; durante o verão quase que desaparecem dos animais. Os cordeiros
) são os que mais sofrem com o ataque dos piolhos.
J
) FIG.142
L. stenopsis
t
t Espécie de piolho parasito de cabras, mas que já tem sido assinalada em ovi-
nos. O compr·irnento da espécie ultrapassa a 3,5 mm.
)
) F 16.144
) L. setosus

) Pequeno piolho que mede cerca de 1,5 mm de comprimento; ataca de prefe-


) rência cães, novos e velhos, os quais não podem livrar-se dos parasitos. Ataca os cães
de pêlo longo mais do que os de pelagem curta.
}
)
II - CICLO BIOLÓGICO
)
Semelhante ao das espécies do gênero Haematopinus. Fêmeas depositam os
)1 ovos nos pelos dos h.ospedeiros. Há três estádios de ninfa. A duração total do ciclo
)' varia de 30 a 40 dias para L. vitu/i e até 43 dias para L. peda/is.
)
,)
.
FIGURA 142: Linog""thu...falIU. - face dorsal de uma fêmea.
Gênero Solenopotes FIGURA 143: Solenopteu:apilllltu6.
).
, i FIGURA 144: Linog""thu. vituli.
Somente a espécie Solenopotes capillatus, parasito de bovinos, é assinalada no
,j:
j' - 218- - 219-
:j
çfl.J\ .Jt.
\1
f,
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf:mcA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide ()
(/
Brasil. Provavehnente é uma espécie originária de veados. E a menor espécie de pio-
lho sugador de bovinos. Pouco se conhece sobre o ciclo biológico. f
t
III - ANOPLUROSE DOS ANIMAIS DOMJ:STICOS ()
((
A picada do piolho, com inoculação de saliva irritante, provoca prurido, obri-
gando o animal a coçar e morder o local da picada para se livrar do inseto. O ato de (;
coçar pode provocar ferida, que se agrava pela invasão de germes, com evidente pre-
(
juízo para a saúde dos animais. A pele pode se tomar seca, com aspecto de sarna. Os
animais parasitados, injuriados permanentemente pelos piolhos, não se alimentam (
direito e nem descansam o necessário, daí a queda de produção e prejuÍzo para os (
fazendeiros.
(
(
FIGURA 145: Cabeça de Trichodectes. a - palpo labial; b - superl{ngua; c - trabécula; d- IV - TRATAMENTO DA ANOPLUROSE DOS ANIMAIS
antena; e - faringeo; f - olho. li
Os inseticidas clorados e fosforados matam os piolhos, rapidamente; os carra- {
paticidas atuam também contra todas as espécies de piolhos. Os preparados podem
ser aplicados sob a forma de pó, emulsão ou suspensão. Os mais recomendados pio- {
Ihicidas são os fosforados.
(
{
(
{
{
(
í
()
{I
(I
(1
FIGURA 146: Menopon - Face dorsal da fêmea.

FIGURA 147: Menacsnthus - Face dorsal da fêmea.


l
(,
f)
('~ .
-220 - - 221-
(\'
(
.. f
r,
" MoacyrG. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa, Paulo lide
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M"f,DlCA E VETERINÁRIA
~ c. Abdome - Formado de nove segmentos, dos quais os dois primeiros podem
-, apareceI fundidos. Geralmente, os segmentos abdominais apresentam placas tergais e
externais bem distintas e esclerosadas; às vezes, as placas pleurais são bem esclerosa-
)) das. Há cinco ou seis pares de estigmas respiratórios nas placas pleurais. A f':>mea pos-
-, sui genitália pouco conspícua. O macho possui gonapófises de estrutura complicada.
}
) III - MORFOLOGIA INTERNA

) Tubo digestivo com wn papo e um divertículo, seguido do mesêntero grande.


J com dois cecos gástricos; o proctodeu é curto e recebe os quatro tubos de Malpighi.
Anexos há um ou dois pares de glândulas salivares.
) Sistema traqueal abrindo-se para o exterior através de seis a sete pares de es-
)l tigmas: um torácico e cinco a seis abdominais.

:. CAPIIULO 15
ORDEM MALLOPHAGA
Orgãos reprodutores masculinos constituídos de dois a três folículos pirifor-
mes. Orgãos reprodutores femininos constituídos de dois ovários formados de três
) a cinco ovaríolos curtos. A vagina abre-se atrás do sétimo uroestemito. Geralmente
) há uma espermateca. Anexas aos órgãos reprodutores femininos existem glândulas
I - CARACTERES
coletéricas.

dorso-ventralmente; tegumento bem esclerosado;


Insetos de corpo achat ad o . ' b d'
. tórax' á teros' aparelho bucal mastigador; protorax em IS-
c~beçadmals larga qudelID
. o enso-e~' ~volue~ por ametabolia; ectoparasitos de aves e ma-
IV - BIOLOGIA
) tmto; e pequenas , .'
» míferos. São os conhecidos piolhos mastigadores. Os malófagos passam toda a sua vida entre as penas e os pêlos de seus hospe-
deiros, onde põem os seus ovos, em grandes massas, sempre colados ao substrato. O
) período embrionário dura cerca de wna semana. As ninfas são semelhantes aos adul-
) II _ MORFOLOGIA EXTERNA tos, exceto pela ausência de genitália no macho e gonópodos nas fêmeas. Durante
o desenvolvimento, os malófagos passam por três períodos ninfais, antes de atingi-
) a Cabe a _ Relativamente grande para o tamanho do corpo; às ve.~es, com. u- rem o estádio adulto. Em geral, em cerca de vinte dias, com pequenas variações para
) esc~va ão Çde cada lado - fosseta antenal, para alojar as antenas;,a reglao antenor mais ou para menos, surgem os indivíduos adultos. Os piolhqs mastigadores se ali-
~ ç. fonte' o clípeo forma a margem anterior da cabeça, as vezes, apresen- mentam de bárbulas de penas e de células de descamação da pele dos mamíferos. Al-
as antenas e a r
d
, • r I Olhos , regra ge-
uma sutura transversal que e a sutura c Ipea . gumas espécies ingerem sangue que aflora à superfície da pele.
) :dO;::e~~~:~:e:P::elos. O aparelho bucal do tipo mastigador: ~it~ado numa esca- Os piolhos passam de um animal a outro através do contato direto. Fora dos
,! ~ e ventral possui mandíbulas denticuladas bem qUltImzadas, um labro hospedeiros morrem rapidamente.
) vaçao na lac , • .
grande, um par de maxilas e um lablo pequeno. Um mesmo hospedeiro pode ser parasitado por várias espécies de malófagos.
j Entretanto, cada espécie de malófago, regra geral, tem o seu hospedeiro próprio, sen-
b Tórax _ Regra geral, com o protórax bem distinto; mesotórax e me~a~~rru: do de especificidade muito alta. Dificilmente, uma espécie de malófago adapta-se a
), . f d'dos formando o pterotórax; pernas anteriores menores, d1IlgIda outro hospedeiro. Raros são os casos de malófagos que são encontrados em hospe-
quase sempre un I , • . duas garras
l para a frente, todas entretanto do tipo ambulatono; tarsos com u~a.ou . d deiros de espécies diferentes, mesmo quando próximos na escala zoológica.
_ as espécies parasitas de aves possuem duas ganas tarsais e as especles parasitas e
~! Mesmo no seu hospedeiro preferido, os piolhos mastigadores são mais ou me-
mamíferos possuem uma ou duas. nos adaptados a determinadas regiões do corpo.
.)
,_J - 222-
- 223-

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(I
n.l0~OLOGlA E ACAROLOGIA MtDlC A E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide (
v - CLASSIFICAÇAo dido com o protórax; em roedores e marsupiais a- (
merieanos ...•.••••..•.•....•.•...••...... Trimenoponidae f
A ordem Mallophaga está dividida em duas subordens:
4. Cabeça nlio largamente triangular e não muito alar- «
Ar:!enas mais ou menos clavadas, constituídas de gada nas têmpgras e sem alargamento posterior .... 5 (
q'Jauo artículos, geralmente escondidas em sulcos; Cabeça largamente triangular e fortemente alargada
pllpos maxilares presentes; meso e metatórax ge- nas têmporas e com um alargamento posterior; em (
r:L::1ente separados ..........•..•...•...•.• Subordem Amblycera aves •••••.••••••.•••••••.••••.••••.•.•.• Menoponidae {
.-\::.,enas filiformes, expostas, constituídas de três
ou ;;inco artículos; palpos maxilares ausentes; meso 5. Cápsulas antenais não bulbosas e nlio formando di- (
e oetatórax, geralmente fundidos. . . . • . . . . . • . . . Subordem Ischnocera latações laterais na cabeça; labium frequentemente {
provido de orsias intersegmentadas; abertura bucal
muito grande, extendendo-se para trás, além da in- (
VI - CHAVES PARA FAMll.lAS serção das antenas .••••.•.•.••.••••...•..•. Laemobothriidae l , i
;,

Lados da cabeça retos ou côneavos; espiráculos nos


Subordem Ischinocera n
segmentos abdominais a VII em passarinhos e bei- .. ,
ji
li

1. Antenas com cinco segmentos; cada tarso com duas ja-flores ••••••..••••.....•.•..•........... Ricinidae
{ ,!

f!IT.lS ••.•••••••••••••••••••...•••.•••••• Philopteridae .: .ii


'.Ii lf
Amenas sempre trisegmentadas nos machos e, usu· 'l. ~f
;llInente, também nas fêmeas; cada tarso usualmen-
te ,;om uma garra ...............•........... Trichodectidae
VII - PRINCIPAIS ESPIi!CIES PARASITAS DE ANIMAIS DOM~STICOS ,f;;
,(
Subordem Amblycera
Menoponidae
Menacanthus stramineus ..•.............. galinha, peru
!t:,',
1. Tarsos de todas as pernas com duas garras; usual- Menacanthus giganteus ..•..•...•........ pombo' :'(;':
mente parasitas de aves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Menopon gallinae ..•••.•..••.••....•.... galinha
Tarso das pernas médias e posteriores com uma gar- Colpocephalum turbinatum ......•..•..... pombo (
ra ou sem garras; palpos labiais com um segmento;
p3f3Sitos de mamíferos • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gyropidae Gyropidae '(..
Gliricola porcelli ...................... . cobaia ,(
2. Antenas tetra-segmentadas, pouco bulbosas, alojan- Gyropus ova/is •••••..•.••••..•..•••..•. cobaia (,
do-se em sulcos ao lado da cabeça; abdome largo e
oom reentrâncias laterais, na articulação dos dife-
rentes segmentos. • . . . . . . • • . • . . • . • . . . • . . . . . • 3
lUéinidae
Heterodoxus longitarsus ................. cio
'f'
iI
Antenas penta-segmentadas, fortemente bulbosas, : ';! '
pernas longas e estreitas; corpo revestido de espi- Phllopteridae
nhos delicados, em marsupiais australianos e cles . • Boopidae Cuclotogaster heterographus ............. . galinha, peru
Chelopistes meleagridis .......•.......... peru
3. Seis pares de espiráculos abdominais; palpos labiais Goniodes dissimilis .•.....•.•.•.......•. galinha
de um segmento pró e mesotórax nunca fundidos. . 4 Goniodes piageti .••.•...•.............. pombo
C!::too pares de espiráculos abdominais; palpos la- Goniodes gigas ••.••••.•.....•.......... galinha
biais de dois segmentos; mesotórax reduzido ou fun- Goniocotes gallinae ........•............ galinha, pombo, faisão

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,r)
'l
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MEDICA E VElERlNÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
l
l Goniocotes bidentatus .................. . pombo utilizados sob a forma de pó diretamente sobre o corpo das aves ou sobre a cama
Lipeurus caponis ...................... . galinha, faisão dos galinheiros. Dos fosforados, um dos mais utilizados, pela sua baixa toxidez, é o
:) Lipeurus gallipavonis ................... . peru malato!. Este produto pode ser pulverizado diretamente sobre a ave (malatol 4E),
) Columbicola columbae .................. . pombo principalmente sobre a região da cloaca, ou sobre os ninhos e camas dos galinheiros.
Na forma líquida (malatol 50E), ele é diluído em torno de 20:1000 e aspergido dire-
1 Trichodectidae tamente sobre as aves e a cama. Para aves de gaiola tem sido aconselhada a aspersão
Trichodectes canis ................ ',' ... . cão de uma diluição de detergente, para eliminar a oleosidade das penas, seguida da as-
Bovicola bovis ........................ . bovino persão do inseticida. Os tratamentos são feitos duas vezes por semana durante 3 a 4
)
Bovicola equi ......................... . equinos semanas consecutivas.
) Bocicola caprae ......•................. cabra
Bovicola ovis ......................... . ovinos
)
Felicola subrostrata .................... . gato
J
) VIII - IMPORTANCIA DOS MALLOPHAGA
J }
,.
Provavelmente os piollios que se alimentam de bárbulas das penas produzem ~'

) I
poucos danos às aves. As espécies que vivem rente ã pele das aves podem causar sé-
,,; rios prejuízos, como é o caso da espécie Menaamthus stramineus que irrita a pele,
It ~L
,"
te!
provocando descamação epitelial e afloramento de sangue. Geralmente as altas infes-
'1
)~
tações de piollios nas aves estão associadas com a má aparência, falta de vitalidade e
outros sintomas. .~ i

Os malófagos causam, principalmente, irritação aos hospedeiros que se tornam


li~ inquietos, não se alimentam nem repousam devidamente e, para se verem livres dos
liI piollios coçam-se com as patas ou com a boca, ou roçam-se nos postes das cercas,
)i nos troncos das árvores, etc. De tanto se coçarem acabam arrancando as penas ou os
pelos, podendo mesmo escarificarem a pele, do que podem resultar ferimentos, agra-
)1,
vados pela invasão bacteriana.
li I
Os efeitos dos piollios podem se refletir na diminuição da produtividade de
seus hospedeiros.
)i A espécie Trichodetes canis pode servir de hospedeiro intermediário para o
)1 Dipy/idium caninum, cestódeo parasito do cão e ocasionalmente do homem.
,

-.Ii
IX - CONTROLE DOS MALLOPHAGA
J'
)1: Devido às características do tipo de criação, os piollios Mallophaga são espe-
,.I'! cialmente importantes nas criações de aves. Em nosso meio sua ocorrência é bastan-
te comum, principalmente nos meses mais frios.
~1 O controle desses piolhos tem sido feito usando-se inseticidas à base de carba-
11 matos ou de fosforados. Dos carbamatos são muito difundidos o bolfo e o carvin

'~I - 226- -227 -


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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MrmCA E VETERINÁRIA


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Ciclo biológico ..................................... . 49
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Analgesidae . ...................................................................... .
Anocentor ...........................................................................................
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Ciclo biológico ..................................... .
51
51
51
82. Controle ................................................ o ........................
52
.

'j Anopheles .............................. 105


- 234- ·235 -
I(
f.
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M1!DICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas H 'Ii M A
, e o . . Costa, José O. Costa. Paulo lide I.:
(N.) albitarsis ........................................... " 105 microplus ........... . {
(N.) aquasalis ........... 1. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 105 Caracteres "" - ... '. " . ... . .......... " 41
Controle ... . .... .... ....... . ........ . 41
{
(K.) bellator ........... ;.................................. 106
(K.) cruzii .•...........•................................. 106 Importância' .....................' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 (
(N.) darlingi .......••....•......................•........ 105 Boopidae , ...................... . 44
Bovicola
···-_~l··· ..... .... .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 224 {
(M.) gambiae .......... : ............................... " 107
bovis ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 226 {
(K.) homunculus ........ ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 106 ............................................ " " ............ .
Anophelini ................. ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. -93,102,105 caprae . . . . . . . . . .. 226
. . . . . . . . . .. .... ..... .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226 (I
Anoplura .................. ;.............................. 11,84 equi .... " ....... .
Caracteres ............. ;' ................................. 205 ovis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
Brachycera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 226
t
Classificação ........... , ............................... ,. 206 (
Brumptomyia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 89, 90, 127
Morfologia externa ...... ;.................................. 205
Calliphoridae ... ....... .... .. .. .. .. ..... ............" 118 {
Morfologia interna ...... ;................................. 206
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90, 149
Apolonia .....•...........•.................................. 70 (
tigipioensis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Callitroga ame;i::a~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 149
Arachnida .................. :................................ I I, IS Callitroga macellaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ISO (
Caracteres ............. i· ......... ,...................... IS Calyptratae
Caulogastra
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 155
~ ~ ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 {
Classificação ........... { . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Morfologia ............. ~: ............ , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IS Ceratophylidae .. .. .... ... . .. ... .. . ..... ..... .......... 11 {
Araneae ..................................................... 16 Ceratophyloidea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
Ceratopogonidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 198
(
Araneida .................................................... II
Argas ....................................................... 28 Biologia .. ~ ~ : : : : : : : .. .. .. .. .. . • .. .. .. . .. .. .. 90, 111, 124 (
miniatus .............. ;................................. 28 Caracteres :. .. . .. .. ... . ..... ... ....... .." 124
Espécies mais' ~~~'s' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 124
{
Caracteres ........ "ii:' i ••••••••• ',' • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 28
Ciclo biológico ..... i. ................................ 28 Morfologia ................................. "
Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
124 (
Controle ..........h................................ 3 I (
Chilgasia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . .. I 25
hnportância ...... J. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
reflexus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Chelicerata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 105 {
Argasidae ..................................................... 27 Chelopistes mei;a~idi~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . II
{
Caracteres ............. +................................
Classificação ........... .E.................................
27
27
Chilopoda . . . . . . . . . . : : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225
Chloropidae .. ... ... .. ... . ......... ... ...... . 12 ('
Arthropoda ....•.............~: ........................... '. . . . . Chorioptes ........................................... 90
Caracteres ..............::.............................. '. . .
5
5
bovis ......................................... " 58, 59 ti
Classificação ........... .:................................. 1I
amex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 t .;
foedu~ . . . . . . . . . . . . . . . . . • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 185, 186
Morfologia externa ...... .l.................................. 5 (':
Morfologia interna .....• .1.................................. 9 hemiPte~~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.' ............ " 186
Aschiza ................... -I- . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 lectularius . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 186 C.;i. ;
Bdelonyssus ............... '';' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 . Cimicidae ......................................... " 186
bacoti ...•........... T~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Biologia d~~ ~r~V~j'o~ 'h~~~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " 175, 184 t
Bironella .................. + . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 105 Caracteres .. .. .... .. ........ ......." 186 (//
......................................... " 184
Boophilus ................. J. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 (~

- 236·· -237- (
II
(
/.
'1

Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide


ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MfmCA E VETERINÁRIA

Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 grahami . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126


Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 maruin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.. . . . . . . . . . . . . . ,... 125
Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 nubeculosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Morfologia geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 184 obsoletus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
} Cimicinae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 reticulatus .•... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 125
-, Cochliomyia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Cuterebridae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 90, 158,
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
160
160
) Cochliomyia hominivorax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 150 Cyclorrhapha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ' 89. 90, 133
} Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 150 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
) Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , 134
-, Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
Importância' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 Cytodites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
nudus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
65
65
Cochliomyia macellaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 152
I Biologia . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Cytoditidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
) Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 Derrnanyssidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . t"55 Dermanyssus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
)
Colpocephalum turbinatum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " .. , 225 gallinae .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 67
) Columbicola co/umbae ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 226 Dermatobia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , 161 :1
Crustacea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 hominis .......................................... , 161
) Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 161 ! '
Cryptocerata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 ..i
I
) Ctenocepha/ides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198, 199, 200 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
:1;
canis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 200 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 ,
.. ) "
i.

felis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Distribuição geográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 161


) Cuclotogaster heterographus .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 225 Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
Culex .. '. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 108 Insetos veiculadores .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 162
li pipiens fatigans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Dermatophagoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
) ;~ Controle dos mosquitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 farinae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
pteronyssinus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 65 . ~.
Culicidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • • . . 89, 93
li Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 93 Demodicidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Culicinae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . ~ 93 Demodex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 .1

Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 94 bovis ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 68


Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 93 canis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 68
Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 wprae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 ,I
I,
Morfologia externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 follicu/orum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 I
",
Culicini . . . . • . • . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . .. 93, 102, 107 phy/loides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 r~"l
Cu/icoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 ,
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~ I"
acety/us . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 125 Patogenicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 r '·ji l

tl11lllzonicus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 125 Tratamento .... .. ..... ... . .... .... .. .. .. .. .. .. ... .. 68 i,': ri~
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austeni . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Dermoglyphidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 '!I I


debilipalpis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 125 Diplopoda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 12 ;j! i

-238- -239-
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M:BmcA E VETERINÁRIA MoaCYI G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide I"
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Diptera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : ..... 11,84 Chave para gêneros ... , . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . , . , . . . . . .. 213 I,
Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 89 Haematopinus ..... , . . . . . . . . . . . . . . . , , . . . . . . . . . . . . . . . . .. 213
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " .. 84
(
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213
Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : .. '. " . , 89 Chave para espécies. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 f,
Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... .... . .. 85 Ciclo bioló,gico . . . . . . . . . . ., . . . . . . . . . . . ,............................... 215
Echidnophaga . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 199 asini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . 214,215
I
Epiderrnoptes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . : .. 65 bufali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214,215 I
bilobatus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Epidermoptidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
eurystemus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 f,
qlllldripertusus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
Espectinata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . 11 suis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214.215 (
Felicola subrostrata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,. . . . .. 226 tuberculatus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , ...... 214,215
Fania canicularis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . , . :. . . . . . .. 148
(
Haematosipholl inodora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. . . ... 149 Haematosiphoninae , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . .. 185 {
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... .. . . . .. 148 Hellliptera ~ ................................................................................. . 84, ] 75
Gasterophilidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : 90, 158, 165
{
Caracteres ... , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,.. 175
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , .•.... ".' 165 Oassificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 (I
Gasterophilus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , ,.,... '., . . . .... 165 Morfologia externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
herno"hoidalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. 165
{ 1.
I Morfologia interna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 (
"
ii
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Heterodoxus longitarsus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225
( !:

I
intestinalis (= equi) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : .... " . .. 165 Hexapoda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 (i
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.' .. ... . . . . . 166
nasalis (= veterin !Js) ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 165, 166
Hippelates . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Hippoboscidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90. 172
90
4: ~.i
I Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
Biologia '. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .' : ::.. 169
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
Insecta ........................................... ,....... 74
( i:

ii Controle:. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 170


Gliricola porcelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ' . , . .. 225
Caracteres ..................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Desenvolvimento e metamorfose ..............................
74
83
t,'
(
~ Goniocotes bidentatus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. .. . . .. 226
Goniodes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225
Morfologia externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Morfologia interna ............................................
74
77 (
dissimilus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ," .. . . . . .. 225 Ischnocera .......................................... '. . . . . . . .. 224 (
gallinae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .'. . . .. 225 Ixodidae ................................................... 35
gigas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " . . . . .. 225 Caracteres ..................................................................................... (
35
piageti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Ciclo biológico .............................................. . 35 (
Gyrnnocerata ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. 180 Classificação ............................................ . 35 (,
Gyropidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224 Ixodides · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · . . . . . . . . . . . . . . . 15,19,20
1 Gyropus ovalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 (:
1- Haemagogus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108, 109 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 ., "

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1
Haemaphysalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
leporispalustris . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Haematopinidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206, 213
52
52
52
Morfologia externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Morfologia interna .........................................
Jugata ...................................................
20
20
II
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I
Kerteszia ...................................................... 106
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 Knemidokoptes ............................................ 56 f'le,
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-1AQ- -241 - t,
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) ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDlCA E VETERINÁRIA
Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide

:) giganteus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 225
stramineus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 225
) mutans ............................................. 56 'Menopon galünae ............................. _ . _...... _ 225
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Menoponidae . . . . . . . . . . . . _ ....... _ ... _ . _ ..... _ . . ... __ . .. 225

.,
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leavis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Laemobotrüdae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. ~ . .. 225
Merostomata ......... _ . _ _ . . . . _ . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . .
" Mesostigmata .•.... . . . . . . . . . . . . . . _ . . _ . . . . . . . . . _ . .. . _
11
66
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . - - .. '..... 206, 216 ..". Caracteres. . . . . . . . . . . . . . _ . . . _ . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . .. 66
} Unognathidae
Anoplurose dos animais domésticos . . . . . . . . . . . . . - . . . . . . .. . .. 221 Muscidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ .... _ . .. 90, 138
) Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _. 216 Caracteres .... _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ _. 138
} Chave para gêneros . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 216 Musca domestica ........................ _ . _ . . . . . . . . .. 138
Tratamento da anoplurose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ .. _. 138
) Linognathus .•......................................... 217 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ .. _ . . . . . . . _ . . . . .. 138
) Chave para espécies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; . .. 217 Combate . . . . . . . . . . . . . . . _ . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . .. 142
Ciclo biológico . . . . . . . . . . . . . . _ ....... '.. ': - . . . . . . . . . . . . -. 218 Importância ..... _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 142
) africanus ........ _....................... - . - . . . . . . .. 217 Muscina stabulans ......... _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . .. 148
". ~, :
) pedaüs ........... _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 218 Biologia . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . 148
setosils ............................................ - 218 caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . _ . . . . . .. 148
) Myzomyia .......... _....................... :.......... 107
stenopsis ... , ........................ - ........... 217, 218
) vituli ......................................... '. 217, 218 '. Neivamyia flavicornis ..................................... 147
Lipeurus .............................................. 226 Biologia .....•.. _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . ;' .. 147
) caponis ., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... 226 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 147
) gallipavonis ............................................................................ : .... 226 Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; . . . . . . 147
Macronsyssidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Neivamyia Jutzi . . . . . . . . . . .. .. ........................... 147
) Nematocera . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . .. . . .. . ... ;, . . . . . . . ;.' 89, 90
MaUophaga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , 11;84, 222
) Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :'. .'. . . . .. 223 . Nosopsyllus ...............: . . . . . . . . . . . . . . . . . : . . . .'. . . .. 199
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 fasciatus • . . . . . . • . . . . . . ..... . . . . . . . . : . . . . . . . . . . . . . . . .. 200
) Notoedres ....................... .- .............. ;...... 57
Chave para famílias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. . . .. 224
) Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . ;": . ; . . . . . . . . . . :'. ~ .... "~ . .. 224 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;.......... 57
Ciclo biológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
) I Controle dos MaUophaga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ":,' ..
Importância dos Mallophaga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., . '.'
226
226 mti .............. _................ _............ ; : . 57
) Morfologia externa ....................................;. . 222 mti varo cunicuJli ...................................... 57
Morfologia interna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273 Nyssomyia .' ........................................ ; . . .. 121
}
Principais espécies brasileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 225 Nyssorhynchus ......................................... 105
) Mandibulata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Oestridae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90, 158
Megninia ............................................. 60 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
) Destrus ................................... _ . . . . . . . .. 158
cubitalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60
j gingümura .......................... . . . . . . . . . . . . . . . .. 60 ovis ............................................. 158
Melophagus ..........•................................ 173 Biologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 159
j
ovinus ............................................. 173 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
.1 Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 174 Controle ...... _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 160

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Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Importância . . • . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Menacanthus .;.........................................
173
174
225
Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ........
Dmithocoris ................................... _ . . .. 185, 190
pallidus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ............... 185
-243-
160

-242-
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11
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MtDICA E VETERINÁRIA Moacyr G.Freitas. Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide ()
185, 190 Phiophila casei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 f
toZedoi ..........................................
Ornithodorus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. 32 Phlebotominae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 (
Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
brasiliensis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
rostratlls . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ," ... '... ,
32
32 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 f
taJaje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .... . .. . . . . .. 32
MorfologilJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 (
Phlebotomus .......... .
turicata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ',':',~ '. ',' .... ' -... . 32 .................................................................................. 118 (,
Ornithonyssus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , '.' ....... 66 argentipes 123
bacoti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,. - :. '..., .... :, .
0 ••• ' •• : . · · ·

66 . major . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 t,
66 papatas; 123
bursa • .. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o. • • • • • • • _~ •
(
66 pemiciosus . .............................................................................." . 123
silviarum ...................................... .... "

Otobius megnini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,. .,c c', • ; . • •• 34 Phoridae .......................................................................................... 90 (


Pintomyia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Otodectes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... : . . . . . . . . . . . . . . . . 58, 60
cynotis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.' .. ' . '- . .. 60 Piophilidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 90 «:
Oxysarcodexia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., .. : •... -. 156 Polygenis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 199, 200 {,
PanstrongyZus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : .................... : .. . . .. 180 bohlsi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 {
megistus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... '" . .. 181 roberti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
ParaphrissopocJa ., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ';;',/". '.... ;,.. .. 156 tripus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 (
PattonelJa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . "1";-':'::" . .. 156 Propicimex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185. 186 {
. Pectinifera .............. ' .... ' ............... ,...". , . '-" ...•. ,.. . .. 11 limai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 186
Pediculidae ........ o ••••••••••••••• )06, 207 o • o • o" : ••• .'::'-':.
Prostigmata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 (
Caracteres .............................•... ".' • ,....':': ...:.. .. 207 Pseudolynchia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. 173 ()
Chave para espécies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ....0......;. . .. . ., 207 canarü:nsis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ~, . . . . . . . ., 173
Biologia . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 173
(,
Pediculus . . . . . . . . . . o • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • o'.· • • • • . 207, 208
Biologia ...... o ••••••••••• 208 o ••••••••••••••• " •••• " ••• ,
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 {\
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i ,. .' . . . . 208 Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
{
o •••••••••• o

Importância médica ...... o 211


•••••••••••••••••••••••• ". • ••
Psorergates . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .'... :. ...... 212 ovis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 (
humanus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .:.," '." .. 207 Psorergatidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67, 70
Psoioptidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 (
humanus corporís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o' •• , .' ' . : . , 208
humanus humanus .: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; ':'0''' .': " .. 208 Psoroptes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 (
rnjobergi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 equi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
t,
pseudohumanus . . . . . . . . . . . . . . . . .
scha!!ii . . . . . . . . . . . . . . . . .
Phaenicia ................................•.... :..: ....... )55, 156
eximia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :.
japuhybensis . . . . . . . . . o
0 • •: . , • • • ' , ' . '

~: O": '0' :.... ,.." .....~.. 207 o

o,
208

156
156
• • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • '
o •••• , ' •••••

o .• ..,..:". : : ' '. . . .

• • • • • • •' . .
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equi varo bovis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
equi varo caprae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
equi varo cuniculli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
equi varo ovis .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :.....
58
58
58
58
58
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mexicana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,... ..... 156 CicIo biológico ........•............................. 58 G


pallescens ...................................... ':" : . ':', .' 156 Controle .......................................... 59 ( I i
sericata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., .... " .. ~ 155 Patogenicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c • • • • • • • • • •• 59 (, ~
Psychodidae ................................. ; ..... 90, 111, 116
Biologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . .. 156 (,I
Philopteridae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224, 225
-244 0-
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '-;'. .... '. . . . . . .. 116

-245-
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ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA M1!DICA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa. Paulo lide

Psychodopygus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. . . . . . .. 121 varo ovis .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 54


l Pterolichus ............................ 60 o • o o __ o o o o o o' • o • o
varo suis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 54
l obtusus . 60 Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
-,
o ••••• o •• o ••••••• o •• o • o o o o •• o o • o o • o • o ... ; o o o'

Pthirus ...... o ••••••••••••••• 'c'; ,.- •• 212 o o o o o • o • o o o o o o o o •• o o


Ciclo biológico . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
pubis ......... o •• :":"';'0'; •.•
o •••••• 212 o • o o' • o •• o o o •• o o o Diagnó· stico o ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 56
) Caracteres ., o ••• o •• o0":-' .·0· .. ~
••• 212 o , •• o' o • o ••••• o o •••• o o
Patogenecidade . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
} Ciclo biológico . o o o • o o • o 212 o o o • o • o • o •••• o • o o o •• o • • ',o • o •• o • o
Tratamento das sarnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tratamento .... o •• o •••• 213 o •••• o • o o o • o o o o , o • o o o •• o, o o o o
Sarcoptidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
) Pulex •. o •• o o ••••• o o ••• 198, 199 o • o • o • o o o o • o o• • • • • • • • • , ,,".,';.
Sarcoptiformes . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .'.. 19, 53
) irritans ..... o • • • • • • • • • • 200
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ;, • • • ••
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Pulicidae ....... o •••• o •••••••• 198 o • o • o •••• o • • • • • • • • ..;. • ••••
Classificação ...............................:~' " . . . . '. .. 53
)

,
Pulicoidea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. •• Scorpiones . . . . . . . . . • . . . . . . • . 11 16
Sergentomyia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " ". . . . '118
) Pupipara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . 90, 172 Simullidae . . . . . . . . . . . . • . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . '.' . .. . . . ... .
Pyroglyplúdae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . "." . . . . . . . . . : . . "." ;'.. 65 ................................................................................... .... . 111 ,

RavinÜI '" . . . . . . . . o •••••••••••••••••••••••••••••• 156 '.. • ••


Biologia . . . . . . . . . . . . . . • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 112
) Reduviidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 175, 180
Importância........•......
Caracteres ... . . .. 111
116 o o
o • • o o • • • o • o o • .• •.• • o.

Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
)
o • • • • • • • • • ; ' . -: • ••
•••• o •• o o. o • o • o •••••• o o •• o •• o o o • o • o ,• • • • • •

Rhipicephalus ............... 37 o • • • • • • • • • • • • • • • • • •: . ' • • • '. " o.


Morfologia .... o •• o • o •••• o • o o •• o o ••••• o •• o o o o • o •• 111 • • • ••

) sanguineus . o o •••••••••••••••••••••••• .-~'.;. 37 o ••••••••• .' ••


Principais espécies .. o o •••••••••••••••••••• o •••• o • 115" • • • ••

Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,.".,.~;:i,.'>. 37 Simulium . . . . . . . 115


) o • • • • • • • • o • •
•••••••••• o •• o •• o '.' 1 •• ' • • •

Ciclo biológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;,'.-0 .... '~. \ 38 amazonicum . . . . . . . . . o •• o ••••••••••••••• o • o ••• o 115 • • • • ••

)) Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 brachycladum . 115


-,
o • • • • •" • • . • -'.' .... ; •• o o •••• o •• o o ••••••••••••••• o • o o • o • •

Importância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ';'>..'; . . .. 38 , catarinense ••••• o • o ••••••••••••••••••••••• o •• l l,:' • •.


o 115
Rhinonyssidae' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.' '.'. 'c'. " '; • • . 67 o perflavum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o •••••••• 115 o • ••

) Rhodnius . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '... ;''':.. . . .. 180 pertinax ........ o ••••••• o •••••••• o • • • • .", " • o o •• 115o • • • ••

,) prolixus ................... 182 o . . . . . . . . . . . . . . . . . :' .' .: '.'; •• orbitale . . . . . . . . . . . o • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • .0 115 • • • ••

Rhopalopsyllidae ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 199 Siphonaptera ........ o o ••• o o o •••••••••••• o o • o o •••• 12 84 192


) B' I . .. , ,
Rhopalopsy/lus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .'.'~";.'~ '.199,200 o lO ogla ......••.• o ••• o •••••••••••••••• o ,'0 o • " 196
•••• o.

) Ricinidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :...... ';'. 225 Chave prática . o •••••••••• o o •••••••••••• l ' •••••• :' 199
o o '.' ••

RivoltasÜI . . . . . . . . . . . . o • • 65
• • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• Classificação .... o o • o o •••••• o o •••••••••• o o • o • o ••••• 198 o ••

,) bifurcata ... o • • • • • • • • • 65
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• Controle ... o •••••••••••• o •••••••••••• o •• o o o o • 204
• • • • ••

) Sarcophagidae ................. 90, 156 o ••••••••••• ':, •••• : • • • Importância das pulgas .... o o • o ••••• o ••••• o • o o •• 00 200
• • • • ••

Caracteres 0 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 156 , ••••• .- ••• '. • • •• Morfologia externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o • • • • • • • • • .. 192 • • •••

) Biologia .......... o ••••• 157 o • • • • • • • • • • • • '. ' ••• '• • .- ••••••• o ,'. Morfologia interna ...........•. o •• o •••• o ••••• o • o •• 195 o •• o o

lj Sarcoptes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
scabiei varo bovis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
54
Principais pulgas . .
Solenoptes
o • • o • • • • • • o • o • • o • • • • o o • • o • • • • •• • 200
218
• • • • o

ji
o o o • o ••• o ••••••••••• o •••••••• o ••••••••••• o o o o

)1 varo canis . . . . . . . . . .
var. caprae . . . . . . . . . . . . . . .
varo cunicu!li . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '. . . . . . . ..
54
54
54
o •••••••••••••••

o • • • • • • • • • •
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azpillatus .
Spilopsy/lus cunic:uü
. Sternostoma o
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218
204

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67
) var. equi . . . . . . . 54
o .................... o • o • o • • • •• tracheacolum o, ••••••••••••• o ••••••••••••••••••• o • o o • o 67
J varo hominis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Stomoxys azlcitrans o ••••••••••••• , • • . • o... o •••••• o. 145

j -=246- -1A7
}

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·1

ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA Mf:mcA E VETERINÁRIA Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa, José O. Costa, Paulo lide
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Biologia 145 alfredugesi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 70 (
- . . . . . . . . . . . ' .....-. .... ..
batatas ....................•........................ 70
, ..
Caracteres ...... ............ ". . . . . . . . . . . 0'.- ........ ..- ... "..................
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145'.'

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Combate .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .". .,; i .~:_~~,; .. .i.... ~" ! .. 145
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Importância ...•...•. ',; .. " , .. ; . ;':~ . ;.'.·;·'rT ... ::.'. ." .. :; .'. '.". ;,..>.. CicIo biológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
145
Trombiculidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 67, 69
SynthesiomyÜl nudiseta ... ;.~ .".... ',';.. ;','. ;.'. ,f; ..,·,.~~\ .. : . . . . . . . . 144
Trombidiforrnes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
t'
Caracteres ........ i'·.'." • • ;" •• "' •.•...,:; .'::.< .,.; .;:;'. '-'''';:; ...... ,::.' .. 144
Tabanidae ..................•l •. '; •. " : . • • '~ ........ ' . '.". , • •' ~ ; • • :.' • • ',:. I • • 127 Tunga •.•.........•...........•................... 198, 199 (
Biologia ." .............".................. -.......... ' .-,~.:: .~ ;,. ,. ,; .... ' ; ~ .~ . ". --; ......~.' . . 128 penetrans .....••.•.......••.••..•................... 200 (
Caracteres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ':". ';',"';'.' .'. ~;. 127 :< '.. Tungidae • . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
Warileya ........• . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 118 (
Classificação .......' ............... '..' .... { .';,. ;'. ;'.; . '. ': '. :'~.:.• 130
Importância ........................ ;, ........ :"'.' .... '.'. ;'-'.>•• 130 (
Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . <:';C; . .' ,;",;;"/.' •• .'. '~" •. :•.
128
Chrysopinae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ',.: .. ;.:: . : .. , .: l': .
130
(
Chrysops '............................. '.' .•... ...; ...'.'.' ..~;' .. 130 {
dimidÜlta ................... . . ........ :; '. ." . :.. . ;.~ . '; : . 130
disca/is ......................... l;.o':':.: .'. ,;' .. '.:. o'i :•• 130
{
distinctipennis •................. ,; ; ....... ;;'.'{ .. '.... ; .. 130 (i
Tabaninae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;"/. '; .". ·.·l.·"" ... :: l ; • 130
Ta'banus ..................... "' .............................. ~... . : J'~' ~ '. <~ . : . ~ .... ~.': . 130
{
o'.'
Tanganinae ..............................", ,,:, ; ~ . -'.' .' .. ;'''; . '.: . 130 (
Fidena ................ .. . . . . . . . . . . . . . :.; ; ."},.; '.' . . )' ~ . . . . 130
l (
Tarsoneminit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , .... ::-~.' .<'. '... : .. : . 67 '.': '

I Tetrapodili . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '.' .. ;'. ;' " . ". . ;" : . '.. ! . 67 (


I.
i
TrÜltorna ........•...............•....... ~~_.: ;". '.... .'.l. : >.... ~' .
brasiliensis ............................•. ;: ;;" ..;. ...': . "" : .
180
181
(
I infestans ............... '...........' .. , , :., :.'. : .' ....... . 181 (
i pse.udomactilata, ..: .."'. , .... ; .. , ... ~/"".:'. <'. :-; . :'.. :-, .' , ..
! ••• 182 (
rubrofascÜlta ................•... 'l' ;.,:,c.• '.' ·i,.... ··.':'.<:··;i. .. ' .. ;.: . 182
·1
I sordida .................... .< .... "•.• ::.1.:.. : .;.....::.: ....~'::: ..;::.:. 181 (
vitticeps ...........•". : . ';" ';' ... ' .: ..... '/ .,-:. ,: .'.; ....... '.. '..' .:'.'. 182 (
1 Triatominae ............... ,", ./. ; .. ;'. ; .' .:.. :; . ,!;; ..:) ...... :;.': .,::: .'. '.'. 180
Caracteres ......................... » ..... ,: :'.. ; .. :>;';';. ,:,-",:':':. 180 (
CicIo biológico . . . . . . . . . . . ' .......: .. ;.'; .", ... '... ;.; .. : .,: .'. 182 (
Classificação ..................... ".':., ;'. :.; /. ; .. :; .... ;;'. 180
Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . ';';. ~. ,.;. ;,,;,::.. ;" .. ';', '/••..... '. :.. . 184 (
Importância médica .........'.: ...... '.. :- .. .': .....' .: .... ; .'.
Trichodectes .................... :.::;.:.: ....... , .... ,:c. 226
181 f \,
Trichodectidae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . '....... : .......... . 226 t'
Trimenoponidae . . . . . . . . . . . . . . . : .. '....................... . 225
Trombicula ............................. , ............. . 70 C.
akamuski 70 ("
(':
-248- -249-
(,:
'-1= Á ••
,.
--_.',i

l ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA MI!DICA E VETERINÁRIA


Moacyr G. Freitas, Hélio M.A. Costa. José O. Costa. Paulo lide

,)
Fig. 27 - Aparelho genital masculino de um carrapato .............. . 30
,) . Fig. 28 - Aparelho genital feminino de um carrapato ......... ' .... "' .. 30
fõ'ig. 29 - Vista lateral deArgas •........................ '...... ' .. 30
\~ Fig. JO. - Vista lateral de Argasidae ......................": .~._, .. ", .. 30
) Fig.31- A- FaceventraldeAllocentornitens ., ....... ",~,~;:>_;,';;:;;"'" 39
,) B': Peritrema de Anocentor nitens ...... , .,','" •.. , :.,.';'.''''., ,;'; 39
. ;'" ~~ , :-- ;.
Fig. 32 - Face ventral deAmblyomma cajennense. .. _ ..... ,~ ..' :";': ... . 39
) Fig. 33 - Face ventral de.Haemaphysalis .................... _., .... ;: 39
Fig. 34 - Banheiro por aspersão ............................ : ... ; ... '.. 40
I) ~ .. , ;

Fjg. 35 - Demodex. ..............................." ..' .. ~ ...""".'.. 61


) ,Fig. 36.-. Demodex bQvis ........................... ,,:.'.:'. :.",~.:. 61
} Fig. 37 - Pyroglyphidae ............................. ,'.~; ;:.,;,; ,. ~ . 61
Fig. 38 - Pyroglyphidae ....., ................ " .......•. ; ,: .\1 • '• . 6]
) fNDICE DAS PRANCHAS Flg. ~9 - .Sarcoptes ....•.............. , ...............~ .. ' .. '.•. 62
) Fig. 40 - Sarcoptes ............ '.................... '.' .. , .' ... , .... . 62
PÁG. Flg. 41 - Notoedres cati .......................... ~;,.'.:;\., ...... . 62
) Fig. 42 - Notoedres cati ....... , ............. , ....... '.;:. ;": ..... . 62
) Fig. 1 - Estrutura do tegumento de um artrópode ................. . 7 Fig. 43 - IÇnemidokoptes .................... _....•............ 63
8 Flg. 44:- Knemidokoptes " .................................. :":. ; .. 63
,) Fig. 2 - Diagrama de um metâmero ............................. .
Fig. 45 -Psoropte$ equi . ............................... '.:""". \ . 63
Fig. 3 - Secção transversal de um metâmero torácico ............... . 8
)1 I
Fig. 4 - Aparelho digestivo de um inseto ......................... . 13
13
. Fig. 46 - .Psoroptes equi ................... , ................... ,,"" .
Fig, 47 - Clzorioptes ......... , .......................... ';;'". ,;.,';:';.
63
64
Fig. 5 - Sistema circulatório .................................. .
Fig. 6 - Sistema circulatório - Secção transversal do tórax ........... . 13 Fig.48 - Chorioptes .. " ............. __ ...............i •. ;;,:,>;_,,·.;·) 64
) Fig. 7 - Sistema circulatório - Secção transversal do abdome ......... . 13 Fig. 49 - Chqrioptes ..... '.' ... ,. , .. , ............... " .... ;.;;:.'.~. i~.' 64
Fig. 8 - Estrutura da traquéia ................................. . 17 Fig. 50 - Otodectes ..................................... ,.; ;.\'''''.' 64
) 17 l-lg. 51 - Dermanyssus . ..................................... ,;<\ ... ~'. 7]
Figs. 9 e 10 - Sistema nervoso ................................. .
Fig. 11 - Olho ............................................. . 18 Fig. 52· Dermanyssus .. .................................. ", . ~ .. ,'.r;'. 7]
Fig. 12 - Sistema reprodutor masculino ......................... . 18 Fig. 53 - A -:Quelicera de Dermafl)'ssus; B - Quelicera deBdclc:mysstrS:;. 71
Fig. 13 - Sistema reprodutor feminino .......................... . 18 Fig. 54. - Omithonyssus bwsa . ...... , ....... , ......... :,'~;\; ':'~'" : ... . 71
Figs. 14 e 15 - Divisão do corpo dos ácaros ....................... . 23 fõ'ig. 55· Estrutura externa.de inseto ............... , ............ ,.'/~ ','i:. 72
Fig. 16 - Face dorsal de Boophilus macho ........................ . 24 Figs. 56,~ 57- Estruturas da perna de inse.tos ................. ';;.;',";:. 72
Fig. 17 - Face ventral de Boophilus fêmea ........................ . 24 Figs. 58, 59 e 60., Estruturas da cabeça de insetos ..•....... :1; r,'.··.:, ,::.:í 79
Fig. 18 - Araneae ........................................... . 24 Fig. 61 -, Antenas de insetos ............ " .............. /:L;·.';' ;;.". 80
Fig. 19 - Scorpiones ........................................ . 24 Fig. 62 e 63 - Asas de insetos .. '.' ................... . ·,n:·,:-:-:.:.",i .,,' ... . 87
Fig. 20 - Argas miniatus ..................................... . 25 Fig, 64 - Asa de. Phlebotorninae ...................... , ' h . ~.!i', .... . 87
Fig. 21 - Amblyomma cajennense ............................... . 25 Fig. 65 - Sistema digestivo de mosquito ................... _ , .• ;:t; : :. 88
Fig. 22 - Amblyomma cajennense .............................. . 26 Fig. 66- Fases evolutivas de um inseto .. ,..•.•....•....'., L. ,; ;:, "" '.. 88
I.) i
26 Fig..67· Larva de Fannia canicularis ...................... ;.,' .. , ... ; 91
JI Fig. 23 - Estrutura do capítulo ................................ .
Fig. 24 - Tarso do 1Q par de patas ............................. . 29
29
Fig. 68 - Vista frontal de aparelho bucal de muscoide.......... ; .: ... : .
Fig. 69 - Vista lateral de cabeça de um muscoide " ...... , •..~ ........ .
91
91
"J j Fig. 25 - Face ventral de Rhipicephalus sanguineus ................. .
Fig. 26 - Face dorsal de R. sanguineus .......................... . 29 Fig. 70 - Tórax de mosca - vista dorsal ................ ' ........ . 92
.1
-250- -251-

I
iI
••(.I
ENTOMOLOGIA E ACAROLOGIA ~DICA.E VETERINÁRIA

Fig. 71': Tórax~e 'mosca ~ ~sta lateral ..i . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Fig. 72 - AnatofiÜa externa de mosquito ............ ;.............
92
95 .
.,
{:.

(
Fig. 73 - Cabeça de Culicini .... :.; ............................ . 96 F~.111·~. A~~Jho bucal de Stomoxys .•.•.••.••.•...•.••..•...• '140
Fig. 74 - Vista lateral do tórax de um Culicini .................... . 96 Fig.: ,112"": Cochl,i!Jmyia sp ..,. " • . . • .'. . • • ...... . . . • • • . . . • . . . . . . . . 153 t .. r

Fig. 75 - Larva de C:uliéini ................................... .


Fig. 76 - Larva de Culiein~ . ~ ........ '............ '............. .
99
99
Flg.1l3 -:~~9~~~ .4eeochlio1!l!W ho,rnirliiiO,.;jX . . ...•..............
F
ig~ p.4, :-ua~ d~ Cochliomyia macelTaria. , • ; .••••..•..•... • • ,
153
153 «
f .
, I

Fig. 77 - Larva dêAíiOphelini ................................. . 99 Fig;:1l~ ~ Sar.co~dae ............. , ........ ";' .• '.'. '••••....... , 154
F'18...."116,,'" Oe~.trl,l~.' l!lIi~
'. . ',". ~ ''.'. , •...• , ..••.•....• . , , •••• , ..••...... . 154
Fig. 78:" ~pade cUtiddeo' .. ;.:' .. : ........................... . 100
100. Fia"'O~" 117, .- Iier7nài,"b'"q. ,r.'" ho~lnls ., '.. ........ '..•...............•....•.
.. . 1(!7 t.
Fig. 79 - TrOmpas re~pitai6rias de culicideos ..................... . .."
(
103 '. Fi" 118 - Ga,St..~~P'1'lus'" sp .......
~';'. ' "
. :..' •.....•.........
. . : ' .. . '., ............ . 167
Fig>80 ~ Cabe'çadeCulic;fzi .; ................................ .
Fig: 8i..,. Cabeça ~e Anophe/ini ............................... . 103 Fig. 1 \ 9:: Psel#:Jolj"chla éanarlenses .... , .• :: .•.••.... ;, •..• , .. . 168 (
F".lg. 120- .. ' O~I~,
'.' Mt;{oplu!gus . . '... ' . . . 168
Fig~ 82 - Tórax. de Anophelini ..... : .......................... . 103 ••••••••••••••••••• , , • , •••••••• , •
( i
Fig..83,'" Tórax.dêCulicilii: ;' ...... ; ... ; ........ ;' ............. , 103 Fig. 121 - MaÇi!.9 ·d~':T.rlatóma . , ......... : • ; ..• ; ; ....•• ; .•••..•• 177
104 Fig.122 - Cabeças dê~e~pteros .. :.,., ........ , .............. . 178 ( , j
Fig. 84 - 'PrincÍpais diferenças entre Anophelini.e Culicini ............ .
Fig. 85 - Larva 4e Simu/iuin .. ; ............................... . 113 F'19. 123 - am" '. .':"
ex /ecm1a~ ..,......,..."..,...,..,....; • . , • • 187
113 Fjg,.124 - Cimex hemipterus.· ....,.,..".,.....,..... ~ . . ~ . . . • . . 187 (
Fig, 86 - PUpa deSimulium ... ; ............................... .
Fig. 87::' S~11Íulium .... :.: .................. , ..... , ......... . 113 Fig.125 - Cim.ex /ecmlariua ..•...• ~ . • . • . . . . • • • . . . , . . . . . . . . . . . .
Fig, 126 - Omithocoris tolecloi ............ ,.; ........... ~ .•...•..
187
187
«'l
Fig. 88,:" CabeÇa de Simulium macho ............................ . 113
113 Fjg~ 12'7 - .Pulp - anatoRna externa .....•.. , ..•.. , .. ~ ~ •... , . , .. . 188 (j
Fig. 89 - Cabeça deSimulium fêmea ............................ .
Fig'. 90- A - Lutzomyiamacho ...... , ........................ . 114 Ilis~ 12~'- Cabeça de Ct~nocephalides' ., .•... , ....•.. , .......... ,. 193 (~ i
. B - ;'utzomyia fêmea' ... : ............ , ............... . 114 Fig, 129.... Cabeça,de Ptiiei' .............,.,...,.".... ~ . . . , . . . . . 193
119 Fig~ 1~9~ -. Cabeça de -XeJW:psyl1a. . . . . . •• . . • . . • . . • , . .,. • , . . . . • . . . 193 (~
Fig. 91 -' Genitália masculina da Lutzomyia ...................... ,
Fig! 131.- Caqeçade Ec,h.idnophaga ........ , ...... , .. : .... ~ .... . 194
Fig. 92- Ge~itlUia feminina da Lutzomyia ....................... .
Fig. 93 - Ovó deL~tzomyia .................................. .
119
119 Fig, 132;- C.~lieça dé.:r~~ •.•........•.. , ....•.. .-.. ,.-.....•... 194 fi
fig. 94 - ~.rya.de Luttomyia ................................. . 119 F'Ig~ 133 ' . . - Es + ' , d",e PuI.gas ...... '.' .....•........•..•.......
. .I)(lI'JP3.t~cas. . . 194 fi
Fi~. 134 -", Anat' ·..···de uma
'" ,9.~ m~erna. ' pu 'I'ga..
,.. " .....................
.' ... . . 201
Fig. 9~ - P4pa de'Lutzomyia .................................. '. 119
Fig 135 n; .. ~ . . .
. ,~. - ..,,~~ da c;abeça de um Anopl~a .•. , • : ............. . . ' 202
Fig. 96 - Cuiicoides .... ~ . ~ .. : .............................. . 120
120
Fig~
" 136· - Se,.,.!I'n t
.~"J,llIl$ve.r sal' d'a ca .. :.:c' 1' . ~.. .. , .•.......•...•
. beça.d"e n.uOplllfa . 202 ("
Fig. 97 -. Cabeça de Cú/icoides macho ........................... .
Fig. 137 - Ped~~(us huma1J.Us .........•. :.:: ....•.............. 209
Fig. 98 - Cabeça de Cu/ieoides fêmea ..........................•. 1'20 ti
Fig. 99- Taba"us sp ...... ~ .................................... .
Fig. 100 - Cabeça' de Tabanidae ..... ;'; : . .'~ .................... .
131
131
fig~ 138 - Extre~4Ilde.pQsterior de Pdliculus hUmanus ............. .
lª, . ..
F' 139- Pth'.fTUS.pu . b'.IS,:'......... ' • • • • • • • • • • • • • • • , • • • '• • • • • •. • •• ••• •• ••
209
209 (/1
ti(:
131 Fig. 140 - Haematopirzupu.;S .• , ... ~ .•... , ...... ; . ~ .. ; ........ . 210
Fig. lQl - Antenas de.,Catachlorops e Chrysops ................. , .. F'g ' . i n,~.. IlSlnl ' .. ••••••••••••••••••••••• ; •••••••••
131 1. 141 ri
. . - n!lf,1JU1..Qp 210
Fig. 102 - Larva 4e Tabanidâe ................................. . P' '142.' ~ Linognafhusse.tQm.s
" '.. " . ....•......••.•...•........•...... . ,
. Fig. 193 - 'pUpà de Tabanid~e. . ................................ . 131 . ts.. 219
Fiç. 143 .,. ~f:!le11QpÓ~eS ~pÍ1t!ius ....... , ••.•• , .•••..• ; .. : .•....• 219
Fig. 104 - L.8rv3 de M.uscoide ... " ............................. . 132
f.inognathJls 1I1tt4f" .......... : ; . : : ..... : ~ : ~ ~ . ~ ..... . 219
Fig. 105 - i.:aIva de Jd.uscoide .:: ... , .' : . > .. . ................. .
~ 132 Fig. 144.,.
Fig. 145:-: Cabeça de Trlcliodecies •.... : •.••.....• :::: •......... 220 (J;
. ·fig. 106 - EspiráçWópQsterio'Í' de larva de Muscoide ............... . 132
132 Fig. 146 - Me1ll(J'pon' .•.•.. ~ .•....• , ..•. ~ . , . ~ . '.', .', ...• ~'•.•..... 220
l~
FiS. 107 - l'Up.aep\lpáriode Muscoide ........................ ..
F.g. 108 - Musca doméstica .. ::. : .. : ., .. : ..... : ............... . 139 Ft8. 147 ... Menacanthus •.....• , .• , ..•... , ....•...•..•.•••... , .•..... 220 .
,~)~
Fig. 109 - Antenas de sa~cophagidae. Stomoxys e Musca ........... ' .. 139
140 ()
Fig. 110 - Stomoxys calcitrans ................................ .

-252-
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