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Cartilha da

Inclusão Escolar

Inclusão Baseada em
Evidências Científicas
2014
1

Cartilha da Inclusão Escolar

“Toda criança tem direito


fundamental à educação e
deve ser dada a ela a
oportunidade de atingir e
manter um nível
adequado de aprendizagem”

“Toda criança possui


características, interesses,
habilidades e necessidades
de aprendizagem únicas.
Sistemas e programas
educacionais devem ser
designados e implantados
para contemplar a ampla diversidade dessas
características e necessidades”

“Crianças com necessidades


educacionais especiais
devem ter acesso à escola
regular, que deve
acomodá-las através de uma
Pedagogia centrada na
criança, capaz de
satisfazer tais necessidades”

“Escolas regulares que


possuam tal orientação
inclusiva constituem os meios
mais eficazes de combater
atitudes discriminatórias
criando-se comunidades
acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e
alcançando a Educação para todos”

Declaração de Salamanca, 19941


A Cartilha da Inclusão Escolar é dedicada à
Professora Dra. Maria
Valeriana Leme de
Moura-Ribeiro por tudo
que representa à
Neurologia Infantil
Brasileira

23
àquelas com necessidades educacionais especiais, mas contempla toda
criança, em sua vasta diversidade de habilidades e dificuldades.
Assim, além dos capítulos com recomendações gerais e específicas de
inclusão, o leitor encontrará um capítulo com os princípios e práticas
da Neurociência da Educação, uma nova área do conhecimento cujo
objeto de estudo é “a arte cientifica- mente fundamentada de ensinar”.

Prefácio
Outro objetivo da Cartilha foi prover recomendações objetivas e
pas- síveis de implantação na diversidade da realidade das escolas
Brasileiras. Para tanto, as recomendações foram discutidas em grupos
focais de profis- sionais da Educação, resultando em um projeto de
“Não há revelação mais veemente da alma de uma sociedade escola inclusiva dispos- to em um dos capítulos, com suas etapas de
do que a forma pela qual ela trata suas implantação e ferramentas de auditoria e monitoramento.
crianças.” A “Cartilha da Inclusão Escolar: inclusão baseada em evidências
Nelson Mandela (1918-2013) cien- tíficas” obteve a chancela de 18 associações e grupos de pesquisa
que re- presentam e agregam profissionais dedicados ao
E certamente teremos uma sociedade melhor quando a diversidade desenvolvimento infantil, fato inédito nessa área e que deve ser
de ha- bilidades e necessidades da criança for atendida na escola de comemorado por todos, além de dar ao documento o status de um
consenso de especialistas.
forma singular. Esperamos que o leitor vivencie nessas páginas da
“Cartilha da Inclusão Escolar” a experiência única de transitar nas Esperamos, por fim, que a leitura proporcione insights ao leitor,
fronteiras entre as Neuroci- ências e a Educação com conhecimentos de “com- preensão repentina e intuitiva de suas próprias atitudes e
vanguarda e em terreno pavi- mentado pelas evidências científicas comportamen- tos, realidade, problema ou situação”, na mesma
atuais. intensidade que os pro- porcionou à equipe de trabalho.

O paradigma de inclusão escolar aqui adotado não se restringe à


crian- ça com deficiência, nem tampouco, de forma mais ampla, Marco Antônio Arruda e Mauro de Almeida
Coordenadores do Projeto Uma escola não exclui outra8 2. Cartilha da Inclusão Escolar, um
trabalho de muitas mentes9 A Comunidade Aprender Criança9 A
Ribeirão Preto e São Pedro, 28 de junho de 2014
elaboração da Cartilha da Inclusão Escolar 11 Instituições apoiadoras 12 3.
Um Projeto de Escola Inclusiva 13 Comprometer 13 Auditorar 13
Planejar 13 Organizar 14 Capacitar 14 Implantar 14 Monitorar 14 Aprimorar
Cartilha da Inclusão Escolar 14 4. Recomendações 16 Recomendações Gerais 16 Recomendações
Específicas 18 Deficiência Intelectual 18 Deficiência Auditiva 19 Deficiência

Índice Visual 19 Deficiência Motora 21 Transtorno do Espectro Autista 22


Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade 23 Dislexia 25 Discalculia

27 Disgrafia 27 Talentosos e Superdotados 29 5. Princípios e Práticas


1. Introdução 7 A necessidade de mudança de paradigmas7 Objetivos 7 em Neurociência da Educação 31 Referências Bibliográficas 36

Os primeiros frutos e desafios 8

45

Introdução
1.
Cartilha da Inclusão Escolar
crianças com necessidades educacionais especiais atendimento de necessidades individuais”, do pilares para a construção da inclusão escolar5.
(NEE), que aspiram por um atendimento especiali outro3. Entre as ações de formação dos professores
zado e individualizado para os seus filhos, sejam os Do ponto de vista educacional, o processo de in destacam-se: a diferenciação do ensino, a parceria
gestores e professores, que se sentem clusão deve ser capaz de atender a todos, indistin entre profissionais do Ensino regular e da
Marco Antônio Arruda & Mauro de Almeida
despreparados tamente, incorporando as diferenças no contexto da Educação Especial, mudanças atitudinais e
e desamparados para atender essa demanda. escola, o que exige a transformação de seu reconheci mento da diversidade6.

A proposta de construção de um sistema edu

cacional inclusivo na realidade Brasileira en


Numerosos conflitos se revelam na comunidade
escolar em relação às “possibilidades de efetivação
das ações de formação e multiplicação; à própria
dis cussão conceitual sobre a inclusão; ao lócus de
cotidiano e, certamente, o surgimento de “novas
formas de or ganização escolar, audaciosas e
comprometidas com uma nova forma de pensar e
fazer educação”4.
Em contraposição ao que vemos na atualidade
quando alunos com NEE são frequentemente
excluí dos de muitas atividades escolares, a
diferenciação do ensino permite que “cada
aten dimento ao aluno com deficiência; ao Portanto, a proposta de uma educação inclusiva aluno se defronte constan temente com situações
contra-se amparada legalmente e em princí pios
financiamento e às relações entre o público e coloca-nos frente a este grande desafio: didáticas que lhe sejam mais fecundas (...)
teóricos fundamentados em ideais democráticos
privado; assim como, quanto às responsabilidades transformar a escola da atualidade. Para isso se faz implica, pois, o desenvolvimento de ca minhos
de igualdade, equidade e diversidade2. No entanto,
dos diferentes atores en volvidos no processo”3. necessária a mu dança de comportamento e diversos para que os alunos consigam atingir as
muitas vezes, as práticas inclusivas se distanciam
Essas tensões decorrem das “múltiplas relações rompimento de numero sas barreiras históricas, metas escolares, por meio de um
so bremaneira das proposições teóricas e legais.
que se estabelecem entre um en sino que tende financeiras, físicas e atitudinais. acompanhamen to e percursos
Nesse contexto fica evidente a insatisfação de
para a homogeneização” de um lado, “e os A transformação da escola passa individualizados”7.
todos os per
princípios inclusivos, que supõem o respeito aos obrigatoriamente por uma política de formação e Para essa e outras ações a parceria do professor
sonagens envolvidos no processo, sejam os pais de
direitos, a valorização da diversidade e o educação continuada dos professores, verdadeiros de salas regulares com o da Educação Especial
torna-se muito frutífera: “para garantir o êxito tanto queremos só será completa no dia em que Tal diversidade é Gestalt, um sistema uma das primeiras barreiras ati tudinais percebidas
dos trabalhos na escola inclusiva, alguns deixar de existir e todas as crianças forem complexo em que as propriedades não são uma no âmbito da Educação”9.
aspectos devem ser conside incluídas na escola em sua singularidade e consequência natural de seus elementos Uma Pedagogia que contemple e inclua toda a
rados: apoio de especialistas, unificando os dois diversidade. constituintes vistos isoladamente e decorrem di versidade infantil, com base em evidências
siste mas e adaptando-os às necessidades de em grande parte da relação não linear entre eles, científicas e garantindo os direitos civis das
todos os alu nos; potencialização das formas de sendo o todo mais do que a soma das partes12. pessoas com defi ciência, se apresenta como uma
intervenção, isto é, aplicação dos sistemas A necessidade de O cérebro humano é um sistema complexo tão alternativa de van guarda e esperança por uma
consultivos e de intervenção direta em sala de singular quanto as impressões digitais e, embora comunidade escolar e sociedade mais justas e
aula comum por meio do ensino co operativo; mudança de paradigmas sua estrutura básica seja a mesma, não existem solidárias.
adoção de uma nova organização escolar, dois cé rebros idênticos12. Apesar de existirem
propondo a colaboração, o ajuste mútuo, as Estudos populacionais que acompanham a padrões gerais de organização estrutural e
formas criança desde o nascimento até a vida adulta funcional do aprendizado no cérebro, cada
comprovam o que muitos educadores percebem
interdisciplinares e o profissionalismo docente”8.
Entende-se por barreiras atitudinais posturas afe ao longo de anos de experiência, “cada criança
indivíduo apresenta padrões e com binações
singulares de habilidades e dificuldades13. Objetivos
tivas e sociais, nem sempre intencionais ou tem o seu ritmo de aprendizado e divergem em As evidências científicas atuais bem retratam O projeto da “Cartilha da Inclusão Escolar:
percebi das, que se traduzem em discriminação suas habilidades e difi essa diversidade no desenvolvimento infantil, inclu são baseada em evidências científicas” foi
e preconceito. Exemplos de algumas dessas culdades”11. seja ele tí pico ou atípico. Da mesma forma que idealizado a partir desse novo paradigma
barreiras atitudinais são a utilização de rótulos, São numerosas essas habilidades mentais e en as habilidades e dificuldades são distintas em educacional e com os seguintes objetivos:
de adjetivações, de substan tivação da pessoa globam a linguagem (receptiva, expressiva, crianças com defici ências, transtornos mentais 1. Disponibilizar recomendações de inclusão
com deficiência como um todo deficiente, entre leitura, escrita, corporal, etc.), cálculo, lógica, ou transtornos específi cos de aprendizagem, escolar baseadas em evidências científicas,
outras. Só através da educação dos professores, memória, fun ções executivas (habilidades de elas também o são em crianças com contemplando toda a diversidade de escolas e
comunidade escolar, família e sociedade que objetivar, planejar, organizar, iniciar, focar, desenvolvimento típico. salas de aulas Brasileiras.
conseguiremos “erradicar tais barreiras ou, pelo perseverar, automonitorar, flexibilizar, inibir 2. Propor recomendações gerais e específicas
Sob a ótica desse novo paradigma, não é mais
menos, minimizar seus efeitos danosos”9. A comportamentos, regular emoções e para crianças com deficiências (intelectual,
pos sível pensar em inclusão como um processo
formação de professores para a inclusão escolar operacionalizar) e metacognitivas (estratégias auditiva, visual e motora), transtornos mentais
dedicado exclusivamente às crianças com
se mostra, portanto, fundamental para para estudar, ouvir, anotar, ler, compreender, (Transtorno do Es pectro Autista e Transtorno do
deficiência ou NEE. A diversidade infantil requer
alcançarmos uma educação de qualidade. E redigir, pes quisar e fazer provas, por exemplo), Déficit de Atenção e Hiperatividade), transtornos
intervenções educacionais individualizadas para
uma educação de qua lidade obrigatoriamente entre outras. A combinação de tais habilidades específicos de aprendi zagem (Dislexia, Disgrafia e
que todas as crianças, com de senvolvimento típico
deve contemplar as necessi dades de todos os determinam outras ainda mais complexas como Discalculia), talentosos e superdotados.
ou atípico, com ou sem deficiên cia, transtornos
alunos6. a capacidade de anteci par, julgar, ter 3. Disponibilizar os princípios e práticas que re
mentais ou de aprendizagem, tenham reabilitadas
“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser autoconsciência e autocontrole, tomar decisões, gem a “arte cientificamente fundamentada de ensi
suas dificuldades, estimuladas suas habi lidades e
viajada, mas uma estrada sem fim, com todos resolver problemas e adiar recompensas. nar”13 com base nos conhecimentos mais atuais da
respeitada sua singularidade, viabilizando um
os tipos de bar reiras e obstáculos, alguns dos A complexa combinação dessas habilidades com Neurociência da Educação que contempla o atendi
desenvolvimento em plenitude.
quais estão em nossas mentes e em nossos as experiências singulares do viver e aspectos mento da diversidade infantil.
“É emergencial a promoção da Pedagogia
corações”10. biopsicosso ciais, educacionais, religiosos e 4. Apresentar um projeto de escola inclusiva
contem plando a todos os sujeitos sociais, e não de
Norteia o projeto dessa Cartilha da Inclusão Es culturais, resulta na di versidade absolutamente como via alternativa de implantação desse novo
uma Pedago gia da pessoa com deficiência.
colar a concepção de que a inclusão escolar que admirável da espécie humana. paradigma de
Promover uma Pedagogia da deficiência constitui

67
Escolar

2.
Cartilha da Inclusão
práticos de auditoria e monitoramento. 5. Disponibilizar bibliografia se aprofundar na temática.
inclusão escolar, com objetivos claros, logística realista e indicadores científica e outras fontes de informação e pesquisa que permitam ao lei tor
Escolar, um
escola

Os primeiros frutos
e desafios
Cartilha da
NEE apresentam? Quais motivos impediram seu acesso à educação, seja
em escola regular ou especial? O pouco que sabemos se apresenta em outros
nú meros: Inclusão trabalho de
muitas mentes
• As 712 mil matrículas de crianças e adolescen tes com NEE representam
1,25% das 56 milhões de matrículas anuais em escolas públicas e privadas,
no entanto, um percentual muito maior deve ser consi derado, uma vez que
muitas crianças com NEE não têm acesso ao diagnóstico e permanecem na
recebem? Qual tipo e grau de deficiência e/ou Associação de Pais e Amigos dos Excep cionais (tentativa e erro), criatividade e esperança. Com o
regular sem atendimento em regime de (APAE), “o maior movimento filantrópico do avanço dos conhe cimentos no último século e,
Entre os principais desafios enfrentados na inclusão (sem “laudo”), excluídas e país”14, a Sociedade Pestalozzi e a Associação mais recentemente, com o advento da Medicina
elabo ração da “Cartilha da Inclusão Escolar” há imobilizadas dentro do sistema educacional. O dos Amigos do Autista (AMA), entre tantas Baseada em Evidências, a arte aliou- -se à Ciência e
que se des tacar o ineditismo do projeto, o destino de boa parcela desse contin gente é a outras, de cunho filantrópico e importância o resultado disso é patente nas estatísticas
consenso de ideias e a troca de conhecimentos evasão escolar. fundamental nesse processo, não podem ser de expectativa de vida na saúde e na doença17. Da
entre as áreas da Educação e das Neurociências. • Estima-se no Brasil um total de 2.724 escolas excluídas. mesma forma, já podemos hoje observar o início
A extensa revisão da literatura nacional e inter espe ciais, 4.325 classes especiais e 17.469 dessa transformação na Educação. O professor,
nacional já anunciava o ineditismo da proposta e as
dificuldades a serem por conta disso enfrentadas.
Ela borar as recomendações passou então a ser, a
um só tempo, um trabalho de garimpar, coligir e
escolas públicas regulares com apoio
pedagógico especializado (ape nas 31,5% do
total).
• Dos 2,3 milhões de professores Brasileiros
A elaboração da Cartilha da Inclusão Escolar é o

resultado de um trabalho exaustivo de


desde o seu primeiro “ancestral”, por séculos a fio
ensinou sem

saber ao certo como o cérebro da criança se


cerzir. apenas 55 mil se dedicam à Educação Especial desenvol via e aprendia, sua prática, a exemplo do
muitos colaboradores que teve início com a
O projeto contemplava a consultoria de especia (2,4%), 77,8% com formação específica na área médico, era pura arte e baseada em tentativa e
criação da Comunidade Aprender Criança.
listas de ambas as áreas (Educação e e 47% lotados em escolas regulares (53% em erro.
Neurociências) para a elaboração, fundamentação escolas especiais). Para Rita Levi-Montalcini, Nobel de Medicina e
e aplicabilida de das recomendações. Esse processo Esse panorama e outras evidências dão sustenta Fi siologia em 1986, o total desconhecimento da
teve início no Congresso Aprender Criança de ção para a primeira recomendação dessa estrutu ra e funcionamento cerebral subjacente aos
2012 (“Entendendo a diversidade para incluir de cartilha, que salienta a necessidade de um A Comunidade processos cognitivos da criança impediu, nos
últimos séculos, a adoção de práticas educacionais
verdade”) e posterior mente alcançou a
Comunidade Aprender Criança e grupos focais de
sistema educacional com alternativas que
atendam os diversos graus de necessidades
Aprender Criança mais pertinentes e efi cazes. Para a neurologista
professores (de salas regulares e de recursos especiais. Com o advento da Neurociência Cognitiva no italiana descobridora do fator de crescimento
multifuncionais), coordenadores pedagógi cos e “Os programas de inclusão para alunos com final da década de 7015 e a partir daí uma neural, nesse início do terceiro milênio as grandes
diretores de escola. As recomendações foram então necessida des educacionais especiais (NEE) devem verdadeira ava lanche de novos conhecimentos mudanças e novos desafios da humanidade, o
submetidas à aprovação das associações e gru pos considerar a inten sidade, gravidade das limitações e sobre como o cérebro infantil se desenvolve e advento da tecnologia da informação e o
de pesquisa que desde o início apoiaram o projeto condições neuropsiquiá tricas antes de incluir a aprende, tornava-se clara a ne cessidade emergente expressivo avanço das Neurociências no
resultando em um consenso final. criança em sala regular. A presença de maior interação e transmissão de conhecimento do cérebro infantil tornam inadiável
Salvo melhor conhecimento, a intensa troca de de transtornos comportamentais graves, crises conhecimentos aplicados entre as Neurociências, a a revisão dos sistemas didáti co e educacional18.
conhecimentos e colaboração mútua que esse epilépticas refratárias, necessidade de cuidados Psicologia e a Educação. Assim vimos surgir, nos Fundamentados por esses paradigmas, em
projeto representa é inédita em nosso meio e respiratórios intensivos e total dependência para pri meiros anos desse século, a Neurociência da 2006, por ocasião do 1º Congresso Aprender
mostra a todos o quão promissora é a interface atividades da vida diária podem inviabilizar a Educação, com a criação da International Mind, Criança na ci dade de Ribeirão Preto (SP), foi criada
entre as Neurociên inclusão, colocando a criança, os educadores e/ou os Brain, and Educa tion Society (www.imbes.org) por a Comunida de Aprender Criança
cias e a Educação. demais alunos em situações de desconforto ou risco. cientistas da Harvard, do Massachussets Institute of (www.aprendercrianca.com.br), uma organização
Nesses casos deve ser considerada a educação no Technology e outras reno madas instituições acadêmica, virtual e gratuita com a missão de
domicílio, clínicas, escolas ou salas especializadas, educacionais americanas e euro peias. Iniciava-se a desenvolver a interface entre as Neurociên cias e a
uma vez que esses locais podem se tornar espaços Educação em nosso país.
Uma escola não exclui outra inclusivos, desde que te
pavimen
tação de um caminho que
Do universo estimado de seis milhões de crianças e nham a devida mobilidade (uma vez vencidas as desde então tem nos permi
adolescentes Brasileiros com NEE, apenas 712 mil principais limitações de acesso e participação) e tido chegar, com a segurança
en contram-se matriculados em escolas regulares e transição para suporte e apoio nas fases mais das evidências científicas, a
escolas especiais, 80% deles no sistema público. críticas”. lugares antes completamente
Esses núme ros, por si só, revelam a parte mais Escolas especiais como o Instituto Benjamin desconhecidos16.
cruel da realidade da inclusão escolar em nosso Constant (inicialmente Instituto dos Meninos Podemos vislumbrar a
país. Quem são e sob quais condições vivem os 5,3 Cegos), o Instituto Nacional de Educação dos importância desse caminho
milhões de crianças e adoles centes com deficiência Surdos (inicial mente Instituto dos comparando a Medicina à
excluídos da escola? O que esses brasileiros e suas Surdos-Mudos), ambos criados por D. Pedro II Educação. Por séculos, a prática médica foi pura
famílias têm a dizer? Que qualidade de cuidados respectivamente em 1854 e 1857, as escolas da arte e completamente pautada na experimentação
presentando todos os estados e regiões brasileiras,
pro fissionais das áreas de Saúde e Educação, a
Comunidade Aprender Criança disponibiliza
gratuitamente através do seu portal, farto material
nas áreas de desenvolvi mento, saúde mental,
Neuropsicologia e Neuropsiquia tria da infância e
adolescência (vídeos, livros virtuais, aulas e
artigos). Periodicamente os membros recebem um
boletim chamado Notícias do Cérebro, com novos
materiais e notícias em Neurociência da Educação.

Contando hoje com cerca de cinco mil cidadãos re

89
cio em 2006 com o “Prepare-se para
mudar a trajetória dessas crianças”,
quando da criação da Comunidade.
Em 2008, “Nenhuma criança ficará
para trás!”, um alerta para que os co
nhecimentos de vanguarda sobre o de
senvolvimento do cérebro infantil um
dia contemplassem todas as crianças,
com desenvolvimento típico ou atí
pico, em seus lares e escolas. “Emc² =
educação, mente e cérebro ao alcance
de todos” foi o lema de 2010 e chama
va a atenção para a necessidade desses
conhecimentos ultrapassarem as bar
reiras socioeconômicas e culturais. Em
2012 com “Entendendo a diversidade
para incluir de verdade”, iniciou-se a história dessa
cartilha, inaugurando um novo paradigma no enten
dimento da inclusão escolar.

Portal da Comunidade Aprender Criança www.aprendercrianca.com.br

Entre as contribuições mais importantes da Co munidade Aprender Criança


destaca-se o Projeto Atenção Brasil19, um amplo e inédito estudo popula
cional iniciado em 2009 e ainda em andamento, rea lizado a partir de uma
amostra final de 5.961 crianças e adolescentes de 87 cidades e 18 estados,
cobrindo as cinco regiões nacionais. Com a participação vo luntária de mais
de mil membros da Comunidade, após planejamento amostral cuidadoso,
foram se lecionados 124 professores que representavam ade quadamente a
distribuição demográfica da população infantil Brasileira. Esses professores
foram treinados via internet em como selecionar a amostra e aplicar os
questionários aos pais e professores. A fase inicial do projeto resultou em
mais de duas dezenas de arti gos científicos publicados em revistas
indexadas, além de prêmios em congressos nacionais e internacionais. No
entanto, há que se destacar o fruto mais impor tante desse estudo, a
“Cartilha do Educador: educan do com a ajuda das Neurociências”20.
O Projeto Atenção Brasil revelou um verdadeiro retrato da infância e
adolescência Brasileira identifi cando, com instrumentos validados
cientificamente, fatores de risco e proteção em saúde mental e desem penho Logolemas dos congressos bianuais
escolar. A partir desses resultados na cartilha encontram-se relacionadas Aprender Criança desde 2006.
diretrizes para políticas públicas em saúde mental infantil em nosso país,
além de recomendações práticas para pais e professores em como educar
nos dias de hoje. A cartilha foi lançada

A elaboração da Cartilha
como domínio público e até hoje conta
da Inclusão Escolar
com mais de 40 mil downloads no por Um dos objetivos principais do Congresso Apren
tal da Comunidade Aprender Criança. der Criança de 2012, cujo lema era “Entendendo a di
A trajetória e paradigmas da Co versidade para incluir de verdade”, foi o desenvolvi
munidade podem ser compreendidos mento da cartilha. Ao longo dos três dias, 35 palestras
através dos logos e lemas dos seus e 23 horas e meia de trabalho, foram apresentadas
congressos bianuais, que tiveram iní
apresentadas e as disponi bilizou para votação pelo site no período de 21 de fornecendo assim a operacionalização da inclusão por meio da devida orientação que
fe vereiro a 01 de abril de 2013. Primeiramente a votação foi aberta para os se faz necessá ria aos profissionais de tal área”.
Cartilha da Inclusão Escolar participantes do congresso e poste riormente para toda a Comunidade
Concomitantemente, a equipe coordenadora dos trabalhos elaborou um
Aprender Crian ça. Todas as 80 proposições foram aprovadas com índice
projeto de implantação das proposições de inclusão através de algoritmos e
proposições de inclusão escolar baseadas em evidên cias científicas por variando de 78,7 a 100%. A distribuição dos votantes por área profissional
for mulários de auditoria, que respeitam a diversidade da realidade das
renomados especialistas Brasileiros nas seguintes áreas: a) Deficiência foi a seguinte: 32,3% professores, 22,6% psicopedagogos, 19,5% psicólo gos,
escolas nesse país continental.
intelectual; b) De ficiência motora; c) Deficiência auditiva; d) Deficiên cia 11,3% fisioterapeutas/terapeutas ocupacionais, 7,5% médicos e 6,8%
Nesse momento do processo, as proposições de inclusão foram submetidas
visual; e) Dislexia; f) Discalculia; g) Transtorno do Déficit de Atenção e fonoaudiólogos.
à discussão com 52 profes sores (de sala regular e de recursos
Hiperatividade; h) Transtorno do Terminada essa etapa, as proposições foram sub metidas à análise jurídica
multifuncionais), diretores e coordenadores pedagógicos da rede pública
Espectro Autista; e, i) Talentosos e Superdotados. Ao final de cada sessão, com o intuito de verificar sua consonância com as leis vigentes em nosso de ensino da cidade de São Sebastião do Paraíso (MG), divididos em três
professores de Pedago gia auxiliados por professores de salas regulares e de país. Com algumas poucas ressalvas em relação à redação de duas grupos focais. Nas dinâmicas foram sugeridas modificações na redação de
recursos multifuncionais, debatiam com a audiência a viabilidade das proposições, devidamente aceitas e reescritas, o parecer concluiu:
algumas propo sições, mas todas foram aprovadas por unanimidade.
proposições, tendo em vista a reali dade diversa das escolas e dos “Destarte, pode-se concluir que a presente cartilha constitui instrumento de suma Procedeu-se uma intensiva revisão da literatura, re dação final da cartilha e
professores Brasileiros, além de aspectos pedagógicos mais específicos. importância para a efe tivação dos direitos das pessoas com deficiência, estando submissão às associações apoia doras para a chancela final, diagramação e
Após o congresso, uma equipe do Instituto Glia organizou as proposições assim em total consonância com os mesmos e, logo, com a legislação pátrea, impressão.

10 11
Escolar

3.
Cartilha da Inclusão

Escola
10. Laboratório de Pesquisa em Distúrbios, Dificul dades de
Instituições apoiadoras Aprendizageme Transtornos de Atenção
Esse trabalho multidisciplinar de muitas mentes agrega, de forma (DISAPRE/FCM/UNICAMP)

Um projeto de Inclusiva
inédita em nosso meio, um número recorde de associações
profissionais e grupos de es tudo de reconhecida expressão e
representatividade, profundamente envolvidas com a causa da
inclusão escolar em nosso país:
9. Instituto Glia – Consultoria em Neurociências da Educação

1. Academia Brasileira de Neurologia (ABN) 2.


Associação Brasileira de Déficit de Atenção
(ABDA) 3. Associação Brasileira de Dislexia (ABD)
4. Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria
Infantil e profissões afins (ABENEPI)
5. Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp)
6. Centro de Investigação da Atenção e Aprendiza
gem (CIAPRE)
7. Conselho Federal de Fonoaudiologia
(CFF) 8. Instituto ABCD
Fonoaudiologia 16. Sociedade Brasileira de consenso define uma das seguintes alternativas:
Neurologia Infantil (SBNI) 17. Sociedade (NA) A escola não possui alunos com NEE (0)
Não implantado, embora a escola possua alu nos
Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) 18. com NEE
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Auditorar (2) Em avaliação para implantação
Antes da elaboração de um plano de ações (3) Implantado parcialmente
Comprometer capaz de cumprir a missão é fundamental o
levantamento da realidade da inclusão na escola
(4) Implantado totalmente
O portal da Comunidade Aprender Criança
em questão. (www. aprendercrianca.com.br) disponibiliza

O passo inicial é o de estabelecer o compromisso

com a missão de inclusão escolar. Essa etapa


Esse segundo passo inicia com o levantamento
de alunos com NEE. Como pudemos constatar
em reuniões com grupos focais de professores
no pro cesso de elaboração dessa cartilha, muitos
formulário ele trônico para registro das respostas e
acompanhamen to dos índices. Outra sessão do
portal permite que o
usuário envie questões à equipe da comunidade
muitas vezes começa de forma solitária com alunos claramente manifestam deficiência(s) ou mo bilizada nesse projeto. Através da coleta dessas
pais de um aluno, um professor ou outro dificuldades comportamentais e/ou de infor mações será construído um grande banco de
membro da Comunidade Escolar (CE). A aprendizado, no entanto, não apresentam dados (big data) que viabilizará a elaboração de
semente, no entanto, logo se espalha e então já diagnóstico, ou por não terem aces so ao mesmo estratégias cada vez mais eficazes de organização e
são mais pessoas trocando ideias, ou por questões de confidencialidade (pelos pais planejamento de inclusão escolar, além de
experiências e sonhos. É esse o momento de não revelarem o diagnóstico para a esco la). É conhecermos melhor a realidade da inclusão em
consul tar mais e mais pessoas até a organização muito importante a equipe ter em mente que a nosso país.
do primeiro encontro. Nessa primeira reunião é responsabilidade do diagnóstico não é de
importante que se estabeleça a missão e os nenhum membro da CE. Questões de
primeiros passos da estratégia. confidencialidade de vem ser cuidadosamente
É hora então de conseguir o apoio da direção
para que a missão seja apresentada à CE.
discutidas com os pais do aluno, certamente eles
comungam do mesmo interes se por uma
Planejar
Entende-se por CE o conjunto de todos os inclusão consciente e eficaz, que comba A partir da análise das informações obtidas, a
membros envolvidos no processo educacional equi pe pode iniciar a elaboração de um plano de
criança. Quando a falta de diagnóstico decorre da ações que atenda a realidade da escola e da
escolar: alunos, pais, profes
fal ta de acesso ao mesmo, a CE deve se mobilizar comunidade em que se encontra inserida. Nesse
sores, coordenadores pedagógicos, diretor e
para, mediante a autorização dos pais, terceiro passo, o pla no de ações deve ser realista e
11. Núcleo de Atendimento Neuropsicológico demais funcionários. Esse segundo encontro
providenciar a ava liação dos profissionais da objetivo, priorizando o desencadeamento do
Infantil Interdisciplinar (NANI) deve buscar o consenso e compromisso em
Saúde pertinentes ao caso. processo e implantação das recomendações,
relação à missão, bem como a formação da
12. Projeto Cuca Legal (UNIFESP) Paralelamente, outro processo de auditoria deve poucas e simples que sejam. A es truturação e
equipe de trabalho com repre
13. Serviço de Reabilitação e Ensino em ter início. A partir das recomendações aqui sucesso dessa fase inicial viabilizarão as fases
sentantes de todos os setores da CE.
Neurociência Educacional (SERENE) propostas, foram desenvolvidos “Indicadores posteriores.
Aprender Criança de Inclusão Escolar” que Uma vez estabelecido o plano de ações, o
14. Sociedad Iberoamericana Neuroeducaciòn permitem um levantamento mais objetivo da mesmo deve ser apresentado para a CE para ser
(SINE) 15. Sociedade Brasileira de realidade atual da escola no processo de inclusão. discutido e
Assim, para cada recomendação a equipe em
Instituições apoiadoras da Cartilha da Inclusão Escolar. ta qualquer estigma e salvaguarde a privacidade da aprimorado até que se consiga um consenso final.

12 13

Cartilha da Inclusão Escolar

tiprofissional é muito promissora e também pode ser


Indicamos também que os alunos sejam estimula dos a criar uma liga da
Organizar inclusão escolar, com participa ção e gestão exclusiva do corpo discente,
com ativida des culturais, educacionais, científicas e comunitárias,
O quarto passo é o de organização da equipe da inclu são com suas regras e
funções. A equipe deve contar com um coordenador geral eleito pelos seus
entre tantas outras possíveis, com o objetivo de promo ver o conhecimento
de toda a CE sobre a diversidade infantil, deficiências e NEE. A liga da
Capacitar
membros. O ideal é que haja representantes do corpo discente e docente, As recomendações de inclusão aqui dispostas reque rem recursos
inclusão, surgindo e se desenvolvendo no cerne do alunado, com toda es
funcionários, pais e diretoria, mas a prioridade é que es teja aberta à fundamentalmente humanos, mais do que materiais. Portanto, o plano de
pontaneidade, solidariedade e autenticidade próprias da criança, pode ser
participação voluntária de todos que deseja rem. Como sugestão é ação deve contemplar a capacitação da CE, o quinto passo do processo.
decisiva para o sucesso da inclusão escolar, seja disseminando
interessante também que se de signe um membro da equipe que seja o Se não existem recursos humanos capacitados na CE, o processo deve ter
informações, seja comba tendo o bullying e a intolerância.
mediador com os pais, tarefa de fundamental importância nesse processo. início imediato, nem que seja possível para apenas um membro. Esse
membro, uma vez capacitado, pode gradualmente disseminar os O aprimoramento do processo vai ocorrendo na medida em que a equipe
conhecimentos para os demais. A capacitação da CE como um todo, de de inclusão e a CE amadure cem nesse processo, identificam falhas, ajustam
forma estruturada e eficiente, também é fundamental para o sucesso do rotas e modificam e/ou adaptam recomendações para a re alidade daquela
projeto. escola e comunidade, contemplando a diversidade do todo e de cada um.
Para que haja acesso à capacitação, a CE deve se mobilizar, seja para
conseguir recursos do município, do estabelecimento de ensino privado ou
da própria comunidade.
O plano de ações de inclusão deve ser apresenta do aos profissionais da
Projeto Escola
Saúde que atendem alunos da escola com NEE. Esses profissionais devem
ser con quistados e trazidos para dentro da escola no sentido de
colaborarem com a capacitação da CE, bem como ajustar as recomendações
Inclusiva
para os alunos com NEE em questão. A integração da CE com a equipe
mul
decisiva para o sucesso do projeto de inclusão escolar.

Implantar
O sexto passo é talvez o mais esperado, mas tam bém o mais desafiador,
implantar as recomendações no dia a dia da escola.
É altamente indicado, se não indispensável, a ela boração antes do início do
ano letivo de um plano de desenvolvimento individual (PDI) para cada
aluno com NEE que contemple as recomendações aqui pro postas, além de
outras indicadas pela equipe multi profissional que atende o aluno.
Nessa fase de implantação as reuniões e ativida des da equipe de inclusão
se intensificam e é impor tante não perder “o ritmo da música”. As
impressões de cada membro da CE sobre o processo de implanta ção das
recomendações, as dificuldades encontradas, as dúvidas, os “insights” e
outros aspectos são deci sivos para a correção da rota, adaptações e busca
de recursos. Essa devolutiva (feedback) pode ser obtida nas reuniões da CE
e através de urnas onde podem ser depositadas as observações por escrito.
Um gran de mural dedicado ao projeto deve ser inaugurado e atualizado
de forma que todos acompanhem as ativi dades e celebrem o sucesso do
empenho da CE.

Monitorar
Através da monitoração a equipe pode acompa nhar objetivamente a
evolução do processo. Para isso podem ser periodicamente utilizados os *CE: Comunidade Escolar
Indicadores de Inclusão Escolar, reuniões com grupos focais da CE (com
corpo discente e docente, com os funcionários, com a diretoria, com os
pais, com a equipe de Saúde, com a liga de inclusão, etc.). Algoritmo do Projeto Escola Inclusiva da Comunidade Aprender Criança

Aprimorar

14 15
demais escolas participantes. disponibilizados de acordo com o número de alu

4.
2. Alunos com NEE devem ter a oportunidade nos com NEE e a autonomia dos mesmos, tendo
de participar de forma significativa e integral o cuidado para não excluir o aluno ou
nas ativida des escolares regulares. comprometer sua autonomia e autoestima.
Indicadores Aprender Criança
de 3. O sucesso de qualquer programa inclusivo e 10. Para maximizar suas oportunidades de
Inclusão Escolar do próprio binômio ensino-aprendizagem apren dizagem e inclusão, o aluno com NEE
depende fun damentalmente da capacitação dos deve ter o di reito de receber atendimento
✔ Escore Geral: somatória de pontos obtidos profissionais da comunidade escolar. Dessa complementar especia lizado em sala de
em todas as recomendações forma, cabe à instituição pública ou privada, recursos multifuncionais dentro da

Recomenda
✔ Escore Específico: somatória de pontos que emprega esses profissionais, ser responsável própria escola se necessário.
obti dos em cada condição específica de pela provisão desses recursos.
inclusão 11. Delimitar os recursos pedagógicos
4. A inclusão de alunos com NEE não se alternativos, o atendimento em salas de recursos
✔ Colocação Geral: classificação da escola no restringe aos esforços da escola, inclui também a multifuncionais, assim como a necessidade de

ções
ranking nacional da inclusão escolar construção de redes de colaboração com a recursos tecnológicos de comunicação facilitada
✔ Colocação Relativa: posicionamento da es família e a sociedade fortalecendo o combate à tornam-se essenciais para a inserção pedagógica
cola na curva de distribuição de intolerância e às barreiras atitudinais, bem como de acordo com as condições e limitações de cada
pontuação de todas as escolas a compreensão da diversidade no caso.
participantes do projeto desenvolvimento infantil.
12. Menor número de alunos em sala de aula
5. A escola, os pais e professores devem faci lita sobremaneira a acomodação e inclusão
participar ativamente nas transições do aluno de alunos com NEE.
O objetivo principal dessa iniciativa é motivar com NEE desde a Educação Infantil até o
suporte necessário junto à família, profissionais de as escolas a participar e crescer no processo de término do Ensino Médio. Com base nas 13. Um sistema de avaliação inicial (sondagem)
saúde e comunidade escolar, tornando viável a inclu são inclusão escolar, tornando-a cada vez mais competências adquiridas ao longo des di rigido por um roteiro de investigação
centrada na singularidade e no desenvolvimento da abrangente e for mando cidadãos sem distinção de se período, desenvolver junto à família e à psicopedagógica pode ajudar o professor a
identidade do aluno com NEE. raça, credo, gênero, deficiência, dificuldade ou comunida de estratégias que permitam sua estabelecer o Plano de De senvolvimento
particularidade. A partir de agora, este integração da forma mais autônoma possível Individual (PDI) para o aluno com NEE.
Cartilha da Inclusão Escolar instrumento de trabalho é de todos os en volvidos
com a mais preciosa das atividades humanas: a
nos domínios das atividades de vida diária,
social e profissional. 14. Facilitar a adaptação do aluno com NEE ao
Educação. 15. A escola deve incentivar a participação dos
Bom trabalho a todas e a todos. E contem 6. Programas de inclusão escolar devem previa pais e/ou cuidadores do aluno com NEE no
ambiente escolar, permitindo a integração gradual por conosco nessa caminhada sem volta. mente realizar planejamento das intervenções e processo de inclusão escolar, além da comunidade
meio de flexibilização de horários de entrada, per A equipe de trabalho do onde está inse rida. Um canal direto de
manência em sala de aula, pausas e saída. comunicação deve ser aberto e mantido com os
7. Incluir alunos com NEE em classe regular pais e a equipe de profissionais que atendem o
Recomendações Gerais en volve mudanças pedagógicas e na estrutura
curricular que devem ser individualizadas
aluno com NEE.

A seguir, as recomendações operacionais da

Cartilha da Inclusão Escolar. No portal da


1. Os programas de inclusão para alunos com
ne cessidades educacionais especiais (NEE)
devem consi derar a intensidade, gravidade das
dentro de um proje to escolar que atenda às
demandas de singularidade frente às limitações
do pensamento (concretude); além do
desenvolvimento de habilidades frente às
16. O Professor deve motivar e envolver o aluno
com NEE e sua família nas decisões sobre sua edu
cação e autonomia, estabelecendo as competências
e habilidades a serem adquiridas.
limitações e as con dições neuropsiquiátricas
Comunidade Aprender Criança (www. antes de incluir a criança em limitações de participação e atividade, dada a
aprendercrianca.com.br) foi criada uma linha direta sala regular. A presença de transtornos diversi dade dos alunos incluídos. 17. A escola deve ter acesso à equipe que atende
de comunicação com cada escola participante do comportamen tais graves, crises epilépticas o aluno com NEE (psicólogo, psicopedagogo,
projeto, oferecendo um trabalho de refratárias, necessidade de cuidados 8. A adequação e flexibilização do currículo esco fonoaudi ólogo, fisioterapeuta, psicomotricista,
monitoramento contínuo da inclusão escolar e sua respiratórios intensivos e total dependência lar são fundamentais para a inclusão integral do terapeuta ocupa cional, médico, etc.) e esses
evolução ano a ano. Mesmo que mude a direção ou para atividades da vida diária podem aluno com NEE. Esse processo deve ser profissionais, por sua vez, devem dar e receber
a forma de gestão da escola, haverá sempre um inviabilizar a inclusão, colocando a criança, os conduzido de acordo com suas limitações, suporte da escola, estabelecendo cooperação
parâmetro de medida com relação educadores e/ou os demais alunos em situações dificuldades e habilidades, priori zando o fundamental para a efetiva inclusão.
aos objetivos de inclusão. Trata-se de uma nova de desconforto ou risco. Nesses casos deve ser desenvolvimento de habilidades sociais e cog
ferra menta denominada Indicadores Aprender considerada a educação no do micílio, clínicas, nitivas, um currículo mínimo alcançável, ao 18. Atuar pedagogicamente implica em saber
Criança de Inclusão Escolar. escolas ou salas especializadas, uma vez que invés da aquisição obrigatória de todo conteúdo atender a diversidade. Isso compreende todo o pro
Cada escola avaliará seu aproveitamento item esses locais podem se tornar espaços inclu sivos, programático. cesso dialético de mediação entre o sujeito que
por item e receberá da Comunidade Aprender desde que tenham a devida mobilidade (venci apren de e o objeto do conhecimento. Essa ação
Criança um relatório de desempenho. das as principais limitações de acesso e 9. Para maximizar suas oportunidades de pedagógi ca requer diferentes níveis de
Anualmente, cada es cola participante do participação) e transição para suporte e apoio apren dizagem e inclusão, o aluno com NEE intervenção. Portanto, cabe ao professor
movimento será informada de seu crescimento nas fases mais críticas. deve, quando necessário for, receber assistência desenvolver as competências bási cas para seu
inclusivo e de sua posição no ranking nacional da individual na sala de aula. Um ou mais trabalho, ajustando e avaliando continu amente sua
inclusão escolar, mantendo a confiden cialidade das professores assistentes devem ser intervenção.
traba lhar com o propósito de atingir metas. a ser incluído, suas habilidades, dificuldades e regular e operaciona lizar) e metacognitivas
19. Alunos com NEE tendem a aprender melhor grau de autonomia. Entre as possíveis ações de (estratégias de aprendizagem, visualizar, ouvir,
em um ambiente estruturado e organizado. Dessa 20. Um aluno colaborador pode ser de grande va lia colaboração desse aluno destacam- -se o auxílio na anotar, ler, compreender, redigir e pes quisar). Para
forma, o professor deve utilizar estratégias na inclusão de alunos com NEE, colaborando no motivação escolar, interação e inclusão no grupo que a intenção de tutoria seja mantida, sugere-se a
didáticas que incorporem objetivos claros de combate a mitos, intolerância e barreiras social, aprimoramento das funções executivas troca periódica do aluno colaborador.
ensino e aprendi atitudinais. Sua atuação deve ser elaborada pelo (objetivar, planejar, organizar, iniciar, focar,
zagem e que envolvam os alunos e os motive a professor tendo em vista as necessidades do aluno perseverar, automonitorar, flexibilizar, inibir,

16 17
Cartilha da Inclusão Escolar
21. As atividades em sala de aula e tarefas de casa do 27. As atividades em sala de aula e tarefas de casa
• O aluno não deve ser avaliado pela sua caligrafia.
aluno com NEE devem atender aos seguintes necessário. • É recomendado que ao invés de atividades como ateliês, oficinas, música e teatro
princípios: • Informações devem ser apresentadas poucas avalia ções, em um único momento, (dramatização).
de forma segmentada e seriada, contemplando cobrando um grande conteúdo de informações, • O professor deve estimular o uso de
diversos sentidos e estilos de aprendizagem
(visual, auditivo e cinestésico). • O aluno deve
seja realizado um maior número de avaliações, em
momentos diversos, com menor conteúdo de
Deficiência Intelectual (DI) diferentes recursos para a leitura e escrita como
computador, le tras móveis, lápis adaptados,
receber as informações e executar suas tarefas em informações (segmentação). • O professor pode ler 24. O professor deve obter junto aos pais do jogos, etc.
grau de dificuldade adequado para suas as perguntas para o aluno quando assim achar aluno com DI informações fundamentais para a • O uso de Cuisenaire, material dourado,
necessidades (objetivos alcançáveis). • Simplificar e necessário. elaboração e implantação de um Plano de blocos lógicos, ábacos, dados, jogos e
dividir instruções complexas, tor nando-as mais • O professor pode fazer uso de avaliação oral, ao Desenvolvimento In dividual. Estas calculadoras pode au xiliar bastante no ensino da
concretas e atreladas a conhecimentos prévios, in vés de escrita, ou avaliações a serem realizadas informações, devem incluir interesses, Matemática.
relevantes e da vida diária da criança; • Evitar que em casa, ao invés de na escola, quando assim preferências, habilidades e limitações em casa e • Ensinar ao aluno com DI como corrigir ele
o aluno abandone a atividade antes de tentar achar necessário. na vida social, porque podem ser decisivas para pró prio suas atividades.
finalizá-la e tempo extra para a execução das • O aluno deve poder consultar livros e outros o suces so das intervenções de inclusão escolar.
atividades devem ser previamente estabelecidos re cursos durante a realização das avaliações. 28. O professor deve dar devolutiva (feedback)
pelo professor. 25. Educar alunos com DI requer esforço ime diata permitindo que o aluno interprete
• Coibir hábitos de multitarefas (executar várias 23. Para o melhor desenvolvimento da conscien te do professor na comunicação, dada a rapidamente a adequação de suas respostas,
tarefas ao mesmo tempo dividindo a atenção entre capacidade de organização do aluno com NEE, limitação do vocabulário e as dificuldades de perguntas ou compor tamentos às informações
elas) em casa e na sala de aula. os seguintes prin cípios devem ser observados: linguagem expressiva e receptiva que podem transmitidas.
• O uso de recursos tecnológicos (computador, • O aluno deve poder levar para casa o mesmo apresentar. Um vocabulário acessível e
tablet, calculadora, corretor ortográfico, etc.) pode material didático utilizado na escola. explicações objetivas previnem interpreta ções 29. Na transmissão do conhecimento, o
ser de grande ajuda na realização das atividades • As anotações de tarefas a serem realizadas em equivocadas e facilitam a compreensão geral e professor do aluno com DI deve ser o mais
de sala de aula e tarefas de casa, desde que sob a casa devem ser checadas na escola pelo aluno específica da criança. concreto possível, evitando abstrações. Alunos
orientação do professor. colabo rador ou pelo professor e em casa pelos com DI aprendem me lhor quando a instrução é
• Os trabalhos de mais longa duração (como pais. 26. Educar alunos com DI requer “paciência” objetiva e concreta. O uso de recursos
um projeto de Ciência) devem ser divididos em • O professor deve manter os pais informados para enfrentar os desafios educacionais. A audiovisuais e experiências práticas com
segmen tos, podendo ser entregues em várias so bre a organização do aluno na frequência repetição de ex plicações e correção de plementares, bem como a criação de elos entre os
etapas. necessária (diária, semanal ou mensal). comportamentos inadequa dos é quase sempre no vos conhecimentos e os previamente
• Quando houver acesso à internet, o professor po • Em casa, os pais devem auxiliar o professor no necessária. Uma forma de tornar eficaz a adquiridos, são de grande utilidade nesse
derá auxiliar o aluno enviando anotações e desenvolvimento das habilidades de repetição é aliar à instrução verbal o uso de contexto.
resumos das aulas dadas, bem como lembrá-lo das organização. • Através do consentimento dos recursos visuais e auditivos.
tarefas de casa. pais do aluno co laborador, os pais do aluno do aluno com DI devem atender aos seguintes 30. O professor deve sempre priorizar estratégias
• Ao oferecer diferentes graus de dificuldade com NEE poderão com ele se comunicar para prin cípios21: que permitam ao aluno com DI desenvolver
para diferentes níveis de aprendizes, o professor checar as tarefas e trabalhos de casa. habilida des adaptativas fundamentais para sua
reforça vínculos e estimula a motivação. • A instrução passo a passo é muito autonomia e vida diária como: cuidados com a
• Alunos com NEE devem ter a oportunidade importante para o aluno com DI, divida cada saúde, segurança e higiene pessoal, conceitos
de apresentar seus trabalhos de formas nova tarefa em pe quenos passos, ajude-o a básicos de cálculo, leitura, uso do dinheiro e
alternativas, apli cando e generalizando seus novos
conhecimentos e habilidades em uma variedade
Recomendações identificá-los
A seguir,
e
deixe-o
corrija atra vés de demonstração.
tentar, por sua conta, cada
habilidades sociais e profissionais.

passo e todos os passos na sequência, es truture e


de situações e con quistas de sucesso.
específicas corrija até que alcance autonomia.
31. Alunos com DI muitas vezes apresentam
ha bilidades sociais limitadas, o que pode tornar
22. As avaliações do aluno com NEE devem • O uso de relógio, calendário e quadros difícil sua integração e interação adequada com
Além das recomendações gerais acima relaciona referen ciais com rotinas, alfabeto e números, por
aten der aos seguintes princípios: seus pares e se envolver nas atividades sociais
das, a seguir algumas recomendações específicas exemplo, podem auxiliar a organização
• Priorizar o progresso individual tendo por em curso na escola. Com frequência podem ser
de especial importância. (temporal e espacial) e memória (retenção e
base um Plano Educacional Individualizado. alvos de bullying, o que de forma alguma pode
• Equilibrar aspectos quantitativos e evocação). ser tolerado. O professor e a comunidade
qualitativos, priorizando os qualitativos, quando • Os trabalhos em sala de aula em duplas ou gru escolar desempenham papel definitivo na
pos são muito bem-vindos, como também
inclusão social desses alunos. auxiliar o aluno surdo a aprender o conteúdo • O aluno com deficiência visual deve receber
escolar. 36. Na escola inclusiva, sempre que nela estudar com antecedência, escrito em Braille, o vocabulário
Deficiência Auditiva 34. Assegurar que a escola inclusiva valorize e
al gum aluno surdo, empreender ações visando
promover a difusão do conhecimento de Libras
que irá ser dado na aula.
• Os vocábulos apresentados em classe devem
32. Prover educação bilíngue Libras-Português em pro mova o idioma materno do aluno surdo, entre os membros da comunidade escolar ouvinte ser soletrados;
escolas bilíngues para alunos surdos desde a Educa Libras, como meio de comunicação e como veículo como meio de promover a inclusão educacional e • O aluno deve ser incentivado a soletrar as
ção Infantil até o 1º ciclo do Ensino Fundamental de educação e de ensino-aprendizagem. social desse aluno. palavras, cujas grafias sejam significativamente
para desenvolver competências linguísticas, mais difíceis. • Os desenhos, esquemas, as figuras,
metalinguísti cas e cognitivas, de modo a permitir a 35. Equipar as bibliotecas escolares e as salas de gravuras e demais imagens (inclusive as
aquisição do Português escrito e, com isso, todo o atendimento educacional especializado de escolas mostradas em vídeo) devem ser apresentadas
conteúdo escolar.
Deficiência Visual
de Educação Infantil e Ensino Fundamental com antecipadamente ao aluno, devendo ainda, serem
ma teriais didáticos e pedagógicos em Libras, descritos em Português. • A audiodescrição deve
33. Capacitar os professores do atendimento incluindo dicionários e enciclopédias que 37. O professor de Língua Portuguesa ou Estran ser acompanhada da ex ploração tátil da figura ou
edu cacional especializado e promover o possibilitem a assimi lação do conteúdo escolar em geira, em cuja sala há alunos deficientes visuais do desenho sempre que isso for possível.
ensino-aprendi zagem em Libras, de modo a Libras-Português. deve lembrar que:

18 19
que permi tam a oferta de resposta direta e não partes, em Braille ou apenas em relevo. O tato ajudar o aluno quando não souber um sinal, um
requeiram recur so de produção de mapas, tabelas, faz uma leitura sequencial da informação, símbolo novo, ou ain da, para que o aluno
gráficos e demais assim, muitas informações em um pe queno relembre um código já aprendido.
figuras em relevo, uma vez que tais produções espaço, ou mesmo poucas em um espaço mui to • O material concreto, tridimensional, palpável,
exigem maior tempo e prática (nem sempre grande, dificultam a aquisição e/ou deve estar à mão do professor de modo a poder
• As anotações de sala, feitas pelo aluno devem disponíveis ao aluno, em momento de avaliação, processamento das informações, prejudicando a ser
ser revistas/corrigidas diariamente para evitar os teste ou similares). compreensão desses recursos e demais
“erros” de ortografia decorrentes da diferença • É aconselhável reduzir o número de questões configurações bidimensionais. • No laboratório
entre a pronúncia da língua portuguesa ou em testes ou dar ao deficiente mais tempo para ou em qualquer outra situação em que se puder
estrangeira e sua grafia. respos ta. As perguntas, orais ou escritas, podem propiciar a experiência concreta ao aluno, isso
• A matéria escrita no quadro deve ser ser feitas durante as aulas. Não se trata de fazer deverá ser feito, tanto permitindo que ele faça a
testes mais fá ceis ou com menor qualidade, porém, experiência diretamente, como colaborando vir-se dele quando a explicação ou compreensão
fornecida ao aluno, preferivelmente em Braille,
contemplar a necessidade educacional do aluno com ela indiretamente, por exemplo, anotando da matéria assim exigir.
antes da aula, ou depois dela em situações
excepcionais. com deficiência ou com dificuldade de os dados observados pelos colegas etc. A
aprendizagem. observação, a experimentação e a exploração do 41. O professor de Educação Artística, em
• O professor deve oferecer momentos
concreto, do tridi mensional e do palpável são cuja sala há deficientes visuais, deve lembrar
educacionais suplementares ao aluno com
39. O professor de Ciências, Física e Química, muito importantes para todos os alunos. que: • Os alunos com deficiência visual podem
deficiência, em horário que não o retire da sala de
em cuja sala há deficientes visuais, deve lembrar Garanti-las ao aluno com deficiência contribuirá fazer muitas das coisas que se faz com a visão,
aula. As aulas ou momentos su plementares com o
que: • Exploração de esquemas/gráficos e com sua participação plena no cotidiano da valendo-se do tato e dos demais sentidos,
aluno com deficiência são importan tes para
manuseio de materiais devem ser feitos junto com escola, em todas as atividades e lugares, tendo embora nenhum deles, ou eles em conjunto,
preparação das aulas e exploração do material a
o aluno, se pos sível antecipadamente. como consequência sua verdadeira inclusão substituirão a visão. • Os alunos cegos não
ser usado pelo professor e demais alunos. No
• Nas aulas experimentais em que a observação escolar. podem ver cores, todavia é importante que as
entanto, esses momentos suplementares não
depende exclusivamente da visão, não podendo ser cores sejam ensinadas, por exem plo, falando de
podem retirar o aluno do momento pedagógico da
substituída pelas vias sensoriais tátil, auditiva, 40. O professor de Matemática, em cuja sala há suas variações de tonalidade, azul cla ro, verde
classe.
olfativa deficientes visuais, deve lembrar que: escuro, onde aparecem, na maçã vermelha, no
• O professor de Português ou de Língua
• Os exercícios escritos no quadro devem ser cabelo amarelo do amiguinho; que elas se combi
Estran geira deve lembrar-se de que em situação de
lidos em voz alta. nam quando juntas, por exemplo, na blusa e na
teste as perguntas que impliquem recorrer aos
• Um único exercício bem executado, pelo alu san dália rosa da amiguinha.
textos para ilustrar as respostas devem ser
comedidas, pois isto requer do aluno com no do princípio ao fim e devidamente corrigido • Os alunos terão grande proveito ao usarem
pelo professor é mais produtivo que muitos di ferentes materiais, com diferentes texturas,
deficiência muito tempo, o que os pode pôr em
exercícios mal executados e sem correção. que per mitam diferentes temperaturas, que
desvantagem. ou gustativa, as informações devem ser
• Deve-se oferecer esquemas e/ou exercícios provocam dife rentes odores; esses materiais
descritas ao aluno de maneira oral pelo
me nos densos e mais significativos. devem fazer parte dos
38. O professor de História e Geografia, em cuja professor, por auxiliar de laboratório ou colega
sala há deficientes visuais, deve lembrar que: • de sala. • Deve-se ajudar o aluno a treinar cálculo trabalhos de todos os alunos.
Mapas, gráficos e esquemas devem ser ofere cidos mental e recorrer a ele para a solução dos • O trabalho que não for possível fazer sem a vi
• Na exibição de recursos visuais o professor
problemas. • Deve-se favorecer ao aluno a são, deverá contemplar o aluno cego, por
em relevo e acompanhados de perguntas que deve oferecer audiodescrição através de outro
leitura em voz alta dos exercícios que resolveu. exemplo, permitindo com que ele participe de
possam ser respondidas sem o auxílio da visão. • aluno, de modo que ambos aprendam juntos.
• Cálculos mais difíceis, que envolvam contas fases do traba lho, cortando, dobrando, colando
Textos mais curtos e diretos são mais acessíveis e Por exemplo, o professor pode recorrer a um
lon gas, devem ser oferecidos ao aluno apenas ou dando ideias.
devem ser apresentados em Braille ou oralmente. • aluno que talvez não viesse prestar muita
Dois ou mais textos menores são melhores que um atenção ao filme, caso não tives quando já estiver resolvendo com desenvoltura • Todos se beneficiarão quanto mais o
as operações menores e menos complexas. professor propiciar o trabalho em grupo, o
texto longo e/ou cheio de figuras. se colaborando com o colega com deficiência
• O professor deve ter disponível em classe, o trabalho participa tivo na sala.
• Por vezes, perguntas e testes devem ser visual. • Os gráficos, mapas, tabelas, etc.,
adapta dos. O aluno se beneficiará de perguntas quando gran des, devem ser oferecidos em códi go Braille para Matemática de forma a • O desenho e o desenhar devem fazer parte do
en sino do aluno com deficiência, com
prioridade para as orientações de como educação artística e visual do aluno com colaboração de cada um para o bem-estar e a
representar as coisas na maneira como são deficiência. aprendizagem de todos.
vistas, na perspectiva, de frente, atrás, etc. • As atividades que exigem deslocamento em
maior velocidade devem ser praticadas em
• Colagens e outras técnicas devem ser
ensinadas, cuidando para que o aluno cego
42. O professor de Educação Física, em cuja
sala há deficientes visuais, deve lembrar que: ambientes propícios e esses devem ser Deficiência Motora
possa oferecer ao seu trabalho, a mesma beleza apresentados e explora dos pelo aluno com 43. Alunos cadeirantes necessitam de transporte
visual que oferecerá com a es tética tátil. A deficiência antes da aula.
beleza e a estética visual precisam ser en sinadas Cartilha da Inclusão Escolar • O professor deve valer-se de seu próprio
adequado para seu deslocamento casa-escola-casa.

e estarem presentes nas produções dos alunos corpo ou do corpo do aluno, para mostrar os 44. As seguintes modificações nos recursos
para que sejam apreciadas, também nesse movimentos necessários ao cumprimento do físicos dos prédios escolares facilitam a
particular. • Os alunos com deficiência visual devem ter a exercício proposto. acessibilidade do aluno com deficiência motora:
• Elogios e similares sempre são positivos oportunidade de participar de todas as atividades • O professor deve propiciar ao aluno o • Colocação de pequenos degraus inclinados ou
para a criança, porém, o excesso de elogios propostas para a classe. máximo de liberdade e possibilidade de rampas.
quando o traba lho merece maior cuidado • Quando uma atividade requerer a visão e não exploração do espaço físico da quadra de esportes • Colocação de corrimãos próximos à lousa,
poderá ser danoso, uma vez que o aluno pode, puder ser adaptada ou substituída por outra, e dos demais ambientes da escola. bebe douros e assentos dos banheiros.
de fato, achar que o que fez já está bom, não deve-se propiciar ao aluno que participe dessa • O aluno deve ser incentivado a deslocar-se • Remoção de carteiras e outros móveis para a
buscando aprimorar-se. Não se trata de fazer do atividade junto com seu colega ou colegas. por todos os espaços da escola, com ou sem li vre passagem de cadeira de rodas, facilitando
aluno um artista, mas se for essa sua habili dade, • As atividades propostas devem estar em conso bengala (pre ferencialmente com esta). também a locomoção de alunos com muletas.
ajudá-lo a tirar o máximo dela. nância com o objetivo educacional do professor, • Cada aluno deve ter a oportunidade de • Adaptações do mobiliário de forma a
• Para a produção dos trabalhos escolares, o assim deve avaliar quais atividades cumprem trabalhar com o outro, descobrindo suas promover maior conforto aos alunos que usam
aluno deve receber informações que, por vezes, esses objetivos. potencialidades, limi tes e habilidades. tipoia, órteses e/ ou próteses.
já estão dis poníveis para as pessoas que • A competição, muitas vezes promovida nas • Colocação de tapetes antiderrapantes em
enxergam. A observação e a exploração de ati vidades em Educação Física, deve ser áreas escorregadias, portas largas e mobiliário com
objetos, animais, flores, ambientes reais, substituída pela cooperação, participação, cantos arredondados.
concretos e/ou sua descrição devem compor a

20 21
assistivas e recursos tecnológicos visando o acesso
ao currículo. 55. Garantir ao aluno com TEA acesso ao
currículo escolar por meio de adaptações que
48. A escola inclusiva deve proporcionar aos alu envolvam mate riais adaptados, jogos
nos com deficiência motora um ambiente pedagógicos, uso de imagens, fotos, esquemas,
45. As seguintes modificações nos recursos adequado para cuidados especiais 51. A escola e o professor devem proporcionar à signos visuais e ajustes de grande e pequeno
físicos das salas de aula facilitam a acessibilidade individualizados com apoio técnico sempre co munidade escolar atividades de porte. Permitir o acesso e o uso de materiais e
do aluno com deficiência motora: quando necessário. conscientização sobre o Autismo. Aulas, móveis adaptados visando à organização
• Forrar a carteira com papel, prendendo-o com debates e vídeos são algumas das estra tégias sensório- -motora e adequação postural do
fita adesiva (para minimizar efeitos das 49. A escola deve capacitar o professor, em cuja úteis para esse fim. Neste caso também, o diag aluno com TEA.
dificuldades motoras). • Colocar canaletas de sala há aluno com deficiência motora, na ampliação nóstico do aluno em questão só poderá ser
madeira ou P.V.C. cortado ao meio em toda a volta das estratégias pedagógicas, uso e manutenção de aberto para a comunidade escolar com o 56. Identificar intolerância aos estímulos
da carteira, para que os lápis não caiam no chão. tecnologias assistivas como órteses, próteses, consentimento dos pais22,23. auditivos, bem como tempo de tolerância
• Providenciar suporte para livros, vira-páginas cadeira de rodas, adaptações para atividades durante aprendizado em sala de aula.
mecânico, assentos giratórios nas carteiras (podem escolares, pran 52. Para o sucesso das intervenções de inclusão
auxiliar o movimento de levantar e sentar-se), des chas de comunicação, computadores e adaptações aqui descritas, a escola deve incentivar os pais a 57. Organizar um sistema de registro individual
canso para os pés e extensões adicionais com dobra de mobiliário, estimulando a autonomia do aluno con sentirem o compartilhamento do de desempenho e comportamento que vise
diças em carteiras (podem auxiliar alunos com e me diando sua inserção social. diagnóstico com to dos os profissionais que retratar o de senvolvimento de cada aluno com
pouco equilíbrio a manterem-se sentados). trabalham diretamente com o aluno na TEA com base nos objetivos levantados e que
• Aumentar o calibre do lápis enrolando-o com comunidade escolar22,23. seja sistematizado com fins estatísticos e levem
fita crepe, cadarço ou espuma, de forma a facilitar a à reprogramação e avaliação.
sua preensão. Transtorno do 53. Antes do início do ano letivo, o professor
58. Alunos com TEA frequentemente
• Providenciar equipamentos e/ou mobiliário deve definir os objetivos educacionais a serem
que atenda a dificuldades motoras específicas Espectro Autista alcançados, o tempo e suporte necessários, além apresentam exagerado apego a rotinas. Dessa
forma, o professor deve facilitar a
como le vantar, sentar, manter-se sentado, apanhar
e manipu lar objetos, etc. (TEA) de estabelecer critérios objetivos de avaliação.
previsibilidade da rotina usando pre ditores
54. Adequar o currículo escolar aos alunos com visuais como agendas ilustradas, calendários e
50. Cabe aos pais do aluno com TEA a decisão de
46. Oferecer adaptações no material escolar TEA a partir do estilo cognitivo individual sequência das atividades, indicando o que vai
compartilhamento do diagnóstico com a equipe
(cader nos e apostilas adaptados, lápis com apoio, preocupan do-se com a estimulação das funções aconte cer e em quais momentos.
escolar. Cabe a eles também consentirem a menção
plano incli nado, atividades estruturadas, do diagnósti co em documentos e indicar quais neuropsicológi cas necessárias ao aprendizado
apostilas adaptadas, etc.). membros da comuni dade escolar terá acesso ao eficiente. A adequação curricular não significa 59. Na medida do grau de funcionalidade do
simples redução, mas a forma como o conteúdo aluno com TEA, a escola deve oferecer um
mesmo. A confidencialidade é uma questão ética
47. Permitir ao aluno o uso de tecnologias é apresentado ao aluno em foco. professor auxiliar para acompanhar o aluno em
de direito dos pais e do indivíduo22,23.
sala de aula e outras atividades escolares.
nais e comportamentais (manejo de • O aluno deve ser colocado para sentar colaborador destacam-se o auxílio na motivação
desobediência, confrontos, hiperatividade, próximo à área onde o professor permanece o escolar, interação e inclusão no grupo so cial,
estereotipias, rigidez cogni tiva e dificuldade de maior tempo e aprimoramento das funções executivas (objetivar,
relacionamento com os colegas). planejar, organizar, iniciar, focar, perseverar,
• Uso de agenda que estabeleça uma automo nitorar, flexibilizar, inibir, regular e
60. Ofertar ao aluno com TEA a possibilidade comunica ção diária entre o professor e os pais Cartilha da Inclusão Escolar operacionalizar) e metacognitivas (estratégias de
de comunicação alternativa visualmente permitindo troca de informações sobre o aprendizagem, ouvir, anotar, ler, compreender,
mediada em si tuação escolar, como o método comportamento da criança e ocorrências redigir e pesquisar).
PECS (Picture Exchan ge Communication System ou domésticas (sono, medicação, alimenta ção, etc.) distante de outros locais que possam provocar dis
Sistema de Comunicação pela Troca de Figura) e escolares (trabalhos, excursões, comemo rações 67. Apresentação das informações:
tração (janela, porta, etc.) ou de colegas inquietos e
ou similar. e mudanças de rotina, etc.). • O professor deve tornar o processo de
desatentos.
• O aluno deve ser colocado para sentar perto aprendi zado o mais concreto e visual possível, as
61. Complementação didático-metodológica em 64. Garantir ao aluno com TEA atendimento instruções devem ser curtas e objetivas.
de alunos que possam colaborar.
situação escolar com princípios validados na edu cacional gratuito em classes, escolas ou • O aluno deverá receber instrução de forma
litera tura científica tais como PECS, ABA • Na medida do possível, o professor deve se
serviços espe cializados, sempre que, em função posi cionar próximo ao aluno enquanto apresenta a seg mentada, seriada (evitando-se longas
(Applied Beha vior Analysis ou Análise das condições es pecíficas dos alunos, não for apresentações) e multissensorial, contemplando
matéria. • Na medida do possível, o professor deve
Comportamental Aplicada) e TEACCH possível a sua integração diferentes estilos de aprendizagem (visual,
dar assistência individual a este aluno, checando
(Treatment and Education of Autistic and em escolas de ensino regular, conforme disposto auditiva e cinestésica).
seu en tendimento a cada passo da explicação e
Communication Handicapped Children, Tratamento no Capítulo V (Da Educação Especial) do Título • Se o aluno tem dificuldades para fixar através
usando seu caderno para dar exemplos.
e Educação de Crianças Autistas e com V da Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que do aprendizado visual, utilizar recursos verbais,
Desvantagens na Comunicação), evitando • Um quadro bem visível com as rotinas e com
estabelece as diretrizes e bases da educação portamentos desejáveis em sala de aula deve ser por exemplo, incentiva-lo a gravar as aulas para
qualquer ação que seja pautada no senso nacional. recordá- -las em casa.
afi xado próximo a esse aluno.
comum e desprovida de validação. • Quando possível utilizar cores vivas nos
• Somente o material necessário deverá ficar em
cima da carteira. No caso de crianças pequenas diferen tes recursos visuais.
62. Capacitar o professor a lidar com o aluno • Se assegurar de que o aluno escutou e
vale a pena guardar seu material e fornecer
com TEA nas teorias de mutabilidade cognitiva
e compor tamental, ensinando como instalar, Transtorno do Déficit somente o necessário. entendeu as explicações e instruções.
• Manter na lousa apenas as informações neces
manter e/ou eli minar comportamentos22,23.
de 66. O aluno colaborador pode ser de grande sárias para o tema.
• Antes de iniciar uma nova matéria utilizar
valia na inclusão de alunos com TDAH. Sua
63. A boa comunicação entre os pais e o
professor é de fundamental importância na
Atenção/Hiperatividade atuação deve ser elaborada pelo professor tendo alguns minutos para recordar a matéria anterior.
Desta forma criam-se elos entre os assuntos
em vista as ne cessidades do aluno a ser incluído,
inclusão do aluno com TEA e pode ser (TDAH) suas habilidades, dificuldades e grau de favorecendo a atenção e fixação das informações
viabilizada com as seguintes medidas22,23: autonomia. Entre as possíveis ações do aluno na memória.
• Reuniões regulares sobre os objetivos educacio 65. Acomodações na sala de aula: • O professor pode usar o recurso de colocar um

22 23
aluno com TDAH um ajudante de sala de aula. internet, o professor pode auxiliar o aluno as perguntas para o aluno, aplicar avaliação
Essa provi dência pode ser muito útil para atenção, enviando para ele anotações e resumos das aulas oral ao invés de escrita ou avaliações a serem
autoestima e inibição comportamental. dadas, bem como lembrá-lo das tarefas de casa. realizadas em casa ao invés de na escola.
• O aluno com TDAH deve receber as • O aluno colaborador pode auxiliar o aluno • Na medida do possível permitir que o aluno
informações e executar suas tarefas em grau de com TDAH checando suas tarefas de casa e faça suas avaliações em lugar com menos
pequeno símbolo, algo como uma estrela, no dificuldade ade quado para suas necessidades anotações de sala de aula. estímulos que possam comprometer sua
caderno do aluno durante a execução de (sucesso alcançável). atenção.
atividades de sala de aula. Assim quando o aluno • Simplificar e dividir instruções complexas, tor 69. As avaliações do aluno com TDAH devem • Tempo mínimo (evitando que o aluno
chegar às estrelas ele po derá avisar o professor, nando-as mais concretas e atreladas a atender aos seguintes princípios: abandone a avaliação antes de tentar finalizá-la)
que passará a monitorar o seu progresso na conhecimentos prévios, relevantes e da vida diária • O professor deve priorizar o progresso indivi e tempo extra podem ser previamente
atividade. do aluno. dual do aluno com TDAH, tendo por base um estabelecidos pelo professor quando assim
• No livro, apostila, caderno ou provas, outros • Tempo mínimo (evitando que o aluno Plano Educacional Individualizado e a valorização achar necessário.
exercícios que não os executados pela criança abandone a atividade antes de tentar finalizá-la) e de aspec tos qualitativos ao invés de quantitativos. • O aluno deve poder consultar livros e outros
devem ser encobertos com uma folha para que o tempo extra para a execução das atividades devem re cursos durante a realização das avaliações. •
aluno se ocupe com um exercício de cada vez. ser previamen te estabelecidos pelo professor. O aluno não deve ser avaliado pela sua
• Após uma pergunta, dar um tempo extra para • Coibir hábitos de multitarefas (executar várias caligrafia.
reflexão. tarefas ao mesmo tempo dividindo a atenção entre
elas) em casa e na sala de aula. 70. Para o melhor desenvolvimento da capacida
68. As atividades em sala de aula e tarefas de • O uso de recursos tecnológicos (computador, • É recomendado que ao invés de poucas avalia de de organização do aluno com TDAH, os
casa do aluno com TDAH devem atender aos tablet, calculadora, corretor ortográfico, etc.) na ções cobrando um grande conteúdo de seguintes princípios devem ser seguidos:
seguintes princípios: reali zação das atividades de sala de aula e tarefas informações, seja realizado maior número de • O aluno deve poder levar para casa o material
• Os grupos de trabalho são bem vindos, mas de casa pode ser de grande ajuda. avaliações com me nor conteúdo de informações didático utilizado na escola.
evi tar que tenham número maior do que três • Os trabalhos de maior duração devem ser (segmentação). • Agenda ou fichário pode ser um bom instru
alunos. • Designar responsabilidades e tornar o divididos em segmentos, podendo ser entregues • Quando achar necessário, o professor pode ler mento para ajudar o aluno a se organizar. O
em várias etapas. • Quando houver acesso à professor deve pedir a ele para anotar os
deveres e recados, bem como certificar-se de em curto prazo. per manente com os profissionais que atendem o • O aluno com Dislexia tende a lidar melhor
que ele o fez. aluno para definir os comprometimentos com as partes do que com o todo (“ver a árvore,
• O professor deve manter os pais informados 72. Autoconceito e vida emocional: presentes no seu aluno com Dislexia e quais as mas não conseguir ver a floresta”), portanto, deve
na frequência necessária para o aluno em • O professor não deve enfatizar os fracassos melhores medidas de suporte escolar que se ser auxiliado na dedução dos conceitos.
questão (diá ria, semanal ou mensal). do aluno com TDAH ou comparar seu aplicam ao caso. Isso permiti rá estimular em • O professor deve utilizar elementos visuais (fi
• Em casa, os pais devem auxiliar o professor desempenho ao de seus colegas. sala de aula aspectos trabalhados na clínica, guras, gráficos, vídeos, etc.) e táteis (como por
no de senvolvimento das habilidades de • Promover encorajamento verbal e tornando o processo interventivo integrado e exem plo, a utilização de alfabeto móvel, massinha,
organização da criança. • Através do motivação (“você consegue fazer isto!”). muito mais eficaz. e ou tros) para que a entrada das informações
consentimento dos pais do aluno cola • O aluno deve ter uma pessoa de referência possa ser
borador, os pais do aluno com TDAH poderão na escola para lhe oferecer apoio e acolhida em 75. O professor deve colocar o aluno para beneficiada por outras vias sensoriais. Dessa
com ele se comunicar para checar as tarefas e momen tos críticos relacionados aos seus sentar-se próximo a sua mesa e à lousa já que forma, principalmente no período de
trabalhos de casa. comportamentos e ou emoções. frequentemen te acaba se distraindo com alfabetização, o aluno pode compreender melhor a
• O aluno deve receber elogios e facilidade em decorrência de suas dificuldades relação letra-som.
71. Comportamento: oportunidades para desenvolver seus talentos e e/ou desinteresse. Essa medida tende a • As aulas devem ser segmentadas com
• O aluno deve ser frequentemente informado habilidades especiais. • O aluno deve ter a favorecer também o diálogo, orientação e intervalos para exposição, discussão, síntese e/ou
so bre seu comportamento para desenvolver oportunidade de se mover mais frequentemente acompanhamento das atividades, além de jogo pedagógico. • É equivocado insistir em
sua capaci dade de automonitoramento. que os demais alunos da classe. • Os pais devem fortalecer o vínculo afetivo entre eles. exercícios de fixação, repetitivos e numerosos, isto
• O aluno deve fazer um “contrato” com o pro ser frequentemente informados pelo professor a não diminui a dificulda de dos alunos com
fessor e os pais se comprometendo em reduzir respeito dos comportamentos do aluno. • O Dislexia.
os comportamentos inapropriados e de professor deve se reunir com o aluno toda se Cartilha da Inclusão Escolar • O professor deve verificar sempre (e discreta
aumentar os apropriados. Correspondendo as mana, oferecendo a oportunidade dele mente) se o aluno está demonstrando entender a ex
regras do “contra to” receberá recompensas verbalizar suas dificuldades, progressos, plicação e se suas anotações estão corretas. Dê
imediatas pelos comporta mentos adequados e ansiedades, etc. 76. O professor deve prover estimulação de tempo suficiente para anotar as informações da
sucessos alcançáveis. compe tências metalinguísticas (consciência lousa antes de apagá-las.
• O professor pode usar sinais não verbais para fonológica, cons ciência sintática, consciência
o alu no manter a atenção na lição (como colocar morfológica e consciência metatextual) em 78. As atividades em sala de aula e tarefas de
a mão na sua carteira) evitando chamar a crianças com atraso na aquisição e casa do aluno com Dislexia devem atender aos
atenção de outros alunos.
• O professor deve ajudar a criança nos Distúrbios Específicos desenvolvimento da linguagem oral, de risco para
Dis lexia, desde a Educação Infantil até o 1º ciclo
seguintes princípios:
• Professores de Educação Infantil devem desen
momentos mais críticos como no trânsito de
uma sala de aula para outra, na hora do recreio
de Aprendizagem do Ensino Fundamental para desenvolver volver estratégias para estimulação de habilidades
fo nológicas (por exemplo, rima e aliteração) e
habilidades necessárias ao adequado aprendizado
e das refeições. • Programar pausas e outras
recompensas para ati
Dislexia da leitura e escrita. auditivas (por exemplo, as crianças discriminarem
sons fortes de sons fracos, altos e baixos, longos e
73. A escola e o professor devem curtos). Devem ser estimuladas as recontagens de
77. Apresentação das informações:
proporcionar à comunidade escolar atividades histórias na orali dade, a fim de promover a
• O professor deve dar informações curtas e es
de conscientização sobre Dislexia. Aulas, organização temporal, coe rência e planejamento
paçadas, pois alunos com Dislexia frequentemente
debates e vídeos são algumas das estratégias da criança. Vale lembrar que as atividades devem
apresentam dificuldades para guardar (reter) infor
úteis para ampliar os conhecimentos a respeito ser sistematizadas, organizadas em graus de
mações mais longas, o que prejudica a
tudes adequadas, como se comportar bem e do assunto. complexidade, conforme a idade e escolari dade.
compreensão das tarefas. A linguagem também
permane cer atento à aula. O importante é que Assim, o professor pode promover, por exem plo,
deve ser direta e objetiva, evitando colocações
essas recompen sas não sejam distantes, ocorram 74. A escola precisa assegurar a comunicação 20 minutos diários destas atividades estruturadas
simbólicas, sofisticadas ou metafóricas.

24 25
adas, material dourado e ábaco nas séries iniciais, e valorização de aspec tos qualitativos ao invés de certificar-se de que o aluno disléxico compreendeu
o uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros quantitativos. as questões e oferecer assis tência frequente a ele.
recur sos, nas séries mais avançadas. • É recomendado que ao invés de poucas avalia Em um segundo momento, em separado da turma,
• Fornecer dicas, atalhos, regras mnemônicas e ções cobrando um grande conteúdo de o professor deve corrigir a prova individualmente
as sociações ajudam o aluno a lembrar-se das informações, seja realizado maior número de com o aluno, permitindo que respon da oralmente
como uma forma de intervenção preventiva para to informa ções, executar atividades e resolver avaliações com me nor conteúdo de informações as questões erradas. Mas é considerável a
dos os alunos, beneficiando, sobretudo, aqueles problemas. (segmentação). necessidade desse aluno fazer prova oral ou
com sinais de risco para Dislexia. • Como opção para atividades de aprendizado • Dependendo de consenso com o aluno e seus atividade
• O professor pode dar algumas atividades já complementar além da leitura, indicar filmes, docu pais, as avaliações podem ser realizadas junto à que utilize diferentes expressões e linguagens. •
prontas para que o aluno tenha o material em seu mentários, peças de teatro, visita a museus, quadri turma ou em separado. Quando em separado pode Personalizar a avaliação com recursos gráficos que
ca derno e não perca tempo maior que os outros nhos e, sobretudo, recursos digitais. facilitar o aluno cuja leitura em voz alta auxilia sua substituam palavras e textos auxilia muito o alu no
para copiar textos. compreensão. No entanto, lembrar que em alguns com Dislexia. Avaliações que contenham exclusi
• Levar em consideração que a velocidade da es 79. As avaliações do aluno com Dislexia devem casos, essa pro vamente textos, sobretudo textos longos, devem ser
crita do aluno com Dislexia é mais lenta em razão atender aos seguintes princípios24: vidência pode criar estigmas. Quando junto à evitadas nesses alunos.
de dificuldades de orientação e mapeamento • O professor deve priorizar o progresso turma recomenda-se que seja feita em dois tempos.
espacial, entre outras razões. individu al do aluno com Dislexia, tendo por base Num pri meiro momento, antes de iniciar, o
• Sempre que necessário, permitir o uso de tabu um Plano Educacional Individualizado e a professor deve ler a prova para todos os alunos,
determi nadas atividades escolares (provas em tem no ção do que é maior e menor, longe e perto
dupla, traba lhos em grupo, etc.) possa levar 85. O professor deve colocar o aluno para e plausibi lidade da resposta, por exemplo: 48-34 =
seus colegas a rejeitá- -lo nessas ocasiões. sentar- -se próximo a sua mesa e à lousa já que 97):
muito fre quentemente acaba se distraindo com • Reforçar os padrões de habilidades básicas
81. O aluno com Dislexia já tem dificuldades facilidade em decorrência de suas dificuldades orga nizando objetos por tamanho e formas.
• Disponibilizar maior tempo para as para automatizar o código linguístico da sua e/ou desinteresse. Essa medida tende a • Estimular o aluno a explicar sua estratégia
avaliações conforme a necessidade do aluno nas própria Língua e isso se acentua em relação à favorecer também o diálogo, orientação e du rante a resolução do problema para expandir
habilidades de leitura e escrita. Língua Estrangeira24. Uma flexibilização acompanhamento das atividades, além de suas op ções de resolução.
• Facilitar a compreensão dos enunciados utili curricular ou eventual dispensa da disciplina fortalecer o vínculo afetivo entre ambos. • Ensinar habilidades estimativas para permitir
zando um menor número de palavras sem devem ser discutidos com o aluno e seus pais previsão da resposta.
necessa riamente comprometer o conteúdo. para evitar prejuízos em sua autoestima e 86. Intervenções que ajudam a inclusão de • Estimular o aluno a escrever uma sentença
• Ao empregar questões de falso-verdadeiro evolução. crian ças com Discalculia Verbal (o aluno não ma temática a partir de uma sentença verbal. •
evitar o uso da negativa e expressões absolutas, sabe os fatos aritméticos, tabuadas): Construir respostas incorretas para os problemas
e construir as afirmações com bastante clareza e 82. Não há receita para trabalhar com alunos • Distinção entre recitar palavras numéricas e auxiliando o aluno a discriminar a correta da
que incluam so mente uma ideia em cada com Dislexia. O professor deve ter em mente con tar (palavras correspondem a conceito incorreta. • Incorporar dinheiro e estratégias de
afirmação. que o pla nejamento deve ser individual, pois numérico). • Ordem e sequência dos números medida para adicionar relevância.
• Empregar questões de associações apenas de cada aluno terá necessidades distintas. De suma cardinais e or dinais, dias da semana, meses e
um único assunto em cada questão e redigir importância nesse estações do ano, entre outras. Contar para trás
cuidadosa mente os itens para que o aluno não ajuda a desenvolver também a habilidade de
memória automática.
se atrapalhe com os mesmos.
• Ao empregar questões de lacuna: usar no • Desenvolvimento da estratégia de Disgrafia
máxi mo uma em cada sentença; que a lacuna contagem em base decimal pela qual a criança 89. A escola precisa assegurar a comunicação per
corresponda à palavra ou expressão pode realizar tarefas de adição e subtração manente com os profissionais que atendem o aluno
processo é compartilhar com a criança como envolvendo dez e uns.
significativa de um conceito primário e não a para definir o tipo e grau da Disgrafia e as
serão conduzidas as atividades, isso a tornará • Reforço da linguagem Matemática
detalhes secundários; e conservar a melhores medidas de suporte escolar que se
mais segura em sala de aula e nas avaliações, ensinando palavras quantitativas, tais como
terminologia usada no livro ou em aula. aplicam ao caso. Isso permite estimular em sala de
melhorando seu de sempenho e relação com os mais, menos, igual, soma, juntos e diferentes.
• Ao fazer correções ortográficas na produção aula aspectos tra balhados na clínica, tornando o
colegas24.
da criança, pondere. Uma sugestão é fazer um processo interventivo integrado e muito mais
acordo prévio das regras ortográficas que serão 87. Intervenções que ajudam a inclusão de eficaz. De uma forma geral, es sas são as
priorizadas (a cada mês, por exemplo), crian ças com Discalculia de Procedimento (o características principais de cada tipo de Dis grafia:
reconsiderando erros menos relevantes. aluno não sabe como fazer a conta): a) Na Disgrafia Disléxica a escrita espontânea de
• Não faça anotações na folha da prova,
sobretudo que façam referência a juízo de valor.
Discalculia • Eliminar situações de ansiedade em classe
per mitindo tempo extra para tarefas e
um texto é ilegível, especialmente quando o texto é
complexo. A soletração oral é pobre, mas a cópia
• O aluno com Dislexia tem dificuldade para 83. A escola e o professor devem avaliações. Evitar exercícios de fluência. de texto e o desenho podem ser normais. A
reco nhecer e orientar-se no espaço visual. Dessa proporcionar à comunidade escolar atividades • Falar em voz alta e reagrupar todas as estratégias. velocidade de digitação com o dedo indicador
forma, ob servar as direções da escrita (da de conscientização sobre Discalculia. Aulas, (finger-tapping speed), uma medida de velocidade
debates e vídeos são algumas das estratégias
esquerda para a direita e de cima para baixo)
em todo o corpo da avaliação. úteis para esse fim. Cartilha da Inclusão Escolar motora fina, é normal; b) Na Disgrafia Motora,
tanto a escrita espontânea quan to a cópia de um
texto podem ser ilegíveis, o desenho
80. Autoconceito, vida emocional e social: • O 84. A escola precisa assegurar a comunicação frequentemente é comprometido mas a soletração
professor deve tratar o aluno disléxico com per manente com os profissionais que atendem o • Uso de papel quadriculado para alinhar oral é adequada. A velocidade de digitação com o
naturalidade, com incentivo, valorizando seus aluno para definir o tipo (verbal, de contas. • Brincar com Matemática para ensinar dedo in dicador é anormalmente lenta; c) Já na
acertos e estimulando sua perseverança e procedimento ou se mântica), grau da fatos básicos. • Anexar tabuada na carteira e Disgrafia Espa cial a escrita é ilegível, seja
autoestima. • Cuidar para não expor esse aluno Discalculia que apresenta e as me lhores permitir manipula ção durante resolução de espontânea ou na cópia. A soletração oral e a
perante seus colegas em virtude de suas medidas de suporte escolar que se aplicam ao problemas. velocidade de digitação com o dedo indicador são
dificuldades, sobretudo de ler ou escrever em caso. Isso permite estimular em sala de aula • Ensinar contar salteado para aprender fatos normais, mas o desenho é problemático.
público. aspectos trabalhados na clínica, tornando o de multiplicar.
• Cuidar para que ele se integre na comunidade processo interven tivo integrado e muito mais 90. Como ação preventiva, alunos da Educação
escolar não deixando que sua inaptidão para eficaz. 88. Intervenções que ajudam a inclusão de In fantil e primeiro ano do Ensino Fundamental
crian ças com Discalculia Semântica (o aluno não devem

26 27
fico das letras) é poderosa e hábitos incorretos individualmente e depois o alfabeto que precisa
criados ser praticado diaria mente, muitas vezes por meses. 93. O ritmo das atividades escritas para o aluno
nessa fase são muito difíceis de erradicar. com Disgrafia deve atender aos seguintes
92. A inclusão do aluno com Disgrafia deve pro princípios: • Permitir tempo extra para atividades
91. O aluno com Disgrafia tende a se beneficiar mover modificações no ritmo, quantidade, escritas como tomar nota e copiar.
ser estimulados a aprender a grafar as letras correta com o treinamento de escrita cinestésica, que é a es complexi dade, forma, instrumentos utilizados e • Permitir que o aluno inicie as atividades mais
mente. A memória cinestésica (memorização dos di crita com os olhos fechados ou desviados. O avaliação das atividades escritas. elaboradas com antecedência.
ferentes movimentos necessários para o traçado grá trabalho deve sempre começar com as letras • Incluir atividades na agenda do aluno como
as sistente da biblioteca ou auxiliar do escritório, muito trabalhoso para ele, permitir que faça canetas pode ser útil para o aluno com talentosos e superdotados, permitindo a aplicação
período em que ele pode recuperar o atraso, se apenas algumas marcas de edição ao invés de Disgrafia. de programas de educação especial, currículo
adiantar nos trabalhos escritos ou ainda realizar reescre ver tudo após a correção. • Escrever em um plano ligeiramente escolar flexível e aceleração. O pro fessor, por sua
atividades alterna tivas relacionadas ao material a • O aluno pode iniciar o rascunho no inclinado também pode ajudar esse aluno. vez, deve ser capacitado sobre como identificar e
ser aprendido. computador, copiá-lo para o papel e em seguida • Para casos mais graves, de difícil atender alunos TS.
• Incentivar a aprendizagem de habilidades de revisá-lo, o que também auxilia o professor em reabilitação, considerar a alternativa de uso de
di gitação para aumentar sua velocidade e sua avaliação. um processador de texto. Para esses alunos, 100. O professor do aluno TS deve tornar o currí
legibilidade na escrita. • Incentivar o aluno a usar um corretor pode também ser difícil aprender a usar um culo mais compacto e com atividades
• Fornecer textos com lacunas para serem preen ortográfico e ter alguém para revisar seu processador de texto, pelas mes extracurricula res diversas que proporcionem o
chidas é outra estratégia útil para melhorar o ritmo trabalho. mas razões que lhe dificultam executar a escrita. enriquecimento dos conhecimentos desse aluno. O
desses alunos. • Desenvolver projetos colaborativos entre os No entanto, existem alguns programas de ambiente de ensino e o currículo devem ser
alu nos onde cada um possa exercer funções ensino de digi tação que atendem às estimulantes e atender as ne cessidades cognitivas,
94. A quantidade de atividades escritas para o específicas: elaborar as ideias, organizar as necessidades de aprendizagem dos alunos com físicas, emocionais e sociais do aluno, permitindo
aluno com Disgrafia deve atender aos seguintes informações, redigir, revisar e ilustrar. Disgrafia. Os recursos podem incluir o ensino que adquira os conhecimentos e atinja os objetivos
princípios: • Ao invés de o aluno escrever um • Em trabalhos de longo prazo, fornecer das teclas em ordem alfabética (ao invés da curriculares na sua velocidade e profundidade.
conjunto com pleto de notas, fornecer as ideias suporte extra e estabelecer data limite para cada tradicional fileira matriz) ou marcadores em
centrais para que ele complemente as informações etapa de re alização, ao invés de um único prazo teclas referenciais para que o aluno as encontre 101. Desenvolver um currículo de diferentes
com suas anotações. • Permitir que o aluno dite final. Ajudar o aluno a encontrar alguém que o mais facil mente. Para esses alunos, a níveis e dimensões de forma a atender a
para um escriba algu mas tarefas ou respostas de acompanhe ao longo das diversas etapas não possibilidade de escrever digitando representa velocidade, pro fundidade e ritmo de aprendizado
avaliações. Treinar o escri ba para escrever deixando que se atrase. uma nova, e muitas vezes única, dos vários alunos, não apenas do aluno TS. Isso
textualmente o que o aluno diz. Em seguida, esperança de se comunicar através da escrita. • vai permitir que todos aprendam determinado
permitir que o aluno faça as correções sem o 96. Permitir ao aluno com Disgrafia o uso da Para esses casos, considerar também o uso de tema criando projetos com patíveis com o seu nível
auxílio do escriba. letra cursiva. Para muitos, a escrita cursiva software de reconhecimento de voz. Tal como de habilidades.
• Permitir abreviaturas, elas facilitam a apresenta várias vantagens. Ela evita que o acon tece com o processamento de texto, as
velocidade na escrita desses alunos. Desenvolva aluno tenha que retirar a caneta do papel e mesmas ra zões que tornam difícil a escrita
com ele um re pertório de abreviaturas em um decidir em qual outro ponto recolo podem dificultar o aprendizado no uso desse 102. Flexibilizar o currículo inclui estabelecer
caderno de notas de uso diário. cá-la letra após letra. Cada letra continua na recurso, especialmente se o aluno apresenta cor relação entre o objeto de ensino e situações da
• Reduzir a necessidade de cópia em atividades seguinte a partir da linha de base, evitando dificuldade para ler ou se expressar. No entanto, vida real, criando para todos os alunos
de sala de aula, tarefas de casa e avaliações. erros potenciais e hesitação. A letra cursiva se o aluno e o professor estão dispostos a oportunidades de resolução de problemas
• Reduzir a quantidade de exercícios e também apresenta poucas letras em espelho, investir tempo e esforço nisso, esse recurso pode acadêmicos em diferentes ní veis de dificuldade e
questões, priorizar a qualidade. algo tipicamente problemático para o aluno transpor as dificuldades de escrita ou digitação. profundidade.
disgráfico. Ela também elimina o problema de
espaçamento das palavras e dá à escrita um 98. A avaliação de alunos com Disgrafia deve 103. Tornar o currículo centrado no aluno engajan
fluxo e ritmo que ajuda a melhorar o obe decer aos seguintes princípios: do todos eles no processo decisório curricular
aprendizado. Na escrita cursiva letras • Não utilizar como critérios de avaliação a dando- -lhes a oportunidade de aprender a se
comumente confundidas pelo disgráfico como cali grafia, ortografia ou a aparência da redação. responsabilizar pelo seu aprendizado escolar. Na
95. A complexidade das atividades escritas para b, d, p, e q são mais facilmente distinguidas. • Não avaliar a ortografia em rascunhos ou ativi medida do possível, individualizar o currículo em
o alu no com Disgrafia deve atender aos dades que não possibilitem a revisão. função da diversidade de interesses e necessidades
seguintes princípios: • Evitar a cópia da lousa, 97. Quanto aos instrumentos utilizados nas ativi • Estabelecer tempo extra para as avaliações. educacionais dos alunos.
pois essa é uma atividade particularmente dades escritas para o aluno com Disgrafia as
difícil para o aluno com Disgrafia. • Estimular o seguintes modificações devem ser 104. Deixar o aluno desenvolver projetos
uso de fichário que facilita a organi zação das consideradas: indepen dentes motivado por seus próprios
folhas e pode ter um modelo de letras cur sivas Talentosos interesses e com base em suas habilidades.
Estimular o pensamento criativo e original na
e letras bastão na capa.
• Elaborar junto com o aluno um molde e Superdotados (TS) resolução de problemas e corre lação de
laminado com o formato desejado dos trabalhos conhecimentos.
99. Alunos superdotados são aqueles que exibem
escritos. Re corte no molde uma janela para o grande habilidade em uma ou mais áreas de
preenchimento do nome, data e título do • Incentivar o aluno a usar caderno de 105. Permitir que o aluno TS assuma o controle
caligrafia com a largura de espaçamento de disci plinas acadêmicas; já os talentosos são os
trabalho. Faça os orifícios para encaixe no do seu aprendizado através da aceleração do seu
linhas de sua escolha. • Permitir que o aluno que se en
fichário. Esse molde ajudará o aluno a pre currículo.
use papel ou instrumentos de escrita de cores
encher o cabeçalho e delimitar a área de escrita
no início de cada tarefa escrita.
diferentes e papel quadriculado para a
matemática.
Cartilha da Inclusão Escolar 106. Estimular todos os alunos a aprender de
forma autônoma enfatizando o valor do
• Dividir a atividade escrita em estágios
ensinando o aluno a fazer o mesmo. Ensinar os • Permitir que o aluno use o instrumento de conhecimento para a vida, muito mais do que
es crita que lhe é mais confortável. Muitos apenas uma avaliação em notas.
estágios do pro cesso da escrita (levantamento
alunos têm dificuldade em escrever com canetas contram acima da média em uma área específica,
de ideias, rascunho, edição, revisão, etc.).
esferográficas, preferindo lápis, lapiseiras ou seja socialmente (em termos de liderança), nos 107. Ensinar habilidades de pesquisa no acesso
Considerar essa etapa na ava liação do aluno
canetas que tenham maior atrito em contato com esportes, artes performáticas, desenho e
dando pontos para cada estágio. Se o escrever é
o papel. O uso de su portes (grips) para lápis e tecnologia. A legis lação deve atender aos

28 29
Escolar

5.
Cartilha da Inclusão
podem estar à frente dos outros alu nos em algumas e atrás em outras. O
professor deve iden tificar os pontos fortes e fracos dos alunos de sua classe.

117. O professor não deve dar trabalho extra da mesma matéria para o
aluno TS que termina seus de veres antes, isso não é justo, além de ser
entediante.

Princípios e
à informação, pensamento crítico, criatividade na re solução de problemas,
flexibilidade no acesso, gera ção de informações e habilidades de
comunicação.

108. Ensinar de forma interativa permitindo que um aluno ensine o outro e


trabalhem juntos. O aluno TS pode colaborar com seus colegas, mas o
professor não deve deixá-lo acomodar-se, ele precisa de desa
fios permanentes. Práticas em Texto baseado na tese de PhD de Tracey N. Tokuhama-Espinosa:
“The scientifically substantiated art of teaching: a study in
the development of standards in the new academic field

Neurociência da
109. Explorar temas contemporâneos com pontos de vista controversos of Neuroeducation (Mind, Brain, and Education Science)”
estimulando a análise crítica e debates em sala de aula. O professor de (2008)13
alunos TS
to, depressão, raiva, tédio, perfeccionismo, frustração, estresse e evasão

Educação
escolar. Um verdadeiro desperdício de talentos que pode ser evitado pela
ação preventiva do professor.

116. Lembrar que os alunos TS não se sobressaem em todas as áreas. Eles


estimada em 7,5%25. Assim, o professor deve crescimento emocional. Cerca de um quarto dos interação social com outros indivíduos e troca
proporcionar opor tunidades de interação entre os alunos superdo tados apresentam dificuldades em de experiências de aprendizagem. Nesse
deve ter uma posição ativa e compartilhar seus inte vários alunos TS da es cola através de competições ajuste psicossocial sendo vitimados por bullying, sentido, a escola deve facilitar o acesso dos alu
resses culturais e científicos com todos os alunos e projetos colaborativos. delinquência, isolamen nos a computadores e internet.
para enriquecer e expandir seu mundo. Oferecer “mais do mesmo” restringe o interesse
113. Encorajar os alunos TS a participar de pelo tema ensinado. Nessa situação o professor 119. Alunos TS podem apresentar dificuldades
110. Aprendizagem baseada em situações-pro ativida des extracurriculares que envolvam deve per mitir que o aluno passe para outros em habilidades sociais. O professor deve
blemas pode ser um método de grande valia para o habilidades aca dêmicas como olimpíadas de projetos, leituras ou pesquisas do seu interesse. proporcionar di versas oportunidades de
professor do aluno TS. Apresentando problemas do Matemática, concursos de Literatura e redação, engajamento social para to dos os alunos,
cotidiano o professor pode desenvolver feiras de Ciências, etc. Alunos TS tendem a ser 118. Computadores permitem que os alunos em ajudando quando necessário o aluno TS.
habilidades verbal-linguística, lógico-matemática e competitivos por natureza. geral (não apenas o aluno TS) sigam o seu
espacial, além de raciocínio analógico e dedutivo. próprio ritmo e podem ser usados para 120. Os professores devem cuidar para que
114. Os pais do aluno TS muitas vezes precisam completar atividades alternativas e projetos todos os alunos avancem em seu próprio ritmo
111. Considerar a participação e consultoria de ser orientados pelo professor sobre as habilidades independentes, além de aju de aprendi zado recebendo atendimento
outros professores utilizando seus conhecimentos, do filho, como melhor entendê-lo e estimulá-lo. dar no aprendizado e domínio de material não individualizado em uma atmosfera de afeto e
habilidades e suporte no ensino dos seus alunos. dado em aulas regulares. O acesso à internet, solidariedade. Alunos e comuni dade escolar
115. Atender as necessidades de aconselhamento por sua vez, permite acesso a conhecimento, devem aprender a reconhecer e celebrar a
112. A prevalência de alunos TS no Brasil é de cada aluno de forma a apoiá-lo em seu recursos, mentores, aprendizagem à distância, diversidade humana. A escola deve ser o lugar
em que o aluno encontra todas as e a aprendizagem é imensa e aponta para uma evidências científicas da Neurociência da Os cérebros não são iguais em suas habilidades
oportunidades neces sárias para descobrir, mudança de paradigma nas práticas de ensino. Educação. Os princípios são con para resolver diferentes tipos de problemas. O
desenvolver e demonstrar suas potencialidades A Neurociência da Educação é um novo ramo ceitos de aprendizagem que se aplicam à maioria apren dizado depende não apenas das habilidades,
de aprendizagem e interação social. do conhecimento que tem como objetos de dos aprendizes ao longo da vida, embora sejam mas também do contexto, entendido como o
estudo a Educação e o Cérebro, entendido como fun damentais para aprendermos como ensinar ambiente e a motivação para o aprendizado, bem
121. A implantação dessas estratégias na escola um órgão so cial que pode ser modificado pela melhor, a diversidade humana impede a como o conheci mento prévio sobre o objeto de
e em sala de aula vai beneficiar a todos os prática pedagógica. Situa-se na interface de prescrição de uma única receita para todos 13. aprendizagem.
alunos, não apenas os alunos TS. conhecimentos entre as áreas de Neurologia,
Psicologia e Pedagogia, com o objetivo de Princípios Princípio 3: O cérebro é um sistema
“A arte cientificamente compreender como os seres humanos aprendem
Princípio 1: Cada cérebro é único e
complexo, dinâmico e integrado, constantemente
melhor, de forma que os professores possam esculpido pe las experiências do viver, no entanto,
fundamentada de condu zir e maximizar esse aprendizado. A organizado de forma singular.
“O cérebro humano é tão singular quanto a face
a maioria dessas modificações ocorrem apenas em
Neurociência da Educação também pode ser nível microscópico e neuroquímico.
Ensinar” definida como o uso da pesquisa científica e embora sua estrutura básica seja a mesma, não
exis tem dois cérebros idênticos”13. Apesar de
As novas tecnologias permitem empírica para o estabelecimen to das melhores Princípio 4: A busca pelo significado é inata
práticas pedagógicas, viabilizando a mudança existirem padrões gerais de organização estrutural
vislumbrarmos o cérebro humano em do ser humano 29-36.
de paradigma para um novo modelo de ensino e funcional do aprendizado no cérebro, cada
funcionamento e compreender melhor como indivíduo apresenta padrões e combinações de
aprendemos. Embora a qualidade de e aprendizagem desde a infância até a idade Princípio 5: O cérebro apresenta um alto grau
adulta 26-28. habilidades e dificuldades singulares.
informação disponível seja muito heterogênea, a de plasticidade e se desenvolve ao longo da vida,
im A seguir se encontram relacionados os embo ra existam limites nessa plasticidade que
princípios e práticas que norteiam o novo Princípio 2: Os cérebros não são igualmente
portância dos resultados válidos sobre o cérebro aumentam com a idade.
modelo de ensino e aprendizagem baseado em bons em tudo.

30 31
com outras pessoas para dar sentido às situações so ativas mais frá geis 133-137”.
ciais. Assim, “o suporte (acadêmico, moral ou de Princípio 17: O aprendizado envolve toda a
outra ordem) recebido dos outros (professores, fi siologia corporal, o corpo influencia o cérebro Princípio 23: O movimento 138,139 e o humor
79,140
colegas e familiares) é crítico para o melhor e o cé rebro controla o corpo. podem facilitar o aprendizado.
desempenho aca dêmico, o que inclui o A nutrição, o sono e o estresse impactam a me
aprendizado” 80-93. mória e o aprendizado. Bons hábitos alimentares Princípio 24: O atendimento diferenciado na
Princípio 6: O aprendizado é em parte e de sono, bem como o bom estresse (eustresse), sala de aula, permitindo que os alunos
determi nado pela habilidade cerebral de Princípio 14: Devolutivas (feedbacks) e in terferem positivamente na atenção e no aprendam em ritmos diferentes, pode ser
autocorreção, apren der com as experiências, avaliações significativas são fundamentais para o potencial de aprendizagem 100,103,104,112-114. justificado pelas evidên cias da diversidade
através da análise dos dados e autorreflexão. aprendizado humano 82,94,95. cognitiva infantil 141,142.
Princípio 18: Diferentes sistemas de memória
Princípio 7: A busca por significado ocorre Princípio 15: O aprendizado é um processo (de curto prazo, de trabalho, de longo prazo, Princípio 25: Diferentes estilos de aprendiza
atra vés do reconhecimento de padrões, ou seja, o de construção e a habilidade de aprender evolui na emo cional, espacial, etc.) recebem e processam gem refletem a singularidade do cérebro
cérebro continuamente compara o que chega até medida em que o indivíduo amadurece. “Quando informa ções de diferentes maneiras e são humano. To dos nós utilizamos vias visuais,
ele ao que já conhece 37-41. o conhecimento é construído de forma ativa pelo evocadas por vias neurais distintas. “A auditivas e cinestési cas para processar novas
aprendiz, ele se torna engajado e motivado com o repetição de pistas para evocação auxilia os informações, no entanto, as
Princípio 8: As emoções são críticas na aprendizado” 96-99. processos de memória declarativa” 55,115-127. evidências científicas indicam que diferentes
detecção dos padrões, tomada de decisões e pessoas utilizam estratégias diversas em
aprendizagem 42-51. O estresse 52-54, a ansiedade 55-57 e Princípio 16: O aprendizado envolve Princípio 19: O cérebro memoriza melhor momentos diversos dependendo do contexto da
os estados depressi vos prejudicam o aprendizado processos conscientes e inconscientes. quan do os fatos e habilidades encontram-se aprendizagem 143-147.
56
. Exemplos são encontrados nas correlações en tre inseridos em contextos naturais ou exemplos
aprendizado, sono e reconhecimento de faces. O concretos, nos quais o aprendiz compreende os
Princípio 9: O aprendizado torna-se melhor sono é fundamental para a consolidação da problemas que ele se depara e reconhece como
com o desafio e é inibido por ameaças 58-61. memória declarativa e sua privação tem um pode resolvê-los 128. Nessa situação a motivação
impacto bastante negativo nesse processo. A tende a ser maior.
Princípio 10: O cérebro procura e habilidade cerebral de re conhecimento de faces e
rapidamente detecta novidade 62-65. vozes influencia em demasia Princípio 20: Aprender depende de memória
e atenção 129-132.
Práticas
Embasados em robustas evidências científicas, os
Princípio 11: O aprendizado humano envolve
a atenção focalizada e a percepção periférica 58-61
. Princípio 21: Esses princípios da princípios acima descritos viabilizam as práticas
Neurociência da Educação se aplicam a todas as edu cacionais abaixo relacionadas. Muitas dessas
idades. práticas são bem conhecidas de muitos
Princípio 12: O cérebro conceitualmente pro
educadores que as apli cam com sucesso no dia a
cessa as partes e o todo simultaneamente 66-79.
a forma como a informação recebida por essas Princípio 22: Use ou perca. dia escolar, outras se mos tram intuitivamente
fontes é processada (por exemplo, validade, “Em termos de fisiologia sináptica, as mais óbvias, embora muitas das vezes não sejam
Princípio 13: O cérebro depende de interação
confiabilidade, emoção, etc.) 100-111. ativas são mais fortes, enquanto as menos colocadas em prática na rotina estudantil por
motivos de ordem diversa. De uma forma ou de • Os alunos devem ser tratados com respeito envolvidos, a contemplação dos interesses dos útil, di vertida e instantânea149.
outra, esses princípios e práticas fundamentam e gozar de igualdade de oportunidades no alunos, sua capacidade de compreen são e grau
cien tificamente a arte de ensinar nesse início do processo de aprendizagem. desenvolvimental. A participação dos alunos nesse Prática 4: O Cérebro busca padrões150.
século 21. • Os alunos devem assumir diversos graus processo pode se dar pela redação, reflexão, discus A informação é guardada em nosso cérebro atra
de res ponsabilidade e ser responsáveis pelo são, debate, resolução de problemas e atividades vés de padrões de reconhecimento. É fundamental
Prática 1: Um bom ambiente de controle do seu comportamento. práticas. No aprendizado motivado por que o professor apresente a nova informação,
aprendizagem é criado e não achado. • Aos alunos devem ser oferecidas descobertas o aluno adquire conhecimentos e auxilie o aluno a identificar o padrão, associar esse
Os professores sabem que são responsáveis oportunidades de afirmação e sucesso. compreende conceitos e prin cípios através de padrão a padrões já armazenados por ele em seu
por estruturar o ambiente de aprendizagem de descobertas ativas e pessoais. Exemplos de cérebro para que aí seja capaz de criar novos
sua sala de aula. Isso tem início na relação Prática 2: Aprendizagem ativa e motivada aprendizagem pela descoberta incluem a coleta e padrões. Por exemplo: uso de organizadores
indispensável de respeito mútuo entre alunos e por descobertas148. análise de dados em uma aula de Geografia, uma gráficos como mapas mentais e diagramas de Venn
professor, avaliações adequadas e justas, uma Na aprendizagem ativa os alunos são ativi dade científica em que um aluno investiga e a organização da informação em blocos lógicos e
clara visão dos alunos do que eles precisam ativamente engajados no processo de uma hipóte se, a resolução de problemas de contextualizados.
saber para aprender bem, além da elaboração de aprendizagem contrastando com a passividade Matemática e a previsão do desfecho de uma
ativida que pode ocorrer quando a trans missão das história em uma aula de Línguas. Prática 5: Memória.
des didáticas dinâmicas e centradas no informações se restringe às apresentações do A natureza complexa da memória e sua ligação
aluno13. Entre outras recomendações148: professor. Alunos que se engajam ativamente Prática 3: Sentido e Significado13. vital com a atenção e a aprendizagem tornam reco
• O professor deve ter uma estratégia clara nesse processo evocam mais facilmente as A aplicação na vida diária do que é ensinado em mendável que o professor aplique diversas técnicas
para a condução da sala de aula. informações adqui ridas e se tornam hábeis na sala de aula, bem como a vinculação desses conhe didáticas nas atividades de sala de aula de forma a
• O professor deve exige altos padrões de aplicação desses conheci cimentos com outros previamente adquiridos pelo ex plorar os diferentes tipos de memórias13. Entre
com portamento e incentivar todos os alunos a aluno potencializa o aprendizado. Isso requer do outras recomendações149:
respeitar essas normas. pro fessor, não apenas um bom conhecimento do • A melhor forma de fixar uma informação
• As regras da escola e o racional que as rege Cartilha da Inclusão Escolar tema, mas também das necessidades de cada textual difícil, semântica, é transferi-la para outra
de vem ser reiterados aos alunos aluno. A com preensão dessas necessidades passa modalidade de memória, episódica (factual),
periodicamente. • As regras básicas da sala de por uma precisa avaliação dos conhecimentos processual ou automática.
aula devem ser es tabelecidas em conjunto com mentos em dituações diversas e resolução de previamente adquiridos e a bagagem cultural do • Explorar a memória episódica através da
os alunos e por todos respeitadas. problemas. Esse processo envolve a cooperação e aluno. emo ção, fatos e visão, por exemplo, utilizando a
• Os alunos devem se sentir seguros e trabalho con junto de todos os membros Para alguns autores a informação deve seguir dramati zação e recursos multimídia.
protegidos na escola e na sala de aula. qua tro mandamentos da era digital: ser relevante,

32 33
tempo e a motivação. A quantidade de repetição verbal, reconhecer sentimentos através da face e reconhece e atende tal diversidade cria
vai depen der da emoção envolvida na passagem dos gestos, interagir com diferentes grupos sociais, oportunidades de interação e integração
da informação. Quanto maior a emoção, maior a aprender a escutar, expressar suas emoções e ser solidária dos alunos reabilitando suas
chance de a infor mação ficar cravada na memória empático151. dificuldades e estimulando suas habilidades.
e menor a necessi dade de repetição.
• Explorar a memória processual através do Prática 10: Ensino multissensorial
movi mento, imitação, repetição, paródias, Prática 6: Atenção13. O ensino multissensorial conecta o ouvir, falar,
digitação, mu dança de assento, etc. Sem a devida atenção não ocorre a memorização. ler e redigir através do uso simultâneo e
• Explorar a memória processual através de A habilidade de atenção varia em função da diversi alternado das vias visual, auditiva, cinestésica e
ativi dades que estimulem a resolução de dade cerebral, a motivação e o tipo de atividade, Prática 8: A conexão mente e cérebro13. A táctil. O professor deve se assegurar que seus
problemas. • Explorar a memória automática entre outros fatores. Atividades eminentemente recíproca é verdadeira quando afirmamos que o alunos estão vendo, ouvin
(condiciona mentos) através do uso de rimas, passivas devem ser evitadas, pois facilmente funcionamento do corpo impacta o do, falando e manipulando materiais
ritmos, músicas, “jingles”, etc. entediam os alu nos. Recompensas criativas funcionamento do cérebro, assim, a nutrição, o adequadamen te durante as atividades
• Reduza a interferência do estresse, ele pode previamente estabeleci das em sala de aula podem sono e a atividade físi ca são vitais para o escolares. Os métodos que estimulam vários
des truir neurônios em estruturas cerebrais ser decisivas na promoção da motivação e, aprendizado humano. Debates e outras sentidos facilitam a integração da linguagem
responsáveis pela memória! consequentemente, da atenção e me mória. Por atividades escolares que disse minem oral com os símbolos da linguagem visual,
• Estabelecer pausas durante as explicações exemplo: dedicar um intervalo da aula para informações científicas sobre a importância do podendo também integrar com o tato e o
per mitindo que os alunos façam anotações. piadas, canções, jingles, acesso à mídia digital, etc. sono, alimentação, atividade física e combate ao movimen to facilitando o aprendizado
• Fazer revisões frequentes. estresse para o aprendizado são muito conceitual em todas as áreas acadêmicas. A
• A memória é mais facilmente sedimentada Prática 7: A natureza social do aprendizado13. A oportunas, es pecialmente nos dias de hoje. instrução multissensorial reforça a
quando o aluno elabora seus próprios exemplos ou interação e desenvolvimento de habilidades so aprendizagem auxiliando o aluno no acesso,
quando ele é solicitado a explicar as diferenças e se ciais são fundamentais no processo de Prática 9: Celebrando a diversidade. proces samento e evocação da informação já
melhanças. aprendizagem que, muito frequentemente, ocorre O professor deve ter consciência da diversidade adquirida.
• Antes de iniciar um novo ponto o professor em contextos so ciais. Dessa forma o professor deve de alunos, cérebros, habilidades, dificuldades e
deve utilizar alguns minutos para recordar o proporcionar opor tunidades de interação social his tórias de vida que se apresentam em uma Prática 11: Funções executivas.
anterior, criando assim elos que fortalecem o que intensificam o apren dizado como grupos de sala de aula. Dependendo da forma como for Chamamos de funções executivas (FE) o
armazenamento e evocação da memória. estudo, discussões e debates. Os aprendizes da era abordada, tal diversidade pode se tornar um conjunto de habilidades mentais que regulam
• Sem repetição a memorização não acontece, a digital precisam também ser estimulados a terrível problema ou uma rica experiência e nosso compor tamento e pensamento a partir de
rememoração falha, perde-se a informação, o desenvolver estratégias de comunicação não solução educacional. Quando o professor experiências pas sadas, com o objetivo de
realizar ações no presente ou atingir metas escolares154. perpetuação da pobreza. O cérebro não nasce pronto! E é por isso que a
futuras. Utilizamos exaustivamente essas Estudos comprovam que a estimulação Existem estratégias específicas que podem ser crian ça vai andar e falar suas primeiras palavras
funções no dia a dia, seja para trocar de roupa, precoce das FE promove o desempenho e a usadas para ajudar crianças a superar ou só no final do primeiro ano de vida, formar frases
seja para resolver problemas complexos. realização aca dêmica ao longo dos anos compensar suas dificuldades em FE, bem como e retirar as fraldas a partir dos dois anos e
As FE permitem aos indivíduos desempenhar escolares e que a ênfase apenas ao conteúdo tornar mais capa zes ainda aquelas que já alfabetizar-se a partir dos cinco.
ações voluntárias com autonomia e organização curricular, sem o devido treina mento das apresentam um bom desen volvimento dessas A trajetória dos 86 bilhões de neurônios que
para atingir metas específicas, dai sua habilidades executivas responsáveis pela funções152. compõe o nosso cérebro é muito dinâmica. Do
importância fundamental para a regulação aquisição desse conteúdo, pode ser responsável final da vida in trauterina até o segundo ano de
emocional, controle comportamental e pelo fracasso escolar de muitos alunos 155-157. vida ocorre a formação de uma bainha de proteína
aprendizado. Podemos classificar as FE em: 1) As FE não são apenas importantes para o me Cartilha da Inclusão Escolar em volta do neurônio, um processo que se
Obje lhor desempenho acadêmico, evidências assemelha ao encapamento de um fio, acelerando
tivar; 2) Planejar; 3) Organizar; 4) Iniciar; 5) científicas apontam também para o seu a transmissão elétrica do impulso nervoso a
Focar; 6) Perseverar; 7) Monitorar; 8) importante papel em outros desfechos ao longo Prática 12: Metacognição ou o “aprender a surpreendentes 400 km por hora! Ao mesmo
Flexibilizar; 9) Inibir; 10) Regular; e 11) da vida, como o sucesso na carreira158, no aprender”. tempo e até o final da primeira década de vida,
Operacionalizar (memória de trabalho). casamento159 e uma boa saúde física e Talvez um dos maiores desafios que o aluno se cada uma des sas células nervosas cuida de
mental160,161. Crianças que entre três e 11 anos de depara ao longo de sua vida acadêmica é aprender multiplicar suas ligações com outras células
idade apresentam dificuldades de autocontrole como aprender. Embora isso pareça uma tarefa nervosas, ampliando enormemente as
(que se manifesta por menor perseverança, fácil, a natureza multidimensional da possibilidades de comunicação entre as diferentes
maior impul sividade e pobre atenção), ao aprendizagem requer a coordenação e execução de áreas e funções cerebrais. É exatamente nesse
chegarem aos 30 anos de idade apresentam diversas habilidades e estratégias. O período que ocorrem as melhores oportunidades
Tais habilidades vão se aperfeiçoando com a maior risco de ter pior saúde geral, menores de estimula ção da criança, pois a partir daí e ao
desenvolvimento dessas habilidades e estratégias
ida de152 e em conjunto permite à criança ações salários, uso, abuso e dependência de drogas162, longo da puberdade os circuitos cerebrais que não
ocorre em função da motivação do aluno e sua
de anteci pação, julgamento, consciência e além de maior número de atos criminosos forem estimulados serão simplesmente podados.
adequada estimulação desde a pré-escola até o
controle de si, toma da de decisões, resolução de quando comparadas a crianças com habilidade Um exemplo prático disso é o aprendizado de
ensino superior167.
problemas e adiamento de au tocontrole normal163. uma segunda língua, é bem mais fá cil para uma
Alunos com boas habilidades metacognitivas
de recompensas. Muitas crianças iniciam a escola sem boas FE, criança aprender outra língua do que um adulto.
desen volvem estratégias adequadas para: estudar,
Problemas com FE podem ser observados em os professores, por sua vez, recebem pouca ou Ela aprende mais rapidamente, de forma mais
ouvir, ano tar, ler, compreender, redigir, pesquisar
qual quer idade, mas tendem a se tornar mais nenhuma capacitação sobre como estimular precisa e com pronúncia mais fiel. Pois bem, isso se
e fazer provas.
evidentes na medida em que as crianças essas habilidades, como resultado assistimos a deve ao estímulo de circuitos cerebrais
avançam nas primeiras séries do ensino Como nas FE, existem estratégias específicas
uma verdadeira epide que podem ser utilizadas para ajudar crianças com relacionados ao apren dizado da linguagem, que
fundamental. É nesse ponto que as exigências de mia de crianças com baixo rendimento escolar e encontram-se mais sensíveis nesse período da
limi tadas funções metacognitivas, bem como
completar as tarefas escolares sem ajuda podem pro blemas disciplinares decorrentes de um vida. Portanto, o cérebro humano apresenta um
tornar mais capazes ainda aquelas que já
fazer surgir sinais de um problema nas FE. baixo auto controle e regulação emocional. alto grau de plasticidade que perpetua o seu
apresentam um bom de senvolvimento dessas
Sabemos que as FE são mais importantes Outro aspecto que merece reflexão é que crianças desenvolvimento e o aprendizado ao longo da
funções168.
para o bom desempenho escolar do que a de classes econômicas pobres apresentam pior vida. No entanto, existem períodos sensíveis (não
inteligência (QI ou quociente de inteligência)153 e desem penho em FE do que crianças ricas164-166. críticos) no desenvolvimento do cérebro em que
são capazes de pre ver as competências em Prática 13: Existem períodos sensíveis para a
Por essas ra zões, podemos considerar a falta de es timulação cerebral. certas habilidades são apreendidas com maior
matemática e leitura ao longo de todos os anos educação das FE um mecanismo perverso de facilidade.

34 35

Cartilha da Inclusão Escolar

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Grassi e Vera Joffe.

Madalena Pádua Furlan, Magali Ferreira Pinto Dias, Maira Regina de


Coordenadores Castro Neves, Mara Rosane Andra de, Marcella Aguiar Alves Ferreira,
Marco Antônio Arruda e Mauro de Almeida. Márcia Di Santo de Melo Machado, Márcia Helena de Belo Melles, Márcia
Helena Goulart Rodarte, Márcia Luzia Ferreira Sou za, Márcia Regina
Duarte Tordin, Márcia Volpe, Maria das Dores de Souza, Maria de Lourdes
Consultores Associados Carvalho de Sousa Silveira, Maria Ermínia Preto O. Campos, Ma ria Jovita
Abram Topczewski, Adriana Foz, Ana Luiza G. P. Na vas, Ana Paula
da Silva, Maria Luzia de Oliveira Pedroso, Maria Rita Felipe de Jesus,
Menossi, Bianca Queiroga, Carla An drea Cardoso Tanuri Caldas, Carolina
Marice Fernandes, Marília Rodrigues Gonçalves Rossi, Marinilda
Toledo Piza, Cintia Salgado, Fernando Capovilla, Flávia Giacomini
Aparecida Sil va, Marisa Dib, Marise de Pádua Arantes, Maristela Leite
Rossini, Francisco José Lima, Iane Kestelman, Jaime Luiz Zorzi, José
Mandello, Marta Donizete Vilas Boas Coimbra, Marta Helena Alves
Alexandre Bastos, José Aparecido da Silva, José Hércules Golfeto, Judy
Scaglia, Michele Cristina da Silva Godoi, Milene Fonseca Beltran Lúcio,
Willis, Juliana Lau tenschlaeger Damari, Lana C. de Paula Bianchi, Le andro
Monica Agna Guedes dos Santos, Naira Rodrigues, Priscila Duarte Silva
Malloy-Diniz, Leane M. L. Vieira, Lívia Ignácio
Cunha, Raquel Guimarães Del Monde, Renata Jorge Aparecida Jorge Cruz,
Regina Célia Beltrão Du arte, Regina Célia Nunes, Regina Célia Pereira
Mene zes, Regina Márcia de Andrade Silva, Regina Márcia Penha Pimenta,
Colaboradores
Rejane Suely Ribeiro, Renata Apa recida Constantino, Renata Falótico
Adriane Cristina Lutffalla Ruiz, Adymara Raquel Val secki Veneroso,
Taborda, Rita de Cássia Dultra Nascimento, Rita de Cássia Silveira de
Alessandra Regina do Nascimento Perez, Aliane Barbosa de Souza Naves,
Andrade, Roberta Aparecida Arruda Martins, Rosân gela Andreoni Martins
Aline Cristina Silva, Alzimeire Camillo Freitas, Ana Christina Ma geste,
Fernandes, Rosangela Araujo Netto Monteiro da Silva, Rosangela Parreira
Ana Elizabete de Carvalho Pádua, Ana Ma ria Costa Heto, Ana Paula
Lopes Amorim, Roselaine Aparecida de Medeiros, Rosé lia Rosa Luz,
Gaspar de Paula e Souza, Ângela Maria Costa Melles, Ana Maria Silva
Rosiane Helena Montanhini, Rosilene de Souza Hipólito, Sandra Aparecida
Jardim, Ana Neri Braz dos Santos Tashiro, Ana Paula de Bri to Pelúcio, Ana
Diogo, Sandra Mara de Mello, Simone Zoéga Rosolem Serra, Sirlene
Rita Okubo Ferreira, Andréa Cardoso Correia Sanches, Andréa Indago
Aparecida da Silva, Sônia de Pádua, Sonia Pereira, Sô nia Regina Santos de
Fontanetti, Angelita Salomão Muzeti Borges, Anna Maria Marques Dias
Lucca Fugagnoli, Sueli Fátima Pimenta, Sueli Rocha da Cruz Bianchi, Thaís
Beck, Beatriz Anawate Kuri e Lima, Camila Franco da Motta, Carmen Institutições apoiadoras da Cartilha da Inclusão Escolar:
Brunini D’Aquilla Fieno, Thiago da Silva Gusmão Cardoso, Valéria
Luzia Borges Medeiros, Carolina Abdalla Gomide, Caroline Rafaela
Aparecida de Rodrigues Silva, Valéria Modesto Barbosa Leal, Vanessa de Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Associação Brasileira de Déficit
Barbieri Romero, Cecilia Eugenia Simielli Guerreiro, Cecília Nogueira
Almeida Riboli Beirigo, Va nessa Fernandes Barreto Sampaio, Vânia de Atenção (ABDA), Associação Bra sileira de Dislexia (ABD), Associação
Siqueira Pereira, Christopher Rodrigues, Cintya de Souza, Cláudia Regina
Aparecida Potênciano e Vera Kern Hoffmann.
Veríssimo Moleiro, Cleide Ta vares Cruz, Cleuziane de Fátima Ferreira de Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões afins (ABENEPI),
Almeida, Clotilde Araium Azenha, Cristina de Jesus Oliveira Alves, Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), Centro de Investigação da
Daianne Oliveira Alves de Sousa, Daniela Cor deiro de Almeida Lemos,
Debora Teresa Palma, Delma Gonçalves Andrade, Denise Russo dos Atenção e Aprendizagem (CIAPRE), Conselho Federal de Fonoaudiologia
Santos, Diana Maria Pereira Cardoso, Doris Helena Schaun Gerber, Edgard Cartilha da Inclusão Escolar (CFF), Instituto ABCD, Instituto Glia – Consultoria em Neurociências da
Bohn, Elainy C. dos Santos Lisboa, Elaine Cristina Fantuchi do Educação, Laboratório de Pesquisa em Distúrbios, Dificuldades de
Nascimento, Emília Bernardi, Fernanda Barbosa Lima, Francisca Helena Aprendizagem e Transtornos de Atenção (DI SAPRE/FCM/UNICAMP),
Eustáquio, Guilherme Solfa, Heloisa Helena Martins Borges, Ilma Reis
Duarte Fernandes, Isabela Maria Oliveira Souza, Ivana Teixeira Delagostini Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar (NANI),
Jarreta, Ivanete Rosa M. Moreira, Ivone Bernini Campos, Jakcellen Ferrei ra Projeto Cuca Legal (UNIFESP), Serviço de Reabilitação e Ensino em
da Silva, Jakqueline Cabral Pinto, Jeane Tenório de Araújo, Jucelena Neurociência Educacional (SERENE), Sociedad Ibe roamericana
Aparecida Silenciato, Kamila Go mes, Karina Oliveira Sanches, Kennia Neuroeducaciòn (SINE), Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Sociedade
Maria de Souza Pinho Santos, Kellen Cristina Silva Oliveira, Lázara
Regina M. Colombaroli, Léa Aparecida de Carvalho Ribeiro, Leandra de Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), Sociedade Brasileira de
Souza Pereira, Livia Mara Mene zes Lopes, Lívia Maria Ferreira da Silva, Neuropsicologia (SBNp) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Luce Mal ba Pinto Campos, Lucivani Suzilmar Totti de Bastos,
de Freitas, Marcelo Masruha Rodrigues, Maria Elisa Granchi Fonseca,
Maria Helena Câmara Pinheiro, Maria Valeriana Moura-Ribeiro, Marilisa Logística: Ivete A. A. C. Arruda.
M. Guerrei ro, Mauro Muszkat, Miriam Damazio, Monica Caroli na
Miranda, Paulo A. Junqueira, Quézia Bombonatto, Ricardo Halpern, Rita Tecnologia da Informação: Felice Preziosi
Bucioli, Rita Thompson, Rober to M. Paterno, Rosária Andrade, Sandra
Torresi, Sérgio Nolasco, Sônia Maria Motta Palma, Sylvia Ciasca, Syl via Di Projeto Visual: J. Ventura
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Cartilha da
Inclusão Escolar

Inclusão Baseada em
Evidências Científicas

Essa cartilha é de domínio público e pode


ser baixada gratuitamente através do site:
www.aprendercrianca.com.br

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